CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE PSICOLOGIA TÉCNICAS PROJETIVAS
TESTE PROJETIVO DE PERSONALIDADE PSICODIAGNÓSTICO DE R ORSCHACH ORSCHACH
Profª Maria Angéi!a Ga"ri# $%&'
PSICODIAGNÓSTICO DE R ORSCHACH O teste foi criado por H. Rorschach na década de 40 e desenvolvido posteriormente por outras escolas. O Psicodiagnóstico de Rorschach é um teste projetivo de personalidade composto por dez imagens ou pranchas que so apresentadas ao e!aminando uma de cada vez. "presenta#se ao sujeito um material no ver$al e% ainda% desprovido de significados prévios% apenas manchas de tintas. " aplica&o do teste no se acomoda a instru&'es imut(veis. "s e!plica&'es a serem dadas ao sujeito variam conforme a idade% aspectos psicopatológicos e grau de instru&o. "s repostas dadas pelo sujeito so classificadas e analisadas qualitativa e quantitativamente. O teste é composto de tr)s etapas% a primeira em que o sujeito d( as respostas% a segunda em que é feito um inquérito pelo e!aminador e a terceira em que as respostas so classificadas e analisadas.
MATERIAL NECESSÁRIO PARA APLICA()O
*0 Pranchas
+olha de Respostas
+olha de ,ocaliza&o
-ronometro
-anetas de diferentes cores
APLICA()O "s pranchas t)m uma parte superior e uma inferior e% considerando isso% devem ser apresentadas na com a parte superior para cima. -aso o sujeito vire a prancha deve#se anotar na folha das respostas a posi&o que ele viu a resposta / % v % % 1 2. " atitude de virar a prancha revela um esp3rito metódico% e!plora&o sistem(tica de todas as possi$ilidades ou uma atitude de oposi&o% consistindo em conduzir#se ao contrario do que é proposto. O sujeito só poder( ver uma prancha de cada vez% pois a visualiza&o de mais pranchas pode misturar os instintos do sujeito e alterar as respostas a serem dadas pelo mesmo. O e!aminador anota todas as respostas do sujeito% assim como os coment(rios e seu comportamento. O sujeito pode dar a quantidade de respostas que
quiser para cada prancha% e o e!aminador dever( estar atento a anot(#las. necess(rio utilizar o cronometro para anotar o tempo total 5.52 gasto em cada prancha e o tempo de rea&o 5.R2% decorrido entre a apresenta&o da prancha e a primeira resposta dada efetivamente pelo testando. O quadro geral desses tempos permitir( sa$er% depois% em que prancha o sujeito se afastou sensivelmente de sua média ha$itual e% em conseq6)ncia% quais os pontos vulner(veis nele mo$ilizados. 7ma vez aplicado o teste% o e!aminador volta a cada uma das respostas% para que o sujeito e!plique onde e como a viu. 5rata#se do
in*+éri,o% indispens(vel para classificar as respostas do sujeito localiza&o% determinantes e conte8do2. 9uando a pessoa testada no viu um detalhe importante ou no deu uma resposta onde se possam identificar as classifica&'es% pode#se induzi#lo com uma pergunta a fim de desco$rir tais dados. "s respostas novas produzidas espontaneamente durante o inquérito so registradas como respostas adicionais ":2 e no competem na analise quantitativa ";<=>7% *?@?2
INSTRU(-ES O e!aminador dever( e!plicar ao sujeito que a dura&o do teste é livre% que cada um tem a li$erdade para ver o que quiser que no h( respostas certas e erradas% $oas nem m(s e que% em certo sentido% todas as respostas so $oas. ;o entanto no se deve dar nem um tipo de e!emplo de resposta. :eve#se dizer tam$ém ao sujeito que enquanto ele responde o que v) nas manchas% o e!aminador estar( fazendo anota&'es das respostas que foram dadas. "ntes de iniciar tire todas as d8vidas do sujeito e quando ele estiver preparado inicie o teste.
.UADRO GERAL DE CLASSI/ICA()O DAS R ESPOSTAS ,ocaliza&o :eterminantes -onte8dos OriginalABanal C +D% +#% +DA#% +E >lem. : -% +-% -+ Ceo. :d F% Gan% Go$% Gp P,. >% >+% +> ;at. -lo$% +-lo$% -lo$+ ". "#-ena "d. "nat. g. e!. H.
H#-ena H2 Hd. Iasc. O$jt. "lim. "rte "rte2 "rq. 3m$. "$str.
LOCALI0A()O 1Go"ai23 D#,a4#2 /r#*+#n,#2 # D#,a4#2 Infr#*+#n,#25 Onde na macha você viu isso E2 -lassificar uma resposta quanto J localiza&o é identificar em que parte da mancha o e!aminando v) a resposta. " localiza&o informa so$re como o sujeito entra em contato com a realidade% seu relacionamento com o mundo e!terno.
R ESPOSTAS GLO6AIS 7tiliza#se a letra G para classificar a respostas glo$ais. -lassifica#se uma resposta como Clo$al quando o sujeito visualiza sua resposta na mancha inteira. "s respostas glo$ais podem ser prim(rias ou secund(rias. " primeira é quando o sujeito v) a sua resposta em um só ato perceptivo sem diferencia&o previa de detalhes e as secund(rias e!igem uma ela$ora&o da resposta% h( uma sucesso de opera&'es mentais para ao final chegar a uma resposta glo$al. "s respostas glo$ais podem ser classificadas comoK
G 1Go"a !or,a7a58 o respostas glo$ais das quais é cortado um pequeno detalhe. >!pressam represso% atitude cautelosa ou am$i&o acima de suas possi$ilidades.
GD"8 Clo$al incluindo detalhe $ranco% mostra um n3vel intelectual superior% indicando a capacidade de superar a oposi&o figura e fundo% integrando as em uma s3ntese superior.
DG 8 9uando o sujeito parte de um detalhe da mancha e vai ampliando o percepto para a figura total.
D7G 8 9uando v) em uma parte infreq6ente da mancha e depois v) na figura total. O$s.K " prancha tr)s representa o relacionamento humano e% é a 8nica que se o sujeito ver a resposta só na mancha preta é considerado Clo$al.
DETALHE /RE.9ENTE D 8 Respostas de detalhe frequente% quando v) a resposta em um corte da mancha que as pessoas normalmente v)em. o constitu3das pelos cortes mais freq6entes interpretados em cada prancha. =ndica o gosto pelo concreto% o sentido de realidade% a intelig)ncia pr(tica.
D7D 8 e d( quando o sujeito inicia em um detalhe infreq6ente :d2 e chega a um detalhe freq6ente :2.
DD" 8 9uando o sujeito v) no $ranco% mas agrega a um :. D"8 9uando o sujeito tem o percepto no detalhe $ranco da mancha. DETALHE IN/RE.UENTE 9uando o sujeito v) a sua resposta em uma parte da mancha% em que normalmente as pessoas no veem. 5em como caracter3stica $(sica a meticulosidade% seja intelectual eAou afetiva. 5am$ém representam pensamento capaz de analisar pequenos detalhes% esp3rito agudo de o$serva&o. Os :d numerosos% dispersos e po$res% indicam po$reza cultural% se no intelectual.
D7 8 :etalhe infreq6ente% no e comum ver essa imagem naquela parte da figura. D7D" 8 :etalhe infreq6ente incluindo o fundo $ranco. Do 8 :etalhe ini$itório% detalhe infreq6ente% normalmente visto onde se v) :. Onde normalmente as pessoas v) um : ela corta e v) um :d no mesmo detalhe. O oligrofrenico no consegue ver o outro integrado% ou seja% inteiro
DETERMINANTES 1/ORMA3 COR 3 MOVIMENTO E ES/UMA(ADO 5 (O que na macha te deu a impressão de ser... E2
o que na mancha determinou aquilo que o sujeito perce$eu na figura. Os determinantes so +orma% -or% Iovimento e >sfuma&ado. 9uando for respostas de humano ou animal inteiro% deve#se investigar% inicialmente% se h( movimento e!.K -omo est( esta pessoaE2
/ORMA 9uando a resposta do sujeito é motivada pela forma da mancha. Iostra a razo e pensamento do sujeito% capacitando#o para orientar#se na vida% para adaptar#se a realidade. O$s.K importante que o sujeito de um n8mero significativo de respostas de forma.
/: 8 +orma $em vista ver o que a maioria das pessoas v)em. /;8 +orma mal vista% ver o que as pessoas normalmente no v)em aquela mancha. / :<; 8 +orma imprecisa% quando ele no define $em o que v). e!.K Lejo um $icho% Lejo uma constru&o2
/= 8 +orma definida% mas no identificada como D ou #. quando no se tem dados para dizer se ela é $em vista ou mal vista.
MOVIMENTO 9uando o sujeito d( movimento a resposta dada >!K duas pessoas dan&ando2. "s respostas de movimento mostram o mundo interno do sujeito e vo prevalecer as outras respostas.
>8 +igura humana ou animais que fazem movimentos humanos macaco ou urso em movimento humano2.
?an8 "nimal inteiro visto em movimento. ?@8 Iovimento humano violento visto em detalhe infreq6ente ou em parte do corpo humano Hd2.
?o"8 Iovimento de o$jetos ou for&as da natureza O$s.K ?an e ?o" representam impulsos do sujeito.
COR 9uando o percepto do sujeito é desencadeado pela cor da mancha !K 7ma folha de alface no verde2. a resposta desencadeada pela cor da mancha com aus)ncia% secundariedade ou predominMncia da forma.
/C8 9uando a forma é definida numa resposta de cor. " cor corresponde a um o$jeto real com uma forma precisa. >!.K Cota de sangue 5em forma de gota e cor de sangue2
C/8 +orma semidefinida com cor. >!iste uma forma mais é imprecisa. >!.K Iancha de sangue 7ma mancha tem forma imprecisa2
C8 9uando só a cor determina a resposta e no tem forma. >!.K angue
Cn8 -or nomeada. :ar nome da cor como resposta e!.K "qui é o amarelo2. ;o é comum e no inclui no somatório de - nas analise quantitativas do teste.
ES/UMA(ADO "s respostas so desencadeadas pela cor cinza e suas nuances
/E8 9uando a forma é precisa e so$rep'e o esfuma&ado. E/8 9uando a forma é imprecisa e o esfuma&ado so$rep'e a figura. E8 9uando no aparece forma nenhuma o sujeito só v) o esfuma&ado. CLO6 9uando o e!aminando emite uma resposta com um mal estar desencadeado pela mancha preta. 7ma resposta disfórica. e!.K é um morcego horr3vel preto N prancha L2.
/Co"8 9uando tem forma definida. Co"/8 9uando no tem forma definida
Co"8 9uando no tem forma CONTEDOS E#B8 7m dos 4 elementos da natureza ar% (gua% terra e fogo2 G#o8 Ceografia% mapa. P8 Planta% (rvore% flor. Na,8 ;atureza% paisagem. A8 "nimal A;!#na8 -ena animal. 9uando figuras de animal t)m uma história narrada pelo sujeito. A78 Parte do corpo de um animal. Ana,8 "natomia% radiografia% ossos% v3sceras. Sg8 angue S#8 e!o H8 +igura humana inteira H;!#na8 -ena humana 1H58 +igura fantasiada% fantasistica ou e!ótica. H78 Parte do corpo humano. M2!8 I(scara O"F,8 O$jeto fa$ricado AiB8 "limento Ar,#8 9uadro% desenho% escultura% instrumento musical 1ar,#58 9uadro sem significa&o Ar*8 "rquitetura% edif3cios% fontes SB"8 3m$olos A"2,r8 "$stra&o e!.K "legria
ANALISE .UANTITATIVA R o n8mero total de respostas% somam#se todas as respostas dadas pelo sujeito. Lo!aiao -alcula#se em seguida as respostas de localiza&o% somando individualmente o total de C% :% :d. 5endo a soma de localiza&o% tira#se a porcentagem de cada uma.
C C D C D :C D :dC D C:$l
GK G &%%
: : D :d: D ::$l
R DK D &%% R D7K D7 &%%
:d :d D :d:$l D :$l
R
Tipo de Apreensão (T.A.)
Para R Q0
G $%K ; %K D K ; %K D7 &%K 9uando R aumenta
C $ai!a : aumenta
C 1 : K intelig)ncia mais teórica C : K intelig)ncia mais pr(tica
O6S8 considere os percentuais na an(lise
Em termos psicopatológicos:
C 1 K man3acos e esquizofr)nicos : 1 K depressivos e esquizofr)nicos cA rigidez defensiva :d 1 K dé$eis mentais% o$sessivos e esquizofr)nicos
D#,#rBinan,#2
Análise da atividade reguladora da Razão
oma#se +% depois deve sa$er o +
/ 1/:5 : 1/;5 : 1/Q5 : 1/=5 O$s.K média no Brasil S0
/K / &%%
o
R =ndica a capacidade para o sujeito se orientar na vida% adaptar#se J realidade e!terior devido J atividade reguladora da razo e do pensamento.
o
e *00 asfi!ia da vida afetiva e pessoal
o
e re$ai!ado histeria% psicose% adolesc)ncia re$elde e artistas
Força do Ego (atenção precisa e ulgamento e!ato)
/: 1/:5 : 1/Q < $5 : 1/= < $5 O$s.K Brasil varia entre T0#@S
/:K /: &%%
o
/ indica aptido para orientar o pensamento mantendo aten&o precisa e julgamento e!ato for&a do ego2
o
pró!imo de *00 controle r3gido e o$sessivo do pensamento.
o
e U0 histeria
o
Iuito $ai!o psicose ou de$ilidade mental
Relação da am"ição com potencial criador
$ G 8 & >
o
e C 1 F K am$i&o acima do potencial criador
o
e C F K narcisismo e fantasias predominam
Relação entre vida pulsional e ego
$ > 8 & ?an
o
e F 1 Gan vida pulsional su$ordinada ao sistema de valores do sujeito
o
e F Gan sujeito ao mesmo tempo controlado e espontMneo
o
e F Gan sujeito $usca satisfa&o imediata dos desejos.
O$s.K se F e Gan e +D normal se F e Gan
e +D
=ni$i&o neurótica +ragilidade egóica%
Relação entre tensão ps#$uica e recursos interiores
&3 > 8 & 1?an : ?o"5 o
e Gan D Go$ 1 F as tens'es ps3quicas so fortes demais para que o sujeito utilize construtivamente seus recursos interiores.
>@ sujeitos mais sonhadores% timidez% sentimentos de ini$i&o e inferioridade.
%álculo das respostas de %or
- 0%S . +- D * . -+ D *%S .
%apacidade de suprimir um impulso carregado de a&eto
- K > =mpulso K controle
Tipo vivencial
F 1 -
e
- 0 introversivo puro - nitidamente 1 0 introversivo dilatado
F -
e
F 0 e!tratensivo puro F nitidamente 1 0 e!tratensivo dilatado
F - am$igual F - * N coartitivo retra&o ps3quica F - 0 N coartado
C/ 8 /C Princ3pio K Principio
do Prazer
da Realidade
%alculo das respostas de Es&umaçado
> 0%S . +> D * . >+ D *%S . >
%on&irmação do Tipo 'ivencial
C 8 E
se
- 1 >% no h( controle so$re os afetos
%on&irmação do Tipo 'ivencial
VIII D I D
1 40 e!tratensivo 40 introversivo
Con,#7o2
Relaçes nterpessoais
5endo o somatório de H tira#se a porcentagem
HK H &%% R Iulheres de *S a Q0 Homens de *0 a V0
R#ao 7# R#2@o2,a2 7# 4+Bano2 in,#iro2 # Par,#2 7# 4+Bano
=ncapacidade de ver o ser humano no integra% tend)ncias hipocondr3acas ou agressividade.
$ H 8 & H7
*ensamento in&antil e + ou estereotipia do *ensamento
5endo o somatório de todos os " tira#se a porcentagem
AK A &%% R
;ormal entre Q0 e U0
nd#cios de Angustia *atológica
H7 : Ana, : S#o : Sg &$K
SNTESE DIAGNÓSTICA :epois de feito todos os c(lculos poss3veis descritos no regulamento do teste% devem#se analisar os n8meros apresentado nas fórmulas e o que correspondem% analisando o que o sujeito apresenta a n3vel intelectual% socioam$iental% emocional e patológico. comum surgirem discrepMncia nos dados coletados na analise devido J proje&o de materiais conscientes e inconsciente do sujeito. " s3ntese deve ser analisada conforme descrita no Psicodiagnóstico de Rorschach% seguindo a esta ordem anteriormente citada% eliminando as repeti&'es e afirmando na s3ntese se necess(rio utilizar outros meios de investiga&'es para confirma&o de algum aspecto apresentado.
R>+>R>;-=" B=B,=OCR"+=-" ";<=>7% :idier. ,s -todos *roetivos. S ed. Rio de WaneiroK -ampus% *?@?. Reimpresso.