ANÁLISE INTEGRADA DA PAISAGEM BRASILEIRA: DOMÍNIOS MORFOGENÉTICOS
INTRODUÇÃO
SISTEMA CLÁSSICO DE REFÊRENCIA EM GEOMORFOLOGIA
INTRODUÇÃO
SISTEMA CLÁSSICO DE REFÊRENCIA EM GEOMORFOLOGIA
William M. Davis, 1889 (Geólogo): • Carter cíclico: Juventude (Entalhamento do talvegue), Maturidade (denudação e conseqüente senilidade), rejuvenescimento (novo soerguimento). • Estabilidade tectônica: Soerguimento e Denudação não ocorrem concomitantemente. , conc concei eito to de equilíbrio. • Sua geomorfologia praticament ente não tinha qualquer articulação com uma visã visão o proc proces essu sual al mais mais ampl ampla. a.
Walther Penck, 1924 (Geógrafo): • Soerguimento e Denudação ocorrem concomitantemente. • Incisão do talvegue proporcional ao soerguimento. • Instabilidade tectônica. • Maior importância aos eventos processuais.
Laster C. King, 1955 (Geomorfólogo): • Resgate do conceito de estabilidade tectônica de Davis. • Introdução ao conceito de Pediplano e formas residuais Inselbergs.
RELEVO BRASILEIRO • A primeira classificação brasileira, que identifica oito unidades de relevo, é elaborada, nos anos 40, por Aroldo de Azevedo. • Em 1958 é substituída pela tipologia de Aziz Ab´Sáber, que acrescenta duas novas unidades de relevo. , Ross, do Departamento de Geografia da USP. Seu trabalho é baseado no projeto Radambrasil, um levantamento realizado entre 1970 e 1985 que fotografou o solo brasileiro com um equipamento especial de radar. Essa classificação associa informações altimétricas, com os processos de erosão, sedimentação e gênese, integrando-os às estruturas geológicas nas quais ocorrem.
Aroldo de Azevedo – 1949 Leva em conta, principalmente, o nível altimétrico como fator de determinação do que seja um planalto ou uma planície: - Planície: área que varia de 0 a 100 m de altitude. - Planalto: área acima de 200 m de altitude.
Aziz Ab’Saber – 1958. Despreza o nível altimétrico e dá ênfase aos processos geomorfológicos, isto é, aos processos de erosão e sedimentação. - Planície: área onde o processo de sedimentação é maior que o de erosão. - Planalto: área onde o processo de erosão é maior que o de sedimentação.
Jurandyr Ross – 1990. • A nova classificação, com 28 unidades de relevo, considerou, além das características morfoestruturais (estruturas geológicas) e as morfoclimáticas, características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores.
• Esse projeto, que restringia-se ao mapeamento por radar da Amazônia, foi ampliado para todo o Brasil em 1975. No levantamento dos dados foi utilizado o avião Caravelle que sobrevoou o país a uma altitude média de 12 km e a uma velocidade média de 690 Km/h. O professor Jurandyr Ross fez parte da equipe do Radam Brasil
Critérios de Classificação 0 critério utilizado por Jurandyr L. S. Ross e sua equipe de geógrafos leva em conta a estrutura geológica na gênese das formas de relevo (fator estrutural), mas valoriza sobretudo a geometria ou modelado (fator escultural ou morfológico) que essas formas apresentam.
•O primeiro nível é essencialmente geomorfológico, representado pelos planaltos, de ressões e lanícies.
• 0 segundo nível considera o caráter estrutural (geológico) dos planaltos. Assim, aparecem os planaltos esculpidos em bacias sedimentares, em núcleos cristalinos. Este nível não abrangeu as depressões porque, segundo o autor, "constituem superfícies de erosão embutidas por entre os planaltos, e algumas delas se estendem por mais de uma estrutura, definindo-se mais pelo caráter escultural".
•0 terceiro nível define nominalmente cada uma das unidades geomorfológicas, tanto as de planalto como as de planície ou de depressão. Por exemplo: Planalto da Borborema, Depressão do Araguaia e Planície do Rio Amazonas.
PLANALTOS Superfície irregular com altitude acima de 200 metros, resultante da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Forma predominante no país. No Brasil seguir: 1. 2. 3. 4.
Planaltos em Bacias Sedimentares Planaltos dos Cinturões Orogênicos Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos)
Planaltos em Bacias Sedimentares Constituídos por rochas sedimentares e circundados por depressões periféricas ou marginais.
Ex: Chapada Diamantina.
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados Estruturas que, embora isoladas e distantes umas das outras, possuem a , arredondada.
Ex: Planalto da Borborema
Planaltos em Intrusões e Coberturas Residuais da Plataforma (Escudos) Formações antigas da era Pré-Cambriana que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares.
Ex: Monte Roraima.
Planaltos dos Cinturões Orogênicos Originados pela erosão sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pré-Cambriana pelo território brasileiro.
Ex: Serra da Mantiqueira.
PLANÍCIE É uma superfície plana, com altitude inferior a 100 metros de altitude, formada pelo acúmulo de sedimentos de origem marinha, fluvial e lacustre.
Barra Grande - PI
origem marinha
Planície Amazônica -AM
origem fluvial
Lagoa dos Patos -RS
origem lacustre
Comparação Classificatória Na classificação de Ross grande parte do que era considerado planície, passou a ser classificada como depressão marginal. Com isso as unidades das planícies ocupa agora uma porção menor no território brasileiro. Classificação de Aroldo Azevedo – 1949
Planície Amazônica Planície Costeira
Classificação de Aziz Ab´Sáber - 1958
Classificação de Jurandyr Ross - 1995
Planície e Terras Baixas Amazônicas Planície e Terras Baixas Costeiras
Planície do Pampa
Planície
Planície
Planície
Subdivisão • São subdivididas em:
Planícies Continentais. Planícies Costeiras;
23 23
28
28
e
z
s
24
Planície do rio Araguaia
25
Planície e Pantanal do rio Giaporé
26
Planície e Pantanal Matogrossense
27
Planície da Lagoa dos Patos e Mirim Planícies e Tabuleiros Litorâneos
28
24’
25’
28 26
27
Planície Costeira Encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
Ex: Lagoa dos Patos
Planície Continental Situadas no interior do país, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios.
1
2
Ex: 1 - Parque Nacional do Pantanal Matogrossense
Ex: 2 - Planície do rio Amazonas
DEPRESSÃO É uma superfície com suave inclinação e formada por prolongados processos de erosão. A depressão é menos irregular do que o planalto e situa-se em altitudes que vão desde 100 a 500 metros de altitude. ocorridos no contato das extremidades das bacias sedimentares com antigos maciços. Estes processos erosivos deram origem a diversas formas de depressão no território nacional: – Depressão Periférica – Depressão Interplanáltica – Depressão Marginal
Depressão Periférica Área deprimida que aparece na zona de contato entre terrenos sedimentares e cristalinos.
Ex. Cataratas do Iguaçu (Bacia do Paraná).
Depressão Interplanáltica
É uma área mais baixa que os planaltos que a circundam.
Ex. Depressão do São Francisco.
Depressão Marginal Margeia bordas de terrenos sedimentares.
Ex. Depressão sul Amazônica
As depressões •áreasdetransiçã smaciçosantigos. •ação erosiva . •Originam diferentes tipos de depressão: periféricas, marginais e interplanálticas
CONCLUSÃO Em razão da maior complexidade e do detalhamento que a classificação de Jurandyr Ross apresenta em relação às classificações de Aroldo de Azevedo e de Ab’Saber, sua importância ultrapassa o âmbito escolar, permitindo o conhecimento pormenorizado do relevo brasileiro, fundamental no planejamento do país. Por exemplo, na definição de políticas de ocupação agrícola, de proteção ao meio ambiente, de exploração dos recursos naturais, de colonização. 0 conhecimento detalhado do relevo possibilita melhor aproveitamento e proteção do mesmo.