IL - Instituto de Letras. LIP LIP - Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas. Disciplina: Disciplina: Laboratório de Gramática. Professora: Professora: Orlene Lucia de Saboia Carvalho. Graduanda: Joice Marielle da Costa Moreira.
BAGNO, Marcos. Mas o que é mesmo variação linguística? In Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. linguística. Parábola Editorial. São Paulo,
2007. RESUMO: RESUMO: Se por um lado a norma padrão entende a língua como um produto homogêneo, a sociolinguística vê a mesma como heterogênea, múltipla, variável, instável, em permanente processo de construção e desconstrução. Dentro dessa perspectiva, a língua é uma atividade social coletiva, e se dá pelo uso real da língua por seus falantes, tanto por meio da fala quanta da escrita. Assim, a variação e a mudança linguísticas são o estado natural das línguas. A heterogeneidade da língua é um reflexo da própria sociedade, que que por si só só é heterogênea, heterogênea, tanto linguística linguística quanto socialmente, sendo o principal objetivo da sociolinguística relacionar essas duas heterogeneidades. Assim, em um extremo está a variação e no outro a norma padrão, sendo que uma influencia a outra, e ambas devem ser levadas em consideração em toda investigação sobre língua e sociedade. Dizer que a língua apresenta variação equivale a dizer que ela é heterogênea, e pode ocorrer em todos os níveis da língua: fonético-fonológico, morfológico, sintático, semântico, lexical, estilístico-pragmática. A heterogeneidade da língua se dá de uma forma ordenada, e não aleatória, uma vez que é impossível falar ou fazer uso da língua sem obedecer regras linguísticas, sendo que essas regras são determinadas pelo próprio uso, não pela normatização. Alguns fatores sociais sociais e extralinguísticos extralinguísticos estão relacionados ao fenômeno da variação, sendo os mais importantes: origem geográfica, status socioeconômico, grau de escolarização, idade, sexo, mercado de trabalho, e as redes sociais. Além disso, há a variação estilística. Os falantes de uma língua monitoram suas próprias falas de acordo com o grau de formalidade exigida nos
diversos espaços e contextos que ocupam. Ao nível de monitoramento que fazemos conforme a situação de uso dá-se o nome de variação estilística. Ou seja, não existe nenhum falante que utilize apenas um estilo. Outro conceito importante na sociolinguística é o de Variedade, que é cada um dos muitos modos de se falar uma língua. Podem ser classificadas em: dialeto, socioleto, cronoleto, idioleto. Nem tudo na língua varia, no entanto. As regras da língua que não apresentam variação são chamadas regras categóricas, e as que variam são chamadas regras variáveis, ou apenas variáveis. Muitas vezes, se uma variável se torna consagrada pela frequência de uso, pode ser que ela seja incorporada na língua como a variável predominante, causando o fenômeno de mudança linguística. Ao “estilo em que se presta o mínimo de atenção ao monitoramento da fala” chamamos de vernáculo, e este pode ser a fonte mais segura para se investigar os processos de mudança linguística. Em contextos educacionais, é importante que se leve em consideração a língua vernácula dos estudantes para que se aplique estratégias de ensino adequadas e que façam sentido para os falantes da língua que estão entrando em contato com o estudo da língua por meio da escola.