DEUSES QUE FIZERAM O CÉU E A TERRA Jean Sendy Deuses que Fizeram o Céu e a Terra O Romance da Bíblia Círculo de Leitores HÁ VINTE E TRÊS MIL ANOS . . . Há vinte e três mil anos, a Terra ainda não tinha saído da glaciação. O que se sabe desta glaciação leva a pensar que o fenómeno não teve origem terrestre; apenas três por mil do calor ao nível do solo provêm do interior do globo; os 99,7 % restantes são-nos fornecidos pelo Sol. O fluxo solar foi portanto responsável pela insuficiência de calor. Dado que o fluxo solar é o mesmo para Vénus e para Marte, é infinitamente provável que estes planetas tivessem passado, na mesma altura, por um período de frios de igual amplitude. Há vinte e três mil anos, a Terra era idêntica ao que é hoje, tal como Marte. Vinte e três mil anos são apenas um instante fugidio, à escala de uma evolução geológica que se estende por dezenas de milhões de anos. Subsiste uma dúvida dúvida em relação a Vénus: Vénus: há vinte e cinco mil anos, Vénus era talvez semelhante à Terra, possuindo uma flora e uma fauna que surgiram sensivelmente ao mesmo tempo e que atingiram um grau de evolução sensivelmente equivalente. A dúvida subsistirá subsistir á enquanto o homem, segundo um processo ainda por descobrir mas cujo princípio já se conhece, não tiver dissipado as nuvens opacas sob as quais talvez se encontrem os Despojos de uma vida que chegou a atingir um estádio idêntico ao da vida terrestre no Paleolítico Superior. Conservando-nos nos limites do plausível, plausível, podemo podemoss conjectu conjecturar rar que, que, há vinte vinte e três mil mil anos, anos, cataclismo cataclismoss paralelos paralelos assolara assolaram m a Terra Terra e Vénus Vénus,, enquanto enquanto Marte, Marte, por não não ter ocean oceanos os a evaporar, nem atmosfera suficientemente densa para agitar as nuvens de poeiras vulcânicas, surgia como habitável a cosmonautas feitos como qualquer de nós, que vinham de demasiado longe para regressarem ao local de origem. O texto bíblico, seguido seguido pelos livros sagrados sagrados de outras comunidades com civilização constituída na alvorada dos tempos históricos, relata a chegada dos Celestes, que teriam começado por contornar uma Terra rodeada por nuvens nuvens opacas, passando depois a viver nela. Fizeram determinado número de coisas no nosso planeta e partiram como chegaram . Reduzindo ao estritamente mínimo a parte romanceada, isto é, as pontes que a imaginação estabelece entre dois factos certos e isolados, vemos edificar-se um conjunto compatível com as possibilidades concebíveis das ciências e técnicas actuais. actuais. Mas este conjunto, coerente coerente com a descrição descrição bíblica e com o cientificamente concebível, não foi ainda sujeito a qualquer verificação experimental. É evidente? evidente? Não, de modo modo algum. Victor Bérard, helenista de grande reputação, anunciou que estava prestes a descobrir o túmulo de Zeus. Victor Bérard conseguira sempre tudo quanto anunciara; é muito provável que, se não tivesse morrido entretanto, descobrisse o túmulo de Zeus. . . o que de nada serviria, porque nunca poderia provar que o "seu" Zeus vinha do céu e não era um homem qualquer
que se fazia passar por deus. Nunca ninguém conseguiu conseguiu explicar como é que os homens de antes dos tempos históricos deslocaram blocos de duas mil toneladas para construir Baalbek. Nunca ninguém conseguiu explicar como foram construídas as pistas rectilíneas do Peru, de cuja existência não se suspeitava e cujo traçado foi recentemente revelado por fotografias aéreas. Nunca ninguém foi capaz de explicar uma dúzia de enigmas da mesma espécie. E nunca ninguém compreendeu o que teria teri a levado os homens da Pré-História a edificarem coisas semelhantes. É-se pois tentado tentado a dizer que foram edificados por seres vindos do céu os terraços de Baalbek, as pistas rectilíneas do Peru e tantos outros monumentos de que ninguém pode imaginar porquê e como os construiu a indústria humana, antes mesmo de ter inventado o bronze. Mas afirmar que os terraços de Baalbek foram edificados por Celestes (cuja existência está justamente por demonstrar) é a mais evidente das falácias: a que toma o objecto a demonstrar por prova da demonstração . Na notável fotografia de Tony Tony Saulnier 1, tirada de um avião sobrevoando as montanhas do Peru, as pistas rectilíneas (os carreiros que as atravessam servem de escala) partem de uma via de acesso direita e acabam no bordo de um planalto, como pistas de descolagem num campo de aviação. Seriam pistas dos aviões utilizados pelos deuses? deuses? Pode pensar-se que sim, mas é difícil afirmá-lo. Temos pois de nos nos resignar. Todos os objectos manufacturados, todos os edifícios da Terra devem ser atribuídos à mão do homem. homem. A única prova irrefutável da permanência permanência dos Celestes, Celestes, de acordo com a descrição bíblica, deverá encontrar-se na Lua, ou em Marte. Uma ferramenta trazida da Lua e que não seja de fabrico soviético nem americano será incomensuravelmente mais probatória que Baalbek, as pistas do Peru, as estátuas da ilha de Páscoa e todos os outros enigmas reunidos. Qualquer objecto manufacturado ou qualquer obra numa cratera da Lua constituirão prova de uma passagem de seres pensantes que ali nos precederam precederam.. Quais são as as possibilidad possibilidades es de se encontra encontrarem rem provas provas da passagem passagem dos "meus "meus " Celestes Celestes pela pela Lua Lua ? Mostrei Mostrei em em ensaios ensaios anteriore anterioress como como é provável essa verificação; neste livro limitar-me-ei pois a referi-la. Mas o que de melhor temos a fazer, para além das presunções favoráveis que arquitectámos, é esperar uma futura exploração da Lua. Temos de determinar primeiro primeiro que condições condições deve devem m satisfazer satisfazer os os cosmona cosmonautas utas para para correspo correspondere nderem m à descrição bíblica em que se baseia a hipótese da sua realidade concreta. Se os Celestes do texto bíblico existiram, deve poder fazer-se o seu retrato-robot. Num capítulo precedente, vimos que a física teórica é a disciplina que, trabalhando com dados já estabelecidos pelos físicos, estabelece uma espécie de quadriculado de palavras cruzadas em que as realidades de amanhã encontram definição antes de serem descobertas. Assim, os guarks foram previstos pela teoria, porque, se não existissem determinadas experiências já realizadas se tornariam inexplicáveis. O retrato-robot dos deuses, deuses, esboçado no próximo capítulo, constitui uma teologia teórica. Se os deuses não existiram de forma tão concreta como qualquer de nós, todo um conjunto de conhecimentos da antiguidade se torna inexplicável. RETRATO-ROBOT
Para estabelecer um retrato-robot é evidentemente preciso trabalhar a partir de testemunhos. É menos evidente, mas mesmo assim necessário, que se tenha de afastar determinados testemunhos suspeitos. Há pessoas que, não tendo visto nada, querem tornar-se interessantes e insistem em dizer: "Asseguro-vos que ele ele tinha um bigode ruivo ! " . . Para o nosso retrato-robot, é fácil distinguir das falsas as testemunhas que interessam: os únicos "deuses" que nos interessam são os que -se existiram deixaram às comunidades que os reivindicam um ensinamento revelado que dá aos sacerdotes destas comunidades conhecimentos que ultrapassam, de forma evidente, os que os homens da Pré-História podem ter adquirido pelos seus próprios próprios meios meios . Os deuses deuses dos primitivo primitivoss nossos nossos contem contemporâne porâneos os não não nos interessam para nada, portanto. Ou os seus herdeiros perderam os ensinamentos revelados, e o seu testemunho não tem mais valor do que o de uma criança, ou adoraram falsos deuses, charlatães que pretendiam vir do céu mas que não possuíam os conhecimentos científicos sem os quais não há cosmonáutica possível. Interessa-nos o testemunho do Egipto dos faraós, como nos interessa o de Babilónia: as duas civilizações possuíam conhecimentos que ultrapassavam os que se encontram na alvorada dos tempos históricos. O testemunho do Egipto actual não apresenta qualquer interesse e o Islão não sabe mais do que um estudante medíocre, judeu ou cristão. Qualquer aldeão compreende este raciocínio. Na cidade, um charlatão pode facilmente fazer-se passar por médico; no campo não basta intitular-se veterinário, porque além disso é preciso saber cuidar dos animais melhor do que o farmacêutico farmacêutico ou do que o endireita. O único retrato-robot que nos interessa é o de deuses que se tenham comportado como cosmonautas, descritos por comunidades que extraíram um ensinamento prático da herança recebida do céu . Eis a primeira verificação: as comunidades comunidades humanas que, no alvorecer dos tempos históricos, surgiram da Pré-História com uma civilização estruturada e já digna deste nome têm todas por centro administrativo e espiritual uma cidade situada de um e outro lado do paralelo 30o, numa estreita faixa limitada pelo paralelo 29o 30, que constitui o limite sul do actual Estado de Israel (golfo de Eilath), e pelo paralelo 33o 30, que constitui o limite norte do mesmo Estado (Galileia). Não possuo possuo qualquer explicação explicação para esta esta particularidade. Devo limitar-me a observar que se encontram nesta estreita faixa (seguindo a carta de oeste para leste) as pirâmides de Gizé (no Egipto), Jerusalém, Acad, Babilónia, Ur (Caldeia), a Suméria, Persépolis, Laore (que foi capital dos Mongóis), Deli, Lassa (Tibete) e Nanquim. Devo recordar que será absurdo procurar uma explicação para qualquer identidade de climas entre Gizé, no Egipto, e Lassa, no Tibete, e que uma explicação "mística" é sempre cómoda mas apresenta o inconveniente de se aplicar tão bem a uma coisa como à sua contrária. contrária. Uma explicação explicação "semimística", pelas "correntes telúricas", que conhecemos demasiado mal para que lhes possamos atribuir qualquer influência, conduz ao absurdo flagrante de termos de encontrar uma identificação entre as opiniões hoje professadas em Lassa, em Persépolis, em Jerusalém Jerusalém e no Cairo. Será suficiente o mero acaso acaso para exPlicar e justificar este "alinhamento" das civilizações primitivas, é difícil de admitir, mas, à falta de explicação mais sólida, fiquemo-nos
pelo dilema: "Acaso ou indicação simbolizada de um conhecimento herdado dos deuses. " As civilizações atrás indicadas têm por característica comum o atribuírem a deuses, bípedes e mamíferos, vindos do céu, os conhecimentos cuja origem os nossos etnologistas não conseguem explicar, por não ser possível possível que que homens homens pré-históricos pré-históricos os tenham tenham podido adqu adquirir irir pelos pelos próprios próprios meios. E portanto sobre o testemunho testemunho daquelas civilizações que que nos basearem basearemos os para fazer fazer o retrato-robo retrato-robott dos Celeste Celestess da nossa nossa hipóte hipótese. se. O primeiro primeiro traço traço notável notável do retrato-robot retrato-robot é o facto facto de os Celestes Celestes terem terem sido sido pouco numerosos. A leitura de cada um dos Mitos deixa-nos a impressão de que eram entre trinta e quarenta. No texto bíblico, os cabalistas contam quarenta e nove "nomes divinos", alguns dos quais duplicados, o que nos reconduz sempre ao referido número total. Estes deuses formavam casais cuja vida familiar só excepcionalmente é descrita, e em geral as descrições são embelezadas. Trinta a quarenta pessoas são os efectivos da tripulação prevista prevista pelos pelos projecto projectos, s, ainda utópicos, utópicos, de uma cosmo cosmonáutic náuticaa humana, humana, quando verdadeiros cientistas se divertem a meter a sua colherada no assunto. Trinta a quarenta bípedes chegados do céu céu é um conceito em que de certo modo o Mito se aproxima da ciência. Mas Mas continuemos. Imaginemos quinze a vinte casais humanos descobrindo um planeta povoado de bípedes feitos à nossa imagem, mas tão primitivos como os nossos antepassados de há vinte e três mil anos. Não conhecem o arco; nem sequer inventaram ainda o propulsor propulsor de zagaias. zagaias. O problema problema mais urgen urgente te para os cosmona cosmonautas utas é o da habitação. Os indígenas primitivos são são aproximadamente aproximadamente um milhão, milhão, fortes e habituados a viver em condições duras, inteligentes apesar do seu primitivismo, primitivismo, artistas, artistas, supersticios supersticiosos, os, mas mas tendo tendo já ultrapas ultrapassado sado a simples simples magia de caça . . . Imaginem que qualquer de nós é um dos trinta ou quarenta celestes. Que Que faríamos? Começaríamos, evidentemente, evidentemente, por recolher algumas amostras destes bípedes "surgidos do solo", atraindo-os com missangas ou com uma lata de conserva. Entre estas amostras escolheríamos os mais espertos, que "moldaríamos à nossa imagem " , como os colonizadores "moldam" os criados e a mão-de-obra. Faríamos desfilar perante os indígenas os bichos e as aves locais, "para saber como o indígena lhes chama " , aprendendo assim os primeiros rudimentos da sua língua. língua. Foi isto exactamente o que fizeram os Elohim do texto bíblico, como se pode verificar no capítulo II, versículo 19, 19, do Génesis. Génesis. Uma vez estabelecida a comunicação, dedicar-nos-íamos a moldar estes indígenas para deles fazermos artesãos mais ou menos especializados. Far-lhe-íamos construir uma muralha que encerrasse um grande parque e faríamos deles jardineiros e guardas . . . guardas na medida em que existissem eventuais depredadores dos quais fosse preciso proteger proteger o jardim. "Adorai Elohim [o Senhor dos dos Celestes) tomou o homem e instalou-o no jardim do Éden, para o cultivar e guardar", diz-nos o Génesis (II,15). Poderia continuar a localizar, passo a passo, as referências do retrato-robot, o que em breve se tornaria fastidioso, sem convencer ninguém. Simplifiquemos, pois: ou crêem no que digo, ou leiam este _ capítulo até final, guardando depois o meu livro e pegando pegando numa numa Bíblia Bíblia para para nela nela verificarem verificarem,, lendo os nove nove primeiros primeiros capítulos do Génesis únicos que para o caso interessam -, que relatam a chegada, a permanência, os grandes trabalhos e a partida dos Celestes. Prefiro que verifiquem, mas entendo que a verificação é mais fácil na
tradução de Edouard Dhorme, onde o plural "Elohim" não é traduzido abusivamente por um "Deus", mas reproduzido tal qual é, o mesmo sucedendo a "Eloah" (singular de "Elohim"). Dhorme tem a honestidade de considerar "Iavé Elohim" como o "Senhor dos Elohim do texto hebraico, em vez de aceitar o absurdo e linguisticamente indefensável "Eterno Deus" das Bíblias usuais, que ignoram o que qualquer voltairiano relativamente instruído sabe. O texto hebraico nada diz da cosmonave cosmonave (a "descrição do carro" faz parte do ensino "cabalista" , espécie de ensino do terceiro ciclo da Tradição). O texto hebraico da Bíblia, que constitui o primeiro ciclo da Tradição, diz simplesmente que o espírito dos Elohim contorna a Terra; é depois que os Elohim trazem consigo a luz e, uma vez recebida esta, substituem o cáos pela ordem, instalando-se entre nós. Os textos em sanscrito atendem a um "ovo imenso" de onde teriam desembarcado os Celestes. Foi este "ovo imenso" que, entre as diversas formas de ligação interstelar consideradas pelos astrofísicos citados por Walter Sullivan em Nous ne Somme Sommess pas Seuls Seuls dans l'Univers, l'Univers, me confirmou confirmou a maior proba probabilidad bilidadee de uma astronave suficientemente ampla para permitir a sucessão e várias gerações durante a viagem. Viagem a uma velocidade suficiente para tornar sensível a dilatação do tempo de bordo em relação ao tempo próprio do sistema planetário de origem. Aqui temos um exemplo exemplo das diferenças entre entre um retrato-robot e um retrato retocado: o retrato-robot de um homem de ombros largos não pode ser aceite se o indivíduo que se pretende retratar passou por uma abertura estreita. Se o sistema planetário de origem dos nossos Celestes não tivesse envelhecido vários séculos durante a sua viagem, eles teriam regressado logo após as primeiras dificuldades de colonização . . . Ora a impressão que se desprende de todos os Livros Sagrados é a de que os "deuses", embora muito desiludidos com os homens, continuaram na Terra por não terem para onde ir. A hipótese de um "ovo" de três quilómetros de diâmetro, proveniente de uma civilização desenvolvida em que alguns milhares de técnicos se ocupam da partida de trinta cosmonautas, é coerente com a dificuldade que os deuses têm em regressar . . . e com o facto de terem abandonado o seu "ovo" no sistema solar (como veremos mais adiante), regressando numa cosmonave cuja partida foi comandada do interior, à falta de uma infra-estrutura de lançamento a cargo dos primitivos nossos avós . Lyman Spitzer, chefe do do observatório da Universidade de Princeton, calculou as possibilidades de uma cosmonave a bordo da qual qual pudesse pudessem m nascer, nascer, viver viver e morrer morrer numeros numerosas as geraçõe gerações. s. Freeman Freeman J. Dyson, do Instituto de Estudos Estudos Avançados de Princeton, e Edward Purcell Purcell participaram participaram nos deba debates tes sobre sobre estes estes cálculos cálculos.. É preciso preciso ler ler (e reler) reler) o capítulo xvI do livro de Sullivan intitulado Poderão Vir Ver-nos, para verificar os problemas a resolver antes que a cosmonáutica interstelar esteja ao alcance dos homens. Mas é preciso lê-lo também para verificar a seriedade com que o problema é encarado encarado nos Estados Unidos. Por que razão faz em França figura de lunático quem encara seriamente as viagens no cosmo? Por determinado número de razões, razões, sem dúvida muito simples. Em França, um cientista apaixonado pelos problemas do espaço é convidado para jantar; na altura do café, a dona da casa organiza à sua volta um círculo de não cientistas cheios de admiração e ele executará o seu número. Mas fará um número de divulgador. Não é um investigador no domínio da pesquisa
espacial. Mas, para ganhar a sua vida, este cientista deverá ter uma outra especialidade, a física teórica ou a de cinzelador de caçarolas, por exemplo. Enfim, uma especialidade especialidade séria. O espaço, para um francês médio, é o sonho de Cyrano de Bergerac. Para um francês mais evoluído será um passatempo. Um francês não tem mais possibilidades do que um egípcio de vir a ser cosmonauta num futuro previsível. Nos Estados Unidos Unidos e na URSS, URSS, um cientista apaixonado pelo espaço pode consagrar a sua vida a qualquer dos ramos da pesquisa espacial e ganhar a vida na NASA ou na sua homóloga soviética. Mas voltemos aos deuses-cosmonautas. O seu comportamento comportamento na Terra é lógico, segundo o Mito que o descreve. Podem muito bem ter vindo numa cosmonave, quer segundo o que diz o Mito, quer de acordo com o que calculam os especialistas do espaço. Mas porque teriam eles abandonado o seu planeta de origem, que estava no elevado grau de civilização que lhe invejamos? Não sei sei . Não sei porque duas duas explicações, entre si incompatíveis, podem chegar ao mesmo resultado: a partida de quinze casais de cientistas para uma expedição sem espírito de regresso. São incompatíveis entre si e não as as posso apresentar apresentar uma a seguir à outra. A primeira primeira é que, que, num num sistema sistema planet planetário ário mais mais próximo próximo da Galáxia, Galáxia, solidificado portanto antes do nosso, a vida apareceu mais cedo, e a evolução fez surgir uma civilização cosmonáutica quando os nossos antepassados não sabiam ainda talhar o sílex. Cosmonautas apaixonados pela aventura partiram para um sistema planetário onde tinham sólidas razões para pensar pensar que primitivos primitivos os acolheriam acolheriam como como deuses. deuses. Esta primeira primeira explicação é a mais fácil de admitir, porque faz da colonização interstelar de que teriam beneficiado os nossos antepassados um caso talvez único, mas sempre fortuito e submetido ao acaso, o que é tranquilizador. A segunda explicação é que nós não somos mais do que um elo de uma cadeia de civilização, proveniente do centro da Galáxia, de um sistema planetário da constelação do Archeiro ( " Sagitário " é o nome latino do Archeiro), de cujo arco (ou arca) seremos depositários, desde que o encontremos na "nuvem" em que os Celestes do texto bíblico prometeram a Noé deixá-lo. Esta segunda explicação é mais difícil de admitir porque faz intervir uma noção de organização à escala da Galáxia. Confesso que a preferi, porque me parece parece mais lógica que a de uma uma coloniza colonização ção por por mero mero acaso acaso . . . Mas tenho já bastante bastante dificuldade dificuldade em admitir admitir que que "o arco arco na nuve nuvem" m" se encontre encontre numa numa cratera lunar. Por isso vos peço que esqueçam esta preferência, que não devia ter confessado aqui. aqui. Mas, já que a confessei, confessei, o mal está feito: só resta justificar-me. A constelação no centro da Galáxia assemelha-se tanto a um Archeiro como a um qualquer senhor Pires ou senhor Lopes, mas tem o nome de Archeiro desde a mais remota antiguidade. Ora não é possível levantar uma carta, mesmo rudimentar, da Galáxia sem usar telescópios, e é mesmo de excluir que sem telescópios os homens tenham podido imaginar que a Terra faz parte de um sistema planetário integrado por sua vez na Galáxia. Uma vez mais somos conduzidos ao dilema "mero acaso" ou "ensinamento vindo do céu": ou a constelação situada no centro da Galáxia tem o nome de Archeiro, e a "Arca da Aliança" é um arco, porque os cosmonautas, no seu "ensinamento revelado aos homens " , quiseram referir por um símbolo o conjunto dos seus conhecimentos; ou então estamos perante o resultado do mero acaso. Estamos num círculo círculo vicioso: ou aceitamos como como verdade
histórica a descrição que a Tradição faz da permanência dos Celestes na Terra, ou resignamo-nos a fazer do Mero Acaso um deus que produz em cadeia coincidências miraculosas. Mas não nos afastemos muito do objectivo objectivo deste capítulo, que era o de estabelecer um retrato-robot dos Celestes, compatível quer com as ciências modernas, quer com o texto bíblico. Este retrato-robot é fácil de estabelecer com os dados que acabamos de referir: os deuses do Mito são feitos à imagem dos cosmonautas que os homens do futuro enviarão, para pousarem como deuses entre os primitivos doutro sistema planetário. Será esta a prova da sua existência ? Voltemos a Emile Guyénot e à sua Origáne des Espèces: "Nenhum dos argumentos extraídos da Anatomia e da Embriologia Comparadas tem valor de prova directa do Transformismo. Eliminadas as interpretações duvidosas ou falsas, fica uma série de deduções altamente verosímeis que, aliadas aos documentos de ordem paleontológica, constituem um conjunto que só se pode interpretar à luz da " hipótese da Evolução. Esta adquiriu, assim, um carácter de quase certeza. " Era isto que eu gostaria de ter escrito sobre a minha hipótese da realidade concreta dos Celestes do Mito. Não tenho provas provas directas directas (se existem, existem, esperam-nos esperam-nos na Lua) Lua) e sou assed assediado iado por por zeladores gentis, mas ingénuos, que tomam tudo o que descortinam no céu por cosmonautas que confirmam a minha hipótese. hip ótese. Mas, quando se pensa ponderadamente, a hipótese da realidade concreta dos Celestes do Mito parece-me adquirir um carácter de quase quase certeza. Se algum leitor leitor considerar difícil de admitir que a "Terra Prometida" a Abraão possa ter sido, por algo mais que o mero acaso, uma "faixa simbólica " de "terras sagradas" , só poderei recomendar-lhe a Géographie Sacrée du Monde Gteç da autoria de Jean Richer. Nesta obra poderá verificar que, traçando "territórios zodiacais" em redor de Delfos, Sardes e Delos, os Gregos da época de Homero mostravam conhecer técnicas de nível muito superior ao da condição humana em tão longínquos milénios. Como souberam souberam eles que Delfos e Sardes estão na mesma latitude? E é verdade que estão, embora separadas por quatroc quatrocentos entos e cinquenta cinquenta quilómetros quilómetros de de terras terras e mares. mares. E formam formam um triângulo isósceles com Delos, minúscula ilha do mar Egeu. Seiscentos quilómetros separam o monte Olimpo do monte Ida, na ilha de Creta, mas a edificação dos templos que se erguem nos dois locais nem por isso deixou de obedecer a uma relação definida entre ambos. Como podiam saber saber os Gregos tudo isto, no tempo de Homero? Homero? E como o terão terão esquecido alguns séculos séculos mais tarde, no tempo de Ptolomeu? É Platão quem nos responde: o que os homens sabiam no tempo de Homero, aprenderam-no dos deuses; à medida que passavam os séculos, perdiam-se os ensinamentos divinos. "No princípio, os Elohim fizeram os Céus e a Terra. A Terra era deserta e vazia. Havia trevas sobre o abismo e o espírito dos Elohim pairava sobre as águas. " Génesis, t, 1 No princípio, primeiras palavras das versões da Bíblia, é a expressão com que se pretende traduzir bereshith, primeira palavra da Bíblia no original hebraico. Não é necessariamente uma falsa tradução, mas convém saber que existem em língua hebraica cerca de cinquenta livros muito cotados (e algumas centenas de menos cotados) sobre as variações de interpretação da
palavra palavra bereshith bereshith.. Em última última análise análise,, a significaç significação ão de bereshith bereshith terá terá feito correr tanta tinta como as discussões sobre a existência de Deus e o significado que se pode dar à palavra "Deus". Daqui poder-se concluir que o hebraico é uma língua imprecisa e que os textos nela redigidos têm de ser classificados como contos de fadas. Mas, então, infelizmente, é-se tentado a concluir que as ciências modernas não valem mais, pois pretendem exprimir-se numa linguagem cujo absurdo apenas nos escapa porque a usamos diariamente. Deve ler-se, a este respeito, Le Jargon des Sciences, em que o professor professor Etiemble Etiemble,, da Sorbonne Sorbonne,, mostra mostra que que a partir partir do Dictionnaire Dictionnaire des Racines Scientifigues, de Cailleux e Komorn, obra muito conceituada, a linguagem dos cientistas é ainda ainda mais opaca do que a da Bíblia. Imaginemos que uma civilização extraterrestre se introduz em textos científicos determinados do nosso século xx e procura saber o que é um "melómano " , para nos servirmo servirmoss de um exempl exemploo tirado de Etiemble Etiemble.. Etiemble Etiemble mostra-nos mostra-nos que um "melómano" pode ser "um apreciador de mel (será um urso-castanho?), um apreciador de ovelhas (certos pastorinhos?), um apreciador de maçãs, um apreciador de negras, um apreciador de membros. Rigorosamente, trata-se de um apreciador de canto " . Como se chega a tal delírio ? Pelo facto de a raiz "mel" poder designar, na linguagem científica do nosso século xx, uma sonda, uma maçã, mel, um membro, membro, uma ovelha, a cor negra ou o canto. O texto bíblico é expressamente o seguinte: um testamento científico, redigido na língua dos Celestes e em que se misturaram algumas palavras terrestres. E é isto que é preciso interpretar. É a língua dos Celestes: o final do capítulo xxxI do ëxodo precisa que a lei trazida do Sinai por Moisés vinha "escrita "escrita pelo dedo dos Elohim " : foram-lhe adicionadas palavras palavras indígena indígenass terrestres, terrestres, e no Génesis Génesis (I1, (I1, I9) é-nos indicado indicado que que o Senhor dos Elohim fez desfilar os animais perante o homem "para ver como ele os designaria e para que todo o animal vivo tivesse por nome o que o homem lhe indicava". A única razão que que concebo para para tomar a sério tal texto, e que data certamente de há mais de trinta séculos, é a de que basta ler este texto, como quem lê um livro científico, para descobrir a descrição de uma chegada de cosmonautas há cerca de vinte milénios, perfeitamente compatível com com os dados dados científicos actuais. Conhecemos os Celestes pelo seu retrato-robot. Passemos agora aos "céus" donde teriam vindo. Uma civilização que atingiu atingiu a idade cósmica não não se concebe sem um ou vários observatórios observatórios astronáuticos instalados "fora da atmosfera". Esta será, sem dúvida, uma das primeiras utilizações práticas da Lua: logo que possível, possível, instalar instalar-se-á -se-á numa numa cratera cratera um um telescóp telescópio io com com que se poderá poderá observar o céu sem interposição da camada atmosférica, cuja permanente agitação dá o aspecto "estrelado" às estrelas, que são esféricas como o nosso Sol. Que os sistemas planetários planetários são idênticos entre si como os cristais de um sal é a tese que Lloyde Motz, professor agregado de Astronomia na Universidade de Colúmbia, sustentou em 1963 num congresso de astrofísicos. O observatório na Lua permitir-nos-á verificar a tese de Lloyd Motz (e algumas outras), porque o seu telescópio permitirá ver o negro opaco e redondo dos planetas passando diante do disco luminoso das estrelas que possuem um sistema planetário. É provável que a existência de um sistema planetário em redor do Sol tenha sido verificada pelos nossos colonizadores, tal como nós descobriremos a existência de um sistema
planetário planetário em em redor redor de uma uma estrela estrela antes antes de de lançarmos lançarmos as nossas nossas cosmonave cosmonavess em sua direcção. direcção. Recordemos que o primeiro problema a resolver resolver por uma cosmonáutica interstelar é o de propulsionar cosmonaves tanto mais amplas e portanto portanto mais mais pesadas pesadas quan quanto to maior maior for a distância distância a percorrer. percorrer. Com Com a distância, a dificuldade cresce pelo menos em progressão geométrica. Trata-se, pois, de um problema de energia. Os cálculos mais optimistas fazem realçar que a fusão controlada do hidrogénio (a "domesticação da energia das bombas H"), quando for realizada, será ainda insuficiente para a cosmonáutica interstelar. Mas a etapa seguinte seguinte será a da cisão do do protão em três guarks. Para a ciência actual, actual, a energia dos guarks representa representa um futuro longínquo . . . salvo se os homens encontrarem numa cratera lunar uma "arca da aliança" que contenha, entre outros ensinamentos, documentação sobre a física dos guarks. guarks. Uma certeza nos dá a física teórica: era impossível que cosmonautas tivessem visitado os nossos longínquos antepassados se não dispusessem da energia subnuclear dos guarks. . . e dispor da energia dos guarks proporciona os meios energéticos para uma cosmonáutica interstelar. Mas dispor de energia energia não é suficiente. Há ainda ainda o problema biológico: pode-se seriamente imaginar a partida de trinta homens e mulheres para uma viagem de vinte anos ou de cem a bordo de uma cosmonave ? A primeira reacção é negativa. negativa. Mas depois, quando quando reflectimos sobre o problema . . . Há dez anos estava totalmente por demonstrar a possibilidad possibilidadee de um homem homem se manter manter fechado fechado numa cápsula cápsula em em órbita terrestre; depois, a possibilidade de dois ou três homens. . . depois . . . No ponto ponto em em que nos encontra encontramos, mos, os Soviétic Soviéticos os demonstra demonstraram, ram, entre entre 1967 1967 e 1968, a possibilidade de três homens viverem um ano em circuito fechado bebendo bebendo a própria urina e suor suor purificados purificados,, comendo comendo as suas suas dejecçõ dejecções es sólidas em molho de vinagrete, após a transformação destas dejecções-estrume em salada vitaminada, por fotossíntese em luz artificial. Viverem um ano nestas condições e saírem depois como bons amigos, o que constituía uma possibilidade possibilidade também totalmente por por demonstrar. Levando a reflexão um pouco mais longe, conclui-se que é perfeitamente racional e mesmo razoável conceber o lançamento de quinze casais humanos, menos portanto portanto que a populaçã populaçãoo de uma uma aldeia, aldeia, numa viagem viagem que deve durar um ou ou vários séculos, na condição de os instalar numa nave espacial maior do que uma aldeia numa esfera de três quilómetros de diâmetro, por exemplo, quer dizer, com vinte e cinco quilómetros de área na superfície superfície interna. Os que embarcarem em semelhante viagem terão certamente problemas p roblemas de adaptação, mas terão de preparar os seus filhos e netos para uma vida ao ar livre, surpreendente e traumatizante para eles, que encontrarão quando chegarem ao seu destino na esfera esfera em cujo interior nasceram . Os cosmonautas nascidos no interior de uma esfera de clima invariável, organizada para o equilíbrio biológico biológico próprio próprio de uma espéc espécie ie superior, superior, arriscam arriscam-se -se a ter dificuldad dificuldades es quando transferidos para a superfície de uma esfera, submetidos às variações das estações, e onde terão tantas possibilidades de sofrer de agorafobia como os seus antepassados da primeira geração de cosmonautas terão sofrido de claustrofobia. O problema biológico não é menos complexo complexo do que o da energia, mas pode ser resolvido. Remeto o leitor para o livro de Sullivan, onde, na página 259, se encontram indicações sobre os cálculos de Darol Froman, que demonstram a possibilidade de lançar a Terra numa
viagem de oito mil milhões de anos, quando o nosso Sol, usado, estiver prestes prestes a extinguir extinguir-se -se e se se torne torne necessá necessário rio colocar colocar o nosso planeta planeta na órbita de um novo sol a cerca de 1300 anos-luz de distância. Claro que se trata de uma fantasia matemática, mas não certamente de ficção científica: Darol Froman é antigo director técnico adjunto do Laboratório de Los Alamos, administrado pela Universidade da Califórnia por conta da Comissão Norte-Americ Norte-Americana ana da Energia Energia Atómica. Atómica. Oito Oito mil milhõe milhõess de anos anos de viagem, viagem, para uma distânc distância ia de mil e trezen trezentos tos anos-luz, anos-luz, é uma viagem viagem "lenta", "lenta", a uma uma velocidade média de seis milhões de anos por ano-luz de distância. O que é tecnicamente concebível para a Terra inteira é-o com mais forte razão para uma esfera do diâmetro de Fobos, uma das duas luas de Marte, que tem um comportamento particularmente aberrante para um corpo celeste natural, mas perfeitament perfeitamentee coerente coerente para para um um corpo corpo celeste celeste coloca colocado do na órbita de Marte Marte ao fim de longa viagem interstelar. Marte possui dois satélites: Fobos e Deimos. Estas duas luas têm órbitas quase circulares, situadas quase no plano do equador equador de Marte. Marte. Fobos Fobos faz cerca cerca de de três três voltas voltas a Marte Marte por dia marciano, a 6000 quilómetros de altitude (a distância média da Lua à Terra é de 384 000 quilómetros). O astrónomo soviético Sehklovsky pensa ter certificado que Fobos perde altitude de ano para ano, o que o ameaça de destruição num futuro bastante próximo, porque, abaixo de 4500 quilómetros de altitude, o satélite será abrangido pela gravitação de Marte e cairá como uma pedra. pedra. Nenhuma das características atrás indicadas se verificou verificou em qualquer corpo celeste conhecido, excepto nos satélites artificiais lançados pelo homem; nenhuma delas pode ser seriamente explicada pela astronomia teórica. Se Fobos era a cosmonave de que falei no capítulo 10, todas as características indicadas pertenceriam à ordem material das coisas. Indiquei acidentalmente nos Capiers de Cours de Moise (e mais particularme particularmente nte no prefácio prefácio da reediç reedição ão de 1969 1969)) algumas algumas razões razões que levam levam a pensar pensar que foi um satélite satélite artificial, artificial, o Lilith Lilith da Tradição, Tradição, o objecto objecto que caiu em 1978 na Sibéria. Se é tudo assim tão claro, por que se teria estado à minha espera para conceber a explicação que apresento? Porque ela é baseada na realidade história do Génesis, hipótese que sou hoje o único a formular, no quadro dos dados científicos actuais . . . E porque é preciso vencer sérias "blocagens psicológicas" para fazer ver que o texto bíblico pode não ser nem um texto sobrenatural à glória de Deus, nem um montão de superstições, superstições, mas sim sim um texto histórico sério. Schklovsky sustentou a hipótese de Fobos ser um satélite artificial . . . mas o físico soviético nunca ligou a afirmação a qualquer tese de cosmonáutica que confirmasse o texto bíblico. bíblico. O que se não não sabe é o verdadeiro diâmetro de Fobos e de Deimos. Calculam-se os seus diâmetros em função do seu brilho aparente e da sua "claridade lunar", isto é, do seu poder reflector. Para citar Planètes et Satellites, "se Fobos e Deimos são grandes pedregulhos, o diâmetro de Fobos é de cerca de doze quilómetros e o de Deimos de oito quilómetros. Mas se são esferas de metal "polido " , o seu diâmetro é da ordem ordem de mil ou mil e quinhentos quinhentos metros. Supondo uma esfera de metal despolido, como é próprio de naves que tenham efectuado uma viagem no espaço, chega-se à minha hipótese de um diâmetro de três quilómetros para Fobos e de dois para Deimos (supondo-os idênticos, o que está por demonstrar). Não estou no segredo segredo dos deuses deuses nem conheço o
programa programa detalha detalhado do da série dos dos "Marine "Mariner", r", mas é possível possível que que o "espírito "espírito do homem planando em redor de Marte" não tarde em obter informações sobre os dois satélites, que tantos enigmas irritantes encerram. No interior de uma esfera de três mil metros de diâmetro, a vida pode ser muito confortável para quinze ou vinte casais de cosmonautas, bípedes e mamíferos, decididos a sacrificarem-se para que os seus descendentes sejam deuses no sistema planetário mais jovem para que se dirigem e praticando uma estrita limitação dos nascimentos, necessária e suficiente para manter constante o número de deuses em viagem viagem . Não sejamos ridículos ao ponto de calcular em quantos anos a nossa cosmonave vence um ano-luz (isto é, a distância que um fotão percorre em um ano, ou seja, 10 000 000 000 000 de quilómetros aproximadamente). Não façamos o cálculo, mas tomemos uma ordem de grandeza: quando a quarta geração nascida em Fobos chega à idade adulta, a nave aproxima-se da órbita de Plutão, mas passaram seiscentos anos desde a partida de Théos, o planeta planeta de que Fobos é originário. Se relerem este capítulo, reconhecerão melhor as personagens do nosso retrato-robot, não só conformes com a descrição do texto bíblico, como compatíveis com os dados da nossa ciência. Estes cosmonautas deixam uma civilização que, tendo realizado o último dos sonhos loucos que apaixonam os cientistas dignos deste nome, não encontra mais nada em que se empregar do que no melhoramento da vida quotidiana de cada um, empreendimento mais que todos aborrecido para um cientista digno deste nome. Os cosmonautas deixam a sua civilização a bem; os cientistas caseiros tornaram a sua partida possível, possível, espera esperando ndo as novidades novidades dos dos explora exploradores dores do espaço espaço longínquo para acrescentarem acrescentarem um pouco de sabor à sua ciência. ciência. Estamos ainda longe dele, mas em absoluto há um ponto em que, realizadas todas as descobertas possíveis, os pesquisadores se aborrecem e, à falta de melhor, jogam xadrez xadrez de segun segunda-feira da-feira a domingo. domingo. Mas os os cosmona cosmonautas utas de de que acabamos de fazer o retrato estão condenados a uma viagem sem regresso. Quando chegam ao destino, é-lhes estranho o planeta de origem. Transponhamos o problema para outro caso: Cyrano de Bergerac conta a sua viagem à Lua a um céptico que sufoca de riso perante tais frivolidades, caindo em catalepsia. Sai do estado cataléptico três séculos mais tarde e ouve a voz de Armstrong transmitindo da Lua. Que poderá fazer o nosso humanista céptico? Prefere lançar-se da janela abaixo a adaptar-se a um mundo assim. @16 Princípio do primeiro dia . . . . . 115 "A Terra era deserta e vazia. Existiam trevas por cima do abismo e o espírito dos Elohim pairava sobre as águas. " Génesis, Quando a esfera oca, de cerca de três quilómetros de diâmetro, se aproximou da órbita de Plutão, começou a fazer-se sentir a atracção do Sol. Foi grande a alegria alegria a bordo. É sempre arriscado descrever descrever o que se não não viu com os próprios olhos, mas não se arrisca grande coisa em afirmar que esta alegria se manifestou sem exuberância. As pessoas nascidas numa esfera
com ar condicionado lançada no vácuo interstelar, não tendo portanto posto o nariz fora dela, não tendo sentido nunca o calor do Sol e a frescura de uma brisa, nascidas de pais e avós que viveram nas mesmas condições . . . pessoas pessoas como como estas estas devem devem ter um carácter carácter fechado, fechado, se existe existe lógica lógica e se as as palavras palavras têm têm um sentido sentido.. Mas as as pessoas pessoas mais mais fechad fechadas as conhece conhecem m um tipo de alegria que lhes é próprio. Os cosmonautas de Fobos tinham todas as razões para estarem estarem contentes: contentes: tinham tinham chega chegado do ao destino destino no sistema sistema planetário planetário que que os seus antepassados lhes tinham fixado. Chegara o momento de extrair dos congeladores o chefe da expedição, o Adonai, e o seu adjunto directo, Shaddai. Não há dúvida que não sei sei como isso se passou. Mas sei que, se o Génesis reflecte uma realidade histórica, os Celestes que nele são descritos eram cosmonautas suficientemente semelhantes aos nossos para p ara que possamos possamos tentar tentar compree compreendê-lo ndê-los. s. O Romanc Romancee da Bíblia é uma transpo transposição sição a partir deste deste postula postulado. do. Para Para fazer fazer o que que segundo segundo o texto bíblico bíblico os Celestes fizeram, os cosmonautas humanos teriam tido de chegar na cosmonave Fobos e comportarem-se como suponho. suponho. O Adonai e o seu adjunto Shaddai Shaddai eram os iniciadores do empreendimento. Tinham cinquenta anos na altura da partida. partida. Eram cientistas cientistas do mais alto alto nível nível de Théos, Théos, seu seu planeta planeta de de origem, e o nível científico de Théos era, evidentemente, o mais alto que se podia conceber na nossa Galáxia: a cosmonáutica interstelar supõe, necessariamente, o conhecimento da Equação Unitária procurada por p or Einstein, que nela via a chave chave do conjunto do do nosso universo material. material. Durante as dezenas de anos previstas para a viagem, um cientista do nível de Adonai nada mais útil podia fazer fazer do que dormir. Congelou-se, portanto, a fim de poder transmitir aos cosmonautas chegados ao destino a totalidade dos seus conhecimentos. Estes cosmonautas seriam, evidentemente, os netos dos cosmonautas iniciais, e iriam encontrar-se desarmados perante os problemas de organização da vida "à superfície" de um planeta, eles que nada tinham conhecido para além além da vida no interior de uma esfera. Deixemos de lado os os problemas técnicos: o leitor que por eles se interesse poderá encontrá-los na obra de Walter Sullivan. A bibliografia de Nous ne Sommes pas Seuls dans I'Univers sossegará os cépticos, que verão como os problemas da navegação para uma cosmonave como Fobos são tratados por técnicos perfeitament perfeitamentee qualificad qualificados. os. Limitarno-n Limitarno-nos os à descrição descrição que o texto bíblico bíblico oferece da chegada dos Celestes: "A Terra era deserta e vazia. Existiam trevas por cima do abismo" neste "princípio" em que o "espírito dos Elohim vogava sobre as águas " . no capítulo 13, vimos que foi em 21000 a. C. que a glaciação Würm-III teve por consequência que a Terra ficasse rodeada de nuvens opacas. Vénus estava no mesmo estado. Só Marte, desprovido de oceanos e tendo apenas uma atmosfera fraca, era visível tal como hoje e continuava a receber a luz solar. Como vimos, a glaciação afectava todo o sistema solar (capítulo 6). A cosmonave Fobos, uma vez passada a órbita de Plutão e depois as de Neptuno e ûrano, chegou à órbita de Júpiter, de que uma das luas, Ganimedes, com o seu diâmetro de 4750 quilómetros (o diâmetro de Marte é de 6750 quilómetros, talvez possua atmosfera. Em 1965, os Soviéticos concluíram pela presença desta atmosfera, o que foi contestado pelos Americanos Americanos em em 1966. 1966. Fobos Fobos fez uma escala escala em redor redor de Júpiter? Júpiter? A hipótese nem mereceria ser contestada se não existisse a mitologia grega, para a qual qual os deuses deuses;; em número número de doze, doze, viviam viviam no no Olimpo Olimpo à volta volta de Zeus, Zeus,
que é o nome grego de Júpiter. O acaso pode seguramente justificar que o planeta planeta Júpiter Júpiter tenha tenha precisam precisamente ente doze doze luas, luas, cuja cuja existênc existência ia não pôde ser descoberta pelos homens senão após a invenção in venção da luneta astronómica por Galileu. O acaso bastaria se a ele se recorresse para justificar apenas uma ou duas coincidências. Ou três. Mas o feixe de concordâncias entre o Mito e as realidades que só recentemente foi possível descobrir é tal que não me surprenderia se na Arca da Aliança a encontrar na Lua houvesse referências a Mudamos de universo: Plutão, Neptuno, ûrano, Saturno e Júpiter estão, com efeito, hoje como há 25 000 anos, num estado que deriva directamente do estado protoplanetário. A massa do núcleo sólido é neles de um centésimo da massa massa total do protoplaneta gasoso. Passada a órbita de Júpiter, chegamos à de Marte. Marte, onde Wernher von ßraun tem por certo que a vida existe, conforme afirma na sua conhecida obra First Men to in Moon 1. Entre 22 000 a. C. C. e hoje, a evolução evolução natural não teve sobre Marte Marte quaisquer efeitos visíveis. A vida marciana, de que fala Braun, não atingiu nunca certamente um estádio de evolução suficiente para fazer surgir seres capazes de prepararem canais ou pôr em órbita satélites artificiais. Mas, em 22 000 a. C. como hoje, Marte era uma possível escala para cosmonauta cosmonautas. s. A Terra Terra e Vénu Vénus, s, tornadas tornadas impraticáve impraticáveis is pelas pelas nuvens nuvens opacas que se formaram após a glaciação Würm-III, faziam de Marte uma escala não só concebível, concebível, mas obrigatória. Fobos colocou-se, portanto, portanto, na órbita de Marte. Devo aqui abrir um parêntesis: parêntesis: há quinze anos, uma frase que afirmasse que "Fobos se colocara na órbita de Marte" era suficiente para classificar um livro entre as elucubrações da mais gratuita ficção científica. Muitos franceses estão ainda nesta posição. Basta-lhes não lerem nem os autores soviéticos, nem os americanos para continuarem apegados a uma civilização burguesa em que é um sonho ilariante a possibilidad possibilidadee de uma cosmo cosmonave nave de três três mil metros metros de diâmetro diâmetro se coloca colocarr na órbita de Marte. Fecho o parêntesis parêntesis indicando que TUdO TUdO quanto se leu no Romance da Bíblia é compatível com dados admitidos pelos investigadores qualificados e que nada nele pertence à ficção científica que nos deu A Guerra dos Mundos. Somos concretos e nunca caímos em afirmações gratuitas. Teria sido posta na órbita de Marte uma cosmonave vinda de outro sistema planetário? planetário? Nunc Nuncaa disse disse que que assim assim foi. Disse, Disse, e repito, repito, que se trata trata de uma hipótese compatível com o Mito surgido da noite dos tempos e com a ciência contemporânea. É mesmo a única hipótese que permite explicar os enigmas surgidos da noite dos tempos, sem fazer intervir milagres sobrenaturais do deus Acaso. Acaso. É verdadeira esta hipótese? hipótese? Sabê-lo-emos em anos futuros, por que Marte está no programa da astronáutica, logo a seguir à Lua. Sabê-lo-emos dentro em breve caso a minha hipótese seja verdadeira na totalidade-, se é efectivamente na Lua que se encontra a " Arca da Aliança " . Se Fobos é a cosmonave que indico, o seu comportamento na órbita de Marte perde todo o mistério e as observações de Schklovsky serão confirmadas. confirmadas. Admitamos que seja seja assim. De Fobos saem saem dois módulos de exploração que vão contornar os dois outros planetas habitáveis do sistema: a Terra e Vénus. Quando o primeiro módulo regressa, o piloto e o observador deste assinalam que "a Terra parece deserta e vazia. Está mergulhada nas trevas tr evas sob as nuvens opacas. Foram deixadas cápsulas em órbita acima das nuvens e no interior da camada nebulosa, que
continuarão a transmitir para Fobos as as suas observações observações " . O segundo módulo regressa um pouco mais tarde, porque teve de efectuar uma viagem mais longa, até Vénus. As suas conclusões eram as de que Vénus estava na mesma situação da Terra, mergulhada em trevas e portanto sem possibilidades de observação. Nestas condições, não havia que hesitar, a Terra Terra possui um satélite natural, liberto de nuvens, cómodo como um albergue; é a Terra que será preparada para ser o Éden pior para Vénus ! Não se pode fazer tudo quando se dispõe apenas de trinta pessoas. . . e, dentro de um ou dois séculos, a vida estaria condenada no primeiro dos dois planetas que não recuperasse a luz do Sol. Resumindo: Os cosmonautas cosmonautas deixaram deixaram o seu planeta de origem, Théos, para que os seus descendentes fossem os deuses de outro sistema planetário. Estes descendentes acabam de chegar ao seu destino ao cabo de uma viagem que durou cento e cinquenta anos, enquanto Théos envelhecia setecentos e cinquenta anos. Os iniciadores da expedição, Adonai e Shaddai, regressam à vida após terem permanecido no congelador. Têm cinquenta anos de idade real, como quando entraram no congelador. Encontram os seus bisnetos também com cinquenta anos. Uma limitação de nascimentos, destinada a manter constante a população, permite a cada casal ter um filho e uma filha quando o pai atinge quarenta anos. Fazendo o cálculo, verifica-se que o bisneto de Adonai tem cinquenta anos ao fim de uma viagem de cento e cinquenta anos, no tempo da cosmonave. Adonai, congelado com cinquenta anos, mantém a mesma idade quando sai do congelador. Em Théos, o seu pai morreu há mais de sete séculos, no tempo de Théos. Todas estas noções são consequências consequências lógicas de deslocações deslocações nas quais intervêm de forma sensível a dilatação do tempo e os efeitos da congelação . Quinquagenários, os Celestes Celestes resolveram elaborar um plano plano para tornar a Terra habitável. Estaria ou não prevista a glaciação ? Evidentemente que não sei, e apenas posso apresentar um raciocínio que parece lógico. do ponto de vista humano, encontrar um sistema planetário congelado no final da viagem constitui uma complicação grave que de boa vontade se dispensaria; do ponto de vista dos cosmonautas, é menos evidente, como verificaremos nos capítulos capítulos seguintes. É "contraído" ou "dilatado" o "tempo próprio" dos cosmonautas que envelhecem um ano enquanto o seu planeta de origem envelhece um século? Sob o ponto de vista do planeta de origem, é con traído: os cosmonautas "condensaram" um século em um ano. Sob o ponto de vista dos cosmonautas, é dilatado: em um ano "exploraram " um século . @17 FIM DO PRIMEIRO DIA "Os Celestes disseram: "Que haja haja luz!" e fez-se luz.. os Celestes viram que a luz era boa e separaram a luz das trevas. Os Celestes chamaram à luz "dia" e as trevas "noite". Houv uma uma tarde e houve uma manhã: "primeiro dia. " O hábito de chamar "dia" a um período que se estende, se necessário, por vários séculos está por tal forma arreigado que nenhuma confusão é possível se se ler que "ainda ontem os homens supunham que a Terra era
plana, ao passo que "amanhã estarão em Marte " . A única fonte de confusão é que ganhámos o hábito de fazer começar os nossos dias à alvorada, enquanto o texto bíblico e a tradição hebraica fazem começar os dias ao crepúsculo. O repouso semanal, o sabbat, começa sexta-feira ao fim da tarde e dura até ao ao cair da noite desábado. desábado. O que é verdadeiro verdadeiro para dias de vinte e quatro horas é igualmente verdadeiro para "dias" de vinte séculos. Sim, vinte séculos -2160 anos, mais exactamente--, como veremos no capítulo consagrado ao quarto dIA, que constitui o seu contexto normal. O primeiro primeiro "dia" "dia" terá durado durado dois milénios milénios?? O facto parec parecee muito ex tenso tenso para um programa programa em princípio princípio tão simples simples como o do regre regresso sso da luz solar solar à Terra . . . mas não há dúvida de que este primeiro "dia" se complicou seriamente com a chegada chegada dos Celestes. Celestes. Nos séculos que levou este "dia", era indubitavelmente preciso começar por pôr em ordem o satélite natural. Indiquei as razões que me levam a pensar assim no livro La Lune, Clé de la Bible, embora não exclua a validade de outras. Pergunta-se se foram causas naturais o que determinou que a Lua apresentasse à Terra sempre a mesma face. É possível que assim seja. Várias são as explicações, vulgarmente aceites, que tendem nesse sentido. Mas tais explicações, aceites e aceitáveis (à falta de melhores), contradizem-se um pouco entre si enquanto não se levantar nenhuma nenhuma hipótese relativa à intervenção intervenção de cosmonautas . É contudo possível que eu me tenha afastado do caminho, ao apresentar a minha hipótese de estabilização artificial, o que aliás em nada mudaria o fundo da questão. Mas esta estabilização está por tal forma dentro da lógica das coisas que preferi correr o risco de a incluir no programa dos Grandes Trabalhos dos Celestes, tal como julgo tê-lo reconstituído. Este capítulo, que será curto porque me faltam dados sólidos, parece-me uma boa ocasião para lembrar lembrar que os "meus" "meus" Celeste Celestess nada têm de sobrenatura sobrenatural.l. Para um leitor insensível ao sobrenatural, são cosmonautas de que o texto bíblico descreve a actividade, nem mais nem menos "maravilhosa" do que a de americanos e soviéticos no espaço. Nada do que atribuo aos Celestes é gratuito. Tudo o que lhes atribuo está indicado no texto bíblico, de acordo com os dados que a nossa astronáutica rudimentar permite conceber para uma cosmonáutica interstelar, e, além disso, de acordo com a lógica. No programa programa do primeiro primeiro "dia", "dia", de que que nos nos faltam faltam dados, dados, tenho tenho sobretu sobretudo do de recorrer à imaginação. Penso que a primeira dificuldade foi a de saírem da sua esfera-cosmonave, dotada de ar condicionado. Milénios de atavismo devem certamente fazer-se sentir, mesmo para gente nascida no interior de uma esfera. Na altura da sua chegada ao nosso sistema solar, Marte era o único planeta habitável. Instalaram-se sem dúvida nele, construindo provavelme provavelmente nte uma uma cidade cidade subter subterrânea rânea,, para onde é mais fácil conduz conduzir ir água e gases raros do que assegurar a sua obtenção numa cidade de superfície. Disto teremos a prova num futuro próximo, quando os homens pousarem em Marte. A segunda lua de Marte, Deimos, apresenta apresenta a particularidade de ter também a sua órbita no plano do equador marciano. A sua altitude é três vezes superior à de Fobos; no entanto, é mais provável que percorra esta órbita um satélite artificial do que uma lua natural: natural: 5800 quilómetros para Fobos, Fobos, 19 800 800 quilóme quilómetros tros para para Deimos. Deimos. Seria Seria Deimos Deimos um "vagão "vagão"" conduzido pela "locomotiva" Fobos? Seria Deimos uma "oficina " construída no espaço ? Deimos é nitidamente mais pequena do que Fobos, o que é
exacto: 1500 metros, se o satélite é de metal polido, 8000 metros se se trata de um pedregulho (o processo de cálculo está claramente exposto em Planètes et Satellites). É certo que os "canais" de Marte não são são os belos canais que em 1907 se julgava ver através de telescópios ainda rudimentares, e cujo traçado rectilíneo seria suficiente para pensar numa intervenção de seres pensantes de marcianos indígenas de Marte, pois que a cosmonáutica parecia, no século xIx, muito menos plausível do que a existência de marcianos indígenas. A tese dos canais já não é hoje aceite na Europa . . . mas a carta de Marte utilizada pela NASA é a de Earl C. Slipher, astrónomo que nunca nunca deixou de "ver" canais canais em Marte. Esta atitude talvez se relacione com o facto de Wernher von Braun ter por certa a existência de vida em Marte. Todavia, para maior precisão, é ainda para Planètes et Satellites que remeto o leitor. leitor. Será à força de astúcia astúcia que os Marcianos sobrevivem no seu planeta pobre em ar e em água? A pergunta é tanto menos sustentável quanto, abstraindo dos "canais", tudo leva a pensar que as condições gerais em Marte nunca puderam permitir a evolução da vida até formas suficientemente complexas para permitir o aparecimento de arquitectos. Mas os "canais" (que talvez não o sejam) não devem ser considerados de ânimo leve como abstracção, porque p orque são suficientemente estranhos para dividir os astrónomos . . . o que conduz a encarar uma terceira explicação: um planeta em que a vida provavelmente apareceu, mas que nunca teve a possibilidade de ultrapassar o grau de evolução do pepino, e em que teriam porém sido realizados trabalhos supondo um alto nível de civilização, mas pelos Celestes da minha hipótese e não por indígenas. Continuar seria tão estéril como irritante, porque ninguém pode alvitrar para Marte mais mais que que proposiç proposições ões de fé. A exploração exploração de Marte Marte está está de qualquer forma suficientemente próxima para levar à maior prudência todos os que, contando viver ainda uma dezena de anos, têm interesse em não se exporem, ainda vivos, a um desmentido experimental. experimental. Deixemos pois Marte Marte e os seus satélites de aspecto não muito natural e regressemos à Terra. Na Terra vamos encontrar coisas mais sólidas. Em 25 500 a. C., a luz do Sol não chegara ainda. No começo do segundo "dia", cerca de 20 000 a. C., a luz regressou. Isto afirma-o o texto bíblico bíblico e confirma-o a geologia. Nos mitos anexos, os que não foram transmitidos com o rigor quase desumano dos Hebreus, que condenavam ao apedrejamento quem quer que modificasse um traço que fosse do Testamento atribuído aos Celestes, nos mitos anexos, duvidosos mas utilizáveis para ilustrar um ponto de pormenor, a Lua aparece constantemente como uma espécie de estação de escala dos deuses . . . exactamente como parece vir a ser uma estação de escala para a nossa cosmonáutica. Arrisco portanto a reconstituição reconstituição seguinte para o programa do primeiro "dia " : chegada da cosmonave-esfera dos "meus " Celestes ao sistema solar, dois, três ou quatro séculos após o Cataclismo desencadeado pela glacia glaciação ção Würm-III. Würm-III. Após Após ter ter feito uma uma escala escala na órbita órbita de Júpite Júpiter, r, a cosmonave continua a sua marcha e coloca-se na órbita de Marte, onde ficará até aos nossos dias: dias: é Fobos. Seguiu-se a instalação de habitações subterrâneas em Marte, que os "canais" que não o serão, mas que também não podem podem ser ser simples simples ilusão ilusão de óptica testemunha testemunham. m. "Estabiliza "Estabilização" ção" final final do satélite natural da Terra por meio de um aumento de diâmetro, obtido por libertação da sua energia vulcânica (a explicação de Evry Sehatzman sobre o
princípio princípio da conservaç conservação ão do momento momento angular, angular, em em Planètes Planètes et Satellites, Satellites, permite permite compree compreender nder o mecanismo mecanismo desta estabilizaç estabilização, ão, natural natural ou ou artificial). Estabilizada a Lua na face que que a partir de então apresenta apresenta à Terra de forma rigorosamente constante, prepara-se uma cratera a partir da qual é organizada a dispersão das nuvens opacas . . . tal como os nossos astrofísicos já encararam dispersar as nuvens de Vénus, se este possuísse uma lua donde se pudessem dirigir dirigir os trabalhos. Uma vez dispersas dispersas as nuvens opacas, os Celestes congratularam-se com o sucesso da primeira parte do seu Plano de Seis Dias: a partir de então, havia na Terra uma tarde e uma manhã em cada vinte e quatro quatro horas. Incidentalmente, se o leitor sente que o tenha levado a cavalo numa quimera, ao propor-lhe que lesse "os Celestes" em lugar de "Deus" e levando-o a pensar que estes celestes de carne e osso trouxeram de novo a luz sobre a Terra, em vez de Deus Todo-Poderoso criando completamente a luz em todos os pormenores, releia, reflectindo, o texto bíblico: este Deus que começa por criar a luz, que verifica depois que ela é boa e só lhe dá nome depois de ter apreciado a sua luminosidade é um deus de comportamento muito confuso para povos primitivos. primitivos. Não Não sabe sabe se verá ou ou não mais claro, claro, quando quando "criar" a luz. Cria-a, experimenta-a e fica depois muito admirado de ter triunfado à primeira primeira tentativa. tentativa. Mas não não chega chega certamente certamente que a leitura "usua "usual" l" conduza conduza a um absurdo para que se justifique uma leitura que revele uma significação lógica e coerente. Se o texto é absurdo, quem quer dele extrair coisas sensatas comete um um erro. Para nos certificarmos tomemos o Livro de Job, capítulo xxxvIII. Neste capítulo, Adonai, Adonai, "Senhor" dos Celestes, fala a Job e pergunta-lhe (versículos 4 a 7) onde estava quando fundou a Terra, "quando as estrelas da manhã cantavam em coro, e todos os filhos dos Elohim aplaudiam " . Temos aqui uma confirmação de tudo quanto quanto apresentei até aqui: Adonai é, sem dúvida, o "patrão" dos Celestes; foi ele quem "fundou" a Terra; as estrelas existiam ANTES da fundação da Terra; os "filhos" dos Elohim aplaudiam a obra obra realizada. Pode-se mesmo ir ao ponto de ler neste "canto em caso" das estrelas mensagens de parabéns doutros sistemas planetários habitados com que os Celestes manteriam, pois, relações regulares. . . uma certeza: os teólogos teólogos judeus consideram o Livro de Job anterior em vários séculos a Moisés e mesmo a Abraão. Para a tradição hebraica, o Livro de Job constitui o Testamento "vindo do céu", tal como a Lei de Moisés. @18 SEGUNDO DIA "Os Celestes disseram: "Que haja um espaço no meio das águas e que ele separe as águas das águas. ' ' ( . . .) E assim foi. [...] Segundo dia. A obra do segundo "dia" aparece evidente e límpida quando nos limitamos a interpretar logicamente o texto: depois de ter dissipado as nuvens opacas e carregadas de poeira (obra do primeiro "dia") e ter assim dado à Terra uma luz de céu encoberto, os Celestes ainda têm muito que fazer numa Terra em que os oceanos perderam metade do volume e cujo conteúdo se encontra
parte gelad geladoo em cima cima de montanhas montanhas cobertas cobertas de glaciares glaciares e parte bloqueado bloqueado em nuvens pesadas. Os Celestes decidem então colocar um "espaço" entre as "águas que se encontram por cima" e nas "águas que se encontram por baixo". Mas que "espaço " ? O "espaço" que nós conhec conhecemos, emos, entre a água que está "por cima " , sob a forma de nuvens, e a água que está "por baixo " , sob a forma de cursos de água e mares? Isto é o que o texto diz literalmente e aquilo que a lógica indica; e está conforme a ideia que acerca da situação pós-glaciar pós-glaciar daí daí tirariam tirariam os geólogos geólogos sem sem preconce preconceitos. itos. Mas a obra do do segundo "dia" só parece evidente e clara se não se derem interpretações romanceadas ao texto... ora as exegeses usuais são obrigadas a ultrapassar o texto, do qual pretendem tirar uma história fantasista acerca de um Deus para almas simples, simples, de um um Deus Deus tradicional tradicionalmente mente barbudo. barbudo. Numa Numa palavra palavra:: a história de Zeus criando a Terra Terra a partir do nada. Na realidade, que é que pode haver haver de mais mais disparata disparatado do que que um Deus Deus a quem basta dizer dizer "Que se faça faça a luz!" para criar a própria luz e que, no universo assim iluminado, se vai atolando num lodaçal de magma, sem saber lá muito bem como separar as "águas da parte de cima" das "águas da parte de baixo"? Esta incongruência não escapou a certos tradutores católicos que a disfarçam traduzindo por "firmamento" o vocábulo hebreu que significa "espaço" ou "imensidão". Ah, mas então a história é outra, se foi o firmamento aquilo que Deus criou ao segundo dia . . . Isso Isso altera tudo . . . O firmamento é . . . Mas afinal que é o firmamento? Ora "firmamento" é uma palavra que nada quer dizer de concreto e que foi forjada pelo latim eclesiástico no único propósito de traduzir a palavra hebraica "espaço" de tal modo que engendrasse uma confusão suficiente para as necessidades da exegese em relação à obra do segundo " dia " . Quando nos cingimos somente ao texto, sem a intenção de lhe tirar mais do que aquilo que realmente diz, verificamos que a obra do segundo "dia" nos aparece lógica e coerente, na medida em que se segue à leitura normal da obra do primeiro "dia": primeira parte do plano, fazer voltar a luz; segunda parte, restabelecer o equilíbrio entre a água do solo e a água das das nuvens. E a obra destes destes dois primeiros dias aparece-nos aparece-nos lógica e coerente, na medida em que os novos habitantes encontram o seu planeta planeta de destino destino mergulhad mergulhadoo nas consequê consequências ncias do cataclism cataclismo, o, tal como como o concebem os geólogos. Dois milénios para fazer a precipitação da água das nuvens em chuva? chuva? Parece demasiado demasiado à primeira vista. A insignificância das realizações do segundo "dia" seria efectivamente o ponto fraco da leitura do texto bíblico tal como eu o proponho, se não existisse o capítulo iI do Génesis, que utiliza o processo literário do flash-back, relatando factos que o leitor deve deve reintegrar na ordem ordem cronológica. O capítulo II leva-nos leva-nos novamente ao princípio da narrativa, à Terra deserta, em que nada vivia; mesmo ao princípio, entre o primeiro "dia " , em que os Celestes fizeram com que a luz voltasse a aparecer, e o segundo "dia", em que prepararam o regresso da vegetação . . . Ao princípio da aventura, em que os bípedes vindos do céu viram "surgir do solo" o bípede indígena. Eis o texto do capítulo II do Génesis (4 a 7): Ainda não havia na Terra qualquer sarça dos campos e nenhuma erva havia ainda germinado porque o Senhor dos Celestes ainda não fizera chuva sobre a Terra e ainda não existia o homem para a cultivar. [ . . .) Então o Senhor
dos Celestes formou o homem, da poeira que provinha do solo, e insuflou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem transformou-se numa alma viva. De repente, o texto aparece claro e coerente . . . lógico e coerente, se esquecermos as falsas ideias herdadas do século xIx e se tivermos em conta que muitos adolescentes, e também muitos adultos, lerão no jornal a descrição dos primeiros esforços do homem para levar até Vénus a luz do Sol antes de provocar provocar a precipitação de chuvas chuvas nesse planeta. O texto começa a tornar-se lógico: assim que a Terra voltou a ter luz, os Celestes começam, sem pressa, a instalar-se em Marte; utilizando a Lua como plataforma plataforma de de escala, escala, começa começam m a investig investigar ar o que que existe existe na Terra. Terra. São trinta ou quarenta Celestes no máximo. São obrigados a extrema prudência nas suas explorações porque, com tão reduzido número de pessoas e a alguns séculos das bases de partida, não podem dar-se ao luxo de arriscar duas vidas. Apesar da sua superioridade técnica, quarenta cientistas ficam condenados a uma lentidão que nos é difícil conceber: quando se realizar a operação de levar a luz a Vénus, contar-se-ão por dezenas de milhares os homens empenhados empenhados na empresa. Seria Fobos a "nave cósmica dos viajantes" viajantes" e Deimos a "nave cósmica das bagagens"? Há doze anos, a possibilidade concreta da cosmonáutica era de tal modo difícil de demonstrar que alguns excelentes físicos encolhiam os ombros quando se lhes falava disso; hoje, os mesmos físicos já não refutam a ideia de que as duas luas de Marte possam possam ser ser duas naves naves cósmicas cósmicas colocadas colocadas em em estaciona estacionamento mento orbital orbital . Mas, qualquer que fosse o material de que dispunham, os Celestes não eram mais de três dezenas. Antes mesmo do restabelecimento, a descoberta de um bípede surgido do solo, de um indígena a quem "insuflar uma alma" era possível, era a descoberta. E a partir daí tudo era possível, a começar pelo reordenamento da Terra inteira, feito por trinta ou quarenta cosmonautas. E, sobretudo, os Celestes tinham a partir de agora todo o tempo à sua frente. Não, não é uma quimera quimera a dos pequenos grupos que raciocinam em termos de milénios: a Igreja foi expressamente construída para durar milénios milénios,, tal como, como, antes antes dela, dela, a Sinagoga. Sinagoga. Dezano Dezanove ve séculos séculos,, mil e novecentos anos, a repetir " Para o ano em Jerusalém ! " . . . Não é por estarmo estarmoss habituado habituadoss a raciocin raciocinar ar em termos termos de dia-a-d dia-a-dia ia que classificaremos como quimeras os projectos projectos para milénios. Os Celestes tinham a partir de então todo o tempo, primeiro porque possuíam a confirmação de uma teoria comparável à do físico que descobre entre os sistemas planetários uma analogia próxima da dos cristais de um sal: todas as estrelas da mesma categoria do nosso Sol possuiriam um sistema planetário planetário do do qual qual um ou ou dois (ou até três) planet planetas as são habitáveis habitáveis por por seres feitos de carbono, azoto, hidrogénio e oxigénio, tal como o leitor e eu. Assim que uma civilização, num destes planetas, atinge o estádio em que os pesquisadores se aborrecem, estes podem partir e transformar-se em progenitores progenitores de uma uma linhagem linhagem de deuses, deuses, num sistema sistema planetário planetário mais mais tardiamente solidificado, num planeta em que a vida tenha aparecido mais tarde . . . Avalia-se num número da ordem dos quarenta milhões as estrelas que podem estar estar no centro de um sistema sistema planetário idêntico ao nosso: É certo que esta teoria, como a hipótese da sua confirmação, não passa de um sonho. Mas trata-se de um sonho guiado pelos carris do texto bíblico para
uma hipótese de semelhança entre sistemas planetários, apoiada em sólidos dados científicos. Se esta semelhança existe, não há necessidade de pressas e corridas: cada geração tem de cumprir o seu destino marcado. Quando os cosmonautas chegam a um planeta na qualidade de "deuses", sabem que terão milénios para aperfeiçoar o bípede indígena. Para aperfeiçoar algumas amostras, educando-as, e até, por que não, para as melhorar no sentido de uma evolução dirigida. Pode mesmo encarar-se uma mutação ao nível dos cromossomas . . . o texto bíblico fala de u insuflar uma alma " . . . Nestas Nestas condiçõe condições, s, o segund segundoo "dia" teve de ser ser consagra consagrado do à constru construção, ção, numa região privilegiada da Terra, de um Éden encerrado em muralhas e dotado dum microclima excepcional: "O Senhor dos Elohim plantou no Éden um jardim e meteu nele o homem que havia havia feito, diz o Génesis. O que se passou no Éden Éden é-nos claramente explicado: o homem tinha como missão cultivar e guardar o jardim (II, 15), 15), o que que confirma confirma que que o texto bíblico, bíblico, lido sem sem preconce preconceitos, itos, está mais em conformidade com os dados dos etnólogos do que com as crenças sobrenaturais; os homens colocados no Éden constituíam uma amostra bem alimentada e invejada dos outros homens. Enquanto o Éden assegura a alimentação dos Celestes e dos humanos que vêem neles deuses, o resto do planeta planeta volta volta aos pouco poucoss à normal normalidade idade.. Dois milénios? milénios? Quando Quando reflectimos reflectimos nisso nem reparamos no espaço de tempo. Para os cosmonautas, o nosso planeta planeta não funciona funciona como como objecto objecto de explora exploração, ção, mas mas como como um imenso imenso laboratório onde verificam as suas teorias. É suficiente transpor para a escala do planeta a paciência do pesquísador que durante dois anos prepara uma experiência que fará girar no ciclotrão durante menos de uma hora algumas partículas infinitesimais e que, seguidamente, irá consagrar alguns meses à interpretação dos resultados . . . os milénios correm, não temos tempo para nos apercebermos apercebermos disso. A minha imaginação imaginação está a ir longe de mais? Será que não existe qualquer coerência concreta nos textos bíblicos? Prossigamos com o capítulo II, versículo 19. Estamos nos jardins do Éden : Então o Senhor dos Elohim formou a partir do solo todos os animais dos campos e todos os pássaros dos céus; levou-os junto do homem para ver como ele os chamava e para que todo o animal vivo tenha o nome que o homem quiser chamar-lhe. Não acham que o comportamento dos Elohim nada tem a ver com o sobrenatural, que o texto bíblico no-lo mostra bem concreto, fazendo reviver, por detrás das muralhas do seu Éden, as espécies terrestres e utilizando, lentamente, o processo normal dos colonizadores quando querem aprender a língua dos indígenas? Se foi o puro acaso que introduziu esta coerência no texto, temos de nos pôr muito depressa de joelhos e rezar a esse Puro Acaso, que deve deve ser um grande deus. E se não fosse puro acaso? Se não é o puro acaso que introduz uma coerência no texto bíblico, então o texto bíblico relata o trabalho de pesquisa laboratorial sobre o material genético indígena, efectuado por biólogos empenhados em reconstituir as espécies anteriores ao Cataclismo. O trabalho de biólogos que têm todo o tempo do mundo para perder, biólogos que vivem para a biologia, no Paraíso das Ciências que tomará corpo sob os nossos olhos. @19
TERCEIRO DIA "Os Celestes disseram: "Que as águas de cima se juntem num único lugar e que apareça a seca. (. . .) Que a terra produza vegetais, ervas que dêem semente, e árvores de fruta que façam frutos de acordo com a sua espécie. ' ' " Génesis, 9 a 13 Após o flash-back do capítulo II do Génesis, que nos esclareceu acerca da entrada do homem em cena, desde o fim do primeiro "dia" (e não ao sexto "dia", como o afirma a interpretação usual, contra a evidência do texto), voltemos ao capítulo I, para apanharmos o seguimento dos acontecimentos. Extravagante na sua interpretação sobrenatural, o texto bíblico aparece-nos sempre lógico e racional quando nele só lemos aquilo que na realidade lá está. No seu Éden fechado por muralhas intransponíveis, as três dezenas de Celestes têm então ao seu serviço o número de indígenas que julgam necessário, os adãos. Tendo a seu favor um microclima, o Éden produz o que a Terra pode produzir produzir de mais suculento, melhorado pelos biologistas. Não são conquistadores. Não possuem ninguém a quem espantar com o alarde das suas riquezas. Quer tomemos por referência a descrição que o Mito faz dos Celestes, quer a imagem do cientista, tal como no-la mostra a nossa civilização, chegamos ao mesmo retrato-robot de um grupo social para o qual o espírito tem supremacia sobre a matéria, que desconfia das falaciosas seduções da riqueza e que encontrou o seu paraíso, o paraíso com que sonham todos os cientistas: vivem uns com os outros trocando abstracções e obrigando as realidades a dobrarem-se perante a teoria, sendo servidos por um pequeno povo que que vê neles uns deuses. Surgiram do solo um milhão de bípedes, agora que a luz regressou ? E então ? Não é disso que se trata ! Os ratos também sobreviveram ao Cataclismo e talvez até sejam mais numerosos que os homens! O que se passa fora do Éden também faz parte da experiência, mas funciona mais como "grupo testemunha". Apaixonante é o que se passa dentro dentro dos laboratórios do Éden. No Éden, os deuses deuses divertem-se como doidos. Praticam a biologia aplicada, num vasto planeta em que são deuses, onde não se vêem obrigados a impor e justificar os seus créditos junto de de ministros ministros e parlamentare parlamentaress a quem quem a invest investigaçã igaçãoo pura nada diz. Vivisseccionam quem muito bem lhes apetece sem que lhes apareçam velhinhas morigeradoras a explicarem o que se deve e o que se não deve fazer. Vivem num paraíso da bacia mediterrânica, com um microclima mantido constante por um meteorólogo cujo laboratório é Lilith, pequeno satélite artificial colocado na órbita da Terra. Estão alojados como sonhavam, o Éden fornece tudo o que é necessário necessário e a mão-de-obra mão-de-obra é abundante. abundante. São deuses. O entomologista guardara algumas amostras de insectos de uma espécie interessante, espécie essa que vivia na anarquia própria dos insectos, e deu-lhes reflexos condicionados que parecem ter-se fixado hereditariamente (com casos que chegam até trezentas gerações). Estes insectos, a quem o adão de serviço deu o nome terrestre de "formiga", foram deixados na natureza, fora do Éden. Estamos ainda hoje à espera de ver o que irá suceder: as formigas condicionadas conseguirão triunfar tri unfar das suas congéneres que vivem em estado natural ou acabarão por ser devoradas? Existe uma
experiência paralela com as as abelhas. As formigas e as abelhas abelhas são protótipos: protótipos: ao ao mesmo mesmo tempo tempo mais mais cómodas cómodas que os os mamíferos, mamíferos, porque porque as gerações sucedem-se com mais rapidez, e mais difíceis por causa da sua pequenez pequenez.. Era um um equilíbrio equilíbrio biológico biológico belo belo como como uma teoria o que os deuses deuses queriam instaurar, com um homem ele próprio condicionado e mutado para dominar sobre o conjunto desta verdadeira criação. Mas com o homem tudo será mais difícil . . . A experimentação sobre o homem nunca poderá começar antes do sexto "dia", quando se dispuser de gerações estabilizadas, impossíveis de obter obter em dois milénios. milénios. Botânicos ou zoólogos, os biologistas biologistas estão estão conte contentes: ntes: quand quandoo querem querem começ começar ar uma experiência experiência nova sobre matéria virgem, o seu único problema é a escolha. Em Théos, onde a civilização já era várias vezes milenária quando os cosmonautas a abandonaram, existiam apenas espécies condicionadas; na Terra, por p or alturas do Paleolítico Superior, bastava baixarem-se para encontrar espécies cuja evolução fora inteiramente natural. Para os Theositas (cosmonautas originários de Théos), a Terra representava a "natureza virgem", a matéria-prima que fazia crescer água na boca aos nossos biólogos só de pensarem pensarem nisso, nisso, quando quando falávamos falávamos em em pôlos pôlos na Lua Lua ou em Marte Marte . . . onde não existem nem facilidade em edificar um Éden mediterrânico, nem possibilidade de escapar à confusão da administração espacial terrestre. Durante todo esse tempo, e sempre com todo o vagar, a Terra reencontrava o ritmo anterior ao Cataclismo. O texto bíblico diz-nos que no final do segundo "dia" a densidade média das nuvens voltara ao normal; deduzimos do mesmo texto que a água que voltara a cair do céu havia (como é natural) transformado o solo em lamaçais e pântanos, porque a obra do terceiro "dia" foi drenar para rios e marés a água espalhada pela Terra. Falámos somente dos biólogos, mas os geólogos também não se aborreceram muito. Encontramo-nos numa situação difícil, tanto o leitor como eu, porque já não nos podemos colocar na pele dos nossos antepassados, para quem um cosmonauta vindo de Théos se confundia com um deus e para quem umas experiências divertidas transformavam em taumaturgo um ajudante de laboratório. Mas a nossa situação ainda se tornou mais difícil pelo facto de sermos incapazes de nos colocar na pele dos deuses. Encontramo-nos exactamente na encruzilhada encruzilhada do terrestre e do celeste. celeste. Acerca da partida, conseguimos e mesmo assim ! raciocinar r aciocinar como cosmonautas; mas quase que não conseguimos atingir o raciocínio dos cosmonautas após a chegada. Um exemplo é o do problema da orientação orientação dos estudos . . . Não podemos deixar deixar de raciocinar em função da nossa sociedade, dos nossos três milhões de semelhantes apertados como arenques enlatados numa Terra onde pelo menos em princípio princípio todos todos os homens homens são são iguais. iguais. O fim fim dos estudos estudos superiore superioress é, mesmo mesmo quando não o queremos confessar, dar àquele que os termina uma superioridade sobre os seus "iguais " menos "superiores " . Os Theositas eram cerca de trinta e, sendo deuses, não tinham qualquer problema sobre a "igualdade", porque eram, por natureza, "superiores". O objectivo dos estudos não era o de vir a ser superior aos seus camaradas de trabalho mas sim o de igualar a ciência dos antepassados. Os cosmonautas vinham de Théos, onde a cosmonáutica provava que a ciência atingira o seu estado máximo; os descendentes destes deuses iniciais não tinham de fazer descobertas novas, o seu papel era o da conservação do conhecimento
ancestral. Talvez me deixe arrastar por um um raciocínio antropomórfico, mas mas não consigo imaginar os "vindos do céu", os Celestes que desembarcaram na Terra há mais de vinte mil anos (nem os homens que deixarão a Terra para serem deuses noutros planetas), senão vivendo em falanstério. O filho do geólogo, apaixonado por botânica, torna-se filho adoptivo do botânico quando um imponderável, que escapa mesmo à sua ciência, incita um filho a fazer outra coisa que não não a seguir as pegadas pegadas do pai. Não há dúvida que que vou longe de mais nos meus sonhos. Voltemos à Origine des Espèces, de Emile Guyénot. Encontramos aí a nata dos conhecimentos teóricos actuais em biologia, biologia, assim assim como como alguns alguns exemplos exemplos de realizaçõe realizaçõess práticas práticas a partir dos dos conhecimentos já adquiridos sobre os cromossomas. É um tanto técnico, mas, se não vos fizer medo um pequeno esforço de vocabulário, leiam o livro de Guyénot, que muito contribuiu para me levar a atribuir aos meus "Celestes" certas mutações que hoje se observam, mutações que podem ser fortuitas, naturais . . . mas que parecem ter sido operadas pela intervenção de um experimentador algo perverso. @ 20 QUARTO DIA "Os Elohim disseram: "Que se façam as luzes no espaço dos céus para separar o dia da noite, e que elas sirvam de sinal para as estações, para os dias e para os anos.. . " Génesis, i,14 Num texto que se supõe sem coerência, não existe inconveniente algum em admitir que o Sol, a Lua e as estrelas só foram criados ao quarto "dia": pouco pouco importa importa de onde vinha a luz do primeiro primeiro " dia " , e pouco pouco importa importa a maneira como as árvores de fruto e o conjunto da flora do segundo "dia", sem fotossíntese, produziram frutos e semente . . . É a exegese que se acomoda ao texto que se supõe sem coerência, sendo ela para os teólogos o que o catecismo representa para os meninos de coro: a arte de encontrar uma forma elegante de dissimular situações situações embaraçosas. Um bom exegeta exegeta é um senhor capaz de pegar numa comunicação de Einstein acerca da Relatividade e daí tirar a demonstração de que o mundo foi criado por Einstein, isto em outras seis comunicações comunicações . O cristianismo possui exeg exegetas etas notáveis, tão notáveis que foram capazes de dissimular ao próprio Voltaire a incongruência (que ele não resolveu) de um Sol aparecendo com três "dias" de atraso sobre a luz. luz. Não há pois dúvida dúvida possível: as luzes do quarto quarto "dia" são colocadas para "separar o dia da noite" . . . separação esta que constitui a obra do primeiro "dia " ! Será o texto bíblico bíblico incoerente? Penso que os levei à dúvida e a perguntar se não se dará o caso exactamente contrário: o de se tratar de uma rigorosa coerência que gerações sucessivas de exegetas teriam dissimulado por certo número de razões. razões. (Por certo número de razões aliás louváveis: ponhamo-nos no lugar de um teólogo da Idade Média que lê o texto bíblico da forma que eu proponho; o seu papel é assegurar a transmissão da Tradição até ao "fim dos tempos " , altura em que este texto poderá ser compreendido; mesmo se o teólogo da Idade Média estiver persuadido de que os Elohim eram cosmonautas, não o pode dizer, sob
pena de fazer fazer passar passar todo o ensino ensino da Igreja Igreja por por ficção ficção científica científica.. O nosso nosso teólogo é constrangido, pela ignorância dos seus contemporâneos, a disfarçar de conto de fadas um texto que ele sabe ser solidamente histórico. Que pode fazer o nosso teólogo para, ao mesmo tempo, libertar a sua consciência e provar às gerações vindouras que não era um idiota? Nada. A não ser participar nos debates dos teólogos de Bizâncio que afirmavam que os Celestes eram Anjos, mas Anjos feitos como nós e qualquer cosmonauta: estes Anjos possuiam sexos.) Será coerente o texto bíblico? Penso que sim. Mas depois do que acabo de dizer acerca dos exegetas já não ouso afirmar o que quer que seja. seja. O leitor que seja o juiz. O texto bíblico fala-nos de "luzes no céu" destinadas a "servirem de sinal para as estações". Eu sou uma alma simples que reconhece r econhece a chegada da Primavera pelo aparecimento das folhas verdes e reconhece a chegada das outras estações por meio de sinais análogos. As pessoas que procuram os "sinais das estações" nas "luzes dos céus" qualifico-as eu de astrónomos e tenho-lhes o maior dos respeitos. Quanto a identificar os dias de vinte e quatro horas pela contemplação das das luzes celestes celestes . . . quem saberá fazer isso? Deixo que o leitor seja o juiz, mas, mesmo assim, não posso deixar de defender a minha causa. Estas "luzes" colocadas no céu ao quarto quarto "dia", três "dias" após a verificação de que existia a partir de então "uma manhã e uma noite " . . . dá-me mais a impressão de que o texto bíblico descreve o estabelecimento de uma cartografia celeste. Mapas celestes para uso dos astrónomos, já que o céu, quando visto do nosso sistema solar, é muito diferente do céu observado de um outro sistema planetário. Quando se muda muda de sistema planetário, planetário, sem sem intençã intençãoo de regres regressar, sar, é de facto facto preciso preciso reestrutu reestruturar rar a orientação. Os astrónomos celestes seriam igualmente igualmente astrólogos? Temos Temos todas as razões para o pensar: os sacerdotes que nas Primeiras Civilizações se afirmavam herdeiros dos Celestes praticavam a astrologia. E, de facto . . . os "dias" que os Celestes haviam decidido "marcar" por meio das "luzes dos céus" não seriam aqueles "dias-períodos" aos quais eu chamei "divisões do Plano de Seis Dias" e nos quais Voltaire reconhecia os "seis tempos que Zoroastro apelida de seis ggabambârs, abambârs, tão celebrados entre os Persas " ? A menos que se procure a complicação pela complicação, parece-me mais lógico cingirmo-nos ao texto e dizer que os "dias" a determinar por meio da observação do Sol e das estrelas eram os gababambârs de Voltaire, as divisões de 2160 anos que a precessão dos equinócios determina no Zodíaco. O desenho da página 142 mostra os efeitos práticos da precessão dos equinócios; vou tentar desc descrever rever o mecanismo do fenómeno. fenómeno. A precessão dos dos equinócios é um fenómeno que se observa numa faixa de céu que rodeia a "esfera celeste", conforme o desenho da página 140. O Zodíaco é dividido em doze signos cujos nomes não mudaram desde a alvorada dos tempos históricos, em que os sacerdotes-astrónomos já afirmavam que eram várias vezes milenários e de proveniência divina (desenho da página página 142). A única diferença entre a parte do céu incluída na faicha zodiacal e o resto do céu é que todos os movimentos aparentes do Sol, da Lua e dos planetas se situam no interior da faixa zodiacal. Reduzindo a um plano o desenho da da página 140, obtemos o desenho da página 141, no qual vemos por que mecanismo a Terra, ao efectuar a sua órbita à volta do Sol, "vê" este levantar-se em cada um dos signos do Zodíaco, segundo a ordem: Aquário, Peixes, Carneiro,
Touro, Gémeos, Câncer, Leão, Virgem, Balança, escorpião, Sagitário, Capricórnio. Um círculo não tem começo começo nem fim. Para Para marcar o princípio do ano é necessário que se estabeleça um ponto de partida. Os astrónomos decidiram-se pelo equinócio da Primavera. O ponto celeste em que o Sol se levanta, no equinócio da Primavera, chama-se o ponto vernal (do latim ver, Primavera). É aqui precisamente que surge uma complicação: entre duas aparições do sol sobre o ponto vernal, decorrem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 49,6 segundos. . . enquanto a Terra perfaz a sua volta à roda do Sol em 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 9,6 segundos. O equinócio, portanto, ocorre antes que termine a órbita terrestre: o Sol aparece anualmente no ponto vernal 20 minutos e 20 segundos antes que a Terra tenha acabado a sua revolução. E é esta precessão que constitui o fenómeno da precessão dos equinócios. Menos de vinte minutos e meio por ano é uma diferença ínfima. Hiparco anunciou, em 128 a.C., que descobrira o fenómeno da precessão dos equinócios, o que foi uma revelação para os astrónomos do seu tempo, que, como os astrónomos anteriores, ainda não se tinham apercebido do fenómeno. De que é que "nos apercebemos", apercebemos", conhecendo a existência existência do fenómeno ? O efeito do fenómeno é fazer "deslizar" o ponto vernal sobre o Zodíaco: quando Cristo nasceu, o ponto vernal entrava na casa dos Peixes, donde saiu por volta volta de 1950 para entrar entrar no Aquá Aquário, rio, onde onde irá ficar até até cerca cerca do ano 4110 . Temos de recorrer aos dados do desenho da página 141 para compreender por que mecanismo a precessão faz girar ao contrário os signos do Zodíaco. E isto leva-nos ao desenho da página 142, que que dá as datas de entrada e saída do ponto vernal para cada um dos signos: quando não se tem a certeza da compreensão do fenómeno, f enómeno, o citado desenho permite compreender os seus efeitos e seguir seguir este capítulo até ao fim. Quando Hiparco anunciou o fenómeno no ano 128 a.C., não houve astrónomo que lhe contestasse a paternidade da descoberta, o que confirma a tese oficial de todos os astrónomos e historiadores das ciências: exclui-se que se tivesse podido dispor, antes de Hiparco, do material astronómico indispensável, ou possuir possuir os conhec conheciment imentos os fundame fundamentais ntais e o espírito espírito científico científico nece necessário ssárioss para estabelece estabelecerr a existência existência do fenómen fenómeno. o. Para Para determinar determinar a existência existência da precessão precessão dos dos equinócio equinócioss é preciso preciso um nível nível mínimo mínimo de de teorizaçã teorizaçãoo em astronomia, dificilmente imaginável nos predecessores de Hiparco. A tese oficial, que ninguém n inguém contesta, é um muro de pedra: EsTA COMPLETAMENTE POSTA DE pARTE a ideia de que os homens de há seis ou sete mil anos tivessem podido descobrir descobrir o fenómeno fenómeno da da precess precessão ão dos dos equinócio equinócios. s. Para Para tal, teriam teriam de ser ensinados por astrónomos qualificados. Ora: 1. Vamos ver que a Antiguidade parecia conhecer o fenómeno da precessão pr ecessão dos equinócios; 2. Os sacerdotes-astrónomos atribuíam aos Celestes o conjunto dos seus conhecimentos. Analisemos ponto por pont ponto. o. Entre o ano 4530 a. C., o sol equinocial
eleva-se na casa do Toiro (desenho da página 142): é o período em que o Faraó adorava o åpis-Touro åpis-Touro . Por volta do ano 2370 a. C., já quase na entrada da casa do Carneiro, um deus-carneiro chamado Chnum aparece no Egipto e toma, pouco a pouco, importância. O ponto vernal já está perfeitament perfeitamentee dirigido dirigido para para a casa casa do Carneiro, Carneiro, em 2200 a. C., C., quando quando o príncipe de Tebas Tebas usurpa usurpa o trono e se transforma transforma em faraó faraó de todo o Egipto, Egipto, ao qual impõe o seu seu deus, åmon-Carneiro. åmon-Carneiro. Mas a situação não era clara na época do Carneiro, Carneiro, no Egipto. åpis ainda conservava conservava fiéis, Cohnum e åmon åmon faziam entre si concorrência desleal e as superstições invadiam todos os campos. É então que aparece Moisés, Moisés, que encaminha todo o povo hebreu para para um culto em que o simbolismo do Carneiro é evidente e predominante. E, numa linguagem simbólica que a partir de então se generalizou a todos aqueles que reclamam o culto da Tradição, Moisés define a seguinte ideia: ao Carneiro, "a adorar", junta-se um símbolo anexo, o do bezerro (filho de åpis), para rejeitar. Quando o ponto vernal entra na casa dos Peixes está-se no princípio do cristianismo, que tomará os Peixes como símbolo e que, retomando o aperfeiçoamento simbólico de Moisés, junta aos outros o símbolo do Cordeiro, Cordeiro, filho" do carneiro hebreu. hebreu. Será possível atribuir atribuir ao puro acaso acaso,, na linha linha faraós-ju faraós-judaísm daísmo-crist o-cristianismo ianismo,, essa essa continuida continuidade de do simbolismo zodiacal, a existência de cultos ligados sucessivamente ao Toiro, ao Carneiro e aos Peixes, à medida em que a precessão dos equinócios fazia passar o ponto vernal do Toiro para o do Carneiro e seguidamente para o dos Peixes, Será possível enfim que só o acaso explique que os últimos fiéis ao simbolismo zodiacal sejam também os únicos que criaram uma civilização cosmonáutica, à imagem dos Celestes cujo simbolismo reclamam ? Não se pode sustentar seriamente esta tese: a concordância é demasiada e visivelmente sistemática. Mas se o elo (em latim, "elo" diz-se diz-se religio) entre os cultos sucessivos e o Zodíaco não é um produto da coincidência, isso vem resultar em que, quatro mil anos antes do cristianismo, quatro mil anos antes de Hiparco, os sacerdotes do Faraó já conheciam a precessão dos equinócios. Ora nós já vimos que todos os astrónomos astrónomos e todos os historiadores das ciências estão de acordo: nem a maneira de pensar nem o material dos astrónomos anteriores a Hiparco lhes podiam permitir observar e formular o fenómeno da precessão dos equinócios. equinócios. Poderemos nós ver ver nestes encadeamento de factos uma prova da realidade concreta de cosmonautas que tivessem tivessem legado aos humanos aqueles aqueles dados astronómicos? É a explicação mais racional que consegui encontrar para o facto de os faraós, Moisés e, depois, a Igreja se terem vinculado ao simbolismo zodiacal : A reconhecida impossibilidade de os predecessores de Hiparco observarem a precessão precessão dos dos equinócio equinócioss e a certeza certeza de que os os sucesso sucessores res de Hiparco Hiparco a conheciam é a presunção mais sólida a favor da minha hipótese da realidade concreta dos Celestes . Para a linhagem faraós-judaísmo-cristianismo, o conhecimento da precessão constitui a prova de que a Tradição, de que estas linhagens se reclamam, é efectivamente sobre-humana e de origem celeste celeste . Este conhecimento da precessão precessão serve serve até de pedra de toque: toque: as as civilizaçõe civilizaçõess cujo simbolismo simbolismo a
ignora mostram, pela sua ignorância, que as suas crenças são idólatras. É necessária uma explicação do passado para justificar uma hipótese; mas tal justificação a posteriori não parece convincente senão na medida em que lhe podemos extrapolar um elemento de verificação para o presente e para o futuro imediato. Tão longe quanto possamos penetrar penetrar no passado, em qualquer caso bastante mais longe que Hiparco. chegando por exemplo aos astrólogos da Babilónia, encontram-se profecias para um futuro longínquo, associando a ideia de um "novo paraíso terrestre" com o simbolismo do Aquário. O ponto vernal entrou no Aquário por volta do ano de 1950 e é efectivamente a partir de 1950 que uma interpretação racional do Mito começou a tornar-se possível. possível. O "Aquário", que os astrólogos astrólogos da Babilónia associavam com o "paraíso reencontrado", seria o indicativo da nossa época, calculado pelos astrónomos a partir da precessão dos equinócios? Sustentar isto equivale a afirmar que, dezenas de séculos antes de Hiparco, os astrólogos-astrónomos conheciam a precessão e eram pois autênticos herdeiros de Celestes muito concretos. concretos. Sem o conhecimento conhecimento da precessão, precessão, os astrólogos da Babilónia teriam podido por mero acaso ir ao extremo de predizer predizer que os homens homens se igualar igualariam iam aos Celestes Celestes (a que quem m o Mito Mito descreve descreve como cosmonautas) a partir do ano de 1950 da nossa era? Se recusamos a hipótese da realidade dos Celestes, limitamo-nos a ficar com esta explicação . . . E a hipótese da realidade dos Celestes é, mesmo assim, a mais racional. Será que os astrónomos astrónomos vindos de Théos Théos estabeleceram, quando o sol do equinócio se levantava no signo da balança, um mapa do céu visto da Terra? Se lermos o texto bíblico partindo da hipótese da sua coerência, é isso mesmo mesmo o que ele nos diz. Os astrónomos herdeiros herdeiros dos Celestes teriam encontrado no ensinamento recebido a indicação de que os homens estariam preparados para ser deuses quando vários milénios tivessem decorrido e o ponto vernal entrasse no Aquário? Gostava bastante de encontrar uma explicação diferente para a profecia que, há já vários milénios, associa "Aquário" "Aquário" e "retorno às fontes do paraíso terrestre". O Zodíaco mais antigo que se conhece, o de Denderah (vide a foto), remonta ao décimo milénio antes de Cristo e mostra os signos do Zodíaco tal como os utilizamos hoje. Para não deixar este capítulo, que começou com uma incursão pelas ciências, acabar com um ponto de interrogação, podíamos tentar resumir a situação. Dispomos de alguns dados certos para formularmos a hipótese: 1. Os sacerdotes do Faraó, os do judaísmo e, até aos nossos dias, os do cristianismo afirmam-se herdeiros de uma Tradição vinda "do céu " ; 2. A constância com que foi mantido, até aos nossos dias, o simbolismo zodiacal Toiro-Carneiro-Peixes mostra tratar-se da mesma Tradição; 3. A transmissão material dos conhecimentos vindos "do céu" é atribuída pelos sacerdotes do Faraó a "deuses", pelos judeus aos "Elohim", e pela Tradição cristã a "Anjos" que os teólogos de Bizâncio afirmavam possuir sexos idênticos aos dos homens; 4. A realidade concreta destes deuses-Elohim-Anjos é a explicação mais racional para o conhecimento da precessão dos equinócios, o que é demonstrado pelo simbolismo zodiacal da linha de civilização.
De todas as relações do Mito, uma só, a do texto bíblico, nos foi transmitida por uma descendência de sacerdotes e de teólogos para quem, depois de Moisés, mudar nem que seja um só traço ao texto constitui o mais terrível dos crimes. Com o texto bíblico, dispomos pois de uma relação com consideráveis possibilidades de reflectir nas grandes linhas imutáveis do Mito. Ora encontramos no texto bíblico uma sucessão sucessão de narrações que, que, sendo aberrantes para o século xix, em que a astronomia não passava de um sonho de loucos, se tornaram para nós narrações compatíveis com a ciência. Isto não quer dizer que o texto bíblico, tal qual o proponho para leitura, tenha base histórica até ao pormenor de romance. Mas impede seguramente que nos nossos dias se recuse uma hipótese cujo único defeito é o de chocar com as ideias recebidas do século passado. @21 QUINTO DIA "Os Celestes disseram: "Que as águas se encham de animais vivos e que os pássaros pássaros voem voem por por sobre sobre a Terra." Terra." Génesis, Génesis, I, 20 Será que a fauna dos mares e do ar foi criada no quinto "dia " ? Por outras palavras: o nosso planeta esteve desprovido de peixes e de pássaros desde o glaciar Würm-III até ao fim do quarto "dia"? É uma tese insustentável. A filiação de todas as espécies que ainda hoje existem ficou estabelecida com suficiente exactidão para que se exclua toda a possibilidad possibilidadee de uma paragem paragem da vida vida entre entre o glacia glaciarr do ano ano 21500 21500 a. C. e o ano z3 000 a. C., em que o sol do equinócio entrava no quinto "dia", na casa da Virgem Virgem (gravura pág. 142). Mas precisamente o texto bíblico, em que cada palavra tem conta, peso e medida, não fala de "criação " . A decisão atribuída aos Celestes não é de "criar " ao quinto " dia " : sobre o quinto "dia " , o texto diz que os Celestes decidiram multiplicar os habitantes das águas águas e dos ares. Dever-se-á ler que, tendo eencontrado ncontrado o material genético da fauna terrestre sob o glaciar, e tendo recriado as espécies nos laboratórios do Éden durante os "dias" precedentes, os Celestes repovoaram o planeta, como nós repovoamos as nossas coutadas com procriadore procriadoress obtidos obtidos em centro centross apropriado apropriados, s, Está Está conforme conforme o texto texto bíblico bíblico e a lógica é coerente com os dados experimentais. experimentais. Na mesma medida em que que nós estamos mais próximos dos Celestes que os indígenas, começamos a poder compreender o texto bíblico de maneira coerente, já que nos é cada vez mais fácil fazer a transposição. É o que vamos vamos fazer. É infinitamente provável que a Vida tenha aparecido em Vénus ao mesmo tempo que na Terra; é certo que na atmosfera actual de Vénus desapareceu qualquer espécie de vida comparável à da da Terra. Assim que o homem homem tiver conseguido dissipar as nuvens opacas de Vénus e lá fizer chegar a luz do Sol, várias gerações de biólogos biólogos terrestres terrestres divertir-s divertir-se-ão e-ão a procurar procurar e classific classificar ar as espécies espécies que que a evolução tenha feito aparecer em Vénus. Compararão as espécies venusianas uma a uma com as espécies homólogas existentes na Terra, o que lhes permitirá permitirá a confronta confrontação ção das das leis leis particulares particulares de cada cada um dos planetas planetas com uma Lei Geral proposta pela pela biologia teórica. Na medida em que possam vir vir
a encontrar material genético que tenha sobrevivido a uma longa hibernação, irão "criar" amostras de espécies que só na matéria genética sobreviveram. Farão experiências de equilíbrio biológico e discutirão entre si, como só comadres e cientistas sabem fazer. Cada clã acusará o outro de tentar obscurecer as teorias com hipóteses absurdas e sabotar a obra comum por meio de experiências pouco razoáveis. Só ao fim de vários milénios terão possibilidad possibilidades es de se entende entenderem rem suficiente suficientemente mente bem para para darem, darem, de de comum comum acordo, o sinal verde para a "multiplicação" das espécies, porque precisarão precisarão de milénios milénios para "criar" "criar" ou, ou, mais mais exactame exactamente, nte, "recriar", "recriar", um um equilíbrio biológico comparável ao equilíbrio inicial, através de uma criação de espécies espécies aparentemente nocivas . . . Salta-nos imediatamente à vista que este belo sonho dos biólogos não terá a mínima possibilidade de vir a ser realizado em Vénus. Vénus. Daqui a alguns anos. anos. Vénus estará a menos semanas de viagem do que estava o continente americano para os Puritanos do séCulo XVII. Homens que se acham velhos porque se reformam este ano, que se consideram demasiado velhos para que a vida ainda lhes possa dar alguma coisa do inédito, são estes reformados que verão os netos partir para Vénus numa viagem menos perigosa que a dos marinheiros de Cristóvão Colombo. Salta-nos imediatamente à vista que este belo sonho dos biólogos não tem um mínimo de possibilidades de se vir a realizar em Vénus: Vénus: receberão créditos por um um ano, ano, ou mais mais precisa precisamente mente para um um programa programa escalon escalonado ado por por dez anos, anos, mas terão de prestar contas dos seus trabalhos, explicar a utilidade das suas pesquisas a políticos, verão os seus sucessos serem-lhes amputados, como tem sucedido e sucederá sucederá ainda à NASA. Vénus está demasiado próximo. Vénus e todos os planetas do sistema solar serão saqueados assim que os astronautas, financiados por governos de eleição democrática, lá puserem os pés. Os cientistas cientistas que devot devotaram aram a sua vida vida à conquista conquista do sistema sistema solar solar acabarão na angústia, como Einstein, Oppenheimer e todo o pequeno grupo de sonhadores que julgavam dar à humanidade a energia nuclear e acabaram por lhe fornecer bombas. bombas. A procura espiritual espiritual e desinteressada de cientistas ao nível de Einstein e de Oppenheimer não pode ser satisfeita senão longe, muito longe da Terra, muito longe do sistema solar, suficientemente longe para que toda toda a possibilidade possibilidade de contacto contacto seja cortada cortada entre eles e a humanidade que permanecer permanecer no nosso planeta. Devemos deixar aos demiurgos o absurdo sonho de transformar os homens em deuses. Os homens não são deuses, são homens com instintos, com necessidades e com alegrias de homens. E, de tempos a tempos, nasce entre os homens um monstro, um desses monstros que o padrão padrão moderno moderno apelida apelida de mutante mutantes, s, a quem quem os padrões padrões de outrora apelidariam de sanios, cujo bom senso diz que são monstros, indivíduos inadaptados. O inadaptado de inteligência medíocre acaba num asilo psiquiátrico psiquiátrico ou na prisão, prisão, o inadapta inadaptado do de inteligência inteligência superior superior pode pode esperar acabar na Academia das Ciências. Daqui a alguns anos surgirá uma esperança para os inadaptados de inteligência superior: poderão deixar a Terra, planeta dominado por uma espécie demasiado evoluída para tolerar que os mutantes, os monstros, imponham a sua lei minoritária à maioria voraz de bens de consumo consumo.. Daqui Daqui a alguns alguns anos, anos, se se for encontra encontrada da na Lua a "Arca da Aliança" da minha hipótese, ou daqui a algumas gerações, se a minha hipótese não for verificada, de qualquer modo num futuro que já podemos conceber, os monstros mutantes terão a possibilidade de embarcar em
cosmonaves, trinta ou quarenta por cosmonave, sem intenção de regresso, em direcção a sistemas planetários em que calcularão poder vir a ter uma possibilidad possibilidadee séria séria de serem serem acolhidos acolhidos como como deuse deusess por indígena indígenass chegado chegadoss ao estado metafísico mas cujas técnicas são ainda as da Idade da Pedra. Daqui a alguns anos, portanto ou daqui a algumas gerações -, os monstros mutantes, os deuses em potência nascidos de nós próprios, quererão deixar a Terra. Os humanos, nem monstros nem mutantes, nada mais desejarão do que desembaraçar-se destes mutantes-monstros; pagaremos o preço das cosmonaves e iremos desejar-lhes boa viagem viagem ! Donde vinham os os Celestes da minha hipótese? De qualquer sistema planetário chegado ao grau de evolução máximo: os Einstein e os Oppenheimer de amanhã serão necessariamente voluntários para uma expedição sem intenção de regresso, assim que puder ser materialmente realizável uma cosmonáutica interstelar. Para a evolução, o homem não é certamente o limite concebível da perfeição, mas, desde que num planeta a evolução tenha feito aparecer o equivalente ao homem, este coloca-se a um nível de conhecimentos equivalente ao nosso, e pronto: será que o leitor ou eu, ou qualquer dos nossos amigos poderia tolerar a aparição de mutantes que nos dominassem como nós dominamos as outras espécies? É claro que não. não. E também é claro claro que a nossa civilização civilização está perfeitament perfeitamentee preparada preparada para eliminar eliminar qualqu qualquer er génio génio excessiv excessivo, o, no estado estado actual da técnica, até para o mandar para outro planeta, quando se chegar ao nível das técnicas cosmonáuticas. cosmonáuticas. Não estou a sonhar. Isto, esta transferência de mutantes de um mundo que conseguiu formular a Tradição em termos de ciência racional para um mundo em que surgirão como deuses, para aí moldarem os indígenas, que, por sua vez, assim que chegarem a formular a Tradição em termos de ciência racional, expulsarão os seus mutantes mandando-os para um um mundo onde eles surgirão como deuses, deuses, para. . . esta cadeia da qual cada sistema planetário se torna um elo assim que chega ao "expoente máximo do seu tempo próprio", é o que descreve a Tradição, para quem a lê sem ideias preconcebidas. ?@22 SEXTO DIA "Os Celestes disseram: "Produza a Terra alma vivente conforme a sua espécie; gado e répteis, e bestas-feras da Terra conforme a sua espécie. Génesis, I, 24 O sexto "dia" está nitidamente dividido em três partes: na primeira, os Celestes fazem "surgir do solo" todas as espécies indígenas que ainda faltavam. A presença, entre as espécies que os Celestes desejavam ver habitar a Terra, dos répteis e dos animais selvagens conduz-nos a um dilema que se nos depara a cada instante: ou a Bíblia é um punhado de lendas compiladas por um narrador dotado de premonições miraculosas, ou é uma narrativa histórica que relata a estada de cosmonautas para os quais os princípios princípios do do equilíbrio equilíbrio biológ biológico ico eram eram evidentes evidentes . É flagrante: flagrante: o sonho utópico de um mundo onde não existissem nem animais selvagens, nem serpentes, nem pulgas, nem mosquitos encontra-se unicamente nas partes mais
recentes da Bíblia, aquando dos alvores do cristianismo, a partir da contaminação da Tradição pelos humanistas gregos que julgavam saber tudo. Nos Cinco Cinco Livros Livros de de Moisés, Moisés, no Livro de de Job, Job, que sem sem dúvida dúvida ainda ainda mais mais antigo, não existem vestígios vestígios de semelhantes patranhas: ao sexto "dia" do Génesis os Celestes fazem "surgir do solo" os animais nocivos com os úteis; e Noé não se esquecerá de incluir as serpentes ou qualquer outro dos animais nocivos entre as espécies que tem como missão perpetuar. perpetuar. É pelo exemplo dos sapos que se ilustra melhor a rudeza das condições naturais do equilíbrio biológico. A população total de sapos conserva-se estatisticamente constante, porque, em média, por casal, são dois os girinos que sobrevivem dos milhares que todos os anos nascem de um casal de sapos. Dois sobreviventes dentre vários milhares . . . E os sapos não se encontram numa situação diferente da das outras espécies, cuja população mantém sempre a mesma constante; a mortalidade infantil conserva um equilíbrio que se opõe a uma fecundidade fecundidade anormal. No princípio da sua evolução, a espécie humana, em que os mais novos demoram bastante tempo a chegar a adultos, a defender-se sozinhos, encontrava-se particularmente ameaçada. Os animais selvagens comiam às nossas avós as crianças que não haviam sucumbido às doenças infantis. "Os Celestes disseram: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e que ele domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se mova sobre a terra. terra. Génesis É aqui que entramos na segunda parte do sexto "dia" estando o equilíbrio biológico das outras espécies assegurado, os Celestes passam ao condicionamento do seu futuro concessionário. E é ainda no capítulo II do Génesis, no capítulo do flash-back, que encontramos indicações acerca deste condicionamento. Lemos no capítulo 1 que o homem inicialmente aparecido era "macho e fêmea", é um verbo no plural que, no texto hebreu, segue "o homem" no singular. Os Elohim dizem: "Façamos o homem à nossa imagem, que eles dominem sobre (. . .)" Para o homem, o artifício gramatical é o mesmo que para os deuses, mas inversamente: no texto hebreu os deuses faz isto, o homem homem fazem aquilo. aquilo. No capítulo II, voltando ao mesmo mesmo "homem macho e fêmea que fazem isto ou aquilo", o texto bíblico conta-nos a história de Eva, que foi feita a partir de uma costela de Adão. Adão. O século xIx via uma lenda inocente nesta história, mas, para nós, o primitivismo do texto é menos evidente. evidente. O homem de 30 000 a. C., o homem que conseguiu chegar a uma concepção metafísica da existência, o homem que por volta de 22 000 a. C. decorava as suas grutas e nos deixou um legado de esculturas e desenhos representativos de falos e vulvas, este mesmo homem possuía certamente certamente consciência da su suaa paternidade. O papel do macho macho na fecundação, quando reflectimos um bocadinho neste acto, não é de todo evidente. Os zoólogos que falam de espécies em que o macho ajuda a fêmea na criação dos filhos não são dúbios no seu vocabulário simplificado. Falam do "pai" que alimenta os "seus" filhos porque não conhecem as motivações animais. Alguns machos juntam-se a uma fêmea e, ainda por cima, tratam-lhe dos filhos; outros divertem-se brincando com os mais pequenos; outros . . .
quando houver uma hipótese a propor acerca do modo em que se estabelecem os contactos entre um tubarão e uma rémora, por exemplo, ou entre um elefante e o pássaro que se alimenta na sua pele, poderemos abordar o enigma, desconhecido até. até. este dia, acerca das motivações motivações animais. A única coisa certa é que nenhum animal possui a agilidade intelectual necessária para estabelecer uma relação de causa e efeito entre o prazer que teve com uma fêmea e os filhos que, muito tempo depois, sairão desta mesma fêmea. Nenhum Nenhum animal, animal, com com excep excepção ção talvez talvez do do golfinho. golfinho. Mas Mas praticou-s praticou-see tanto tanto o antropomorfismo em relação aos golfinhos e os experimentadores seduziram-se de tal modo, levando os seus desejos a serem aceites como realidades, que a prudência prudência exige exige que, que, antes antes de de falarmos falarmos "nos "nos animais", animais", digamos digamos "com "com excepçã excepçãoo talvez do golfinho", mas acrescentando "embora ninguém tenha ainda a certeza disso". Excluamos portanto o golfinho. Excluamos também os insectos, a propósito dos quais sugeri insidiosamente poderem ser o resultado de uma experiência praticada pelos "meus" Celestes. Fiquemo-nos pelos mamíferos mamíferos terrestres terrestres.. Nem as capacida capacidades des intelec intelectuais, tuais, determ determinadas inadas pelas experiência experiênciass mais diversas, diversas, nem nem o comporta comportamento mento observado observado permitem permitem pensar pensar que o cão, cão, o macaco macaco,, o gato gato ou o rato sabem sabem que os filhos filhos que, que, um belo dia, dia, aparece aparecem m na sua sua frente frente são são a conse consequênc quência ia remota remota de um momento momento agradável. Será que a fêmea pode estabelecer uma relação entre causa e efeito? Seria mais fácil de admitir, mas não possuímos elementos de prova. E o extraordinário é que, entre o ano 15 000 a. C. e o ano 10 000 a. C., parece parece que muitas muitas comunida comunidades des human humanas, as, senão senão todas, todas, se se encontra encontravam vam no mesmo mesmo estado. Um livro de Robert Graves, The Greek Nlytbs, embora leve a tese desta ignorância até aos seus limites extremos, é bastante convincente: o matriarcado parece ter sido a regra geral, um matriarcado ignorante do papel do macho macho na fecunda fecundação, ção, um matriarca matriarcado do ligado ligado ao culto da da Deusa-M Deusa-Mãe, ãe, a quem se prestava culto para agradecimento da reprodução da espécie, por intermédio das suas sacerdotisas, sacerdotisas, as mulheres. Os homens nestas nestas sociedades parece parece terem terem tido preocu preocupaçõe paçõess de homens homens,, tal como como no-lo no-lo apresen apresenta ta uma sã canção de folclore, com o seu membro que "serve para urinar quando a vontade manda e dar uma estocada quando a ocasião se apresenta " . As coisas sérias, como a organização e gestão da tribo, eram do domínio das mulheres. Um matriarcado assim concebido Está conforme a natureza humana: "A criança que acaba de nascer nasceu porque eu fui para a cama com a senhora ? Por amor de Deus ! Não há prova nenhuma disso ! " O macho humano não está concebido concebido para ser pai, a paternidade é um reflexo adquirido. É evidente que a determinação do papel do pai denota um sentido de observação já evoluído e que o homem do ano 22 000 000 a.C. conhecia este papel de pai e possuía um sentido de observação bastante evoluído. Teria portanto havido uma regressão flagrante entre o ano 22 000 a. C. e o ano 10 000 000 a. C. ? A pergunta pergunta é embara embaraçosa çosa:: o período período compre compreendid endidoo entre entre o ano ano 22 000 a. a. C. e o ano 10 000 a. C. é ao mesmo tempo muito e pouco conhecido; demasiado conhecido para que se possa dizer "não sei", e conhecido de maneira muito fragmentada para permitir afirmações num ou noutro sentido. Existiam seguramente comunidades que haviam conseguido chegar ao estado da metafísica por volta do ano 22 000 a. C. Isto não exclui a existência, na mesma época, de comunidades professando, no domínio obstétrico, as ideias do gorila. Existiam seguramente comunidades que, por volta do ano 10 000 a.
C., ignoravam a função paternal. . . o que não exclui a existência, na mesma altura, de comunidades metafísicas. As comunidades que "sabiam" guardariam o segredo? segredo? A pergunta é embaraçosa, embaraçosa, porque é difícil difícil não tomar os desejos por realidades dando-lhe uma resposta. A resposta que proponho é da minha inteira responsabilidade. Ei-la. O Cataclismo não veio veio de uma só vez, cerca do ano ano 21500 a. C. Havia já vários anos que que os velhos repetiam que, nos tempos da sua meninice, o sol era mais quente; ninguém ligara a mais pequena importância a este facto porque os velhos são todos parecidos, mas tiveram mesmo de se render à evidência; o glaciar que parou em frente de uma floresta quando eu era ainda uma criança (eu que ainda não sou velho) já começou a entrar na floresta. Falei nisso ao meu filho, que me disse que eu estava já com senilidades, mas marcou o limite do glaciar. No ano seguinte, a marca havia sido engolida pelo pelo gelo. Pertencemos a uma comunidade metafísica e pensamos. pensamos. Tive a sorte de chegar a avô e os meus netos são bem-educados e já não dizem ao meu filho que ele tem caturrices. Chegam a escutar-me quando lhes conto e descrevo as plantas que eu vi crescer na minha juventude, já longínqua, e que se encontram agora sob uma camada de três metros metros de gelo. O avanço dos glaciares, o resfriamento das estações, tudo nos coloca perante graves problemas: a nossa caça emigra para sul. Se a seguimo seguimos, s, partimos partimos para para o desconh desconhecido ecido,, porque porque não não temos temos a certeza de virmos a encontrar sílex; se a não seguirmos, que vai ser de nós? E isto também levanta problemas metafísicos: as nossas mulheres dizem que estas mudanças de clima não aparecem sem qualquer razão, que a nossa sociedade patriarcal deve seguramente ter feito ; qualquer coisa que aborreceu as Forças Superiores. Os machos; segundo dizem as mulheres, devem ter insultado o deus Vento ou ou o deus Frio. Talvez as nossas mulheres tenham razão. Mas não posso deixar de pensar pensar que elas agem de má fé, que com este estratagema tentam voltar a conquistar o poder que possuíam noutros tempos . . . Noutros tempos não sabíamos que as mulheres tinham necessidade de nós para fazer as crianças, tratávamo-las como se fossem o Sexo Sagrado. A nossa primeira geração de metafísicos-sacerdotes afirmou que a gravidez era um favor concedido pela deusa-Mãe. A nossa segunda geração de sacerdotes-metafísicos elegeu uma mulher para presidente do consistório dos sacerdotes. Esta presidência tornou-se posteriormente privilégio das mulheres. Depois, o poder passou para as mãos das mulheres. Os homens viviam felizes neste regime matriarcal, conforme ao instinto da espécie. Mas, infelizmente, possuíamos uma inteligência em plena evolução, um espírito de observação. Acabámos por reparar que eram sempre as mulheres que, por uma razão ou outra, haviam sido privadas de macho que não tinham filhos. Enquanto as mulheres governavam, nós, os homens, começámos a pensar. pensar. E foi então que a Grande Sacerdotisa mandou mandou chicotear cruelmente todos os homens da tribo para os punir pela sua preguiça. E os homens chicoteados insultaram-na e desafiaram-na a procriar conservando-se casta. A Grande Sacerdotisa, que era mais devota que inteligente, aceitou o desafio. E não procriou. Desmoronou-se todo o sistema social fundado sobre a inutilidade dos machos. Os machos perderam o hábito de se embelezarem para agradar e as fêmeas tomaram o hábito de se entristecerem quando um macho malcriado não lhes prestava atenção, e até começaram a habituar-se a seduzir os ma machos. chos. Estava instaurado o patriarcado. É este patriarcado, enorme progresso intelectual da espécie, instaurado entre o
ano 30 000 a. C. e o ano 22 000 a. C., que as mulheres queriam contestar à medida que o glaciar glaciar Würm-III progredia. Assim que o frio se tornou de de tal modo impossível de suportar que foi preciso abrigarem-se dentro de grutas e aprender a alimentarem-se de líquen, a maioria dos machos começou a vacilar: já não podiam contestar a sua responsabilidade, eles é que eram os sacerdotes no poder e tinham sido eles quem fizera com que os deuses se zangassem. Assim que o Cataclismo Cataclismo eclodiu, assim que o fundo fendido dos oceanos começou a cuspir rochas em fusão e pós os oceanos a ferver, assim que a Terra tremeu, assim que as nuvens opacas feitas de vapor quente e poeira se elevaram no céu para aí ficarem, mergulhando a Terra na noite eterna, a jogada perdeu-se para os machos, que baixaram a cabeça e se submeteram. Os sacerdotes suicidaram-se e as sacerdotisas reuniram-se em concílio. O matriarcado voltara ao poder. poder. Nas grutas em que que as comunidades comunidades humanas viveram durante várias dezenas de anos, a educação foi evidentemente confiada ao sacerdócio. . . às mulheres. No final de quatro ou cinco gerações já o matriarcado não era contestado, reinava a ordem natural e as mulheres detinham em seu poder a chave da despensa das grutas. Quando sentiam desejo convocavam alguns machos e escolhiam aquele que mais lhes agradasse. Quando davam à luz enviavam os machos para fora da gruta para partir o gelo e tirar um pedaço de carne do frigorífico natural. Os machos não tinham o direito de assistir ao acto sagrado do nascimento. Os machos eram eram os domésticos e as prostitutas das cavernas. E eis que qualquer coisa se passa fora das cavernas. Um homem sai . . . Milagre ! Voltou a luz ! Este retorno da claridade claridade é, evidentemente, evidentemente, uma manifestação da bondade divina. Uma sacerdotisa acompanha os machos quando eles saem para explorar explorar o fenómeno. E, no decurso de uma dessas expedições, um grupo de bípedes indígenas é visto por um grupo de bípepes celestes, que os capturam, sossegam e alimentam com boas e suculentas conservas; em breve o grupo se vê rodeado por uma tribo cheia de admiração. Os Celestes sentem-se sentem-se tranquilizados. Não viajaram em vão, vão, o planeta que haviam eleito não só é habitado como a Vida evoluiu até estes bípedes, suficientemente civilizados para neles verem deuses e suficientemente primitivos primitivos para para não não porem porem em causa causa a sua sua divindad divindade. e. Tudo parecia parecia caminha caminhar r pelo melhor melhor,, segundo segundo a óptica dos Celeste Celestes: s: o bípede bípede indígena indígena era mamífero, mamífero, metafísico, ignorante, mas não completamente idiota, perfectível, porque já estava submetido, e admirativo. O primeiro homem, o "adão", era "macho e fêmea" para o texto bíblico; ignorava o papel do pai na fecundação, segundo pensam pensam alguns alguns etnólog etnólogos os . . . Resumindo Resumindo,, o primeiro primeiro homem homem não não sabia sabia nada. nada. Esta passagem do animal ao estado de homem, seguida de um retorno à ignorância animal, deve ter-se processado durante uma boa dezena de milénios . . . se é que realmente se processou . Penso que as coisas se passaram passaram assim, assim, mas apresente apresenteii a minha tese de de molde molde a que que ela ela não possa possa parecer parecer outra coisa do que que realmente realmente é: uma tese que que nenhuma nenhuma observaçã observaçãoo certa pode contradizer e que nenhuma observação certa pode confirmar. Funciona como um um "romance plausível plausível . "Então o Senhor dos dos Celestes fez tombar um torpor sobre o adão [. . .] tirou-lhe uma das costelas [. . .) e organizou esta costela numa mulher. (. . .) E o adão disse: Esta é o osso dos meus ossos, a carne da minha carne.
Em hebreu, solo terrestre diz-se adamab; o bípede surgido do adamub e destinado a dominar sobre tudo o que vive no adamab é um adão. O adão (em hebreu não existem maiúsculas) é "macho e fêmea" , inicialmente . Após a intervenção do Senhor, o adão, que até essa altura ignorava o papel do pai na fecundação, aprende uma coisa espantosa: "Esta é o osso dos meus ossos, a carne da minha carne." Acrescenta que "esta chamar-se-á icbu porque foi tirada de icb", icb está para adão como "macho" está para "homem " ; as Bíblias católicas em latim, que traduziram adão para "homo" e icb para "vir", forjaram, para a palavra icha, o neologismo "virago". No tempo de Voltaire, qualquer homem um pouco instruído sabia isto. Será ainda preciso procurar procurar sentido sentido mais mais simples simples e mais raciona racionall no texto, texto, despojan despojando-o do-o de de todos os floreados acrescentados pelos exegetas? Será preciso dizer-se que o Senhor dos Celestes espantou o homem revelando-lhe, e demonstrando-lhe posteriormente, que a mulher não é a encarnação da Deusa, que ela é feita a partir da carne e do "osso" do homem? "Osso" é ou não uma alusão evidente? Será preciso seguirmos seguirmos os linguistas que que estabeleceram estabeleceram a existência na língua suméria de um trocadilho com as expressões "costela" e "dar vida a " ? Quando se aceita aceita que o texto bíblico possui o sentido sentido mais simples desta vida, o mais directo e o mais racional, o seguimento do texto torna-se claro e coerente: "Esta já não é uma sacerdotisa, vem do meu osso de homem, passará a chamar-se "homãe" 1, porque nasceu do homem. " Agora, que já sei o papel do macho na fecundação, "o homem deixará o seu pai e a sua mãe e ligar-se-á à sua mulher e transformar-se-ão numa só carne". É a primeira primeira vez no texto texto bíblico bíblico que que a noção noção de de "macho "macho e fêmea" fêmea" é substitu substituída ída pela noção noção de "pai "pai e mãe" mãe" e que que apare aparece ce a noção noção de fusão fusão do casal casal na criança nascida do casal. casal. No tempo de Voltaire Voltaire ninguém poderia sugerir uma interpretação tão simples, porque no tempo de Voltaire admitia-se que o homem havia sido criado, tal qual era nessa altura, somente seis mil anos antes. No tempo de Voltaire, Buffon tivera sérios problemas com a Igreja porque porque sugerira sugerira que que a Terra Terra era era mais antiga do que que se dizia: dava-l dava-lhe he uma uma idade de 74 000 anos. Mas, se as coisas se passav passavam am como eu acabei acabei de propor neste capítulo, todo o seguimento do texto bíblico se torna claro e coerente: encontramo-nos no sexto "dia", entre o ano 11000 a.C. e o ano 9000 a. C. e os Celestes realizaram por fim o Grande Projecto. Num planeta em que a flora e a fauna se restabeleceram num equilíbrio biológico coerente, vivem como deuses no seu Éden, que é, no sentido mais simples do termo, o paraíso terrestre. A parte mais difícil está feita e vão passar agora à fase dos apuramentos. É o resto do planeta que, pouco a pouco, se irá transformar num paraíso. E este paraíso será dado como concessão ao indígena que acabou de conseguir um admirável progresso e tomou consciência do seu papel de pai . O Zodíaco de Denderah mostra-nos o céu tal como aparecia no sexto " dia " . @23 OS NOSSOS DIREITOS æ HERANÇA CELESTE CELESTE Passemos uma vista de olhos por este Paraíso Terrestre que vimos edificar ao longo de vinte e dois dois capítulos. Será que ele é, como como diz Prospero na
Tempestade, de Shakespeare, "feito da matéria da qual os sonhos são tecidos"? Poderemos compará-lo às abstracções das quais a física teórica pretende pretende extrair extrair as realidades realidades concre concretas tas do futuro? Ou pertence pertence ao campo campo do do inconcebível para a imaginação imaginação dos homens? homens? É feito de tudo isto. Seria eu o primeiro a ficar surpreendido se uma parte da construção que proponho não se "dissolvesse no ar impalpável" em que desaparece a torre de Prospero. No que diz respeito à física teórica, entrego-me nas mãos dos físicos dos quais citei pesquisas à medida que evocava as suas abstracções. É pelo campo do concebível pelo homem que proponho ao leitor este passeio. Comecemos pelos pelos nossos títulos de património. Há dois mil anos, a civilização parava nas fronteiras do Ocidente... no exterior destas fronteiras, é evidente. O actual Ocidente era, há dois mil anos, o habitat dos Bárbaros. Sigamos a fronteira do Ocidente Ocidente actual num mapa. Temos primeiro primeiro a extens extensaa fronteira fronteira sovieto-c sovieto-chinesa hinesa (7800km); (7800km); depois, depois, a sovieto-afegã, a sovieto-iraniana, a sovieto-turca, o mar Negro e os estreitos que desembocam no Mediterrâneo. A única fronteira do Ocidente que é franqueável a pé enxuto é a sucessão das fronteiras soviéticas. Sigamo-las de leste para oe oeste. ste. Há quatro mil anos o imperador de uma China cuja alta civilização se afirmava já milenária e herdeira de toda uma Tradição legada pelos Celestes foi vítima de um ataque de barbarismo: mandou queimar todos os livros velhos após ter-lhes mandado tirar, por intermédio dos seus mandarins letrados, aquilo que lhe pareceu útil. Este imperador era um humanista e julgava inútil, ou prejudicial, tudo o que escapava ao seu entendimento entendimento humano. Há dois mil anos Che Huang-Ti Huang-Ti conseguiu tomar posse desta herança, construiu para sua protecção a Grande Muralha e fundou uma dinastia que iria reinar na China até 1912. A Tradição chinesa não é comparável à Tradição hebraica, e qualquer tentativa de se estabelecerem analogias arrisca-se a cometer erros grosseiros, embora seja de toda a evidência que ambas se referiram aos mesmos cosmonautas: os imperadores da China, tendo-se apossado do título de Filhos do Céu, pensaram pensaram que que o essenc essencial ial da herança herança se encontrava encontrava no respeito respeito à forma e viveram sempre numa Cidade Interdita que imitava rudemente o Éden; os profetas profetas do povo hebreu hebreu calcularam calcularam que o essencia essenciall se encont encontrava rava na na arte e no modo de condicionar condicionar os homens. homens. Há dois mil anos, a civilização civilização chinesa ultrapassava, de muito longe, o que se julgava ser civilização para os bárbaros bárbaros ocidenta ocidentais. is. Em 1912, 1912, a civilização civilização chinesa chinesa encontrava encontrava-se -se ainda ainda no mesmo ponto. A China havia-se imobilizado à sombra da Grande Muralha. Mas durante os dois milénios precedentes, entre o ano 2000 a.C., em que o imperador mandou queimar os livros herdados dos Celestes, e o ano 200 a. C., em que Che Huang-Ti tomou conta do que sobrava da herança, durante estes dois milénios também nada havia sido criado na China. Um provérbio chinês citado por Confúcio (a menos que se trate de um pensamento de Confúcio transformado em provérbio) diz-nos que "os homens desdenham deles próprios próprios antes antes que os outros outros homens homens o façam; façam; os impérios impérios condena condenam-se m-se à destruição antes que outros impérios os ataquem". Há quatro mil anos, quando um imperador mandou queimar os textos que passavam por ter sido "escritos pelas mãos dos Celestes " , a China imobilizou-se. Será uma coisa a consequência da outra? É muito provável: uma árvore só pelos seus frutos pode ser bem bem julgada. julgada. æ fronteira fronteira sovieto sovieto-chine -chinesa sa sucede sucedem-se m-se as as fronteiras fronteiras
sovieto-afegã e sovieto-iraniana. Nesse mesmo local se situava há dois mil anos a fronteira entre a barbárie ocidental e uma alta civilização que se afirmava herdeira de uma Tradição legada pelos Celestes, perfeitamente identificável à dos Chineses. A Tradição hindu e a Tradição iraniana não referem qualquer destruidor modernista semelhante ao imperador chinês autor da queima dos livros. Aqui, não existe penúria de textos: os poemas épicos abundam, como as mitologias, e neles é impossível separar as coisas, determinar o que vem efectivamente da noite dos tempos e o que foi acrescentado por hábeis restauradores. É uma autêntica feira, um bando de fabricantes de mitos. Aí, ainda, o mobilismo total. Há dois mil anos, possuíam possuíam o monopólio monopólio da civilização civilização herdada herdada.. Desde Desde então, então, nada nada se se passou passou no Oriente, salvo evidentemente guerras e massacres, epidemias em número suficiente para manter a estabilidade demográfica, como acontece nas espécies animais, através de uma espantosa mortalidade infantil e de uma curtíssima expectativa de vida. A fronteira sovieto-turca é um um pequeno troço que sucede à fronteira sovieto-iraniana, encontrando-se, em seguida, a grande fronteira de água salgada entre o Ocidente e o Oriente. E, também de um lado e de outro desta fronteira mediterrânea, o Ocidente representava há dois mil anos a barbárie e o Oriente a civilização. E neste Oriente, Médio e Próximo, encontramos o imobilismo e a decrepitude . . . A Mesopotâmia, onde os arqueólogos formados pelo Ocidente descobrem as civilizações mais antigas; a Mesopotâmia, cujos habitantes se arvoram em representantes dos Celestes e que hoje forma o Estado do Iraque. Mais próximo próximo de nós, nós, o Egipto, Egipto, que foi o país país dos dos faraós faraós e cujos cujos sacerdotes sacerdotes ajudaram na educação educação de Moisés o Egipto que é hoje hoje o Egipto. E depois, entre a Mesopotâmia, onde situa a pátria original dos seus antepassados, e o Egipto, onde Moisés passou a chefiá-lo, um pequeno povo que não só afirma há quarenta séculos ser o herdeiro da Tradição, mas que, sobretudo, é o único a afirmar ter há quarenta séculos a missão de manter e transmitir, à letra, e maldito seja quem lhe modificar uma só letra, essa Tradição reencontrada por Abraão e codificada por Moisés. Abraão viveu cerca cerca do ano 2000 a. C. e era, portanto, contemporâneo do imperador da China que mandou queimar os livros que passavam por ser a herança dos Celestes. Abraão nasceu em Ur, na Mesopotâmia, e levou o seu povo para o Egipto. Abraão afirmava ser o herdeiro da Terra Prometida, cuja extensão, no sentido norte-sul, marca aproximadamente os limites da faixa de terras em que se encontram todas as sedes principais da civilização nascida da noite dos tempos, civilização essa que reclama a posse de uma Tradição herdada dos Celestes. Tradição da qual ele ele extraiu a promessa de renovar para o seu povo, povo, no "fim dos tempos" tempos",, os actos actos dos dos Celestes Celestes tal como como são são relatados relatados no no princípio princípio do Génesis. Génesis. Percorrem Percorremos os assim assim os herdeiros herdeiros legítimos. legítimos. Não, não esqueço os Gregos, cujo país se encontra nitidamente a norte da Terra Prometida de Abraão. Mas também não esqueço que a civilização grega se arvorava em herdeira de Prometeu, que, não sendo beneficiário de qualquer promessa dos Celestes, havia roubado o "fogo divino" do Olimpo. Também não esqueço Platão, que, no Critias, expõe o modo como Sólon encontrou nos sacerdotes do Egipto a Tradição que os Gregos haviam perdido nove mil anos antes. É em segunda mão que, segundo eles próprios confessam, os Gregos conhecem, no alvor dos seus tempos históricos, a aventura dos deuses
vivendo num Olimpo situado em pleno céu, na direcção do planeta Júpiter, e cuja sede terrestre se encontrava numa região indeterminada, a que Platão chama Atlântida. Há dois mil anos, Roma Roma afirmava possuir sete séculos séculos de existência; Roma encontra-se no Ocidente e os Romanos eram bárbaros, mas haviam-se tornado os mais fortes dentre eles, a tal ponto que já haviam engolido, mas não digerido, as civilizações nascidas no Oriente . Há dois mil anos, o conjunto do mundo conhecido a oeste da ïndia (que apenas havia sido tocada ao de leve pelas conquistas de Alexandre) estava a gerar qualquer coisa de novo. Todas as antigas estruturas se desmoronavam, e os deuses que, durante duas dezenas de séculos, haviam dado plena e inteira satisfação aos seus utilizadores, estes deuses tinham-se, repentinamente, desactualizado. desactualizado. Há dois mil anos, anos, o ponto vernal entrava na casa dos Peixes. Existiria alguma relação entre esta passagem passagem do sol sol equinocia equinociall nos Peixes Peixes e a barafun barafunda da que que se estabe estabeleceu leceu no no conjunto do mundo conhecido? Não possuo qualquer dado que me permitia afirmá-lo, mas, para os Judaicos, não existe qualquer espécie de dúvida. Os cabalistas, guardiães e comentadores da Tradição entre os Judaicos, de uma Tradição que todos afirmam ser de longe anterior a Moisés e mesmo a Abraão, os cabalistas "liam no céu" que havia chegado a altura de "fazer qualquer coisa". Quando alguém anuncia anuncia que leu no céu que chegou a altura de fazer qualquer coisa, eu fico mais do que céptico e sinto vontade de soltar uma risada voltairiana. Começo por pedir provas. Os cabalistas que há dois mil anos leram no céu que havia chegado a altura de se fazer qualquer coisa deram as as suas provas: aí está o Ocidente judaico-cristão, judaico-cristão, tal como é hoje, tirado da ssua ua barbárie pelos herdeiros de Moisés . Um pormenor pormenor inquieta inquietante: nte: os mesmos mesmos cabalista cabalistass tiram da mesma mesma Tradiçã Tradiçãoo a certeza de que chegou agora o momento de "fazer qualquer coisa " , de uma amplitude pelo menos igual à da limpeza do mundo pagão feita pelo cristianismo. Mas não nos antecipemos. antecipemos. Há dois mil anos, os cabalistas cabalistas não estavam de acordo senão sobre o seguinte facto, sem mais: o momento tinha chegado. Estavam em desacordo sobre o que se deveria fazer e dividiam-se em duas seitas: Fariseus Fariseus e Essénios. Os Fariseus propunham propunham revitalizar a Sinagoga e preparar os Bárbaros para entrarem no judaísmo por meio de longa catequização, uma preparação repartida por várias gerações, numa Igreja nova que eles desejavam edificar em colaboração com os Persas, a fim de obedecerem à carta carta de instruções dada pelo pelo Livro de Isaías. (Não vou falar disto aqui, basta que se leia o Livro de Isaías para que se saiba qual a Igreja que os Fariseus queriam edificar para uso dos Bárbaros.) Os Essénios professava professavam m a ideia ideia de que não não se deve meter meter vinho novo em pipa pipa velha" velha" e, e, ao projecto fariseu de uma Sinagoga reservada para uma élite intelectual e de uma Igreja muito simplificada para uso das massas, opunham o projecto de uma Igreja única, a edificar de colaboração com os Gregos, na qual os Pais da Teologia e os camponeses iletrados seriam seriam iguais. Não vamos entrar entrar aqui em discussão acerca destas duas teses formuladas há séculos para os judeus e há vinte séculos para os cristãos, o alfa e o ómega dos judaico-cristãos se encontra na Tradição que se afirma herdeira dos Elohim vindos do céu a fim de edificarem na Terra o paraíso terrestre, o Éden no qual os escolhidos entre os homens aprenderiam, ao longo de gerações espalhadas
por vários vários milénios milénios,, a igualar-se igualar-se aos Celest Celestes es a fim de que que o nosso nosso planet planetaa se torne numa malha da cadeia cadeia com que se simboliza a Tradição. Acabei de escrever uma frase mais comprida do que é meu hábito, mas não estou descontente porque ela constitui uma espécie de microfilme da Tradição. Há dois mil anos os Magos (os sacerdotes persas de Zoroastro eram "magos", assim como os sacerdotes católicos são "curas") anunciaram o Evangelho ("evangelho", em grego, significa "a boa nova"): haviam lido no céu que uma estrela brilhava sobre a Judeia e que a humanidade iria aprender A Boa Nova, Nova, o começo começo de uma uma nova etapa na Evoluçã Evolução, o, destinada destinada a permitir permitir que os "escolhidos", entre os homens igualassem os deuses. deuses. Passaram-se dois mil anos. Durante estes dois mil anos, anos, os homens que que se dedicaram ao ao estudo dessa Tradição profetizaram que na entrada da etapa seguinte os "tempos" chegariam ao fim: o homem transmutaria os metais, faria levar a sua voz através dos oceanos, possuiria num simples dado de jogar a força necessária para destruir destruir uma montanha, montanha, faria faria mil maravilhas, maravilhas, construiria construiria máquin máquinas as voadoras, atingiria a Lua. Durante esses dois mil anos, anos, todas as outras raças se afirmavam herdeiras da mesma Tradição, profetizando as mesmas coisas. Mas nenhuma destas conseguiu preservar a Tradição palavra por palavra. palavra. Durante Durante os séculos séculos em que as as raças raças judaico-cris judaico-cristãs tãs avança avançavam vam para para a nossa civilização, em que o avião atravessa o Atlântico, as outras raças sonhavam com tapetes voadores. Enquanto a nossa raça procurava as fórmulas físicas e químicas que resultaram na libertação da energia nuclear, as outras procuravam a fórmula da oração que iria fazer com que os deuses dessem aos homens homens as maravilhas da Tradição. Tradição. Dois mil anos passaram passaram e, enquanto as profecias da Tradição se tornavam realizações concretas no Ocidente judaico-cristão, as outras raças desenhavam e engendravam caricaturas supersticiosas desta desta mesma Tradição. Tradição. Será possível que que tudo não passe de uma sucessão de coincidências? Será possível que, há quarenta séculos para os judeus e vinte séculos para os cristãos, a nossa raça tenha realizado as profecias mais supreendentes da Tradição por pura credulidade? Que tenha inventado a aviação porque a Tradição lhe afirma que os Celestes tinham aviões, e a transmutação porque os alquimistas acreditavam nisso, e assim sucessivamente? sucessivamente? Tudo é possível . . . é mesmo possível possível encontrarem-se indivíduos que preferem acreditar no acaso, nas coincidências ou em qualquer outra coisa a aceitarem ler a Bíblia do modo que proponho, sejam eles ateus e alérgicos à Bíblia, sejam crentes e alérgicos a toda a hipótese de um relato racional inserto no seu livro de devoção. Por minha parte, parte, prefiro ficar pelos factos concretos. concretos. Bossuet relembrava os direitos da raça de Abraão à herança dos Celestes, ao mesmo tempo que dava da "raça de Abraão", uma definição que o nazismo fez esquecer esquecer um pouco: "Os gentios gentios abrem os olhos e. unindo-se em espírito aos judeus convertidos, entram deste modo na raça de Abraão e, tornando-se seus filhos pela fé, são os herdeiros das promessas que lhe foram feitas. " Que promessas foram feitas a Abraão? Quem as fez! Quais as possibilidades de se realizarem? É o que vamos tentar determinar. determinar. @24
ANåLISE DE UM DEUS Dez a doze mil anos . . . São os dez a doze mil anos que teriam passado entre a chegada dos Celestes e o final da sua instalação, no fim do sexto "dia", que deitam um pouco pouco abaixo a minha hipótese, não é ? æ primeira vista é o que parece; mas, quando reflectimos, todos os grandes empreendimentos nos surgem à escala dos milénios, quer se trate da criação selectiva de um animal doméstico ou das religiões saídas da Tradição, em que o objectivo é fazer caminhar o homem do estado de caçador de touros ao de seu criador, primeiro, e, seguidamente, ao estado de biólogo consciente da necessidade de estabelecer um Grande Projecto à escala de milénios. Isto é uma evidência para os nossos biólogos. O facto de uma Tradição contemporânea das sociedades primitivas já o ter sabido é um argumento a favor da realidade dos Celestes, Celestes, a quem ela atribui atribui todo o seu saber. O paraíso paraíso terrestre terrestre não estava estava aliás aliás a ser ser paradisíaco paradisíaco para os homens homens:: os Celestes haviam-no concebido e edificado para si próprios. A felicidade dos homens era de facto um objectivo, embora tão pouco urgente como se se tratasse da felicidade dos macacos. macacos. Deixemos portanto de nos colocar na pele dos dos nossos nossos antepassado antepassadoss homens, homens, para para tentarmos tentarmos entrar na na dos dos deuses. deuses. Está aqui a única úni ca esperança de podermos compreender as decisões que o texto bíblico põe na na boca boca dos Celestes. Celestes. Aliás Aliás isto isto até nem nem é exagerada exageradamente mente difícil, já que, em espírito, estamos mais próximos dos cosmonautas do que os homens do Paleolítico. Ainda não somos deuses, mas para lá caminhamos, pelo menos menos alguns alguns de nós. nós. Cerca Cerca do ano ano 21000 21000 a. a. C., a cosmonave cosmonave Fobos Fobos chega do "céu" e vai colocar-se na órbita de Marte. O leitor e eu vamos a bordo. bordo. Somos Somos ambos ambos originários originários de Théos, Théos, mas nasce nascemos mos no decurso decurso da viagem, filhos de pais nascidos também em Fobos. Vivemos desde a nascença sob luz artificial, respirando ar condicionado num clima invariável. O tempo, para nós, não conta. Temos a eternidade à nossa frente e não possuímos possuímos qualqu qualquer er espécie espécie de de ambição. ambição. Aliás, que que ambiçõe ambiçõess é que que poderíamo poderíamoss ter? Não foi por ambição que os nossos avós projectaram e realizaram a Operação Fobos, mas, pelo contrário, porque sabiam o prognóstico fatal da civilização de Théos. A vida em Théos? Théos? Já muitos séculos séculos antes do nascimento dos nossos avós haviam sido estabelecidas ligações com outros mundos habitados. De sistema planetário para sistema planetário, já tinham comparado os dados experimentais, classificado em leis gerais as que se repetiam e estabelecido uma Lei Geral chamada Equação Unitária. Já não existiam perguntas sem resposta; os nossos avós conheciam a origem do universo e sabiam o como e o porquê do aparecimento da Vida e o como e o porquê porquê da sua evoluç evolução. ão. Théos Théos encontra-s encontra-see organiza organizado do do modo mais funcional que se pode imaginar. Transmitem-se fotos televisionadas de um sistema planetário para outro, como donas de casa que tentam espantar a outra mostrando o que de melhor possuem dentro da sua casa. Já nem mesmo vivem na triste sociedade de consumo em que o rico pode saborear aquilo que o pobre não pode possuir. Em Théos, como em qualquer planeta que tivesse chegado ao apuramento da civilização técnica, os bens materiais dependem de cada um, assim como hoje depende de cada parisiense andar de sapatos. igualmente, um parisiense pobre anda calçado convenientemente convenientemente e isso é tão natural como o próprio ar que respira; a ideia de que possa andar mais bem calçado do que um chefe de serviços de Pequim nem sequer o
chega a incomodar. E ele, no entanto, não é mais feliz do que o pobre de há cem anos; anda calçado, mas tem calos nos pés, doença dos pés-descalços da Belle Épogue. Não é uma utopia, é o resultado imbatível de uma civilização ascendente que chegou ao objectivo que havia fixado.) "Os deuses não têm destino", escrevia Platão. Quando pensamos nisto, o sentido salta-nos à vista; e é bastante melhor que não pensemos muito. Mas vamos reflectir um pouco. pouco. Quando Quando se sabe sabe o que é o mínimo mínimo de ciências ciências para para um deus, deus, "vencer "vencer na vida" perde todo o significado. Não há nada para adquirir, o objectivo da existência é conservar e transmitir aos filhos uma formação espiritual que os prepare para ocuparem o espírito durante toda a sua existência. A existência mostra-nos que o modo mais eficaz de nunca ter o espírito livre para receber receber maus maus pensame pensamentos ntos é o de meter meter ombros ombros unicam unicamente ente a tarefas tarefas que temos a certeza de nunca terminar. A experiência diz-nos que, entre os trabalhos de que nunca veremos o fim, os únicos que ainda dão uma certa alegria de viver são os da pesquisa científica desinteressada . . . grandes trabalhos programados para séculos e, se possível, possível, para milénios. Um homem que não é nem deus nem protodeus, nem mesmo pré-deus, sente um calafrio quando imagina uma uma existência destas. Se a ela fosse obrigado, suicidar-se-ia. Suicidarmo-nos, nós, que que somos deuses? Falemos Falemos seriamente! Quando os nossos avós morreram, em Fobos, durante a longa viagem vi agem interstelar, nós comemo-los. Não os comemos como os primitivos que têm necessidade de beber beber o sangue e comer o fígado do avô. Também não os comemos e bebemos simbolicamente, sob a forma de uma hóstia e de vinho, como convém a primitivos suficientemente evoluídos para se satisfazerem com símbolos, mas não tanto tanto que possam passar passar sem eles. Somos cientistas originários de uma longa linhagem de cientistas, de uma longa linhagem em que o material genético já inicialmente favorável foi purificado por várias gerações. Somos originários de uma linhagem que em gerações sucessivas se havia submetido à biologia experimental, uma linhagem cujos genes, conhecidos e estabilizados, só têm uma probabilidade em dez milhões de virem a sofrer uma alteração mutante. Somos descendentes de uma linhagem que sabe detectar e eliminar, por meio da eutanásia genética, o material genético que apresente as mais ligeiras alterações. Somos descendentes de uma geração suficientemente pura para que os casamentos entre irmãos e irmãs, gémeos biológicos, sejam não somente possíveis mas necessários para a manutenção dessa mesma pureza. Somos cientistas vindos vin dos de uma civilização que chegou ao estado supremo em que os civilizados fazem sobre si mesmos experiências ao nível genético. genético. Somos cientistas e aqui já não não temos qualquer preconceito. Comemos os nossos antepassados: antepassados: todo o cientista sabe que come adubos quando come uma salada, que bebe água de esgotos filtrada quando bebe água e que respira fezes desnaturadas quando cheira uma rosa . Na nossa esfera esfera cosmonáutica, em que durante várias décadas décadas os nossos avós, os nossos pais, nós próprios e os filhos que já nasceram de nós vivemos num vaso fechado, em circuito fechado, o que queriam que bebêssemos senão as nossas urinas e suores misturados e filtrados? Que proteínas proteínas além além daquel daquelas as que havíamos havíamos embarc embarcado ado poderíam poderíamos os nós nós absorver? absorver? A massa de um corpo celeste, nave espacial ou planeta, não muda, seja habitado ou não. Todo o corpo celeste abandonado ao seu destino vive como um vaso fechado. fechado. O suicídio de nada serve, sabem-no todas as Tradições e
cada uma explica-o a seu modo. A explicação por meio da metempsicose não é necessariamente a mais próxima da verdade, mas é certamente a mais directamente perceptível em linguagem linguagem racionalista. A metempsicose metempsicose professa que as mais subtis células do cérebro de um Terrestre são feitas de moléculas que não cessaram de circular há quatro milhões de anos, o que equivale a dizer: desde que a Terra é um corpo celeste em vaso fechado. Estas moléculas circulavam sob a forma de combinações químicas simples, antes da aparição da Vida ¨ sobre a Terra, depois sob a forma de combinações de química orgânica, e nunca, nem n em por uma fracção de segundo, cessarão de circular e de se combinar, após a morte do homem, em quem certo número de moléculas estavam combinadas. A Vida é eterna, todos os deuses o sabem, embora a maior parte dos ocidentais comece a duvidar disto e evite reflectir muito sobre o assunto, porque não há nada mais deprimente do que nos sabermos eternos. eternos. Quando nos sabemos sabemos eternos precisamos precisamos de encontrar algo que nos entretenha. entretenha. Quando nos sabemos sabemos eternos, "ambição" "ambição" é uma palavra palavra que perde o seu seu sentido: sentido: somente somente a gente gente apressa apressada da é ambicio ambiciosa, sa, os os outros sabem que possuem a eternidade. Quando se é privado da droga da ambição, a única alegria de viver encontra-se no acordo com o ritmo da natureza, que é o ritmo lento por excelência. A alegria de viver dos deuses eternos parecer-se-ia com a dos animais, se os animais agissem sobre a natureza em vez de serem os instrumentos dela ou se os deuses pudessem esquecer que são mortais em cada uma das suas reencarnações. A civilização civili zação hindu permite que captemos este sentido, como um desenho permite captar o modo de funcionamento de um motor. Mas a civilização hindu não pode criar deuses, tal como o desenho de um motor não põe a trabalhar uma turbina real. A civilização hindu é um sonho de deuses, a judaico-cristã cria deuses concretos. O serviço mais notável notável que os deuses deuses podem prestar aos homens é evidentemente fazer deles hindus, quando, por uma razão ou por outra, não conseguem conseguem fazer deles deuses. deuses. É precisamente isso que tencionamos fazer, aliás, neste sistema planetário em que nos fez penetrar a nave Fobos, Fobos, esfera oca com três quilómetros quilómetros de diâmetro. Este sistema planetário planetário está está perfeitam perfeitamente ente conform conformee ao que os os nossos nossos astrofísic astrofísicos os haviam haviam determinado à distância. A partir de agora é o nosso sistema, e vamos, a partir de de agora agora também, também, chamar-lhe chamar-lhe sistema sistema solar, solar, porque porque a nossa nossa estrela estrela será, a partir de agora, o Sol. Sol. Vamos encontrar no sistema solar uma vida evoluída naturalmente. E vamos intervir de maneira certa certa nesta evolução evolução natural. Temos todo o tempo à nossa frente, aperfeiçoaremos e apuraremos dezenas e, em certos casos, centenas de gerações de deuses. É provável que encontremos bípedes indígenas dotados de linguagem e abertos para a lógica, já que os sistema sistemass planetários planetários (sem (sem serem serem necess necessariame ariamente nte idênticos idênticos entre entre si como cristais) são suficientemente análogos para que em todo o sistema habitável a evolução culmine com o aparecimento da inteligência e porque os biólogos biólogos estabele estabeleceram ceram que, para para alojar alojar uma uma inteligênc inteligência ia aberta aberta à lógica, lógica, a nossa configuração é de longe a mais cómoda e estatisticamente a mais provável. provável. Acabámos de nos colocar na órbita de Marte. Acabámos de descobrir uma complicação: o sistema solar passa por uma glaciação que bloqueou a Vida sobre a Terra e sobre Vénus. Isto faz parte das indeterminações chamadas
indeterminações de Heisenberg. Será portanto preciso instalarmo-nos durante algumas gerações em Marte. Mas o nosso habitat definitivo será, mesmo assim, a Terra. Para começar, vai ser ser preciso preparar a Lua expandindo-a pela libertação do seu vulcanismo natural, a fim de diminuir um pouco a sua rotação, e levando-a a apresentar sempre a mesma face à Terra: iremos preparar uma cratera cratera de modo a que esta esteja sempre de frente para a Terra. O mais urgente agora é levar a luz à Terra. Começaremos por fazer cair as poeiras em suspensão nas nuvens; e para isso toda a prudência é pouca. Seguidamente, faremos cair a água das nuvens, também com muita prudência, espaçando esta operação ao longo de vários séculos, de modo que não transformemos o planeta num imenso lamaçal, em que se afogue o que conseguiu sobreviver de vida indígena anterior ao grande Cataclismo. É horrível o que se passou: os oceanos ficaram meios secos, a água que não foi apanhada pelos glaciares sobrevoa a Terra sob a forma de nuvens. . . e a mesma situação existe em Vénus. Separar "as águas da parte de cima das das águas da parte parte de baixo" será a primeira primeira fase. Se tudo correr bem, veremos surgir do solo, assim que a luz voltar, alguns dos bípedes bípedes previstos previstos pelos nossos nossos astrofísico astrofísicos. s. Estes Estes indígena indígenass devem devem ser ser suficientemente evoluídos para para poderem sobreviver sobreviver . Entre os que sobreviverem, os primeiros a aparecer após o retorno da luz serão provavelme provavelmente nte os mais inteligentes. inteligentes. E entre estes, estes, selecciona seleccionados dos naturalmente, iremos buscar algumas amostras, que os nossos biólogos e psicólogos psicólogos submeterã submeterãoo a exames exames para estabe estabelecere lecerem m se eles eles pertence pertencem mà matéria da qual (em dois milénios) uma evolução dirigida pode esperar obter uma pequena geração geração de deuses. De qualquer modo, os indígenas vão ser-nos ser-nos úteis para a construção da Grande Muralha, ao abrigo da qual nós instalaremos o nosso Éden. Poderemos aí começar a cultivar, mesmo antes de termos estabelecido um regime de chuvas sobre o planeta: teremos um microclima bastante agradável, a sul do único grande mar transversal. A chuva é, de qualquer modo, uma lacuna com que teremos de resignar-nos durante os primeiros milénios; a solução definitiva será evidentemente a irrigação pelo solo, como acontece no Éden, que é servido por quatro cursos de água, irrigação que será transmitida a todo o planeta. Daqui a uns vinte séculos, a humidade do ar tornar-se-á aceitável ou quase aceitável. Será esta a obra da segunda segunda fase. Já discutimos longamente longamente e muitas vezes sobre sobre este assunto: uns propunham fazer cair mais lentamente as águas acumuladas nas nuvens, de forma a que os rios encontrassem, também lentamente, os seus leitos, tal como os oceanos as suas bacias; outros (cuja opinião prevaleceu prevaleceu)) propunham propunham que não não se fosse fosse além além de vinte séculos séculos com com a segunda segunda fase, consagrando de preferência o princípio da terceira à canalização das águas caídas do céu e respectiva drenagem. Assim que aparecer a terra seca, o reinado dos botânicos começará, no fim da terceira fase, em que recobrirão o planeta com a flora conveniente. Com uma flora vinda da da flora indígena, evidentemente, saída de uma matéria genética que tivesse sobrevivido ao Cataclismo da glaciação Würm-III. Será preciso que a flora produza produza a sua própria própria semente semente durante durante a terceira terceira fase. fase. A quarta quarta fase, fase, no Plano de Conjunto dos Seis Dias, será essencialmente marcada pela astronomia: enquanto os nossos astrónomos levantam os mapas do céu tal como ele aparece neste ponto privilegiado do universo em que, para nós, a Terra
se transformou, os nossos botânicos continuarão, tacteando, a ajustar o equilíbrio biológico da flora. O observatório fixado na Lua será essencial para os astrónom astrónomos; os; os biólogos biólogos preferirão preferirão provav provavelme elmente nte fazer fazer as suas observações dos Liliths, satélites colocados em órbitas mais baixas. Os zoólogos, durante todo este tempo, conseguirão fazer regressar à vida as espécies animais indígenas, tendo o cuidado de não aperfeiçoar uma de tal modo que as outras fiquem em perigo. O equilíbrio biológico que reinava sobre a Terra antes do Cataclismo levara um milhão de anos a estabelecer-se por meio meio da evolução evolução natural natural;; os nossos nossos zoólogos zoólogos terão terão apenas apenas alguns alguns milhares de anos para o restabelecer, o que é evidentemente um espaço de tempo bastante curto. Aproveitemos esta quarta fase para nos determos um um pouco. De facto, por que razão sonhamos com o futuro? Sonhemos com o presente. No jardim do Éden, Éden, sob um microclima que os os meteorólogos levaram à perfeição, possuímos "elementos embrionários" de todas as espécies indígenas, flora e fauna, cujo material genético reconstituímos durante os seis milénios que decorreram desde a nossa nossa chegada. chegada. A alimentação não apresenta qualquer problema, basta darmos uma volta pelos laboratórios em que se desenvolvem desenvolvem as espécies espécies comestíveis. O que torna apaixonante o trabalho dos nossos cientistas é a biologia teórica: a glaciação não durou o suficiente para fazer desaparecer qualquer forma de vida, mas certas espécies que sobreviveram melhor que outras não eram necessariamente mais numerosas no equilíbrio biológico original. A planta tal, o insecto tal, o mamífero tal desapareceram totalmente de uma região, sobreviveram noutra, sofreram uma mutação noutra, proliferaram num sector restrito. . . E preciso intervir em todos os campos, campos, tactear experimentalmente e referir o resultado das experiências ao sistema da biologia biologia teórica, teórica, que que determina determina ,as espéc espécies ies de que não não se conseguiu conseguiu encontrar vestígio, mas cuja existência foi necessária, para que o equilíbrio biológico se realizasse tal como o conjunto das observações no-lo permite imaginar. É apaixonante, os séculos desfilam sem que dêmos por isso isso e até os milénios milénios passam passam desperce despercebidos, bidos, como como dizia dizia há tempos tempos um deus que possui um gosto estranho (e um pouco inquietante) por uma poesia de palavras, enquanto um cientista só pode ser um poeta de peias, um vagabundo no País das Maravilhas de Alice. A quarta etapa acaba acaba e os nossos astrónomos determinaram o ciclo maior da Terra, a precessão dos equinócios, que dura 25920 anos. Dividiram este período em doze partes, o que em astronomia é mais cómodo do que o sistema decimal. Com o gosto que os astrónomos possuem pela poesia das ideias, deram nomes simbólicos a cada um dos duodécimos duodécimos do ciclo. No catálogo dos astrónomos, a primeira etapa, o primeiro "dia", fica colocado sob o simbolismo da cabra saltadora. O segundo, o da conquista do sistema solar efectuado pelos cosmonautas vindos de Théos, é simbolizado pelo Archeiro, o Sagitário, a fim de marcar que a civilização que trouxemos de Théos é um elo de uma cadeia cujo primeiro primeiro elo havia havia adop adoptado tado o arco como como totem. totem. A nossa nossa Tradiçã Tradiçãoo exige exige que se guarde o nome do arco e do archeiro para a estrela em que apareceu a primeira primeira civilização civilização da Galáxia Galáxia,, de que que é o centro. centro. A nossa nossa Tradiçã Tradiçãoo do Arco chama se a Tradição da Arca da Aliança porque, imediatamente após ter atingido um estado suficiente de evolução num sistema planetário, ela obriga-nos a emigrar para outros sistemas da Galáxia, indo sempre do centro
(constelação do Sagitário) até aos confins, a fim de estabelecer a cadeia de conjunto dos dos sistemas planetários planetários evoluídos. Durante o quarto quarto "dia", aquele em que os astrónomos eram as vedetas, os biólogos progrediam sem resultados apreciáveis. Preparavam-se para operar o regresso ao equilíbrio da fauna, a partir dos casais "ressuscitados" nos viveiros dos laboratórios do Éden. Começou-se evidentemente evidentemente pela fauna aquática aquática e pelos voláteis; os animais terrestres ainda não chegaram ao estado adequado; subsistem as dúvidas no que diz respeito a certas espécies: os marsupiais, especialmente os cangurus, viveriam ainda ou estavam já extintos há milénios, desde o Cataclismo? Deveremos dar preferência aos bois, aos búfalos e aos bisontes? A biologia teórica não tem mãos a medir com as incógnitas que se lhe deparam. Os biólogos renunciaram a reencontrar o status quo exacto exacto de antes do glaciar, desde que os ordenadores falharam nesta empresa, muito ambiciosa sem dúvida, que consistia em estabelecer o retrato-robot de cada uma das 70 000 espécies e subespécies detectadas. Seremos obrigados a improvisar um bocadinho, embora não queiramos distanciar-nos do equilíbrio inicial. Nos insectos, por exemplo, exemplo, deixamos as formigas e as abelhas condicionadas, "mantendo a ordem" nas comunidades de formigas f ormigas e abelhas anárquicas. Para os mamíferos, temos evidentemente todas as espécies nos nossos viveiros desde a segunda etapa do Plano; mas não começaremos o repovoamento sistemático do planeta senão ao sexto "dia". O retorno da fauna aquática e aérea aérea será tarefa da quinta etapa. E eis-nos chegados chegados à sexta etapa. Tudo se prevê pelo melhor. A biologia teórica triunfa: assim que lançamos alguns casais vindos de espécies de que, no dia seguinte ao Cataclismo, só subsistia material genético parado e neutralizado em alguns cadáveres congelados, assim que largamos estes casais na natureza, vemos instaurar-se, quase repentinamente, um equilíbrio biológico melhor que marginal. A biologia teórica triunfa. Conseguiu reconstituir toda a gama das espécies indígenas a partir de um conjunto bastante díspar de genes. Até conseguimos "criar" células "à medida", a partir de fósseis. Consagrámos alguns milénios a este trabalho, é certo, mas quem é que nos irá repreender pela nossa lentidão? O sexto "dia" completa-se. Continuamos sempre a ser trinta, e o material genético não se alterou em qualquer de nós. Somos verdadeiramente deuses, inalteráveis, invulneráveis aos assaltos mútacionistas da Natureza. Natureza. Somos deuses. deuses. Fisicamente somos análogos análogos aos homens e uma experiência recente acaba mesmo de demonstrar que a identificação cromossómica total é fácil de obter: um genótipo extremo pode ser fixado hereditariamente. O que confirma a possibilidade prática de fazer mutar as fêmeas do bípede indígena, tornando-as fecundadas ao sémen dos deuses. Fecundámos artificialmente algumas fêmeas humanas assim mutadas, mas os semideuses deste modo obtidos são demasiado recentes para p ara que se possam tirar conclusões experimentais. Tudo o que se pode dizer é que tem bom aspecto o que vemos: os semideuses manifestam uma inteligência mais viva que a dos homens, mas fica inteiramente por determinar se esta inteligência será transmitida hereditariamente. Resta determinar sobretudo se a mutação assim obtida, favorável à inteligência, não tem consequências menos favoráveis, e até francamente nocivas, nos mutados ou nos seus
descendentes. Encontramo-nos na expectativa e serão ainda precisas p recisas umas dez gerações, alguns séculos, para sabermos se o produto do meu sémen e dos óvulos das indígenas se transformará num ser quase animal ou se se identificará a nós próprios. Somos deuses deuses e dispomos de todos todos os recursos do sistema solar. Não temos, evidentemente, evidentemente, qualquer problema de créditos porque porque não damos damos conta conta do que fazemo fazemoss a quem quem quer quer que que seja. seja. Não tememos tememos contas de perdas e ganhos com esta experiência que parece estéril, mesmo se ela já se encontra em elaboração há mil ou dois mil anos, como acabo de fazer lembrar à Academia das Ciências de Théos, que se admirava de nós ainda não possuirmos uma resposta positiva no que diz respeito à estabilidade genética dos filhos das mulheres fecundadas pelo nosso sémen. Respeitamos os compromissos assumidos pelos nossos longínquos avós, aquando da sua partida de Théos, de pôr o nosso planeta de origem ao corrente dos factos. As mensagens chegam a Théos à velocidade da luz, o que significa alguns séculos. Isto exclui qualquer espécie de correspondência verdadeira e limita as nossas relações relações ao plano dos comunicados. comunicados. Somos deuses deuses geneticamente idênticos aos bípedes de Théos; porque Théos é o nosso planeta de origem. É bastante deprimente verificar a decadência intelectual dos nossos congéneres de Théos, os Theositas que não se tornaram deuses e que preferiram o conforto da civilização às expedições duvidosas, que são são apanágio dos deuses. deuses. Théos encontra-se em plena decadência. Somos obrigados a enviar relatórios cada vez mais simplificados para evitar pergu perguntas ntas infantis, infantis, pergunt perguntas as que nem mesmo mesmo um Terreno Terreno seria capaz de formular. E não somos os únicos a verificar semelhante estado de coisas; os descendentes de outras expedições que partiram ao mesmo tempo que a nossa, e que se encontram quase no mesmo ponto em que estamos em matéria de colonização de sistemas planetários "paralelos" ao sistema solar, verificam-no também. Somos deuses, deuses, os originários de Théos que que colonizam outros sistemas planetários são também deuses e é somente com eles que conseguimos conseguimos manter relações telegráficas telegráficas de algum interesse. A vida é assim . . . os indivíduos morrem, quer se trate de uma pulga ou de um sistema planetário: só a Vida Vida é imortal. Neste sexto "dia" todos nós dirigimos (os trinta) o nosso interesse para o bípede indígena. É engraçadíssimo, mas ao mesmo tempo um pouco deprimente: os nossos antepassados eram evidentemente como eles, quando os deuses cosmonautas chegaram a Théos, há já alguns milhares de anos . . . Os homens adoram ser submetidos a testes. Conseguimos na perfeição condicioná-los e eles sabem que aqueles em quem praticamos experiências de vivissecção são compensados com um tratamento de favor assim que saem saem da anestesia. anestesia. Chegam a pedir-nos pedir-nos que os mergulhemos naquilo que eles chamam "o torpor", para serem depois acarinhados na clínica . . . exactamente como como os cães de Pavlov, que acabam por gostar dos choques eléctricos anunciadores da boa refeição. Fora do Éden, evidentemente que os homens vivem agora no seu habitat natural e fazem parte do equilíbrio biológico que nos empenhamos em respeitar. Matam amostras de algumas espécies que têm por hábito matar amostras da espécie humana. Velamos por que os humanos vivam fora do Éden para que progrida progridam m pelos pelos seus seus próprios próprios meios, meios, como como se não estivéss estivéssemos emos lá. lá. Estão felizes e vivem em comunidades, tendo já estabelecido relações entre essas comunidades. comunidades. Uma delas inventou um "mecanismo" para lançar lançar zagaias; seguimos, ao longo dos séculos, a propagação da invenção pelas
comunidades. A observação é apaixonante. Temos a impressão de dar biberão ao nosso antepasssado quando damos uma ajuda a estes bípedes no seu estado elementar de evolução, evolução, nós que já alcançámos alcançámos o estado definitivo. definitivo. É nas amostras de humanidade que vivem no Éden que fazemos verdadeiras experiências, melhorando a espécie. Impedimos a reprodução das amostras pouco pouco dotadas dotadas e favorecem favorecemos os a das das outras. outras. É entre estes estes humano humanoss submetid submetidos os à vivissecção-e que um deus humorista cognominou "o povo eleito " , nome por que que ficaram ficaram conhe conhecidos cidos-, -, é entre entre estes estes humanos humanos que tentarem tentaremos os fazer fazer surgir uma camada estabilizada estabilizada capaz de criar deuses. deuses. Temos todo o tempo tempo à nossa frente, e os nossos antropólogos estabeleceram, segundo a biologia teórica, que daqui a alguns milénios a Terra devia poder produzir deuses pelo proce processo sso actual, actual, com com capital capital genético genético enriquecido enriquecido.. Qua Quando ndo lá chegarem, os humanos que vivem fora do Éden terão recebido o seu condicionamento definitivo para viverem como hindus submetidos a deuses e semideuses. Os nossos psicólogos e sociólogos afirmam que eles serão bastante bastante felizes. felizes. Para lastima lastimarr são os "eleitos" "eleitos" do do Éden Éden os que que se encontram sujeitos a experiências. Sabem que são mortais e fabricam uma metafísica muito própria, que evitamos pôr em dúvida, como é óbvio. O difícil vai ser prepará-los para a mutação a partir da qual possuirão um psiquismo psiquismo basta bastante nte robusto robusto para para aceita aceitarem rem sem sem desespe desesperos ros traumatiza traumatizantes ntes a descoberta da imortalidade da Vida, da eternidade das moléculas, sem recurso nem escapatória . . . A nossa própria imortalidade celular, a dos deuses, não lhes é compreensível. Eu, por exemplo, quando quando digo "eu", os homens não compreendem se sou o eu chegado à Terra há oito mil anos, o eu que hoje lhes fala, ou o eu que se ocupará dos seus descendentes daqui a dois ou três milénios. O facto de praticarmos casamentos entre irmãos e irmãs geneticamente fixados ao ponto de serem biologicamente gémeos, e produzindo produzindo cada casal casal de irmão irmão e irmã um um filho e uma filha fisicame fisicamente nte idênticos, que por sua vez se casarão, e assim indefinidamente, este facto não entra na cabeça dos humanos. Sabendo-nos imortais, julgam que nós nunca morremos! Nós somos trinta e somos Um; nós criamos ou nós crio. . . Nós não consegue fazer compreender isto aos homens. Que crianças são estes homens! Não compreendem que chegámos agrupados em quinze casais e que devemos à nossa pureza genética o poder reproduzirmo-nos entre nós durante milénios sem que apareçam caracteres degenerativos. A morte é um elo na cadeia da imortalidade. Um incidente de passagem passagem . Como o tempo tempo passa depressa . . . em breve morrerei. Tenho pena, gostaria de poder viver o suficiente para poder ver o fim do sexto "dia", para descobrir essa vida extraordinária que nos espera a partir desse sexto "dia, para descobrir essa vida extraordinária que nos espera a partir desse sexto "dia" em que começaremos o apuramento da grande obra que então chegará ao fim. Vamos aperfeiçoar o homem. Vamos prepará-lo para que ele engendre deuses ao nosso nível, daqui a umas dezenas de séculos. Vamos racionalizar o equilíbrio biológico do planeta, suprimir as espécies absurdas, tanto entre as vítimas como entre os depredadores. Vamos racionalizar os climas, manter em evaporação a quantidade necessária de
nuvens para que a humidade seja agradável, e criar correntes ascendentes quentes, "montanhas de ar", que canalizarão as nuvens para as regiões que têm necessidade de chuvas. Pouco a pouco as benfeitorias do Éden espalhar-se-ão por todo o planeta . . . e eu morrerei em breve . . . Quero cá saber! As minhas células poderão ver tudo isso. @25 QUEM TE FEZ DEUS? A promessa de que, um dia, o homem poderá igualar-se aos deuses figura, muito especificamente, na Tradição sobre que se fundam o judaísmo e o cristianismo. Tal promessa parece tão perfeitamente irracional à óptica do século xIx que não sobreviveu ao anticlericalismo então triunfante. Com o receio do ridículo, os espíritos medievais habituaram-se a usar uma surdina em tudo o que na Tradição judaico-cristã se encontra em contradição com as certezas materialistas que fazem parte parte do espírito humano. Cem anos de surdina bastaram para fazer esquecer o que "todo o homem instruído" sabia no século xvIIi de Voltaire. Voltaire. Eu sou um homem homem da Idade Média. Média. Verifico a Ressurreição do Medievalismo, que varre os últimos miasmas de um século xIx cujo espírito acanhado se deleitava com certezas. O século xIx tinha certezas às treze por dúzia dúzia . . . No século xIx cientistas cientistas de grande reputação demonstravam que nenhum avião poderia jamais voar (porque para levantar o peso de um avião seria preciso que o avião transportasse um peso de gasolina que, acrescentado ao peso do avião . . .). Quando, no fim do século xIx, se apresentou aos membros do Instituto um fonógrafo, distintos cientistas apelidaram o apresentador de impostor ventríloquo. Em 1922, ainda o século xIx não morrera, a maioria dos membros da Academia das Ciências recusou ouvir a exposição de um charlatão chamado Albert Einstein. Hoje. . . Perante tantas e tão soberbas soberbas certezas, que querem querem os leitores que a Tradição tivesse feito? Calou-se. Aquilo que "todo o homem um pouco instruído " sabia tornou-se "esotérico", quer dizer, reservado aos "Iniciados" . . . não porque a Tradição se tivesse posto a jogar às sociedades secretas, mas muito simplesmente porque os espíritos deformados pelo sécul séculoo xIx não não a queriam queriam escutar. escutar. Não existe existe qualqu qualquer er espécie espécie de "esoterismo", qualquer espécie de "secreto", nenhuma "iniciação" a invocar, para ler no Evang Evangelho elho segun segundo do São São João João (x, 34 34 e 35) 35) que Jesus Jesus menciona mencionava va os deuses da Bíblia, nem para se poder ler no Génesis (Iv,1 a 4) que os filhos dos Elohim fecundaram as mulheres dos homens. No século xIv, um teólogo ilustre, Maitre Eckhart, professava a ideia de que os homens se transformariam em deuses porque era o que Cristo lhes havia prometido. No século xx, em 1960, Alexandre Safran, grande rabino de Genebra, publicava um livro sobre a Cabalal, onde lembra que para a Tradição está escrito que "o homem renovará os actos relatados no princípio do Génesis", quer dizer, igualar-se-á aos Elohim, a quem aqueles actos são atribuídos pelo texto bíblico. bíblico. Possuo Possuo nas nas minhas minhas relaçõe relaçõess várias várias pessoas pessoas de valor valor que ignoravam ignoravam tudo isto. Agora que que o sabem sabem modificaram-se por completo. "Actos
relatados no princípio do Génesis", cuja "repetição" deve, para a Tradição, anunciar a igualização dos homens aos deuses, é a indicação de que "o espírito dos Elohim planava por cima das nuvens, sob as quais a Terra se encontrava mergulhada na obscuridade". O espírito dos homens, muito recentemente, enviou sondas para Vénus, o que corresponde a esta descrição. E o facto lá está: está: desde que o espírito dos homens contornou Vénus, mergulhado na noite perpétua, os "meus" Celestes tornaram-se plausíveis. plausíveis. Eis-nos portanto portanto na situação situação de de pré-deuse pré-deuses, s, assim assim como como o Zinjantropo era um pré-homem. Embora não nos envaideçamos com isto, é conveniente que nos habituemos a este novo estado: coloquemo-nos na pele dos deuses. Compreendê-los agora será muito mais cómodo que tentar imaginá-los a partir da mentalidade dos homens do Paleolítico, que, tendo visto os cosmonautas descerem do céu, não percebiam nada do que lhes estava a acontecer. Acerca da aventura aventura tal como a podiam conceber os homens, homens, o texto bíblico é de uma secura de índice: onze pequenos capítulos, os onze primeiros primeiros capítulos capítulos do Génesis, Génesis, é tudo o que se encontra encontra na Bíblia Bíblia acerca acerca da chegada, da estada e da partida dos deuses, em seis "dias " , o que equivale a mais de doze milénios de actividade actividade dos Celestes na Terra. Terra. Para se poder obter o ponto de vista dos homens sobre a aventura, é preciso mergulhar nas outras relações do Mito comum: o Maba Bharata sânscrito, a Epopeia de Gilgamesb assíria, o PopolVuh ameríndio, para não falar dos textos chineses, tibetanos e outros. É um verdadeiro prazer para quem gosta de trabalhar com nomes n omes como Ahramanyu, Tetzcatlipoca ou Sarasvati, que, separados do seu contexto natural, fazem lembrar produtos farmacêuticos. Conheço várias pessoas que, inconsoláveis por não possuírem títulos universitários altissonantes, satisfazem a sua necessidade de pedantismo com estes nomes de deuses, verdadeiramente verdadeiramente bombásticos. Assim que, afrontando a morte por asfixia, nos aventuramos nestes Mitos que Moisés tinha por idólatras, encontramos uma descrição dos deuses admiravelmente absurda, porque ela oferece-nos a cosmonáutica explicada por primitivos que não podiam compreender o que lhes estava a acontecer, assim como um cão não pode compreend compreender er o que que lhe sucede sucede no Instituto Instituto Pavlov. Pavlov. Proponho-v Proponho-vos os uma uma parábola parábola cujo cujo quadro quadro é o Instituto Instituto Pavlov, Pavlov, em em Moscovo Moscovo,, e os protagonista protagonistass dois cães: o cão Pará, velho pensionário do Instituto, e o jovem caniche Bole, que acaba de ser admitido e se encontra intimidado com o Instituto. "Não te inquietes" diz ao jovem Bole o velho Pará. "Nós servimos para experiências sobre a Magia. Quando salivas sali vas acende-se uma lâmpadazinha e um mecanismo condiciunado para isso traz-te de comer. É um Milagre que não pode ser contes contestado tado porque porque se se reproduz reproduz sempre." sempre." O esquema esquema desta desta parábo parábola la encontra-se, imutável, em toDos os Livros Sagrados, que querem acrescentar, ao texto seco da estada dos cosmonautas, tal como é proposto na Bíblia, o comentário humano, tão incongruente sobre as intenções dos Celestes como o dos cães sobre as as Vias Misteriosas de Pavlov. Pavlov. Tentei as traduções mais reputadas dos Livros Sagrados além da Bíblia; nunca consegui chegar aos deuses por meio de um raciocínio articulado, comparável ao que me permitiu chegar aos Elohim a partir do texto bíblico. O texto bíblico é o único Livro Sagrado que permite entrar na pele dos Celestes . . . limpar as ideias que o Pará instiga ao Bole no Instituto Pavlov e substituir a Magia e os Milagres, de que falam os cães atulhados de metafísica, pela simples
lógica laboratorial racionalista . Devo na verdade acrescentar acrescentar que encontrei muitos antagonistas que recusam o meu esquema e recusam a minha hipótese: à explicação racional que proponho preferem a do Milagre e da Magia. Não posso levá-los a mal. mal. É infinitamente mais repousante crer crer que os deuses dos mitos são lendas do que aceitar a hipótese, mais racional, da sua realidade. Porque, se os Celestes Celestes existiram de facto, estamos mais próximos próximos deles deles do que os os homens homens do Paleolític Paleolíticoo . . . e é preciso preciso então então continuarmos a meter-nos na pele dos deuses. Estávamos portanto no sexto "dia " , na sexta etapa do Grande Projecto. Lentamente, apaixonadamente, cada geração cumpriu a sua tarefa com uma paciência paciência de construtore construtoress de catedra catedrais. is. Os Celeste Celestess tornaram-se tornaram-se Terreno Terrenoss de adupção doze mil anos depois do desembarque dos seus antepassados cosmonautas. A Terra é o seu paraíso. Vivem no Éden, vasto parque em que os laboratórios trabalham numa Primavera constante, servidos por um mostruário completo de indígenas que os veneram como só os primitivos podem venerar os seus deuses . No resto do planeta, planeta, a flora e a fauna encontram um equilíbrio biológico satisfatório, agora que a quase totalidade das espécies indígenas, reconstituídas a partir dos seus cromossomas e estabilizadas no Éden, foram lançadas lançadas na Natureza. Natureza. Os Celestes estão felizes. A raça provou a sua inalterabilidade, agora que doze milénios já decorreram sem incidentes mais graves que pequenos desequilíbrios de mutação facilmente reparáveis na primeira idade das espécies e resolvidos por meio meio de eutanásias eutanásias suaves. suaves. A estabilida estabilidade de psíquica psíquica,, assegura assegurada da do mesmo modo que a estabilidade física e mais importante ainda, não colocou qualquer problema ao longo dos milénios: os Elohim Foi sempre como um só. A partir deste sexto "dia", com o essencial já realizado, um novo ramo da zoologia, a antropologia, ou estudo especializado do animal denominado homem, vai tornar-se tornar-se estrela durante milénios. Isso promete vir a ser apaixonante: aquele indígena que encontrámos talhando sílex, cujos congéneres vivendo fora do Éden ainda talham o sílex, vai, por meio de um lento aperfeiçoamento, tornar-se igual aos Celestes. Dentro de alguns milénios, serão equipas de Terrenos (aperfeiçoados) que partirão a levar a civilização para toda a Galáxia Galáxia ! Mas porquê esta esta obrigação a que os deuses são forçados? Não sei, mas esta obrigação percebe-se na Tradição hebraica tanto como se percebe nos outros Livros Sagrados e pode portanto ser tida como provável. Não tentemos compreender para além da nossa condição; observemos que, se os deuses não têm destino, parece que tão-pouco têm uma ética. ética. É evidente que admitir admitir uma intervenção de biólogos biólogos animados animados das intençõ intenções es que que lhes lhes atribuo atribuo explicaria explicaria bem as as anomalias verificadas na evolução das espécies terrenas. Neste capítulo deixei-me sonhar e, por isso, sugiro ao leitor a consulta dos Livros Sagrados idólatras; mantive as minhas questões nos estreitos limites que o texto bíblico autoriza; nada do que propus contradiz o único texto transmitido por um povo a que era proibido mudar nem que fosse uma só letra do texto. Mas é preciso evitar que se mantenha como "provável" o que é simplesmente "possível " . "Possível" é o que não contradiz qualquer dado conhecido. E agora voltemos ao texto bíblico.
@26 SEREMOS DEUSES? Agora que espero ter conseguido que os leitores se reconciliassem com a ideia medieval de que no findar dos tempos os homens poderão engendrar deuses, tomemos o fio ao texto histórico, que havíamos deixado em suspenso no fim do capítulo 22: o Senhor dos Celestes acaba de revelar às amostras de humanidade que vivem no Éden o papel do pai na fecundação das mulheres. Tal como ensina a Tradição, existem a partir de agora duas espécies de homens na Terra; os eleitos, vivendo no Éden e cujos machos foram investidos nas responsabilidades de pai e chefe de família, e os outros, os irresponsáveis. É bom fazer lembrar lembrar que a passagem passagem do matriarcado ao patriarcado patriarcado não constit constitui ui necessa necessariamen riamente te um progresso progresso em si. Nas sociedades ignorantes (por vezes sistematicamente, aliás) do papel do pai, é provável que todos vivam felizes. Os machos fazem a guerra aos machos das comunidades vizinhas, vão à caça das espécies comestíveis, contam histórias de caçadas uns aos outros e defendem o direito de existência da sua espécie perante as espécies inimigas; as fêmeas geram as crianças, ocupam-se do lar e governam a comunidade. O instinto de cada um dos sexos encontra-se satisfeito: o macho despende esporadicamente grandes esforços, enquanto a fêmea só produz esforços mínimos mas contínuos. Este instinto deve ser primordial, já que basta o mínimo descuido da Tradição judaico-crist judaico-cristãã para o fazer fazer ressurgir ressurgir intacto, intacto, para para levar levar o macho macho humano humano àquilo a que os sociólogos sociólogos denominam "demissão "demissão do pai" . É provável que o papel fisiológico fisiológico do do pai na procriaç procriação, ão, papel papel já conhecido conhecido sem sem dúvida dúvida pelos homens anteriores ao Cataclismo do ano 21500 a.C., tivesse acabado por ser de qualquer modo experimentalmente redescoberto nas sociedades humanas. Saber que pode fecundar a cada coito não é, para o macho, senão uma etapa. A revolução espiritual iniciada no Éden visava a criação, artificial ao que parece, parece, de um um amor amor paternal paternal compará comparável vel ao maternal. maternal. O amor paternal paternal é contra a Natureza: qual é o homem que, sabendo a acção do seu esperma, não tomou precaução para evitar que uma prostituta tenha uma criança que será o seu filho? O instinto paternal não existe existe na Natureza. A Tradição judaico-crist judaico-cristãã foi a única que lanço lançouu a semente semente que deu deu origem origem à mutação mutação profunda profunda que que iria transferir transferir para o macho macho uma uma parte parte do instinto instinto "mate "maternal" rnal" e que iria tornar o amor do pai semelhante ao da mãe. A experiência de trinta e cinco séculos mostrou-o; a descendência judaico-cristã, em que a família está organizada segundo o princípio patriarcal da Tradição hebraica, está mais armada para impor a sua lei no planeta . . . quer seja com o material humano "misticamente eleito" de Moisés, quer com qualquer dos povos bárbaros integrados na Tradição por meio do baptismo cristão pelo baptism baptismoo cristão, cristão, combina combinado do com com toda toda a gama gama das das limitaçõe limitaçõess impostas impostas pelo cristian cristianismo, ismo, que, na na prática, prática, foi foi tão apto apto como como o judaísmo judaísmo para para criar criar no homem reflexos condicionados e assegurar às comunidades judaico-cristãs a sua supremacia supremacia actual. Os juízos de valor, humanistas humanistas ou humanitários, nada têm a opor ao raciocínio que proponho neste capítulo. Esforçamo-nos por raciocinar como deuses condicionadores e não como homens
condicionados. Devemos restringir-nos a raciocinar como Pavlov, que provoca racionalmente a salivação do cão ao acender uma lâmpada, e não como o cão, que julga acender acender magicamente a lâmpada lâmpada quando começa começa a salivar. Na óptica de tais deuses, só a eficácia conta: o condicionamento e as mutações encaradas darão ou não darão "eleitos" do Éden mais aptos a reinar sobre o resto do planeta "criado " pelos deuses ? A experiência mostra que o condicionamento em questão era positivo. positivo. Mas existiram verdadeiramente verdadeiramente estes deuses? E teremos nós chegado ao tal "fim dos tempos" que nos autoriza a pôr-nos na sua pele ? Se estes deuses deuses não existiram é então a uma miraculosa magia que é preciso atribuir-se o conhecimento do condicionamento dos homens que permitiu a Moisés assegurar a perenidade aos seus "eleitos " . Na medida em que somos capazes capazes de preferir a explicação racional, que sobreponho à explicação por p or meio de qualquer milagrosa magia, estamos autorizados a entrar na pele dos deuses, cuja existência é suficiente mas necessária para se chegar à compreensão racional de factos experimentalmente verificados. @27 OS PROBLEMAS DA EXPERIMENTAÇÃO EXPERIMENTAÇÃO Experimentar numa espécie animal exige a obtenção de uma amostragem pura, cuja árvore genealógica seja conhecida e desprovida de anomalias pelo menos durante cinquenta ou, de preferência, cem gerações. Os nossos biólogos possuem possuem espécie espéciess puras de ratos. ratos. Para a obtenção obtenção de de uma raça human humanaa de pureza pureza equivalen equivalente, te, é preciso preciso dispor-se dispor-se de uma série de de amostras amostras,, machos machos e fêmeas, que se acasalam segundo os princípios do eugenismo. Os filhos que daqui resultam acasalam-se seguindo o mesmo princípio, e assim sucessivamente durante, pelo menos, duzentas gerações, já que a carga genética do homem é mais complexa que a do rato. Para se obter uma raça pura de de humano humanoss é preciso preciso que que se criem famílias famílias durante, durante, pelo pelo menos, menos, quatro quatro ou, de preferência, cinco ou seis milénios. A experimentação só poderá começar depois do aparecimento de uma raça r aça humana assim estabilizada: isolam-se três dezenas de casais humanos em que quinze servirão de grupo testemunha, sendo os outros quinze submetidos à experiência projectada por meio de cruzamentos, meios químicos ou vivissecção. Os resultados de tal experimentação só poderão ser estudados seriamente ao fim de quatro ou cinco gerações, o que, cronologicamente, equivale equivale a um século. O texto bíblico, bíblico, se lermos lermos aquilo aquilo que que ele ele na realidade realidade diz, diz, relata exactame exactamente nte isto: as amostras de seres humanos aparecidas entre o primeiro e o segundo "dias" foram mantidas no interior do Éden e tratadas com o respeito que os biólogos reservam para os animais das experiências, sendo eliminadas as amostras defeituosas e controladas as fecundações. Foi ao fim do número de milénios necessário para que os "adãos" constituíssem uma raça pura, no sentido que os biólogos dão a esta palavra, que o Senhor dos Celestes começou a experiência, no sexto "dia". Uma experiência que nem excluiu a vivissecção nem a acção ao nível nível dos cromossomas. Desculpem-me por repisar repisar este assunto: se, por um acaso remoto, os nossos biólogos encontrassem em Vénus material genético entorpecido que conseguissem "ressuscitar " ,
produzindo produzindo assim bípedes; bípedes; já não havia havia o problema problema de praticar praticar experiê experiências ncias nestes bípedes como se fossem animais. Se, por outro lado, uma missão científica humana colocada num sistema planetário a mil anos-luz de distância encontrasse bípedes análogos, praticaria neles as mesmas experiências que nós praticamos nos macacos. Para os Celestes do Mito, os nossos antepassados eram macacos. Os Celestes do Mito dispunham de milhares de anos para a fixação das raças. O texto bíblico é coerente mas somente quando lido num todo: os Celestes são três dezenas, separados do seu planeta planeta de partida, partida, e aplicam aplicam um plano plano escalon escalonado ado para para milhares milhares de de anos. anos. Ninguém Ninguém é obrigado obrigado a conhec conhecer er a vasta vasta gama gama das das pesquisas pesquisas efectuada efectuadass pelos pelos nossos biólogos. Dou portanto um exemplo que aparece no livro L'Origine des espèces, da autoria de Emile Guyénot (pág. 99): "Karpetchenko consegue realizar um híbrido do rabanete (Rapbanus sativus) e da couve (Brassica oleracea), que pertencem a géneros diferentes. As duas espécies possuem p ossuem dezoito cromossomas cada, embora não homólogos: os híbridos hí bridos passaram a ter dezoito cromossomas, dos quais nove eram Rapbanus e nove Brassica, vigorosos, embora estéreis. Um dia produziu-se um acidente que deu origem a células tetraplóides com 9 + 9 cromossomas Rapbanus e 9 + 9 cromossomas Brassica. Houve formação de sementes e génese de uma espécie nova, incapaz de se reproduzir com espécies da mesma família. " "Houve formação de sementes e génese de uma espécie nova", escreve Emile Guyénot, membro do Instituto e autoridade em biologia. Este seu livro, L 'Origine des Espèces, editado em França em 1944, encontrava-se em 1966 na sexta edição revista. Emile Guyénot faz uso de um francês claro e elegante para exprimir ideias precisas e claras. Nada autoriza a pensar que a ressonância bíblica da sua sua conclusã conclusãoo seja seja uma atoarda atoarda lançada lançada ao ar: ar: Emile Guyé Guyénot not explica a criação de uma planta por Karpetehenko. O texto bíblico explica a criação da flora pelos Elohim. Aquilo que Karpetehenko Karpetehenko efectuou efectuou no rabanete e na couve poderá ser aplicado a espécies animais? Sim, se se trabalhar com espécies que possuam o mesmo número de cromossomas. . . e se se esperar que a biologia tenha feito os necessários progressos para operar mutações ao nível genético do animal. Mas o princípio foi já descoberto. Esperar obter mutações na espécie humana, fabricar por encomenda famílias de super-homens e famílias de trabalhadores, como nas formigas, famílias de motoristas desprovidos de imaginação e famílias de matemáticos com horror aos automóveis, seria evidentemente prematuro no estado actual do conhecimento humano. humano. Mas em teoria teoria é já perfeitamente concebível. É esta a biologia que a teoria permite actualmente conceber para o futuro e que o texto bíblico descreve e atribui aos Celestes. Celestes. A impressão que nos salta aos olhos ao ler a Tradição, com a ideia preconcebida de que o acaso não pode justificar tudo aquilo, é de que os Celestes tinham a dupla intenção de "criar" no Éden, em milhares de anos, uma espécie artificialmente mutada a partir do material humano indígena e de confiar aos seus "eleitos" a concessão do planeta, tendo estes como tarefa assegurarem uma felicidade "bovina" ao resto da humanidade, que fora deixada à sua evolução natural e à qual nem mesmo se ensinara a fabricar um arco antes de a sua parte psíquica psíquica ter ter chegado chegado naturalm naturalmente ente ao ao grau grau de evoluç evolução ão em que lhe lhe é possív possível el inventar o arco. Teria a humanidade evoluído de maneira melhor, melhor, e estaria hoje no estado de "bom selvagem" com que no século de Voltaire se sonhava, sem o incidente que levou os Celestes a deixarem o nosso planeta,
abandonando os "eleitos" à sua sorte no Éden e ainda insuficientemente preparados preparados para o seu papel papel de conce concessionár ssionários? ios? Podemos Podemos pensá-lo pensá-lo sem que que a nossa opinião fique isolada: Platão, que interpretava o pensamento dos deuses, não nega tal concepção; os teólogos da Idade Média, que interpretavam a acção dos Anjos, também não a negam; encontram-se ecos desta tese em Cournot (1801-1877), a meio do século xIx, na época áurea do racionalismo. É bom portanto dar razão razão a Karl Marx, homem homem do século xIx, quando afirma que o próprio princípio da sociologia é utópico, já que o homem não pode ao mesmo tempo ser sociólogo observador e objecto observador. A sociologia e, pior do que isso, toda e qualquer ambição de modificar a natureza humana só serve para débeis mentais, num universo suposto humanista (quer dizer, em que a civilização se supõe ter nascido do homem, evoluído pelos meios do homem e sido feita para o homem). homem). A inadaptação dos sociólogos no mundo contemporâneo encontra a sua explicação em Marx: os sociólogos dizem-se "humanistas", quando só num quadro medieval podem podem ter lugar, lugar, numa numa contesta contestação ção fundam fundamental ental do do materialismo materialismo humanista humanista e no esboçar de uma moral para a qual experimentar sobre o homem seja não só lícito mas altamente recomendável. recomendável. Os sociólogos só podem podem ter um papel activo quando a humanidade se encontra dividida em deuses (sociólogos-experimentadores) e homens-objectos. O sexto "dia" do texto bíblico é o "dia" da sociologia. E é também o "dia" do incidente que o texto bíblico nos diz ter tido como consequência a partida definitiva dos Celestes. A responsabilidade da derrota cabe ao material humano, culpado do pecado pecado original, original, tal tal como como ensinam ensinam os os sociólogo sociólogos-teólog s-teólogos? os? O responsáve responsávell de tal derrota será o Mestre, o Sociólogo, que não tem o direito de se enganar, como defendem defendem os estudantes da geração actual? O texto bíblico lido segundo a óptica humana, a óptica cristã, responsabiliza os homens. Lido segundo a óptica dos deuses, atribui a estes a responsabilidade, pelo menos inicial. Mas, antes de começarmos a filosofar, entremos novamente em terreno conhecido. Experimentar em animais animais consiste em repartir por dois grupos uma série de amostras de raça pura: o grupo submetido à experiência e o grupo testemunha; se as fêmeas que receberam talidomida produzem monstros sem patas enquanto as fêmeas do grupo testemunha dão origem a uma descendência normal, tendo a alimentação sido a mesma para ambos os grupos, a acção da talidomida não causa dúvida alguma. Quando se trabalha com ratos ou macacos, a experimentação não levanta qualquer problema; mas -gostamos de nos esquecer nos casos em que não dispomos de um material "quase" humano para experiências que se produzem catástrofes como a da talidomida. Mas experimentar no homem, mesmo quando os que praticam as experiências são Celestes, para quem o homem não é mais "sagrado" do que um macaco pode ser para nós, levanta levanta problemas particulares: o homem fala. Podem deixar-se macacos de experiência em jaulas vizinhas das dos macacos testemunhas, que a experiência prosseguirá sem incidentes. Não haverá trocas de impressões de jaula para jaula, nada irá falsear a experiência, mesmo que ela vise uma mutação psíquica. Quando se praticam experiências em homens homens é evidentemente necessária uma separação rigorosa. Mas se se fecha um grupo, quer seja o grupo da experiência ou o grupo testemunha, o traumatismo concentracionário falseará a experiência. Estaremos a chocar chocar com uma uma impossibilidade? É claro que não: não: basta jogar com o psiquismo humano e
proceder proceder ao isolamento isolamento adequado. adequado. O princípio princípio do conv convento ento é tão eficaz eficaz como como uma prisão e não traumatiza ninguém se for bem aplicado. E é este mesmo o princípio princípio que que o texto texto bíblico bíblico descrev descreve: e: os adãos adãos jardineiros, jardineiros, que que constituem o grupo testemunha, estão autorizados a "comer de qualquer árvore", enquanto lhes é proibida a "árvore da ciência " ; podemos pensar que apenas os mutantes poderiam "comer" desta última. (Voltaremos a este assunto no capítulo 30.) Antes de ir mais longe, é preciso compreendermos o sentido que pode ter a expressão "comer de uma árvore", no texto hebreu. hebreu. Para ajudar a seguir o hebreu da Bíblia existem dicionários especiais nos quais cada uma das palavras palavras empreg empregues ues no texto é seguida seguida da indicação indicação de de todas todas as passage passagens ns em que esta palavra irá aparecer. aparecer. O verbo hebreu que que significa "comer", por exemplo, aparece várias vezes num contexto onde nada mais pode significar que "comer"; mas também aparece noutras frases em que o seu significado, também evidente, é porém outro. No Livro de Ezequiel, no princípio do capítulo iII, por exemplo, lemos que uma voz dá ordem a Ezequiel para comer um livro, alimentar o seu ventre com ele, encher com ele as entranhas e ir seguidamente ensinar o que teria aprendido comendo. comendo. E eis-nos chegados chegados ao capítulo iII do Génesis, aquele em que Tentador leva Eva a comer o fruto da árvore da ciência do bem mal, coisa que abre os olhos ao homem e à mulher e obriga o senhor dos Celestes a pô-los literalmente na rua, expulsos de um éden onde coisa bastante estranha ele não quer, sob pretexto humanos que saibam o bem e o mal. É o capítulo predilecto dos teólogos, teólogos, dos moralistas e que, nunca tendo lido a Bíblia, sabem, mesmo assim dizer-, que Deus teria punido o homem homem por por este ter comido comido a maçã. maçã. @28 A åRVORE DA CIëNCIA DO BEM E DO MAL "A serpente diz à mulher: "Os Celestes sabem que, no dia em que a comerem, os vossos olhos abrir-se-ão e vocês ficarão como os Celestes a conhecer o bem e o mal. mal. Génesis, Génesis, 4 e 5 Sim, os tradutores e os exegetas fazem o que podem, mas o texto hebreu está lá: para incitar a mulher a "comer", a serpente assegura-lhe que, depois de ter "comido", os humanos serão "como os Elohim " , o que é bastante bastante aborrec aborrecido ido para os exege exegetas tas e para para os tradutores, tradutores, quand quandoo se reflecte um pouco. Reflictamos: se "Elohim" designava o Deus Imaterial, ter-nos-íamos tornado Deus (ideia sacrílega) e Imaterial (ideia idiota). Se, pelo contrário, "Elohim" designa mesmo "os Celestes " , o próprio texto bíblico confirma confirma a interpre interpretação tação que eu eu proponho. proponho. . . confirma-a confirma-a duplamente duplamente porque, porque, no final do do capítulo, capítulo, o Senhor Senhor dos Celestes Celestes reconhe reconhece ce implicitamente que a serpente disse a verdade e que ele, Senhor dos Celestes, mentiu: "Então o Adonai dos Elohim disse: eis que o homem se tornou em um de nós graças à ciência do bem e do mal. ..." Génesis, m, 22
Por que teriam esperado tanto tempo para dar conta de uma evidência tão flagrante? Continuemos a reflectir: a) Os crentes preferem qualquer exegese, ainda que perfeitamente idiota, a pensarem pensarem que que o seu seu Deus Deus é mentiroso; mentiroso; b) Os descrentes ficam satisfeitos por comprovarem a idiotice de um texto que eles tomam como sendo uma salsada supersticiosa. E, sempre a pôr os pontos nos ii, relembro que todos os livros que têm como objectivo demonstrar que a Bíblia é um livro histórico mostram-no a partir do do capítulo capítulo xII, xII, aquele aquele em em que Abraão Abraão deixa deixa a sua sua cidade cidade natal natal de de Ur, na Caldeia. A partir do Todos os livros que se dedicaram a mostrar que a Bíblia é um livro histórico a partir do capítulo xII passam pudicamente sobre os onze primeiros capítulos, aqueles em que o homem nada mais é que um joguete nas mãos dos Elohim Elohim que vivem na Terra. Tanto quanto os meus editores, os meus amigos, os outros e eu próprio sabemos, sou o primeiro a tentar demonstrar que o começo do Génesis, os onze primeiros capítulos, que relatam a acção dos Celestes, não apenas são historicamente plausíveis, como relatam factos cuja realidade histórica nenhum homem poderia poderia afirmar afirmar há cinque cinquenta nta anos. anos. Por que que sou sou eu o primeiro? primeiro? Porque Porque,, por um lado, é preciso que alguém seja o primeiro e, por outro, porque a plausibilidad plausibilidadee racional racional do do que proponho proponho surgiu surgiu apenas apenas há uma uma dezena dezena de anos, quando um homem escapou à gravitação terrestre pela primeira vez. . . "repetindo assim os actos relatados no princípio do Génesis". @29 O SEXTO DIA Desde Fevereiro de 1963, quando, com a saída do livro Les Cabáers de Cours de Moise, me proclamei cavaleiro da Evidência, compreendi que nada faz abalar as certezas das pessoas que têm necessidade de crer na irracionalidade do texto bíblico: umas têm necessidade de alimentar a sua fé com qualquer coisa de sobrenatural; outras atiram deliberadamente o texto bíblico para a gaveta das superstições . Não tentarei portanto demonstrar, parágrafo por parágrafo, que as coisas se passaram como proponho; proponho; tentare tentareii reconstituir reconstituir a história tal como como a lógica manda manda que ela se tenha passado, numa descrição romanceada que se possa querendo ler como se lê um romance ou confrontar passo a passo com o texto de referência. Esta "serpente" que incita a mulher a "comer" a ciência é-nos apresentada no texto como sendo "o mais esperto de todos os animais criados pelo Senhor dos Celestes " , o que nos leva a ver nela um indígena no decurso da mutação. O certo é que esta "serpente" sabia mais do que os homens jardineiros jardineiros e sabia sabia tanto tanto como como os os Elohim Elohim sobre sobre os efeitos efeitos da "árvore "árvore da ciência do bem e do mal", já que a promessa que lhes faz, de ficarem com os olhos abertos, se realiza. Salta-nos logo à vista que ela ela já havia "comido" da tal árvore. "Serpente" seria portanto o insulto lançado ao
mutante que não resistira ao desejo de espantar os seus congéneres do grupo testemunha, mostrando-lhes a extensão do seu saber acabado de adquirir. Os olhos do homem homem e da mulher mulher abrem-se mal absorvem absorvem a ciência. Apercebem-se da sua "nudez " . Isso acontece depressa: não necessariamente tão depressa como o tempo de engolir uma pílula, mas podemos pensar que se trata da revelação de um princípio geral: a revelação, por exemplo, do facto de os Celestes serem da mesma natureza que os homens, do facto de a experiência em curso ter como objectivo fazer do mutante, da "serpente", um ser igual aos deuses. deuses. O grupo testemunha não quer acreditar: "Os deuses deuses são de natureza divina, és um provocador! " O tentador, desafiado, propõe mostrar as provas no interior da "árvore da ciência " . O grupo testemunha recusa: o Senhor dos Celestes bem lhes havia dito que morreriam se entrassem nesse laboratório, se "comessem" os livros e as gravuras que aí se encontram. O tentador assegura-lhes que não morrerão e que, deste modo, a sua ciência será igual à dos Celestes. Nada nos diz dos argumentos empregados pelo tentador e cada um pode portanto imaginar o que melhor o poderia poderia ter conve convencido ncido se se se encontra encontrasse sse no no grupo grupo testemun testemunha. ha. O texto texto cinge-se aos factos em bruto: o homem e a mulher deixam-se convencer, "comem" . . . e verificam que não morrem: o Senhor mentiu, portanto. A partir de de agora agora já não não acreditam acreditam cegamente cegamente nele. nele. E aprenderam aprenderam certamente certamente muitas outras coisas, porque o texto bíblico indica que, de repente, o homem e a mulher mulher tomaram consciência consciência da sua "nudez " . "Estar nu" no hebreu bíblico significa mesmo "estar nu", assim como "comer" tem por significado a palavra "comer". Mas "adquirir um fato" quer muito especificamente dizer "adquirir um património cultural " , segundo confirma Alexandre Safran no seu livro La Cabale. Na descrição do Génesis, a primeira primeira coisa coisa que o homem homem e a mulher mulher fazem fazem assim assim que que tomam tomam consciê consciência ncia da da sua nudez é fazerem um fato de folhas de figueira. Uma coisa pouco importante, é evidente. Um Um património cultural de autodidactas. Mas o Senhor dos Celestes volta depressa à história. Procura o adão. Não se trata de modo algum do Deus Todo-Poderoso Que Sabe Tudo, é o Senhor dos Celestes, que descurou a vigilância, que se deixou surpreender, que não imaginava o homem capaz de transgredir uma ordem divina. Encontra o adão e a primeira coisa que lhe salta à vista vista é o "fato feito de folhas de figueira " . O diálogo entre o Senhor e o adão, tal como está no texto bíblico, tanto pode representar o abominável sacrilégio, se Deus se deixou enganar pelo seu jardineiro, jardineiro, ou a conseq consequência uência lógica lógica da narrativa narrativa coerente coerente identificá identificável vel pelo leitor leitor que não recuse recuse as coerênc coerências ias quando quando elas elas se lhe aprese apresentam. ntam. O Senhor pede uma explicação do caso caso e avalia a extensão extensão dos prejuízos. E amaldiçoa a "serpente " . Mas esta "serpente" é-nos apresentada como sendo "o mais manhoso dos animais terrestres". Se se tratasse de um réptil, cuja criação é anterior em muitos "dias", condená-lo a rastejar seria absurdo. Condenar uma "serpente" a rastejar só tem sentido se a palavra "serpente" for um insulto. Um animal falante é contrário ao espírito da Bíblia. Um humano mutante, inicialmente destinado a ser Celeste, maldito e condenado para todo o sempre a ficar colado ao solo, como os homens, como os rastejantes: será esta a explicação explicação da "serpente"? Penso que que sim. Todas as amostras
humanas que vivem no Éden são amaldiçoadas na mesma altura: a mulher verá multiplicarem-se os seus sofrimentos e os seus períodos de gravidez . . . E, A mulher do Éden teria períodos de gravidez menos frequentes do que se estivesse entregue à lei da Natureza? No Éden os biólogos celestes praticariam praticariam a limitação limitação da natalidade natalidade?? O texto texto hebreu, hebreu, na tradução tradução de Dhorme e na tradução do rabinado, diz de facio e. As Bíblias usuais fazem batota, batota, falseiam falseiam o texto, texto, traduze traduzem m por "eu "eu multiplicare multiplicareii o sofrimento sofrimento dos teus períodos de gravidez gravidez " . É um dos mais mais flagrantes exemplos da distorção do texto bíblico pelos exegetas exegetas e tradutores. A maldição engloba tudo: o solo (que parece com efeito deixado ao abandono pelos Celestes, que já não intervêm no equilíbrio biológico) e o homem (que o irá cultivar com meios primitivos, perdendo o material aperfeiçoadíssimo do Éden). Mas porquê todas estas maldições, todas estas renúncias a um Grande Projecto que estava a caminhar tão bem? Porque o bípede indígena "comeu a ciência do bem e do mal", o que, em princípio, deveria torná-lo mais simpático? Porque ele verificou que está nu e escondeu as suas partes genitais ? Porque desobedeceu ? Nada disto é grave. Há seguramente qualquer coisa de mais grave e que deve sobressair sobressair do contexto, se se ler com atenção. A primeira primeira coisa coisa que surpreende surpreende o leitor leitor atento atento é que que o Senhor Senhor dos Elohim Elohim aceita este estado de coisas: ele próprio fará vestimentas de coiro para substituir as de folhas. A segunda coisa que surpreende é que o Senhor dos Elohim não dirige qualquer espécie de reprimenda ao homem e à mulher; até especifica que não é para os punir por terem desobedecido que o homem e a mulher são expulsos . . . Eles são expulsos concretamente porque: "Eis que o homem se tornou num de nós graças à ciência do bem e do mal. Agora é preciso evitar que ele estenda a mão também para a árvore da vida! " Génesi. 22 Adão e Eva são expulsos porque acabam de aprender qualquer coisa que não deveriam saber, qualquer coisa que faz com que a sua presença seja perigosa para os Celestes Celestes:: os seus seus olhos olhos estão estão aberto abertos, s, sabem sabem o bem bem e o mal. O texto não podia ser mais concreto, o homem é "como um de nós", diz o Senhor dos Celestes, o Adonai dos Elohim. E o texto precisa que, para "viver eternamente", bastaria que o homem homem comesse da árvore da vida. Eis-nos pois chegados ao ponto da opção definitiva: Ou se recusa sistematicamente toda a possibilidade de o texto bíblico constituir uma narrativa coerente . . . e a minha tentativa de nele encontrar uma coerência é um jogo absurdo; Ou não recusamos nada por sistema . . . Se o leitor recusar, o nosso diálogo acaba aqui mesmo. Se aceitar sob reserva, continuo a repetir, mas fica excluído que aceite a minha hipótese enquanto não lhe tenha sido dada confirmação experimental, com a descoberta da "Arca da Aliança". Mas, se aceita, vamos ver que a coerência continua a libertar-se da canga dos exegetas. A pluralidade dos Celestes Celestes foi-nos definitivamente confirmada pelo próprio texto, que coloca o "como um de nós" na boca do Senhor Senhor dos Celestes, o Adonai dos Elohim. No que diz respeito à experiência que eu propunha ler na narrativa, ela cola-se ao
contexto: o mutante, a "serpente" do texto, mostrou que a experiência resultou num fracasso, já que não foi capaz de guardar o segredo que lhe fora confiado, ele, o "mais manhoso", acerca do efeito da "árvore da ciência" sobre o entendimento humano. E não passa de um pormenor técnico que o fracasso seja devido a um defeito redibitório inicial do material humano, ou a um erro dos biólogos que dirigiam o empreendimento da mutação. O que interessa é o fracasso. O fracasso é tanto mais mais completo quanto não existe possibilidade de se recomeçar a partir do zero. A "serpente" fez perder perder aos únicos únicos espécimes espécimes humanos humanos puros puros de de que que os Celestes Celestes dispunha dispunham, m, aos aos únicos homens com hereditariedade estabilizada e seleccionada entre milhares de fecundações controladas, a sua "pureza", a sua ignorância original. Será que a experiência experiência da mutação visav visavaa obter, por meio de uma acção física ao nível dos cromossomas, uma modificação espiritual, É a única explicação coerente com o contexto. Por que não continuar com a experiência? Porque uma experiência sem grupo testemunha não é uma experiência, mas sim um jogo de acasos. Houve razão para que os expulsassem do Éden, Sim. Mas os homens têm como verdade certa que os Celestes eram mentirosos e que também eles haviam "comido" aquela "ciência do bem e do mal", sobre que nada disse porque nada há a acrescentar ao texto bíblico: a partir da ingestão desta ciência, que conduziu ao uso de uma túnica de pele, surge o perigo de que no homem estenda a mão" e "coma" de uma árvore mais instrutiva ainda, "a árvore da vida", e -para empregar a fórmula do texto bíblico -"viva para sempre, sempre, viva eternamente". eternamente". A partir de agora, o homem sabia demasiado para um homem mas demasiado pouco para ser aceite como um deus e representava um perigo para a continuação das operações. Os Celestes estão decepcionados decepcionados e até talvez talvez fartos. Mas mesmo assim continuam a ser simpáticos: o seu Senhor coseu com as suas próprias mãos uma "túnica de pele " , que a Tradição sempre interpretou como um pecúlio pecúlio cultural, cultural, para para este este homem homem que que pretende pretendem m que melhore melhore pelos pelos próprios próprios meios, mas com a sua ajuda. Já não me lembro lembro qual era o cientista que dizia que "o autodidactismo é o meio mais difícil para o acesso ao conhecimento" ; foi o que se passou no Éden: por ter querido experimentar prematuramente a ciência "do bem e do mal", o homem perdeu os seus bondosos bondosos coloniz colonizadore adoress e encontro encontrou-se u-se na na obrigação obrigação de ter ter de se arranjar arranjar pelos próprios próprios meios. meios. Os Celeste Celestess foram de facto facto simpático simpáticos. s. "O Senhor Senhor dos Celestes mandou portanto o homem para fora do jardim do É den para que ele cultivasse o solo onde o tinham ido buscar.u Génesis, ut, 23 Os Celestes são bem simpáticos, a "túnica de pele" vai dar ao homem os conhecimentos necessários para passar da economia da caça e colheita para a economia da agricultura e a criação, que constitui a transição entre o Paleolítico e o Neolítico, na terminologia dos etnólogos contemporâneos . O texto bíblico é muito amável também em fornecer-nos este dado preciso; isto passa-se ao sétimo "dia", o sol do equinócio levanta-se na casa do Câncer, encontramo-nos na "casa" do ano 8850 a 6690 a. C. , É efectivamente por volta do ano 8000 a. C. que a etnologia referencia aquilo a que André Leroi-Gourhan chama "uma explosão inovadora " : entre as comunidades humanas da bacia do Mediterrâneo aparecem inovadores in ovadores que trazem a invenção do arco e os espantosos d conhecimentos botânicos que permitem aos primitivos primitivos procede procederem rem a uma uma mutaçã mutaçãoo do trigo trigo selvage selvagem m em trigo trigo de
agricultor, por meio de uma selecção racional das sementes. Sim: estes conhecimentos botânicos foram verificados em Jarmo (Turquia) e em Jericó. Nenhuma Nenhuma explicaç explicação ão satisfatória satisfatória do rasgo rasgo de de génio génio que originou originou essa essa descoberta de cerca do ano 8000 a. C. nos foi dada até agora, à excepção daquela que, modéstia à parte, propus no livro La Lune, Clé da la Bible. Não surpre surpreende enderei rei ninguém, ninguém, penso, penso, se se disser disser que essa explicação explicação é basead baseadaa na hipótese da realidade concreta dos Celestes do texto bíblico. @30 O REINO DOS SUPER-HOMENS "O fim do Paleolítico nas sociedades da periferia mediterrânica assistiu a uma conversão técnico-económica radical. Entre o ano 8000 e o ano 5000 a.C., aparece o dispositivo técnico-económico baseado sobre a agricultura e a criação de gado, e as sociedades tomam um aspecto completamente diferente daquele que haviam conhecido desde as origens. [. . .) Nos locais, hoje célebres, de Jarmo, Shanidar, Zawi-Chemi e Catal Hüyük existem provas de que, entre o ano 8000 e o ano 6000 a. C., havia uma evolução da economia primitiva dos apanha apanhadores dores de cereais cereais selvag selvagens ens e caçadores caçadores de cabras cabras para para a economia dos cultivadores de trigo e criadores de cabras. " Isto foi extraído do livro I.e Gesie et la Parole, de A. Leroi-Gourhan, que diz também que "a arte do Paleolítico se extingue com a mudança das condições de existência, por volta do ano ano 8000 a. C. ". Cerca do ano 8000 8000 a.C., no começo do sétimo "dia", tudo se passa portanto como se as amostras humanas, expulsas do Éden com a missão específica de cultivarem o solo donde haviam sido retiradas, se tivessem imposto como Reis-Super-Homens imediatamente identificados aos Gigantes das lendas, havendo trazido para as comunidades, ainda na prática de costumes do Paleolítico, o somatório das invenções e conhecimentos que constituem a "vestimenta de pele" cosida e ajustada pelo Senhor dos Celestes. A. Leroi-Gourhan diz, aliás, exactamente o mesmo no seguinte comentário do seu livro (tomo I, página 223): "O mundo primitivo e o mundo dos agricultores e dos criadores são aparentemente tão diferentes que, a menos que se imagine uma invenção, não se consegue perceber à primeira primeira vista como é que eles se se articulariam articulariam.. Mas o professor professor Leroi-Gourhan não concede de modo algum o seu beneplácito à minha hipótese (na forma simplesmente esboçada sob que quis tomar conhecimento dela, em Dezembro de 1967): 1967): muito educadamente, educadamente, reconhecia que eu raciocinava sobre hipóteses respeitáveis, acrescentando que não conseguia descortinar uma justificação justificação rigorosa. rigorosa. E aí aí temos temos uma evidência: evidência: eu eu tenho a virtude virtude de "imaginar uma invenção" enquanto o professor Leroi-Gourhan se impede de imaginar, não saindo nunca nunca do campo dos dados verificados. verificados. A experiência mostrou-me que, encorajadas pelos amadores do sensacional, as pessoas de boa fé arriscam-se a acusar André Leroi-Gourhan de "conservadorismo da ciência oficial " . André Leroi-Gourhan é tudo o que quisermos menos um "conservador", e, se toda a "ciência oficial" se inspirasse nele, a vida seria toda mais bela. Se a minha hipótese hipótese for desmentida, os livros de Leroi-Gourhan continuarão a ser sólidos como uma rocha. Se a minha hipótese for confirmada, bastar-lhe-á acrescentar que a "invenção" de que não via necessidade ocorreu de facto e foi trazida pelos humanos expulsos do Éden. Os seus livros continuarão sólidos como uma rocha. Continuo a insistir: sem
A. Leroi-Gourhan, as minhas interpretações "conjecturais" seriam pura ficção. Voltemos ao Super-Homens. Por volta do ano 8000 a. a. C. tudo se passa como se os homens, descendentes de uma linhagem li nhagem experimentalmente criada no Éden, expulsos após o caso da "serpente " , tivessem aparecido sob a forma de Gigantes, de Reis-Sacerdotes detentores de uma ciência "miraculosa" para os seus congéneres, descendentes de homens que haviam progredido progredido pelos pelos seus seus próprios próprios meios, meios, durante durante e após após o Cataclismo Cataclismo de 21500 21500 a.C., num planeta em que os Celestes, ao longo de milénios, tinham restabelecido o equilíbrio equilíbrio biológico. É legítimo postular-se que as coisas se passaram deste modo porque todos os dados de que dispomos se entreligam. Para retirar todo o misticismo à aventura, a estes "Gigantes" que nada permite pensar fossem fisicamente maiores, e que temos razões para supor que chegavam na qualidade de colonizadores qualificados, concessionários dos Celestes, Celestes, chamemos-lhes Ge Gerentes. rentes. Em todas as Primeiras Civilizações, os fundadores de dinastias de Reis-Sacerdotes são Gerentes formados durante a permanência dos deuses vindos do céu. Em todas estas sociedades, a aparição dos Gerentes situa-se cerca do ano 8000 a. C. Para a etnologia, situa-se cerca do ano 8000 a.C. a necessidade de "imaginar uma invenção", que os Gerentes teria trazido. A propósito disto, é bom relembrar que o mais antigo Zodíaco conhecido se encontra no Louvre: é oriundo do templo de Denderah, no Egipto, e o equinócio que aí aparece encontra-se na casa do Leão, ou seja, seja, no sexto "dia" do texto bíblico. No que diz respeito à recordação dos Celestes da minha hipótese, tal como eles nos aparecem nos mitos "idólatras " , só vos posso recomendar Os Segredos da Atlântida, da autoria de Andrew Tomas, e recomendo este livro tanto mais que estou em desacordo com o autor em certo número de pontos, sem no entanto ter dados que me permitam impor o meu ponto de vista. Estou, por exemplo, convencido de que os "idólatras" "i dólatras" confundem quase sistematicamente o Cataclismo da glaciação Würm-III (21500 a. C.) com um acontecimento muito mais recente, uma inundação, um "dilúvio", que deixou, especialmente na Mesopotâmia, uma camada de aluviões com uma espessura de cerca de três metros, na parte superior da qual se encontram fragmentos de uma cerâmica muito rudimentar, trabalhada à mão, enquanto na parte inferior se encontram fragmentos de uma cerâmica infinitamente mais evoluída e feita em torno de oleiro: ao "dilúvio" corresponde a chegada de uma "invenção". Para mais pormenores pormenores,, recomendo recomendo o livro La Bible Bible Arracbé Arracbéee aux Sables, Sables, da autoria autoria de Werner Keller, e recomendo-o tanto mais que o autor não se recusa a encarar os onze primeiros capítulos da Bíblia como matéria a ser tomada em consideração. Não estou de acordo nem com com Andrew Tomas, que considera considera os mitos idólatras equivalentes ao texto bíblico, nem com Werner Keller, que parece parece pensar pensar que que os onze primeiros primeiros capítulos capítulos da Bíblia Bíblia (os únicos únicos que me interessam) são uma mitologia supersticiosa: ambos os livros são preciosos por causa causa dos dos dados dados concre concretos tos que que nos dão. A exploração exploração do solo solo lunar lunar não tardará a marcar a nossa diferença de interpretação. Eu penso que os Celestes eram cosmonautas que encontraram a Terra destruída pelo Cataclismo do ano 21500 a. C. e que a sua partida foi marcada, cerca do ano 7000 a. C., por um Dilúvio infinitamente menos destruidor. destruidor. Num ponto é absoluta a concordância entre o texto bíblico e os seus homólogos idólatras: os deuses encontram-se desapontados e têm consciência da sua derrota. O seu Grande
Projecto parece ter sido edificar um governo mundial único, monárquico, hereditário, exercido pela raça pura dos Celestes, que se reproduzem entre irmãos e irmãs, privilégio privilégio reservado aos geneticamente puros. A partir daqui há uma divergência: os mitos idólatras afirmam que o Grande Projecto recebeu um princípio de realização e que os Celestes governaram os homens; do texto bíblico sobressai a ideia de que o governo foi exercido pelos Nefilám, Nefilám, palavra palavra que que significa significa "os "os Caídos" Caídos" e que habitu habitualmen almente te se traduz traduz por "os Gigantes". Gigantes". O sentido sentido literal literal de Caídos Caídos é mais mais coeren coerente te com o contexto, como convém a uma tradução rigorosa: os "Gerentes" são transformados em "caídos " , " desacreditados " , em relação aos Celestes , a quem a Tradição cristã denomina Anjos; estes "seres rastejantes" trazem "a luz" aos homens, tal como a Tradição cristã propõe para Lúcifer e a tradição grega para Prometeu, Prometeu, ladrão do fogo divino. Sem nos afogarmos afogarmos na teologia comparada, fixemos os dados em bruto: O Grande Projecto existia, os "Caídos" não compreenderam a sua amplitude e significado senão mais tarde, após a "queda". "queda". Tendo compreendido, compreendido, transcreveram então tudo na Tradição, que é a pedra angular sobre que se baseia o judaísmo-cris judaísmo-cristianism tianismo, o, que, que, depois depois de Moisés, Moisés, assumiu assumiu a missão missão de tentar reparar o que havia sido sido perdido. A leitura dos textos sagrados sagrados e a confrontação destes dados com os dados das ciências de hoje permitem que se faça uma ideia plausível do que teria sido a vida sobre a Terra sem o "pecado original" dos mutantes, que os Celestes destinavam a governantes de uma humanidade deixada à evolução natural, uma evolução natural em liberdade vigiada. O "pecado original" interrompeu a experiência, que já não podia ser repetida, e os Celestes arranjaram-se com o material humano de que dispunham: deixando os homens entregues a si mesmos, proibiram a entrada no Éden a todo o bípede indígena, salvo quando precisavam que lhes trouxessem carne de criação (Abel) e ervas, frutos e legumes (Caim), tal como se diz no capítulo Iv do Génesis. Mas os descendentes descendentes de Adão, apesar do incidente de passagem do sétimo "dia", continuam como gerentes-concessionários legítimos, conforme se lê na genealogia do capítulo v do Génesis. Estes Gerentes dispunham portanto de um completo arsenal de Milagres Divinos do Éden, de electricidade, aviões e realizações técnicas que encontramos infantilmente transcritas pelos primitivos maravilhados, cujas lendas contam, no passado, o que o Ocidente judaico-crist judaico-cristão ão realiza realiza hoje hoje em em dia. Chegados Chegados às às comunidad comunidades es humana humanass que a arqueologia e a etnologia nos permitem imaginar cerca do ano 8500 a. C., estes Gerentes vindos de helicópteros, comunicando entre eles por meio de emissores-receptores portáteis, fulminando animais selvagens a tiro de carabina, distribuindo víveres e vitaminas, cuidando de doentes e ensinando a agricultura -seria difícil explicar à gente primitiva que não eram autênticos deuses! Como queriam que as tribos primitivas vissem a diferença entre os Celestes vindos doutro sistema planetário, em cosmonaves, e os Gerentes vindos dos arredores arredores do Éden dentro dentro de helicópteros ? Os Gerentes, vaidosos e radiantes de orgulho, terão aceitado ser venerados como deuses, quando traziam indicação de se apresentarem sob a forma de simples concessionários? É o que sobressai do texto, e é o que a Tradição hebraica nos diz quando qualifica de idólatras as comunidades para as quais a palavra "vaidade" tem o significado de divindade. "Os deuses repartiram
entre si a Terra sem qualquer luta", diz Platão no Critias. Seriam estes deuses os Celestes que o texto da bíblia nos mostra sempre, pelo contrário, unidos e formando um bloco? mais provável que, da mesma maneira que confundem Cataclismo com Dilúvio, as lendas idólatras tenham confundido o pequeno núcleo de Celestes com a promoção dos Gerentes que beneficiava beneficiavam m da conce concessão. ssão. Se tudo tudo decorreu decorreu assim, assim, o que vem a seguir seguir torna-se coerentt Terão os Gerentes chegado ao extremo de se baterem entre si Aqui também concordam as lendas sagradas, os dados históricos e a conhecimentos que podemos possuir sobre a natureza humana: os Gerentes comportam-se como tiranos investidos de um poder demasiado grande para o seu valor moral. Discutem entre si, levam homens que lhes estão confiados para guerras guerras imbecis, imbecis, para para guerras guerras à quais as infantis infantis lendas lendas sagrad sagradas as dos idólatras denominam "Guerra de Deuses" e que o texto bíblico reduz à sua justa insignific insignificância ância o rei-agricu rei-agricultor ltor Caim Caim mata mata o rei-criado rei-criadorr Abel, Abel, de quem tem inveja "O Senhor olhou favoravelmente para Abel e para a sua oferenda e não olhou favoravelmente para Caim e passa a sua oferenda. (Génesis, ", 4 e 5.) Os Celestes dão uma ajuda, fazendo nascer um "filho de substituição" a Adão, mas já não acreditam na sua acção no nosso planeta Preparam a partida. "O Senhor viu que a malícia do homem sobre Terra era grande [. . .] e arrepende-se de ter feito o homem sobre a Terra." (Génesis, vI, 5 e 6.) Escapámos de boa: o Senhor dos Celestes acabava de decidir (Genesis, vi, 7) suprimir toda a forma de vida na Terra quando intervém Noé, que faz parte dos Gerentes e cuja geneologia nos é dada pelo capítulo v do Génesis, genealogia esta que se encontra atafulhada de símbolos em que não devemos aventurarmo-nos demasiado. E Noé encontrou graça aos olhos do do Senhor (Génesis, vI, 8). Antes de nos aventurarmos, no próximo próximo capítulo, capítulo, na história história de Noé, Noé, deitemos deitemos uma vista vista de olhos ao que que teria sido a sorte dos homens homens se . . . Não era aos "caídos "caídos em tentação " , aos homens do grupo testemunha que tem Adão por epónimo, que os Celestes contavam confiar a concessão do planeta, mas sim, evidentemente, ao "mais inteligente dos seres criados" criados" , a Lúcifer Lúcifer . Teria Lúcifer sido mais mais bem sucedido na sua gerência do planeta se, em vez de procurar brilhar diante de Adão, se tivesse calado e deixado os Celestes continuarem a sua experiência sobre si mesmo mesmo e sobre a sua linhagem? Os "Luciferianos", que não são idólatras, mas sim heréticos, sustentam esta tese. O seu principal argumento é que, logo que o tempo trouxe um perdão relativo, o Senhor dos Elohim recebeu diversas vezes em audiência Lúcifer, que viera ver o Senhor na companhia de filhos dos Elohim . . . Não, não estou a devanear, nem pouco pouco mais ou menos: menos: limito-me limito-me a resumir resumir o princípio princípio do Livro Livro de Job, que, para a Tradição Tradição hebraica, hebraica, se situa no mesmo mesmo plano plano que que o Génesis Génesis de Moisés: Moisés: "Sucedeu um dia que os filhos dos Elohim (bene ba-elohim) vieram apresentar-se perante o Adonai, e Satã veio também entre eles. " (Job, I, 6.) De comum acordo, o Senhor e Satã escolhem um para a experimentação, Job, e tudo começa assim . . . Os Luciferianos não têm razão, em primeiro lugar porque se arrogam do vencido Lúcifer -, e depois porque a História não se reconstitui com ses. ses. Mas as heresias luciferianas luciferianas são uma realidade concreta e o nazismo faz que não nos esqueçamos disso. Da imagem assim preservada preservada do Grande Grande Project Projecto, o, da vontad vontadee proclamad proclamadaa de refazer refazer a História História com ses, as heresias luciferianas extraem um alegado direito para
eliminarem as "raças" que não lhes convêm: o nazismo não tinha como único objectivo a liquidação da raça judaica. Esquece-se muitas vezes que o nazismo exterminou, proporcionalmente, mais ciganos do que judeus e que, sendo a Tradução cigana espantosamente paralela à judaica, em caso de vitória, era o cristianismo que os místicos nazis pretendiam exterminar. . . não pela morte dos cristãos, que são muito numerosos, mas substituindo a Igreja de Roma pela Igreja de Ario. Em linguagem mística, a de de certos correspondentes que me valeram os meus ensaios precedentes, o nazismo era uma heresia porque reclamava para os descendentes de Lúcifer os direitos de concessão que os Celestes lhes haviam haviam formalmente tirado. Em linguagem científica, isto quer dizer que bípedes fisicamente semelhantes à nossa imagem não têm o direito moral de experimentar sobre o homem como nós experimentamos sobre o animal, se não provarem em relação ao homem uma autoridade equivalente àquela que que em nós reconhecemos reconhecemos sobre o animal. Em linguagem sociológica, isto quer dizer que o nazismo e todas as demiurgias que pretendem modificar a natureza humana são abominações que se devem exterminar . . . mesmo se exterminando estas abominações nos arrogarmos um direito sobre a vida e sobre a morte. O direito dos Celestes para experimentarem sobre os indígenas nossos antepassados tinha fundamento? Teriam eles o direito moral de organizar a humanidade em formigueiros governados por Gerentes? Não estariam eles a ultrapassar os direitos que lhes davam o seu poder, projectando assegurar à massa dos humanos uma felicidade bovina, protegida por uma aristocracia de humanos mutados, e praticando praticando uma uma selecçã selecçãoo fundada fundada na eliminação eliminação dos dos mutante mutantess degenera degenerados? dos? Se Se o Grande Projecto dos Celestes se tivesse realizado, o leitor e eu seríamos "vitelos" felizes com o nosso destino, "vitelos" para quem a gestão dos Gerentes teria evitado toda a perspectiva de matadouro, estando os Gerentes encarregados de assegurar a felicidade do gado humano. Nem num nem noutro caso a ideia de contestar o direito dos Celestes nos apareceria; viveríamos portanto portanto no que corresp corresponde onde a um estado estado definido definido como como felicidad felicidade: e: "incapacidade de imaginar imaginar um estado mais agradável agradável " . Nada permite recusar a ideia de que os nossos astronautas poderão vir a descobrir, numa cratera lunar, uma "Arca da Aliança" que assegure aos seus detentores os meios (e o direito) de impor à humanidade uma felicidade condicionada deste género. O leitor contesta esta esta espécie de felicidade, que o revolta? Muito bem, então leva-nos a cair no Grande Debate da Sociologia dos Celestes, debate este que André Gide, -Devemos dar-nos por felizes com a nossa cegueira, cegueira, porque, vendo, não podemos podemos senão ser ser infelizes. O Senhor dos Celestes e Noé estavam de acordo: é preciso levar a massa dos homens a dar-se por feliz com a sua cegueira, a fim de a fazer saborear uma felicidade bovina. O Senhor dos Celestes e Noé estavam de acordo: a "serpente" que "abre os olhos" dos homens é um malfeitor e, no ponto em que as coisas se encontravam por altura do debate entre o Senhor dos Celestes e Noé, as as teses teses da "serpente" "serpente" triunfam triunfam no local local em que que os Celestes Celestes tencionavam instaurar uma plácida felicidade bovina instaurava-se um sistema de guerras furiosas para a conquista de uma felicidade inteiramente por definir. definir. Ali onde onde os Celestes Celestes quisera quiseram m criar vitelos, vitelos, viam-se viam-se aparece aparecer r ratos assanhados. O Senhor dos Celestes Celestes preferia destruir tudo. Noé pedia para si, produto da raça humana, uma oportunidade para vencer onde os
Celestes haviam fracassado. fracassado. E Noé encontrou encontrou graça aos olhos do Senhor. @31 HIST?RIA DE NOÉ Deixemos os ingénuos, aqueles que queriam ler o texto bíblico a um nível de escola primária, procurar no monte Ararate os restos de um enorme navio que deve ter no casco a palavra Arca e a indicação "Noé, capitão-proprietário". É preciso de tudo para fazer fazer um mundo. mundo. No texto hebreu, o único a que podemos dar fé, lemos que o Senhor dos Elohim tomou pessoalme pessoalmente nte a decisã decisãoo de dar dar uma oportunidade oportunidade a Noé. Noé. E imediatam imediatamente ente após após Noé ter ter "encontrad "encontradoo graça graça aos aos olhos olhos do Senhor", Senhor", vemos vemos os Elohim levarem levarem Noé Noé pela mão mão e darem-lhe darem-lhe em em pormenor pormenor todas todas as instruções instruções nece necessária ssáriass à construção da "arca". Não é necessário necessário saber hebreu, mas, mas, no entanto, é preciso preciso aceitar aceitar que se siga siga o texto texto original: original: fazer a exegese exegese do do texto bíblico numa tradução tradução é o mesmo mesmo que discutir discutir as nuance nuancess de Shake Shakespea speare re numa numa tradução universitária francesa ou procurar encontrar subtilezas da civilização francesa do século xvII através de Racine traduzido em japonês. Eis muito simplesmente o que o texto hebreu diz: os Celestes continuam unânimes, os Elohim tinHA sonhado destruir tudo na Terra, mas os Elohim AJUDOU NOé, a partir do momento em que Noé encontrou graça aos olhos do Senhor. Quando à "arca" . . . No texto hebreu, aquilo que Noé construiu sob a supervisão dos Elohim foi um tebah. Um tebah é um "recipiente": Moisés foi encontrado ainda criança flutuando no Nilo dentro de um tebah. A mesma palavra, numa língua com um vocabulário tão diferenciado, para designar aquilo que as Bíblias traduzidas designam por "berço", quando se trata de Moisés, e por "enorme navio", quando se trata de Noé, que não esqueceu hipopótamos nem elefantes? Na verdade, deixemos os ingénuos andarem à procura de um grande barco no cimo do monte Ararate . . . tanto mais que continuamos dentro do espírito da língua hebraica se denominarmos tebah uma cápsula Apolo. Se o texto bíblico possui um um sentido racional, Noé não fez entrar no seu tebah um casal de elefantes, duas pulgas e um rato branco macho e outro fêmea; meteu lá dentro sim aquilo que a Epopeia de GilgamesH chama as "sementes da vida" . Noé meteu muitas outras coisas lá dentro: tudo aquilo que sabemos acerca da estada dos Celestes, todos os conhecimentos legados por eles e mantidos até nós, tudo isso foi conservado por Noé no seu tebah. tebah. Noé é o nosso único ponto de contacto contacto com os Celestes depois depois do " Dilúvio " . As pesquisas de Sir Leonardo Woolley em Ur (cidade caldeia de que Abraão era originário) revelaram, a uma profundidade correspondente ao sétimo " dia " , uma camada de aluviões com a espessura de três metros, trazidos por uma inundação cuja importância justifica que as populações da Mesopotâmia tenham guardado a recordação de um " dilúvio " . Sabemos igualmente que noutras regiões da bacia do Mediterrâneo foram encontrados vestígios de um "dilúvio" comparável. Eis como se prova a materialidade materialidade de tal dilúvio. E a explosão atómica de Sodoma e Gomorra, que certos amadores de mistérios gostam muito de ligar ao Dilúvio? Se lessem um pouco mais atentamente a Bíblia verificariam que o caso de Sodoma e Gomorra se situa bastante mais
tarde, já nos tempos históricos, e em vida de Abraão, que nasceu cerca do ano 2000 a. C. C. Mas o texto bíblico diz-nos que os Celestes viviam no no Éden, de que nenhum vestígio subsiste, salvo no mito da Atlântida, mito tenaz e perfeitamente compatível com a descrição do Éden, cuja destruição lembra a de uma super-Hiroxima e que se situaria num local onde hoje só existe areia . . . no mesmo local em que os arqueólogos estão a descobrir os vestígios de um maremoto maremoto fabuloso. Aceitando como hipótese hipótese de trabalho a explicação atrás formulada, descobrimos na continuação do texto bíblico tal coerência que a hipótese de trabalho tende a tomar a proporção de uma hipótese completa; mas não não vamos tão depressa. depressa. Quando Noé, trabalhando trabalhando sob a supervisão dos Celestes, acabou a construção do seu tebah, em que reencontraria todo o material necessário para tentar, através da sua descendência, ganhar a aposta, pôr-se a salvo do Dilúvio e esperou que a situação voltasse ao normal. Então, Noé saiu para o ar livre e, com a ajuda dos seus três filhos, atirou-se ao trabalho -que sabia iria prolongar-se por vários vários milénios milénios,, até ao ao Aquário Aquário da Idade de Oiro Oiro da Tradição Tradição -, ao trabalho destinado a levar a sua descendência a igualar-se aos Celestes, apesar da partida dos Celestes. E chegamos ao ponto: quando os homens se instalarem na Lua, Noé ganhará a sua aposta. @32 HIST?RIA DE NOÉ, DO ARCO E DOS ARCHEIROS O tebah foi construído por Noé sob a supervisão dos Elohim; uma vez terminado o tebah, o Senhor dos Celestes, o Adonai, reaparece no texto, dá as últimas instruções e verifica (Génesis, vII, 16) que Noé seguiu as instruções dos Elohim com comoo devia ser. É o Adonai quem quem pessoalmente "fecha a porta do tebah" (vII,17). Francamente, a menos menos que se esteja esteja resolvido a tomar desejos por realidades, não se podem seguir os exegetas cristãos, para os quais quais " Elohim" Elohim",, "Adonai", "Adonai", "Iavé", "Iavé", "Shadda "Shaddai", i", e outros outros nomes nomes divinos, são estritamente sinónimos e designam indiferentemente o mesmo Deus . . . ou então esse Deus é uma espécie de Zeus, belo barbudo que fecundou uma virgem de sangue real chamada Sémele e teve dela um filho que se chamou Dioniso Dioniso e foi evangelizador dos ïndios. Será que tomo os meus desejos por realidades quando proponho uma leitura do texto bíblico como relatório da partida dos cosmonautas, que deixam o seu legado ao Gerente de confiança? Isso sabê-lo-emos de certeza quando a Lua for explorada. Continuemos a ler, entretanto. "No ano 601, no primeiro mês, no primeiro dia do mês, aconteceu que as águas haviam secado secado ao cimo da Terra. No segundo mês, no 27.o dia do mês, a Terra encontrava-se seca. Os Elohim falaram a Noé, dizendo-lhe: "Sai do tebah..."v Génes-is, vii,13 a 15 Os astronautas da cápsula Apolo obedecem às ordens que lhes são enviadas da Terra pelos cientistas que conceberam os programas de que os astronautas são executantes. Na descrição bíblica, os papéis encontram-se invertidos: os cientistas que conceberam o "programa tebah" vogam em pleno céu, abandonando a Terra; Noé é o
executante que ficou entre nós. A comunicação entre os Elohim e Noé nada tem de mais miraculoso que os contactos por rádio e televisão entre o Cabo Kennedy e a cápsula Apolo . . . desde que se entre no nosso tempo e se esqueçam os séculos em que falar à distância ("telefonar") passava por milagre divino. As lendas idólatras formigam formigam de adjectivos adjectivos e de explicações fantasiosas; o texto bíblico relata a partida dos Celestes e as suas relações com Noé num estilo directo. Vamos ler exactamente o que está escrito no texto. Assim que os Elohim Elohim lhe dão ordem, Noé sai do tebah e constrói um "altar", um "altar" donde "um odor apaziguante sobe às narinas do Senhor dos Celestes " . O leitor não é obrigado a seguir-me quando eu me ponho na pele pele de Noé e penso, penso, uma vez lá lá dentro, dentro, que que a primeira primeira coisa que tenho a fazer ao sair do tebah é montar um receptor-emissor poderoso para poder poder continuar continuar a captar captar as instruçõe instruçõess do Senhor Senhor.. Que Querr o leitor leitor me siga siga ou não, Noé começa a receber instruções desde o capítulo Ix do Génesis. No capítulo Ix, aprende a existência da "Arca da Aliança". Uma explicação: a "arca" de Noé é um tebah, exactamente como o "berço" de Moisés. O "arco no céu" é um kesheth, um arco: mais precisamente, o arco dos archeiros. Traduzir kesheth por "arco-íris" é de rir à gargalhada. Primeiro, em linguística pura: quando Ezequiel quer falar de um arco-iris é com muito cuidado que o precisa: "Como a visão do kesheth que se forma na nuvem durante um dia de chuva, tal era a visão da claridade que nos rodeava." (Ezequiel I, 28.) E seguidamente em lógica simples: na passagem em que os deuses dizem a Noé que, "assim que o arco aparecer no céu e houver nuvens por cima cima da Terra " , recordar-s recordar-se-ão e-ão da da aliança aliança com com os homens. homens. Será uma liberdade poética? Será o texto bíblico obra de poetas que dizem qualquer coisa contanto que seja bonita? Mas que sabemos nós disso? disso? Eu, por mim, continuo a saber uma única coisa: quando se pede ao texto bíblico para nos dizer aquilo que ele na realidade diz, ele oferece-nos uma descrição coerente com os dados científicos modernos. Certo número destes dados (que apresentei no livro Lß Lune, Clé de la Bible e também em Nous Auires, Gens du Moyen Åge) incitam a pensar que a Arca da Aliança é, simbolicamente, um "arco " , um mecanismo propulsor como o são as torres de lançamento de cabo Kennedy, e que este "arco" se encontra na Lua, numa cratera transformada e coberta por um tecto móvel, fechado. Excelentes cientistas disseram -e escreveram que a hipótese é "conjectural" mas nada absurda. Excelentes teólogos têm também a mesma opinião. De um longínquo sistema planetário, astrónomos podem ver por meio de um telescópio a Terra gravitando à volta do Sol? Sim, se dispuserem de um observatório instalado no vácuo, análogo ao que os nossos astrónomos esperam edificar numa cratera lunar. Poderão ver desse observatório a Lua em órbita à volta da Terra? Não, excepto quando, estando a Terra envolvida por nuvens brancas, a Lua aparecer como um ponto cinzento-sujo, no limite do poder separador de um telescópio de primeira primeira ordem. ordem. Se é assim assim tão tão evidente evidente como eu digo, digo, porque porque será será que as Bíblias usuais traduzem kesheth por "arco-íris"? Foi o que eu, com toda a simplicidade, perguntei às pessoas competentes; obtive sempre a mesma resposta: "Porque seria absurdo imaginar Deus deixando um arco de lançar flechas no céu . Porque não uma metralhadora ! ? " Voltamos sempre ao mesmo ponto: se Elohim designa Deus, o texto bíblico é uma mistura de sobrenatural e de poesia, e procurar nele alguma lógica é tão inútil como
procurar procurar nas nas nuvens nuvens uma balestra balestra divina. divina. Mas, Mas, se Elohim designa designa cosmonautas, encontramo-nos perante um texto lógico, coerente e perfeitament perfeitamentee compatíve compatívell com os dados dados racionai racionaiss da nossa nossa época época de astronautas . . . astronautas ateus ateus ou crentes. O arco e o archeiro archeiro ocupam um lugar preponderante na Tradição. Em hebreu a palavra "archeiro" significa, simultaneamente, Sábio e Cavaleiro Armado. No Mito chinês, o imperador Yao deu o título de "archeiro divino" a um homem que passava por ter montado num pássaro celeste e ter atingido uma tal altitude que (como os nossos astronautas) não conseguia ver nem o nascer nem o pôr do Sol. Não se trata de uma habilidade à Guilherme Tell a deste "archeiro divino" dos Chineses, que é um "archeiro divino", porque passava por ter montado num pássaro pássaro celeste. celeste. E não esqueç esqueçamos amos que que a constelaçã constelaçãoo do centro centro da da Galáxia Galáxia tem o nome de Archeiro-Sagitário. Menos ainda podemos esquecer que, a menos que já dispusessem de telescópios, os homens da Antiguidade não podiam determinar que a constelação do Archeiro se encontra no centro de uma Galáxia que nem sequer poderiam saber se teria centro. . . e que, para saber que a partir de certa altitude já não se vê o nascer nem o pôr do Sol, é preciso ter subido numa nave espacial ou saber de astronomia tanto como Kepler. @33 NOÉ E OS SEUS "DOIS" FILHOS Claro que nem toda a vida foi destruída pelo Dilúvio quando, ao deixarem o planeta, planeta, os Celestes Celestes destruíra destruíram m o Éden, Éden, as as suas suas dependê dependências, ncias, as suas suas centrais nucleares e outras instalações, que seria imprudente deixar à disposição de povos primitivos, de quem o Senhor dos Celestes dissera: "O objectivo dos pensamentos do seu coração é sempre o mal. v (Génesis, v I, 5 .) O Dilúvio foi certamente bastante espectacular: não ficou pedra sobre pedra no Éden, Éden, e nas zonas zonas vizinhas vizinhas houve houve prejuízos prejuízos enormes, enormes, embora embora mais longe nada de grave se tivesse passado passado . Seria absurdo pretender que a vida desapareceu por completo em todo o planeta, embora sobre este ponto, pela primeira primeira vez, eu eu seja obrigado obrigado a não não seguir seguir à letra o texto bíblico. bíblico. Não gosto gosto muito, muito, mas mas sou sou obrigado obrigado a interpretar: interpretar: quando quando o fim do capítulo capítulo vII do Génesis diz que "toda a carne expirou sobre a Terra, sinto-me obrigado a dizer para comigo mesmo que esta expressão "toda a carne" não tem sentido mais sério que a expressão "toda a gente" no valor que damos a esta fórmula para designar "todas as pessoas que conheço " . No conjunto do texto bíblico, e já nos encontramos no final do capítulo vII de um Génesis que dá somente nove capítulos para a vinda, estada e partida dos Celestes, é a única vez em que eu apanho o narrador em flagrante delito de exagero verbal e hiperbolismo literário. Seria absurdo pretender pretender que a vida desapareceu no planeta inteiro, já que os etnólogos, os arqueólogos, os zoólogos e os botânicos possuem mil e uma provas do contrário. O Cataclismo do ano 21500 a.C. teria feito desaparecer quase toda a vida durante alguns séculos? É possível, mas os mais sérios métodos de datação não podem, para um passado tão longínquo, confirmar ou desmentir uma solução de continuidade da ordem de seis a oito séculos. Mas os métodos de
pesquisa pesquisa num num passado passado que não não ultrapasse ultrapasse dez milénios milénios excluem excluem toda toda a hipótese de um Dilúvio Dilúvio que não seja estritamente localizado . Dito isto, existe um pormenor que não pode ser negligenciado: o Mito de todas as Primeiras Civilizações conserva, por volta do ano 4500 a.C., na alvorada dos tempos históricos, a recordação de um Dilúvio, mesmo nas regiões em que a arqueologia não consegue encontrar qualquer vestígio; e sob as diversas denominações que lhe são dadas pelas efabulações idólatras, é sempre Noé quem acabamos por reconhecer, Noé sobrevivendo graças à ajuda benevole benevolente nte dos Celestes. Celestes. Porquê Porquê então então tratar como "idólatras" "idólatras" as outras linhagens e considerar que a Tradição judaico-cristã é a única com força de autoridade ? Pela razão simples de que uma árvore tem tem de ser julgada pelos seus frutos . Os Celestes do Mito Mito comum a todas as Primeiras Civilizações passam passam por por ter possuíd possuído, o, num num dedal, dedal, energia energia capaz capaz de de deslocar deslocar monta montanhas; nhas; a sua voz podia atravessar os mares; tinham armas que cuspiam fogo; tinham máquinas voadoras; a Lua funcionava para eles como um arrabalde da grande cidade. Mas uma só só categoria de homens homens tomou isto à letra, uma só teve a virtude de realizar isso: aquela em que o homem que assinou a aliança com os Celestes se chama Noé e em que maldito, sete vezes maldito, é aquele que mude o que quer que seja ao texto sagrado da Tradição transmitida por Noé. As outras linhagens, as que reclamavam possuir o mesmo ensinamento revelado mas que, para escorar os seus títulos sobre a hereditariedade, só têm belas histórias de tapetes-voadores e de transmissões telepáticas do pensamento, encontram-se na situação do cavalo que tomou a partida mas, pobre diabo, diabo, não teve sorte sorte e falhou logo à primeira primeira volta. volta. Dedique Dediquemos-lhe mos-lhess um minuto de pesar e fiquemos pela linhagem que, partindo de Noé, haveria de chegar à Lua. O capítulo Ix do Génesis começa com os encorajamentos encorajamentos que os Celestes dirigiram a Noé e a seus filhos: "Frutificai e multiplicai-vos, enchei a Terra, o receio e o pavor que inspirardes impor-se-á a todos os animais da Terra e a todas as aves dos céus ! " O receio e o pavor que inspirardes. . . se isto não são os encorajamentos que os cosmonautas que se vão embora, porque já não têm esperança alguma, dirigem aos que ficam na Terra a testemunhar uma última esperança, é, em qualquer caso, bem imitado. E isto está escrito com todas as letras, mesmo nas Bíblias mal traduzidas: Este capítulo Ix, que começa por aconselhar Noé e os seus filhos a inspirarem o receio, continua com a promessa de uma "Arca da Aliança" no céu e acaba na cena em que Noé se embriaga ao ponto de começar a passear todo nu. Por que é que um texto sagrado insiste tanto em atribuir a Noé uma figura pouco prestigiosa como salvador da humanidade? Será para conduzir a uma interpretação idêntica à que proponho, para melhor compreendermos a desmoralização que começa a atacar Noé, sozinho com os três filhos perante a impossível aposta de levar o homem a emendar-se, a obedecer a um plano escalonado para milénios, sem outros guias além dos descendentes de Noé, a fim de encontrar, um dia, "no céu", a "Arca da Aliança"? Aliança"? Aqui também, se não se trata do que digo, não sei o que que é que se pretenderá pretenderá dizer! O simbolismo zodiacal, esse, está respeitado de um modo que não dá lugar a qualquer dúvida: o sétimo "dia" o do "repouso dos Celestes", está concluído, entramos agora no oitavo "dia", aquele em que o sol do equinócio se levantará, durante 2160 anos, nos Gémeos. O texto não atribui portanto dois filhos a Noé, o que poderia passar por uma coincidência fortuita;
atribui-lhe três, dos quais um é imediatamente "deduzido" devido a um pecado pecado venial, venial, o peca pecado do de ter olhado olhado para para a nudez nudez de seu seu pai. Esta maneira de pensar parece, à primeira vista, ser a complicação pela complicação; mas, de facto, possuímos aqui um esboço do modo de pensar próprio da "descend "descendência ência de Noé", Noé", do raciocínio raciocínio "cabalist "cabalista", a", de que provém provém o Método de Descartes, que distingue os judaico-cristãos do resto da humanidade (à qual "inspiram o pavor" prometido). Eis portanto uma amostra deste método. Se eu escrevo que "João tem dois filhos, Pedro e Paulo", a dúvida cartesiana acusará de impreciso esta informação; eu não disse se João tem ou não uma ninhada de filhos para além do Pedro e do Paulo. Se eu escrever que "João só tem dois filhos, Pedro e Paulo", é já melhor, mas a palavra palavra "só" arrisca-se arrisca-se a ser ser esquec esquecida ida por um copista copista e voltaríam voltaríamos os ao problema problema precede precedente. nte. Mas Mas se eu escrev escrever er que "João tinha três três filhos, filhos, Sem, Sem, Cham e Japhet, dos quais um, Cham, foi escorraçado", transmito a totalidade da mensagem: 1.o não subsiste qualquer dúvida quanto ao número de filhos "activamente herdeiros"; 2.o o recurso (flagrante) a um código para indicar que os herdeiros activos são dois, e somente dois, chama a atenção para a importância do facto de que eles são dois; 3.o a importância dada ao facto de que os filhos de Noé são "dois", na altura da entrada nos Gémeos, marca o elo entre a Tradição bíblica e o simbolismo zodiacal. zodiacal. æs pessoas que duvidassem do realismo de tal modo de raciocínio dentro da Tradição da nossa linhagem, ou que se recusassem a admitir que legisladores sérios pudessem pudessem transmitir transmitir neste neste código código informaç informações ões importa importantes ntes para para uma uma linhagem linhagem eleita para produzir a civilização que viria a atingir a Lua, eu pedira que me explicassem de modo coerente a história de Judas, seguindo outro método de raciocínio. A narrativa mais circunstanciada circunstanciada da história de Judas encontra-se no capítulo xIII do Evangelho segundo São João: Jesus sabia que o Pai pusera tudo entre as suas mãos. Conhecia aquele que o iria entregar mas sabia que a Escritura tinha de se cumprir. Ao discípulo que lhe perguntou perguntou quem quem o iria entrega entregar, r, Jesus Jesus responde respondeu: u: "É aquele aquele a quem quem eu darei o bocado molhado. E, tendo molhado o bocado, deu-o a Judas, filho de Simão. Assim que o bocado foi dado, Satã entrou em Judas. Jesus disse-lhe: " Aquilo que fazes, fá-lo rápido. " Mas nenhum dos que se encontravam à mesa compreendeu por que que é que Jesus Jesus dissera aquilo. Judas era o apóstolo apóstolo a "deduzir" aos doze, a fim de que ficassem somente onze para a entrada nos Peixes, décimo primeiro "dia" do simbolismo simbolismo zodiacal. Em verdade vos digo ... @34 A DûVIDA CARTESIANA DOS HERDEIROS DE NOÉ "Toda a Terra possuía uma só língua e um só falar." Génesis, xi,1 Os Celestes partiram depois de terem destruído as suas instalações terrestres e legado a Noé o ensinamento revelado e um mínimo de material. Terão ido civilizar qualquer outro sistema planetário? Isto está quase posto de parte: parte: tal tal expedição expedição só se pode conceber conceber supond supondoo um planeta planeta inteiro chegado ao estado da cosmonáutica, existindo uma infra-estrutura
que possa destacar um pessoal de "rastejantes" da ordem das centenas ou milhares para o lançamento de cada cosmonave de trinta futuros colonizadores. Fobos e Deimos, Deimos, as luas de Marte Marte em que eu julguei julguei ver as imensas cosmonaves sem as quais (a minha imaginação é talvez curta) não consigo imaginar três dezenas de cosmonautas tomando conta de um milhão de indígenas primitivos, permanecem permanecem aliás na órbita de Marte . Terão os nossos Celestes construído um "pequeno" barco cósmico suficiente para os levar para um sistema em que a colonização tivesse tido melhores resultados, para perto de congéneres cujos antepassados teriam partido de Théos ao mesmo tempo que os antepassados dos cosmonautas vindos para a Terra? Penso que sim; várias passagens de Platão e diversas lendas levam-me a pensar que sim, mas, se este livro não fosse O Romance da Bíblia, não me teria permitido sugerir semelhante coisa, porque não posso propor o menor texto sólido para apoiar esta especulação. especulação. Por outro lado, o facto de a promessa promessa de um "arco "arco da da Aliança Aliança no céu" não ter ter sido feita feita senão senão após após a partida dos Celest Celestes es não contribuiu contribuiu pouco pouco para me fazer fazer pensar pensar que que esta esta "Arca" se encontra na Lua. Lua. A cronologia do texto bíblico é: é: os Celestes decidem destruir tudo na Terra (e deixá-la, portanto); depois, Noé "encontra graça" aos olhos deles. Eles ajudam-no a construir o seu tebah e a meter lá dentro o material, documentação e sementes de vida; depois o Senhor fecha pessoalmente a porta do exterior do tebah e os Celestes vão-se embora, desencadeando o Dilúvio por intermédio de qualquer dispositivo ao retardador. E é somente quando quando os efeitos do Dilúvio se dissipam dissipam que Noé sai para o ar livre e recebe a promesssa específica de um arco, mecanismo de propulsão, da Aliança. Evidentemente que eu não sei se isso indica que, bem sucedida a partida dos Celestes, comandada do interior da sua cosmonave, ficaria em bom estado o "arco"-rampa de lançamento, na Lua. Mas, com o que acabei por conhecer do estilo do texto bíblico, posso dizer que, se fosse isso o que queriam indicar, seria nesses termos que o texto bíblico o teria teria indicado. indicado. Esta é uma das das razões razões para a aposta aposta que que fiz em em relação à Lua. No seguimento seguimento do texto bíblico, Noé, os filhos Abraão, Abraão, Moisés e os profetas, até mesmo nos tempos históricos, referirão constantemente informações que que receberam dos Celestes. Celestes. A própria razão por que me parece ter como provável a estada dos Celestes na Terra em milénios longínquos faz-me ter como infinitamente provável o seu regresso, postas de lado todas as considerações acerca da provável impossibilidade de cosmonautas irem e virem de um sistema planetário para outro como os aviadores vão de Paris para Nova Iorque. Da alegada estada dos "meus" Celestes restam presunções tais como os conhecimentos da Antiguidade, que só essa hipótese permite explicar. Se um ou dois Celestes tivessem entretanto vindo, sobretudo durante os tempos históricos, o peso da sua intervenção nas questões humanas teria sido tal que ninguém poderia pôr em dúvida a sua realidade e a sua vinda: se (por um impossível) existissem seres pensantes em Vénus, neste momento, antes mesmo de o homem aí ter t er chegado, já eles não não duvidavam da realidade realidade dos homens. Por razões da mesma ordem, é de excluir a ideia de conversas por rádio entre os profetas hebreus dos tempos históricos e os Celestes, que lhes davam conselhos: se eu recebesse instruções de um sistema planetário de tal modo avançado em relação a nós, teria aproveitado a meu belo prazer estas altas relações para
me informar, arranjar alguns brevets de propulsores com um avanço de duzentos anos sobre Saturno e todos se colocariam de joelhos antes de me dirigirem respeitosamente a palavra. Moisés teria feito outro tanto e evitaria muitas dificuldades. Mas, por outro lado, é seriamente seriamente possível que, interpretando o melhor que podiam os documentos incluídos na herança deixada por Noé, os profetas tenham pretendido marcar a diferença entre as suas ideias pessoais e tal ou tal dado "revelado por tal ou tal Elohim", escrevendo "os Elohim disseram-me que . . . " , exactamente como eu escrevo que "o texto bíblico diz-me que . . . ". Mas voltemos voltemos a Noé. 1 Os Celestes foram-se embora, a Terra pertence a partir de agora aos homens, a quem Noé deverá dar uma descendência de reis-sacerdotes reis- sacerdotes capazes de interpretar os textos deixados pelos Celestes e de "inspirar o temor a todos os animais" . . . quer dizer, também às comunidades humanas, algumas das quais, neste oitavo "dia" dos Gémeos (desde o ano 6690 ao ano 45 30 a. C.), ainda não conhecem a agricultura nem a criação de gado e ainda mal saíram da animalidade. Noé e os filhos falam evidentemente a mesma língua, a língua dos Celestes. Conforme as instruções dos Celestes, partem para estabelecer a sua realeza sobre comunidades humanas primitivas, que evidentemente aceitam com alegria os reis-sacerdotes, que trazem consigo um estendal espantoso de Magia e de Milagres: lanternas de bolso, para darmos o exemplo mais simples. simples. Mas os filhos de Noé Noé multiplicam-se, os homens são são já vários vários milhões milhões por por volta volta do ano 6500 6500 a.C. (eram (eram provave provavelmente lmente um milhão milhão no ano 22 000 a. C. e serão duzentos milhões pela altura da vinda de Cristo). Os "deuses" que, segundo Platão, "dividiram entre si a Terra sem disputas" eram muito provavelmente os Gerentes do sétimo "dia"; em certos casos, pelo menos, é possível que estes "deuses" tenham sido nem mais nem menos que os filhos de Noé: bastantes indícios parecem com efeito situar num passado relativamente próximo, posterior à entrada do sol equinocial nos Gémeos (ano de 6690 a. C.), as bifurcações entre as lendas chinesas, tibetanas, indianas, mesopotâmicas mesopotâmicas e mesmo mediterrânicas. Quando os filhos e os netos de Noé se dispersam na bacia do Mediterrâneo e na Mesopotâmia, regiões próximas do Éden dos Celestes, nenhum problema de autoridade aparece durante várias gerações: os Celestes são conhecidos de todas as comunidades; os filhos de Noé são conhecidos também e a sua investidura é um facto patente. Estamos perante o delinear das Primeiras Civilizações. Assim que os colonizadores colonizadores se separem, separem, é provável que a situação se complique: as comunidades demasiado distantes do Éden agora destruído estarão seguras da realidade concreta dos Celestes? Será sem dúvida necessário começar por demonstrar, com grande quantidade de lanternas de bolso e magnetofones, a superioridade dos filhos de Noé sobre os feiticeiros locais. Convencidos os feiticeiros, os filhos de Noé têm ainda de impor-se, e as superstições têm uma vida vida difícil . Os descendentes de Noé dominaram certamente uma parte das comunidades humanas, portanto; e a não poucas delas inspiraram "o pavor". Mas não podiam impedir que subsistissem comunidades que se recusavam a acreditar nos Celestes de Noé, continuando a preferir os seus próprios feiticeiros. Os séculos passam. passam. Teremos a partir de agora agora de começar começar a contar o tempo em séculos e não em milénios: os Celestes que possuíam a eternidade partiram partiram há já muito tempo. tempo. Para os os homens, homens, um século século já é demais. demais. Para
Noé e para os seus filhos, que haviam tido contacto directo com os Celestes, a realidade concreta destes era um dado da experiência. Para os seus bisnetos, era somente uma certeza. Para os bisnetos dos seus bisnetos, a realidade dos Celestes não era mais que uma questão de fé-tudo isto está na lógica das coisas: "A parcela divina diminui com a sua frequente mistura com o elemento humano", escrevia Platão. Alguns séculos mais e os descendentes descendentes de Noé começarão a ter dúvidas. As dúvidas (como muito bem disse Peter Ustinov) são o que une o homem os homens só se batem pelas suas certezas certezas . A partir da altura em que os reis-sacerdotes, herdeiros de Noé, tiveram as primeiras dúvidas, a herança estava virtualmente perdida: em vez de continuarem a chamar idólatras idólatras aos feiticeiros das tribos vizinhas e de lhes fazer a guerra, os herdeiros de Noé puser puseram-se am-se a discutir discutir amigave amigavelmente lmente com eles. eles. E é eviden evidente te que os herdeiros de Noé estavam pouco preparados para tais conciliábulos ecuménicos: ouçamos, na pele de um primitivo, os argumentos invocados. Os feiticeiros explicam que o Sol é deus e a Lua deusa ; dos amores divinos nasce o Raio . . . é claro e sugestivo. Em face desta metafísica evidente, os herdeiros de Noé falam que pode enviar uma caixa com homens lá dentro para mais longe que o Sol. Um primitivo não acreditará numa só palavra desta história. Rir-se-á e desafiará os herdeiros de Noé: Noé: -Se existe na Lua um arco que pode enviar homens para o Sol, por que é que não constroem um arco na Terra, um arco grande como uma casa, que vos envie para a Lua, Então, porque eles duvidavam, os reis-sacerdotes descendentes de Noé aceitaram o desafio. O arco de lançamento, o arco que os colocariam na Lua, iria ser instalado numa torre, numa torre "cuja cabeça esteja nos céus " . EU COMPREENDO MUITO BEM OS HERDEIROS IMPRUDENTES DE NOÉ, PORQUE, COMO ELES, JOGO TUDO OU NADA NA MINHA CERTEZA, PORQUE, COMO ELES, DUVIDO. MAS TENHO DúVIDAS ACERCA DA REALIDADE REALIDADE DO "ARCO", QUE, PARA OS HERDEIROS DE NOÉ, CONSTITUïA A CERTEZA QUE JUSTIFICAVA O RISCO DE CONSTRUIR A TORRE. A MINHA CERTEZA É COMPLEMENTAR: EU SEI QUE TODO O SOLO LUNAR PODERå SER EXPLORADO DENTRO EM BREVE. Aceito portanto o desafio. A "Arca" espera por nós numa cratera adaptada. adaptada. O Orbiier II trouxe do Mar da Tranquilidade fotografias que revelam depressões escuras muito curiosas, indicando a existência de "agulhas" com sombras de bordos rectilíneos cujo comprimento chega a atingir vinte e dois metros e meio. O comentário da NASA NASA para esta fotografia foi o seguinte: "Os cientistas acham estas sombras uma das coisas mais estranhas que foram fotografadas sobre a superfície da Lua, mas têm a impressão (they feel that) de que as protuberâncias que projectam estas sombras são
fenómenos naturais da Lua." Têm ideia que sim, mas não possuem a certeza. @35 A TORRE DE CABEÇA NOS CÉUS "Os homens partiram do Oriente, reencontraram uma planície no país de Shinear e disseram: Construamos uma torre cuja cabeça esteja nos céus!... Génesis, xi, 2 a 4 Para chegar à planície de Shinear (Babilónia) vindo do oriente, é preciso atravessar-se os montes do Farsistão ou os montes do Curdistão, voltando-se as costas ao Hindu Kouch, com o seu pico de 5466 metros; a norte desta linha encontra-se o monte Elbrus, com o seu pico de 5671 metros; a sul da linha estendem-se montanhas montanhas e cumeadas cumeadas de 2000 a 4000 metros. Ultrapassar montanhas, contornar montanhas a norte, contornar montanhas a sul, atravessar uma cadeia montanhosa e esperar encontrar uma PLANïCIE para nela construir uma torre cuja cabeça cabeça ESTEJA NOS CÉUS? A intenção de coroar coroar a torre com um mecanismo propulsor não poderia ter sido indicada de modo mais evidente. Dando-se o caso de que isto se situe nos tempos pré-históricos, em que o único mecanismo propulsor conhecido era o do arco, a torre não poderia poderia ter sido sido conceb concebida ida senão senão como como uma uma espécie espécie de plinto, plinto, antepas antepassado sado dinossáurico da balestra. O texto bíblico nada diz acerca da altura a atingir "nos céus", nesses céus em que se encontra a "Arca da Aliança". No entanto a altura é referida com bastante precisão nos textos índios, em que a torre tem o nome de "montanha Merou" e deveria atingir 84000 yodchana, "o que é suficiente para mostrar que se tratava de um mito " , comentava Karl Keppen, que no século xIx era um dos mais reputados especialistas destes mitos. No século passado, a ideia de atingir 84000 yodchana era com efeito suficientemente irrealizável para parecer mítica, porque tal altitude equivale a atingir a órbita da Lua. Lua. Podemos então dizer dizer que se tratava de uma brincadeira, que os homens não sabiam o que faziam tentando chegar à órbita da Lua? Nem isso, já que o texto bíblico comenta o aacontecimento contecimento tal como só o podem comentar autores para quem a astronáutica não é qualquer Milagre Sobrenatural Apanágio Divino, mas sim uma realidade concreta e concebível à escala humana: Se os filhos dos homens começam a fazer isso, nada daqui para a frente lhes será impossivel naquilo que quiserem fazer. É esta a frase que o Génesis (xI, 6) coloca na boca do Senhor dos Celestes. O texto bíblico acrescenta que o Senhor desceu e confundiu a linguagem dos homens. Um Celeste veio à Terra a fim de impedir os homens de atingirem os céus, É perfeitamente claro que nem uma balestra grosseira como um dinossauro, nem qualquer mecanismo propulsor construído pelos homens homens da Pré-História Pré-História teria teria a mínima mínima sombra sombra de probabilid probabilidade ade de de vencer a atracção terrestre. Mesmo se os Celestes vigiassem de longe os actos dos homens; mesmo se (por um impossível) fosse concebível uma cosmonáutica que lhes permitisse dar um salto à Terra como quem vai fazer um negócio a Calcutá no mesmo dia; mesmo se tudo aquilo que quiserem, nenhum Celeste tinha necessidade de se deslocar. Está na ordem natural das coisas que os primitivos, mesmos sustentados pela maior das certezas, não
podiam podiam sequer sequer tentar tentar construir construir uma torre torre que que atingisse atingisse a órbita lunar sem caírem nas consequências descritas na Bíblia: de derrota em derrota, os construtores limpam-se de responsabilidades e comentam e recomentam os Livros Sagrados, acabando por não se entender e dispersarem-se na mais terrível das "confusões de linguagens linguagens " . Querer atingir a Lua nos te tempos mpos pré-históricos pré-históricos era segurame seguramente nte uma ambição ambição desmed desmedida ida e prema prematura tura para para os homens. "Nunca tentes nada de prematuro" é um dos primeiros preceitos da Tradição. "Tudo neste mundo está sujeito à Lei revelada pelos Elohim" é também um dos preceitos da Tradição. O senhor dos Celestes Celestes teria dito que "confundiria a linguagem dos homens se eles tentassem atingir a Lua antes do fim dos tempos " ? Evidentemente que " disse disse " . Exactamente como como Carnot " disse " e até "repetiu" que o seu Segundo Princípio "confundirá a linguagem dos homens que tentarem construir o movimento perpétuo " . Descanes fala a linguagem da razão embora já tenha morrido há uns tempos. Para ouvirmos o que os Celestes nos dizem do texto bíblico, basta tolerar ao texto bíblico a facilidade de estilo de Littré, que não hesitava em escrever: "Montaigne diz que (. . .)" Os Celestes que deixaram o seu ensinamento a Noé morreram há já vários milénios. Penso que os seus descendentes vivem em qualquer sistema planetário vizinho. Sei que não estão para ter o trabalho de virem à Terra para que eu "oiça" o que nos "dizem" os avós deles, que eram os "deuses" "deuses" dos nossos. Há de qualquer modo uma acusação a fazer à Bíblia: por que usará uma linguagem de tal modo obscura? Seria com efeito uma acusação acusação séria se a linguagem da Bíblia tivesse sido obscura para aqueles a quem se dirigia . . : a quem se dirige ainda hoje. -O senhor também não não compreende chinês, chinês, ora o chinês é compreendido por setecentos milhões de homens-dizia Picasso a um indivíduo que acusava a sua pintura de usar uma linguagem que lhe era obscura. As esculturas das catedrais góticas só podem hoje ser "lidas" por especialistas; na idade Média, os cristãos, que necessariamente não sabiam ler francês, liam, no entanto, o simbolismo das catedrais como num livro aberto. Quem é que ainda sabe ler a Bíblia? Sem mesmo mesmo falar daqueles que pretendem pretendem saber saber lê-la, não não são são poucas poucas as as pessoas pessoas que a lêem e verificam verificam que, efectivamente, a partir da imprudente tentativa dos descendentes de Noé para para atingire atingirem m a Lua, Lua, as língua línguass humanas humanas ficaram ficaram confundid confundidas as até Abraão, uma espécie de beduíno nascido em Ur, que pretendia ter reencontrado "o verdadeiro sentido" das "verdadeiras palavras" de Noé e que, partindo do nada, se tornou no antepassado da linhagem judaico-cristã que acabou por construir a torre cuja cabeça esTá nos céus. @36 OS TEMPOS HIST?RICOS: DE ABRAÃO A JOSÉ Os tempos históricos começam entre o ano 5000 e o ano 4000 a. C.: sabe-se que havia já uma grande civilização na China, outra no Egipto, outra na Mesopotâmia, e mais particularmente em Ur, na Caldeia, que o texto bíblico indica como sendo o local onde nasceu nasceu Abraão, filho de Térakh. Térakh. Foi em 1929 que as pesquisas dirigidas por Sir Leonard Woolley revelaram as ruínas de Ur. Pouco a pouco todos os dados do texto bíblico foram confirmados pelas
investigações. Encontraram-se vestígios de Térakh, pai de Abraão. Encontrou-se a prova das peregrinações de Abraão, como as descreve o texto bíblico. bíblico. Obras Obras modernas modernas,, baseadas baseadas nas nas descobe descobertas rtas mais mais recentes recentes,, não faltam faltam para demonstrar demonstrar que que a Bíblia tinha razão razão,, adoptando adoptando o título original original do livro de Werner Keller, traduzido para francês com o título La Bible Arracbée aux Sables. Sables. A verdade histórica da Bíblia, Bíblia, a partir do capítulo xII do Génesis, em que aparece Abraão, tornou-se quase um lugar-comum para os especialistas. O que fica por explicar explicar é qual o conjunto de circunstâncias que permitiu a Abraão, um beduíno quase isolado, ser reconhecido "pai" de um povo que seis séculos mais tarde seria já numeroso, quando Moisés Moisés o conduziu conduziu para fora do Egipto. O que parece ainda mais inexplicável é que, a partir de Abraão, a linhagem nunca se tenha interrompido, desde o pequeno povo que sobreviveu aos mais poderosos impérios da Antiguidade, que deu origem ao cristianismo e que acabou por retomar Jerusalém . . . retomar Jerusalém sob o único pretexto de que a sua Tradição, na qual se inscreve Abraão, o obriga a retomar Jerusalém no "fim dos tempos " . . . devendo este "fim dos tempos " ser marcado por um certo número de realizações que terminaram justamente na época em que o povo oriundo oriundo de Abraão Abraão retomava retomava Jerusa Jerusalém. lém. A verdade verdadeira ira história história da Bíblia Bíblia a partir de Abraão é um conjunto indissociável de dados certos, de profecias profecias e de previsõe previsõess científicas científicas realiza realizadas. das. A verdade verdade histórica histórica da Bíblia a partir de Abraão nem é contestável nem compatível com o racionalismo do século século xIx. A verdade histórica da Bíblia a partir de Abraão tornar-se-á, contudo, perfeitamente compatível com os dados racionais mais recentes, a partir do momento em que a verdade histórica dos onze primeiros capítulos do Génesis for confirmada, sendo objecto do presente presente livro demonstrar-l demonstrar-lhe he a plausib plausibilidade ilidade.. Esta confirma confirmação ção só poderá poderá ser encontrada na Lua Lua e em Marte. Marte. Quais são as possibilidades possibilidades de ser desmentida a hipótese ? Se os "meus" Celestes Celestes não existiram, se sou um poeta que dá um sentido completamente diferente a um tratado mitológico (ou se sou um mitómano que vê em todas as obras um sentido poético), é preciso fazer intervir acasos em cadeia, milagres às mãos-cheias e o sobrenatural às carradas para justificar a verificação -sob os nossos olhos das promessas de uma Tradição que remonta a um "dilúvio" confirmado pelas pesquisas pesquisas de Ur, Ur, reencontra reencontrada da por Abraão, Abraão, nascido nascido em Ur, Ur, cujas aventuras, confirmadas pelos historiadores modernos, nos são contadas pelo texto texto bíblico. bíblico. As possibil possibilidade idadess de um um desment desmentido ido da minha hipótese hipótese parecem-me parecem-me portanto portanto fracas. fracas. A minha hipótese hipótese será será desmentid desmentidaa se não se se encontrar numa cratera lunar a prova da realidade dos "meus" Celestes. Sou como os leitores: a ideia de que estejamos na iminência de uma reviravolta total das nossas concepções sobre a origem da "Revolução de Abraão" . . . não, não posso "acreditar" ! Quanto mais procuro razões para pensar que a minha hipótese será desmentida, mais encontro razões para pensar que a "Arca da Aliança" se encontra encontra na Lua. Então Então . . . Falemos então doutra coisa. Mas é difícil. Se os "meus" Celestes Celestes existiram, como penso, a aventura de Loth inscreve-se num quadro racional: o texto bíblico conta como Loth, sobrinho de Abraão, acompanhado da mulher e duas filhas, julgou ver o fim do mundo por ter assistido a uma explosão. Se os "meus" Celestes nunca existiram, não pode ter ocorrido dois mil anos antes de Cristo uma
explosão nuclear na Terra. Mas se o que Loth viu não foi uma explosão nuclear, foi um Milagre: o capítulo xIx do Génesis descreve, com efeito, como dois "enviados" (abusivamente traduzido por "anjos" nalgumas Bíblias usuais) desencadearam qualquer coisa que se descreve como uma explosão nuclear, chegando ao pormenor de contar como a senhora Loth, a quem a curiosidade levou a olhar a explosão de frente, se transformou em "estátua de sal " . Terão os Celestes, Celestes, por erro ou voluntariamente, deixado combustível nuclear num Éden anexo? Eu só sei o que vem escrito no Génesis: "Antes da destruição de Sodoma e Gomorra [esta região), era como um jardim do Senhor. " Teria sido uma explosão nuclear a origem da destruição de Sodoma e Gomorra? Se o texto bíblico foi aqui tão verdadeiro como noutras passagens passagens,, e o "jardim "jardim divino" divino" se transform transformou ou naquilo naquilo que hoje hoje vemos vemos nas nas margens do mar Morto, não foi uma bomba de fabrico caseiro como a de Hiroxima que ali deflagrou, mas qualquer coisa que os homens até agora não conseguiram criar. De propósito ou ou por inadvertência, teriam teriam os Celestes deixado a Noé uma fonte de energia que permitiria ter atingido a Lua há alguns séculos ou há alguns milénios? Esta pergunta também só na Lua encontrará resposta. Voltemos a Abraão. O leitor não tem necessidade necessidade de mim para ler no Génesis as aventuras de Abraão, do seu filho Isaac dos seus netos Esaú e Jacob, a história de Jacob resgatando o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas e a história de Jacob "lutando" com um "Anjo" e ganhando assim o seu apelido de Israel, que significa "capaz de sustentar um combate com os Elohim". Também não precisa de mim para encontrar encontrar a confirmação confirmação histórica histórica de tudo tudo isto isto em obras como Les Premières Civilisations, que é uma autoridade, nos livros de Sir Leonard Woolley ou em dezenas de outros, como La Bible Arracbée aux Sables, de Werner Keller. Neste último livro encontra-se encontra-se um bonito exemplo exemplo dos estragos obscurantistas do fanatismo desse fanatismo que, ao longo dos séculos, acabou por fazer da Bíblia uma obra reputada obscura e absconsa. A Bíblia afirma que, no deserto do ëxodo, os Hebreus foram alimentados com um "maná" que lhes caiu do céu. Por volta do século xv, no regresso de uma peregrinaçã peregrinaçãoo ao monte monte Sinai, Sinai, o deão da Univers Universidade idade de de Mogúncia Mogúncia confirmou confirmou que um "pão celeste" caía pela manhã e que era muito bom para comer: não chegou a convencer muita gente; a Renascença humanista já lá está para não deixar de pé muitas destas histórias fantasistas. Em 1823, um botânico alemão confirma o facto, propondo para ele uma explicação racional-e vê apontadas contra si as Certezas Soberbas do século xIx. Nestes últimos anos, dois botânicos que passam por ser autoridades no seu campo não só confirmaram uma vez mais o dado bíblico como também encontraram uma explicação racional para o facto. O facto já não é contestável nem contestado: o maná que o texto bíblico diz cair do céu na região do monte Sinai cai efectivamente do céu na região do monte Sinai. E cai por razões despidas de elementos sobrenaturais, exactamente como as razões que proponho proponho para para justificar justificar a minha hipótese hipótese de uma realidade realidade histórica histórica dos Celestes. A ciência do século século xx ainda tem muito muito que estudar e muitas superstições positivistas para varrer. @37
DE JOSÉ A MOISÉS No capítulo precedente andei um pouco às voltas com a ordem cronológica: restabeleçamo-la. Noé detinha nas suas mãos a herança completa. Os seus descendentes deixam que a Tradição seja esquecida. Abraão reencontra a Tradição e reconstitui-a o melhor que sabe. O seu filho Isaac e sobretudo sobretudo o seu neto Jacob apelidado Israel conseguirão a reconstituição completa. José, filho de Jacob Israel, detentor de uma Tradição bem reconstituída, deve a essa mesma Tradição o ter sido o conselheiro de confiança do Faraó. Depois, José morre: é o fim do Livro do Génesis. Génesis. É também uma uma perda da Tradição, para a linhagem de Abraão, porque o livro seguinte, o Lávro do êxodo, começa por indicar implicitamente que José morreu sem deixar herdeiros espirituais entre os Hebreus; basta que um novo Faraó, que não conhecera José, suba ao trono para que os Hebreus -nessa altura já bastante numerosos sejam reduzidos reduzidos à escravatura pelos Egípcios. É nessa altura que nos encontramos quando quando aparece Moisés Moisés . . . Moisés ainda de tenra tenra idade, flutuando no Nilo metido dentro de um tebah, num "berço" que o texto hebreu designa pela mesma palavra que a "arca" em que Noé havia preservado a herança dos Celestes. Celestes. Os especialistas da Tradição Tradição ensinam por vezes vezes que o texto bíblico indica deste modo, no seu estilo próprio, a "predestinação" de Moisés para para reencontrar a Tradição de Noé. É exactamente isso que Moisés reencontra. Pouco nos importa se o papel de Moisés já era previsível quando ele ainda mamava ou se foi verificado repentinamente, quando a barba lhe começou a branquear. Determinar se um condutor de homens é um predestinado ou um impostor coloca um grave problema problema aos aos contempo contemporâneo râneos, s, que passam passam a ter ter uma opção opção a decidir decidir na altura; para os que vêm depois, não passa de um problema de História. Predestinado ou não, Moisés Moisés reencontrou a Tradição Tradição de Noé. Tirando proveito proveito dos progresso progressoss realizados realizados desde desde Noé Noé,, Moisés Moisés faz uma uma recolha recolha daquilo que encontrou e manda que seja escrito, depois confia a transmissão da Tradição, assim codificada na "Lei de Moisés", ao povo de Abraão, cuja predestinaçã predestinaçãoo tem para nós nós tanta tanta importânc importância ia como como a de de Moisés. Moisés. Mas para para Moisés nada disto foi fácil. Moisés começou por ter sérios problemas com os sacerdotes de åmon, que haviam feito dele um sacerdote deste deus. åmon era um deus-carneiro na época em que o sol do equinócio se levantava na casa do Carneiro. Os fundadores do culto de åmon haviam assim manifestado serem eles os herdeiros legítimos da Tradição de Noé, na qual a experiência mostra que o elo-religão foi sempre estabelecido entre o simbolismo do culto e a precessão dos equinócios: os dois filhos de Noé para a era dos dos Gémeo Gémeos; s; åpis-toiro åpis-toiro para para a era era do Toiro; Toiro; um deus-carne deus-carneiro iro para a era do do Carneiro; Carneiro; um um simbolism simbolismoo de Peixes Peixes para a era cristã dos dos Peixes (desde o ano 210 a.C. até ao ano de 1950); o simbolismo da dupla ondulação da mecânica ondulatória para a era do Aquário, em que entrámos agora. Na altura em que Moisés Moisés começou a ter aborrecimentos com os sacerdotes de åmon, parece que os inculpava por terem perdido o fio à Tradição e por se terem deixado afundar em superstições, tendo chegado a acreditar que åmon era deus deus porque era um carneiro . . . ao passo que, que, para a Tradição transmitida por Noé, åmon nada mais é que uma pedra esculpida, cuja única razão de ser é a de indicar, vários milénios antes de
Hiparco ter descoberto o fenómeno da precessão dos equinócios aos astrónomos profanos, que este fenómeno era já conhecido dos herdeiros de Noé . . . Moisés Moisés raciocinav raciocinavaa evidente evidentemente mente muito muito mais mais a partir partir de hipóteses do que de certezas quando teve de fugir do Egipto. E fugiu para um deserto, o deserto deserto de Madiã. Que teria ele encontrado nesse nesse deserto? Pretende ter encontrado conhecimentos herdados dos Celestes. O facto é que quando voltou de Madiã já não temia os sacerdotes . . . e parece mesmo que até foram eles que começaram começaram a temê-lo. temê-lo. Voltemos a Voltaire, que, no artigo sobre Moisés do seu Dicionário Filosófico, se espanta por não haver qualquer historiador que tenha guardado a lembrança do Nilo transformado em sangue, da matança, por um anjo, de todos os recém-nascidos do Egipto e das outras pragas que, segundo o texto bíblico, Moisés lançou sobre o Egipto. Voltaire tem razão para ficar espantado. Tanto mais que está agora estabelecida a impossibilidade material de que estas pragas tenham sucedido como realidade histórica. Moisés viveu nos século xv e xvI a.C. Se a centésima parte das pragas descritas pela Bíblia se tivesse de facto abatido sobre o Egipto em tempos tão próximos de nós, teriam com certeza aparecido dez historiadores para o anotar. anotar. Voltaire só falha num ponto: não pergunta como, sem estas dez pragas, terá conseguido Moisés levar o Faraó a aceder e a deixar partir todo o povo hebreu, indispensável para a boa execu execução ção dos dos Grandes Grandes Trabalh Trabalhos os do Egipto. Egipto. Terá Moisés, Moisés, numa numa reunião reunião à porta fechad fechada, a, realizad realizadoo um "duelo "duelo de de mágico", mágico", demon demonstrando strando aos sacerdotes sacerdotes do Faraó que tinha poderes para desencadear pragas contra as quais não possuíam possuíam antídoto antídoto?? Até novos dado dados, s, é esta esta a única única explicação explicação aceitável. aceitável. Até novos dados: não não procuremos mais, mais, portanto. Mas uma nova nova pergunta salta imediatamente: como é que Moisés procedeu para encontrar num deserto conhecimentos que possibilitaram ao fugitivo que ele era voltar ao Egipto com a auréola de conquistador? O texto bíblico, atribuído a Moisés, diz que ele foi guiado até uma sarça ardente, da qual lhe chegaram aos ouvidos as vozes dos Elohim. Será preciso deduzir deduzir que um disco voador voador tinha feito uma largada de Celestes vindos em ajuda de Moisés? Semelhante hipótese é suficientemente improvável para não ser tida em consideração; se Moisés tivesse beneficiado directamente da ajuda de um Celeste, este tê-lo-ia ensinado a fabricar pólvora e balas (pelo menos); Moisés teria substituído o tremendo duelo de mágicos por um sumptuoso western, cuja conclusão teria sido o governo do mundo mundo para o povo povo eleito . Se insistirmos em ficar pelo racional, devemos concluir que Moisés encontrou conhecimentos teóricos (certos) numa Tradição de origem provavelmente não terrestre, transmitida por textos, que ele interpretou como pôde. Terá Moisés fugido do Egipto levando, depois de a ter roubado aos sacerdotes de Amon, uma agulha magnética ou um contador Geiger, que o teria guiado até à "sarça ardente", sinalização (magnética ou radioactiva) indicativa do esconderijo dos textos transmitidos desde Noé ? Afirmar semelhante coisa é fazer fazer "romance " , mas um "romance" que dá coesão e coerência ao conjunto dos factos experimentalmente provados . Quando uma conjectura "romanesca" chega chega a este ponto, o optimismo autoriza baptizá-la de "hipótese de trabalho", o que tem a virtude de deixar cair de muito alto todos os fanáticos do positivismo, positivismo, que prefere preferem m o puro puro acaso acaso provide providencial ncial à coerência coerência racional racional quando se trata do texto bíblico. bíblico. Esconderijos assinalados magneticamente no deserto é quase tão bonito como a história de Belfegor: quem teria
construído tudo isso, quando e para quê? Já vários séculos antes do do nascimento de Moisés o Egipto havia deixado de estar ao abrigo de invasões: as Pirâmides, construídas doze séculos antes, já não asseguravam protecção protecção absolu absoluta. ta. Os sacerdotes sacerdotes do Faraó Faraó possuía possuíam m uma Tradição, Tradição, feita feita de textos e documentos de que nada se sabe, excepto que existiam e eram atribuídos à herança legada pelos Celestes. A prudência levava a transportar o Cofre da Tradição para o deserto, até um esconderijo assinalado por qualquer "sarça ardente", desafectando assim a Grande Pirâmide: aí podia ser colocado um falso tesoiro, múmias reais ou qualquer outra coisa . . . Vários séculos depois desta desta transferência, nasce Moisés. Serão alguns séculos suficientes para esvaziar uma Igreja da sua substância iniciática, para levar os sacerdotes a dividir-se em dois campos, o campo de åmon acusando o campo de Chnum (o outro deus-carneiro) de integralismo, enquanto os chnumistas acusavam os acólitos de åmon de modernismo Não sei sei . . . mas quando olhamos à nossa volta . . . Voltemos a Moisés. Nesse deserto deserto de Madiã, Moisés encontrou o Cofre Santo da Tradição, conjunto de textos que vai dissimular quer em novo esconderijo, quer no esconderijo inicial, se possui a certeza de que os sacerdotes do Faraó não o podem encontrar. E volta até junto dos sacerdotes, ameaçando-os de usar contra eles os conhecimentos acabados acabados de adquirir. adquirir. A ameaça é o bastante: bastante: Moisés Moisés e os sacerd sacerdotes otes do Faraó Faraó falam a mesma mesma linguag linguagem em iniciática. A ameaça basta, como também recentemente bastou no duelo de mágicos que opôs Kennedy a Krustchev quando foi o caso de Cuba: os mágicos dos EUA expuseram aos da URSS as pragas que poderiam desencadear sobre a União Soviética, escutaram o rosário de pragas que os Sovietes podiam desencadear sobre os Estados Unidos e, de comum acordo, foi decidido o êxodo dos foguetões foguetões soviéticos de Cuba. Voltemos ao ëxodo, ëxodo, parágrafo a parágrafo. parágrafo. No capítulo capítulo I encontra-se encontra-se expo exposta sta a situaçã situaçãoo no Egipto Egipto após a morte de José: os Hebreus perdem a sua situação privilegiada. No capítulo II, nascimento e adolescência de Moisés, a sua fuga, quando ainda jovem, para o deserto de Madiã. No capítulo IIi, Moisés encontra a sarça ardente no deserto de Madiã. No capítulo Iv, Moisés está desmoralizado com as dúvidas que se lhe levantam no momento em que vê "aparecer o Senhor dos Celestes" -exactamente como Descartes dirá que viu "aparecer Pitágoras tendo na mão o seu livro aberto " . Com as dúvidas dúvidas já esclarecidas, Moisés vai falar aos Hebreus, que o aceitam como profeta. No capítulo v, Moisés vai falar com o Faraó e sai da entrevista trazendo um fracasso quase total . . . salvo que nesta altura não se repetem, e nunca mais se repetirão, as perseguiçõe perseguiçõess judiciárias judiciárias que que haviam haviam levado, levado, no capítulo capítulo II, Moisés Moisés a fugir fugir para o deserto. deserto. No capítulo capítulo vi, vi, novo fracasso: fracasso: o Faraó Faraó não não quer quer ouvir ouvir falar mais dos Celestes do povo hebreu-possui a sua Tradição, que julga a única legítima. No capítulo vII entramos numa nova fase: Moisés transforma-se, em todas as letras, no "cÆUS pARA O FARA?. COmO ao próprio Moisés que é atribuída a redacção do texto bíblico que relata esta investidura, esta "coroação" não pode deixar de fazer lembrar a de Napoleão: Napoleão: ele próprio próprio coloca coloca a coroa sobre a sua cabeça. cabeça. Como Napo Napoleão, leão, Moisés terá de provar que a investidura é válida: Moisés tornou-se no "deus para o Faraó", mas sob reserva. E inventário dos conhecimentos, sobre-humanos para a época, conhecimentos reputados como herdados dos
Celestes, começa: para responder ao desafio lançado por Moisés, o Faraó "convoca os seus sábios "feiticeiros", que ao "milagre" de Moisés ripostam com um "milagre" de força igual (ëxodo, vi, 11 e 12). Uma jogada em vão. Moisés volta ao deserto de Madiã a fim de aperfeiçoar o seu saber, consultando os textos do Cofre Santo. A partir do capítulo vIII começam começam as "pragas " , apresentando cada uma conforme um cenário inalterável: Moisés volta do deserto explica a sua praga, não consegue convencer o Faraó e torna a voltar para o deserto a fim de aí "consultar o Senhor". Isto dura até ao fim do capítulo xII, em que lemos que os filhos de Israel saem do Egipto. Moisés ganha ganha a partida. Será o mero acaso, acaso, ajudado pela minha brilhante imaginação, que assim faz com que o texto bíblico seja coerente com a História, que não guardou qualquer registo das "pragas " , e também com a História que confirma que o Faraó foi constrangido, contravontade, a deixar partir os Hebreus? Prefiro pensar que esta coerência se encontra na ordem natural das coisas e que a simplicidade de espírito substitui em mim uma brilhante imaginação. De qualquer modo, os factos aí estão: A hecatombe das crianças recém-nascidas de toda uma geração, afogadas no Nilo, cuja cuja água água se se transformo transformouu em sangue, sangue, foi foi tão real real para a "Operaç "Operação ão saída do Egipto" como a destruição de cidades soviéticas o foi para a "Operação evacuação evacuação dos foguetões foguetões soviéticos de Cuba " . . . Estes dois casos são explicados por pragas virtuais, prometidas por técnicos ameaçadores que empregaram a mesma linguagem "esotérica" para as multidões. Em linguagem moderna, Moisés foi o primeiro homem da História que utilizou a força de dissuasão. @38 DE MOISÉS æ VINDA DE CRISTO Para o espírito cartesiano, um dos aspectos mais sedutores do texto bíblico é a isenção do narrador: não nos esconde nada sobre as taras do povo eleito, os erros acumulados pelo seus chefes e os menos gloriosos acidentes da história. Jacob, antes de se tornar "Israel" e pai dos Israelitas, comprou o direito de primogenitura a Esaú, usurpando portanto um direito sagrado para a Tradição. Posto isto, mente ao pai, a fim de obter uma bênção, bênção, consagrando a impostura. impostura. O povo eleito não é certamente o único a tirar proveito de uma impostura, mas é o único da história a relatar semelhante facto sem esconder pormenores e sem uma palavra para justificar justificar o imposto impostor. r. No texto texto que descreve descreve o combate combate entre entre Moisés Moisés e o Faraó, este não tem necessariamente um papel de mau e Moisés nunca é apresentado como o Belo Justiceiro de Olhos Azuis. Jacob era coxo, Moisés gagueja e será mesmo punido, não chegando a pôr os pés na Terra Prometida. O povo eleito, enquanto Moisés se encontra no monte Sinai, donde Quando observa que, à medida do progresso dos conhecimentos arqueológicos, a verdade histórica da Bíblia se define e se confirma, o espírito cartesiano começa a colmatar com presunções favoráveis os pontos ainda
não confirmados do texto . . . podendo assim oferecer-se oferecer-se a uma visão de de conjunto, uma visão da dúzia de séculos que decorreram entre a saída do Egipto e a aproximação da era dos Peixes, em que a Igreja de Cristo toma a sucessão. Toda a hipótese de uma raça humana humana superior (ou inferior) às outras faz parte das superstições cujo absurdo já não vale a pena demonstrar . . . a aptidão superior de certas raças negras para determinados desportos está fora de causa porque só nos preocupamos com a parte intelectual . Deduzir do absurdo do do racismo que todas as raças humanas são iguais em valor intelectual seria tão absurdo como professar o racismo, ainda que encoberto: tal ideia seria imediatamente desmentida pelos factos; a percentagem de cérebros científicos vai de menos de um por mil até mais de cinquenta por cento dos casos, segundo as comunidades . . . e é difícil ser-se hoje em dia sociólogo ou filósofo sem uma forte bagagem científica. Mas nem a raça nem a nacionalidade nacionalidade possuem um papel dominante nesta desigualdade flagrante: ninguém poderá prever se a próxima descoberta mais importante em medicina ou o próximo Prémio Nobel de qualquer das disciplinas racionais será dado a um celta, a um amarelo, a um semita ou a um negro. A religião, pelo contrário, toma um aspecto aspecto essencial: não se corre risco algum em apostar que nenhuma descoberta de grande importância será feita, num futuro previsível, por um islamita. . . o que de modo algum exclui qualquer árabe, se ele for cristão ou judeu. Estatisticamente, as descobertas maiores são provenientes tanto de cristãos como de israelitas. Isto é uma evidência. A importância primordial do condicionamento, da marca das religiões, está dissimulada pelas superstições positivas herdadas do século xIx, que nos legou igualmente o racismo de Gobineau, cujas lucubrações passavam por ser ideias no século passado. passado. Verificamos Verificamos hoje que que a quase quase totalidade totalidade das das descobe descobertas rtas mais mais importantes são provenientes de judeus, cristãos, ateus ou franco-mações proveniente provenientess do judaísm judaísmo-cristia o-cristianismo nismo.. Verificamos Verificamos que metad metadee desta desta quase quase totalidade é devida a judeus que se declaram como tal, e que são cerca de sete milhões, em todo o mundo; a outra metade cabe a cristãos e a ex-judeus ou ex-cristãos, que são à volta de oitocentos milhões; os dois mil e quinhentos milhões de humanos que não são judeus nem cristãos têm no seu activo uma ou outra descoberta; nesta classe, os budistas ocupam o primeiro lugar, enquanto é mais que que secundário o dos dos islamitas . . . quer o islamita seja originário de um país pobre ou primo de um rei do petróleo, descendente de povos colonizados ou de proprietários de escravos. A desproporção é demasiado grande para que se possa considerar um acaso. Pode, seguramente, explicar-se em parte pelo facto de que a civilização que tem feito as maiores descobertas é judaico-cristã, o que dá aos judeus e aos cristãos uma vantagem inicial . . . mas isto nada mais é que formular a mesma pergunta de modo diferente: como é possível possível que qualquer dos outros povos povos herdeiros herdeiros do Mito Mito comum comum dos dos Celestes Celestes não tivesse tivesse mantido mantido intacta intacta a Tradição que prometia que um dia os homens atingiriam a Lua e se tornariam iguais ao seu deus? deus? O ateísmo e a integração integração na franco-maçonaria, que, que, segundo a óptica católica, é o prolongamento daquele, justificam uma nota à margem. O ateísmo e a integração na franco-maçonaria são fenómenos especificamente judaico-cristãos: nenhum dos outros misticismos possui esta válvula; um não ocidental só pode tornar-se ateu ou franco-mação se for
previamente previamente ocidentaliza ocidentalizado. do. O ateísmo ateísmo e a franco-maço franco-maçonaria naria constitu constituem em na linguagem da Tradição um "passo em frente", um passo para a libertação de certos tabus. Um passo que a Tradução ainda tem como prematuro. Simplificando, um judeu é obrigado a professar a chegada do Messias, que o livrará das interdições alimentares. O cristianismo marcou um "passo em frente" e a vinda do Cristo libertou estes neojudeus, que eram os cristãos, das interdições alimentares alimentares materiais. Mas tanto aos aos cristãos como aos judeus é interdito "estender a mão, pegar na árvore da vida , comer dela e viver para sempre " : isso ser-lhes-á interdito até à vinda do Messias para os judeus, até à Parúsia, ou vinda de Cristo, para os cristãos. A supressão da interdição "alimentar espiritual" constituirá o "segundo passo em frente" o que fará com que os homens sejam iguais aos Celestes. Este segundo passo passo em frente já o professavam professavam os ateus a partir partir dos enciclopedistas do século xvIiI, que também foi o século da maçonaria. Em linguagem da Tradição, a entrada do sol equinocial no Aquário, que se produziu produziu por por volta volta do ano ano de 1950, 1950, marcou marcou a entrada entrada nos nos "tempos "tempos messiânicos", que, para a Tradição cristã, correspondem à Parúsia, como para a Tradição Tradição hebraica hebraica concorda concordam m necessa necessariamen riamente te com a libertaçã libertaçãoo de Jerusalém. Especifiquei bem que se tratava de linguagem da Tradição: ninguém é obrigado a entrar nas minhas deduções; todos têm o direito de observar, ficando de fora com um sorriso sardónico, como se a razão cartesiana estivesse do seu lado. . . como se Descartes não tivesse dito, e escrito, que tinha descoberto "uma ciência admirável" com a sua adesão à sociedade dos Rosa-Cruz. Mas, se percebi bem a linguagem da Tradição, a "árvore da vida", ou, pelo menos, o seu desenho, espera-nos na Lua, na " Arca da Aliança " . @39 INVENTåRIO DOS SONHOS Este O Romance da Bíblia pode dar a ilusão de que levo o leitor a ir muito além do possível, do razoável e até daquilo que é digno de ser admitido num sonho de homem honesto. No entanto, basta a consulta de algumas obras de sólida divulgação para verificar que eu sou bastante timorato, encontrando-me muito abaixo dos limites admitidos pelos pesquisadores que possuem possuem autorida autoridade de no assunto. assunto. A aparência aparência de louca louca temerida temeridade de da minha hipótese aparece unicamente por eu propor uma hipótese, quer dizer, uma construção que estrutura numa coerência de conjunto os dados dispersos em disciplinas especializadas. Existia uma situação análoga no século xvIII, século que conhecia as leis da acústica, as técnicas do tratamento das ceras e os mecanismos de Vaucanson . . . que dispunha portanto de tudo o que era necessário para inventar o fonógrafo, e em que só faltou um doido para propor uma hipótese hipótese temerária temerária.. Quan Quando do o Dr. Dr. Edward Edward L. L. Tatum, Tatum, Prémio Prémio Nobel, Nobel, afirma que a "cirurgia "cirurgia genética genética"" poderá, poderá, num futuro previs previsível, ível, modificar os genes de uma espécie, criar organismos vivos inéditos e ir até à modificação do homem, provoca um calafrio comparável ao que geralmente se procura procura na literatura literatura de ficção ficção científica: científica: isto pertence pertence ao campo campo do abstracto e do longínquo. Quando os astrofísicos astrofísicos discutem métodos para
estabelecer ligações com outros sistemas planetários, o adulto de hoje põe-se a sonhar sonhar com com aquilo aquilo que os seus seus filhos filhos poderão poderão ver. ver. Quan Quando do se estabelecem comparações entre sémenes seleccionados de hoje, ou entre vacas campeãs leiteiras de hoje e vacas primitivas, com úberes tão magros que mal chegavam para alimentar uma única cria, achamos normal que se tenha passado milénios a fazer fazer pacientemente estas selecções. selecções. Quando os físicos encaram a mudança das condições climáticas, todos começam a sonhar com férias sem problemas meteorológicos: meteorológicos: quando os geólogos geólogos evocam os glaciares de outrora, pensamos na sorte que temos em ter nascido agora, em vez de há vinte e três mil anos . Quando os padres padres lêem e comentam comentam o texto da Bíblia nos locais de culto, os ateus observam que os crentes encontram aí o reconforto da sua fé e interrogam-se porquê e como a Lei de Moisés forjou o Ocidente que parte à conquista da Lua e da "Arca da Aliança" prometida a Noé. Noé. A hipótese que O Romance da Bíblia propõe nada mais faz senão articular tudo isto na base de uma coerência de conjunto: bípedes bípedes mamíferos mamíferos transformado transformadoss em "deu "deuses" ses" na memória memória dos dos homens homens,, vindos vindos de um sistema planetário mais avançado que o nosso, teriam chegado em pleno glaciar Würm-III e começado a estabelecer no nosso planeta um regime de clima aceitável, assim como um equilíbrio biológico satisfatório. A minha hipótese leva a um dilema simples Ou o Homem é um Milagre, único no universo, e o universo é, neste caso, um universo humanista; Ou o bípede pensante pensante é o coroame coroamento nto normal normal da Evolução Evolução,, em todos todos os os lados lados onde onde as condições permitem a vida vida tal como a conhecemos conhecemos sobre a Terra. A profunda simplicidade do dilema encontra-se dissimulada pelo facto de que a minha hipótese se articula por meio de um raciocínio racionalista (o qual é recusado pelos crentes devotos) sobre o texto bíblico (o qual é recusado pelos devo devotos tos do racionalism racionalismo). o). A minha hipótese é uma hipótese: eu não excluo de modo algum a possibilidad possibilidadee de ter abusado abusado das coincid coincidência ênciass ou de ter ter discernido discernido uma uma coerência onde nada mais existe que puro acaso. Albert Ducrocq não conhece estas incertezas: ele sAbE que a minha hipótese será desmentida porque saBE que não irá ser encontrado na Lua qualquer vestígio deixado por cosmonautas que nos tivessem precedido. precedido. Isto disse-me ele a propósito das incertezas de Jacques Jacques Paoli. Como é que ele ele o sabe sabe ? -De ciência certa. As soberbas certezas de Albert Ducrocq quanto ao aparecimento do olho, confrontadas (capítulo 2) com as incertezas professadas por Emile Guyénot, procedem procedem da mesma mesma ciência ciência certa. certa. Se a minha hipótese for desmentida, os crentes entrarão novamente na posse da Bíblia, onde mais nada me permitirá sustentar que ela constitui o relato racional de uma colonização; os racionalistas deverão ir procurar uma explicação melhor que a minha para o conjunto de concordância entre o texto bíblico e os dados científicos científicos de hoje. O professo professorr Joshua Joshua Lederbo Lederborg, rg, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, pensa que daqui a dez ou vinte anos os biólogos estarão aptos a modificar as espécies, implantando partículas de célula humana na estrutura genética dos grandes macacos, a fim de obter
seres híbridos. Não preconiza tais experiências, fala somente do seu temor de que elas sejam realizadas antes que possamos ter conhecimentos teóricos em quantidade suficiente para prever as consequências de um "passatempo genético" imprudente. Insuflaremos nós, num futuro prócimo, uma alma humana num macaco, tal como o texto bíblico assegura que o Adonai dos Elohim insuflou uma alma num adão surgido do solo, em virtude da qual o adão se transformou à imagem dos Celestes? Celestes? Terão os biólogos do do Éden forçado o parto, a uma mulher, de dois gémeos verdadeiros, rapaz e rapariga, para acasalarem estes gémeos, provavelmente um nascimento gemelar verdadeiro, e assim de seguida, a fim de obterem uma descendência de réplicas rigorosamente conformes, uma descendência eterna de adãos imortais? A experiência já é concebível, em teoria, ao nível do macaco, e esta é uma das possíveis teorias de interpretação do "adão macho e fêmea" do texto bíblico. Um único nome para o marido, esposa-irmã esposa-irmã gémea e as crianças, biologicamente gémas dos pais, é lógico. Assim que os nossos biólogos biólogos soubere souberem m simultanea simultaneamente mente provocar provocar à vontad vontadee nascime nascimentos ntos de gémeos gémeos verdadeiros nos macacos e verificar a estabilidade genética ao nível dos genes, é provável que "criem" uma descendência "imortal " , em que (se apreciam o humor negro) irão apelidar os machos de Ich e as fêmeas de Icha, tal como o Génesis diz (Ii, 21 a 23) que os Celestes fizeram com os nossos antepassados quando calcularam que a descendência dos adãos imortais se encontrava psiquicamente preparada para compreender a relação de causa e efeito entre o orgasmo e a fecundação. O acaso, ajudado ajudado pela minha imaginação, será suficiente para tornar coerente o texto bíblico com a biologia de hoje? O acaso tem as as costas largas, mas nós nós vimos que ele não não é suficiente para explicar o aparecimento do olho nos mamíferos superiores, que a evolução foi tirar do mineral, tendo, como estádios intermédios, a planta, a minhoca e o celacanto. O leitor, eu, o cão da vizinha, o bife e as batatas fritas de há bocado possuímos, como elemento comum, o facto de termos evoluído a partir dos mesmos mesmos minerais. Até ao tempo de Darwin, esta evolução pertencia ao campo de Deus; a partir de Darwin, entrou no campo da Evolução Natural; para a biologia de hoje, a Evolução Natural de Darwin aparece como uma dádiva de Deus, como mais um esforço vão para explicar o desconhecido com outro Desconhecido, com letra grande este. Voltemos a Emile Guyénot: "As mutações, únicos processos evolutivos conhecidos, correspondem quase sempre a fenómenos f enómenos de regressão ou de repetição. [. . .) Nenhuma delas produziu um órgão novo. (. . .) Para um pássaro, a perda das asas é uma calamidade: é preciso uma mentalidade muito especial para ver nisto uma adaptação à vida terrestre." O que é que nós temos para suceder a Darwin? Possuímos o que Emile Guyénot apelida de incógnitas do Transformismo: uma Evolução em superfície, é certo, já que ela se produz debaixo dos nossos olhos; uma Evolução em profundidade, que não assenta sobre qualquer prova directa mas constitui a única interpretação racional dos factos estabelecidos para as famílias, como é o caso da família dos equídeos. Para além disto cai-se no hipotético: "As reconstituições filéticas só são legítimas, em certa medida, se acreditarmos numa origem comum a todos os seres vivos." Para o aparecimento do olho, "a explicação mutacionista choca contra uma verdadeira impossibilidade". As grandes etapas da Evolução escapam-nos na sua totalidade. A sucessão sucessão de Darwin está aberta. É Raymond Raymond Ruyer, Ruyer, em L
'Animal, l 'Homme, la Fonction Symboligue, quem melhor condensa o problema desta sucessão: "Para tentar explicar a presença do homem no universo, os filósofos e as religiões rodam sempre no interior do mesmo círculo. O número de pontos de vista possíveis é bastante restrito, de tal modo restrito que logo na primeira simplificação, podemos dizer que se reduzem apenas a dois, que poderemos caracterizar como explicação mitológica ... e explicação mágica ... Estes dois tipos de explicações ou de pseudo-ex pseudo-explicaç plicações ões são são indefinida indefinidamente mente transpostos transpostos,, dissimulad dissimulados os e muitas muitas vezes combinados em dosagens diversas. Mas encontramo-los sempre, mesmo na interpretação das teorias científicas mais recentes . " A explicação "mágica" é a de Albert Ducroq: o olho apareceu "por si próprio " , como consequência da "cibernética natural", e o homem também. A explicação "mitológica" é a que proponho. "As teorias científicas levam aos mitos e não à magia " , escreve Raymond Ruyer, que, após um resumo geral dos mitos contestados pela ciência, acaba por considerar mais satisfatório o mito "baseado na ideia de uma educação ' ' do homem segundo um plano transcendente " . Está aberta a sucessão sucessão de Darwin. Não discuto mais esta sucessão. Lembro simplesmente que na interpretação do ensino (de base mitológica) de Pitágoras se encontra aquilo que Arthur C. Clarke propõe, sob a denominação de "romance", em 2001, Odisseia no Espaço, e que é a ideia de uma "inseminação" dos planetas habitáveis por "cristais", inseminação que assegura, à escala de Galáxia, as "grandes etapas da Evolução", como, à escala laboratorial, os nossos biólogos provocam soluções de continuidade na evolução das bactérias, inseminando-as com vírus, que são espécies de cristais. (Não existe nada disto no filme 2001, que é, aliás, de uma beleza extraordinária; é preciso ler-se o livro para que isto faça sentido.) Esta ideia de uma "inseminação" dos planetas habitáveis é bastante sedutora e permite explicar estas "grandes etapas da Evolução" acerca das quais Emile Guyénot sublinha a nossa ignorância total e que são (entre outras coisas) "a aquisição, por um primitivo áptero, do esboço das asas dos insectos ou, por um primitivo dos vertebrados, dos rudimentos dos membros", para não falar do aparecimento do olho em todos eles. Esta ideia apresenta infelizmente um inconveniente suficientemente grave para me dissuadir de litigar a sucessão de Darwin : antes de explicar o que quer que seja por -meio de uma inseminação, seria conveniente ter provado provado a existência existência desse desse séme sémenn de que que se fala fala . . . não evidenteme evidentemente nte vindo dessas três dezenas de faz-tudos que o texto bíblico apresenta como deuses, mas de uma organização organização à escala da Galáxia, pelo menos. Devo na verdade dizer que o comportamento e, em certa medida, os propósitos emprestados aos Celestes pelo texto bíblico incitam a pensar que estes Celestes (se eles existiram) não haviam vindo senão para forjarem um elo de uma "cadeia espiritual" cuja existência implica a de uma organização racional e racionalista à escala da Galáxia. A existência de uma uma organização à escala da Galáxia teria ainda outras virtudes, como a de explicar racionalmente os enigmáticos discos-voadores. discos-voadores. Entremos na pele pele dos organizadores racionalistas. Como é que procederíamos para determinar se, num dado planeta, a Evolução inseminada por nós há alguns milhares de anos já teria dado origem a alguma espécie pensante? Ao darmos a volta pelos cem milhões de sistemas planetários onde o aparecimento da Vida é
tida como provável? Sejamos sérios! É um pesadelo de caixeiro-viajante o que nos propõem ! nós somos civilizados, racionalistas, e operamos por sondagens. Quando, entre 1950 e 1960, os pesquisadores americanos encararam sondar deste modo o universo, propuseram enviar pela rádio, "em todo os azimutes", o teorema de Tales, reconhecível por qualquer civilização que tivesse chegado ao estado da geometria . . . na condição de que tenha, para além disso, inventando a radioastronomia e que esteja à escuta no comprimento de onda que a lógica terrena julga ser a mais provável nas relações entre mundos habitados. habitados. Dentro deste mesmo princípio, assim assim que dispusermos de observatórios extra-atmosféricos colocados na Lua, a partir dos quais serão visíveis os sistemas planetários das estrelas, colocaremos aí igualmente lasers suficientemente poderosos para atingirem os longínquos mundos habitados. Traçaremos assim, por meio do lápis luminoso do laser, os dados do teorema de Tales, que aparecerão no céu dos destinatários em "linhas ortoténicas" (para falar como Aimé Michel). Faremos também projecções com uma lanterna mágica à escala da Galáxia: se seres inteligentes e conhecedores da forma da Galáxia virem projectar-se no seu céu a imagem da Galáxia, não irão tomar aquilo por discos-voadores, claro! Procurarão o ponto do qual a imagem é projectada e farão o melhor que puderem para acusar a sua recepção. Mais vale repetir do que deixar que a dúvida subsista 1. Nunca disse que tenham chegado cosmonautas à Terra por volta do ano 21000 a. C.; 2. nuNcA afirmei mesmo que uma tal cosmonáutica seja materialmente realizável. Mas 1. è Isto que o texto bíblico, tomado à letra, relata isto e mais nada do que isto; 2. peNso que o Génesis reflecte uma verdade histórica e que uma "Arca da Aliança" se encontra numa cratera lunar preparada pelos "meus" Celestes. Nem é preciso dizer, mas mesmo assim . . . Se a " Arca" existe, está assinalada por meio de qualquer "sarça ardente", já que o texto bíblico precisa precisa que ela é a concret concretização ização de uma uma "aliança" "aliança" e deixa entender entender que que ela ela constitui o objectivo da aposta de Noé, a recolher na Lua assim que o homem tenha conseguido construir construir "uma torre cujo topo esteja nos céus céus " . Quanto ao conteúdo da "Arca" tal como o proponho, não seria em qualquer caso nenhum Mistério Místico que uma Conspiração o tivesse mergulhado no segredo eterno. Se os "meus" Celestes racionais e racionalistas deixaram, como eu penso, penso, uma uma "Arca" "Arca" numa numa cratera cratera lunar, lunar, os seus descobridore descobridoress encontrarão encontrarão aí um conjunto de dados concretos, escritos em hebreu, que irão proporcionar às ciências humanas, especialmente à física e à biologia, o grande passo em frente que permitirá aos homens igualarem-se aos deuses. Os descobridores não colocarão necessariamente a sua descoberta à disposição da ONU, mas excluir-se-á que façam segredo sobre a materialidade de uma descoberta que lhes dará o instrumento para que os seus conhecimentos dêem um prodigioso salto ein frente.
@?40 "A COSMONåUTICA INTERSTELAR...", DIZ-NOS VON BRAUN A conclusão para este livro peço-a a Von Braun, que ma "dá" como o Senhor dos Celestes podia "dar" as suas conclusões a Moisés: a sua última obra, Space Frontier, apareceu com efeito em 1967, fornecendo portanto respostas às minhas perguntas antes que estas tivessem sido formuladas. O último capítulo do livro Space Frontier intitular-se: "Poderemos um dia atingir as estrelas?" Antes de nos lançarmos para as estrelas, deitemos uma vista de olhos para a carta do céu, em que as distâncias estão expressas em anos-luz (o ano-luz é a distância que que a luz percorre durante um um ano). O grande diâmetro da nossa Galáxia tem pouco menos de 100 000 anos-luz; o nosso sistema solar está a 27 000 anos-luz do centro da Galáxia; a estrela polar encontra-se situada a 470 anos-luz da Terra e a estrela mais próxima de nós, a Alfa, da constelação do Centauro, encontra-se a 4,7 anos-luz da Terra. Em comparação, comparação, as distâncias no interior do nosso sistema solar são irrisórias: o Sol encontra-se somente a uma distância de 8,3 minutos-luz da Terra, Plutão a 5 , 5 horas-luz e a Lua apenas a 1, 5 segundos-luz. Poderemos seriamente, antes mesmo de ter conseguido percorrer 1,5 segundos-luz, postular viagens de 1000 anos-luz? anos-luz? Sim, diz Von Braun, na condição de não esquecermos que a possibilidade material de efectuar tais viagens está ainda longe do nosso alcance: "Os optimistas mais temerários não a prevêem para a nossa geração nem para a geração dos nossos filhos. " Von Braun não encara, evidentemente, a cosmonáutica interstelar evoluída senão a partir dos nossos conhecimentos actuais, exactamente como as nossas cápsulas Terra-Lua actuais são a evolução do avião de Clément Ader, que foi o primeiro a fazer voar (durante trezentos metros) um "mais pesado que o ar", em 1897. Von Braun não encara um sistema planetário solidificado um milhão de anos antes do nosso, em que o aparecimento da Vida e a evolução desta tivessem sido paralelos aos nossos, e em que um Clément Ader tivesse voado há um milhão de anos; em que a Lua tivesse sido atingida há 999 900 anos e em que a cosmonáutica interstelar tivesse sido moeda corrente quatro gerações mais mais tarde, há portanto 999 800 anos. Das cem mil milhões de estrelas que constituem a nossa Galáxia, cem milhões são suficientemente parecidas com o nosso Sol para que a existência à volta delas de um sistema planetário semelhante ao nosso seja plausível. É pois provável provável a existência existência na Galáxia Galáxia de talvez talvez um um milhão milhão de mundo mundoss habitados habitados suficientemente semelhantes ao nosso para que bípedes aí vivam, respirando e comendo como nós e interrogando-se i nterrogando-se acerca dos mesmos problemas. Mas isto é-nos tão difícil de conceber como era para os nossos antepassados a existência de antípodas. E se só existisse essa dificuldade . . . Von Braun calcula a cosmonáutica interstelar a partir de um propulsor fotónico (que ainda só existe em teoria), capaz de imprimir a uma nave espacial uma aceleração constante de lg (g é o designativo da aceleração de um corpo em queda livre no campo de atracção da Terra). Ao fim de três meses e meio de viagem, a nave assim acelerada terá atingido 30 % da velocidade da luz e o efeito de Doppler (explicado em todos os livros de divulgação) terá então feito passar os raios do nosso Sol para o infravermelho, o que o tornará
invisível; um mês mais tarde será a estrela de destino que, sempre por causa do efeito de Doppler, terá passado para o ultravioleta e tornado invisível. (O filme 2001, Odisseia no Espaço ilustra de modo bastante satisfatório o efeito de Doppler para os cosmonautas que se aproximam, em aceleração constante, da velocidade da luz.) Uma nave em aceleração constante tende, evidentemente, para o chamado "Número de Einstein" que se encontra na "barreira da luz", enquanto o "Número de Mach" se encontra na "barreira do som " ; salvo que um avião pode ultrapassar a barreira do som e voar a uma velocidade Mach 1, Mach 2, e ainda mais depressa, enquanto toda a teoria de Einstein assenta no facto de que um corpo material não pode atingir atingir a "barreira "barreira da da luz" luz" sem se desinteg desintegrar. rar. Com Com uma aceleração aceleração constante igual a g, a nave atingirá a casa 0,999998 do Número de Einstein ao fim de 6,6 anos de viagem; terá então chegado a altura de voltar o aparelho de modo a utilizar o propulsor fotónico como travão, a fim de provocar provocar uma uma desace desaceleraçã leraçãoo constante constante igual igual a g. Ao fim de 6,6 anos anos de viagem em desaceleração, a velocidade igualar-se-á à da partida e (salvo se houver um erro de navegação) a nave penetrará no interior da órbita do último planeta do sistema de destino . . . exactamente como no capítulo 10 deste livro eu desenho a chegada de uma uma nave ao nosso sistema solar. No exemplo imaginado por Von Braun, o sistema planetário de destino encontra-se a mil anos-luz. Os cosmonautas, quando aí chegarem, terão envelhecido 13,2 anos: 6,6 em aceleração até 0,999998 da velocidade da luz e 6,6 em desaceleração. Von Braun imagina que as naves poderão possuir um telescópio que lhes permita ver o que se passa na Terra, que deixaram 13,2 anos antes; ora, aquilo que eles vêem não os espanta de modo algum, porque, "chegados à distância de mil anos-luz da Terra, eles vêem os acontecimentos que se passaram há mil anos sobre a Terra, sendo mil anos o tempo não dilatado que se passou passou na terra desde a partida da nave " . "Os homens de hoje", comenta Von Braun, "possuem a mesma dificuldade em admitir o conceito de tempo relativista que os nossos antepassados tinham para compreender como é que pessoas nos antípodas . . . podiam andar sem cair do planeta planeta abaixo abaixo Von Von Braun Braun vai mais longe longe no seu seu cálculo. cálculo. Tendo Tendo pene penetrado trado na na atmosfera de um planeta distante mil anos-luz, os cosmonautas de Von Braun fazem meia volta. . . comportam-se, em suma, como os pequeninos homens verdes dos discos-voadores: três voltitas, beijinhos vindos do Cosmo e adeus. Colocando a cápsula no bom sentido, os cosmonautas de Von Braun imprimem-lhe uma aceleração constante, igual a g durante 6,6 anos; voltam seguidamente a nave, desaceleram durante 6,6 anos e voltam para a Terra, tendo envelhecido 13,2 anos na ida e 13,2 anos na volta, num total de 26,4 anos. "O aborrecido", escreve Von Von Braun, "é que durante durante a sua ausência ausência ter-se-ão passado mais de dois mil anos na Terra: na volta, os cosmonautas arriscam-se a ser metidos num jardim zoológico. " Em suma, apesar daquilo que foi escrito pelo professor Pierre Auger, a cosmonáutica interstelar é perfeitament perfeitamentee concebív concebível; el; o que que não não o é são as as viagens viagens de de ida e volta volta suficientemente aceleradas para dilatar o tempo dos cosmonautas, que, ao voltar, encontrariam a Terra mil anos mais velha. A partir de certa distância, a cosmonáutica interstelar não se pode conceber senão em expedições sem espírito de regresso. Os nossos filhos explorarão, pois, as as proximidade proximidadess cósmicas cósmicas e as estrelas estrelas suficiente suficientemente mente próximas próximas para para serem serem
atingidas em dez anos de viagem de ida e dez anos de viagem de volta, a velocidades suficientemente "lentas" para que a dilatação do tempo não jogue de maneira maneira decisiv decisivaa e para para que, que, no retorno, retorno, os os astronaut astronautas as sexagenários sejam pelo pelo menos quarentões quarentões bastante jovens para a idade. Os nossos netos irão tirar da comparação experimental entre vários sistemas planetários planetários alguma algumass leis gerais. gerais. Os Os nossos nossos bisneto bisnetos, s, que pode poderão rão dispor dispor de motores fotónicos, poderão formular a Lei ûnica do Universo, donde saem as leis gerais precedentemente descobertas, e verificarão as suas teorias para além dos arredores cósmicos, em sistemas à distância de Quinhentos ou mil anos-luz. Mas irão verificar isto em viagens sem espírito de regresso. Isso será o futuro previsto pelos físicos que, como Wernher von Braun, partem do postulado postulado human humanista, ista, quer quer dizer, dizer, Que Que raciocina raciocinam m segundo segundo a ideia de que que o homem descobriu tudo pelos seus próprios meios, a partir do primeiro levantar de sobrolho do primeiro dos nossos antepassados que esboçaram a primeira primeira ideia que aparec apareceu eu sobre sobre o planeta. planeta. O futuro "human "humanista" ista" que que o humanista Von Braun concebe é o do homem colonizando o Cosmo. O homem é um caso único no universo, um efeito do puro acaso? É preciso ter bastante orgulho para se poder pensar de tal modo, mas os humanistas são orgulhosos por natureza. Pode pensar-se que o aparecimento de uma vida que conclui na evolução para uma forma de inteligência capaz de conceber o Cosmo não é um acontecimento único devido ao acaso, mas sim à lei geral do universo. Nesta hipótese, que pelo menos possui a virtude de ser modesta, todos os mundos habitáveis solidificados antes do nosso viram aparecer um Von Braun e depois os netos de Von Braun lançados na Galáxia, como o nosso Von Braun conta lançar os seus. Trinta netos de Von Braun do planeta Théos, distante talvez mil anos-luz do nosso, chegaram à Terra vinte e um mil anos antes de Cristo? É o que afirma o Génesis, é o que Voltaire e o século xIx pensavam ser uma trapalhada fantástica da Idade Média, é verificar se a possibilidade teórica estabelecida pelo seu bisavó é materialmente realizável, se serão eles os primeiros bípedes a caírem como deuses num sistema planetário longínquo e se o Génesis constitui uma profecia que não assenta em qualquer realidade histórica. Se, pelo contrário, contrário, os "meus" Celestes Celestes existiram de facto, antes mesmo da descoberta da "Arca da Aliança" prometida prometida a Noé, antes antes mesmo mesmo que a interpretaçã interpretaçãoo dos dados dados materiais materiais desta desta "Arca" nos tenha dado a chave prática da navegação interstelar, será suficiente a descoberta do mais pequeno objecto manufacturado na Lua para provar, provar, pragmatica pragmaticamente mente,, que Von Von Braun Braun tem tem razão razão ao crer na possibilidad possibilidade, e, para uma civilizaç civilização ão mais mais evoluída evoluída que que a nossa actual, actual, de atingir as as estrelas longínquas. O mínimo artefacio encontrado sobre a superfície da Lua bastará para provar que a Bíblia não é um "romance " e que os " deuses " , como o afirma o texto bíblico, "criaram " o Céu e a Terra. BIBLIOGRAFIA LEROI-GOURHAN, André: Le Geste et la Parole (Albin Michel).
LES PREMIÆRES CIVILISATIONS, obra colectiva (Presses Llniversitaires de France) WOOLLEY, Sir Leonard, directoI- das pesquisas de Ur:11r en Cbaldée (Payot). ERMAN, Adolphe, professor da Universidade de Berlim: L 'Égypte des Pbarãons (Payot). OPPENHEIM, Max von: Telle fialnf(Payot). KELLER, Werner: la Bible Arracbée aze Scientist Speculates (Capricorn Books, Nova lorque). RUYER, Raymond: L 'Animal, l 'Homme, lu Fonction Symbolique, "L'Avenir de la Science " (NRF). GUYÉNOT, Emile: L 'Origine des Espèces, uQue Sais-je (PUF). Os títulos desta bibliografia não são os de ¨obras com que tenha confrontado, para a criticar, uma hipótese que tem a sua fonte na Bíblia tal como nos aparece, quer no original hebraico, quer na tradução que passa por ser a mais fiel, a da Biblioteca da Pl?iade. La Cabule (Payot), de Alexandre Safran, grande rabino de Genebra, constitui uma leitura complementar útil. Ao leitor que ignora hebreu e se interroga sobre se eu não lhe terei fornecido uma construção sedutora mas apoiada em bases puramente imaginárias, i maginárias, posso indicar-lhe que Léon Askenazi, que é uma autoridade nesta matéria, me autorizou a citá-lo no meu livro Lu Lune, Clé de la Biblie (ed. Julliard): sem tomar a responsabilidade das minhas conclusões, Askenazi confirma a compatibilidade da minha hipótese com a Tradição cabalística. ïNDICE 1. " Romance " : um título exacto ? . . . . 7 2 . Ciência e questões de fé . . . . . 13 3. E o hominiano transforma-se em homem . . . 29 4. As " Primeiras Civilizações " . 3 5 5 . Da arte à magia . . . . 41 6. Da magia à metafísica e aos cosmonautas . . 51 7. Desde que existe civilização existem deuses mamíferos 61
8. Os deuses são nossos primos . 67 9. O que Voltaire sabia . 71 10 . Uma incursão no "romance " . 7 5 11. Algumas gotas de psicanálise . 81 12. Um capítulo inteiramente consagrado a abstracções . 85 13 . Há vinte e três mil anos . . . . 93 14. Retrato-robot 97 15 . Bereshith I 07 16. Princípio do primeiro dia . . . . . 115 17 . Fim do primeiro dia . . 121 18 . Segundo dia . . 127 19. Terceiro dia . . I 33 20. Quarto dia . . . 137 21. Quinto dia . . . 149 22. Sexto dia . . . . . 15 3 23. Os nossos direitos à herança celeste . . 163 24. Análise de um deus . . 171 2 5 . Quem te fez deus ? . . . 18 5 26. Serernos deuses ? . 191 27. Os problemas da experimentação 195 28. A árvore da ciência do bern e do mal . . 201 29. O sexto dia . . . . 203 30. O reino dos super-homens. . . . . 211 31. História de Noé . 221 32. História de Noé, do arco e dos archeiros . 225 33. Noé e os seus dois filhos . 229 34 . A dúvida cartesiana dos herdeiros de Noé . . . . . 2 3 5 35 . A torre de cabeça nos céus . . . . 241 36. Os tempos históricos: de Abraão a José 245 37. De José a Moisés 249 38. De Moisés à vinda de Cristo . . . 257 39. Inventário dos sonhos . . 261 40. "A cosmonáutica interstelar . . . " , diz-nos Von Braun . . (fim).