Boletím do Grupo de Jogo de Pau Compostela - Nº0 - Verán 2015
Editorial As inquedanças polo Jogo do Pau na Galiza que chegaram a sua investigaçom e prática foram convergindo ao longo de vários anos: as vontades de Isidro Pinheiro em Vila Garcia de Arousa, pessoas da Gallaecia im Armis e A Gentalha do Pichel em Compostela, mas a curiosidade de particulares autodidatas agromaram isto que hoje tens
Há três escolas: a do Norte, chamada gallega por ser oriunda da Galiza […] Os seus professores foram os mais dextros que então havia em Lisboa —um d’elles era gallego. O jogo gallego tem um grande alcance nos golpes de ponta e nos rebates, porque os dá geralmente só com uma mão...
nas mãos. Este vozeiro impresso nasce da vontade de partilhar as nossas humildes mas honestas pesquisas neste saber universal —ao tempo que particular e identitário— de usar o pau como elemento marcial (com o galho da luta), esportivo ou mesmo até de lazer na cultura galega tradicional.
— Zacarias d’Aça, «A esgrima nacional», artigo publicado em Diário da Manhã em 1883.
O grupo de Jogo do Pau Compostela quer vos convidar a descobrir e desenvolver o JdP e, assim, o nosso enxebre acervo cultural... ...e a quem me dê um pau,dou-lhe um peso!!
O jogo do pau é um arte marcial srcinário das ribeiras do Minho que se estendeu pola Galiza e Portugal. Emprega como armas primárias o pau (vara curta duns 120 cms de alto), o vara-pau (peça mais longa de aproximadamente 160 cms de comprimento) e a moca (vara mais curta rematada numa cabeça pesada, feita a partir de uma árvore pequena arrancada com a raiz); também incorpora, mais recentemente, o bastom ou bengala.
NOVAS:
O passado 11 de Abril o gr upo de estudo de Jogo do Pau da Gallaecia in Armis foi convidado para fazer uma exibiçom e ministrar uma aula no VII Encontro Galego de Esgrima Antiga, hospedado pola AOUREA - Associaçom Ourensá de Esgrima Antiga.
Jornadas HEMA Ourense (…) Home de ferrudo peito é Breixo de Montefaro, no xogo de pau tan destro que se na mau pilla un tranco rise de quen-o acometa co sabre millor temprado (…) «O vello do Pico-Sagro». Mingos Gallego Nº 2. 1860 .
O Jogo do Pau engloba-se dentro das Artes Marciais Históricas Europeias (HEMA), por quanto faz parte da tradiçom de técnicas de combate ocidental, mas tem a singularidade de ser das poucas disciplinas com uma tradiçom viva. No Portugal leva já desde a década de 70 do passado século a ser formalizada com as convençons das artes marciais modernas. Na Galiza
cou registada em cantigas e crónicas históricas e está viva na memória de uma geraçom de velhos que aprendeu, jogou e lutou a suas disputas com armas de madeira.
O Grupo de Estudo do Jogo do Pau Compostela somos vizinhas e vizinhos de Santiago e comarca interessados na recuperaçom do Jogo do Pau na Galiza como arte marcial moderna. Somos parte de Gallecia in Armis, associaçom que recupera artes marciais históricas como a Espada Longa ou a Espada e Borquel, todas incluídas dentro da HEMA (Historical European Martial Arts). Luitas com pau existem em todo o mundo e na Europa há diversas artes marciais reconhecidas: Palo Canario, Garrote Irlandes (Stick Figting), Laranza ou Bastom Siciliano, Le Canne e Jogo de Canhas na Franza
Os «Encontros Galegos» som tertúlias organizadas irregularmente polas salas galegas de HEMA para trocar conhecimentos entre as salas da Galiza e ter oportunidade de tirar com pessoas diferentes. Som atendidos por um numero considerável de pessoas em cada ediçom, que depois levam esses conhecimentos e experiência às suas agrupaçons
Lá foram os companheiros que estám a trabalhar no estudo do varapau a ministrar uma aula que teve um acolhimento entusiasta entre as pessoas que participaram. Ter oportunidade de divulgar o Jogo do Pau em esse contexto é,
sem dúvida, um to histórico na
normalizaçom de esta arte marcial tradicional na Galiza, e um passo mais na consolidaçom do nosso grupo de mecanismos de que a AGEA dispom trabalho. Parabéns, companheiros! para trabalhar a transmissom horizontal de conhecimento e técnica entre as salas que dela fazem parte.
respectivas. É, em denitiva, um dos
Una cachiporra. Martín Sarmiento (1746-1755c): Catálogo de voces y frases de la lengua gallega
El garrote corto y ochavado hacia el extremo inferior, por donde es más grueso, que llevan en la mano, o colgado de la muñeca por un cordón con unas borlas pequeñas, los paisanos de la antigua provincia de Santiago cuando van a las romerías, [ferias] y viajes. En las ochavas acostumbran a ponerles clavos dorados, con lo cual el arma es más dañosa en sus golpes. Antiguamente en vez de las borlitas o del nudo con que terminan los cordones de la moca, le echaban unas agujetas, y era común el llamar paus d’agulletas a esta clase de bastones, denominación con que todavía acostumbran a llamarlos por tierra de Salnés y de Pontevedra. Eugenio Reguera y Pardiñas (1840-1858): Traducción de algunas voces, frases y locuciones gallegas, especialmente de agricultura, al castellano, ed. de J. L. Pensado (Cadernos de Lingua, RAG, 1995)
Palo ó baston, estriado, ochavado ó de varias formas, barnizado y con clavos dorados, que usan los paisanos ricos y elegantes cuando van con los trajes de dia santo. Juan Cuveiro Piñol (1876) : Diccionario Gallego, Barcelona
Moca Pau Cacheiro, Pau de Agulhetas O pau por excelência dos galegos... A perigosíssima e contundente moca. As suas medidas variam desde o cumprimento de um bastom longo (100-120 cms.) até às de tipo «porra» curta (30-40 cms). Com o tempo, puseram-se de moda as formas talhadas de punho redondo e corte poligonal. Embora o mais comum era o latom ou ferro dourado, as tachas e agulhons podiam ser de prata. Isto junto a utilizaçom de couros de qualidade nos amalhos sublinham o caráter simbólico do pau como expoente da capacidade nem só viril, mas também económica do portador. Nom era algo que se levava às escondidas... As mocas som muito comuns em retratos
fotográcos tradicionais de emigrantes galegos (mesmo de crianças) no transo do século XIX para o XX.
basado en: «TIPOS NACIONALES.- EL GALLEGO» Ricardo Balaca y Orejas-Canseco La Ilustración Nacional - 1884.
Mozo tan valent’e fornido com’o Roque da Leiloa, non-o había en cen legoas a redonda. D’estatura xigante, e c’unhas maus tan fortes, qu’o mesmo servían pr’a barrer unha festa zarabatend’a moca, como prá collers’a rabela d’o arado, ou carregar un carro d’estrume n-un intre. «Contos enxebres: O lobo» . Manuel López Acuña. Vida gallega, nº 300, 31 - marzo - 1926.