Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informáca
Eletrônica Aplicada à Manutenção e Suporte em Informática
Robson Braga de Andrade Presidente da Confederação Nacional da Indústria
Rafael Lucchesi Diretor do Departamento Nacional do SENAI
Regina Maria de Fáma Torres Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI
Alcantaro Corrêa Presidente da Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina
Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC
Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC
Marco Antônio Docia Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional da Indústria Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informáca
Eletrônica Aplicada à Manutenção e Suporte em Informática Carlos Eduardo Carvalho Kaa Hayashi
Florianópolis/SC 2011
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consenmento do editor.
Autor
Carlos Eduardo Carvalho Kaa Hayashi
Fotograas Banco de Imagens SENAI/SC hp://www.sxc.hu/ hp://oce.microso.com/en-us/ images/ hp://www.morguele.com/ hp://www.bancodemidia.cni.org.br/
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
C331e Carvalho, Carlos Eduardo Eletrônica aplicada à manutenção e suporte em informática / Carlos Eduardo Carvalho, Katia Hayash. – Florianópolis : SENAI/SC/DR, 2011. 73 p. : il. color ; 30 cm. Inclui bibliografias. 1. Eletrônica – Suporte técnico de computadores. 2. Eletrônica digital. I. Hayash, Katia. II. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. III. Título. CDU 621.38:004
SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC CEP: 88034-001 Fone: (48) 0800 48 12 12 www.sc.senai.br
Prefácio Você faz parte da maior instituição de educação prossional do estado. Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina. No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho. Com acesso livre a uma eciente estrutura laboratorial, com o que existe de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu futuro prossional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em oferecer um modelo de educação atual e de qualidade. Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movimento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional, oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu cação por Competências, em todos os seus cursos. É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos. Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções colaborativas dos professores mais qualicados e experientes, e contam com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com animações, tornando a aula mais interativa e atraente. Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria do Conhecimento.
Sumário Conteúdo Formavo
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40 Unidade de estudo 2 O Mundo Digital
Apresentação
54
Unidade de estudo 4 Placas Eletrônicas
11
12 Unidade de estudo 1 Eletrônica, a Revolução da Tecnologia
13
Seção 1 - Resistores
15
Seção 2 - Equipamentos de medição elétrica
41 41
Seção 1- O sistema decimal
43
Seção 3 - O sistema hexadecimal
45
Seção 4 - Códigos especiais
Seção 2 - O sistema binário
23 Seção 5 - Semicondutores, o nascimento da eletrônica 24 Seção 6 - Diodos e fontes de tensão 28 Seção 7 - Transistor bipolar 31 Seção 8 - Reguladores de tensão 33 Seção 9 - Fonte de tensão chaveada
56 Seção 2 - Tipos de encapsulamentos de componentes eletrônicos 57 Seção 3 - Procedimentos básicos para soldagem e dessoldagem de componentes
46 Unidade de estudo 3 A Eletrônica Digital
19 Seção 3 - Capacitores 22 Seção 4 -Transformadores
55 Seção 1 - Partes principais de uma placa eletrônica
47
Seção 1 - Eletrônica analógica e digital
48
Seção 2 - Família de circuitos digitais
49
Seção 3 - Funções lógicas e portas lógicas
Finalizando
51
Referências
53
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo Carga horária da dedicação Carga horária: 60 horas
Competências Executar medições de grandezas elétricas em ambiente computacional, ulizando equipamentos e aparelhos eletroeletrônicos de acordo com as normas regulamentadoras. Realizar reparos de circuitos eletrônicos em ambiente computacional, ulizando componentes básicos da eletrônica.
Conhecimentos ▪
Fundamentos da eletrônica (conceitos básicos, histórico e aplicações).
▪
Princípios de funcionamento.
Componentes básicos de eletrônica (resistores, capacitores, transformadores, diodos, leds, ci reguladores). ▪
▪
Sistemas de numeração e conversão entre bases numéricas.
▪
Famílias de circuitos lógicos: l e cmos.
▪
Funções e portas lógicas.
▪
Circuitos codicadores.
▪
Circuitos decodicadores.
▪
Diferenciação entre circuitos analógicos e digitais.
▪
Aplicação de instrumentos de medição: mulmetros, ohmímetros, wametros.
▪
Técnicas básicas de soldagem e dessoldagem de componentes eletrônicos.
Habilidades ▪
Realizar e interpretar medições em sistemas eletrônicos.
▪
Interpretar diagramas esquemácos e de layout .
▪
Realizar técnicas de pré-forma de componentes eletrônicos.
Ulizar ferramentas e disposivos adequados para reparos de placas de circuito impresso. ▪
▪
Ulizar técnicas de PCI (inspeção visual, soldagem, dessoldagem).
▪
Interpretar diagramas elétricos e eletrônicos
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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Atudes
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▪
Proavidade.
▪
Respeitar os prazos e horários propostos.
▪
Respeitar as normas de segurança.
▪
Atudes zelosas perante equipamentos.
▪
Respeitar as prácas de qualidade.
▪
Éca.
▪
Responsabilidade socioambiental.
▪
Trabalho em equipe.
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Apresentação Você já reparou como o mundo está mudando? A cada dia aparecem novas tecnologias. Aqueles equipamentos modernos e interessantes que você usava há dois anos atrás já estão ultrapassados. Celulares, conversas em áudio e vídeo em tempo real e aparelhos que só existiam em lmes de cção cientíca já são realidade no nosso dia a dia. E tudo isso gra ças ao desenvolvimento da eletrônica. Você está iniciando no estudo de uma área muito importante para a indústria e, com isso, entrará em um grupo quase mágico: o grupo das pessoas que conhecem eletrônica! Isso abrirá várias portas no mercado, especialmente para quem, como você, trabalha com computadores. Essa área de manutenção de computadores está em pleno crescimento, pois, cada vez mais, pessoas estão comprando equipamentos de informática e esses equipamentos continuam evoluindo. Por isso, aproveite esse material e o seu tempo no SENAI para garantir a evolução do seu conhecimento. Bons estudos!
Carlos Eduardo Carvalho Formado em Engenharia Elétrica pela Udesc − Joinville. Atuou em desenvolvimento de soware e hardware para equipamentos eletrônicos em usinas hidroelétricas. Leciona as disciplinas de Lógica de Programação, Microcontroladores, Acionamentos Elétricos e Projetos Elétricos nos cursos técnicos de Automação, Mecatrônica e Eletrotécnica. Atua em STT, desenvolvendo programas para microcontroladores aplicados em equipamentos eletrônicos.
Kaa Hayashi Formada em Engenharia Elétrica pela UDESC − Joinville. Atuou em desenvolvimento de pré-projeto e orçamento de instalações elétricas e automação industrial em refrigeração industrial. Leciona as disciplinas de Eletricidade Básica, Eletrônica Básica e Eletrônica Digital, Soware de Sistema de Supervisão e Robóca Industrial nos cursos técnicos de Automação Industrial e Mecatrônica. Atua como tutora de curso NR 10 na modalidade de Educação a Distância.
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Unidade de estudo 1 Seções de estudo Seção 1 - Resistores Seção 2- Equipamentos de medição elétrica Seção 3 - Capacitores Seção 4 - Transformadores Seção 5 - Semicondutores, o nascimento da eletrônica
Seção 6 - Diodos e fontes de tensão Seção 7 - Transistor Bipolar Seção 8 - Reguladores de tensão Seção 9 - Fonte de tensão chaveada
Eletrônica, a Revolução da Tecnologia SEÇÃO 1 Resistores Quando você estuda qualquer assunto novo, precisa iniciar por algo bem simples. Então, para iniciar o estudo da eletrônica, você aprenderá sobre a resistência elé trica e os resistores. De acordo com Capuano et al. (1998, p. 9), “Resistores são componentes que têm por nalidade oferecer uma oposição à passa gem de corrente elétrica por meio de seu material. A essa oposição damos o nome de resistência elé trica, que possui como unidade o Ohm (Ω) [...]” Então você pode entender a resistência elétrica como uma caracte -
rística dos materiais. Por exemplo, uma peça feita de cobre tem uma resistência elétrica muito menor do que uma peça feita de plástico. A água pura tem uma resistência elétrica alta, mas quando a água possui outros elementos misturados, a sua resistência baixa. Na eletrônica, muitas vezes precisamos controlar a passagem da corrente elétrica e, para isso, precisamos utilizar a resistência elétrica. Isso é feito por meio do componente resistor. Na gura a seguir você pode ver um resistor utilizado na eletrônica
Perceba que o resistor não tem o valor da sua resistência elétrica marca do no corpo do componente. Para saber a resistência, utilize o código de cores e as faixas coloridas pintadas no resistor. O código de cores é padronizado e aparece no quadro a seguir.
COR
1º ALGARISMO
2º ALGARISMO
3º ALGARISMO
MULTIPLICADOR
TOLERÂNCIA
PRETO
0
0
0
1
X
MARROM
1
1
1
10
±1%
VERMELHO
2
2
2
100
±2%
LARANJA
3
3
3
1000
X
AMARELO
4
4
4
10000
X
VERDE
5
5
5
100000
±0,5%
AZUL
6
6
6
1000000
±0,25%
VIOLETA
7
7
7
10000000
±0,1%
CINZA
8
8
8
X
±0,01%
BRANCO
9
9
9
X
X
DOURADO
X
X
X
0,1
±5%
PRATEADO
X
X
X
0,01
±10%
Quadro 1: Código de cores de resistores Fonte: Capuano e Marino (2006)
Para determinar a resistência elétrica, conra os passos a serem seguidos: 1. Posicione o resistor de forma que a faixa mais próxima da borda que virada para a esquerda. Veja a gura a seguir.
Figura 2: Exemplo de resistor de quatro faixas Figura 1: Resistor Fonte: Kitor (2010)
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56kΩ: Lê-se cinquenta e seis ohms, ou cinquenta e seis quilo ohms, com mais ou menos 5% de tolerância
DICA Se não for possível idencar qual é a faixa mais próxima da borda, observe que as cores preto, dourado e prateado nunca serão as primeiras.
2. Verique se o resistor é de quatro ou cinco faixas. 3. Se ele for de quatro faixas, as duas primeiras serão os dois primeiros algarismos, a tercei-
ra faixa será o multiplicador e a quarta faixa será a tolerância. Por exemplo, na gura acima temos: 1ª faixa: verde → 5; 2ª faixa: azul → 6; 3ª faixa: laranja → x 1000; 4ª faixa: dourado → ±5%.
1ª faixa: azul → 6; 2ª faixa: cinza → 8; 3ª faixa: verde → 5; 4ª faixa: vermelho → x 100; 5 ª faixa: prateado → ±10%. Então, esse resistor será de 68500 Ω, ou 68,5 kΩ, com ±10% de tolerância. Conforme Albuquerque (2008, p. 69), os resistores são fabricados com valores padrão, ou seja, não existe qualquer valor de resistência. Para que você consiga obter um valor especíco que não é pa dronizado, você pode fazer asso ciações de resistores. Essas associações são de duas formas: série ou paralelo. Para Capuano et al. (1998, p. 35), “uma associação de resistores forma um circuito série, quando 2 re sistores estão ligados um ao outro através de apenas um ponto em comum”. Veja os exemplos das guras.
Portanto, a resistência elétrica desse resistor é de 56000 Ω, ou 56 kΩ, com ±5% de tolerância. 4. Mas se o resistor tiver cinco faixas, como o da próxima gura, a terceira faixa também será um algarismo, a quarta será o multiplicador e a quinta será a tolerância.
Figura 4: Circuito em série de 2 resistores
Perceba que os resistores R1 e R2 estão ligados apenas pelo ponto C.
Figura 5: Circuito de três resistores em série Figura 3: Resistor de cinco faixas
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Agora você pode ver que o R1 e o R2 continuam ligados apenas pelo ponto C e o R2 e o R3 estão ligados apenas pelo ponto B. Veja na gura seguinte um exemplo de ligação onde os resistores não estão em série. Da mesma forma que na asso ciação em série, não há número máximo para resistores em uma associação em paralelo. Também é possível que existam ligações de resistores que mistu ram a associação em série com a associação em paralelo. Essas ligações são conhecidas como circui tos mistos ou série paralelo. ‘‘Denominamos circuito série, paralelo ou misto, quando ele é formado por associações sé rie e paralela, onde respectiva -
Figura 6: Associação indenida de resistores
Nessa gura, os resistores R1 e R2 estão ligados apenas pelo ponto C, no entanto, existe um terceiro resistor (R3) que também está ligado ao ponto C. Dessa forma, essa ligação não está em série. De acordo com Albuquerque (2008, p. 70), na ligação em série a re sistência equivalente total do circuito é dada pela soma da resistência elétrica de cada resistor, ou seja: REQ = R1 + R2 + R3 +
...
mente suas propriedades são
válidas’’(CAPUANO, 1998, p. 43). Então você poderá encontrar cir cuitos parecidos com os das guras 8 e 9.
+ Rn
Não existe um número denido para a quantidade de resistores que po dem ser associados em série. Outra forma de associar resistores é a ligação em paralelo. Nessa ligação, os resistores estão ligados sempre no mesmo par de pontos.
Figura 8: Exemplo de circuito misto
Figura 7: Associação em paralelo de resistores
Veja que os resistores R1, R2 e R3 estão ligados entre os pontos A e B. De acordo com Capuano et al. (1998, p. 38), a resistência equivalente ao total de uma associação em paralelo é dada pela equação a seguir:
Figura 9: Circuito série – paralelo
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SEÇÃO 2 Equipamentos de medição elétrica Sempre que for necessário testar um circuito eletrônico, seja para fazer manutenção ou para identicar um componente, você precisará utilizar um equipamento de medição. O equipamento mais comum na manutenção de computadores é o multímetro. Com ele é possível medir tensões, correntes, resistência elétrica e testar vários componentes eletrônicos, como os diodos e transistores.
Figura 10: Mulmetro digital Fonte: Fluke (2011)
O multímetro, ou multiteste, é um conjunto de medidores para medir grandezas especícas que são selecionadas por meio de uma escala gi ratória. Então se você precisar medir tensão, você deverá selecionar a escala de tensão correta. Além de vericar se a tensão é alternada ou contínua, você deve selecionar o valor correto. Por exemplo, se você quiser medir a tensão da tomada na sua casa, você deve selecionar a escala de tensão alternada (VAC). E, nessa escala, você deve procurar o valor maior e mais próximo. Normalmente os multí metros têm valores de 20 V, 200 V e 750 V. No caso da gura abaixo, o multímetro tem as escalas de 200 V e 500 V. Então, para medir a tomada (220 V), você deve selecionar o valor de 500 V.
Figura 11: Escala pica de um mulmetro digital
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Como fazer uma medição?
Em primeiro lugar, para medir qualquer grandeza você deve saber o que você vai medir: tensão, corrente ou resistência. Veja um exemplo de medição de resistência na gura a seguir.
Figura 12: Associação em série de resistores
De acordo com o que vimos na seção anterior, a resistência equivalente total desse circuito deve ser: R Eq = R1 + R2 R Eq = 1200 + 560 R Eq = 1760 Ω Então, você deve escolher uma escala de resistência maior do que 1760 Ω. Depois, você deve colocar as ponteiras no multímetro e ligar uma pon teira no ponto A e a outra no ponto B. Para medir resistência elétrica, o circuito deve estar desenergizado.
Figura 13: Mulmetro na escala de resistência
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Figura 14: Medição de resistência na fonte de tensão
E se você quisesse medir a tensão no circuito da gura a seguir?
Figura 15: Circuito com fonte de tensão connua
Neste caso, a fonte é de tensão contínua 10 V, então precisamos utilizar a escala de tensão contínua, maior e mais próxima de 10 V. Na maioria dos multímetros essa escala será de 20V. Para medir a tensão no resistor R1, coloque uma ponteira no ponto A e a outra no ponto B, conforme a gura 16.
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Figura 16: Medição de tensão connua
Se você medir a tensão nos resistores R2 e R3, verá que o valor dessa tensão é igual para os dois componentes. Veja:
Isso acontece porque os resistores R2 e R3 estão ligados em paralelo, ou seja, no par de pontos B e C. Para medir tensão alternada, o procedimento é o mesmo. Você sempre precisa vericar a escala (tensão contínua ou alternada) e o valor que será medido. Além da medição de tensão, outra grandeza importante que pode ser medida é a corrente elétrica. Me dir a corrente é um procedimento um pouco mais complexo, mas seguindo todos os passos corretamente e cando sempre atento você poderá fazer a medição sem problemas. Conforme diz Albuquerque (2008, p. 101), “para medir a corrente, o multímetro deve ser colocado em série com o com ponente.” Além disso, você deve colocar as ponteiras nas posições corretas de medição de corren-
te. Isso ocorre porque o circuito eletrônico de um medidor de cor rente tem uma resistência elétrica muito baixa. Tome muito cuidado ao fazer a medição de corrente, connua ou alternada. Erros como escala errada, ponteiras na posição errada ou ligação incorreta no circuito podem danicar o equipamento ou até mesmo causar um acidente. Figura 17: Medição de tensão nos três resistores
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Imagine que você precisa medir a corrente elétrica no resistor R1 do circuito da gura a seguir. Veja a forma correta de ligar o multímetro.
Figura 18: Medição de corrente no R1
Para fazer essa medição, siga os passos abaixo: 1. Coloque as ponteiras na posição correta para medição de corrente. Verique no multímetro e, se tiver dúvidas, peça ajuda ao professor. 2. Selecione a escala de corrente contínua apontando para o valor mais alto dessa escala. Na maioria dos multímetros, esse valor é de 200 mA. Preste atenção! Agora vem a parte mais difícil. 3. Com a fonte desligada, desconecte os cabos que ligam o resistor R1 à fonte. Conecte a ponteira positiva do multímetro no polo positivo da fonte. Conecte a ponteira negativa do multímetro no terminal que cou solto do R1. 4. Ligue a fonte e verique o valor. Se for possível, diminua o valor da escala até alcançar uma escala que seja maior e mais próxima do valor a ser medido. Pronto! Seguindo sempre esses passos, você consegue medir a corrente contínua ou alternada. Veja na gura 19 como medir a corrente nos resistores R2 e R3.
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Figura 19: Medição de corrente connua
Perceba que a soma das correntes medidas no R2 e no R3 é igual à corrente medida no R1. Isso está de acordo com a Lei de Kirchhoff aplicada ao nó B (AIUB; FILONI , 2004 p. 120). É importante perceber que, para medir a corrente com um multí metro convencional, você pre cisará ‘‘abrir’’ o circuito, ou seja, desconectar um componente e
conectar o multímetro em série com o componente a ser medi-
do. Isso faz com que a medição de corrente seja a última opção de medidas, pois nem sempre é pos sível desconectar os componentes em um circuito eletrônico.
SEÇÃO 3 Capacitores Para Gussow (1997, p. 343), “Um capacitor é um dispositivo elétrico formado por duas placas condu toras de metal separadas por um material isolante chamado dielé trico. O capacitor armazena a car ga elétrica no dielétrico”. A grandeza elétrica expressa por um capacitor é a capacitância ou capacidade. Sua unidade de me dida é o Faraday (F). De acordo com Falcone (2002, p. 31), para ter 1 Faraday de capacitância, o componente precisa de uma carga elétrica de 1 Coulomb para atingir o potencial de 1 Volt. A equação que expressa a capacitância é: C = Q
Como essa unidade é muito gran de, ela costuma ser expressa em milifaraday ou microfaraday. microfaraday.
Dielétrico: também conheconhecido como isolante, é um material com capacidade de imimpedir a passagem da corrente elétrica. Exemplos de material dielétrico são o ar, o papel, a cece râmica e o plásco.
Segundo Gussow (1997, p. 347), os capacitores são diferenciados de
acordo com o seu dielétrico. Eles, na maioria, são despolarizados e podem ser usados em tensão e cor-
rente alternada ou contínua. No entanto, os polarizados, também conhecidos como eletrolíticos, só podem ser utilizados em corrente contínua com a polaridade correta. Observe a seguir os símbolos do capacitor usados nos circuitos eletrônicos.
Figura 20: Símbolos do capacitor – C1: capacitor despolarizado e C2: capacitor polarizado
Sempre verique se o capacitor possui polaridade ou não. Se possuir polaridade, faça a ligação apenas em tensão connua com a polaridade correta, pois a inversão da polaridade pode provocar a explosão do componente.
Veja Veja na gura a seguir alguns capacitores polarizados em uma placa-mãe.
V
Onde: C → Capacitância do capacitor Q → Quantidade de cargas elé tricas
V → Tensão Tensão elétrica
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Nesse carregamento, a tensão nos terminais do capacitor vai aumentan do lentamente até atingir o valor da fonte. Depois que isso ocorre, não existe mais diferença de potencial entre a fonte de tensão e o capacitor. Sem diferença de potencial, não existirá corrente no circuito. Ou seja, o capacitor está carregado. Veja Veja o carregamento carreg amento do capacitor na gura 23.
Figura 21: Capacitores polarizados na placa-mãe
De acordo com Braga (2005, p. 19), usar um capacitor é a forma mais simples de fazer a ltragem da tensão de saída de uma fonte de alimentação, por exemplo, na fonte do computador. Além da ltragem, você pode
Figura 23: Carregamento Carregamento do capacitor Fonte: Toginho, Pantoja e Laureto (2009)
No entanto, se você aplicar um capacitor em tensão alternada, o efeito será diferente. Em tensão alternada, o capacitor não cará carreg ado. Ao invés disso, ele provocará o atraso da tensão. (GUSSOW, 1997). Veja um circuito RC ligado em tensão alternada na gura a seguir.
usar o capacitor para criar circui-
tos temporizadores analógicos em tensão contínua, ou diminuir o atraso de corrente existente nos circuitos de tensão alternada. Quando você liga um capacitor em série com um resistor, conforme a gura 22, acontece um fenô meno chamado carregamento do capacitor.
Figura 24: Circuito RC com fonte de tensão alternada
Para que você entenda a ideia do atraso da tensão, veja a gura 25.
Figura 22: Circuito Resistor – Capacitor (RC)
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Figura 25: Onda de tensão atrasada em relação à corrente
Nessa gura, você vê a tensão em verde e a corrente em azul. Perceba que o pico de tensão ocorre depois do pico de corrente, ou seja, a tensão está atrasada. Essa característica de atraso da tensão no capacitor é mais utilizada nos sistemas de potência. Você conhecerá um pouco melhor a utilização do capacitor na seção 6, que fala sobre as fontes de tensão.
Medição de tensão Para medir a tensão em um circuito com capacitor, você vai usar o mes mo procedimento de medição de tensão no resistor. Veja: Veja:
Figura 26: Medição de tensão nos capacitores da fonte
Quando você estiver fazendo manutenção, o capacitor será um compo nente fácil de vericar. Se um capacitor estiver es tiver estragado, ele estufará ou arrebentará o seu encapsulamento. encapsulamento. No entanto, para testar um capacitor, o melhor é medir a tensão, caso você conheça o resto do circuito. Assim, você pode saber se a tensão correta está chegando no componente. Para medir a capacitância, você deve retirar o capacitor da placa, mas tome cuidado para não criar um problema, pois tirar e recolocar compo nentes pode danicar outras partes da placa.
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SEÇÃO 4 Transformadores “Os transformadores são máquinas elétricas formadas por duas bobinas isoladas eletricamente e enroladas em torno de um núcleo comum. Para se transferir a energia elétrica de uma bobina para a outra, usa-se o acoplamento magnéco. A bobina que recebe a energia de uma fonte CA é chamada de primário. E a bobina que fornece energia para uma carga CA é chamada de secundário.’’ (GUSSOW, 1997, p. 440).
Observe a gura 27. V1 e N1 são a tensão e o número de espiras do
Os transformadores são constitu ídos por bobinas, também conhe-
cidas como indutores, e por um núcleo. O transformador pode ser re-
baixador ou elevador. Quando a tensão de saída (secundário) é maior do que a tensão de entrada (primário), esse transformador é conhecido como elevador. Nesse caso, o número de espiras do se cundário é maior do que o núme ro de espiras do primário. Se a tensão de saída é menor do que a tensão de entrada, o trans formador é chamado de rebaixa dor. Assim, o número de espiras do secundário é menor do que o número de espiras do primário.
primário, respectivamente, e V2 e N2 são a tensão e o número de
espiras do secundário. O símbolo de circuito do transformador apa-
rece na gura 28.
Por outro lado, quando algum problema acontece nas placas in ternas do computador, a corrente drenada por essas placas também pode ser muito alta, criando o mesmo efeito de aquecimento e danicando a isolação das bobi nas. Como medir a tensão em um transformador?
O transformador é um componente fácil de testar. Você pode medir a tensão de entrada (primá rio) e conferir se o valor que está chegando ao transformador é o valor correto. Também pode medir a tensão de saída (secundário) ou, em alguns casos, as tensões de saída, pois um transformador pode ter várias tensões de saída diferentes. Assim você pode vericar se a tensão de saída está correta.
Figura 29: Transformadores na placa da fonte
Em um computador, você vai encontrar um transformador na
Figura 27: Transformador básico
fonte de alimentação. Existem basicamente três formas de um transformador dar proble ma. Se o transformador é muito anti go, a isolação pode estar deterio rada e o transformador pode en-
trar em curto. Essa situação não é muito comum, mas pode ocorrer. Se você ligar o primário do trans formador em uma tensão maior
Figura 28: Símbolo de circuito para transformador
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do que aquela para qual ele foi projetado, a corrente elétrica nas espiras será muito grande e o aquecimento fará com que a iso lação derreta, causando um curto -circuito nas bobinas.
Figura 30: Símbolo de circuito para transformador com dois secundários
Em alguns casos, você também pode desconectar o transformador do circuito e medir a resis-
tência das bobinas. Elas nunca podem apresentar um circuito
aberto, devendo sempre ter uma resistência bem baixa. Lembre-se de que a medição de resistência deve ser feita com o circuito des-
ligado, ou seja, não pode existir tensão no transformador.
Indutores Como você viu, o transformador é constituído por bobinas ou in dutores. Esses indutores podem também ser aplicados separada mente, sem formar um transformador. Quando isso acontece, a função do indutor é de ltrar a corrente. Essa aplicação é muito usada na placa-mãe e nas fontes dos computadores. Veja nas gu ras 31 e 32 os indutores nas pla cas.
Conra na gura a abaixo como eram as válvulas desses computadores.
é necessário que você relembre os materiais condutores e os isolan tes. Vamos lá? ▪
Os condutores possuem mais
do que quatro elétrons na última camada do átomo. Esses elétrons não estão fortemente ligados ao átomo. Eles podem sair de um átomo e passar para outro. Isso facilita o transporte de energia elétrica no material. Os isolantes tem menos do que quatro elétrons na última camada e estão fortemente ligados ao núcleo do átomo. Então, é necessária muita energia para retirar um elétron, quer dizer, quando um material isolante conduz eletricidade, ele irá aquecer e queimar. ▪
Figura 33: Válvula diodo Fonte: Oliveira (2010) Figura 31: Indutores na placa-mãe
Para entender os semicondutores
Por causa do tamanho dos com ponentes e da necessidade de refrigeração, os computadores eram enormes, estragavam com facilidade e tinham capacidade muito pequena se comparados com os de hoje.
Figura 32: Indutores na placa da fonte de tensão
Os materiais semicondutores possuem quatro elétrons na últi ma camada. Isso faz deles mate ▪
riais isolantes quando estão puros. Veja um exemplo na gura 35. No entanto, se adicionarmos um ma terial especíco ao semicondutor, ele irá se comportar de maneira diferente.
SEÇÃO 5 Semicondutores, o nascimento da eletrônica De acordo com Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 1), o avanço rápido na criação de dispositi vos e circuitos foi permitido pela criação da válvula, em 1904, pelo cientista inglês John Ambrose Fleming. Esse componente foi chamado de válvula diodo e pode ser encontrado hoje em equipa mentos antigos e museus. Com esse equipamento foram constru ídos os primeiros computadores.
Figura 34: Computador da década de 1940 Fonte: Caciato (2010)
A partir da década de 1920, a utilização dos semicondutores foi aumentando até a invenção do diodo semicondutor, que substituiu a válvula diodo com grandes vantagens, como consumir menos energia e ocupar menos espaço (MARQUES, CHOUERI JR.; CRUZ, 2002).
Figura 35: Semicondutor com quatro elétrons na úlma camada Fonte: Marnez (2008)
Quando adicionado um mate-
rial com cinco elétrons na última camada, quatro desses elétrons irão se ligar aos elétrons do semi condutor. O outro elétron cará livre. Então esse material cará
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com excesso de elétrons, ou seja, negativo. Por isso, é chamado de material do tipo N (MARQUES, CHOUERI JR.; CRUZ, 2002, p. 18).
SEÇÃO 6 Diodos e fontes de tensão Segundo Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 21), o diodo semi condutor é feito por uma junção PN, ou seja, pela união de um material tipo P com um material tipo N.
Figura 36: Material do po N Fonte: Marnez (2008)
No entanto, se você adicionar um material que possui três elétrons na última camada, esses três elétrons irão se ligar ao semicondu tor, mas cará uma lacuna nessa ligação pela falta de um elétron. Por causa dessa lacuna, o material passa a se comportar como se es-
tivesse carregado positivamente, sendo chamado de material do tipo P.
Pela gura você pode ver o senti do de condução do diodo. A cor rente passará sempre do anodo para o catodo. Na gura 40 você pode ver os dio dos D6, D17 e D18 destacados na placa-mãe de um computador.
Figura 40: Diodos na placa-mãe Figura 38: Junção PN Fonte: Braga (2010)
Quando essa junção é feita, acon tece um fenômeno chamado de recombinação. Os elétrons livres no material tipo N ocupam as la cunas existentes no material tipo P. Isso faz com que no meio da junção apareça uma região neutra. Essa região é chamada de camada de depleção ou barreira de poten cial (MARQUES; CHOUERI JR.; CRUZ, 2002, p. 22). E pronto! Esse é o componente eletrônico chamado de diodo. Basicamente falando, o diodo funciona como uma válvula dire cional. Ele apenas permite a pas sagem da corrente elétrica em um sentido. O símbolo de circuito do diodo aparece na gura a seguir.
Figura 37: Material do po P Fonte: Marnez (2008)
Se o diodo for ligado de forma que a corrente tente passar do catodo para o anodo, o diodo se comportará como uma chave aberta.
Figura 41: Representação do diodo quando não está conduzindo
No caso da gura 41, dizemos que o diodo está na polarização reversa. Nesse caso, a corrente não atravessa o diodo. Quando o diodo conduz eletrici dade, ele é representado por uma chave fechada. Essa polarização é conhecida como polarização dire ta.
Esses dois tipos de material, P e N, são os responsáveis na cons trução da maioria dos compo-
nentes eletrônicos existentes no mercado.
Figura 42: Representação do diodo quando está conduzindo Figura 39: Símbolo de circuito do diodo
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
No caso da polarização direta, a corrente consegue passar pelo diodo. Utilizando o diodo, você pode construir um circuito chamado de re ticador. É o circuito que vai pegar a tensão alternada na entrada e fornecer a tensão contínua, na saída. Mais tarde, você vai perceber que o reticador é o coração da fonte de tensão do computador. De acordo com Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 46), o mais sim ples dos reticadores é o reticador de meia onda. Esse circuito é apre sentado na gura 44.
Figura 43: Recador de meia onda
Nesse circuito, você pode ver que o diodo está em série com a carga. Ou seja, toda a corrente que chega na carga terá de passar pelo diodo. Para entender o funcionamento desse circuito, é necessário analisar as formas de onda. Na gura 44 você vê a medição da tensão entre o ponto A e o ponto de TERRA. O secundário do transformador está fornecendo 12 V ecaz.
Figura 44: Forma de onda alternada senoidal no secundário do transformador
Nessa gura você percebe que a onda senoidal possui semiciclos po sitivos e semiciclos negativos. Quando a onda está no ciclo positivo, ela coloca o polo positivo no ponto A da gura 43 e o polo negativo no TERRA. Isso coloca o diodo na polarização direta, ou seja, ele vai conduzir a corrente do transformador até a carga. Mas quando a onda passa para o ciclo negativo, o polo positivo é co locado no TERRA e o polo negativo é colocado no ponto A. Assim, o diodo ca polarizado reversamente e não conduz corrente. O resultado disso para a carga você pode ver na gura 45.
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Figura 45: Forma de tensão na carga
Nessa gura, percebe-se que a tensão na carga tem apenas o semiciclo negativo, ou seja, agora essa tensão é contínua, no entanto, ela é pulsada. E você pode então perguntar: e o diodo? A resposta para essa pergunta está na gura 46.
Figura 46: Forma de tensão nos terminais do diodo
Perceba que a forma de onda da gura 46, mais a forma de onda da gu ra 46, geram a forma de onda da gura 45. Veja também que, no diodo, a maior parte da tensão é negativa, mas existe uma pequena parte positiva, que está circulada na gura acima. Essa parte é a barreira de potencial do diodo, que vale aproximadamente 0,7 V. Esse reticador, apesar de simples, é pouco usado, porque a tensão de saída é muito variável. Por isso foi montada outra conguração, que uti liza todos os semiciclos da onda. Esse circuito é chamado de reticador de onda completa em ponte e aparece na gura 47.
Figura 47: Recador de onda completa
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Apesar do susto, esse circuito é bem simples e é muito mais usado do que o reticador de meia onda. A conguração dos quatro diodos é chamada de ‘‘ponte de diodos’’. A tensão no secundário do transformador é a mesma da gura 44. Para Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 55), durante o semiciclo posi tivo, os diodos D1 e D3 conduzem e os diodos D2 e D4 cortam, passan do a tensão do secundário do transformador para a carga. No semiciclo negativo, os diodos D2 e D4 conduzem e os diodos D1 e D3 cortam, colocando a tensão de entrada na carga, com a mesma polaridade que a do semiciclo positivo. Você pode entender melhor observando a forma de onda na carga na gura 48.
Figura 48: Onda de tensão na carga
Agora você pode perceber porque esse circuito é chamado de onda completa. Veja que toda a onda de entrada é colocada na carga. No diodo, a forma de onda continua igual à do reticador de meia onda. Segundo Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 57), a vantagem desse reticador em relação aos outros modelos é que ele tem um
Na gura seguinte, você pode ver os diodos da fonte de tensão do computador montados na con -
guração de ponte.
rendimento maior e as pontes de
diodo já podem ser encontradas prontas para serem compradas. Veja na gura 50 um exemplo de ponte de diodos.
Figura 49: Ponte de diodos Fonte: NEI (2011)
Figura 50: Recador em ponte na fonte do computador
Observe a gura 48. Apesar de ter todo o ciclo de entrada, ela ainda é pulsada e a tensão chega a zero em alguns momentos. Para resolver isso, você usará o capacitor. Nesse circuito, o capacitor é colocado em paralelo com a carga, ou seja, ele vai inuenciar diretamente na tensão de saída. Veja na gura 51.
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Figura 51: Fonte de tensão com ltro capacivo
A principal diferença desse circuito está na forma de onda da tensão de saída. Observe na gura 52 o efeito de um capacitor de 4,7 µF em para lelo com uma carga de 1 kΩ.
Figura 52: Capacitor de 4,7 µF funcionando como ltro de tensão
Essa gura foi feita medindo-se, na gura 51, entre o ponto A e o TER RA. Perceba que agora a onda não chega mais a zero. Isso acontece da seguinte forma: “Com o primeiro semiciclo do sinal recado, o capacitor carrega-se através dos diodos D1 e D3 até o valor de pico. Quando a tensão recada diminui, os diodos que estavam conduzindo cam reversamente polarizados, fazendo com que o capacitor se descarregue lentamente pela carga. Quando, no segundo semiciclo, a tensão recada ca maior que a tensão no capacitor, os diodos D2 e D4 passam a conduzir carregando nova mente o capacitor até o valor de pico, e assim sucessivamente, formando uma ondulação denominada ripple.” (MARQUES; CHOUERI JR.; CRUZ, 2002, p. 60)
Para diminuir essa ondulação de ripple , você pode aumentar o valor do capacitor. Veja como a onda ca com um capacitor de 100 µF na gura 53.
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Figura 53: Forma de onda da saída do recador com C = 100 µF
Veja que a ondulação está bem menor do que na gura 52. Mas, por mais que você aumente o valor do capacitor, a ondulação de ripple sempre existirá. Para eliminar completamente a ondulação, você deverá usar um componente eletrônico chamado de regulador de tensão. Mas esse é um assunto que você estudará nas próximas seções.
Figura 54: Transistor NPN
SEÇÃO 7 Transistor Bipolar De acordo com Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 96), o transistor bipolar, inventado na indústria Bell Telephones , é um dispositivo semicondutor, de três terminais, e que apresenta as seguintes vantagens em rela ção às válvulas: ▪
▪
▪
▪
▪
▪
▪
menor tamanho; mais leveza; não precisa de lamento; mais resistente; mais eciente, pois dissipa menos potência; não precisa aquecer pra funcionar; trabalha com menores tensões de alimentação.
Figura 55: Transistor PNP
Cada terminal do transistor rece be um nome, de acordo com a sua função no componente. Tanto para NPN como para PNP, você encontrará nos transistores os ter minais Emissor, Base e Coletor. Os símbolos de circuitos utilizados para os transistores são os
que aparecem na guras 56 e 57.
Um microprocessador pode chegar a ter um milhão ou mais de transis tores em seus circuitos, todos montados em uma pastilha de silício de 25 mm². Construtivamente, o transistor é formado com os mesmos materiais do diodo. No entanto, ele possui uma camada a mais. O diodo só tem uma camada de material P e uma de material N. Já o transistor pode ter duas camadas de material P com uma camada de material N no meio, ou duas camadas de material N com uma camada de material P no meio. Isso permite a construção de dois tipos de transistores: o PNP e o NPN. Veja nas guras a seguir as diferenças.
Figura 56: Transistor NPN
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DICA
Figura 57: Transistor PNP
Perceba que a única diferença no símbolo é que, no transistor NPN, a seta indica que a corrente elétrica sai do emissor e, no PNP, a seta está entrando do emissor. Segundo Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 99), o emissor tem a função de emitir portadores de
carga para a base. A base é muito na, assim a maioria dos porta dores lançados do emissor para a base consegue atravessá-la, che gando ao coletor. O coletor recolhe os portadores que vêm da base. A sua espessura é maior do que a das outras cama das, pois nele se dissipa a maior parte da potência do transistor. Comercialmente, os transistores são fabricados com os encapsula mentos apresentados na gura 58.
Sempre procure o manual fornecido pelo fabricante do componente que você está usando. Um bom lugar pra procurar é no site do próprio fabricante ou no site Datasheet Catalog ().
A principal função dos transistores nos circuitos eletrônicos é controlar a passagem de corrente entre o emissor e o coletor por meio da base. O transistor poderá funcionar em três estados diferentes, de acordo com a forma como ele é ligado: corte, saturação ou na região ativa. Para Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 108), “[...] nas regiões de corte e saturação, o transistor fun ciona como uma chave eletrônica. Ou seja, quando ele está em satu ração, é como se fosse uma chave fechada, deixando a corrente uir. Quando o transistor está em corte ele funciona como uma chave aberta. Não deixa a corrente uir e a tensão aplicada no circuito ca nos terminais emissor e coletor.” Conra a seguir as guras de cha ve fechada e chave aberta para entender melhor.
Figura 58: Encapsulamentos de transistor Fonte: Ibercivis (2011)
A posição dos terminais do tran sistor depende do seu encapsula mento. Nem todos os transistores têm o terminal base no meio.
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Figura 60: Transistor em corte (chave aberta)
Na região ativa, o transistor fun ciona como um amplicador de sinais. Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 103) apresenta esse efeito de amplicação da seguinte forma: Um aumento na corrente de base iB provoca um número maior de recombinações, aumentando a corrente de coletor iC. Da mesma forma, a diminuição da corrente de base provoca a diminuição na corrente de coletor. Isso signica que a corrente de base controla a corrente entre emissor e coletor. A corrente de base, sendo bem menor que a corrente de coletor, faz com que uma pequena variação Δ iB provoque uma grande variação Δ iC . Isso signica que a variação da corrente de coletor é um reexo amplicado da variação da corrente ocorrida na base. O fato do transistor possibilitar a amplicação de um sinal faz com que ele seja considerado um disposivo avo.
O efeito de amplicação também pode ser conhecido como ganho de corrente e é expresso por: Figura 59: Transistor em saturação (chave fechada)
Teste de transistor O transistor pode ser testado facilmente usando a escala de dio -
do. Se você olhar a gura 61, você verá que o transistor é construído como se fossem dois diodos. Ou seja, duas junções PN.
Figura 61: Representação de transistores com diodos
Então, para testar o transistor, você fará o seguinte procedimento, considerando o transistor NPN: 1. Coloque o multímetro na escala de diodo. 2. Coloque a ponteira positiva do multímetro na base e a nega tiva no emissor. Isso vai po larizar diretamente a junção e você deverá medir uma tensão próxima de 0,7 V. 3. Coloque a ponteira positiva do multímetro na base e a negati va no coletor. O efeito deverá ser o mesmo do item 2. 4. Agora coloque a ponteira positiva no emissor e a negativa na base. Como a junção vai car polarizada reversamente, não deverá aparecer nenhum valor no multímetro. 5. Faça o mesmo com a pon teira positiva no coletor e a negativa na base. O efeito será o mesmo do item 4.
o procedimento do item 5 e apa recer um valor próximo de zero, o transistor deve estar danicado. DICA Lembre-se de que existem vários pos de transistores, como os JFETs e os MOSFETs, que são testados de formas diferentes. Tenha certeza de que você está testando um transistor bipolar NPN ou um PNP. Em alguns casos é necessário rerar o transistor do circuito, que atento!
Congurações básicas com transistor De acordo com Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 104) os transistores podem ser ligados de três formas básicas: BASE COMUM (BC), EMISSOR COMUM (EC), COLETOR COMUM (CC). Verique as três guras seguintes.
Figura 62: Conguração base comum (BC)
Figura 63: Conguração emissor comum (EC)
A conguração EC é a mais comum em circuitos transistoriza-
dos. Por isso, os parâmetros dos transistores que aparecem nos manuais técnicos têm essa conguração como referência (MAR QUES; CHOEURI JR.; CRUZ, 2002, p. 111). Os transistores são componentes utilizados na informática, no en -
tanto, para entender melhor, você precisa conhecer alguns regulado res de tensão e fontes chaveadas.
SEÇÃO 8 Reguladores de tensão De acordo com Braga (2005, p. 21), podemos criar uma fonte de tensão com um transformador, reticador e capacitor de ltro. Essa fonte pode alimentar deter minadas cargas, mas muitas vezes ela não é apropriada para circuitos digitais, como os dos computadores. Isso porque a tensão sobre a carga irá variar conforme ela exija mais ou menos corrente, ou seja, essa tensão não é regulada. Para que você tenha uma tensão constante sobre uma carga, mesmo quando ocorram variações da tensão de entrada ou da carga, é necessário que você use um cir cuito regulador de tensão. Para fazer isso existem diversas con gurações, que vão desde circuitos simples com poucos componen tes até congurações sosticadas, com circuitos integrados comple xos. O objetivo é eliminar a ondulação de ripple e deixar a tensão no valor exigido pela carga. Para isso, con ra o que é um regulador série e um regulador integrado.
Se você chegar a algum valor di ferente dos apresentados nesses
cinco itens – como por exemplo, se você zer o procedimento do item 2 e não aparecer nenhum va lor, ou aparecer um valor muito diferente de 0,7V; ou se você zer
Figura 64: Conguração coletor comum (CC)
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Regulador Série “A idéia básica de um regulador série é ligar em série com a linha de alimentação da carga um circuito que funcione como um re sistor variável tendo por referên cia um diodo zener“ (BRAGA, 2005, p. 21). Segundo Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002, p. 67) ”[...] o diodo zener é um componente semi condutor que tem quase as mes mas características que o diodo reticador comum. A diferença é a forma como ele se comporta quando está polarizado reversa mente. Por ele ser construído para conduzir corrente enquanto está na polarização reversa, ele pode ser usado como um regulador de tensão.” Veja a representação do símbolo
Figura 66: Fonte de tensão com regulador zener
Perceba que o diodo zener está polarizado reversamente. Nesse caso, ele conduz corrente e regula a tensão nos seus terminais. Para manter a corrente dentro dos níveis aceitáveis pelo diodo, é necessário adicionar o resistor Rs. O valor desse resistor deve ser calculado de acordo com a tensão V Z que você quer regular. Veja:
de circuito de um diodo zener a
seguir.
Figura 67: Fonte de tensão regulada com transistor
O zener mantém constante a tensão na base do transistor, polarizado pelo resistor. Visto que, para conduzir, a tensão de base do transistor deve ser aproximadamente 0,6V maior que a tensão de emissor, com o uso do zener como referência, garanmos que o circuito sempre se comportará no sendo de manter a tensão de emissor 0,6 V abaixo da tensão de base [...]” (BRAGA, 2005, p. 22)
Figura 65: Símbolo de circuito do diodo zener
De acordo com Marques, Choueri Jr. e Cruz (2002), a tensão que o diodo zener regula é conhecida como tensão zener (V Z ) e pode ser encontrada comercialmente entre 2 V e 200V. Você sabe como construir circuitos reguladores série simples? É possível construir usando um diodo zener. Se você adicionar um transistor, o seu circuito poderá fazer a regulagem de tensão e ainda ter uma corrente de saída maior. Veja dois circuitos reguladores com diodo zener.
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Segundo Braga (2005), a vantagem do circuito da gura 68 é que o zener é percorrido por uma corrente muito pequena em relação à corrente da carga. A desvantagem é que o transistor se comporta como um resistor variável e a sua dissipação de potência é muito alta. Regulador integrado
Outra forma de fazer a regulação de tensão é usar um componente cha mado de regulador integrado. Esse componente já possui um zener pola rizado internamente. (BRAGA, 2005). O símbolo do circuito do regulador de tensão integrado é apresentado na gura 68.
Figura 68: Regulador de tensão integrado
Esse regulador possui três terminais. Um deles é de entrada de tensão, o outro deve ser ligado no terminal comum, ou GND, e o último é o de saída, onde terá a tensão regulada. Veja o aspecto físico desse regulador.
Figura 69: Encapsulamento dos reguladores integrados Fonte: Konzen (2010)
Para fazer uma fonte de tensão regulada com esse componente, você deverá ligá-lo conforme mostra a gura 70.
Figura 70: Fonte de tensão com regulador integrado
Segundo Braga (2005), os reguladores integrados podem fornecer até 1 A de corrente na saída. Se for necessário uma corrente mais elevada é possível usar um transistor de potência juntamente com o regulador. Normalmente esse transistor é maior e necessita de um dissipador de calor. Veja na gura a seguir como essa montagem pode ser feita.
Figura 71: Fonte regulada com transistor e regulador integrado
Os resistores R2 e R3 são necessários para fazer a polarização correta do transistor.
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Veja na gura 72 uma fonte de computador aberta.
Figura 72: Fonte de tensão do computador
Outra fonte bastante utilizada é a conhecida como fonte simétrica. Com ela é possível conseguir tensões positivas e negativas iguais em torno de uma referência comum de 0 V ou terra (BRAGA, 2005). Conra o desenho de uma fonte simétrica.
Figura 73: Fonte de tensão simétrica regulada
Nesse caso, você usará dois tipos de reguladores integrados: U1 e U2. Aquele que regulará a tensão positiva (+V) terá o prexo 78. O que vai fornecer a tensão negativa (-V) terá o prexo 79. Os números que acom panham os prexos são o valor de tensão regulada na saída. Por exemplo: se você encontrar um regulador escrito 7812, signica que ele regula 12 V positivos. E se ele for 7912, então ele regula 12 V nega tivos em relação à referência.
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Nas guras abaixo você pode ver os transistores e reguladores de tensão aplicados na fonte e na placa-mãe do computador.
SEÇÃO 9 Fonte de tensão chaveada As fontes chaveadas estão em quase todos os eletrodomésticos, de televisores, aparelhos de som, DVDs a computadores. Nestes últimos, não só a fonte do com putador é chaveada, mas também a alimentação dos monitores que possuem o conhecido “tubo de imagem”, é feita por meio de uma fonte chaveada de alta tensão. Segundo Barbi e Martins (2000), as fontes lineares, que você estudou até agora, possuem um rendimento muito baixo, em torno de 50%. Isso porque uma parte da tensão sempre ca sobre um com ponente (transistor, resistor) que está em série. Isso faz com que a
Figura 74: Transistores na fonte do computador
corrente passe por esse compo-
nente também. Assim, passando corrente por um componente que tem tensão entre seus terminais, esse componente irá dissipar uma potência, ou seja, ele irá aquecer. Como você está construindo uma fonte de tensão e não um forno, esse aquecimento não é bom.
Figura 75: Transistores e reguladores na placa-mãe
Você pode ver que todos os componentes são juntados e ligados de formas diferentes para se conseguir diversos tipos de circuitos com fun ções diferentes. É por isso que a eletrônica é tão dinâmica e evolui tão rapidamente. Cada dia os componentes são ligados de formas diferentes, ou são construídos em tamanhos menores, que possibilitam novas apli cações e circuitos mais rápidos e econômicos. N próxima seção você verá a principal aplicação dos transistores atuais. Fique de olho.
“As fontes chaveadas, comutadas ou SMPS (Switched Mode Power Supply , do inglês) são fontes que controlam a tensão numa carga, abrindo e fechando um circuito comutador de modo a manter, pelo tempo de abertura e fechamento deste circuito, a tensão desejada’’ (BRAGA, 2005, p. 160).
De acordo com Barbi e Martins (2000), o rendimento das fontes chaveadas ca entre 70% e 98%.
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Para entender um pouco melhor a ideia das fontes, veja os diagramas de blocos nas guras 76 e 77.
Figura 76: Fonte linear
Figura 77: Fonte chaveada
Perceba que a única diferença da fonte chaveada para a fonte linear é o bloco de chaveamento, feito pelo transistor, e o segundo ltro, que nor malmente é feito por um indutor. A partir de agora, considere que os três primeiros blocos formam uma fonte de tensão contínua e a representação é o símbolo a seguir. Você sabe onde está a grande vantagem?
Figura 78: Fonte de tensão connua
A grande vantagem está no chaveamento, liga/desliga, do transistor. Lembre-se de que o transistor pode trabalhar nas regiões de corte (chave aberta) ou saturação (chave fechada). Na região de saturação, o transistor está conduzindo corrente e a tensão nos seus terminais é muito pequena, em torno de 0,5 V. Assim, a po tência que ele irá dissipar também será pequena (em relação à potência transmitida para a carga). Veja a gura.
Figura 79: Transistor na região de saturação (chave fechada)
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Já na região de corte, o transistor não conduz corrente. Toda a tensão da fonte ca aplicada nos terminais coletor e emissor. A carga não recebe nenhuma tensão. A potência dissipada nesse caso é zero. Observe.
Figura 80: Transistor na região de corte (chave aberta)
Na gura 80 você vê o circuito de uma fonte chaveada bem simples. Ela não possui nenhum ltro ou proteção. O gerador de pulso é um circuito utilizado para mandar o transistor ligar (saturação) ou desligar (corte).
Figura 81: Fonte chaveada
Os pulsos gerados normalmente são uma onda quadrada. O tempo de duração do nível alto da onda é variável. Isso faz com que a tensão na carga também seja variável. Essa onda que possui o tempo de duração variável é conhecida como PWM, ou Modulação por Largura de Pulso. A gura 82 apresenta um exemplo de onda que vem do gerador de pulso e entra no resistor R1. A tensão desse pulso é de 3 V.
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Figura 82: Sinal PWM vindo do gerador de pulso
O resultado desse liga/desliga do transistor é que a carga recebe tensão pulsada. Na gura 83, você vê a forma de onda que chega na carga (em vermelho) e como a carga interpreta essa tensão (em azul). A carga ‘‘sente’’ a tensão média e não os pulsos. A duração desses pulsos é de 250 ns, ou seja, o transistor ca ligado apenas 25% do tempo.
Figura 83: Forma de onda na carga
Veja que a tensão dos pulsos na carga é 100 V, a mesma da tensão da fonte contínua, mas a tensão média é de aproximadamente 25 V. Na gura 83 você vê uma forma de onda com 500 ns de duração. Isso faz com que o transistor que ligado durante 50 % do tempo. Observe na gura que a tensão média se aproxima de 50 V.
Figura 84: Forma de onda com 50 % da tensão
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O que você encontrará em um circuito prático é mais parecido com o circuito da gura a seguir.
Figura 85: Circuito completo de uma fonte
Neste caso, a carga que está recebendo a tensão chaveada é o primário de um transformador. Isso faz com que a corrente seja ltrada e o cir cuito que isolado. Isso acontece porque não existe ligação física entre o secundário e o primário, essa ligação é feita apenas pelo campo mag nético do transformador. O diodo D2 impede o retorno da corrente para o transformador, pois isso poderia provocar a queima do transistor Q2. O capacitor serve para fazer a ltragem da tensão de saída. De acordo com Barbi e Martins (2000), a quantidade de tipos diferentes de fontes chaveadas não é muito grande, mas seis tipos são mais populares e difundidos: buck, o boost , o buck-boost, o cúk, o sepic e o zeta . As fontes chaveadas também podem ser conhecidas como conversores CC, que pegam uma tensão contínua e transformam para outro valor de tensão contínua. Nesta unidade curricular você estudou os princípios básicos da eletrô nica, o surgimento dessa ciência e como revolucionou todo o mundo. Conheceu os principais componentes eletrônicos, aprendeu a utilizar o multímetro – que é o principal instrumento de medida no momento de fazer a manutenção de qualquer equipamento eletrônico. Aprendeu também a maneira correta de fazer uma medição. Conheceu também o nascimento da eletrônica com os semicondutores. A próxima unidade vem com mais informações importantes para o seu dia a dia. Até lá!
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Unidade de estudo 2 Seções de estudo Seção 1 - O sistema decimal Seção 2- O sistema binário Seção 3 - O sistema hexadecimal Seção 4 - Códigos especiais
O mundo digital SEÇÃO 1
SEÇÃO 2
O sistema decimal
O sistema binário
O sistema decimal é o sistema numérico mais conhecido e utilizado por nós para valores e grandezas numéricas. Ele utiliza dez caracteres: (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9). Como você vai trabalhar com outros sistemas numéricos, vamos indicar as grandezas no sistema decimal com o índice 10. Algumas pessoas podem preferir usar o índice D. Ex.: 2710, 2011D.
O sistema binário usa dois caracteres ou dígitos para representar qualquer grandeza numérica (0 e 1). Esse sistema numérico é aplicado em circuitos digitais, pois permite apenas condições exatas (aberto/fechado; ligado/desligado). Cada um dos caracteres 0/1 em uma informação binária é co nhecido por bit . Para identicar os valores escritos em binário será usado o índice 2. Algumas pessoas preferem usar o índice B. Ex.: 1012, 1011B. Como saber a quantidade repre -
Notação posicional Segundo Marçula e Benini (2008), na notação posicional o que indica o valor de cada caractere em uma grandeza numérica é a posição na qual ele é escrito (ex.: unidade, dezena, centena, milhar). Veja a representação do número 1243 usando primeiro a notação posicional. 124310 = 1000 + 200 + 40 + 3 dezena) + (3 x unidade)
= (1 x milhar) + (2 x centena) + (4 x
Agora, veja a representação do mesmo número usando uma equação em potência de 10. Essa forma de representação do número por meio de uma equação com potência será útil a você logo a seguir. 124310= 1000 + 200 + 40 + 3 = (1 x milhar) + (2 x centena) + (4 x dezena) + (3 x unidade) = (1 x 1000) + (2x100) + (4x10) + (3x1) = (1 x 103 ) + (2x102 ) + (4x101 ) + (3x100 ) O expoente na potência de 10 indica a posição do caractere no número. Assim, você pode deduzir que, no número 124310, o caractere 1 assume a posição 3, o caractere 2 assume a posição 2, o caractere 4 a posição 1 e o caractere 3 a posição 0.
sentada em um número escrito em binário? Para poder respon -
der a essa pergunta, você estudará agora métodos de conversão en tre esses sistemas.
Método das divisões sucessivas Para transformar um valor es crito no sistema decimal para o sistema binário você precisa di vidir o número decimal sucessi vamente por 2, até que o último quociente seja menor do que dois (0 ou 1). Veja o exemplo abaixo transformando o número 15010 em um número na base 2: 150 ÷ 2 = 75 , resta 0 75 ÷ 2 = 37, resta 1 37 ÷ 2 = 18 , resta 1 18 ÷ 2 = 9, resta 0 9 ÷ 2 = 4, resta 1 4 ÷ 2 = 2, resta 0 2 ÷ 2 = 1, resta 0
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Vamos transformar o número 100112 para base 10: 1 0 0 1 1 (número binário) 4 3 2 1 0 (posição de cada bit ) ) 24 23 22 21 20 (base 2 elevada à posição do bit (0 x 24 ) + (1 x 23 ) + (1 x 22 ) + (0 x 21 ) + (0 x 20 ) (equação com potência de 2) ▪
▪
▪
▪
Figura 86: Representação do método da divisão sucessiva
Você vai resolvendo as divisões sucessivas considerando apenas os quocientes inteiros e reservando os restos de cada divisão.
Para obter o número binário, rela cione o último quociente com to dos os restos das divisões acima, assim: 10010110011. Observe a gura 86. Eis o seu número na Base 2 que representa 124310: 100101100112
Resolvendo a equação encontrada: (0 x 24 ) + (1 x 23 ) + (1 x 2 2 ) + (0 x 21 ) + (0 x 20 ) = 1910 O resultado é: 100112 equivale a 1910.
Método dos pesos Outra forma de transformar um valor escrito no sistema binário para o sistema decimal é conhecida como método dos pesos. Esse método considera apenas os valores dos pesos dos bits tipo 1 no número binário, ignorando os 0s. Para conseguir os pesos de cada bit basta elevar a base 2 ao expoente da posição do respectivo bit . No nal você deve somar os pesos dos bits tipo 1 do número binário. Assim, no binário 10011 2: ▪
▪
▪
▪
Método das potências Para transformar um valor escrito no sistema binário para o sistema decimal faça uso da notação po sicional. Primeiro identique a posição de cada bit . Depois escre va a equação com as potências e, nalmente, calcule o resultado da equação. Atenção! Agora é preciso escrever em forma de potência de 2! A base do número de origem é binária!
1 0 0 1 1 4 3 2 1 0 (posição) 24 23 22 21 20 (base elevada à posição) 16 8 4 2 1 (pesos)
Resultado: 16 + 2 + 1 = 19 10. OBS: O peso dos bits 0 (23 = 8 e 22 = 4) foram ignorados.
Método da tabela No método da tabela você desenha uma tabela com duas linhas e várias colunas. O número de colunas depende da quantidade de bits do número binário. Para preencher, você coloca, na célula da direita, na primeira linha, o número 1. E depois preenche a célula seguinte, na mesma linha, com o dobro do valor. Repita este último passo até o m da linha. Veja a tabela abaixo: Tabela 1: Método da tabela
128
64
32
16
8
4
2
1
Na segunda linha você preenche com os bits do número binário. Depois, soma os valores da primeira linha relacionados com bits 1.
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Para converter de decimal para bi nário, combine os valores da pri meira linha até que a soma destes seja igual ao valor decimal inicial. Marque cada um desses números anotando 1 na segunda linha. Pre encha com 0 as demais células. Veja o exemplo:
Método das divisões sucessivas Para transformar um valor escrito no sistema decimal para o sistema hexadecimal você precisa dividir o número decimal sucessivamente por 16, até que o último quociente seja menor do que 16 (0 até 15). Nas divisões sucessivas, considere apenas os quocientes inteiros e reserve os restos de cada divisão. Se os restos forem maiores do que 9, substua pela letra correspondente do sistema hexadecimal.
Para encontrar o número 1910, basta somar 16 + 2 + 1. Na segunda linha, preencha com o número 1 nas células sob 16, 2 e 1. Nas demais (8 e 4) preencha com o número 0. O binário encontrado é 10011.
Veja no exemplo abaixo a conversão do decimal 124310 em hexadecimal: 1243 ÷ 16 = 77, resta 11 (B H ) 77 ÷ 16 = 4, resta 13 (DH )
Tabela 2: Exemplo de preenchimento pelo método de tabela
16
8
4
2
1
1
0
0
1
1 Figura 87: Divisão para conversão decimal em hexadecimal
SEÇÃO 3 O sistema hexadecimal O sistema hexadecimal, ou simplesmente hexa, usa 16 caracteres para representar grandezas numé ricas (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E e F). As letras assumem os valores: A = 10, B = 11, C = 12, D = 13, E = 14 e F = 15. Para identicar as grandezas numéri cas escritas em hexadecimal, será usado o índice H. Se preferir pode usar o índice 16. Ex.: F011H. AABH, 25316. Agora, preste atenção que você vai aprender a fazer conversões de grandezas numéricas entre as ba ses 10 e 16 e entre as bases 2 e 16.
Terminadas as divisões sucessivas, relacione somente o último quociente com todos os restos das divisões, seguindo a ordem apresentada na gu ra 87. Agrupe 4 com 13 (D H ), e com 11 (BH ). Resultado: 124310 equivale a 4DBH.
Método das potências No método das potências, faça uso da notação posicional. Primeiro identique a posição de cada caractere. Depois escreva a equação com as potências e, nalmente, calcule o resultado da equação. Atenção! É preciso escrever em forma de potência de 1 6! A base do número de origem é hexadecimal!
Vamos transformar o número 1AF9H para base 10: 1 A F 9 (hexadecimal) 3 2 1 0 (posição de cada caractere) 163 162 161 160 (base 16 elevada à posição do caractere) (1 x 163 ) + (A x 16 2 ) + (F x 161 ) + (9 x 160 ) (equação usando potência de 16) ▪
▪
▪
▪
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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Resolvendo a equação encontrada: (1 x 163 ) + (A x 16 2 ) + (F x 16 1 ) + (9 x 160 ) = = (1 x 163 ) + (10 x 162 ) + (15 x 161 ) + (9 x 160 ) = (1 x 4096) + (10 x 256) + (15 x 16) + (9 x 1) = 4096 + 2560 + 240 + 9 = 6905 Resultado: 1AF9H equivale a 690510.
Exemplo 1: Para converter o número 1AF9H para a Base 2, rees creva o número com os caracteres
mais espaçados, consulte a tabela apresentada e escreva sob cada um deles a combinação de 4 bits correspondente. Depois junte a sequência de bits . 1 A F 9 (hexa) 0001 1010 1111 1001 (corres pondente de 4 bits )
Método da tabela para hexadecimal É possível fazer a conversão de grandezas numéricas escritas na Base 16 para a Base 2. Nesse método, cada caractere da Base 16 é representado por 4 bits . Isso porque o caractere hexadecimal de maior valor, F H, precisa de 4 bits para seu equivalente na Base 2. Veja abaixo: FH ↔ 1510 ↔ 11112 Para conseguir representar o caractere 1 H na Base 2 com 4 bits , basta colocar zeros à esquerda. 1H ↔ 110 ↔ 00012 Considerando todos os caracteres hexadecimais na Base 2 com 4 bits , resulta a tabela abaixo: Tabela 3: Caracteres hexadecimais
HEXA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F
8 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1
BINÁRIO 4 2 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1
1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1
EQUIVALENTE DECIMAL 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Para entender melhor, acompanhe os exemplos a seguir.
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00011010111110012 (número binário) Você pode retirar os três zeros à esquerda do número binário an terior. Resultado: 1AF9H↔ 11010111110012 Exemplo 2: Para converter um
número binário para base 16, agrupe os bits quatro a quatro e consulte a tabela. Escreva o carac tere hexadecimal correspondente a cada grupo de quatro bits , mantendo a sequência dos grupos. Observe a conversão do binário 10001110112 para base hexadeci mal. Binário 10001110112: 10 0011 1011 (divisão de bits quatro a quatro, da direita para a esquerda) 0010 0011 1011 (acrescente zeros a esquerda para completar o grupo de bits ) 2 3 B (consulta à Tabela 2) Resultado: 10001110112 ↔ 23BH ▪
▪
▪
Bit e byte
) é o nome de um dígito binário. Toda informação arma Bit ( Binary digit zenada ou processada dentro de um computador está em forma de bits . Como você viu, os bits são usados para representar grandezas numéricas, mas existem outras informações que necessitam de letras e símbolos. Para isso, existem sistemas que usam conjuntos de bits para representar letras, símbolos e outros caracteres. . Os sistemas de informática costu mam usar um conjunto de bits chamado byte . Segundo Tocci e Widmer (2003), “um byte é constituído sempre de 8 bits e pode representar quais quer tipos de dados ou informações”. Exemplos : 1bit → 0, 1 1Byte → 10011000, 01101001
SEÇÃO 4 Códigos especiais Além de trabalhar com números, os computadores precisam manipular letras, sinais e outros símbolos. Alguns códigos foram cria dos para resolver esta questão, como o BCD , GRAY , ASCII . Acompanhe, a seguir, algumas informações interessantes sobre o código ASCII . Código ASCII Na informática, um dos códigos mais conhecidos é o ASCII (American Standard Coded for Information Interchange). O código ASCII foi feito inicialmente com 8 bits ( 1 byte ), onde sete representam 128 símbolos encontrados nos teclados dos computadores. O oitavo bit tem como função auxiliar para detecção de erros na transmissão de informações. Ele é conhecido como Bit de Paridade. Com o passar do tempo surgiu outra versão do código ASCII , conhecida como versão completa ou estendi da, onde todos os oito bits são usados para representar 256 símbolos. No Apêndice A você pode ver uma versão estendida da tabela ASCII com 256 símbolos. Ainda nesse apêndice, você pode ver a sequência de bits 00100101 correspondente ao símbolo ‘‘ %’’ e entender melhor o uso da tabela ASCII . Conra!
Se o seu teclado usa o padrão AS CII, toda vez que você digita algo, faz uso deste código. Apertando uma tecla, acontece um contato elétrico e imediatamente é aciona do um circuito denominado codi-
cador. Esse circuito faz com que seja envidado ao computador o conjunto de bits correspondente à tecla digitada, conforme tabela de conversão do tipo de teclado (ex.: tabela ASCII ). O computador, por sua vez, vai fazer uso desse código e também de outros códigos especiais toda vez que precisar enviar uma informação ou dado a um periférico externo. Para isso, ele precisa de outro circuito digital denomina do decodicador. De acordo com Tocci e Widmer (2003), um decodicador é um circuito lógico que recebe um conjunto de entradas, que representa um número ou informação binária e ativa apenas uma saída de que corresponde ao número recebido. Os circuitos eletrônicos codica dores e decodicadores normal mente são parceiros de trabalho dos códigos de comunicação. Nesta unidade de estudo você reviu o que é um sistema deci -
mal, conheceu o sistema binário e o método tabela. Também co nheceu o sistema hexadecimal e aprendeu a converter decimal em hexadecimal. Na próxima unidade de estudo você vai conhecer um pouco mais sobre o mundo da eletrônica, passando pela eletrôni ca digital. Prepare-se!
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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Unidade de estudo 3 Seções de estudo Seção 1 -Eletrônica analógica e digital Seção 2- Família de circuitos digitais Seção 3 - Funções lógicas e portas lógicas
A Eletrônica Digital SEÇÃO 1 Eletrônica analógica e digital Na Unidade 1 você conheceu alguns componentes analógicos da eletrô nica presentes em praticamente todos os equipamentos eletrônicos. A descoberta de materiais semicondutores e seu uso na indústria eletrônica permitiu a diminuição no tamanho desses componentes eletrônicos e desencadeou uma transformação no padrão dos circuitos eletrônicos. Essa transformação possibilitou o desenvolvimento de uma nova ele trônica: a eletrônica digital. A eletrônica digital faz uso de circuitos com componentes eletrônicos microprocessados, e esses circuitos são conhecidos como circuitos integrados ou chips. Veja alguns exemplos a seguir.
Vantagens e desvantagens da eletrônica digital Quando observamos o mundo ao nosso redor percebemos que pra ticamente tudo segue um padrão contínuo ou analógico, como: tempo, velocidade, pressão, tem peratura. Para trabalhar com essas grandezas em um circuito digital é preciso antes converter os sinais do modo analógico para digital. Após a conversão, pode-se fazer o processamento no circuito
digital. Ao nal pode ser preciso converter o resultado novamente para o formato analógico. Todo o processo de transformação au-
menta o custo e a complexidade dos circuitos. Em compensação, quando a in formação já está no formato digital, é mais fácil e barato ar mazenar essa informação. A tec nologia digital também permite a construção de projetos maiores e mais complexos ocupando menos espaço físico quando comparado a um circuito analógico. Existem outras vantagens e des vantagens que podem ser citadas. Você consegue pensar em mais algumas?
Figura 88: Circuitos integrados Fonte: Eletro Áquila (2011)
Sinais analógicos e sinais digitais
Figura 89: Tipos de encapsulamento de circuitos integrados: a) DIP (dual-in-line package) de 24 pinos; b) envoltório de cerâmica exível de 14 pinos; c) envoltório montado sobre a supercie (surface-mount )
A forma mais evidente de diferenciar eletrônica analógica da eletrônica digital está no tipo de sinal que cada uma processa. Por isso vamos reforçar esse conheci mento.
Fonte: Lima (2011) ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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A eletrônica analógica trabalha com sinais contínuos, ou seja, grandezas como tensão e corren te, apresentando variação contí nua de valores no tempo. É pos sível observar essa continuidade em um gráco como o da gura a seguir. Dentro de um intervalo de tempo denido pode-se en contrar innitos valores do sinal relacionado; neste caso, um sinal de tensão. Veja.
SEÇÃO 2 Família de circuitos digitais Para permitir a comunicação entre diferentes circuitos digitais, foram criadas as famílias de lógicas circuitos digitais. Cada família lógica tem seu pacote ou série de circuitos integrados que garante ao projetista compatibilidade entre os circuitos menores. Segundo Lima (2011), é necessário conhecer as características gerais dos circuitos e as famílias lógicas mais populares para poder entender o tra balho em execução.
Família de circuitos digitais TTL
Figura 90: Sinal analógico
A eletrônica digital não trabalha com sinais contínuos, mas sim com sinais discretos. Esses sinais discretos ou sinais digitais são descontínuos em um intervalo de tempo denido e podem assumir apenas dois valores: alto ou baixo, 1 ou 0. Isso mesmo, esses sinais digitais são bits , com seus níveis lógicos alto (1) e baixo (0). Um exemplo de aplicação onde é fácil perceber esse sinal discreto é o re lógio digital. Sabe-se que o tempo varia de modo contínuo, mas o relógio digital apresenta o registro dessa variação em pequenos saltos ou intervalos de tempo (a cada mi nuto ou segundo).
Figura 91: Sinal digital
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Essa é uma família de circuitos integrados muito conhecida e seus com ponentes são facilmente encontrados nos laboratórios de eletrônica para experiências práticas. TTL signica Transistor-Transistor - Logic (Lógica Transistor-Transistor). A tensão de alimentação em circuitos eletrônicos TTL se restringe a 5 V contínuos, tendo faixas de tensão correspondentes aos níveis lógicos 0 e 1.
Figura 92: Gráco relacionando níveis lógicos com valores de tensão TTL Fonte: Melo (2002)
Índices: VIH – à tensão de entrada considerada como nível 1. Para TTL pico, VIHmín = 2V. VIL – à tensão de entrada considerada como nível 0. Para TTL pico, VILmáx = 0,8V. VOH – à tensão de saída considerada como nível 1. Para TTL pico, VOHmín = 2,4V. VOL – à tensão de saída considerada como nível 0. Para TTL pico, VOLmáx = 0,4V.
Onde: H corresponde à primei ra letra de ‘‘ High ”; L corresponde à primeira letra de ‘‘Low ”; I corresponde à primeira letra de ‘‘Input ”; O corresponde à primeira letra de ‘‘Output ”.
Família de circuitos digitais CMOS
SEÇÃO 3 Funções lógicas e portas lógicas Todo o processamento dentro de computador é realizado por circuitos digitais básicos conhecidos por portas lógicas. Esses circuitos com sinais digitais trabalham com bits , podendo assumir apenas dois valores 0 ou 1. As operações que as portas lógicas executam seguem os conceitos da álgebra de Boole, ou álgebra booleana. Os postulados e teoremas da álgebra de Boole foram escritos por George Boole em 1854. A álgebra booleana classica as informações em dois tipos: verdadeiras ou falsas. Matematicamente: Verdadeiro = 1 | Falso = 0
Outra tecnologia facilmente en contrada em projetos eletrônicos é a CMOS. CMOS signica Com-
Segundo Marçula e Benini (2008), em 1930, Alan Turing mostrou que, com a álgebra de Boole, apenas três funções lógicas são necessárias para determinar se uma sentença é ‘‘falsa’’ ou ‘‘verdadeira’’, tais como E plementary Metal Oxide Semiconductor ), OU ( OR ) e INVERSORA ( NOT ). Com essas funções é possí( AND (Semicondutor de Óxido-Metal vel implementar desde pequenos circuitos digitais até computadores. A Complementar). As característiexplicação do funcionamento dessas funções será por meio de sentenças cas principais dessa família são o ou armações teóricas e apenas uma resposta analisando as armações. reduzido consumo de corrente A condição das armações e da resposta pode ser verdadeiro e falso. (baixa potência), alta imunidade a ruídos e uma faixa de alimentação que pode variar de 5 V a 15 V, de pendendo do modelo. Função E ( AND) e porta lógica E ( AND) A família CMOS possui também uma determinada faixa de tensão Considere uma situação com duas armações iniciais A e B e uma ava para representar os níveis lógicos liação nal podendo ser um resultado verdadeiro ou falso para a avalia de entrada e saída, porém esses ção. O resultado será Verdadeiro somente se as duas armações forem valores dependem da tensão de verdadeiras. alimentação e da temperatura am ‘‘Buenos Aires é a capital do Brasil’’ E ‘‘O Sol gira ao redor da Ter biente. ra’’ → Resultado: Falso ‘‘Buenos Aires é a capital do Brasil’’ E ‘‘A Terra gira ao redor do Sol’’ → Resultado: Falso A melhor maneira de você ter ‘‘Brasília é a capital do Brasil’’ E ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ → certeza dos valores de tensão e corrente com que você vai Resultado: Falso trabalhar na manutenção do ‘‘Brasília é a capital do Brasil’’ E ‘‘A Terra gira ao redor do Sol’’ → seu circuito é pesquisando na Resultado: Verdadeiro internet a folha de dados do ▪
▪
▪
▪
seu CI.
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Na tabela a seguir você tem uma relação das combinações entre as ar mações iniciais e a resposta da análise. Tabela 4: Relacionamento da função E ( AND)
Armação A
Armação B
Resultado
Falso
Falso
Falso
Falso
Verdadeiro
Falso
Verdadeiro
Falso
Falso
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Existe um circuito lógico ou porta lógica que executa a mesma análise. Trata-se da porta lógica E ( AND ). A porta lógica E ( AND ) é representada também pelo símbolo ponto (.).
Figura 93: Símbolo da porta lógica E (AND) e função lógica E (AND)
Função OU (OR) e porta lógica OU ( OR) Considere uma situação com duas armações iniciais A e B e uma avaliação nal podendo ser um resultado verdadeiro ou falso para a avaliação. Para que o resultado seja Verdadeiro, basta que uma das armações seja verdadeira. ‘‘Buenos Aires é a capital do Brasil’’ OU ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ → Resultado: Falso ‘‘Buenos Aires é a capital do Brasil’’ OU ‘‘A Terra gira ao redor do Sol’’ → Resultado: Verdadeiro ‘‘Brasília é a capital do Brasil’’ OU ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ → Resultado: Verdadeiro ‘‘Brasília é a capital do Brasil’’ OU ‘‘A Terra gira ao redor do Sol’’ → Resultado: Verdadeiro ▪
▪
▪
▪
Na tabela a seguir você tem uma relação das combinações entre as ar mações iniciais e a resposta da análise.
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Tabela 5: Relacionamento da função OU ( OR)
Armação A
Armação B
Resultado
Falso
Falso
Falso
Falso
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Falso
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Existe um circuito lógico ou porta lógica que executa a mesma análise. Trata-se da porta lógica OU ( OR ). A porta lógica OU ( OR ) é represen tada também pelo símbolo mais (+).
Figura 94: Símbolo da porta lógica OU(OR) e função lógica OU (OR)
Função inversora (NOT ) Considere uma situação com uma armação inicial A. O objetivo dessa função é sempre inverter ou negar o sentido original da armação. As sim, você deve acrescentar antes da armação o termo ‘‘É falso que’’: ▪
▪
É falso que ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ → Resultado: Verdadeiro É falso que ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ → Resultado: Falso
Na tabela você tem uma reprodução das armações iniciais e a resposta da análise. Conra. Tabela 6: Relacionamento da função INVERSORA (NOT)
Armação A
Resultado
Falso
Verdadeiro
Verdadeiro
Falso
Existe um circuito lógico ou porta lógica que executa a mesma análise. Trata-se da porta lógica INVERSORA ( NOT ). A porta lógica INVER SORA ( NOT ) é representada também pelo símbolo ( ¯ ) barra superior, ou ( ' ) apóstrofo.
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Figura 95: Símbolo da porta lógica INVERSORA ( NOT ) e função lógica INVERSORA (NOT )
Função OU EXCLUSIVO ( XOR) e porta lógica OU EXCLUSIVO ( XOR) Além das funções lógicas anteriores, existe outra função lógica corres pondente muito usada na informática. É a função OU EXCLUSIVO ). Considere duas armações iniciais, A e B. A análise será verda( XOR deira se houver uma quantidade ímpar de respostas verdadeiras. ‘‘Buenos Aires é a capital do Brasil’’ OU EXCLUSIVO ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ →Resultado: Falso ‘‘Buenos Aires é a capital do Brasil’’ OU EXCLUSIVO ‘‘A Terra gira ao redor do Sol’’ → Resultado: Verdadeiro ‘‘Brasília é a capital do Brasil’’ OU EXCLUSIVO ‘‘O Sol gira ao redor da Terra’’ → Resultado: Verdadeiro ‘‘Brasília é a capital do Brasil’’ OU EXCLUSIVO ‘‘A Terra gira ao redor do Sol’’→ Resultado: Falso ▪
▪
▪
▪
Veja na tabela uma relação das combinações entre as armações iniciais e a resposta da análise. Tabela 7: Relacionamento da função OU EXCLUSIVO (XOR)
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Armação A
Armação B
Resultado
Falso
Falso
Falso
Falso
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Falso
Verdadeiro
Verdadeiro
Verdadeiro
Falso
Existe um circuito lógico ou porta lógica que executa a mesma análise. Trata-se da porta lógica OU EXCLUSIVO ( XOR ). A porta lógica OU EXCLUSIVO ( XOR ) é representada também pelo símbolo mais ( ⊕ ).
Figura 96: Símbolo da porta lógica OU EXCLUSIVO ( XOR) e função lógica OU EXCLUSIVO ( XOR)
Nesta unidade de estudo você
viu que a eletrônica digital faz uso de circuitos com componentes eletrônicos microprocessados conhecidos como circuitos integrados ou chips. Conheceu as vantagens e desvanta gens da eletrônica digital, viu as diferenças entre os sinais analógicos e digitais e conheceu os circuitos, funções e portas lógicas. Na próxima unidade você conhecerá as partes de uma placa eletrônica, encapsulamento e procedimento para soldagem de seus componentes. Até lá!
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Unidade de estudo 4 Seções de estudo Seção 1 -Partes principais de uma placa eletrônica
Seção 2 - Tipos de encapsulamentos de componentes eletrônicos Seção 3 - Procedimentos básicos para solda gem e dessoldagem de componentes
Placas Eletrônicas SEÇÃO 1 Partes principais de uma placa eletrônica Qualquer equipamento eletrônico possui seus componentes monta-
dos sobre uma placa, que muitas vezes é conhecida como placa ele trônica. Essa placa pode ser feita de fenolite ou bra. Na gura a seguir você vê um exemplo de placa que ainda não foi utilizada. Ah! A palha de aço é só para indicar que sempre é necessário limpar a placa antes de iniciar a montagem.
Figura 97: Placa usada na eletrônica Fonte: Poças (2011)
A placa possui pelo menos uma das faces coberta com uma ca mada de cobre. Nessa face são desenhadas as trilhas, que são as formas de ligação entre os com ponentes. Esses componentes são colocados do outro lado da placa e seus terminais passam por furos. Nesses furos cam pequenos círculos ou quadrados chamados de ilhas, onde os terminais dos com ponentes são soldados. Veja na gura um exemplo de placa com trilhas, ilhas e furos. Algumas ilhas estão circuladas em vermelho.
Figura 98: Placa semipronta Fonte: Poças (2011)
A face aonde vão os componentes é chamada de lado primário ou lado dos componentes e a face onde estão as ilhas, com as soldas, é chamada de lado secundário ou lado da solda. As placas mais simples possuem apenas um lado de cobre, como a das fontes dos computadores. No entanto, placas mais complexas, como as placas-mãe dos computadores, possuem duas faces com cobre. Isso facilita a distribuição dos componentes. Existem ainda placas de grande complexidade que possuem várias ca madas de cobre. Em algumas placas, essas camadas são usadas como planos de terra, para diminuir os ruídos elétricos nos circuitos. Essas camadas de cobre nas placas são conhecidas como layers . Então, se você encontrar uma placa com uma camada, essa camada será chamada de bottom layer (camada de baixo) . Se tiver duas, uma será a bottom layer e a outra será a top layer (camada de cima). Quando uma placa tem mais de duas camadas, essas camadas extras são conhecidas como mid layers (camadas do meio).
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PTH: PIN TROUGH HOLE (pino através do furo)
SMT: SURFACE MOUNT TECNOLOGY ( tecnologia de montagem de supercie)
SEÇÃO 2 Tipos de encapsulamentos de componentes eletrônicos Os componentes eletrônicos pos suem os símbolos padronizados, de acordo com as suas funções, mas quando eles são construídos, eles são encapsulados em diferen tes formatos. Então, muitas vezes você vê um componente que parece um transistor, mas ele pode ser um regulador de tensão ou até mesmo um sensor de temperatura. Os tipos de encapsulamentos são divididos em dois principais gru pos: PTH e SMT. Os componentes do grupo PTH são aqueles que precisam de furos para ser xados na placa. Já os componentes SMT não precisam de furos para ser xados na placa. Eles são soldados direta mente nas ilhas. A gura mostra exemplos de componentes SMD e PTH.
Veja nas guras a seguir exemplos de componentes PTH e SMT na placa-mãe e na fonte de tensão do computador.
Figura 100: Componentes PTH na fonte do computador
Figura 101: Circuitos integrados PTH e SMT na placa-mãe
Mas os componentes SMD pos suem muitos tipos de encapsulamento. Alguns deles são: ▪
Flat chip: os componentes en-
contrados nesse encapsulamento são os resistores e capacitores.
Figura 102: Componente at chip Fonte: Agosni (2009) Figura 99: Componentes PTH e SMD Fonte: Zênite (2008)
Os circuitos integrados (CI) possuem diversos tipos de encapsula mentos. Para os CIs PTH, existe o encapsulamento DIP, também conhecido como DIL. Essas si glas têm o mesmo signicado, Dual In-Line Package. 58
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Figura 103: Componentes at chip na placa-mãe
MELF: esses encapsulamentos são cilíndricos e os mais comuns são os diodos e resistores. ▪
Existem vários outros tipos de encapsulamentos e a cada dia no vos tipos aparecem. Muitas vezes os fabricantes precisam melhorar a dissipação de calor ou ocupar menos espaço na placa. Confor me você for estudando os com-
putadores, o seu conhecimento sobre os encapsulamentos irá au mentando. Figura 104: Componente MELF Fonte: Agosni (2009)
Para saber mais visite as páginas: e .
SEÇÃO 3 Procedimentos básicos para soldagem e dessoldagem de componentes Na manutenção de computadores
Figura 105: Diodos MELF na placa-mãe
QFP: é um encapsulamento usado para circuitos integrados e a sigla signica Quad Flat Packs . ▪
você irá se deparar com diversas situações onde será necessário re tirar um componente eletrônico para testá-lo ou para substituí-lo por outro. Em qualquer caso, você sempre deverá fazer a retira da e a colocação do novo compo nente de forma a não danicar a placa nem o componente. Para que isso seja possível, você deve ter as ferramentas corretas e conhecer algumas técnicas bá -
sicas. As duas ferramentas principais e mais comuns para o prossional da manutenção são o estanhador (ferro de solda) e o sugador. Figura 106: Circuito integrado QFP Fonte: Agosni (2009)
Figura 108: Estanhador com controle de temperatura Figura 107: Componente QFP na placa-mãe
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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A regra ‘‘quanto mais melhor’’ não se aplica aqui. Retire o estanho e mantenha o estanhador encostado na ilha. Retire o estanhador e deixe a solda esfriar lentamente. Não assopre. Se a solda esfriar muito rápido, pode causar trincas. Faça a limpeza do uxo que cou na placa. ▪
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Figura 109: Sugador de solda
Essas duas ferramentas irão suprir as suas necessidades na maior
parte das vezes. DICA É importante lembrar que na rerada e principalmente na colocação de um componente eletrônico, deve-se fazer uma limpeza das ilhas. Essa limpeza deve ser feita com um pincel macio embebido em álcool isopropílico. A limpeza é muito importante durante a manutenção e nunca é demais.
Os materiais mais importantes na
soldagem são: o estanho, que é o principal, e o uxo de solda. O estanho é o material que fará a liga entre o componente e a ilha. Normalmente ele é feito de esta nho e chumbo. Como o chumbo é poluente, foi desenvolvida uma nova liga, de cobre, estanho e pra ta. Essa liga exige uma temperatura maior do estanhador. Em muitos países da Europa não são mais aceitos equipamentos eletrônicos que contenham chumbo. O uxo é um material que ajudará na limpeza, no momento da solda. Ele irá reagir quimicamente com qualquer oxidação existente na ilha e no componente, facilitando a soldagem. Existem uxos pastosos e líquidos. Os pastosos são mais fáceis de utilizar e de limpar.
Figura 110: Exemplo de uxo aplicado em uma placa Fonte: NEI (2011)
Existem normas internacionais que apresentam todas as ferramentas, materiais e técnicas necessárias para uma boa manutenção de placas eletrônicas. Essas normas são elaboradas pelo IPC Association Connecting Eletronics In- dustries :
fault.aspx>. Esta página está em inglês, mas é possível entender fa cilmente os desenhos e métodos usados nas normas. A técnica principal para a colo cação de um componente PTH deve seguir os seguintes passos: Verique a posição em que o componente deve car. Ele cará encostado na placa ou deverá car levantado? Dobre os terminais do ▪
▪
componente de acordo com a
distância dos furos. Utilize um alicate apropriado ou um gaba rito. Cuidado para não quebrar ou danicar o corpo do compo nente. Limpe a ilha e o furo com um pincel. Aplique o uxo no terminal do componente e na ilha que está no lado da solda. Encoste a ponta do estanhador no terminal e na ilha, de forma a aquecer os dois. Após alguns segundos, encoste o estanho, fazendo o seu derre timento completo. Garanta que toda a ilha tenha recebido estanho. ▪
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60
CURSOS TÉCNICOS SENAI
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Para fazer a retirada, o procedi mento é um pouco mais com plexo. A primeira coisa que você deve ter é paciência. Alguns com ponentes simplesmente não querem sair da placa. Nesses casos você deve ter cuidado para não
arrebentar uma trilha ou levantar uma ilha. Uma boa ferramenta nesses momentos é um palito de madeira. Para componentes PTH, você pode seguir esses passos: Faça uma limpeza dos termi nais do componente. Passe uxo no terminal que deverá ser retirado. Encoste o estanhador e deixe que todo o estanho derreta. Retire o estanho com o sugador. Usando um palito de madeira ou um alicate pequeno, levante o componente. Se o componente não soltar, não faça força. Tente os procedimentos anteriores novamente. Se não funcionar, derreta bastante estanho e aplique na ilha ▪
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novamente e refaça os passos
anteriores. Para circuitos integrados, esse ▪
procedimento deve ser feito em
cada terminal, mas sem levantar os terminais com o palito. Tenha paciência e retire os terminais um
por um.
Para fazer a soldagem de um componente SMD é necessário um pouco mais de habilidade, pois os componentes são menores e
normalmente estão bem juntos um do outro. É bom você ter uma pinça para segurar os componen tes. Os seguintes passos devem ser observados. Faça a limpeza das ilhas usando um pincel embebido em álcool isopropílico. Encoste o estanhador na ilha, aquecendo-a. Aplique uma pequena quantidade de estanho na ilha. Se o ▪
▪
Aplique uxo nos terminais. Encoste o estanhador para derreter o estanho. Retire o estanho com o suga dor. Usando uma pinça, retire o componente. ▪
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Existem outras ferramentas que podem facilitar o seu trabalho, como a pinça térmica. Ela per mite que sejam aquecidos os dois terminais ao mesmo tempo. Veja a gura.
▪
componente tiver dois ou três
terminais, faça em todas as ilhas. Se for um circuito integrado, faça apenas em duas ilhas. ▪
Posicione o componente so-
bre a ilha de forma que ele que alinhado corretamente. Aplique uxo na ilha. Segurando o componente com a pinça, encoste o estanhador na ilha, fazendo que o estanho derreta e segure o terminal do componente. Faça esse procedimento para as outras ilhas. Se for um circuito integrado com vários terminais, você deverá estanhar um por um. Lembre-se sempre de aplicar o uxo. Após a soldagem, faça a limpeza com o pincel. ▪
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Figura 111: Pinça térmica Fonte: Toyo (2011)
Existem também vários tipos de pontas para estanhador, que po dem ser utilizadas de forma a me lhorar a retirada e a colocação de componentes SMT. Além desses equipamentos, é importante que você tenha uma esta ção de ar quente.
Para retirar um componente SMT, você poderá usar técnicas que de pendem da quantidade de termi nais que o componente tem. Se
Esses equipamentos ajudam muito na retirada ou colocação de componentes que tenham mui tos terminais, como conectores para memórias. Com eles é possí vel aquecer todos os terminais ao mesmo tempo. Eles possuem também vários bicos de ar, permitindo que se direcione o uxo de ar nos componentes e terminais corretos. Na área de manutenção eletrônica, três coisas são extremamente importantes: ter as ferramentas corretas, ter experiência e ter muita paciência.
Nesta unidade, você estudou um pouco mais sobre as placas eletrô nicas, encapsulamento de compo nentes, ferramentas necessárias para construir placas, melhores formas de soldar ou dessoldar. Além disso, conheceu também os equipamentos e procedimentos básicos para soldagem e dessoldagem de componentes. Técnicas para trabalhar com eletrônica são muitas. Você aprenderá conforme for realizando trabalhos. Inicialmente serão pequenos tra balhos, como trocar um capacitor PTH, depois retirar um resistor SMT, até conseguir retirar um conector e colocar outro. Trabalhe sempre com cuidado para não se
machucar nem estragar as outras partes da placa e faça sempre a lim peza das placas que serão conser tadas. Busque sempre a perfeição.
for um componente com dois ou
três terminais, como um resistor ou transistor, você pode usar só o estanhador. Para isso, siga os se guintes passos: Faça a limpeza dos terminais do componente. ▪
Figura 112: Estação de ar quente
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
61
Finalizando Mais uma etapa do seu processo de formação está se encerrando. Agora você conhece os principais equipamentos eletrônicos utilizados nos computadores. Sabe como funciona e para que servem os resistores, capacitores, indutores, transformadores, diodos e transistores. Também conhece o multímetro e como fazer uma medição de resistência e de tensão, que são muito importantes na manutenção. Você também tem uma boa base de eletrônica digital, que vai te permitir entender o funcionamento das máquinas digitais e descobrir problemas com mais facilidade. Ao longo desse material você também aprendeu sobre as principais técnicas para retirar e colocar um componente em uma placa e os tipos de encapsulamento dos componentes. Como você pôde perceber, a eletrônica é um assunto complexo, que exige dedicação e trabalho. Ainda existe muito para ser aprendido e desenvolvido. Mas a eletrônica também pode trazer muitas recompensas. Continue se esforçando que oportunidades aparecerão para você. Sucessos!
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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Referências ▪
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ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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Apêndice A Tabela 8: ASCII ( American Standard Code for Informaon Interchange)
Decimal
Hexadecimal
Símbolo
0
Binário 00000000
00
NUL
1
00000001
01
SOH
2
00000010
02
STX
3
00000011
03
ETX
4
00000100
04
EOT
5
00000101 00000110
05
ENQ
06
ACK
7 8 9
00000111 00001000 00001001
07 08 09
BEL BS HT
10
00001010
0A
LF
11 12 13
00001011 00001100 00001101
0B 0C 0D
VT FF CR
14
00001110
0E
SO
15 16 17 18
00001111 00010000 00010001 00010010
0F 10 11 12
SI DLE D1 D2
19
00010011
13
D3
20
00010100
14
D4
21 22 23 24
00010101 00010110 00010111 00011000
15 16 17 18
NAK SYN ETB CAN
25
00011001
19
EM
26
00011010
1A
SUB
27
00011011
1B
ESC
28
00011100
1C
FS
29 30 31
00011101 00011110 00011111
1D 1E 1F
GS RS US
32 33 34 35
00100000 00100001 00100010 00100011
20 21 22 23
SPC ! “ #
36
00100100
24
$
37
00100101
25
%
38 39
00100110 00100111
26 27
& ‘
6
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
69
70
Decimal 40 41
Binário 00101000 00101001
Hexadecimal 28 29
Símbolo ( )
42
00101010
2A
*
43
00101011
2B
+
44 45
00101100 00101101
2C 2D
, -
46
00101110
2E
.
47
00101111
2F
/
48
00110000
30
0
49
00110001
31
1
50
00110010
32
2
51
00110011
33
3
52
00110100
34
4
53
00110101
35
5
54
00110110
36
6
55
00110111
37
7
56
00111000
38
8
57
00111001
39
9
58
00111010
3A
:
59
00111011
3B
;
60
00111100
3C
<
61
00111101
3D
=
62
00111110
3E
>
63
00111111
3F
?
64 65 66
01000000 01000001 01000010
40 41 42
@ A B
67
01000011
43
C
68
01000100
44
D
69
01000101
45
E
70
01000110
46
F
71 72
01000111 01001000
47 48
G H
73 74 75 76 77 78
01001001 01001010 01001011 01001100 01001101 01001110
49 4A 4B 4C 4D 4E
I J K L M N
79
01001111
4F
O
80
01010000
50
P
81
01010001
51
Q
82
01010010
52
R
83
01010011
53
S
CURSOS TÉCNICOS SENAI
Anexo A Decimal 84 85 86 87 88 89 90 91 92
Binário 01010100 01010101 01010110 01010111 01011000 01011001 01011010 01011011 01011100
Hexadecimal 54 55 56 57 58 59 5A 5B 5C
Símbolo T U V W X Y Z [ \
93
01011101
5D
]
94 95 96 97
01011110 01011111 01100000 01100001
5E 5F 60 61
^ _ ` a
98
01100010
62
b
99
01100011
63
c
100
01100100
64
d
101
01100101
65
e
102 103 104 105 106 107 108 109
01100110 01100111 01101000 01101001 01101010 01101011 01101100 01101101
66 67 68 69 6A 6B 6C 6D
f g h i j k l m
110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123
01101110 01101111 01110000 01110001 01110010 01110011 01110100 01110101 01110110 01110111 01111000 01111001 01111010 01111011
6E 6F 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 7A 7B
n o p q r s t u v w x y z {
124
01111100
7C
|
125
01111101
7D
}
7E 7F
~ Delete
126 01111110 127 01111111 Fonte: Comunidade Brasil Acadêmico (2011)
ELETRÔNICA APLICADA À MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
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Apêndice A1 – Tabela estendida Dec
Hex
128
Char
Dec
Hex
80
160
128 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152
81 82 83 84 85 86 87 88 89 8ª 8B 8C 8D 8E 8F 90 91 92 93 94 95 96 97 98
153 154 155 156 157 158 159
Dec
Hex
Dec
Hex
A0
192
C0
224
E0
161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 AA Ab AC AD AE AF B0 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8
193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 CA CB CC CD CE CF D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8
225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 EA EB EC ED EE EF F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8
99
185
B9
217
D9
249
F9
9ª 9B 9C 9D 9E 9F
186 187 188 189 190 191
BA BB BC BD BE BF
218 219 220 221 222 223
DA DB DC DD DE DF
250 251 252 253 254 255
FA FB FC FD FE FF
Fonte: Comunidade Brasil Acadêmico (2011)
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CURSOS TÉCNICOS SENAI
Char
Char
Char