RO SACRUCIANISMO
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O rdem R osac osacru ruzz ,
AMORC
A Sen endd a da d a Il Ilu m in aç ação ão s
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Por CLA RICE N. V. V. PESSOA, SRC
um a alegria abordar este tema qu e enfoca a própr ia AMORC, pelo que a Ordem representa em nossas vidas de estudant es rosacru zes, ou seja, a própr ia Luz de nos sa existência. Focalizar a Ordem , relembrar su as origens, seu nascimento t radicional e marcos da expansão e pr opagação que a Luz dessa Tradição percorreu ent re os h omen s, desde o começo da Fraternidade até o presente, é reforçar em n osso âmago o que nós, estu dantes, já conhecemos, e é, também , uma oportunidade de proporcionar um a m aior aproximação entre a O rdem e os leitores nãorosacruzes, que desejam um maior contato com a Rosacruz.
É
SENDA DA ILUMINAÇÃO – A Ord em é um a frater nidade ident ificada com a luz da compreensão dos mistérios da existência, a luz do conhecimen to qu e nos é dado at ravés dos ensin ame nt os e percepções, e significa compreen são e sabedoria pessoais. A compreensão dos m istérios nos torna verdadeiros agentes da Criação. Mediante essa compr eensão, nós aprendem os qual é o nosso papel no un iverso, nos harmon izamos com esse papel ou m issão e passam os a viver em conformidade com os ditam es do Deus interior, do Deus de nossa compr eensão; em out ras palavras, apren dem os a conh ecer, a respeitar e a agir em conformidade com as leis cósmicas. ORIGENS E A GRANDE FRATERNIDADE BRANCA – Houve um a época em qu e se acreditava que a origem dos rosacru zes não fora anterior ao século 17, época em que a Ordem ressurgiu em u m n ovo ciclo de atividades na Aleman ha, e que seu nascimento t radicional se situava em algum período da era cristã. Document os históricos, manu scritos e referências autên ticos, descobertos no século 19, recuaram a verdadeira origem e existência da Ordem até o cham ado período
tradicional: seu nobre n ascimen to rem onta ao Antigo Egito, há mais de t rinta séculos. Trechos d essa fascinan te h istória foram divulgados pela prim eira vez na revista American Rosae Crucis , em 1916. AS “ESCOLAS DE MISTÉRIOS” – No começo da 18ª dinast ia, os egípcios haviam alcançado um elevado grau de civilização e detinham um conhecimen to avançado, apenas comparável ao da época do renascimen to europeu . Mas, os mais profundos segredos da natu reza, da ciência e da arte não deviam ser confiados às massas e n em eram su scetíveis de preservação por m eio de um registro em papiros. Assim, os m ais sábios organizaram classes onde t ais segredos eram ensinados. Inicialment e, os m istérios estu dados eram os fenôme nos cíclicos da nat ure za; m ais tarde, representaram o conhecimen to incomu m, esotérico, das leis e dos propósitos da vida e do ser hum ano. Em alguns casos, classes mu ito seletas eram realizadas nas câmaras do faraó reinante; os m embros dessas congregações tornaram -se cada vez mais seletos, os ensinam entos m ais profundos e as discussões tão dialéticas que delas surgiu um a sociedade aut ocrática e secreta, integrada pelas inteligências verdadeirament e grandes da época. E desse modo, foram assentados os alicerces da Grande Fratern idade Branca, origem de nossa Fratern idade. A Ordem Rosacruz teve, portanto, sua concepção e seu n ascimen to n o Antigo Egito, graças às atividades da Grand e Fratern idade Branca (GFB) repr esent ada pelo conjun to de doutrinas místicas e esotéricas, provenientes da sabedoria de mu itas ment es ilum inadas, ao longo dos séculos. Somente as organizações aut ênt icas e verdadeiram ent e místicas são a ela vinculadas, e est e é o caso de nossa Amada Ord em, esplen doroso canal da GFB. Esta, por sua vez, é o aspecto visível da Gran de Loja Bran ca, o Colégio Invisível dos Mestres Cósmicos, tam bém conhecido como
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Faraó Akhenaton.
Agartha , o governo oculto do m und o. Os ensinamentos rosacruzes abordam, com profund idade e reverência, o tema Mestres Cósmicos, seres que adqu iriram o domínio das Leis Cósmicas (esp irituais, un iversais e natu rais), tais como se manifestam nos planos visíveis e invisíveis da criação. Seus poderes não lhe foram dados arbitrariamente por Deus; antes, resultam de seu desenvolvim ent o psíqu ico, alcançado ao longo de suas en carnações, que é, por sua vez, conseqüência de seu alto nível de espiritualidade e de seu desejo incondicional de servir à humanidade. PERSON ALIDADES TRADICION AIS: OS FUNDADORES DE N OSSA ORDEM – São várias as person alidades consideradas fundadoras de nossa Ordem qu e desejamos destacar:
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Ahmose I (15 80–1557 a.C), o primeiro faraó
a dirigir um a classe em câm aras privadas; foi considerado pelos hist oriadores como o “libertad or do Egito”. Thutmose III (1500-1447 a.C), foi um grande faraó e iniciado, e desempen hou um papel fundam ental na história da Ordem; organizou a presen te estru tur a física da fraternidade e esboçou m uitas de suas norm as. As “escolas de mistérios” eram independentes, tinh am suas próprias regras de fun cionamen to e mét odos de ensino e ele decidiu unificá-las: mandou construir no t emplo de Karnak u m edifício destinado a reun ir, regularmente, os mestres dessas escolas. Na cerimôn ia em que se t ornou faraó, passou po r um a significativa experiência míst ica: sent iu-se “elevado” como se seus pés m al tocassem o chão, como se tivesse ascendido aos céus e, ali, Deus o tivesse devidament e designado par a servir ao seu povo. Amenhotep IV, A khenaton (1378-1350 a.C), cuja história é de grande interess e para todos os r osacruzes. Foi ele o último Grande Mestre n a família dos fun dadores e a quem devemos a filosofia e os es critos mar avilhosos emp regados nas atividades da Ordem em todo o m undo. James Breasted, em inen te egipt ólogo da Universidade de Chicago, homen ageia Akhenat on em su a “História do Egito: “ O mundo contemporâneo ainda está para apreciar devidamente, ou mesmo conhecer esse homem, que, em época tão remota e sob condições tão adversas, tornou-se a primeira personalidade do mundo ”.
AKHENATON, O FILHO DO SOL – Este faraó ilum inado, n ascido Ame nh otep IV, coroado aos 11 anos de idade, é uma luz fulgurante e peren e na história de nossa Ordem . Já aos 15 anos compôs belos salmos, preces e cânticos até h oje lembrados Nos dias que se seguiram à su a designação como faraó, man dou constr uir, a leste de Karnak, um
tem plo ao qual deu o nom e de “Gem Aton”, que significa “encont rei Aton ”; em seu reinado, aboliu a idolatria então prevalecente no Egito e introdu ziu a adoração do Deu s ún ico, a Divindade su prem a, cujo espírito est ava em tod a part e e cuja man ifestação física era o sol, símbolo da vida. Ergueu m onum entos pela glória da Fraternidade e mudou seu próprio nom e para glorificar ao Deus ú nico: passou a cham ar-se Akhen aton , que significa “devoto de Aton” ou “glória a Aton”, est e represen tado p elo disco solar, um símbolo da en ergia criadora que em ana através do sol, o sempiterno Deus ú nico, que está em todos os lugares, através de seus raios. Akhenaton constru iu um a nova capital em El-Amarna, denom inada Akhetaton, qu e significa “cidade do h orizont e de Aton”; a cidade torn ou-se o centro da Grande Frat ernidade Branca do Egito, reun indo os m aiores iniciados da época. Seu curt o reinado foi um mar co no desenvolvimen to científico, artístico e filosófico do Egito. Ele sabia qu e seria imposs ível converter o povo egípcio ao mon oteísmo em tão pouco tempo de reinado; assim, o qu e ele desejava, verdadeiram ent e, era “plantar a sem ente” dessa crença entre a hum anidade. Quando sentiu que tinha alcançado êxito e cum prido sua m issão junt o aos homen s, se isolou completamente dos assun tos te rren os. Tendo adoe cido, ao invés
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O disco solar
de usar seu grande conhecimen to para recuperar a saúde, seu constant e desejo era o de ser p urificado, a fim de qu e fosse elevado ao plano de onde o símbolo de Deus sobre ele derramava sua luz. Aos 28 anos passou pela transição. Nossos relatos registram que Fratres e Sorores q ue o ob servavam viram quando, r ogando ser absorvido n a essência divina, com a mão direita este ndida para Deus, foi ele elevado, por um instante, para depois descer, em suave repouso, com u m sorriso de iluminação em seu sem blante. Assim passou pela tran sição nosso Grande Mestre, que tant o fez e tanto deixou para nossa O rganização. EXPANSÃO DA LUZ – Filósofos vindos d o oeste se d irigiram ao Egito par a se iniciarem , e retornaram aos seus países com a m issão de fundar Lojas da Fratern idade. Daí a expressão tão conh ecida dos rosacruzes: “Viajar para o leste em busca de luz”. Pitágoras, anos 500 a.C., foi um dos primeiros m essias da Ordem, tendo fundado um a Loja na Itália. Houve nom es igualm ent e im port ante s, com o: Tales, Sólon, Anaximand ro, Anaxímenes, H eráclito, Sócrate s, Platão e Aristót eles. Desde essa época, até a era cristã, grand es inteligências percorreram esse caminh o: cruzaram o um bral da ilum inação e, tendo completado seus estu dos, regressaram às t revas do mu ndo para difundir a luz. ESSÊNIOS E TERAPEU TAS – O est abelecimen to desses dois ramos da Fraternidade, os essênios e os terapeutas, foi um marco not ável na expan são da filosofia rosacruz para o mu ndo. Os essênios se deslocaram para a Palestina e os terapeu tas se estabeleceram na Grécia. Buscadores eu ropeu s que se dirigiam ao Egito para estud ar perm aneciam algum tempo n o mosteiro essênio de Monte Carmelo. Fatos interessantes e marcantes sobre o nascimen to de Jesus n o seio de família essên ia, na Galiléia, constam da obra rosa-
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cruz “A vida m ística de Jesus”, de aut oria de H. Spencer Lewis, primeiro Imperat or da Ord em p ara o ciclo atu al de atividades. MILITIA CRUC ÍFERA EVANGÉ LICA – É fundam ent al me ncionar a Militia Crucífera Evangélica como um a organização prot etora, um movimento de guardiães da luz, idealizada pela Grande Frat ernidade Branca. Criada na era cristã, seu propósito era o de proteger a cruz como sím bolo místico, contra seu emp rego errôneo por part e dos que realizavam cruzadas de perseguições aos que n ão aceitavam um a interpretação sectária de seu simbolismo; seus m étodos eram silenciosos e pacíficos. Esta organização ainda existe n os dias de hoje, com os m esmos ideais protetores, e constitui u ma organização verdadeiramen te secreta, a que só os bem preparados têm acesso. FILÓSOFO S DA ERA CRISTÃ – Vários filósofos elaboraram int eressant es escritos para a futura literatur a rosacruz, além de colaborarem para a introdu ção da fratern idade mística em seus respectivos países. Eles contribuíram para o enriquecimento de nossos ensinam entos. Destacamos: Jacob Böehm e, 1575-1624, au tor d e “Três Princípios” e “Myster ium Magnu m”; Francis Bacon, 15611626, antigo Imperator da Ordem, autor de “Nova Atlânt ida”; Cagliostro, 1743 -1795, tornou-se mestre e fundo u várias Lojas na Europ a; Luis Claude de Saint-Martin , 17431803, m ístico e filósofo francês, deu cont inu idade à obra do místico espanhol Martinez de Pasqu ale. Sua organ ização é conhecida como a Tradicional Ordem Martinista. MARCOS D E DESENVOLVIMENTO – Nos primór dios da era cristã, o movimen to rosacruz alcançou a r egião que hoje constitui a França e recebeu su a m aior acolhida; peregrinos r egressos da Terra Santa t raziam aos condes e senh ores do Sul da França
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notícias de um a certa sociedade secreta, dedicada à ciência e à fratern idade. Marcos desse desenvolviment o: prim eira Loja em Toulouse, em 804; mosteiro rosacruz na França, em Nimes, 1001; expansão do rosacrucianismo para a Alemanh a, em 1100. O CICLO DE 108 AN OS – Antes d a era cristã a Ordem passou a adotar um regulamen to bastant e antigo: a alternância de ciclos de at ividade e inat ividade, cada um com 108 anos d e duração. Assim, u m ciclo completo de existência, do n ascimen to ao ren ascimen to, seria de 216 anos. Seguindo-se um período de adormecimen to da Fraternidade, veio a restaur ação do mo vime nt o, na Alemanha, n o século 17, com o início de um novo ciclo de 108 ano s. Na ocasião, a Orde m ressurgiu nu m cont exto de reformas religiosas e lutas políticas em toda a Europa, e a Rosacruz foi trazida à luz mediant e os Manifestos: “Fama Frater nitat is”, 1614, “Confessio Fraternitatis”, 1615 e “O Casament o Alquímico de Chr istian Rosenkreutz”, 1616. PRIMEIROS ROSACRUZES N A AMÉRICA – A ida dos pr imeiros r osacruzes par a a América foi insp irada na o bra “ A Nova Atlânt ida”, de Francis Bacon. O objetivo desses pioneiros era fundar u ma colônia de rosacruzes e trazer à luz o conhecimen to e as atividades rosacruzes; assim, n o final do século 17, esses bu scadores alcançaram a cidade hoje denom inada Filadélfia. Os notáveis Benjamim Fr anklin e Thom as Jefferson se associaram aos rosacru zes dessa fase americana. HARVEY SPENCER LEWIS: NOVO CICLO EM 1909 – Após n ovo período de recolhimen to, em erge o ciclo atu al da AMORC, com H arvey Spencer Lewis,18831939. O livro “Missão Cósmica Cum prida”, de Ralph Lewis, seu filho e su cessor, é um relato minu cioso, belo e comovente do
magnífico t rabalho realizado por Spencer Lewis como primeiro Imper ator da Rosacruz nessa n ova fase de atividades. Destacamos dois trechos dessa extraordinária narrat iva: s
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Depoimento de Ralph Lewis – “ O homem a respeito de quem escrevo jamais revolucionou qualquer campo científico, nem se aventurou por selvas virgens em busca de novas terras, ou mesmo foi responsável por um invento tão engenhoso que estivesse além da capacidade criadora de seus semelhantes; relato a vida de um filantropo, alguém que encontrou felicidade e êxito modelando o espírito de seres humanos” . Testam ent o de Spencer Lewis, 1934, evidência da grandeza de sua alma e de seu imenso amor pela Ordem : “ Pressint o que as forças cósmicas logo irão livrar- me deste corpo exausto e guiar minha alma à mais alta escola de preparação para a próxima encar- nação. Enquanto houver vida e consciência em meu corpo, servirei e lutarei sempre pela integridade da Ordem, pois ela não pertence a mim, mas a vós, ó Deus de meu coração’ ”. S E G A M I R E T I P U J ©
HIERARQUIA – Assim como a hierarquia visível de nossa Or dem está sob a r esponsabilidade supr ema de noss o Imperator, Frater Christian Bernard, a hierar quia invisível é dirigida pelos Mestre s Cósm icos que escolheram servir à Rosacruz e, d o plano espiritual onde se encont ram, velam pelos destinos de nossa fraternidade. O Mestre Kut-Hu -Mi é o Hierofante d a AMORC, o dignitário m ais elevado da Tradição Rosacruz.
TRABALHO DE MUITO S SÉCULOS – O trabalho dos rosacruzes é frut o de um plano elaborado e desenvolvido por men tes ilumin adas de muitos séculos, e se mantém em constan te evolução. O Manifesto “Positio Fraternitatis Rosae Crucis”, de 2001, exemplifica a import ância que a AMORC dedica a todos os campos do conhecimento hu man o e transm ite a visão da Fraternidade sobre o futuro do m undo. SERVIÇO: A META SUP REMA – Sob a égide e a inspiração dos Mestres Cósm icos, a Ordem executa o seu trabalho para o mun do, fruto da un ião e dedicação de tantas m entes, há tant os séculos comprom etidas com a evolução da cons ciência hum ana. Continuar servindo, esta é a m eta. Num a singela hom enagem aos servidores rosacruzes que, a cada dia, de corpo e alma, se dedicam, int egram e vivenciam os ideais rosacruzes, encerram os O mestre com t recho de um dos Kut-Hu-mi. mais belos hinos de Akhenaton , da obra “Filho do Sol”, editada pela Ordem : “ Ó poderoso símbolo do Deus único, Tu mandas teus raios e todas as terras se alegram; dá-me Tuas mãos, que seguram Teu espírito; que eu o possa receber, viver por meio Dele; lembra-Te de meu nome na eternidade, ele não perecerá jamais” . s B i b l i o g r a f i a : L i v r o s ed i t a d o s p e l a A M O R C – “ A O r d e m R o s a c r u z e m P e r g u n t a s e Re s p o s t a s ” , c om a h i s t ó r ia c o m p l e t a d a O r d e m , p o r H . S p e n c e r Le w i s , 1 9 8 7 . “ F il h o d o S o l ” , 1 9 8 2 . M a n i fe st o “ P o s it i o Fraternitat is Rosae Crucis” , A M O RC , 2 0 0 1 . “ M i ss ão C ó sm i c a Cu m p r i d a ” , p o r R a lp h L ew i s .
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