O casamento e a diversidade cultural ♥
O casamento Hindu:
Este casamento tem extrema importância para a população hindu, pois considera-se que a vida em família é o estado natural dos seres humanos e onde se tem mais possibilidades de sermos felizes e realizar as nossas mais altas aspirações. Isso acontece porque, assim como os seres vivos dependem do ar para respirar, da mesma forma a sociedade depende das famílias para existir. O casamento consiste num conjunto de rituais O casamento hindu consiste numa série de rituais altamente simbólicos e profundos. Um desses grupos visa consagrar a união entre os noivos. Fazem parte deste grupo unir as mãos, colocar a grinalda de flores no amado, tocar o coração, entre outros. Outros rituais têm como objectivo invocar felicidade, paz, prosperidade e fertilidade para o matrimónio. Finalmente, como o casamento é um dos mais importantes rituais de passagem da nossa vida, fazem-se alguns rituais simbólicos para afastar influências negativas que possam assombrar a felicidade e a paz do casal. À noiva é reservado um tratamento tr atamento muito especial, já que ela ocupa o lugar central na estrutura familiar. O Vivaha (felicidade) não é um contrato, mas a sacralização de uma união baseada no amor, no carinho, na confiança e no respeito. O casamento não é visto como a simples união de dois elementos. Existe uma força que está presente no casamento, que é o terceiro elemento da união. Essa força chama-se dharma, que significa "aquilo " aquilo que mantém unido", sustenta a ordem natural das coisas, aquilo que os mantêm fiéis. • Rituais: I.
Vagdanam, a "entrega de palavra": 1.
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O casamento inicia-se com o Vagdanam (entrega da palavra). Neste ritual, a mãe do noivo coloca sobre o colo da noiva um cesto com frutas e um pouco de açúcar cristal, símbolo do desejo, da felicidade e de prosperidade no ciclo que se inicia; A noiva oferece um pote de iogurte e mal ao noivo simbolizando a pureza e a doçura que eles querem para a sua relação; Neste momento, os noivos trocam grinaldas de flores para invocar tudo o que for auspicioso e bom para a união;
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II.
No decorrer do casamento, o noivo oferece um pote de arroz ou trigo em grão para oficiante ofi ciante que simboliza a beneficência e acções em benefício da sociedade e dos necessitados; Depois, as mães dos noivos vão para fora da sala levando um pote com água e passam uma faca sobre ele para proteger o casal de influências negativas; Aqui, o pai da noiva verte uma colher de água no solo, simbolizando o sacrifício que a família está fazendo para deixar a filha partir. Como condição pede um juramento do novo genro: "Quero que jure que fará a minha filha feliz, realizada e próspera". O noivo, por três vezes seguidas, repete: "Tenho sucesso na missão de fazer minha esposa feliz, realizada e próspera".
Vivaha, a união: 1.
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Aqui começa o casamento com a invocação da felicidade. Os noivos ficam frente a frente, mas a noiva fica voltada para o leste. O irmão da noiva verte, com as mãos em forma de concha, alguns grãos de arroz nas mãos dela que, por sua vez, as une firmemente oferecendo os grãos ao fogo, enquanto que o noivo diz "Ela está fazendo a oferenda para o fogo. Que a inteligência presente no brilho do fogo permita que ela tenha uma vida feliz e longa. Que esta relação prospere. Que esta oferenda nos una"; Agora acontece o panigrahana. O noivo segura a mão direita da noiva dizendo: "Tomo a tua mão em nome da felicidade. Que vivas uma vida muito longa e feliz comigo, teu marido. As forças da natureza deram-te a mim e deram-me a ti. Tu és a terra, eu sou o céu. Casemos e tenhamos descendência. Que tenhamos muitos filhos e que eles vivam uma vida longa. Que possamos ver cem Outonos juntos". Assim, o noivo está responsabilizando-se pela felicidade e o bem-estar da noiva; De seguida o oficiante dá três nós, amarrando a barra do vestido da noiva à camisa do noivo simbolizando a união sagrada; No asmarohana, o noivo pede para a noiva subir uma pedra, colocada no lado Norte do altar, que simboliza a firmeza do relacionamento cuja base é a fidelidade, a confiança, o respeito e a devoção mútuos. Enquanto ela sobe ou coloca o pé direito sobre a pedra, ele diz: "Sobe nesta pedra. Que sejamos firmes como ela. Que haja fidelidade, confiança, respeito e devoção entre nós"; O agni pradakshina (circunvolução do fogo sagrado). Os noivos oferecem grãos de arroz ao fogo e, na continuação, ambos dão sete voltas em torno dele, de acordo com os ponteiros do relógio. Durante as três primeiras voltas, a noiva vai à frente. Nas quatro últimas, vai o noivo. Esse passeio ritual em torno do fogo equivale a uma jornada simbólica em torno do Sol,
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representando o ciclo de suas próprias vidas que viverão juntos a partir daquilo momento; Saptapadi que significa "sete passos" é a parte mais importante do ritual. Conta a lenda que, durante o casamento de Shiva e Parvati, Shiva pediu a Parvati que, após a circunvolução ritual do fogo, ficasse do seu lado l ado esquerdo, para consagrar o casamento. Ela recusou-se a aceitar o casamento como concluído, a menos que ele aceitasse em dizer-lhe sete pedidos. Ele concordou e, por sua vez, pediu-lhe que fizesse o mesmo e assim esse costume foi integrado no casamento. O saptapadi consiste em andar juntos por sete passos em direcção ao Norte. A cada passo, eles fazem sete pedidos, pronunciando estas palavras: "Um passo pelo nosso amor, dois passos para termos bons alimentos, três passos pela nossa força, quatro passos pela nossa felicidade, cinco passos pela prosperidade, seis passos pelos filhos que teremos, sete passos pela devoção". Essa fala pode ser dita pela noiva ou pelo noivo; Logo, o oficiante diz: "Que as responsabilidades éticas sejam cumpridas, que os recém casados compartilhem suas riquezas, que compartilhem seus momentos felizes e os menos felizes também, que se mantenham distantes dos cinco inimigos (raiva, medo, avareza, apego e egoísmo), que sejam felizes em todas as estações, que sejam fiéis em pensamento e acção, que cultivem juntos as virtudes"; Após os sete passos, a esposa fica em pé do lado esquerdo do esposo. Isso simboliza que ele irá defendê-la sempre que for preciso, usando seu braço direito. Desta forma conclui-se o casamento.
II III. I. Após Após o rritu itual al de de uni união ão:: O oficiante borrifa algumas gotas de água sobre a esposa dizendo: "Que as águas, pacíficas e abençoadas, te sejam favoráveis. Que te possam sempre curar". Este é um ritual de purificação, que simboliza a aniquilação dos karmas resultantes de toda acção errada que ela possa ter cometido no passado; 2. Neste momento, o esposo toca no coração da esposa e diz: "Que o teu coração possa viver no meu. Que a tua mente possa viver na minha. Que possas ser feliz e desfrutar no meu mundo. Aceito-te do jeito que és"; 3. O noivo passa kunkum (pó vermelho) usando o dedo anular direito na divisão dos cabelos da noiva, desde a testa até o alto da cabeça; 4. Ao finalizar a cerimónia, os recém-casados cumprimentam, cumprimentam, em primeiro lugar, os pais. Na continuação, os parentes e amigos reunidos jogam uma chuva de flores sobre os recém casados para abençoá-los; 5. Aqui começa a celebração, a festa e o banquete. 1.
Durante o banquete pode ser feito o datar, um ritual que consiste na troca de mão um pouco de sal três vezes, pelos recém-casados. Este ritual provém na crença de que aqueles que partilham o sal nunca irão discutir, pois passam a ser do mesmo sangue.
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O casamento Muçulmano:
O casamento muçulmano pode acontecer de várias maneiras, mas a regra mais importante é que as mulheres não podem casar fora da sua religião ao contrário dos homens. Entre muçulmanos, é a família do noivo que procura uma noiva que considere adequada ao noivo. Este casamento é uma espécie de contrato entre o homem e a mulher e o seu guardião. Este contrato implica o pagamento de um valor que acordado pelas duas partes e pago pelo noivo na altura em que o contrato é feito. Este pagamento pode nem sempre ocorrer, caso as duas partes o decidam eliminar. A noiva nem sempre está presente quando o contrato é feito, embora o seu pai ou guardião esteja presente. Caso a noiva não esteja presente, duas testemunhas perguntam à noiva se dá ao seu representante poderes para celebrar o contracto e se concorda com a quantia paga. A oferta do casamento é feita pelo pai da noiva, ou pelo seu guardião. Segue-se uma aceitação feita pelo noivo, na presença de duas testemunhas muçulmanas. muçulmanas. A noiva tem direito a receber a quantia referente ao contrato e fazer dela o que bem entender. O valor recebido poderá ser em dinheiro ou em géneros e deverá ser especificado antes do noivo a dar à noiva. O Mangni ou a cerimónia de noivado implica a troca de anéis. O traje da noiva para esta festa é oferecido pela família do noivo. O período de noivado dura cerca de três meses, e caso os noivos não se casem ao fim deste período, o contrato de casamento deverá ser renovado. Durante o noivado, a noiva só poderá estar na presença do seu noivo caso o seu pai ou irmão também estejam presentes. O calendário muçulmano ocorre segundo o ciclo lunar, por isso não há datas fixas para casamentos. Pode-se também casar a qualquer hora do dia. No entanto é proibido casar nos dias de Eid, que ocorrem depois do Ramadão e do de Pilgrimage, também não pode acontecer um casamento no dia de Ashura que calha no nono ou décimo dia do primeiro mês do Islão. Logo que se decida o dia do casamento fala-se com o Íman da mesquita, devendo de seguida o noivo preparar o presente para a noiva pois este é uma
parte muito importante da cerimónia do casamento. Qualquer homem que perceba as tradições do Islão poderá celebrar a cerimónia de casamento muçulmano, embora a mesquita tenha um oficial de serviço que usualmente o faz. Num casamento podem comparecer convidados de todas as religiões. Embora os convidados devam ter em conta que não devem usar trajes decotados ou reveladores do corpo. A cerimónia do casamento implica que a noiva seja previamente envolvida numa massagem feita com uma pasta. Isto acontece na casa da noiva, um a dois dias antes do casamento. A pasta é feita à base de açafrão, sândalo e óleo de jasmim, providenciado pela família do noivo. A noiva também é “tatuada” com henna. Só as mulheres solteiras podem aplicar henna à noiva. As tatuagens henna são aplicadas nas suas mãos e pés. Depois desta cerimónia a noiva não sai de casa até ao dia do casamento. No dia do seu casamento, é-lhe oferecido o traje de casamento pela família do noivo. Ao noivo também é colocado um símbolo sob a forma de um sinal. •
No dia do casamento e a cerimónia: No dia do casamento é comum fazer-se uma procissão de amigos e familiares que acompanham o noivo de sua casa até ao local do casamento, embora o noivo possa ir de carro. A chegada do noivo ao local da cerimónia é acompanhada por tambores e pelo som de mais alguns instrumentos musicais tradicionais. Á chegada, o noivo e o irmão da noiva trocam um copo de sherbet (uma bebida adocicada) e dinheiro. As irmãs da noiva dão as boas-vindas aos convidados tocando-lhes com uma espécie de bastão decorado com flores. Se não existir nenhuma área coberta especial, é erguida uma tenda para celebrar o casamento. Em algumas cerimónias muçulmanas, especialmente naquelas mais tradicionais, os homens e as mulheres sentam-se em locais distintos da cerimónia. Antes de ser lida uma peça seleccionada do Corão, na presença de duas testemunhas muçulmanas, o sacerdote pergunta à noiva se esta está satisfeita com o acordo e se ela concorda em casar com o noivo. Ao noivo é feita a mesma questão. As duas partes ouvem um sermão relativo ao casamento, feito por um oficial muçulmano. Não existem especificações especiais, a cerimónia do casamento depende muito de quem a celebra. Alguns sacerdotes recitam o primeiro capítulo do Corão e fazem a bênção. O casamento é registado. É assinado primeiro pelo noivo e por duas testemunhas. A noiva assina de seguida. Os documentos do casamento são preenchidos na mesquita. O noivo é levado para o lado das mulheres. Ele oferece dinheiro e presentes às irmãs da noiva. O noivo recebe a bênção das mulheres mais velhas da família e cumprimenta-as. Pode-se atirar confetis à noiva, só que é mais tradicional atirar moedas pois este gesto é mais antigo. Segue-se um jantar que é servido separadamente a mulheres e a homens. A família do noivo festeja à parte. Depois da primeira refeição, o noivo e a noiva sentam-se juntos e um grande lenço é usado para cobrir as suas cabeças enquanto o sacerdote e os noivos fazem algumas orações. O Corão é mantido entre eles e é-lhes permitido ver-se um ao outro através do reflexo de espelhos. Diversos doces e frutos secos são servidos aos convidados. O noivo passa a noite na casa da noiva, num quarto
separado desta, junto com um irmão mais velho da noiva. Na manhã seguinte é-lhe dado roupas, dinheiro e presentes pelos pais da noiva. Na tarde seguinte, os seus familiares acompanham os noivos à sua casa. Na casa dos noivos, a saída do pai da noiva é feita com este a entregar a mão da sua filha ao noivo e pedindo-lhe para a proteger para sempre. Dão-se as despedidas finais. Outra tradição que pode acontecer, é quando a noiva entra na sua nova casa, a sua sogra segura o Corão sobre a noiva e sobre o noivo. Quatro dias depois do casamento a noiva é levada para a casa dos seus pais. A recepção do casamento acontece quando o noivo leva a noiva e a sua família de volta para uma recepção dada pela sua família. É aqui que as duas famílias se tornam numa só. Num casamento muçulmano o vermelho cereja é a cor de eleição para o vestido da noiva. A noiva é adornada com flores e jóias. Cobrir a cabeça com um véu é sinal de respeito. O comprimento do véu pode variar, não cobre só a cabeça mas também os ombros, indo quase até à linha da cintura. O preparar da noiva pode durar dias, sendo a noiva “embrulhada ”pelo vestido. O vestido usado com o véu é colocado numa ponta na cintura da noiva, e enrolado à volta do corpo caindo a ponta final sobre o ombro. Este vestido é usualmente feito de seda e adornado com um belo padrão. O centro do véu é usado para cobrir a cabeça e as suas pontas são colocadas por debaixo dos braços e metidas no restante vestido. O noivo pode usar um fato de seda brocada e um turbante como fato de casamento. A noiva Árabe usa um tradicional vestido branco e véu tal como num casamento cristão, embora os seus pés e mãos sejam cobertos com henna. O noivo usa uma roupa simples tradicional ou um fato ocidental, ou mesmo uma combinação dos dois.
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O casamento Judaico:
Esta cerimónia é repleta de rituais que simbolizam a beleza do relacionamento entre marido e mulher, as obrigações mútuas, bem como com o povo judeu. Durante a preparação para o casamento, o chatan (noivo) e a kallah (noiva) preparam-se para um futuro religioso e espiritual. A tradição judaica especifica que, antes da cerimónia do casamento, seja redigido um contrato e assinado por duas testemunhas e pelos noivos. As testemunhas devem ser homens adultos, seguidores das mitsvot, preceitos, da Torá, sem serem parentes dos noivos e entre si. O contrato de noivado pode ser feito com antecedência, mas há um costume de realizá-lo logo antes da chupá. São lidos e assinados na Cabalat Panim antes da cerimónia de casamento. Após a leitura do documento, as mães dos noivos quebram um prato de porcelana. A mensagem é clara: a porcelana nunca pode ser consertada da mesma forma que quebrar um contrato de noivado é algo muito grave.
Para os noivos, o dia do casamento judaico assemelha-se a um Yom Kipur pessoal, por isso é passado em jejum, oração, actos de bondade (tsedacá) e reflexão espiritual. Tradicionalmente, diz-se que, neste dia, Deus perdoa as eventuais transgressões cometidas em suas vidas, para que juntos possam começar uma nova caminhada num estado totalmente puro. Antes da noite de núpcias, a noiva deve imergir nas águas do Micvê para uma purificação espiritual (este acto deve ser repetido todos os meses). Recomenda-se que nesta data o noivo também se purifique no Micvê com o mesmo propósito. Por ser um assunto extremamente complexo que requer um esclarecimento mais amplo e profundo, as leis de pureza familiar são minuciosamente estudadas pelo noivo e pela noiva com orientadores competentes. No Monte Sinai, no "Grande Casamento" entre Deus e o povo de Israel, os judeus tiveram a visão de Deus envolto num talit (xale de orações). Por este motivo, é um antigo costume judaico que a noiva dê ao noivo um talit novo como presente antes do casamento e o noivo presenteia-a com um par de castiçais. Cada momento da solenidade de um casamento judaico tem um significado próprio, geralmente relacionado à história do povo judeu. A cerimónia realiza-se debaixo de uma chupah (toldo), simbolizando o novo lar que irá ser construído em que o casal deverá viver segundo os mandamentos das leis judaicas mantendo as tradições milenares do seu povo. Antes da chupáah, o noivo veste o kitel branco. Este lembra uma mortalha. Mesmo neste, o homem deve ter em mente que é mortal. Este pensamento afastará a pessoa do pecado. Recordar o dia da morte é também um lembrete para o casal que o casamento deve perdurar até o último dia de suas vidas. A noiva costuma usar um vestido de cor clara, que indica pureza, já que todos os pecados dos noivos são perdoados no dia de seu casamento. A última etapa preparatória para o casamento ocorre quando o noivo, acompanhado acompanhado por seus pais e todos os convidados, se dirige até o local onde a noiva recebe os convidados e coloca o véu sobre a sua cabeça. Neste momento é costume os pais abençoarem a noiva colocando as suas mãos por cima da sua cabeça proferindo a bênção: "Que Deus te faça como as Matriarcas Sara, Rivca, Rachel e Lea" e também a bênção sacerdotal. O costume de se cobrir o rosto da noiva lembra a nossa matriarca Rivca, em seu recato, cobrindo seu rosto com um véu no primeiro encontro com Yitschac. Cobrir os cabelos simboliza a modéstia que caracteriza as virtudes da mulher judia. Outro motivo pelo qual o noivo cobre o rosto da noiva é que a Presença Divina irradia no rosto da noiva e por isto deve ser coberto. Mais um motivo é para indicar que o noivo não está interessado apenas na sua beleza física, pois beleza é algo passageiro pode desvanecer com o tempo. Ele está atraído pelas suas qualidades espirituais, algo que ela nunca irá perder. De certa maneira, cada noiva é um reflexo de Rivca pois o casamento não é somente um processo particular que une duas pessoas dispostas a construir um lar individual, mas é uma instituição sagrada que abrange o povo todo. É uma união que traz benéficos para o casal e para toda a comunidade. No seu caminho para a chupá, o noivo junto com seus acompanhantes, faz uma rápida parada num local onde vestirá o kitel (manto branco) e prosseguem até a chupá seguido pela noiva, acompanhada pelas duas mães e pelas mulheres presentes. Ao chegarem à chupá, a noiva e os pais circundam o noivo sete vezes. Este é um costume de origem cabalística, difundido apenas entre as comunidades
judaicas ashkenazitas (ocidentais). As voltas são alusivas aos sete dias da Criação. O Rebe explica o significado das voltas da noiva e da colocação do anel, adquirido pelo noivo, no dedo da noiva:"Em sua nova vida e estabelecimento de um lar judaico, é da máxima importância que noivo e noiva renovem sua devoção a Deus e ao Serviço Divino; uma devoção acima de todos os limites, superior à sua inteligência e aos seus sentimentos limitados, mas principalmente uma devoção absoluta para seguir a Deus e seus mandamentos. Mesmo se não encontram motivos para uma lei específica, ou se são desafiados em qualquer aspecto, material, física, emocional e espiritualmente, ambos permanecerão permanecerão leais a Deus, à Sua Torá e às Suas mitsvot". Este tipo de devoção é simbolizado por um círculo, que não tem início nem fim, representando uma dimensão que está além dos limites, que é total. O circundar da noiva em torno do noivo representa o seu investimento no casamento por um compromisso absoluto à construção de um lar de acordo com a vontade de Deus. A aliança que o noivo oferece à noiva representa o seu investimento de uma devoção ilimitada e essencial a Deus. Após terminar as sete voltas, a noiva fica ao lado direito do noivo em sinal que estará sempre a seu lado para qualquer ajuda. A aliança circular não tem começo nem fim, é um pronuncio da continuidade do amor ao longo da vida matrimonial. Deve ser feita de ouro puro, sem desenhos ou ornamentos, pois o casamento deve ser de uma beleza simples. Duas taças de vinho são usadas nas bênçãos da cerimónia de casamento, pois o vinho é um símbolo de alegria na tradição judaica. As bênçãos são a consagração e os alicerces que deverão formar o novo lar e o relacionamento do casal. A conhecida quebra do copo serve como uma expressão de tristeza com a destruição do Templo em Jerusalém e proporciona ao casal sua identidade enquanto povo Judeu. A celebração do casamento judaico inicia-se com a Cabalat Panim, uma recepção na qual o noivo e a noiva, são cumprimentados por parentes e amigos. Os nubentes sentam-se em locais distintos e as recepções ocorrem separadamente já que noivo e noiva não se vêem na semana anterior ao casamento (alguns costumam não não se ver desde a noite do micvê). O casamento será fortalecido dia a dia por meio do entendimento entre o casal, dos limites de cada um, companheirismo, amizade, carinho, amor, respeito e cumprimento das leis de pureza familiar. São estes os valores que consagram um casamento judaico. No final da cerimónia parte-se um copo de vidro lembrando a todos que mesmo na maior alegria pessoal devemos lembrar a destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e continuar a almejar pela sua reconstrução.