CALVINO CALVINO CRITICA C RITICA OS PAIS PAIS DA IGREJA POR NUNCA TEREM RECONHECIDO A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO
INTRODUÇÃO Atualmente é comum vermos protestantes querendo usar os padres da Igreja para provarem suas doutrinas. Um caso destes são os calvinistas que tentam através dos padres provarem a sua doutrina da predestinação. Tudo isto se torna muito interessante à medida que os calvinistas atuais parecem quer querer er ser ser mais mais calv calvin inis ista tass que que o próp própri rio o Calv Calvin ino o e tent tentam am acha acharr uma uma conciliação entre os padres da Igreja e a doutrina calvinista coisa que o próprio Calvino tinha como incompat!veis e inclusive criticava duramente os padres da Igreja por isto. "m um te#to anterior pu$licamos como Calvino rejeitava as epistolas de %anto In&cio de Antioquia que considerava tam$ém longe da sua doutri doutrina. na. 'o presen presente te te#to te#to iremos iremos demons demonstra trarr como como Calvin Calvino o critic criticava ava os padres da Igreja por serem contra sua doutrina da (redestinação e negação do livre ar$!trio humano.
1. CALV CA LVINO INO CRITICA CRI TICA OS PADRES PADRES DA D A IGREJA "m suas Institutas Calvino )ala como os padres aceitavam o livre ar$!trio humano com o titulo* +Os pais da igreja mostram geralmente menos clareza, mas uma tendência a aceitar a liberdade da vontade. O que é o livre-arbítrio? , -../ ../ pp. 012345. Calv alvino ino come começa ça o te# te#to com com a segu eguinte inte decla eclara raçção* ão* +Todos os escritores eclesiásticos reconheceram que tanto a solidez da razão no homem está gravemente ferida pelo pecado, quanto a vontade tem sido muit muito o escr escrav aviz izad ada a por por maus maus dese desejo jos s ainda ainda muito muitos s deles deles chegar chegaram am a abordagem muito próima dos !ilóso!os. Alguns !ilóso!os. Alguns dos escritores mais antigos parecem-me exaltar as forças humanas a partir de um temor de que um reco reconh nhec ecim imen ento to dist distin into to de sua sua impo impotê tênc ncia ia pude pudess ssem em exp exp-lo -los s !s zom"arias dos fil#sofos com quem eles estavam disputando , e também !ornec !orneciam iam a carne, carne, j" muito muito declin declinada ada do bem, bem, um novo novo prete preteto to para para a pregui#a. $ortanto, para evitar ensinar qualquer coisa que a maioria da 1
humanidade pudesse considerar um absurda, eles fizeram com que seu estudo, em alguma medida, reconciliasse a doutrina da $scritura com os dogmas da filosofia, ao mesmo tempo, tornando-se seu cuidado especial para n%o !ornecer qualquer ocasi%o para pregui#a. ,
A primeira parte tam$ém re)lete o entendimento ortodo#o da condição ca!da da humanidade e do nosso continuo livre ar$!trio e a capacidade de raciocinar. 'o entanto Calvino criticou esta compreensão da condição humana alegando que os pais da igreja primitiva ao a)irmar a ra6ão humana chegaram +muita próima dos !ilóso!os ,. "le acreditava que os primeiros pais tomaram esta posição a )im de evitar + as zombarias dos !ilóso!os ,. "ntão ele alegou que os pais a)irmavam o livre2ar$!trio humano + para n%o dar ocasi%o para pregui#a,. "le escreveu* +&ertamente você ver por estas declara#'es que eles creditaram ao homem mais zelo pela virtude do que ele merecia, porque eles achavam que eles n%o poderiam despertar nossa indolência inata, ao menos eles argumentaram que nós pecamos por isso sozinhos .,
A rala opinião de Calvino so$re os pais gregos se mostra clara e limpa na seguinte )rase* 7 (lém disso, mesmo que os gregos, acima do resto, e entre eles especialmente %ris#stomo, exaltam a capacidade da vontade humana, mas todos os antigos, salvo Agostinho, de algum modo di!erem, vacilam, ou !alam con!usamente sobre este assunto, que quase nada pode ser determinado derivado de seus escritos .7 -Institutas 8ivro II Cap!tulo II5.
A )rase acima é pura dinamite. "m (rimeiro 8ugar Calvino estava ciente da crença dos primeiros pais -7todos os antigos75 so$re o livre ar$!trio. "m %egundo 8ugar ele acreditava que os padres da Igreja )alavam +con)usamente, o que signi)ica que para ele não houve consenso patr!stico no livre2ar$!trio. "m Terceiro 8ugar nada de valor pode ser aprendido com os pais da igreja primitiva so$re esta matéria. 9uarto a :nica e#ceção entre os pais da igreja primitiva é segundo ele santo Agostinho. Todas estas teses são muito interessantes mas como qualquer conjunto de teses precisam ser apoiadas em provas e argumentos. ; decepcionante portanto ao desco$rir que Calvino desdenha de )ornecer qualquer elemento de prova. (or isso 'ós não devemos parar ao listar mais e#atamente as opini
2
2. UMA RESPOSTA A CALVINO %e Calvino não vai + listar mais eatamente as opini'es dos escritores individuais, então eu vou. As citaç d.C5 um dos (adres Apostólicos a)irmou o livre2ar$!trio humano* +)isto, ent%o, que todas as coisas têm um !im, é-nos colocada diante de nós a vida, !ruto da nossa observ*ncia +aos preceitos de eus, e a morte, como resultado da desobediência todos / conforme a escolha que fizer & encontrarão seu pr#prio lugar, permitindo escapar da morte e optar pela vida. Observo que duas características di!erentes s%o encontradas nos homens0 a verdadeira moeda e a esp1ria. O verdadeiro !iel é o tipo verdadeiro de moeda, cunhada pelo próprio eus. O in!iel, por sua ve z, é uma moeda !alsa, ilegal, esp1ria, !alsi!icada, cunhada n%o por eus, mas pelo diabo. 2%o estou querendo dizer que eistem duas naturezas humanas di!erentes eiste apenas uma 1nica humanidade que, 3s vezes, pertence a eus, e outras vezes, ao diabo. 4e alguém é verdadeiramente religioso, ser" também homem de eus mas, se n%o !or religioso, ser" homem do diabo, n%o por sua natureza, mas por sua pr#pria escolha' ” -"p!stola Aos ?agnésios
@ersão 8onga Cap!tulo @5. A "p!stola a Biogneto considerado parte do corpus dos padres apostólicos a)irmou o livre2ar$!trio humano* + (o contr"rio, enviou-o com clemência e mansid%o, como um rei que envia seu !ilho. eus o enviou, e o enviou como homem para os homens( enviou-o para nos salvar, para persuadir, e não para compelir, pois em )eus não há violência., -?athetes
2 "pistola a Biogneto D5 Clemente de Eoma -F>24>> d.C5 tem sido citado em apoio ao livre2 ar$!trio -ver Eeconhecimentos F D>5. 'o entanto sérias d:vidas tGm sido levantadas so$re a autenticidade dos Eeconhecimentos -(atrologia de 9uasten @ol. I p. 34235. Hustino ?artir -4>>2430 d.C5 um apologista que )oi educado na )iloso)ia cl&ssica antes de sua conversão escreveu* +e !ato, do mesmo modo como no princípio nos !ez do n%o ser, assim também cremos que !queles que escolheram o que lhe * grato, concederá a incorrupti"ilidade e a convivência com ele, como prêmio dessa mesma escolha' &om e!eito, ser criados no princípio n%o !oi mérito nosso mas agora ele nos persuade e nos conduz ! f* para que sigamos o que lhe * grato , por livre escolha, atrav*s das potências racionais, com que ele mesmo nos presenteou' 5 - Apologia I
4>5. 3
Aten&goras -Século II5 outro apologista antigo escreveu* +o mesmo modo, porém, que os homens têm livre-arbítrio e podem optar pela virtude e pela maldade - pois se n%o estivesse em seu poder 3 maldade e a virtude, n%o honraríeis os bons nem castigaríeis os maus, quando uns se mostram diligentes e outros desleais naquilo que lhes con!iais -, assim também os anjos.,-(etição em avor dos Cristãos 2 JJI@5.
Irineu de 8ion -4F0 d.C5 considerado o maior teólogo do segundo século do mesmo modo a)irmou que a capacidade do homem para a )é era $aseada em seu livre2ar$!trio* + (gora todas essas epress'es demonstram que o homem está em seu pr#prio poder no que diz respeito ! f* , -&ontra as 6eresias /.D.5. Cipriano de Cartago -c. >> K 4>2015 o )ilho espiritual de Tertuliano e um dos (adres latinos a)irmou o livre2ar$!trio humano. L seu Tratado 0 é intitulado + ( liberdade de crer ou de n%o crer é colocado em livre escolha .,= "le deu trGs passagens das "scrituras em apoio desse ensinamento* BeuteronMmio 4D 4F Isa!as 4 4F e 8ucas 4 4. %anto Atan&sio de Ale#andria -F32DD d.C5 era conhecido por sua de)esa da nature6a divina de Cristo. 'a sua o$ra so$re a vida de %anto AntMnio N> ele escreveu que a virtude humana depende da e#istGncia do livre2ar$!trio humano* 7$ortanto virtude precisou em nossas mãos de vontade pr#pria, uma vez que est" em nós e é !ormada de nós ., -@ida de %anto AntMnio5. Lr!genes de Ale#andria -41020/ d.C5 em sua o$ra Be (rincipiis (re)&cio N0 )e6 esta o$servação so$re a opinião geral da Igreja* +8sto também est" claramente de!inido no ensinamento da 8greja, que toda alma racional é possuidora de livre-arbítrio e vontade .,
Assim como signi)icativo é o )ato de que a negação do livre ar$!trio humano )oi rejeitada como um ensinamento errMneo. L oposto do livre2ar$!trio é +vontade com limitaç5 em seu Commonitório o$serva como herética porque )a6 o pecado ser irresist!vel* +9uem, antes de 4im%o :ago, duramente castigado pela reprimenda apostólica / e de quem provém a antiga enurrada de torpezas que, por sucess%o ininterrupta e oculta, tenha chegado até $risciliano / se atreveu a dizer que )eus criador * o autor do mal, ou seja, de nossos delitos, de nossas impiedades, de nossos v+cios ? $ste afirma que )eus, com suas pr#prias mãos, cria a natureza estruturada de maneira que, por movimento espontneo e so" o impulso de uma vontade necessitada, não pode mais, não quer mais que pecar' (gitada e incendiada pelas !1rias de todos os vícios, se vê arrastada com *nsia inesgot"vel aos abismos de toda sorte de crimes. ;emplos como estes eistem e n%o acabam mais, mas deiemo-los para sermos breves. emonstram a todos com evidência que a 4
atitude normal e comum de qualquer heresia é gozar-se nas novidades pro!anas e sentir repulsa pelos dogmas da antiguidade, até o ponto de nau!ragar na !é por causa de discuss'es de uma !alsa ciência. Ao contrário, * pr#prio dos cat#licos guardar o dep#sito transmitido pelos antos .adres, condenar as novidades profanas e, como muitas vezes repetiu o Ap#stolo, descarregar o anátema so"re quem tem a audácia de anunciar algo diferente do que foi rece"ido'” (Comonitório capítulo XXIV).
Uma condenação semelhante pode ser encontrada em ?etódio -D44 d.C5 na o$ra L Oanquete das Be6 @irgens* + (gora aqueles que decidem que o homem não * dotado de livre-ar"+trio e a!irmam que ele é regido pelas necessidades inevit"veis do destino, e os seus comandos n%o escritos, s%o culpados de impiedade para com o próprio eus, !azendo-o ser a causa e o autor dos males humanos ., -L Oanquete das Be6 @irgens 2 Cap!tulo 435.
Hoão Crisóstomo )amoso por sua pregação e patriarca de Constantinopla igualmente condenou a negação do livre ar$!trio humano em sua terceira homilia so$re a Timóteo* +esus. , -Pomilia %o$re Timóteo III5.
Lutra testemunha signi)icativa para o livre ar$!trio é Cirilo de Herusalém -D4>2D13 d.C5 (atriarca de Herusalém no século I@. "m suas )amosas leituras catequéticas Cirilo repetidamente a)irma o humano livre2ar$!trio -8eituras .42 e /.41 45. Ba mesma )orma Qregório de 'issa -DD>2c DF05 em suas leituras catequéticas ensinou* +$ara ;le que !ez o homem para a participa#%o de 4ua própria peculiar bondade, e incorporou nele os instintos de tudo o que era ecelente, a !im de que seu desejo pudesse ser transportado por um movimento correspondente em cada caso a sua vontade, nunca teria privado o daquele mais ecelente e precioso de todos os bens 9uero dizer o dom implícito em ser seu próprio mestre, e ter uma vontade livre., -L Qrande
Catecismo 8eitura @5. Hoão Bamasceno -302/0 d.C5 Um (adre da Igreja do oitavo século escreveu a coisa mais pró#ima de uma teologia sistem&tica na Igreja primitiva a "#posição da é Católica. 'ela ele e#plicou que Beus )e6 o homem um ser racional dotado de livre2ar$!trio e como resultado da queda o livre2ar$!trio do homem )oi corrompido -8ivro D Cap!tulo 4/5. %ão Hoão Climaco -0F23/F5 um (adre do Beserto do século @II em seu cl&ssico espiritual A "scada da Ascensão Bivina escreveu* +os seres racionais
criados
por
;le e honrados
com
a
dignidade
do
livre- 5
ar"+trio, alguns s%o 4eus amigos, os outros s%o 4eus verdadeiros servos, alguns s%o sem valor, alguns est%o completamente a!astados de eus, e outros, embora criaturas !racas s%o 4eus advers"rios , -Begrau 4.45.
Uma pesquisa com os primeiros escritos cristãos mostram o seguinte* -45 a doutrina do livre2ar$!trio humano )oi ensinada pelos (adres Apostólicos -In&cio de Antioquia e na Carta a Biogneto5 -5 que )oi a)irmado pelos apologistas -Hustino ?&rtir e Aten&goras5 -D5 )oi ensinado pelos principais (adres da Igreja como Irineu de 8ion Atan&sio o Qrande e Qregório ?agno -/5 que )oi ensinado pelo (adres latinos -Cipriano de Cartago5 -05 )oi ensinado por (adres s!rios -Hoão Bamasceno5 -35 )oi ensinada pelos (adres do Beserto -Hoão da "scada5 e -5 )oi a)irmado pelo (atriarca de Herusalém Cir!lo em suas leituras catequéticas. ; ine#plic&vel para não mencionar indesculp&vel Calvino ter recusado a participar deste amplo consenso patr!stico. Calvino em contraste dependia e#clusivamente em um pai igreja mais tardio Agostinho de Pipona. Além disso o ensinamento de Agostinho não concorda com ele além do mais suas e#plicaç
6
Begradação dos pais da igreja por Calvino não era um improviso ou no calor do momento uma hipér$ole. Calvino quis di6er o que ele escreveu. (or uma questão ó$via ele repetiu este ponto novamente no cap!tulo ..F -pp. 33235* 7Talvez eu pareça ter trazido um grande preju+zo em cima de mim quando eu confesso que todos os escritores eclesiásticos, exceto Agostinho falaram de maneira tão am"+gua ou diversamente so"re este assunto que nada certo pode ser adquirido a partir de seus escritos ..... :as eu n%o quis dizer nada mais do que eu queria de !orma simples e sincera para aconselhar a piedade popular. para que se !ossem depender de opini'es daqueles homens nesta matéria, eles sempre trope#ariam na incerteza ao mesmo tempo esses autores ensinam que o homem, despojado dos poderes da livre vontade, se re!ugia na gra#a. em outro momento eles !ornecem, ou parecem !ornecer, ele com sua própria armadura . 7 -Institutas ..F5.
A recusa de Calvino a )ornecer evidGncia de apoio a sua a)irmação é angustiante. L que temos aqui não é erudição mas o dogmatismo. A dependGncia quase e#clusiva de Calvino so$re Agostinho de Pipona é alheio ao método teológico dos primeiros cristãos como descrito no Comonitório de %ão @icente de 8enris* +L que tem sido crido em todos os lugares sempre e por todos, +u$ique quod quod sempre quod a$ omni$us., -Comonitório 2 Cap!tulo .35.
7
CONCLUSÃO ?as algumas perguntas di)!ceis precisam ser )eitas so$re o método teológico de Calvino. (rimeiro )oi Calvino mais s&$io do que a série de todos os primeiros (adres da IgrejaS %er& que os disc!pulos dos Apóstolos e seus sucessores dei#aram a $ola cairS Lu seja em ve6 de guardar cuidadosamente o depósito Apostólico eles descuidadamente dei#aram2no ser modi)icado para seguir suas próprias ideias pessoais ou para agradar suas congregaç
8