TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO ESCOLA: ________________________________________ DATA: ____/ ____/ 20____ NOME: ____________________________________________ Nº ____ TURMA: _____ Grupo I Para responderes aos itens que se seguem, vais ouvir uma crónica radiofónica (TSF), da autoria de Fernando Alves. Se necessário, consulta as notas. (https://www.tsf.pt/stream/audio/2017/06/noticias/14/sinais14.mp3) Notas: Dilema: situação que implica uma escolha difícil, entre duas possibilidades. Sabre: espada.
1. Para responderes a cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. 1.1. O cronista encontra-se sentado num banco de jardim (A) a ler o poema de um livro de Maria Teresa Horta, intitulado “Desfolhagem”. (B) a apanhar sol e a ver passar Maria Teresa Horta. (C) à espera de ver chegar Maria Teresa Horta. 1.2. Para o cronista, receber o sol de domingo é (A) um dilema. (B) uma celebração. (C) uma constatação. 1.3. A pergunta “que urgência terá ditado esse abandono, que amargo de boca, que notícia inquietante?” vem na sequência de ter visto (A) um cigarro abandonado, quase inteiro. (B) um jardim abandonado, com folhas de árvores. (C) uma rosa desfolhada de um poema de Vinícius. 2. Completa as frases com palavras do quadro, de acordo com o sentido da crónica que ouviste. Utiliza cada palavra apenas uma vez. Escreve a letra que identifica cada espaço, seguida da palavra escolhida. sabre
dilemas
jardim
livro
O cronista regista na sua crónica o momento em que um objeto caído no a) _______ lhe prende a atenção. Questiona-se por que razão foi deixado assim, quase num repente, e conclui que o chão revela muitos b) ______, tal como um c) ______, como um d) ______.
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TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO Grupo II Lê o texto. Se necessário, consulta as notas. Maria Judite de Carvalho – Vidas quebradas
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As contas estão feitas: ao longo de quatro décadas de regular vida editorial, pontuada por alguns prémios, Maria Judite de Carvalho (18 de setembro de 1921 – 18 de janeiro de 1998) publicou treze livros, privilegiando as formas breves (novela, conto, crónica). Se é verdade que sempre conheceu a receção favorável da crítica, não é menos verdade que o público os acolheu com fria indiferença. Ou porque não fosse ameno o tempo (e os lugares) que destinava aos seus leitores – “dias escuros, sem sol, ou de sol molhado e hesitante”, “dias pequenos, como que mirrados pelo frio”; ou porque a autora, que cultivou uma atitude reservada, se mantivesse distanciada dos mecanismos da afirmação literária, conduzindo sobriamente uma produção apta a questionar um mundo ainda muito fechado à intervenção cultural das mulheres. Flor discreta da nossa literatura, como lhe chamou Agustina Bessa-Luís, Maria Judite de Carvalho foi uma escritora de comedida presença pública e obra preservada de excessos discursivos, inutilidades decorativas, bibelôs1 de outros tempos. O jornalismo e a ficção narrativa breve constituem os dois polos da sua vida literária. Ao primeiro consagrou boa parte da sua existência, colaborando entre 1968 e 1975 com o Diário de Lisboa, enriquecendo, sob o pseudónimo Emília Bravo, o “Suplemento Mulheres” com as crónicas quase diariamente escritas entre 1971 e 1974, período em que também publica contos nos jornais O Século e República. Antes mesmo da publicação do seu primeiro livro, ora colaborando em diversas revistas e jornais com crónicas e contos (Eva, Mulheres, Escritório, Diário Popular), ora participando como correspondente durante o período da sua permanência em França, entre 1949 e 1955, a autora aliara já uma visão desencantada da existência a uma sensibilidade-lâmina que, a um tempo, repudia2 a nossa herança retórica3 e corta os acontecimentos de ponta a ponta, extraindo o que neles havia de mais profundo, ora com tristeza melancólica, ora com precisão e ironia crítica. Maria Judite de Carvalho deu voz aos múltiplos factos de que se compõe o quotidiano: as pequenas ambições, o desencanto calado, a solidão e a angústia, a falência do amor, da esperança e dos projetos, a experiência da incomunicabilidade, o tempo que flui para nunca mais, o declínio e a velhice – tudo projetado num cenário marcadamente feminino. Mas também a morte que obsessivamente se anuncia – desde a coletânea de contos com que em 1959 se estreia em livro, com reconhecimento imediato da crítica: Tanta Gente, Mariana…: “Mas hoje são 20 de janeiro e daqui a três ou quatro meses começo a esperar a morte”. Teresa Carvalho, Jornal i, edição de 18 de janeiro de 2017 (texto adaptado, consultado em outubro de 2017). 1
bibelôs: pequenos objetos de arte com que se enfeitam mesas, prateleiras, etc.
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repudia: rejeita. retórica: arte de bem falar ou escrever.
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TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO
Para responderes a cada item (1. a 4.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.
1.
A receção dos 13 livros de Maria Judite de Carvalho pelo público não foi favorável porque (A) o tempo destinado aos leitores era escuro, sem sol, e a autora reservada. (B) o tempo destinado aos leitores era ameno e a autora reservada. (C) o tempo e os lugares descritos eram amenos, mas as reflexões sobre o mundo eram estranhas às mulheres. (D) o tempo e os lugares descritos não eram amenos e as reflexões sobre o mundo eram estranhas às mulheres.
2.
Para designar Maria Judite de Carvalho (l. 11), Agustina Bessa Luís utiliza uma (A) metáfora. (B) aliteração. (C) anáfora. (D) perífrase.
3.
Desde o início da sua atividade de escrita, a autora (A) colabora em publicações como Eva, Mulheres, Escritório, Diário Popular. (B) utiliza o pseudónimo Emília Bravo. (C) alia uma visão desencantada da existência a uma sensibilidade-lâmina. (D) procura a profundidade dos acontecimentos, sem artifícios retóricos.
4.
Tanta Gente, Mariana é (A) uma citação da coletânea de contos, da autoria de Maria Judite de Carvalho. (B) o título do primeiro livro de Maria Judite de Carvalho. (C) uma transcrição da coletânea de contos de Maria Judite de Carvalho. (D) uma fala de um crítico da coletânea de contos de Maria Judite de Carvalho.
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TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO Grupo III Parte A As marchas
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Apetecia-me falar desta nossa Lisboa, cidade de sol ardente e chuvas torrenciais, cidade de muitas alegrias e não menos tristezas, mas sem me referir a manjericos nem a bailaricos, nem a arquinhos e balões nem a tradições. De Lisboa, simplesmente. E para falar de Lisboa podia referir-me a coisas muito nossas e que são, por isso mesmo, universais. De coisas humanas. Apetecia-me falar de Lisboa mas não falo. É que vi as marchas. E confesso que as vi pela primeira vez, embora as tenha ouvido com frequência, em rádios vizinhos durante muitos e variados meses de junho. Para quê cantar uma Lisboa errada? Depois, é um perigo e tanto isto da poesia (é um modo de dizer) obrigada a mote, sobretudo quando o mote é sempre o mesmo há um ror 1 de anos. E aqui temos o rio Tejo e os manjericos e bailaricos já citados, e a alegria esfuziante de toda a gente (seremos assim tão alegres quanto isso nos 364 dias que sobejam?), e os balõezinhos e os amorinhos. Será isto Lisboa, mesmo vista através de lentes cor-de-rosa? Já me referi há tempos a um casal de estrangeiros que veio pela segunda vez a Lisboa e se mostrou espantadíssimo ao dar com uma cidade triste. Julgavam-na a cidade mais alegre do mundo porque tinham por cá passado, da primeira vez, em noite de marchas. Ora a segunda vez… Dito isto sou – talvez fosse – pelas marchas, pequenas aldeias em movimento nesta cidade grande que não é uma grande cidade. Seria por elas mas não assim. Popular é uma designação com grandes possibilidades, mas serão populares as marchas? Não se parecerão impressionantemente com o infalível2 quadro “popularucho”3 de todas as revistas? Depois, para quê a inspiração do século não sei quantos se estamos neste maravilhoso século de olhar em frente? Popular o que não evoluiu, o que ficou lá atrás, o que se recusou a dar um passo à velocidade do mundo? Diário de Lisboa, 17-06-69 Maria Judite de Carvalho, Este tempo, Lisboa, Editorial Caminho, 1991, pp. 83-84. 1 ror:
grande quantidade. que não falha, que não se engana, habitual. 3 opularucho: que imita o que é popular, considerado vulgar ou de baixa qualidade. 2 infalível:
1.
Explicita o desejo que a cronista expressa no primeiro parágrafo.
2.
Justifica a utilização das frases interrogativas no segundo parágrafo.
3.
Explicita o ponto de vista da cronista relativamente ao modo como as marchas populares de Lisboa se deveriam (ou não) realizar.
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TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO
Parte B
4.
A crónica é um texto onde o cronista pode revelar vivências do espaço exterior (ruas, lojas, cafés…) ou do espaço interior. Comprova a afirmação, referindo, como exemplo, outra crónica estudada recentemente da mesma autora ou não; explicitando a vivência que lhe serviu de base. A tua resposta deve ter entre 40 a 70 palavras.
Grupo IV 1.
Identifica o conjunto de palavras cujo processo de formação é o mesmo. (A) Formalismo, dominável, fraternal, bailarico (B) Moscovita, macroeconomia, pré-história, inútil (C) Pós-produção, megaconcerto, guarda-livros, guarda-rios (D) Tripé, sobrepor, pós-parto, alimentício
2.
Associa as palavras sublinhadas nas frases da coluna A à classe e subclasse que lhes correspondem na coluna B. Coluna A (a) Estarei sempre à tua espera se escolheres vir.
Coluna B (1) Pronome reflexo (2) Preposição (3) Conjunção subordinativa
(b) Ninguém se precaveu com o guarda-chuva.
completiva (4) Conjunção subordinativa
(c) Ele perguntou se alguém se lembrava do prometido.
concessiva (5) Conjunção subordinativa condicional
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TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO 3.
O conjunto constituído apenas por verbos defetivos impessoais é (A) Convir, urgir, ladrar, acontecer (B) Chutar, miar, convir, amanhecer (C) Haver, ladrar, julgar, precaver (D) Convir, mugir, zurrar, zumbir
4.
A frase que contém uma oração coordenada explicativa é (A) Está muito calor porque as pessoas estão transpiradas. (B) Pois é! O João foi eliminado uma vez que pisou a linha. (C) Visto que não treinou, ficou cansado nos primeiros minutos. (D) O Manuel caiu no buraco dado que não o viu.
5.
Identifica todas as frases em que o elemento sublinhado desempenha a função de sujeito. Escreve o número do item e as letras que identificam as opções escolhidas. (A) Quero que te empenhes no teu curso. (B) Adoro tudo o que me faça lembrar a infância. (C) São fantásticas as pinturas de Paula Rego. (D) Doeu-me a perna quando caí nas escadas. (E) Recordei o verão dos meus quinze anos ao ver esta fotografia.
6.
Reescreve a seguinte frase passiva na ativa. Teria o livro sido levado pela professora?
Grupo V
Seleciona um elemento que normalmente se encontra nas cidades. Escreve um texto narrativo em que ele seja parte integrante. Identifica-o no título.
Deves escrever entre 160 a 240 palavras.
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TESTE DE AVALIAÇÃO – 9.º ANO PROPOSTA DE CORREÇÃO/COTAÇÃO Grupo I Pontuação 1.1. 1.2. 1.3. 2. a) b) c) d) Grupo II 1. 2. 3. 4.
(A) (B) (A) jardim dilemas livro sabre Total parcial
12 pontos
(D) (A) (D) (B) Total parcial
3 3 3 3 12 pontos
Grupo III 1. A cronista expressa o desejo de falar de Lisboa, debruçando-se apenas sobre “coisas universais”, “coisas humanas”, sem referência a tradições (“manjericos”, “bailaricos”, “arquinhos” e “balões”). 2. As frases interrogativas têm o propósito de levar a leitor a refletir sobre o sentido das marchas em Lisboa, uma vez que dão uma imagem errada da cidade ou fazem um retrato pouco fiel da mesma, que, na sua opinião, não se mostra alegre nos restantes dias do ano. 3. Para a cronista, as marchas deveriam realizar-se, não como uma atividade popularucha, centrada no passado, mas inspiradas no século em que se enquadram e viradas para o futuro. 4. Os alunos podem indicar uma das crónicas recentemente estudadas de Maria Judite de Carvalho ou de Lobo Antunes (ou outro), referindo: • o título (devidamente assinalado); • o nome do/a autor/a; • a(s) vivência(s) do espaço exterior ou interior que a motivou. Total parcial Grupo IV 1. (A) 2. (a) – (5); (b) – (1); (c) – (3) 3. (D) 4. (A) 5. (A), (C), (D) 6. Teria a professora levado o livro? Total parcial
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26 pontos 3 3 3 3 3 5 20 pontos
Grupo V
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