Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Curso de Introdução ao Pensamento Teosófico Loja Teosófica Liberdade
www.teosofialiberdade.org.br
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 1
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Conteúdo do curso Tema
1
A Teosofia e a Sociedade Teosófica
2
Os Veículos da Consciência – parte I
3
Os Veículos da Consciência – parte II
4
A Lei do Karma
5
A Lei da Reencarnação
6
Estados após a morte
7
O ciclo da vida e da morte
8
As sete grandes Leis Universais
9
O Caminho da Espiritualidade
10
Mestres a fonte da Teosofia
11
O que Significa a Filiação a ST
12
Introdução à Astrologia Esotérica
13
As sete grandes religiões
14
A lei da Evolução
15
Os Sete Temperamentos Humanos
16
Vegetarianismo e Ocultismo
17
Os Chakras
18
Rondas, Cadeias e Raças – parte I
19
Rondas, Cadeias e Raças – parte II
20
A obra do tríplice Logos
21
Encerramento e confraternização
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 2
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
A Teosofia e a Sociedade Teosófica
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 3
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
A TEOSOFIA E A SOCIEDADE TEOSÓFICA A Chave da Teosofia - H. P. Blavatsky Capítulo I SIGNIFICADO DO NOME Pergunta . Muitas pessoas afirmam que a Teosofia e as suas doutrinas são uma nova religião atualmente em voga. Pode dizer-se que a Teosofia é uma religião? Resposta . Não. A Teosofia é o Conhecimento ou Ciência Divina. P . Qual é o verdadeiro significado do termo Teosofia? R . “Sabedoria Divina”, qeosojla (Theosophia) ou Sabedoria dos deuses, como theogonia, genealogia dos deuses. A palavra qeo (Theo) significa um deus em Grego, um dos seres divinos, e não tem nada a ver com o termo “Deus”, tal como é entendido hoje. Não é, portanto a “Sabedoria de Deus”, como já tem sido traduzido, mas sim Sabedoria Divina, ou seja, aquela que os deuses possuem. P . Qual é a origem do nome? R . O nome foi introduzido pelos filósofos da Escola de Alexandria, que eram chamados amigos da verdade, de phil, “amigo”, e aletheia, “verdade”. O nome Teosofia data do terceiro século da nossa era e surgiu com Ammonius Saccas e os seus discípulos que criaram o sistema eclético teosófico. P . Qual era a finalidade desse sistema? R . Em primeiro lugar, inculcar determinadas grandes verdades morais nos seus discípulos, bem como em todos aqueles que eram “amigos da verdade”. Daí o lema adotado pela Sociedade Teosófica: “Não há religião superior à verdade.” O principal objetivo dos Fundadores da Escola Teosófica Eclética era um dos três objetivos da sua sucessora atual, a Sociedade Teosófica, nomeadamente reconciliar todas as religiões, seitas e nações sob um sistema comum de ética baseado nas verdades eternas. P . Como é que pode provar que isso não é um sonho impossível e que todas as religiões do mundo se baseiam de fato na mesma verdade única? R . Pelo estudo comparativo e análise dessas religiões. Todos os cultos antigos apontam para a existência de uma única teosofia que lhes é anterior. A chave capaz de abrir um deles terá de abrir todos os outros; de contrário não será a chave certa. LINHA DE CONDUTA DA SOCIEDADE TEOSÓFICA P . No tempo de Ammonius Saccas havia diversas grandes religiões antigas e eram numerosas as seitas que existiam só no Egito e na Palestina. Como conseguia ele conciliá-las? R . Fazendo aquilo que estamos agora tentando fazer outra vez. Os neoplatônicos formavam uma escola numerosa e pertenciam a filosofias religiosas diferentes, tal como os teósofos de hoje. O judeu Aristóbulo afirmou, nesse tempo, que a ética de Aristóteles continha os ensinamentos esotéricos da Lei de Moisés; Fílon, o Judeu, tentou conciliar o Pentateuco com a filosofia pitagórica e platônica; e Josefo provou que os Essênios de Carmel não passavam de simples copistas e seguidores dos Terapeutas egípcios (os curandeiros). E assim fazemos nós hoje. Podemos mostrar como se deu a evolução de todas as religiões cristãs, incluindo as seitas menores. Estas não são mais que pequenos galhos ou rebentos dos ramos maiores; mas tanto os rebentos como os ramos nascem do mesmo tronco - a RELIGIÃO-SABEDORIA.
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 4
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
O objetivo de Ammonius Saccas foi provar precisamente isso; Ammonius Saccas tentou levar gentios e cristãos, judeus e idólatras, a esquecerem as suas dissidências e conflitos, e a lembrarem-se apenas de que todos eles possuíam a mesma verdade, embora a formulassem de maneiras diferentes, e que todos eles eram filhos de uma mãe comum. É este também o objetivo da Teosofia. P . Em que fontes é que se baseia para fazer tais afirmações sobre os antigos teósofos de Alexandria? R . Em numerosos escritores conhecidos. Um deles, Mosheim, diz: Ammonius Saccas ensinou que a religião das multidões caminhava a par e passo com a filosofia e, tal como ela, fora gradualmente corrompida e obscurecida por meras vaidades, superstições e mentiras humanas; que deveria, portanto, ser expurgada dessas impurezas e interpretada segundo princípios filosóficos a fim de recuperar a sua pureza primitiva; e que a totalidade do que Cristo se referia era afinal o restabelecimento da Sabedoria dos antigos e o seu regresso à sua integridade primitiva, e ainda, até certo ponto, a correção e eliminação dos erros que haviam sido assimilados pelas diversas religiões populares. Ou seja, precisamente aquilo que os teósofos modernos defendem. Mas enquanto o grande Amigo da Verdade era apoiado e auxiliado na sua orientação por dois Doutores da Igreja, Clemente e Atenágoras, por todos os doutos Rabinos da Sinagoga, pela Academia e pelos Sábios da Floresta, e ensinava uma única doutrina, nós, seus seguidores, não somos reconhecidos. Por aqui se vê que há 1500 anos as pessoas eram bastante mais tolerantes do que o são neste século esclarecido. P . Não teria Ammonius Saccas o apoio da Igreja porque, apesar das suas heresias, ensinava o Cristianismo e era um cristão? R . De modo nenhum. Ammonius Saccas era cristão por nascimento, mas nunca aceitou o Cristianismo da Igreja. Bastava-lhe expor os seus ensinamentos “segundo os antigos pilares de Hermes, que Platão e Pitágoras conheciam e nos quais basearam a sua filosofia”. Ao encontrar os mesmos sentimentos expressos no prólogo do Evangelho segundo S. João, Ammonius Saccas supôs, e com razão, que o objetivo de Jesus era restabelecer a grande doutrina da Sabedoria em toda a sua primitiva integridade. Considerava que as narrativas da Bíblia e as histórias dos deuses eram alegorias ilustrativas da verdade, ou fábulas que não deviam ser aceitas. A RELIGIÃO - SABEDORIA ESOTÉRICA EM TODOS OS TEMPOS P . Considerando que não existe nenhum escrito de Ammonius Saccas, como se pode ter a certeza de que foi isso que ele ensinou? R . Também Buda, Pitágoras, Confúcio, Orfeu, Sócrates e mesmo Jesus não deixaram nada escrito e, no entanto, são figuras históricas cujos ensinamentos sobreviveram. Os discípulos de Ammonius Saccas (entre os quais se contam Orígenes e Herênio) escreveram tratados e explicaram a sua ética. Além disso, os seus alunos - Orígenes, Plotino e Longino - deixaram todos trabalhos volumosos acerca do Sistema dos Amigos da Verdade, pelo menos no que diz respeito àquilo que se sabe da sua profissão de fé pública, já que a sua doutrina se compunha de ensinamentos exotéricos e esotéricos .
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 5
Curso de Introdução ao pensamento teosófico P .
Como é que esses últimos chegaram aos nossos dias, se afirmam que a chamada RELIGIÃO-SABEDORIA era esotérica? R . A RELIGIÃO-SABEDORIA foi sempre una, e, sendo a última expressão do conhecimento humano possível, foi, portanto, cuidadosamente preservada. É muito anterior aos teósofos de Alexandria, chegou aos nossos dias e sobreviverá a todas as outras religiões e filosofias. P . Onde e por quem é que ela foi preservada? R . Entre os Iniciados de todos os países; entre aqueles que procuravam realmente a verdade - os seus discípulos; e nas regiões do mundo onde desde sempre se atribuiu maior valor e mais se aprofundaram essas questões: a índia, a Ásia Central e a Pérsia. P . Pode apresentar-me provas do seu esoterismo? R . A melhor prova que lhe posso dar é que todos os cultos religiosos, ou, melhor, filosóficos, consistiam num ensinamento esotérico ou secreto, e numa veneração exotérica (destinada ao público). Além disso, é um fato bem conhecido que os MISTÉRIOS dos antigos compreendiam em todas as nações os MISTÉRIOS maiores (secretos) e os MISTÉRIOS menores (públicos), como por exemplo, as cerimônias secretas que se realizavam em Elêusis, na Grécia. Tanto Hierofantes da Samotrácia e do Egito, e os Brâmanes iniciados da índia antiga, como mais tarde os Rabinos hebreus, mantiveram secretos os verdadeiros princípios das suas doutrinas bona fide (de boa fé) , com receio de que fossem profanados. Os Rabinos judeus chamavam ao seu conjunto de princípios religiosos seculares a Merkabah (corpo exterior), “veículo”, ou “a capa sob a qual se esconde a alma invisível ”, ou seja, o seu mais alto conhecimento secreto. Não houve uma única nação antiga que transmitisse às massas, através dos seus sacerdotes, os seus verdadeiros segredos filosóficos, comunicando-lhes apenas a “casca”. O Budismo do Norte tem o seu “grande” veículo e o seu “pequeno” veículo, conhecidos por Escola Mahayana e Escola Hinayana . Pitágoras chamou à sua Gnose “o conhecimento das coisas que são” e reservou esse conhecimento apenas para os discípulos que conseguiam digerir esse alimento espiritual e sentir-se satisfeitos, fazendo-os jurar que guardariam silêncio e sigilo. Os alfabetos ocultistas e as cifras secretas são resultado da evolução dos antigos escritos hieráticos do Egito, cujo segredo, na Antigüidade, estava exclusivamente em poder dos Hierogramatistas, ou sacerdotes egípcios iniciados. Segundo os seus biógrafos, Ammonius Saccas fazia os seus alunos jurarem não divulgar as suas mais altas doutrinas , exceto àqueles que já haviam sido iniciados no conhecimento preliminar, que por sua vez também estavam vinculados por juramento. Aliás, não encontramos também idêntica atitude no Cristianismo primitivo, entre os Gnósticos, e mesmo nos ensinamentos de Cristo? Este falava às multidões em parábolas com um duplo sentido, explicando-as apenas aos discípulos. “A vós”, disse Cristo, “é dado conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos que estão de fora tudo se lhes propõe em parábolas” (S. Marcos, IV, 2). “Os Essênios da Judéia e do Carmel estabeleciam uma distinção semelhante, dividindo os seus seguidores em neófitos, irmãos e perfeitos ”, ou seja, os iniciados. Podemos encontrar exemplos disto em todos os países. P . É possível alcançar-se a “Sabedoria Divina” apenas através do estudo? R . Julgo que não. Os teósofos antigos, tal como os de agora, afirmaram que não é possível conhecer-se o infinito através do finito, ou seja, que o Eu finito não pode chegar ao conhecimento do infinito, mas que a essência divina pode ser comunicada ao Eu espiritual superior num estado de êxtase.
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 6
Curso de Introdução ao pensamento teosófico P .
Como é que explica isso? R . O verdadeiro êxtase foi definido por Plotino como sendo “a libertação do espírito da sua consciência finita e a sua identificação com o infinito”. Este estado é idêntico àquele que na índia se designa por Samadhi . Os Yoguis praticam este último mediante uma preparação física baseada na maior abstinência de comida e de bebida, e uma preparação mental que consiste num esforço permanente de purificação e de elevação do espírito. A meditação é uma oração silenciosa e sem palavras ou, como disse Platão, “um ardente voltar da alma para o divino, não para pedir um bem específico qualquer (como acontece na oração vulgar), mas pelo bem em si - o Bem Supremo universal”, do qual nós somos na terra uma parte e de cuja essência todos nós emanamos. E Platão acrescenta: “assim, guardai o silêncio na presença dos divinos , até que eles afastem as nuvens dos vossos olhos e vos façam ver com a luz que deles emana não o que vós julgais ser o bem, mas aquilo que é intrinsecamente bom”. P . Portanto, a Teosofia, não é como alguns afirmam, um sistema concebido recentemente? R . Só os ignorantes podem se referir desse modo à Teosofia. A Teosofia é tão antiga como o mundo, tanto nos seus ensinamentos como na sua ética. P . Qual o motivo, então, por que há ignorância no que diz respeito à Teosofia entre as nações do Mundo Ocidental? Por que razão é que a Teosofia é um livro fechado para raças que são reconhecidas como as mais cultas e avançadas? R . Em nossa opinião, existiram na antigüidade nações tão cultas e, sem dúvida, mais “avançadas” espiritualmente do que nós. Mas há várias explicações para esta ignorância voluntária. Uma delas foi dada por S. Paulo aos atenienses cultos: o fato de o verdadeiro discernimento espiritual, e até de o interesse, se ter perdido durante muitos séculos devido à sua grande dedicação às coisas dos sentidos e à sua longa escravidão à letra morta do dogma e do ritual. Mas o motivo principal é sem dúvida o fato de a verdadeira Teosofia ter sido mantida sempre secreta. P . Já demonstrou que esse sigilo na realidade existia, mas qual é a sua verdadeira causa? R . As causas foram: Primeiro , a perversidade e egoísmo da natureza humana dum modo geral, a sua tendência para gratificar sempre desejos pessoais em detrimento do próximo e dos familiares. Nunca se poderia confiar segredos divinos a pessoas assim. Segundo , o fato de não se poder esperar que essas mesmas pessoas impedissem que o conhecimento sagrado e divino fosse profanado. Foi esta última razão que fez também com que as verdades e os símbolos mais sublimes fossem pervertidos e que as coisas do espírito fossem gradualmente transformadas em imagens antropomórficas, concretas e grosseiras; por outras palavras, que a idéia de deus fosse diminuída e surgisse a idolatria.
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 7
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
O símbolo da Sociedade Teosófica é uma perfeita equação algébrica com todos os termos expressos encerrando uma infinidade de valores, representando a intenção da Teosofia de redimir a humanidade da miséria, aflição e pecado, frutos da ignorância, causa de todo mal.
Este sinal, a sílaba sagrada AUM, em sânscrito, é a representação gráfica e sonora (OM) do mistério do PRÍNCIPIO UNO, manifestado em seus três aspectos - A Trindade. A letra "A" representa o nome de Vishnu (O Preservador); "U", o nome de Shiva (O Destruidor), e M, o de Brahmâ (O Criador); é o nome místico da Divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos.
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 8
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Os dois triângulos eqüiláteros entrelaçados simbolizam o Universo como dualidade Espírito - Matéria. O de vértice para cima é o do Fogo, Espírito ou Pai; o de vértice para baixo é o da Água, Matéria ou Mãe. Os lados do triângulo do Fogo, entre outras coisas significam Existência, Consciência e Bem-Aventurança; os do triângulo da Água significam as três características da Matéria: Inércia, Movimento e Equilíbrio. Os doze lados iguais formados pelo cruzamento das linhas da figura consideradas em conjunto, representam os "dozes deuses" da Cabala e de outras religiões antigas, os doze signos do Zodíaco, os doze meses do ano. A cruz ansata simboliza o Espírito mergulhado na Matéria e nela está crucificado, porém que ressuscitou da morte permanecendo triunfante nos braços do vitimário já vencido e, por isso, é considerada a "Cruz da Vida", o símbolo da Imortalidade. A cruz suástica (cruz alada ou cruz de fogo) é o símbolo da energia vertiginosa que cria um Universo. Ao contrário do que muitos acreditam, a suástica é usada há mais de três mil anos pelos chineses, tibetanos, antigas nações germânicas; encontrada também entre os bompas e budistas; usada como símbolo do budismo esotérico, figurando a frente de todos os símbolos religiosos de todas as nações antigas, sendo o mais sagrado e místico símbolo da Índia. Tem estreita relação e até identidade com a cruz cristã. Como diagrama místico de bom augúrio "svástika", ou seja, signo de saúde, não mantém relação alguma com o símbolo usado na Segunda Grande Guerra.
A serpente que morde a própria cauda é o milenar símbolo da Eternidade, o círculo sem começo nem fim em que todos os universos crescem e declinam, nascem e morrem. Ao redor do símbolo o lema do Maharâja de Benares: Satyât nâsti pro Dharma ("Não há Religião superior à Verdade").
Theosophia “Theos” que significa "um Deus, um dos seres divinos” (e não "Deus" como é comumente interpretado). “Sophia”, = Sabedoria assim 'Theosophia' não é "Sabedoria de Deus" como às vezes é traduzido. Fundada a 17 de Novembro de 1875, em New York, EUA por Helena Petrovna Blavatsky e Coronel Olcot. A sua sede mundial é na cidade de Madras, Índia, e está representada em cerca de 70 países. "Lojas" são células dedicadas ao trabalho de divulgação e pesquisa teosófica Existem 38 Lojas no Brasil (8 no estado de São Paulo, 5 na capital). GET’s são grupos de estudos com menor número de membros
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 9
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
As lojas são organizadas em Seções Nacionais que coordenam os trabalhos em cada uma das regiões sob sua influência Atualmente o termo Teosofia está associado ao sistema Teosófico Moderno, advindo da fundação da Sociedade Teosófica e da publicação de obras notáveis como "A Doutrina Secreta" (6 vol) e "Isis Sem Véu" (4 vol), ambas de autoria de Blavatsky.
Os três objetivos da Sociedade Teosófica Primeiro Objetivo: Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.
Segundo Objetivo: Encorajar o estudo de Religião Comparada, Filosofia e Ciência. Terceiro Objetivo: Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no Homem.
A Teosofia é sabedoria que deve ser vivenciada diretamente de sua fonte, ou seja, da consciência superior do homem, sua alma e espírito, e/ou contatando as inteligências do universo que estão além do nível humano. A Sociedade Teosófica é composta por estudantes pertencentes a qualquer religião do mundo, ou a nenhuma, unidos pela sua aprovação dos seus três objetivos, pelo seu desejo de remover os antagonismos religiosos e de unir os homens de boa vontade quaisquer que sejam as suas opiniões religiosas, estudar as verdades apresentadas pelas religiões e compartilhar os resultados de seus estudos com outros. Seus membros sustentam que a Verdade deve ser buscada pelo estudo, reflexão, pureza de vida, devoção a elevados ideais e consideram a Verdade como um prêmio a ser conquistado, não como um dogma a ser imposto por autoridade. Os membros da Sociedade Teosófica estudam essas verdades e os teósofos esforçam-se por vivê-las. Em 23 de Dezembro de 1924, o Conselho Geral da S.T. reuniu-se e definiu uma resolução que dá o tom de LIBERDADE DE PENSAMENTO de seus membros. A aprovação dos seus três Objetivos é a única condição para a filiação. A palavra "Teosofia" não se refere a uma nova religião ou filosofia, como alguns querem, mas à reafirmação de antigos princípios, princípios esses que podem ser encontrados no coração de várias tradições filosófico-religiosas, tais como o Hinduísmo, o Budismo, o Taoísmo, etc. O que é Sabedoria? A sabedoria é distinta do conhecimento. Uma pessoa pode estar repleta de conhecimento acerca de vários campos de saber, contudo, ser profundamente ignorante acerca da vida e do seu significado. Há uma interessante passagem em 'A Doutrina Secreta' a esse respeito: "O Conhecimento reside em cabeças com pensamentos alheios; A sabedoria em mentes que refletem por si mesmas". A Teosofia não é apenas um amplo e profundo sistema filosófico, que lança luz sobre a natureza e destino do homem, sobre as leis que regem o universo, sobre a morte e seu significado. Ela é uma sabedoria viva, profundamente transformadora, cuja essência é compaixão por tudo que vive e sofre. A sabedoria implica em auto-descoberta, um movimento totalmente diferente, quando principiamos a investigar seriamente as várias e importantes questões da vida, com uma mente livre de preconceitos, ávida por aprender. A filosofia teosófica apresenta conceitos eminentemente práticos, a serem praticados em nossas vidas diárias individuais. Loja Teosófica Liberdade
Pág. 10
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Todas as grandes religiões falam da Trindade embora dando nomes diferentes. Assim, temos: Religião Teosofia Diversas Religiões Egípcia Mitologia Escandinava Assírios e Fenícios Budismo do Norte Cabala dos Judeus Mazdeismo Hinduismo Cristianismo
1º Aspecto 1º Logos Pai
2º Aspecto 2º Logos Mãe
3º Aspecto 3º Logos Filho
Osíris Odin Anu Amitabha Kether Ahuramazda
Isis Freva Ea Avalokiteshvara Binah Asha
Hórus Thor Bel Manjushri Chokma Vohumano
Ahuramazda Shiva
Mithra Vishnu
Ahriman Brahmâ
Pai
Filho
Espírito Santo
Proposições Fundamentais da Teosofia As proposições fundamentais, as quais não são dogmas e sim postulados com os quais a maioria dos membros da S.T. concorda são: 1. O Universo e tudo que existe dentro dele é um TODO inter-relacionado e interdependente. 2. Cada ser existente -de um átomo a uma galáxia- é enraizado na mesma Vida Universal que cria a Realidade. Esta Realidade é toda penetrante, mas nunca pode ser resumida em suas partes, pois ela transcende todas suas expressões. Ela revela a si mesma nos processos plenos de propósito, ordenados e significativos da natureza tanto quanto nos mais profundos recessos da mente e do espírito. 3. Reconhecimento do valor único que cada ser vivo expressa em si na reverência pela vida, compaixão por todos, simpatia com a necessidade de todos os indivíduos por encontrar a verdade por si mesmos, e respeito por todas as tradições religiosas. As maneiras pelas quais estes ideais tornam-se realidades na vida individual são tanto privilégio de escolha como ato responsável de cada ser humano. Na Sociedade Teosófica há uma preocupação central de promover a compreensão e a fraternidade entre as pessoas de todas as raças, nacionalidades, filosofias e religiões. Portanto, todas as pessoas, qualquer que seja sua posição dentro da sociedade humana são convidados igualmente a participar da vida e do trabalho da S.T. A Sociedade Teosófica não prega dogmas, mas aponta para a fonte de unidade além de todas as diferenças. Devoção à verdade, amor por todos os seres vivos, e dedicação a uma vida de ativo altruísmo são as marcas dos verdadeiros teosofistas. O lema que a S.T. adota internacionalmente é uma ótima síntese de sua intenção: "NÃO HÁ RELIGIÃO SUPERIOR À VERDADE"
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 11
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Idéias chaves e a visão teosófica mundial A Sociedade teosófica tem promulgado sua visão mundial desde 1870, e suas idéias influenciaram a nossa cultura durante o século passado e adiante. Mas tomando-se as influências do tipo usual, há uma notável harmonia entre algumas idéias dominantes de nosso tempo e a perspectiva teosófica mundial. Esta coincidência é evidência da relevância do quanto há de pensamento teosófico na formação espiritual de nosso tempo. Cada época cultural pode ser compreendida como promotora de algumas idéias que penetram o pensamento e a sensibilidade e as respostas automáticas de uma sociedade. A Idade Média foi dominada pelas idéias de Hierarquia, a renascença pela do humanismo, a iluminista pela da ordem, a romântica pela idéia da natureza. Em nosso tempo, uma análise pode ser feita de que as idéias governantes desde o séc. XIX foram a evolução, a relatividade, sistemas e a unidade. EVOLUÇÃO A evolução era conhecida dos antigos gregos e hindus, mas na cultura européia ela não o era até o séc. XIX no qual ela tornou-se um modelo de pensamento sobre o mundo. O ponto de mutação foi a publicação em 1859 de "Origens das Espécies" de Charles Darwin. Atualmente nós assumimos a evolução como norma para todas as manifestações de mudanças históricas. Não somente espécies biológicas, mas governos, linguagens, idéias, designs de computadores e máquinas, e até a alta costura, todas evoluem. Para nós, mudar é evoluir. Não é surpreendente que a evolução tenha um papel maior no pensamento teosófico e é um conceito governante na "Doutrina Secreta" de H. P. Blavatsky. Qualquer movimento sensivo às correntes do desenvolvimento intelectual e que veio a existência tendo decorrido três quartos do último século necessariamente teria que ser orientado em direção à evolução. A evolução teosófica, contudo, têm algumas características distintivas. E' de papel central na gênese do Cosmos e da humanidade; o nascimento e história do universo são processos evolucionários. Conceitos antigos de evolução são unidos a moderna paixão por ela, assim é considerada como uma idéia muito antiga ao invés de um vívido conceito recém nascido. A evolução teosófica envolve não meramente causas, mas também propostas; ela é teológica, ou orientada a uma meta, guiada por um princípio interno inteligente que evolve o Universo em lugar de respostas inconscientes às pressões externas. Em adição a evolução física da forma que é objeto de estudo científico, a evolução teosófica é vista como operando também internamente os aspectos intelectuais e espirituais de nossa natureza a mente pela qual nós concebemos o mundo e a consciência de nós mesmos e da realidade última. Esta distinta preocupação teosófica com a evolução marca o movimento com um reavivamento das maneiras ancientes de encarar o Universo e da expressão contemporânea do espírito de nosso tempo. RELATIVIDADE A relatividade entrou no pensamento moderno como um conceito dominante com a teoria da relatividade especial de Albert Einstein em 1905, como conseqüência de ter levado os físicos a conceberem o espaço e o tempo não como independentes, mas em lugar disto, sim como aspectos de uma única realidade quadridimensonal. O espaço e o tempo são parte de um simples 'continuum' que teria surgido como boas novas para alguém familiarizado com a "Doutrina Secreta" de H. P. Blavatsky de 1888. Loja Teosófica Liberdade
Pág. 12
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Mais significativo é o fato de que o conceito da relatividade tenha permeado todos os aspectos do pensamento moderno. Nada, temos que assumir, têm significado ou valor por si próprio; cada coisa possui uma identidade somente enquanto relacionada a outras. Uma pessoa é mãe em relação a seus filhos, mas é filha em relação a seus pais. A Terra está movendo-se em relação ao Sol, mas ele também está movendo-se em relação à Terra. Não há deslocamento absoluto; tudo isto é relativo. Relatividade é também um conceito central na Teosofia, na qual, no entanto, ela é chamada "Maya". Maya é o conceito que nada neste mundo é o que parece ser. Este é o caso porque, como o ensinamento de Buddha deixa claro, nada têm natureza inerente, absoluta; tudo é "annatta", sem uma natureza auto separada. Faltando-lhe uma auto-natureza, objetos têm identidade somente enquanto relacionados a outras coisas; eles possuem realidade relativa. Como Blavatsky afirma na Doutrina Secreta. ESOTERISMO Uma das principais preocupações de nosso tempo tem sido perscrutar abaixo da superfície das aparências até à verdade por debaixo; procurar um nível mais profundo da realidade. Tal procura é a expressão do esoterismo. Por exemplo, o conceito de ordem implícita de David Bohm é um dos conceitos ocultos ou esotéricos que explicam o que está sob a ordem conhecida das coisas. Similarmente, a idéia do nível subconsciente da psiqué humana, popularizada por Freud, tornou-se um clichê do pensamento moderno; o subconsciente é o lado esotérico de nossa personalidade exotérica. Assim também é o respeito, freqüentemente exagerado frente as habilidade dos especialistas doutores, engenheiros, redatores de dicionários ou coisa que o valha, é característico de nosso tempo; informação especializada e habilidades é conhecimento esotérico não disponível às massas "exotéricas". Nós somos de fato devotados ao esoterismo, o qual nós chamamos por vários nomes. A noção de esoterismo é integrante da Teosofia, a qual é chamada "Tradição Esotérica" ou, seguindo o título da obra magna de Blavatsky, a "Doutrina Secreta". A Teosofia esta preocupada em experimentar a realidade atrás da relatividade mayávica (ilusórica) deste mundo. Esta experiência deve, por sua ampla natureza, ser esotérica, não pública, e incomunicável. Neste sentido, esoterismo transforma-se na preocupação maior de muitos pensadores de vanguarda no assim chamado reavivamento do oculto no passado sec. XIX. UNIDADE A unidade é outra idéia governante em nosso tempo. Cientistas teóricos estão obcecados com o desejo de descobrir a grande teoria unificadora que irá explicar todos os processos naturais em um único princípio. Politicamente nós tentamos duas vezes neste século unificar os governos afastados do mundo; primeiramente na Liga das Nações, posteriormente nas Nações Unidas. Nos EUA unificaram-se os sistemas escolares em um esforço para a integração de todas as raças. Os ecologistas clamam para que vejamos a natureza como parte de um único e unificado ambiente. A medicina holística procura tratar a enfermidade do indivíduo, seu corpo,
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 13
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
mente e espírito. Ilya Prigogine tentou unir a biologia e a física, ciência e valores humanos, humanidade e natureza. Astrônomos percebem o Universo como um todo inter-relacionado, o resultado de um primordial "Big Bang". E assim em diante, a unidade pode ser a única característica majoritária em nosso tempo. A unidade é a mais simples e importante ideia na Teosofia. Quando questionada como os princípios teosóficos poderiam aplicar-se a cooperação social e seu melhoramento, os primeiros dos princípios que Blavatsky citou foram: “Unidade universal e causação” e "Solidariedade humana". E na Doutrina Secreta, ela escreveu: "A unidade radical da essência última de cada parte constituinte dos componentes da natureza da estrela ao átomo mineral, do mais elevado Dhyan Chohan (inteligência guia) a mais simples infusória, na mais completa acepção, e enquanto aplicada ao mundo espiritual, intelectual ou físico esta é a única lei na ciência oculta." David Bohm, um filósofo bem como físico, vê uma unidade delineadora sob a matéria e consciência e sob as percepções superficialmente separadas de todos nós: A consciência é possivelmente a mais sutil forma de matéria e movimento, um aspecto mais sutil do holomovimento. Na ordem não manifesta não há separação no espaço tempo. Na matéria ordinária isto é assim e é desta forma mesmo para a mais sutil matéria que é a consciência. Portanto se nós estamos separados é porque estamos tateando amplamente no mundo manifestado tomando-o como a base da realidade onde o ponto total possui unidades separadas, relativamente separadas de alguma forma, mas interagindo. Na realidade não manifestada está tudo interpenetrado, interconectado, uno. Assim podemos afirmar o quanto é una a consciência da humanidade."
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 14
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Bibliografia recomendada de teosofia
Introdutórios • • • • • • • • • •
Compêndio de Teosofia - C.W.Leadbeater Fundamentos de Teosofia - Jinarajadasa A Chave para a Teosofia - Blavatsky Autocultura à Luz do Ocultismo – I.K. Taimni Karma – Annie Besant Dharma – Annie Besant Os Mestres de Sabedoria – Annie Besant Bhramavidya-Sabedoria Divina – Annie Besant Os Ideais da Teosofia – Annie Besant Sabedoria Antiga e Visão Moderna - Nicholson
Fisiologia Oculta • • • • • • • • • • • • • • • •
Os Sonhos - C.W.Leadbeater O Homem Visível e Invisível - Leadbeater Os Chakras - Leadbeater O Duplo Etérico - Arthur E.Powell O Corpo Astral - Arthur E.Powell O Corpo Mental - Arthur E.Powell O Corpo Causal e o Ego - Arthur E.Powell O Sistema Solar - Arthur E.Powell Auxiliares Invisíveis - Leadbeater O A Vida do Homem em Três Mundos - Besant O Homem e Seus Corpos - Besant Formas de Pensamento - Besant/Leadbeater O Plano Astral - C.W.Leadbeater O Plano Mental - C.W.Leadbeater A Mônada - C.W.Leadbeater Lado Oculto das Coisas - Leadbeater
Sobre a Morte • • • •
O que Há Além da Morte - Leadbeater Morte... E Depois? Annie Besant Reencarnação – Annie Besant Investigando a Reencarnação – Algeo
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 15
Curso de Introdução ao pensamento teosófico
Filosofia Esotérica • • • • • • • •
Ocultismo Prático - Blavatsky Fundamentos da Filosofia Esotérica Aos Pés do Mestre - Krishnamurti Luz no Caminho - Mabel Collins A Voz do Silêncio - Blavatsky Os Mestres e a Senda - Leadbeater A Vida Espiritual – Annie Besant A Vida Interna – Leadbeater
Grandes obras e referência • • • • • •
Ísis Sem Véu - Blavatsky (4 vols) A Doutrina Secreta - Blavatsky (6 vols) Glossário Teosófico - Blavatsky Cartas dos Mestres de Sabedoria - Jinarajadasa Cartas dos Mahatmas para A.P.Sinnett Homem, Donde e Como Veio e Para Onde Vai - Besant/Leadbeater
Loja Teosófica Liberdade
Pág. 16