Apostila de Estabilidade de Escavações Subterrâneas MIN- 225 Textos de aula do professor José Margarida da Silva
Sumário
1-TRODUÇÃO: A SEGURANÇA ESTRUTURAL 1.1 INTRODUÇÃO 1.2 A GEOMECÂNICA 1.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1.4 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA RECOMENDADA
2 - TENSÕES NOS MACIÇOS ROCHOSOS 2.1 CONCEITOS INICIAIS 2.1.1. ZONA CLÁSTICA 2.1.2 REGRA DE HEIM
2.2. - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LAVRA SUBTERRÂNEA 2.2.1. - DESMONTES COM ABANDONO DE PILARES 2.2.1.1. - TENSÃO MÉDIA EM PILARES 2.2.1.2 - DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES EM PILARES 2.2. 2. - DESMONTES COM ENCHIMENTO 2.2.3. - DESMONTES COM ABATIMENTO CONTROLADO DO TETO
2.3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2.4 - BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
3-IMPACTOS AMBIENTAIS DA LAVRA SUBTERRÂNEA 3.1. INTRODUÇÃO 3.2 SUBSIDÊNCIA INDUZIDA PELA LAVRA
3.2.1 DESCRIÇÃO DO FENÔMENO 3.2.2 - RELAÇÃO DA SUBSIDÊNCIA COM O TEMPO 3.2.3 - MEDIDAS PARA LIMITAR EFEITOS DE SUBSIDÊNCIA 3.2.4. MÉTODOS DE PREVISÃO DO PERFIL DE SUBSIDÊNCIA CONTÍNUA
3.3EXPLOSÕES NATURAIS OU GOLPES DE TERRENO (“ROCK BURSTS”) 3.3.1 DESCRIÇÃO DO FENÔMENO, CAUSAS E EFEITOS. FORMAS DE CONTROLE 3.3.2 TÉCNICA DESTRESS BLASTING 3.3.3 SELEÇÃO DO SUPORTE PARA REGIÕES BURST-PRONE
3.4 CONCLUSÕES 3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3.6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA RECOMENDADA
4 TRATAMENTO E REFORÇO DOS MACIÇOS ROCHOSOS 4.1 GENERALIDADES GENERALIDADES 4.2 INJEÇÃO DE CIMENTO 4.3 MÉTODOS DE DE IMPERMEABILIZAÇÃO IMPERMEABILIZAÇÃO QUÍMICA E OUTROS 4.4 CUSTOS COMPARATIVOS COMPARATIVOS DE INJEÇÕES
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4.5 CONGELAMENTO CONGELAMENTO DE TERRENOS 4.5.1 USOS E LIMITAÇÕES 4.5.2. MÉTODOS DE CONGELAMENTO 4.5.3. PROJETO E MONITORAMENTO
4.6 ESTUDOS DE CASOS 4.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4.8 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA RECOMENDADA
5. ANCORAGENS 5.1 5.2 5.3 5.4
INTRODUÇÃO HISTÓRICO PARAFUSOS DE ANCORAGEM ANCORAGEM ANCORAGENS MECÂNICAS
5.4. 1. ANCORAGENS MECÂNICAS DE ATRITO
5.5 TIRANTES ANCORADOS COM CARTUCHOS DE CIMENTO 5.6 PINOS DE MADEIRA MADEIRA (“DOWELS”), (“DOWELS”), COM INJEÇÃO DE RESINA 5.7 SISTEMA "CABLE BOLT" 5.8 ANCORAGEM COM CARTUCHOS DE RESINA 5.9 CONCLUSÕES 5.10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
6. SUPORTES CONTÍNUOS (REVESTIMENTOS) DE ESCAVAÇÕES SUBTERRÂNEAS 6.1 GENERALIDADES GENERALIDADES 6.2 TELAS DE ARAME
6.2.1 TELAS TRANÇADAS, EM CADEIA OU TIPO CORRENTE (chainlink mesh) 6.2.2 TELAS SOLDADAS (weldmesh) 6.2.3 Straps
6.3 REVESTIMENTOS COM CONCRETO
6.3.1 HISTÓRICO 6.3.2 REVESTIMENTO DE POÇOS (“CONCRETAGEM”) 6.3.3 REVESTIMENTO DE GALERIAS GALERIAS COM COM CONCRETO PROJETADO OU GUNITA ( Shotcrete Shotcrete)
6.4 CONCRETO PROJETADO REFORÇADO 6.5 REVESTIMENTO DE SUPERFÍCIES COM POLIURETANO POLIURETANO 6.6 ESTUDOS DE CASOS 6.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6.8 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA RECOMENDADA
7. TÉCNICAS DE MONITORAÇÃO DE UM SISTEMA DE ATIRANTAMENTO 7.1 GENERALIDADES
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7.2 MONITORAÇÃO MONITORAÇÃO DAS ANCORAGENS ANCORAGENS
7.2.1 PERFURABILIDADE DA ROCHA 7.2.2 ARRANCAMENTO DE ANCORAGENS ANCORAGENS ( Pull Pull test ) 7.2.3 PERDA DE PROTENÇÃO
7.3 MONITORAÇÃO MONITORAÇÃO DO MACIÇO
7.3.1 MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA 7.3.2 MEDIDAS DE DISLOCAMENTOS NO INTERIOR DO MACIÇO (EXTENSOMETRIA)
7.4 ESTUDOS DE CASOS
7.4.1 INTERLIGAÇÃO DE PASSAGENS NA MINA CUIABÁ (Anglo-Gold) 7.4.2 TESTE DE ARRANCAMENTO DE TIRANTES E CABOS NA MINA DE MOINHO, PORTUGAL. 7.4.3 MONITORAMENTO DE MOVIMENTAÇÃO MOVIMENTAÇÃO DE BLOCOS BLOCOS (Dinis da Gama et alii , 2002) 7.4.4 MONITORAMENTO MICROSÍSMICO NA MINA CARAÍBA (Andrade, Santos e Silva, 2003) 7.4.5 MONITORAMENTO DE DESLOCAMENTO (hundimiento) EM PALABOWRA (Chile) 7.4.6 MODIFICAÇÕES NA BELLAVISTA MINE MINE
7.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7.6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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1-TRODUÇÃO: A SEGURANÇA ESTRUTURAL
1.1 Introdução Os trabalhos em minas subterrâneas apresentam fundamentalmente dois grandes aspectos de segurança: segurança estrutural das aberturas, envolvendo tetos, pisos, paredes e pilares; segurança segurança ambiental ambiental, que se refere à criação e manutenção de um ambiente de trabalho confortável e adequado à execução das tarefas pertinentes ao empreendimento. A preocupação ambiental, em sentido amplo, inclui a preocupação com a segurança. As minas subterrâneas contam hoje com os conhecimentos advindos do grande avanço de algumas ciências, como por exemplo da Mecânica de Rochas, e deixaram de ser lugares mal iluminados, úmidos, sujos e altamente perigosos como no passado. Só em casos particulares, a segurança estrutural na explotação mineira subterrânea pode ser considerada recorrendo-se a fatores de segurança estabelecidos a partir das soli solici citaç taçõe õess máxi máxima mass supo suport rtad adas as pelo peloss maci maciço çoss roch rochos osos os ante antess da rupt ruptur ura. a. Na generalidade das situações da mineração, a segurança estrutural (ou segurança técnica) tem que ser considerada levando em conta a dinâmica da ruptura dos maciços e as resistências pós-ruptura que estes podem exibir. A expl explot otaç ação ão das das mina minass se faz faz obse observ rvan ando do-s -see os três três prin princí cípi pios os étic éticos os fundamentais: o da Segurança, o da Economia e o do Bom Aproveitamento das Jazidas (Mello Mendes, 1996). Ninguém duvida que o primeiro destes princípios seja fundamental, parecendo dever sobrepor-se aos restantes. Com efeito, não há nada que pague a vida de um homem e, por isso, compreende-se facilmente que o trabalho mineiro, como, de resto, qualquer outra atividade, deva ser executado com segurança. Este porém é um aspecto muito particular particular da noção de Segurança Segurança que o primeiro dos Princípios Fundamentais da Explotação de Minas abrange. A garantia de bons ambientes de trabalho deve ser também abrangida na noção de Segurança das Minas. A noção de Segurança não pode ser apenas estendida ao Homem. Cada vez mais há que ter sempre presente que uma mina é um complexo técnico-econômico onde trabalham homens, é certo, mas que exige investimentos muito vultosos sob a forma de equipamentos e de estruturas que têm de ser criadas para dar acesso aos locais de onde os minérios são retirados e para o desenvolvimento desses mesmos trabalhos de retirada. Todos estes investimentos têm que ser, a seu tempo, recuperados. Deste modo, tanto os equipamentos como as próprias estruturas de apoio não podem estar à mercê de acidentes que comprometam a recuperação dos correspondentes investimentos. Quanto ao Princípio da Economia, sendo uma atividade tipicamente industrial, a mineração vive sempre condicionada pela obrigatoriedade de produzir a preços de custo inferiores aos correspondentes às cotações dos seus produtos num mercado cada vez mais de âmbito mundial. Tratando-se, por outro lado, de uma indústria pesada, dotada de grande inércia, que impõe longos prazos de restituição aos elevados capitais que obriga a investir, a indústria mineira, para ser atrativa aos investidores, tem que oferecer boas ou, pelo menos, razoáveis perspectivas de lucro. Todo este condicionamento faz com que a produção mineral deva ser conseguida aos preços mais baixos possíveis, o que se reflete na obrigatoriedade de otimizar o custo do processo produtivo mineiro em todos os seus complexos pormenores. 5
Em relação ao terceiro Princípio Fundamental - do Bom Aproveitamento das Jazidas, salvo raríssimas exceções, as jazidas minerais não são renováveis à escala temporal da vida humana nem mesmo à escala temporal da Humanidade. Explotá-los representa, para essa última, a destruição de um capital que não pode ser reposto. Assim, ao contrário de se tentar obter, por reciclagem, produtos minerais anteriormente extraídos e já utilizados, há que minimizar a delapidação dos recursos minerais naturais. Importa, então, otimizar a recuperação das substâncias minerais das jazidas, de modo que as frações destas, que agora não sejam explotadas, não fiquem em condições tais que impossibilitem a recuperação futura. Não seguindo este princípio, o Homem está criminosamente comprometendo o futuro da Humanidade no que diz respeito às possíveis melhores condições de vida, pelo menos em relação às resultantes de poder beneficiar do aproveitamento dos minérios e, numa visão local que muito interessa às regiões mineiras, de poder prolongar a atividade industrial da mineração, geralmente importante promotora do desenvolvimento social. A situação do ótimo ponto de equilíbrio entre as exigências dos três Princípios Fundamentais tem, porém, variado ao longo dos tempos, de acordo com a valorização relativa dada pelo Homem aos diversos fatores considerados importantes para si e para a Humani Humanida dade. de. Esta Esta vari variaç ação ão de posi posici cion onam ament entoo da meta meta a atin atingi girr tem tem obri obriga gado, do, necessariamente, a mudanças de direção das correções a serem feitas no modo de considerar a mineração, isto para que a aproximação em relação àquela meta se possa concretizar da melhor maneira. Por exemplo, na escolha da orientação para uma abertura, a maior dimensão deve estar perpendicular à tensão principal maior. Se as fraturas tendem a se estender no plano perpendicular à tensão principal σ 3, o conhecimento da direção das tensões permite a escolha de um arranjo para reduzir esse risco. Quando se faz grandes escavações em superfície superfície com técnicas técnicas de pré-corte, pré-corte, economias economias acontecerão acontecerão se a escavação escavação é orientada orientada perpendicular a σ 3. A ruptura das rochas e dos maciços rochosos e os mecanismos envolvidos nessa ruptura estão, de certa forma, sempre bem presentes na atuação dos Engenheiros de Minas. Extrair substâncias úteis das jazidas implica, necessariamente, arrancar blocos de rocha, que contenham tais substâncias, dos maciços de que fazem parte; esse arranque corresponde, corresponde, por seu lado, à necessidade necessidade de se provocar a ruptura para separação de tais blocos. Não é de se estranhar que uma das principais preocupações da Engenharia de Minas seja o aprofundamento dos conhecimentos existentes sobre a ruptura dos maciços rochosos tanto nos seus aspectos teóricos como no que diz respeito às tecnologias que se aplicam. Também no emprego emprego dos seus métodos métodos de explotação explotação subterrânea, subterrânea, o Engenheiro Engenheiro de Mina Minass recon reconhe hece ceuu há mu muit itoo ser ser conve conveni nient entee deix deixar ar que que os maci maciços ços roch rochos osos os,, envolventes das cavidades que vai criando, vão libertando aos poucos, por meio de rupturas sucessivas e devidamente controladas, os excessos de energia que tendem a acumular-se em torno dessas cavidades, à medida que vão aumentando as respectivas dimensões. Com este modo de proceder reduzem-se os riscos de a liberação de tais excessos de energia vir a ocorrer de forma brusca e violenta, com fraturamento do terreno quand quandoo e onde onde não seja seja espe espera rado do.. Daí tere teremm-se se dese desenvo nvolv lvid idos os vári vários os méto método doss de explotação onde a ruptura dos maciços rochosos é procurada ou, mesmo, artificialmente provocada. Métodos esses que, como é sabido, vão até o ponto de permitir utilizar a 6
energia armazenada nos maciços rochosos para fraturar e fragmentar a rocha constituinte desses maciços, em substituição do emprego de outras formas de energia. Compreende-se assim, que a ruptura dos maciços rochosos, desde que possa ser controlada, não assuste os engenheiros de minas, sendo-lhes antes uma companheira familiar na sua atividade profissional. Não admira pois, que, em Engenharia de Minas, a noção de Segurança Estrutural seja aceita, sem qualquer repugnância, já próximo ou mesmo dentro dos domínios da ruptura dos maciços rochosos. O aumento aumento crescente crescente do conhecimento conhecimento acerca das característ características icas mecânicas mecânicas e do comportamento dos maciços rochosos face às escavações neles realizadas muito tem a contribuir para a segurança dos trabalhos. Os domínios de ruptura das rochas e dos maciços rochosos são, porém, bastante complexos e, em relação a eles, muita investigação aplicada há de se fazer. Contribuir para esta investigação é, também, uma das obrigações do Engenheiro de Minas.
1.2 A Geomecânica A Geom Geomec ecân ânic icaa comp compre reen ende de o estu estudo do das das prop propri ried edad ades es mecâ mecâni nica cass e o comportamento de todos os materiais geológicos. A Mecânica de Rochas está relacionada com as propriedades mecânicas e o comportamento das rochas, isto é, como a rocha responde quando sujeita a um campo de forças. Este campo pode ser induzido pela escavação de uma abertura produzida por meio meioss mecân mecânic icos os tais tais como como um umaa perf perfur uraçã açãoo ou brit britag agem em.. Isto Isto é de fund fundam amen enta tall importância em mineração porque a rocha é o principal material de construção e também o principal produto do processo de escavação. O estabelecimento das bases teóricas da Mecânica de Rochas data das últimas déca décadas das e devedeve-se se prin princi cipa palm lmen ente te:: ao dese desenv nvol olvi vime ment ntoo dos dos comp comput utado adore ress anal analógi ógicos cos e digi digita tais is,, que que perm permit item em o uso uso de técn técnic icas as mate matemá máti ticas cas mais mais sofisticadas; à construção construção de equipamentos para medição mais precisa de tensões tensões e deformações em rochas. A Engenharia de Minas está interessada no comportamento mecânico do maciço rochoso quando se realizam escavações no mesmo, isto é, parte deste é aliviado. A Engenharia Civil está interessada em saber quais as modificações que se introduzem quando o maciço é carregado pela presença de uma barragem, edifício etc. Em princípio, princípio, estes dois ramos de engenharia engenharia estão preocupados preocupados com problemas problemas quase opostos, mas que podem ser equacionados conforme: • quais as tensões atuantes no maciço original? • quais as alterações das tensões introduzidas pela escavação ou obra? • qual o efeito das condições geológicas mais complexas? Estas questões podem hoje ser respondidas com a Mecânica de Rochas Aplicada. O primeiro passo para a evolução da geotecnia foi dado quando ruiu a barragem de Sain Saintt Fran Franci ciss (EUA (EUA), ), provo provoca cand ndoo mo mort rtes es e prej prejuí uízo zo de milh milhõe õess de dóla dólare res. s. A engenhar engenharia ia desper despertou tou para para a impor importân tância cia e necessi necessidade dade de inv invest estiga igações ções geológ geológico ico-geotécnicas. A Mecânica de Rochas utiliza os conhecimentos de outras ciências, sem poder deixar de levar em conta os aspectos intrínsecos do próprio material: seu permanente estado de evolução; evolução; a influência influência das condições ambientais ambientais nas propriedades propriedades físicas e na 7
resistência mecânica; a presença de descontinuidades, a heterogeneidade e anisotropia; a natureza mecânica (Ayres da Silva & Hennies, 1988). É importante observar que a rocha constitui um caso particular de material de enge engenha nhari ria. a. Como Como obse observ rvaa Huds Hudson on (1989 (1989 apud apud Ayre Ayress da Si Silv lva, a, 1993) 1993),, nas nas construções com materiais artificiais, a resistência dos materiais é composta em função das necessidades de resistência aos esforços que lhe serão aplicados. Já na rocha, a resistência lhe é intrínseca e as tensões existem independentemente de outras cargas externas que lhe sejam aplicadas. Assim, diante desta limitação e mais os custos proibitivos em que incorreria obter-se um projeto de construção pronto na prancheta, existirão fases de projeto, e mesmo de produção, que serão ajustadas à realidade do maciço rochoso. Para o projeto racional de suportes artificiais e revestimento e consolidação de aberturas subterrâneas, a Mecânica de Rochas assume papel de suma importância, pois permite analisar a influência dos fatores que se pretende dominar ou cuja importância se pretende reduzir com o recurso a tais técnicas. Com efeito, a estabilidade das escavações subterrâneas só pode ser assegurada se os maciços rochosos têm determinadas características de resistência e se as aberturas possuem certas formas geométricas e não excedem determinadas dimensões. Mesmo em tais casos, a expansão da rocha no sentido dos vazios deve ser considerada, considerada, bem como o fato fato de que que devi devido do às resp respec ecti tiva vass cara caract cter erís ísti tica cass reol reológ ógic icas as,, as defo deform rmaç açõe õess correspondentes processam-se, em grande parte, ao longo do tempo (Ayres da Silva & Hennies, 1970). Desta forma, em geral, na vizinhança das cavidades definem-se zonas aliviadas de tens tensõe õess cuja cuja roch rochaa é susc suscept eptív ível el de atua atuarr por por açõe açõess de peso peso.. Sobr Sobree os teto tetoss das das escavações, essas zonas podem ter importância relativamente reduzida (quando são superiormente limitadas por arcos de pressão bem definidos), podem desenvolver-se progressivamente em altura, originando deformações no teto das aberturas que, por vezes, atingem a superfície (subsidência). Em todos os casos, no entanto, as redistribuições retardadas de tensões, devido às características aneláticas dos maciços, conferem ao fator tempo importância muito grande no que diz respeito à deformação e ao eventual fraturamento dos terrenos circundantes dos maciços. Sendo assim, as ações dos suportes artificiais e dos revestimentos das cavidades podem ser muito variadas, dependendo essencialmente dos tipos de solicitações que sobre eles exercem os terrenos. Quanto a estas solicitações, há que distinguir as que resultam de simples ações de peso peso do materi material al descom descompri primi mido, do, corres correspond pondent entee às zonas zonas alivia aliviadas das de tensõe tensõess da vizinhança dos vazios, e as que provêm diretamente dos campos de tensões instalados nos terrenos. As primeiras são, em geral, susceptíveis de serem controladas, ao passo que as segundas só o são, em regra, quando os campos de tensões, instalados nos terrenos antes da abertura das cavidades, têm intensidades reduzidas. É também indispensável o conhecimento do intervalo de tempo durante o qual se pretende que os escoramentos ou os revestimentos exerçam convenientemente as suas funções. Desse intervalo de tempo depende, geralmente, a importância da deformação dos terrenos a que se aplicam e, por conseguinte, a intensidade máxima das reações que têm de suportar. 8
1.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Ayres da Silva, L. A 1993. Mecânica de Rochas Aplicada à Mineração. Apostila da Pósgraduação. Escola Politécnica da USP Ayres da Silva, L. A & Hennies, W. T. 1988. Abert Abertura ura de Vias Vias Subterrâ Subterrânea neass Escoramento em Vias Subterrâneas. EPUSP. 73 p. Mecâni nica ca de Rocha Rochass Apli Aplica cada da à Hennies, W. T. & Ayres da Silva, L. A 1970. Mecâ Mineração. EPUSP. Mello Mendes, F. 1996. A Segurança Estrutural em Engenharia de Minas. Geotecnia. Geotecnia. Sociedade Portuguesa de Geotecnia. n.º 74, p. 1 - 13.
1.4 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Windsor, C. R. e Thompson, A. G. 1993. Rock Reinforcement - Technology, Testing, Design and Evaluation. In: Hudson, Comprehensive Rock Engineering , pp. 451- 484. Bieniawski, Z. T. 1984. Rock Mechanics Design in Mining and Tunnelling . Balkema. Rotterdam, pp. 1-4. Goodman, R. E. 1980. Introduction to Rock Mechanics. John Wiley & Sons, pp. 97 e 211. Morrison, D. M. 1996. Rock Mechanics and the Future of Underground Mining In: Engineering and Mining Journal, sept 96, pp. 75-77. Nieble, C. M.; Fujimura, F.; Brito, S. N. A; Hennies, W. T. 1993. Rock Mechanics Mechanics as a Support to Safety in Underground Mining. Ribeiro e Sousa e Grossman (ed). Safety Balkema, Rotterdam. Rotterdam. Proceedings and Environmental Issues in Rock Engineering . Balkema, of the ISRM International Symposium. EUROCK’93, pp. 643-692. Stacey, T. R.; Page, C. H. 1986. Practical Handbook for Underground Rock Mechanics. Trans Tech Publications, 144 pp.
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2 - TENSÕES NOS MACIÇOS ROCHOSOS José Margarida da Silva José Fernando Miranda
2.1 Conceitos Conceitos Iniciais Iniciais A engenharia do espaço subterrâneo tem várias facetas, algumas das quais não relacionadas às condições da rocha. Mas a Mecânica das Rochas é o suporte direto para vário várioss dos dos aspe aspect ctos os crít crític icos os do traba trabalh lhoo de engen engenhar haria ia como como,, por por exem exempl plo, o, do planejamento, da localização, dimensões, formas e orientações de câmaras; seleção dos suportes; arranjo para construção de acessos; desmonte; projeto de instrumentação. Tensão é uma grandeza vetorial, ligada ao acúmulo de energia, associada a um plano (tensor). Está relacionada à tendência de deslocamento relativo das partículas de um corpo corpo,, em funç função ão de soli solici cita taçõ ções es exte extern rnas as.. A opos oposiç ição ão das das part partíc ícul ulas as a este este deslocamento gera a tensão. A tensão é, portanto, função do ponto considerado, do plano considerado e dos esforços solicitantes. Maciço rochoso é o conjunto formado por tipo litológico, descontinuidades e água (Müller, 1963 apud Ayres a Silva, 1993). A maioria maioria dos maciços maciços rochosos, rochosos, em particular particular aqueles até uma profundidade profundidade de algumas algumas centenas centenas de metros metros da superfíci superfície, e, comporta-se comporta-se como descontínuos descontínuos e, em certas condiçõ condições, es, princi principal palmen mente te as descont descontinu inuida idades des determ determina inam m o seu compor comportam tament entoo mecânico. É por isso, essencial que a estrutura e a natureza das descontinuidades do maciço sejam cuidadosamente descritas, em adição à descrição litológica da rocha. Esses parâmetros que podem ser utilizados em alguns tipos de análises de estabilidade deveriam ser quantificados sempre que possível. O comportamento geomecânico de maciços fraturados tem merecido a atenção de diversos estudiosos e pesquisadores e a sua importância se mostra na existência de inúmer inú meros os trabal trabalhos hos na lit litera eratur turaa especi especiali alizada zada.. A influê influênci nciaa de descon descontin tinuid uidade adess geológicas nas características mecânicas dos maciços rochosos, quais sejam resistência e deformabilidade, é inegável. Müller (1963) sugere uma redução de até 1/30 na resistência da rocha devido à existência de planos de fraqueza. Enquanto as descontinuidades aumentam a permeabilidade e a deformação de um maciço rochoso, elas tendem a diminuir sua resistência e capacidade de suporte. O estado de tensões no interior de um maciço rochoso varia, geralmente, de ponto a ponto, tanto para o valor quanto para direção das componentes principais que o definem. Por um lado devido às variações de intensidade e de direção das solicitações que o motivaram, por outro, em virtude das heterogeneidades que os maciços sempre evidenciam. O conh conheci ecime ment ntoo das das tens tensõe õess que que se desenv desenvol olvem vem no inte interi rior or dos dos maci maciço çoss rochosos é uma condição prévia para se conseguir uma boa sustentação. Decisões 10
importantes importantes serão tomadas, tomadas, a começar começar da orientação orientação do eixo da escavação em função da direção principal de tensões. Em uma rocha não escavada, regular e horizontal, as tensões verticais atuantes sobre um determinado volume de rocha têm como grande causa a gravidade e seu valor é igual ao peso da coluna litostática de seção transversal unitária sobreposta ao ponto considerado (P = γ x H). O maciço virgem não está submetido somente a esforços verticais, mas a um sistema triaxial de tensões devido à seguinte razão: quando um corpo coerente (por exemplo um cubo de aço ou de rocha) é submetido à compressão, ele se encurtará segundo a direção desta solicitação e se alargará na direção transversal à mesma. Se se opuser a este alargamento, demonstra-se e comprova-se a aparição de forças transversais neste corpo. Esta é a origem dos empuxos horizontais nas minas subterrâneas, mais ou menos importantes conforme a natureza das rochas. Tudo que foi dito até então refere-se a um maciço virgem, cujas condições de equilíbrio não foram afetadas por trabalhos de mineração. As tensões que se desenvolvem desenvolvem em uma determinada determinada região, no interior interior de um maciço rochoso virgem (antes de ser escavado), escavado), são designadas por tensões naturais ou tensões “in situ”. Ou seja, é o estado resultante da ação de diversos fatores, embora o peso das rochas sobrejacentes seja o mais importante (tensão gravitacional ou mássica). Com o advento de uma escavação, ocorre uma modificação no estado natural de tensões, havendo uma distribuição de tensões no maciço circunvizinho à escavação (tensões induzidas). Distribuição esta que pode gerar, nos contornos desta escavação, concentrações de tensões tais que chegam até a ruptura do maciço. Depois de executada a abertura, a transmissão das tensões deixa de ser possível através do vazio criado. A carga distribui-se de um lado e do outro dos limites deste vazio, originando as concentrações de tensões nas paredes (laterais) da galeria, considerando-se a tensão vertical como a mais importante (vide figura 1.1). Forma-se então, em torno da galeria, uma zona aliviada de tensões e a porção da rocha descomprimida, situada em seu interior, ficando submetida à ação de seu peso próprio, será susceptível de sofrer flexões que originarão esforços de tração, os quais, se ultrapassarem o limite de resistência da rocha, acabarão por levar a rocha do teto à ruptura. Est Esta zona zona de desc descom ompr pres essã sãoo ou de alív alíviio de tensõ ensões es não não se prop propag agaa indefinidamente. Ela tende a limitar-se superiormente pela formação de uma abóboda auto-suportante (“arco de pressão”). A instalação deste arco de pressão auto-suportante, transferindo lateralmente as cargas atuantes, é que permite a sustentação dos tetos das escavações (Silveira, 1987). A perturbação do estado de tensões pré-existentes estende-se até o limite de influência, além do qual, as tensões naturais do maciço não são mais afetadas pela presença da escavação. Quando as escavações estão a tal distância que os limites e influência não se interceptam (cerca de 3 vezes a dimensão característica da seção), dizemos que são escavações singulares; caso contrário, contrário, dizemos que temos escavações múltiplas. A escavação de um poço ou de uma galeria permite a expansão das rochas em direção ao vazio criado, expansão esta que será maior ou menor dependendo da forma e dimensões das escavações, da profundidade de trabalho e da natureza das rochas. 11
Para uma secção reduzida e à pequena profundidade, a galeria não necessita de sustentação artificial, com o teto trabalhando da mesma forma que uma ponte ou uma abóbada abóbada e transf transferi erindo ndo para para as parede paredess latera laterais is os esforç esforços os vertic verticais ais anteri anteriorm orment entee suportados pelas rochas arrancadas. Acima de certos limites haverá, contudo, fratura das rochas seguida de abatimento que se concentrará nos pontos onde a sobrecarga for maior. A ruptura será, no caso geral, devida a esforços de flexão ou de cisalhamento, porque a resistência da rocha a estes tipos de solicitação é muito menor do que à compressão.
Figura 1.1 - Distribuição de Tensões Naturais e Induzidas (Silveira, 1987).
Somentee poderá Soment poderá evitar evitar-se -se o abatime abatimento nto median mediante te uma susten sustentaç tação ão artifi artificia cial; l; mesmo assim, a expansão da rocha prosseguirá, tendendo a reduzir a secção da galeria e a deformar deformar ou destruir a referida referida sustentação. sustentação. Antes que se produza o abatimento ou que seja muito grande a redução da secção, é necessário abandonar a galeria ou refazê-la. Tensões de outra natureza que não a gravimétrica são consideradas, segundo Ayres da Silva e Hennies (1988), para fins didáticos, tensões anômalas (ex.: tensões de origem tectônica, como os dobramentos podem dar origem a tensões anômalas pelo acúmulo de energia nas regiões de compressão e por alívio nas regiões de tração). O cálculo das tensões seria relativamente fácil se as rochas fossem homogêneas, porém, isto praticamente nunca ocorre. Os maciços se compõem de porções de rocha mais ou menos inclinadas, de espessuras variáveis e de resistências diversas. 12
A relação entre a dilatação transversal e a contração longitudinal das rochas (coeficiente de Poisson) é muito variável, o que ocasiona variações acentuadas nos empuxos horizontais. horizontais. Por outro lado, os terrenos terrenos estão sempre sempre estratif estratificados, icados, o que cria uma anisotropia anisotropia.. À estratifi estratificação cação comumente comumente se juntam juntam redes de fraturas, fraturas, dobramentos, dobramentos, falhas e outras descontinuidades geológicas que complicam o processo de cálculo. Por outro lado, existem minas nas quais o maciço, regular e bastante homogêneo, pode ser, em primeira aproximação, adaptado a um modelo clássico da Mecânica de Rocha Rochas. s. O cálc cálcul uloo forn fornec ecer erá, á, pelo pelo menos menos,, o sent sentid idoo e a orde ordem m de grand grandez ezaa dos dos fenômenos. O mais simples destes é o modelo elástico. Quando se trata de uma rocha não homogênea, o cálculo baseado na teoria da elasticidade não é válido; porém, pode se tentar assimilar o maciço rochoso a um outro modelo teórico (plástico, elasto- plástico etc). Para a previsão do comportamento de escavações subterrâneas em várias formas e configu configuraç rações ões,, são utiliza utilizados dos cada vez mais mais intens intensame amente nte os proces processos sos de cálcul cálculoo baseados nas teorias dos elementos finitos, das diferenças finitas, dos elementos de front frontei eira ra ou dos bloc blocos os sing singul ular ares es,, comum comumen ente te desig designa nados dos como como mo mode dela lame ment ntoo matemático ou modelagem numérica. Os dois dois memb membro ross estr estrut utur urai aiss auto auto-s -sup upor orta tant ntes es com com que se pode pode cont contar ar em aberturas subterrâneas são: • a viga e • o arco, que mantém a estabilidade pela transformação da pressão vertical em pressão horizontal e diagonal.
2.1.1. Zona Clástica Zona clástica é a zona de reajustamento de tensões quando se executa uma abertura abertura em uma rocha e ela é definida até a região em que o material material passa a não sofrer nenhuma influência pela abertura. Isto é até a região onde o equilíbrio inicial não é perturbado (limite de influência). Configuração da zona clástica Em torno de uma abertura, escorada, sujeita a uma tensão isotrópica natural, a zona clástica se estende mais na direção vertical do que horizontal. Isto ocorre porque a pressão radial exercida pelo suporte é parcialmente neutralizada na direção vertical pelo peso do material fraturado. Assim, a zona clástica é uma elípse com o eixo vertical maior, mas para os efeitos de cálculos simplificativos pode se admitir como sendo circular. Em um material fraturado com um alto coeficiente de atrito, a pequenas ou moderadas profundidades, a pressão sobre o escoramento será a devida à rocha na zona clástica acima do suporte e a pressão exercida no topo do arco para estabilizar a rocha será uma função do peso específico da rocha e do raio da abertura. Definamos dois termos que aparecem em todas as equações ao se tratar do estado clástico-plástico de rochas: a) ângulo de atrito interno: é função do grau de rugosidade e angulosidade dos elementos que constituem o material incoerente no qual se trabalha 13
Se esses elementos são livres e separados, mas angulosos, o valor de φ será de 37º a 42º. Se os fragmentos fragmentos são envolvidos por partículas partículas de argila argila úmida, o ângulo não será maior que 30º. Mas se são separados por camadas de argila, o ângulo de atrito interno não chegará em torno de 25º. bb))
J = 1 + sen sen , onde o φ é o ângulo de atrito interno e vai definir a maior ou menor estabilidade de um material incoerente. φ 1 - sen φ
A zona clástica pode estender-se lentamente - levar dias, semanas ou meses. Mas em roch rochas as com com frat fratur uram ament entoo inte intens nsiv ivoo pode pode ser ser rápi rápida da e vai vai exig exigir ir esco escora rame ment ntoo simultaneam simultaneamente ente à abertura, abertura, para impedir impedir o preenchiment preenchimentoo de cavidade cavidade com fragmentos fragmentos de rocha. Essa Essa exte extens nsão ão é acom acompa panha nhada da de aume aument ntoo de volu volume me.. Isto Isto é, o mate materi rial al desmo desmont ntad adoo ocupa ocupa maio maiorr espa espaço ço que que o mate materi rial al em seu seu esta estado do inic inicia ial. l. Port Portant ant,, é necessário deivar um espaço entre o escoramento e a rocha para ser ocupado por esse aumento de volume, ou então usar um escoramento que se deforme suficientemente para abrigar este aumento de volume (Ayres da Silva e Hennies, 1988). Em resumo: a) antes da execução da abertura 〉 distribuição natural das tensões b) após a execução da abertura 〉 redistribuição das tensões e criação de: zonas de concentração *0 *1 zonas de alívio
2.1.2 Regra de Heim Heim (apud Hoek e Brown, 1980) sugeriu em 1912 que os maciços rochosos seriam incapazes de suportar grandes diferenças de tensões. Tal fato, associado aos efeitos de deformação dependentes do tempo, levaria a um campo de tensões naturais, onde as componentes vertical e lateral tenderiam a se igualar (campo uniforme de tensões), ao longo do tempo geológico. De acordo com Hoek & Brown (1980), a sugestão de Heim é aplicável a rochas incompetentes, como é o caso de carvão e evaporitos. Hoek & Brown apresentaram uma coletânea de medições de tensões naturais obtidas obtidas em várias várias localidades localidades,, cuidadosamen cuidadosamente te selecionada selecionada.. Medições Medições realizadas realizadas em ambientes geológicos pouco usuais, como é o caso de regiões com atividade tectônica recente, foram omitidas. Na figura 1.2 são apresentados os valores de tensões verticais reunidos nesta coletânea, em função da profundidade de medição. Neste caso, é possível constatar que os valores de tensões verticais são consistentes com os valores obtidos devido ao peso da coluna litostática sobrejacente. A pequena pequenass profun profundid didades ades,, observ observa-s a-see conside consideráv rável el disper dispersão são dos valore valoress medidos (figura 1.2). Hoek & Brown associam esta dispersão ao fato de que as tensões medidas a pequenas profundidades estariam próximas aos limites mínimos de medição da 14
maioria dos aparelhos utilizados. Entretanto, estes autores não descartam a possibilidade da existência de altos valores de tensão vertical a pequenas profundidades, que poderiam estar relacionados a uma condição geológica ou topográfica pouco usual.
Figura 1.2 - Tensões verticais x profundidade (Hoek & Brown, 1980).
Na figura 1.3 são apresentados os valores de K (razão entre a tensão horizontal média e a tensão vertical) em função da profundidade. A pequenas profundidades, o valor de K é extremamente variável, e freqüentemente maior que a unidade. Àmedida que aumenta a profundidade, a variação de K é menor e seu valor se aproxima da unidade, como previsto por Heim. A maioria dos valores de K estão na ampla faixa dos limites definidos pela relação: 100/y + 0,3 < K < 1500/ y + 0,5 y – profundidade Em alguns casos, o valor de K não fornece uma estimativa representativa das tensões virgens virgens num maciço. maciço. Tal é o caso onde há uma diferença diferença consideráve considerávell na magnitude magnitude das tensões segundo a direção. Nestes casos, o valor das tensões horizontais médio é pouco representativo.
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Figura 1.3 - Variação da Tensão Horizontal média/ Tensão vertical com a profundidade (Hoek & Brown, 1980).
A observação desta coletânea de medições confirma a necessidade de medição das tensões virgens do maciço e a impossibilidade de sua determinação analítica. Deve ser tomado um cuidado especial na determinação das tensões, em função da variação espacial do tensor de tensões. Este fato dificulta a determinação do estado natural de tensões tensões a partir de um pequeno número de medições medições aleatórias aleatórias de tensão, requerendo requerendo a elabor elaboraçã açãoo de uma metodol metodologia ogia adequad adequadaa de mediçã mediçãoo para para obt obtenç enção ão de result resultados ados consistentes. As tensões laterais ou horizontais são estimadas, conforme dito, por: po r:
σ H = K σ p
onde: 1< K <3 para y <1000m 0,5< K< 2 para y >1000m com K = ν /(1- ν ), conforme Silveira (1987). σ H = tensão horizontal média; σ p = tensão vertical; ν - coeficiente de Poisson
De acordo com a relação anterior, as tensões laterais num maciço rochoso seriam invariavelmente menores que as tensões verticais. Isto torna restrita a utilização desta relação, como evidenciado na discussão sobre os fatores condicionantes do campo de tensões naturais. 16
K = ν /(1- ν ν ) não tem validade em um maciço que sofre ciclos de carregamento e descarregamento. A erosão de uma camada de rocha sobrejacente tende a aumentar o valor de K
2.2. - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LAVRA SUBTERRÂNEA A forma e as dimensões da zona de perturbação das tensões nas vizinhanças de uma escavação dependem dos seguintes fatores: • profundidade dos trabalhos; • natureza das rochas; • presença de planos de descontinuidades; • e, principalmente, da forma e das dimensões das escavações. No caso dos alargamentos, que são as aberturas de maior porte em minas subterrâneas, os diagramas de distribuição de tensões assumem configurações distintas em caso particular. Tratando-se de alargamentos abertos - aqueles onde as cavidades são deixadas completamente vazias, à medida que estas atingem determinadas dimensões críticas, a rocha nas suas vizinhanças acabará por se fraturar. À medida que as fraturas se alargam, separam-se blocos de rocha e o processo poderá evoluir até o abatimento de grandes massas, colocando em risco pessoal e equipamentos. Desta forma, as áreas a serem lavradas deverão ter dimensões compatíveis com as características de resistência e deformabilidade das rochas circunjacentes. Entretanto, em geral isto não ocorre, com o desmonte do minério (ou material útil, no caso de jazidas não-metálicas) devendo abranger extensões bem superiores àqueles valores críticos correspondentes aos limites de resistência das rochas. É necessário, portanto, empregar-se técnicas adequadas que tornem os desmontes exequíveis, de forma segura e econômica, mesmo para aberturas cujas dimensões ultrapassarem os referidos valores. De modo genérico, estas técnicas ou métodos de lavra podem ser agrupados segundo uma classificação baseada nos três princípios fundamentais da lavra subterrânea, a saber: abandono de pilares; enchimento; abatimento controlado do teto.
2.2.1. - DESMONTES COM ABANDONO DE PILARES Nos métodos com abandono de pilares, o desmonte é realizado com o avanço de vária váriass câma câmara rass para parale lela las, s, conve conveni nien ente teme ment ntee espa espaça çada dass e que são são post poster erio iorm rmen ente te interligadas para formar os pilares, de formas e dimensões adequadas, que irão limitar os vãos livres das aberturas e promover a sustentação do teto (figura 1.5). Acima dos vãos formam-se as zonas de alívio e as tensões são distribuídas para os pilares. Os pilares devem ser dimensionados para resistirem às cargas relacionadas ao mate materi rial al envol envolvi vido do pelo pelo arco arco de pres pressã são. o. Send Sendoo neces necessá sári rio, o, para para a segu segura ranç nçaa dos dos trabalhos, deve ser efetuado um controle das tensões instaladas e das deformações nos pila pilare ress e no teto teto,, de form formaa a preve preveni nirr-se se contr contraa a ocor ocorrê rênci nciaa de esbo esboro roam ament entos os inesperados. 17
Em minas minas subt subter errâ râne neas as,, a resi resist stênc ência ia à comp compre ress ssão ão do maci maciço ço rocho rochoso so é a propriedade de resistência mecânica determinante da capacidade de suporte dos pilares em roch rochaa e é, port portan anto to,, aque aquela la cujo cujo conh conhec ecim imen ento to é fund fundam amen enta tall para para o seu seu dimensionamento. Tal importância avulta quando a lavra é realizada pelo método de câmaras e pilares. Tem-se observado que a resistência à compressão varia inversamente com a dimensão do corpo de prova cúbico, segundo uma função exponencial. Tal efeito tem sido justificadamente chamado “efeito de escala” ou “size effect” e tem-se considerado como “tamanho crítico” do corpo de prova aquele a partir do qual não se observa mais uma variação significativa da resistência. Esta seria a dimensão na qual o fator de escala seria o adequado à verificação da propriedade para o maciço rochoso. Por outro lado, verifica-se também, que para corpos de prova prismáticos, de seção quadrada ou retangular e corpos de prova cilíndricos, a mesma propriedade varia direta diretamen mente te com a esbelt esbeltez ez dos espéci espécimes mes ensaia ensaiados dos,, entend entendendo endo-se -se por esbelt esbeltez ez a relação entre a menor dimensão de sua seção e sua altura (L/H). É o chamado efeito de forma (“shape effect”). Tal efeito é também observado sobre pilares em rocha. Não é por outro motivo que inúmeros pesquisadores têm-se preocupado com o estudo desses efeitos, realizando suas constatações através de: ensaios sobre corpos de prova de pequenas dimensões; ensaios realizados in situ; métodos observacionais.
Figura 1.5 - Distribuição de tensões em um alargamento lavrado por abandono de pilares (Silveira, 1987).
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Os fatores de segurança, conforme calculados, necessitam de uma interpretação cuidadosa. Os fatores de segurança para pilares, como recomendados nos primeiros trabalhos de Mecânica de Rochas, sobre ensaios de laboratório e sem considerar o efeito de escala, variam de 2 a 4. Atua Atualm lmen ente te,, cons consid ider eran ando do-s -see o efei efeito to esca escala la,, os fato fatore ress de segu segura ranç nçaa recomendados situam-se entre 1,5 e 2,5. Juntas Juntas incli inclinada nadass em um pilar pilar de seção seção quadrad quadradaa interc intercept eptarão arão as latera laterais, is, reduzindo reduzindo a estabilidade estabilidade.. Por este motivo, motivo, muit muitas as vezes, prefere-se prefere-se usar câmaras câmaras longas perpendiculares à direção de juntas fortemente inclinadas mais problemáticas. A maior aior redu reduçã çãoo na resi resist stên ênci ciaa do pil pilar ocor ocorrre quan quando do a dir direção eção das das descontinuidades é paralela às laterais e mergulham com um ângulo de (45 + φ /2)º (Goodman, 1980). As descon descontin tinuid uidade adess com aproxi aproximad madame amente nte esta esta atitud atitudee devem devem governa governarr a orientação das laterais. Em câmaras simples, é usualmente desejável escolher o eixo maior oblíquo à direção de todos os conjuntos de descontinuidades maiores. Para determinar as dimensões de um pilar ou avaliar o grau de segurança de uma dada configuração do pilar, a tensão média sobre o pilar (σ v) calculada deve ser comparada com a resistência do pilar (σ p).
2.2.1.1. - TENSÃO MÉDIA EM PILARES Existem várias maneiras de se calcular a tensão média em pilares, como as teorias da área tributária, da deflexão de viga, da deflexão de pilar ou dos coeficientes de carregamento. Apresentaremos aqui a primeira destas.
Tensões ao redor de escavações múltiplas Pode ser feita uma analogia entre o fluxo de um rio obstruído por pilares de uma ponte com a transmissão de tensões através dos pilares entre uma série de escavações paralelas. Na teoria da área tributária, a tensão é calculada assumindo-se que os pilares suportam uniformemente a carga sobrejacente a eles e às aberturas. A tensão em um ponto do pilar depende da tensão média no pilar (que depende da razão da área total escavada para a área remanescente como pilares) e da concentração de tensões (que é função da forma do pilar). Considerando-se um conjunto de pilares uniformes e um plano horizontal simples, a tensão vertical média no pilar é dada por: Para pilares quadrados: σ p = Pz(1+ W0/W p)2 = γ z(1 + W0/W p)2
onde z é a profundidade; Wo, Lo são as dimensões da abertura; Wp, Lp são as dimensões do pilar (figura 1.6) Para pilares laterais, de comprimento unitário: σ p = γ z(1 + W0/W p)
Para pilares retangulares: 19
σ p = γ z(1 + W0/W p)(1+Lo/L p)
Para pilares irregulares: σ p = γ z Ai / A p
Ai = área de influência A p = área do pilar Ou ainda: σ p = γ z 1/ (1-R) ,onde R é o fator de recuperação. Figura 1.6 - Teoria da Área Tributária (Hoek e Brown, 1980 ou BRAdy e Brown, 1985).
2.2.1.2 - DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES EM PILARES Influência da Forma do Pilar A forma de um pilar entre duas escavações adjacentes depende da forma da escavação e da distância que as separa. A forma de um pilar tem uma influência principal na distribuição de tensão dentro do pilar. Estudos fotoelásticos foram feitos para determinar a distribuição de tensão em pilares laterais entre um número de túneis circulares paralelos. O tipo de modelo de placa que poderia ser usado em tais estudos está mostrado na figura 1.7. A figura 1.8 mostra que a tensão vertical média, a meia altura do pilar é dada por: σ p = Pz(1+ W0/W p) = γ z(1 + W0/W p) Fig. 1.7 - Modelo de placa que contém uma série de furos que representam túneis circulares paralelos. A distribuição de tensões principal maior em pilares depende da tensão média e da concentração de tensões em túneis individuais (Hoek & Brown, 1980). Figura 1.8 - A distribuição de tensão principal maior em pilares depende da tensão média e da concentração de tensões em túneis individuais (Hoek & Brown, 1980).
A distribuição da tensão principal máxima σ 1 através da meia altura do pilar, pode ser aproximada pela superposição de duas distribuições de tensões circunvizinhas a túneis individuais. O valor médio da tensão σ 1 através do pilar deve ser igual à tensão σ p para satisfazer as condições de equilíbrio.
Fórmulas Empíricas de Resistência de Pilares S = K ( L ) ½ / T , onde: S é a resistência do pilar (psi); L é a maior dimensão lateral (polegadas); T é a espessura (polegadas). K = Sp ( D ) ½ , onde : Sp é a resistência de teste; D é a dimensão da amostra; K é o coeficiente do material do pilar. 20
À medida que o fator de segurança diminui, passando a menor que 1, o colapso se iniciará iniciará naquele ponto (não necessariamente necessariamente ocorrerá ocorrerá o colapso colapso total do pilar). pilar). Uma das conseqüências perigosas do colapso do pilar é que pode gerar o “efeito dominó”. Quando o fator de segurança é maior que 1,5, pode-se considerar o suporte como permanente.
2.2. 2. - DESMONTES COM ENCHIMENTO Nos desmontes com enchimento, à medida que o material vai sendo retirado, o vazio deixado é logo preenchido com outro material (como o estéril da mina e/ou o rejeito da usina de tratamento), de forma a promover a sustentação do teto. O material de enchimento pode consistir de rocha estéril, distribuída mecanicamente (a seco), mas a prática mais moderna é a utilização de enchimento hidráulico (“back fill”), constituído de mistura de rejeitos da usina, água e às vezes cimento, distribuída através de tubulações; sendo preferível por ser de execução mais econômica (redução dos custos de produção e enchimento), proporcionar maior produção e melhor compactação (pisos mais uniformes que reduzem a manutenção de equipamentos e os custos com pneus; o material mais compacto tem maior taxa de percolação e proporciona maior estabilidade ao maciço). É efetuado com partículas menores que 100, 200 #. Neste caso, o teor do minério deve compensar o custo de uma operação adicional: a colocação do enchimento. O minério é completamente removido e o material de enchimento suporta as paredes e fornece piso para a lavra da próxima fatia de minério (figura 1.9). Mais Mais recent recenteme emente nte na técnic técnicaa de “back “back fill” fill”,, elimin eliminou-s ou-see a necess necessida idade de de drenagem da água da polpa para depósitos no interior da mina e do seu bombeamento para o exterior, com a colocação de aditivos que gelatinizam a água presente (Lima, 1996). O teto, na zona de trabalho, é normalmente sustentado com estruturas apropriadas para evitar uma eventual queda de blocos mais ou mesmos soltos. Deve Deve ser ser estu estuda dado do o efei efeito to do enchi enchime ment ntoo na dist distri ribui buiçã çãoo de tens tensõe õess nos nos alargamentos e seus modos de atuação como suporte. Uma pequena parcela de carga é transmitida pelo teto, devido à presença dos suportes. A carga restante é distribuída nas imediações da frente de desmonte e na reta retagua guard rdaa (nor (norma malm lmen ente te menos menos acent acentua uada da que que na fren frente te de desm desmon onte te), ), onde onde o enchimento já se encontra mais ou menos comprimido pela flexão do teto. A amplitude da zona de alívio de tensões limitada pelo arco de pressão é controlada, neste tipo de desmonte, pelos seguintes fatores: • grau de fraturamento da rocha na frente de desmonte; Este fraturamento deve ser razoável, pois quanto mais fraturada estiver a rocha na frente de desmonte, menor será a sua capacidade de carga e, consequentemente, o arco de pressão tenderá a desenvolver-se para o interior da rocha livre. • compressibilidade do enchimento; O enchimento deve ser pouco compressível e bem aplicado, pois se o mesmo for muito compressível e/ou mal aplicado também levará o arco de pressão a desenvolver-se para o interior da rocha virgem. • deformabilidade da rocha do teto. 21
A rocha do teto deve ser deformável, pois se a mesma for muito rígida, poderá se comportar como apoio do arco de pressão, como se tratasse de um alargamento aberto. O que poderá gerar graves acidentes posteriores. Comparação entre a Disposição de Estéreis/Rejeitos de Minas a Céu Aberto e de Minas Subterrâneas
A indústria mineral rejeita a cada ano alguns bilhões de toneladas de sólidos. Este estéril tem de ser depositado da maneira mais econômica e com o mínimo de perturbação ao meio ambiente. Compara Comparando ndo-se -se os custos custos,, percebe percebemos mos que a dispos disposiçã ição o superf superfici icial al é a mais mais econômica (vide item “Impactos Ambientais da Lavra Subterrânea”). Mas é importante lembrar que, enquanto os custos da deposição superficial estão aumentando devido ao maior rigor da legislação ambiental, o custo de preparação e colocação do “back fill” estão diminuindo com o aperfeiçoamento da tecnologia (custos eram da ordem de R$ 0,35/t, conforme informação colhida em uma empresa do Quadrilátero Ferrífero, em 1996). O estado estado da arte arte em deposiç deposição ão de estére estéreis is inerte inertess não aprese apresenta nta proble problemas mas.. Entretanto, quando os estéreis são reativos ou a área adjacente é problemática em termos de meio ambiente, outras alternativas para a deposição devem ser investigadas. A lavra subterrânea normalmente tem um menor impacto que os trabalhos em superfície. A disposição utilizando-se a técnica de ‘back fill’ é tecnicamente viável, mas não pode ser considerada como a mais econômica em todos os casos. Se bem que um dos fatores complicadores ao custo da técnica de “back fill” foi eliminado com a moderna utilização dos aditivos que gelatinizam a água, eliminando então a operação de drenagem. Vários estudiosos acreditam que a disposição subterrânea representa o futuro da disposição de estéreis dentro da indústria mineral. Situações especiais requerem soluções especiais. especiais. Poderíamos Poderíamos citar o exemplo exemplo do salmouroduto salmouroduto construído construído na mina de TaquariTaquariVassouras (SE).
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Fig. 1.9 - Distribuição de tensões em alargamentos lavrados pelo princípio do enchimento (Silveira, 1987).
2.2.3. - DESMONTES COM ABATIMENTO CONTROLADO DO TETO Nos desmontes com abatimento do teto, o avanço da frente em vez de promover a sustentação do teto com enchimento, provoca-se o seu desabamento, a uma distância controlada da frente. Dissipando assim, parte da energia armazenada no maciço, com o consequente alívio das tensões instaladas nas vizinhanças da escavação. Além disso, a rocha desabada empola, o que inibe a progressão do abatimento, a partir do momento em que os blocos começam a exercer reações apreciáveis sobre o teto, favorecendo a sua sustentação. Este processo é desencadeado através de uma linha posterior de suportes mais robu robust stos os,, de rigi rigide dezz adeq adequa uada da,, que que poss possam am tran transm smit itir ir à roch rochaa do teto teto reaç reaçõe õess suficientemente intensas, capazes de provocar o seu fraturamento. Existem ainda duas linhas de estruturas mais leves, destinadas à proteção da zona de trabalho contra a queda de blocos que venham a se individualizar no teto.
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As tens tensões ões inst instal alad adas as sobr sobree os supo suport rtes es mais mais rígi rígido doss vão vão aume aument ntand andoo de intensidade até atingir-se um estágio de tensão (σ R na figura 1.10) em que as reações correspondentes levarão a rocha do teto à ruptura. Desta forma, o teto desabará no maior vão da abertura, dissipando parte daquelas tensões, ficando o restante distribuído em duas áreas de concentrações: • uma nas imediações da frente de desmonte; • outra na retaguarda, mais ou menos afastada da primeira. Quanto mais próximo se situar o pico de tensões sobre a rocha desabada, menos intensas serão as tensões reinantes nas vizinhanças da frente e maior será a segurança das operações. A aplicação eficiente e segura deste princípio de lavra depende dos seguintes fatores: • uniformidade das características de resistência e deformabilidade dos suportes utilizados (para evitar sobrecargas localizadas que poderiam perturbar o controle do desabamento); razoável el deform deformabi abilid lidade ade da rocha rocha do teto.teto.- “abati “abatibil bilida idade” de” (para (para permit permitir ir o • razoáv rápido rápido desenv desenvolv olvime imento nto das reaçõe reaçõess requer requerida idass na linha linha de suport suportes es mais mais rígidos). A abatibilidade do maciço rochosos tem sido considerada primeiramente com respeito respeito ao método de “block caving”, no qual este fenômeno fenômeno é de fundamental fundamental import imp ortânci ância. a. O sucess sucessoo de um método método de abatim abatiment entoo depende depende das feiçõe feiçõess geológico-estruturais do corpo de minério, das tensões e das variações dos métodos de lavra. *2 razoável homogeneidade da rocha do teto (para evitar fraturamentos imprevistos imprevistos e inoportunos, que poderão comprometer a zona de trabalho). Em matéria de sustentação, as consequências da adoção de um determinado dispositivo ou outro referem-se referem-se essencialmente à magnitude dos abalos na superfície. superfície. Há de se estudar a mecânica da evolução dos abatimentos, as condicionantes geotécnicas para a ocorrência dos abatimentos e, nos métodos que utilizam este princípio, a granulometria adequada para o perfeito fluxo do material abatido (teoria dos elipsóides para o fluxo de material fragmentado).
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Figura 1.10 - Distribuição de tensões em alargamentos lavrados pelo princípio do abatimento controlado do teto (Silveira, 1987).
2.3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abertura ura de Vias Vias Subterrâ Subterrânea neass Ayre Ayress da Silv Silva. a. L. A & Henn Hennie ies, s, W. T. 1988 1988.. Abert Escoramento em Vias Subterrâneas. EPUSP. 73 p. De la Vergne. Hard Rock Miners Handbook. 2003. Goodman,, R. E. 1980. Introduction to Rock Mechanics. John Wiley & Sons, pp. 221. Hoek, E. & Brown, E. T. 1980. Underground Excavations in Rock . pp.112 - 200. Hoek et al . Support of Underground Excavations in Hard Rock, cap. 10. 1995. Lima, C. A Comunicação pessoal. 1996. Mechanics and the Design of Structures Structures in Rock . Obert, L. and Duvall, W. I 1967. Rock Mechanics New York. John Wiley and Sons, 650 pp. Silveira, T. 1987. Técnicas de Sustentação em Minas Subterrâneas. UFOP.
2.4 - BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Andrade,A F. 1976. Análise da Instabilidade nas Cavidades Subterrâneas. In: Revista da Escola de Minas, vol. 33, no. 1, pp. 12-18. Ayres da Silva, L. A ; Hennies, W. T.; Sansone, E. C.; Rusilo, L. C. 1995. Dynamic Aspects in the Development of the Pressure Arch. Proceedings of the International Symposium on Rock Mechanics. Fujii (ed). 25
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3-IMPACTOS AMBIENTAIS DA LAVRA SUBTERRÂNEA José Margarida da Silva Thales Silveira 3.1. INTRODUÇÃO O conflito entre a atividade mineira e o meio ambiente externo se intensificou nos últimos anos; até nos países desenvolvidos a maioria dos projetos de mineração têm encontrado extrema oposição de porções da comunidade. Já há alguns anos, portanto, companhias de mineração, legisladores e outros têm procurado aumentar seu conhecimento sobre os efeitos da mineração sobre o meio ambiente e as formas de minimizá-los. A proteção ao meio ambiente tem agora se mostrado, na escala planetária, como um prérequisito para o desenvolvimento sustentável. Existem diversos exemplos em que a Mecânica de Rochas Rochas contri contribui bui para para esta esta proteç proteção, ão, princ principa ipalm lment entee nos campo camposs de produç produção ão de petról petróleo, eo, estocagem de hidrocarbonetos e disposição de rejeitos nucleares. É nec necessá essárria e perf perfeeit itaamente ente poss ossível ível a conv conviv ivên ênccia da minera neraçã çãoo com com o desenvolvimento urbano, uma vez que o estado atual de desenvolvimento tecnológico no setor permite que a extração seja conduzida em consonância com uma legislação bem elaborada. O Brasil tem contabilizado um passivo ecológico que nem mesmo todos os recursos disponíveis conseguiriam reparar em curto ou médio prazos. É preciso ter em mente que, para muitos dos graves problemas, não dispomos de domínio tecnológico para selecioná-los e/ou os custos econômicos e sociais não nos permitiriam. O conjunto das responsabilidades com o meio ambiente se forma com a indústria, o comércio e a agricultura. É óbvio que o país não pode parar. A gestão da política ambiental, longe de restringir as atividades, abre sim a oportunidade ao processo criativo do profissional. A saída para nossa sociedade é a formação de uma cultura ambientalista na escola, visando criar uma conduta que busque a melhor qualidade de vida. A despeito de uma imensa literatura sobre facetas individuais da questão ambiental, nenhum texto examinou, até o momento, a faixa completa de impactos. Parcialmente isto se deve ao fato fato da dific dificuld uldad adee de se tratar tratar um probl problema ema inter interdis discip ciplin linar, ar, compos composto to de inú inúmer meras as especialidades e várias várias ramificações. ramificações. A exec execuç ução ão de obras obras subt subter errâ râne neas as é um umaa alte alteraç ração ão no meio meio ambi ambien ente te,, pode podend ndoo comprometer a qualidade do próprio maciço rochoso, os recursos hídricos e levar a fenômenos de subsidência. A lavra subterrânea normalmente tem um menor impacto ambiental que os trabalhos em superfície. Nos EUA, pode-se perceber a diferença no tratamento pela legislação: a taxa para se financiar a recuperação de áreas degradadas por empreendimentos instalados antes da existência da legislação específica (1977), é de US$ 0,35/t extraída para a mineração a céu aberto e de US$ 0,15/t para a mineração subterrânea. A produção de bens minerais mostra, para os anos futuros, a perspectiva de se vir a lavrar, cada vez em maior escala, através de lavra subterrânea, em razão: da progressiva exaustão das reservas facilmente acessíveis à explotação a céu aberto; da preservação do meio ambiente, impondo cada vez mais restrições à lavra a céu aberto, embora, sabidamente não seja a indústria extrativa mineral a atividade econômica mais agressora do meio ambiente (Silveira). Se, então, aceitarmos que a tendência natural, com o decorrer dos anos, é o aumento relativo das minas lavradas em subsolo, veremos a importância a ser dada à questão do impacto da lavra subterrânea. Em contrapartida, o aumento do conhecimento acerca das características mecânicas e do comportamento comportamento dos maciços rochosos face às escavações neles realizadas realizadas muito terá a contribuir para a maior segurança dos trabalhos. Alguns aspectos, como a disposição de rejeitos em polpa (bombeados), são comuns aos dois âmbitos e normalmente reduzem os níveis de impacto visual, poeira, vibração, ruído etc. Os altos custos da lavra subterrânea não podem, usualmente, suportar a remoção de grandes volumes 27
de estéril e as pequenas quantidades produzidas são, às vezes, dispostas ao longo das aberturas, minimizando enormemente o problema da disposição de estéril. Em alguns métodos, uma propo proporçã rçãoo de rejeit rejeitos os da plant plantaa de tratam tratament entoo é bombea bombeada da para para preenc preenchim himent entoo das áreas áreas escavadas, diminuindo a quantidade que requer disposição superficial. O tipo de método de lavra a ser usado tem a maior influência tanto sobre a natureza quanto sobre a extensão do impacto ambiental. Os efeitos da lavra podem ser apreciáveis como os fenômenos observados na deposição dos estéreis resultantes da lavra a céu aberto pelo método de “glory hole”, na mina de molibdênio Henderson Mine (EUA); nas conseqüências sobre a drenagem natural, resultantes da subsidência associada à lavra de trona pelo método subterrâneo de “longwall”, também nos EUA; na subsidência associada à lavra pelo método de abatimento por subníveis na Mina de Ipueira, da Mineração Vale do Jacurici (BA); na subsidência na lavra por alargamentos abertos ocorrida na Mina Grande, da Mineração Morro Velho (1987); na destruição de 11 casas de um total de 420 do Conjunto Habitacional da COHAB, em SC, devido à subsidência na Mina I da CBCA, lavrada por câmaras e pilares ou ainda nas subsidências associadas a lavras por “longwall” de potássio nas minas da região D’Alsace, na França, bem como nas minas inglesas etc. As preocupações com o meio ambiente, em sentido amplo, incluem as preocupações com a segurança.
3.2 SUBSIDÊNCIA INDUZIDA PELA LAVRA 3.2.1 DESCRIÇÃO DO FENÔMENO A subsidência é o conjunto de movimentos descendentes em direção ao centro da abertura. A subsidência se deve principalmente à tendência das rochas de preencherem os vazios criados pelas aberturas subterrâneas, principalmente após o seu colapso. A subsidência é um problema potencial que, não controlado, pode levar a um dano superficial de grande escala. Toda Toda escava escavação ção subter subterrân rânea ea ind induz uz a subsid subsidênc ência ia da superf superfíci ície; e; acima acima das min minas as subterrâneas que usam os métodos de lavra por abatimento, o fenômeno é mais óbvio devido ao inte intens nsoo frat fratur uram amen ento to da roch rochaa do teto teto imed imedia iato to das das escav escavaç açõe ões. s. O que que vai vai cont contro rola lar r fundamentalmente o processo é a competência da rocha que compõe o teto imediato. O fenômeno está intimamente ligado à questão da redistribuição das tensões no maciço rochoso após a execução das escavações para os trabalhos de lavra, às tensões naturais e tensões induzidas nas escavações subterrâneas, bem como das tensões associadas a cada princípio da lavra subterrânea em particular e dos métodos de lavra. A remoção de material da crosta terrestre provoca inevitavelmente algum reajuste das tensões e movimentação de terreno. Os efeitos podem ser limitados através da seleção de um método de lavra subterrânea em que as aberturas sejam suportadas por porções de rocha deixadas in si situ tu ou pe pelo lo pr pree eenc nchi hime ment ntoo co com m ma mate teri rial al es esté téri ril. l. Al Além ém di diss sso, o, em co corp rpos os de mi miné néri rioo localizados, maciços, a extensão da região da superfície afetada é limitada. Entretanto, em depósitos extensos, como camadas de carvão ou corpos sedimentares, é difícil preencher alguma subsidência da superfície sem deixar uma proporção substancial de material sem ser lavrado. Onde depósitos deste tipo encontram estruturas superficiais, existe um potencial para danos por subsidência. Isto pode propiciar o aparecimento de depressões e o colapso de edificações com conseqüente perigo para vida. Em escavações profundas, o restabelecimento do equilíbrio estático das forças atuantes no ma maciç ciçoo roc rochos hosoo ger geralm alment entee se ver verifi ifica ca an antes tes que os arc arcos os de pre pressã ssãoo cor corres respon ponden dentes tes interceptem a superfície do terreno. Há casos, porém, dependendo da profundidade de trabalho, da geo geome metri triaa e dim dimens ensões ões da esc escav avação ação,, do est estado ado de ten tensõe sõess nat natura urais, is, da res resist istênc ência ia e 28
deformabilidade do maciço rochoso, a tendência para a instalação dos arcos de pressão pode ser atenuada e eles poderão atingir a superfície. O fraturamento da rocha na região adjacente às paredes da escavação contribui de forma acentuada para a rápida progressão do fenômeno. As cargas excedentes vão sendo transferidas para as porções de rocha mais resistentes no interior do maciço. Se o processo de fraturamento continua, o arco de pressão aumenta progressivamente de altura e pode interceptar a superfície, forman formando do aí uma bacia bacia de subsid subsidênc ência. ia. Todas Todas as edific edificaçõ ações es e estrut estrutura urass presen presentes tes ficam ficam susceptíveis de sofrerem danos. A subsidência relaciona-se também à hidrogeologia presente em certo maciço rochoso. As deformações podem criar direções preferenciais para o fluxo das águas em subsolo, seja nos planos de fraqueza, seja nos deslocamentos entre as camadas, modificando o comportamento hidrogeológico vigente. vigente. Por sua vez, tal modificação modificação pode alterar os valores valores da subsidência pela modificação das características de preenchimento das fraturas, como também pelo aumento das tensões efetivas em depósitos superficiais inconsolidados (Curi, 1995). PodemPod em-se se distin distingu guir ir duas duas formas formas de subsid subsidênc ência: ia: a subsid subsidênc ência ia descon descontín tínua ua (ou abatimento por fraturamento) e a subsidência contínua (ou abatimento por flexão). (Vide figuras 1 a 3). As técnicas de detecção do fenômeno vão da instalação de marcos topográficos à utilização de extensômetros, tiltímetros, inclinômetros (Peng, 1992) ou sensoriamento remoto. O custo de medidas preventivas é usualmente menor que aquele para reparar danos quando não são tomadas as devidas precauções. Em levantamentos realizados por CURI (1995) na Mina de Germunde (Portugal), foram determ determina inadas das,, a partir partir do contro controle le top topog ográf ráfico ico da superf superfíci ície, e, as curva curvass de isoval isovalore oress de subsidência acumulada, entre 1966 e 1991; foi realizada ainda uma estimativa das tensões na superf superfíci ície, e, segund segundoo dados dados calcul calculado adoss pelo pelo método método de elemen elementos tos finito finitos. s. Em virtud virtudee dos deslocamentos, foram verificados danos nas vias superficiais, bem como nas edificações vizinhas e deslizamentos nos taludes (vide figura 4). Estes métodos de controle da evolução da subsidência têm sido usados em lavras sob construções e mesmo sob cidades inteiras. Os novos conceitos de projeto e adaptação das estrut estrutura urass às áreas áreas pot potenc encial ialmen mente te sujei sujeitas tas a fenôme fenômenos nos de subsid subsidênc ência ia inclu incluem em o uso de superestruturas muito flexíveis que se adaptem às distorções originadas pela subsidência e, alternativamente, o uso de fundações muito rígidas. Figura 1 - Efeitos da subsidência (Hustrulid, 1981) Figura 2 - Formas de subsidência: descontínua descontínua (Brady & Brown, 1985). Figura 3 - Subsidência contínua (Silveira, 1987). Silveira (1987) trata da influência da potência do corpo, da profundidade e dimensões da abertura na subsidência (“largura crítica”); das regiões de tração e compressão na bacia de subsidência. A forma em planta da bacia de subsidência é de uma elípse, com o eixo menor correspondendo à largura da abertura. Peng (1992) relaciona a subsidência máxima (S), a potência do corpo (m), o fator de subsidência (a) e o ângulo da direção da abertura com a horuizontal (α ) da seguinte forma: S = a m cos E dá a largura crítica como Lc = 1,4 h. onde h é a profundidade de trabalho. Zingano et al (2008) relatam casos na lavra de carvão, em Lauro Muller (SC), de subsidências de 2,5 a 3m, quando retirados corpos de 4m de potência. 29
3.2.2 - RELAÇÃO DA SUBSIDÊNCIA COM O TEMPO A relação da subsidência com o tempo é particularmente importante na lavra por “longwall”, onde os direitos da superfície são de terceiros e as normas a danos a estruturas e serviços superficiais possam ser afetados. O fato essencial é que qualquer ponto na superfície pode continuar a subsidir por um tempo ao longo da extração dentro de uma área crítica abaixo deste ponto. Em adição a esta subsidência (“subsidência ativa”), pode haver uma subsidência algo dependente do tempo devido a fenôm fenômeno enoss como como a conso consolid lidaçã açãoo ou o compor comportam tament entoo viscovisco-elá elásti stico co dos estrat estratos os,, que continuam a existir depois de o ponto não estar tão distante da zona de influência da face escavada (“subsidência residual”). Há de se prever então um monitoramento dessa situação. Figura 4. Efeitos da subsidência nas vizinhanças da Mina de Germunde, Portugal (Curi, 1995).
3.2.3 - MEDIDAS PARA LIMITAR EFEITOS DE SUBSIDÊNCIA A)Extração Parcial São deixados pilares laterais substanciais entre os painéis. Tem sido usada com sucesso para limitar a subsidência máxima e produzir um perfil de subsidência composto, livre da deformação horizontal e que se inclina ao longo da maior parte de sua largura. O perfil é obtido pela superposição dos perfis produzidos pelos painéis individuais. Nas minas de carvão do Reino Unido, o método tem sido usado para se limitar os pilares a 70% do material antes abandonado, com com pila pilare ress de larg largur uraa de 30 a 100 100m deix deixad ados os entr entree pain painéi éiss extr extraí aído doss com com razã razãoo largura/profundidade menor que 1/3. Dependendo da configuração da razão de extração, podem ser alcançadas reduções da ordem de 80% na máxima subsidência. B)Tratamento Realizado com preenchimento através de compactação de tiras ou de método hidráulico ou pneumático com sólidos, que pode reduzir a subsidência em painel simples até de 50%, depend dependend endoo da nature natureza za e duraçã duraçãoo do tratam tratament ento. o. As maiore maioress reduçõ reduções es são obt obtida idass pelo pelo preenchimento com sólidos efetuado imediatamente após a lavra ou ainda com a colocação de estruturas artificiais de sustentação. C)Extração Harmônica Envolve a remoção em etapas do mineral de uma área crítica de tal modo que a superfície seja rebaixada vagarosamente e as deformações horizontais sejam minimizadas. A técnica pode ser usada para proteger estruturas que são especialmente importantes ou susceptíveis a uma subsidência induzida. A extração harmônica requer que o painel seja avançado em pelo menos duas faces mantidas a uma distância cuidadosamente calculada. A orientação da estrutura com respeito à direção de avanço da face determina por quanto tempo a proteção contra a onda superficial longitudinal ou a transversal é a mais importante. 3.2.4. MÉTODOS DE PREVISÃO DO PERFIL DE SUBSIDÊNCIA CONTÍNUA Os métodos de previsão do perfil da bacia de subsidência incluem métodos gráficos e método métodoss analít analítico icos. s. Existe Existem m método métodoss que tratam tratam do problema problema inverso inverso: a part partiir de uma subsidênc subsidência ia máxima máxima admissív admissível, el, calculam-s calculam-see as dimensões dimensões máximas das aberturas aberturas a serem realizadas. Entre os métodos numéricos, o principal é o método de elementos finitos. 30
Métodos Empíricos Através de tabelas e ábacos que permitem determinar a subsidência prevista em cada ponto, a partir do conhecimento da profundidade, largura e altura da escavação. A.1. National Coal Board (NCB) A.2. Funções de Perfil A.3. Funções de Influência O perfil de subsidência é, então, obtido pelo traçado de uma curva por pontos. A)
Métodos Analíticos Assimilando-se o comportamento dos maciços rochosos a modelos físicos simplificados (elásticos, elasto-plásticos, visco-elásticos etc) e utilizando-se as respectivas teorias matemáticas. Peng (1992), Krazstch (1983) e Brady e Brown (1985) tratam das seções de influência, dos perfis de influência e ainda de métodos numéricos. B)
A.1) Aplicação do Método do NCB ( Reino Unido) O método se originou originou de dados coletados coletados a partir painéis de longwall longwall (profundidades de 24 a 833 m, razão largura / profundidade de 0,16 a maior que 4). Ábaco 1 (figura 5): permite a determinação de Smax (subsidência central) como uma fração da espessura de extração (m), para uma dada profundidade (h) e uma dada largura (w) ⇒ S/m Smax = S/m . m Ex.: Seja um painel de 480m de avanço (comprimento) por 160m de largura a ser aberto em um corpo de 3m de potência, a 250m de profundidade ⇒ S/m = 0,63 ⇒ S = 1,89m Ábac Ábacoo 2 (fig (figur uraa 6): 6): se o pain painel el aind aindaa está está parci parcial alme ment ntee lavr lavrad adoo-> > dá a corr correç eção ão da subsidência central ⇒ s/S s = s/S . Smax Ex.: Quando o mesmo painel anterior tiver avançado 200m ⇒ s/S = 0.81 ⇒ s = 1,53 m Ábaco 3 (figura 7): possibilita a construção do perfil de subsidência completo como uma curva de pontos; fornece a subsidência de cada ponto a partir de sua distância ao centro do painel (d) d/h: distância do ponto ao centro do painel / profundidade de trabalho S: subsidência central (máxima) Ex.: d = 25m (w/h = 0,64 --- d/h = 0,2) --- s = 1,64m, 1,64m, d = 50 m ---s = 1,13 m, s = 0 --------d = 255 255 m. (Vide figura 8) Exemplo de medida alternativa: Considerando-se a lavra de uma camada de 2m de potência, a 200m de profundidade, quando as dimensões do painel são de 360m de avanço por 150m de largura, a subsidência central era da ordem de 1,4m. Ao se optar pela extração parcial, abandonando um pilar de 40m de largura exatamente no centro do painel, a subsidência no ponto central anterior, agora situado sobre o pilar passa a ser de 0,2m. (figura 8). 31
Existem correções para os efeitos de inclinação da camada e declividade da superfície. Um método método,, simila similarr ao descri descrito to para para subsid subsidênc ência, ia, é dado dado para para a previs previsão ão da deform deformaçã açãoo superficial horizontal. A inclinação máxima ocorre no ponto de inflexão da subsidência, onde s=S/2. A inclinação máxima que qualquer extração causa é aproximadamente 2,75 S/h e a máxima tensão horizontal de deformação compressiva, 0.65 S/h e 0,51 S/h, respectivamente. As tabelas e gráficos se aplicam a painéis retangulares, simples, mas monogramas permitem estimarse a subsidência para casos de extração parcial em que se usam pilares laterais. O método não faz nenhuma nenhuma referência à influênci influênciaa de feições feições geológicas geológicas maiores. maiores. A aplicação aplicação do método método NCB a painéis de longwall em outras partes do mundo tem apresentado sucesso variável. Existem ainda métodos que tratam do problema inverso: a partir de uma subsidência máxima admissível para a situação em questão, calculam-se as dimensões máximas das aberturas a serem realizadas. Segundo Dimova e Dimovi (1994), sua essência é, para uma dada equação de subsidência, aproximadamente uniforme (definida pelos códigos de edificações), determinar o método de lavra que causa a dada subsidência. O problema é reduzido à procura de solução da equaçã equaçãoo integr integral, al, resol resolvid vidaa por método método de regula regulariz rizaçã açãoo de Thicon Thiconov ov.. Entre Entre os método métodoss numéricos, o principal é o método de elementos finitos.
Figura 5 - Relação da subsidência com a largura e a profundidade da escavação (Brady & Brown, 1985).
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Figura 6 - Correção da subsidência em relação ao avanço da frente de lavra (Brady & Brown, 1985).
Figura 7 - Previsão do perfil completo de subsidência (Brady & Brown, 1985). 33
Figura 8 - Exemplo de previsão do perfil completo de subsidência. Zingano et al. (2008) comparam a utilização de modelo empírico e modelo numérico de previsão da subsidência na lavra de carvão na Carbonífera Rio Deserto, em SC, Brasil. A lavra se situa abaixo de rodovia e a camada de carvão se encontra abaixo ainda de arenitos e solo mole.
3.3EXPLOSÕES NATURAIS OU GOLPES DE TERRENO (“ROCK BURSTS”) 3.3.1 DESCRIÇÃO DO FENÔMENO, CAUSAS E EFEITOS. FORMAS DE CONTROLE Á medida que as escavações subterrâneas atingem determinadas dimensões críticas, as intensidades dos novos campos de tensões que se instalam nos seus contornos podem exceder os limites de resistência da rocha, levando o maciço à cedência ou ruptura, do que resultarão deformações locais e a correspondente dissipação das mesmas (vide figura 9). Quando esta dissipação (liberação) de energia armazenada num maciço rochoso se processa de maneira relativamente rápida e violenta, o fenômeno é designado, genericamente, por “explosão de rocha”. Este fenômeno se caracteriza pela influência acentuada de ações de corte e ocorre, quando da abertura de escavações subterrâneas, a partir de um “efeito de escorva” que pode se originar através de: • ondas de choque decorrentes de detonação de explosivos; Normalmente, é a causa mais provável da geração de “rock bursts”, em razão não somente dos alargamentos conferidos às escavações como também pela ação das ondas de choque resultantes sobre as zonas dos maciços submetidos a elevados campos de tensões e em situação de equilíbrio instável. • elevação de temperatura das rochas; O efeito de escorva também pode ser atribuído à elevação da temperatura das rochas na periferia das escavações, por acarretar um sensível aumento das tensões aí instaladas. • presença de água; A presença de água que atua no sentido de diminuir o atrito nos planos de falhas ou diáclases, pode contribuir para o desencadeamento do fenômeno. • ruptura de um suporte; • explosão de gases; • execução de uma abertura; Até os procedimentos para a execução e xecução dos trabalhos mineiros podem afetar a redistribuição das tensões no contorno das cavidades, contribuindo para que se instalem concentrações locais de intensidade excepcionalmente elevadas • as próprias ondas de uma outra explosão de rocha. Ao dese desequ quil ilíb íbri rioo prov provoc ocad adoo loca localm lmen ente te,, pode pode-s -see segu seguir ir um umaa reaç reação ão em cade cadeia ia,, propagando-se rapidamente seus efeitos, com a deformação e fraturamento da rocha numa área de extensão apreciável e a consequente dissipação do excesso de energia armazenada. A figura 10 apresenta as f reqüências reqüências e os tempos de duração típicos para problemas de energia dinâmica de interesse na mineração.
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Figura 9 – Mecanismos de explosão de rocha r ocha (KAISER et alii, 1996). Figura 10 - Freqüências e tempos de duração típicos para problemas de energia dinâmica de interesse na mineração (Lorig, 1996). É um fenômeno também também observado em escavações a céu aberto, onde a explicação para tal é o fato de que o material que hoje se encontra quase à superfície, em virtude da erosão das camadas superiores, foi consolidado a grandes profundidades e se encontra, portanto, submetido a tensões de compressão muito elevadas, o que faz com que a rocha se expanda quando a ela se fornece meios para isto. abalos sísmicos Inte Intens nsid idad adee dos dos efei efeito tos: s: é funç função ão da defo deform rmid idad adee da roch rocha, a, das das inte intens nsid idad ades es e heterogeneidades dos campos de tensões instalados, da geometria da escavação, da velocidade de escavação etc. Há trinta anos existiam dois modelos teóricos adequados sendo utilizados em Mecânica de Rochas. O primeiro era o de elasticidade linear (considerado insuficiente); e o segundo era o de plasticidade ideal (considerado inadequado). Não se sabia como resolver o paradoxo da inaplicabilidade aparente da mecânica dos sólidos à deformação dos maciços rochosos. Os problemas da mineração, como o projeto de suportes, pilares e alargamentos, eram resolvidos usando-se regras empíricas baseadas principalmente na experiência prática. Isto também era verdade para rockbursts, que são fraturas tipo explosões que usualmente ocorrem na extremidade de uma camada ou de um pilar. Rochas altamente tensionadas se desin desinteg tegram ram de um umaa forma forma din dinâmi âmica ca e vio violen lenta. ta. Fragm Fragment entos os de rocha rocha fratur fraturada ada adquir adquirem em velocidades de mais de 10 m/s, suficientes para causar até a morte de trabalhadores, danos a equipamentos e a escavações e perdas econômicas para as operações da mina. 35
O fenômeno é conhecido em mineração desde o século XVIII, mas, como outros aspectos da lavra, permaneceu essencialmente como objeto de estudo qualitativo, com o projeto baseado em regras empíricas. No início dos anos 60, o principal obstáculo para o avanço da análise quantitativa de rockbursts baseada na mecânica dos sólidos era ausência de base experimental para tal análise. O vazio entre entre o comportam comportamento ento elástico elástico antes da ruptura e a resistência resistência residual residual pós-ruptura pós-ruptura permanecia. Cook (1965, citado por Linkov, 1996), a partir da publicação de dois artigos, começou a mudar a situação. O primeiro, intitulado “Ruptura de rocha”, deu a base experimental necessária e o segund segundo, o, “Uma “Uma nota nota sobre sobre rockbu rockburst rstss consid considera eradas das como como proble problema ma de estabi estabilid lidade ade”, ”, desenvolveu, a partir de resultados experimentais, a primeira análise teórica de rockbursts. A duração do desencadeamento das explosões é muito variável, podendo chegar até dezenas de horas, pois à medida que se processa a abertura ou alargamento das cavidades, as distribuições de tensões, no terreno circunvizinho, vão se modificando. Mas, na maioria das vezes, com um certo atraso em relação às modificações correspondentes das dimensões dos vazios. A descompressão da rocha se dá no sentido do vazio. As técnicas de previsão de ocorrência de explosões de rochas baseiam-se na detecção, medida e interpretação de eventos micro-sísmicos nos maciços, os quais que podem alertar com algumas horas de antecedência, sobre a iminência de um grande abalo. Nas rochas não se cumpre perfeitamente a condição de elasticidade, entretanto, quando ocorrem as explosões de rochas, estas estão claramente em estado elástico. A ruptura se dá por tração (principalmente). O enfraquecimento da rocha num lugar, transfere a carga para outro ponto, ponto, às vezes, vezes, surpreendentem surpreendentemente ente afastado. afastado. Uma das caracterís características ticas mais perigosas perigosas das explosões de rochas é a sua tendência de produzir-se, sem nenhuma causa visual imediata. Este fenômeno é atribuído à histerese elástica, propriedade propriedade das rochas de ajustarem-se gradualmente a uma mudança de tensão. Neste ajuste gradual, a tensão se transferiria da massa de rocha às partes adjacentes dos trabalhos onde, ao alcançar o valor crítico, provocariam seu repentino colapso. Como sinais de explosão, temos o aparecimento de fendas e vesículas nas rochas e o aumento gradual de carga no escoramento. O aumento repentino na carga é sinal de grande perigo, sendo os pilares os pontos de perigo. Estudos de fotoelasticidade permitem uma melhor previsão. Os procedimentos aconselháveis para prevenção de explosão são os seguintes: • adotar uma sequência planejada de níveis; • adotar plano parecido ao dos níveis longos; • evitar a união de duas escavações grandes em profundidade. • eliminar os pilares ou reduzi-los ao minério; • distribuir as tensões tão uniformemente quanto possível, manter as frentes retas; • lavrar veios paralelos um de cada vez, começando pelo superior; • se possível, fugir de falhas ou planos de fraqueza; • a extração deve avançar com velocidade suficiente para aproveitar a histerese da rocha; • evitar aberturas dentro dos pilares; • galerias na lapa, sob pilares, são perigosas; • colocar escoramento, tão logo seja efetuado o avanço; • lembrar que os suportes não são uma necessidade somente local e não devem ser retirados ao terminar o trabalho no nível; sua necessidade depende da relação das áreas lavradas na mina como um conjunto. Com relação à forma das galerias em profundidade, recomenda-se aquelas mais próximas da “gota d’água” ou “pêra”, procurando acompanhar a distribuição de tensões. Na prática temos como formas aconselháveis: 36
• para pequenas profundidades: forma elíptica, com eixo maior na horizontal; • médias profundidades: eixos iguais (circular); • grandes profundidades: eixo maior na vertical (em forma de gota d’água ou pêra, formas estas que acompanham melhor a distribuição das tensões). (Vide figuras 11 e 12) É indispensável o uso de técnicas modernas de monitoramento. O método mais aplicado e mais promissor é o microsísmico. A energia sísmica crítica que poderá evidenciar o início de um rock burst tem valores muito abrangentes, variando da ordem de 10 -5 J a 109 J, correspondendo a magnitudes de -6 a 5 pontos na escala Richter (JAEGER e COOK, 1979). Dentre os métodos de monitoramento, o método micro-sísmico, ou de sons sub-audíveis ou de emissões acústicas, é uma abordagem geofísica que detecta micro-sismos sub-audíveis na rocha associados com a sua movimentação. Baseia-se na evidência experimental de que a rocha sofre deslocamentos de pequena escala que resultam no alívio de energia sísmica e às vezes acústica (Jackson, 1984 citado por SINHA, 1989). No mo monit nitora orame mento nto os evento eventoss acústi acústicos cos são detect detectado adoss por recept receptore oress (norma (normalme lment ntee geofones) com registro e tratamento automático. STACEY e PAGE (1986) mostram que a taxa de liberação de energia se tornou uma medida empírica padrão do potencial para explosão de rocha nas minas profundas da África do Sul. A taxa correspondente a um elemento de volume de minério a ser lavrado é metade do produto da tensão no volume antes da lavra e a convergência que acontece nele como resultado da lavra. O valor da taxa depende muito da geometria do arranjo de lavra. Quando realces se interagem e o vão efetivo se torna maior, resulta uma maior taxa de liberação de energia. A severidade do dano causado por explosão de rocha é resumida em três categorias (conforme figura 12): • menor – envolve uma lâmina de rocha inferior a 0,25m de espessura, com carga de influê influênci nciaa inferi inferior or a 1t/m 1t/m de galeri galeria; a; o dano dano pode pode ser locali localizad zadoo e a deform deformaçã açãoo geralmente é elástica; • moderada – o raio de rocha fraturada está entre 0,25 e 0,75m, a deformação é inferior a 50mmm e o fraturamento não continua após o evento; • maior – espessura de de rocha atingida superior a 0,75m ou ejeção violenta, violenta, o sistema de sustentação deve suportar deformação maior que 0,1m; geralmente provoca fechamento da abertura.
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Figura 11. Formas que acompanham melhor a distribuição de tensões (CIM Bulletin, 1996).
Figura 12 – Categorias de severidade de dano causado por explosão de rocha (KAISER et alii, 1996). Várias teorias a respeito de “rock bursts” foram formuladas de 1915 até hoje. Nos últimos anos, a “fragilidade” da rocha foi reconhecida como um dos fatores que levam ao fenômeno. O fenômeno está relacionado ainda às seguintes feições: • configuração da lavra - é mais frequente em minas onde corpos mais estreitos são parcialmente recuperados do que no caso de extração total; • presença de estruturas geológicas - zonas de diques e falhas são mais susceptíveis; • petrologia - diretamente relacionada às propriedades e comportamento do maciço. Vários Vários proced procedime imento ntoss são empreg empregado adoss para para reduzi reduzirr a freqüê freqüênci nciaa e a severi severidad dadee das explosões: isolamento das tensões; alteração do campo de tensões; desmonte de escavações para minimizar os efeitos das tensões; aguardar a estabilização após um desmonte, antes do próximo avanço; induzir um estouro de rocha simultâneo ao desmonte; induzir a ruptura completa de um pilar de contorno c ontorno ou o monitoramento sísmico.
3.3.2 TÉCNICA DESTRESS BLASTING
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É um processo de destensionamento do pilar, envolvendo alterações nos padrões de furação, nos arranjos de furos, nos explosivos, carregamento e detalhes do desmonte, que implica transferência de carga para pilares adjacentes (DE LA VERGNE, 2000). ANDR ANDRAD ADE E (200 (2002) 2) rela relata ta o uso uso da técn técnic icaa na Mina Mina de Cara Caraíb íba, a, Jagu Jaguara arari ri (BA) (BA).. A sismicidade foi percebida a partir de 1997, sendo implementado o monitoramento a partir de 1998. O mesmo foi aprimorado em 2000 e 2002, para detecção de magnitudes a partir de -2 graus, com a precisa localização dos pequenos eventos (erro em torno de 10m). Os eventos sísmicos estão associados às detonações. Existe uma forte componente horizontal de tensões. A sismicidade presente está relacionada a alívio de tensões em frentes de desenvolvimento, a pilares e a deslocamento de falhas. Nas frentes de desenvolvimento, a energia liberada se dissipa em média de 1 a 2h, mas em alguns locais leva até dias para ocorrer. Os pilares mais susceptíveis estão estão locali localizad zados os entre entre duas duas escava escavaçõe çõess (galer (galerias ias ou realce realces), s), gerand gerandoo riscos riscos,, pois pois estão estão geralmente próximos a frentes de trabalho. As falhas mais susceptíveis são planares e sem preenchimento, estando longe de áreas de trabalho, mas podendo atingir grandes extensões, se ocorrido o fenômeno. O destress blasting foi implementado como solução alternativa às paradas no ciclo de produção, pois contribui também para diminuir o tempo de retorno às áreas detonadas. O método tem sido aplicado desde a década de 50, séc. XX, nos EUA, no Canadá e na África do Sul. Na Mina da Caraíba foi implantado em 2001, com mudanças no plano de fogo, principalmente com a adição de 4 furos carregados (com custo adicional na faixa de 2%, inferior por exemplo ao da Mina de Sudbury, no Canadá, na faixa de 7%). Não estão ainda sistematizados a metodologia, a instrumentação e o modelamento, sendo realizadas analogias com experiências anteriores; mas já existem estas experiências de sucesso (com custo adicional que pode ser absorvido).
3.3.3 SELEÇÃO DO SUPORTE PARA REGIÕES BURST-PRONE Os riscos de explosão de rocha vão aumentando com o avanço da mina em profundidade e medidas especiais como o destress blasting e um suporte de alta qualidade serão necessários para minimizar danos causados por explosões de rocha e garantir a segurança do local de trabalho. O comportamento carga-deslocamento de elementos ou sistemas de suporte podem ser agrupados em rigidez, resistência e comportamento frágil ou dúctil (ou deslizante). Em regiões propícias à ocorrência de rock bursts bursts as propriedades requeridas dependerão da severidade calculada do dano e da regra de sustentação pretendida: suporte, revestimento, tratamento (ou reforço) do maciço rochoso. Inicialmente é vantajoso um suporte forte e rígido pra reforço da rocha e prevenir o afrouxamento ou enfraquecimento na região próxima à abertura. Entretanto, se está previsto um dano grande, o suporte deve ser hábil para deslizar. O Centro de Pesquisa em Geomecânica na Universidade de Sudbury, Canadá, realizou um projeto de pesquisa em cinco anos paro o projeto de um suporte apropriado para o controle de danos causados por explosões de rocha. Como parte do programa de pesquisa canadense, o projeto foi financiado por um grupo de 12 minas canadenses, mais uma mina estrangeira e pelo Ministério de Desenvolvimento e Minas, envolvendo revisão das práticas, realização de ensaios e desenvolvimento de aplicativo. KAISER et alii (1996) relatam as conclusões seguintes. Sob condições de possibilidade de explosões de rocha, a regra de sustentação é prevenir a formação de blocos e a iniciação de ruptura, revestir o teto e/ou segurar pequenos blocos formados. Parafu Parafusos sos de ancora ancoragem gem não desliz deslizant antes es podem podem libera liberarr entre entre 1kJ e 5kJ, 5kJ, enquan enquanto to os deslizantes até 30kJ em grandes deslocamentos. Dentro dos limites práticos de deformação de paredes de aberturas, por exemplo menos que 200mm,a capacidade de dissipação das telas é baixa, e os elementos de suporte, no sentido estrito, devem dissipar a maior parte da demanda. 39
Entretanto, em painéis com tela e concreto reforçado, com cerca de 100mm de deslizamento (50 a 75mm de espessura), pode se dissipar de 3 a 5 vezes a energia dissipada pela, sob carga estática (Tannant et al , citados por KAISER et alii, 1996). A projeção de concreto é efetiva para controlar estouros de menor severidade; para média severidade, é recomendada a colocação de tela e projeção de concreto reforçado, em condições de deslizamento máximo de 50mm e capacidade de absorção da energia de 10kJ/m 2; para maior severidade, recomenda-se associação de parafuso de ancoragem com argamassa, deslizamento de 100 a 200mm, absorção de até 40kJ/m 2; para situações de potencial de ruptura de mais de 10t, devem ser estudados outros meios de suporte. DE LA VERGNE (2000) enfatiza que no combate à ocorrência, os suportes típicos não são efetivos, sendo recomendado o uso de tela coberta por concreto projetado. KAISER et alii (1996) mostram exemplos em que galerias sustentadas por tela e/ou concreto projetado funcionaram para reter a rocha fragmentada pela explosão de rocha.
3.4 CONCLUSÕES À medida do aprofundamento das minas existentes, mais a tendência de aberturas de maior número de lavras subterrâneas e o aumento geral de escavações, torna-se maior o risco de ocorrência de fenômenos naturais como as explosões de rocha. O principal método de previsão é o micro-sísmico, aliado a ações na rotina r otina da mina, à técnica destress blasting , mais a seleção de um suporte adequado. Existem exemplos de sucesso de aplicação do destress blasting , com custo que pode ser absorvido, inclusive em mina brasileira.
3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRAD ANDRADE, E, S.; SÁ SÁ,, J. Desenv Desenvolv olvime imento nto de galeri galerias as em condiç condições ões severa severass de tensõe tensões. s. II Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea, Belo Horizonte, 15 p. 2002. Brady & Brown. 1985. Rock Mechanics for Underground Mining , pp. 416-432. Brawner. 1982. Stability in Underground Mining , vol. 1, pp. 1047-1060. Cummins & Given. Given. 1992. SME Mining Engineering Handbook , vol.1, pp.13-2 a 13-8. Curi, A. 1995. Análise e Mitigação do Impacto Ambiental em Minas Subterrâneas. Tese de Doutorado. IST. UTL. Lisboa. Curi,A e Silva, J. M. 1997. Causas e Conseqüências dos Fenômenos de Subsidência sobre o Meio ambiente. Anais do 9o. Simpósio de Geologia de Minas Gerais, 148-149 DE LA VERGNE, J. Hard Rock Miner’s Handbook. McIntosh, pp. 320-328. 2003. Dimova, V.I. e Dimovi, I.V. 1994. Inverse Problems of Land Subsidence due to Longwall Mining. Inte Integr gral al Appr Approa oach ch to Appl Applie iedd of Rock Rock Mech Mechan anic ics. s. IV CSMR CSMR - Cong Congres resso so Sulamericano de Mecânica de Rochas. Editec. Santiago. M. Van Sint Jan (ed). Down, C. G.; Stocks, J. 1977. Environmental Impacts of Mining . GERM GERMAN ANI, I, D. J. Rela Relató tóri rioo ao Prog Progra rama ma das das Naçõ Nações es Unid Unidas as para para o Dese Desenv nvol olvi vime ment ntoo (PNUD/MCT), 59 pp. 2002. Hartman, H. L. SME Mining Engineering Handbook, pp. 938-970. 1992. Jaeger, J. C.; Cook, N. G. W. 1976. Fundamentals of Rock Mechanics. Chapman and Hall. London, p. 499-508. Jeremic. 1987. Ground Mechanics in Underground Mining, p. 201 - 209. Kaiser, P. K. & McCreath. 1992. Rock Support in Mining and Underground Construction. Krasztch. 1983. Mining Subsidence Engineering , pp. 183-249. Mello Mendes, F. 1985. 1985. Geomecâni Geomecânica ca Aplicada Aplicada à Exploraçã Exploraçãoo Mineira Mineira Subt Subterrâne errânea. a. Instituto Instituto Superior Técnico de Lisboa. 40
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4 TRATAMENTO E REFORÇO DOS MACIÇOS ROCHOSOS José Margarida da Silva José Fernando Miranda
Thales Silveira
4.1 GENERALIDADES As técnicas gerais de melhora e reforço do solo e rocha são usadas para permitir escavações seguras em condições geológicas desfavoráveis. Os principais métodos são o reforço de terreno com ancoragens, as injeções, as injeções sob pressão (“jet grouting”), drenagem, congelamento e pré-escavação. Estas técnicas são usadas para modificar as tensões nas vizinhanças dos trabalhos subterrâneos e/ou os parâmetros geotécnicos do solo. A escolha da técnica depende das características geotécnicas do terreno e de uma análise de custo-benefício. Os principais parâmetros econômicos que devem ser levados em conside consideraç ração ão no projet projetoo e constr construçã uçãoo da escava escavação ção são: são: custo custo efetiv efetivo, o, veloci velocidad dadee de execução e segurança dos trabalhos. tratamento nto do maciço maciço as técn De um mo modo do gera gerall desi design gnam am-s -see por por tratame técnic icas as de consolidação segundo as quais se pretende, globalmente, melhorar as características de resistência, de deformabilidade ou de impermeabilidade dos maciços rochosos. Tais técnicas consistem, essencialmente, nas injeções (“groutings”), sob pressão, de produtos que se solidificam no interior dos vazios existentes nos maciços, preenchendo-os e contribuindo para que sejam alcançados tais objetivos. Também se incluem nas técnicas de tratamento os métodos de congelamento dos terrenos e, de certa forma, as ancoragens. Estas técnicas de consolidação, quando aplicadas à rocha que rodeia as escavações, pode podem m tamb também ém exer exerce cerr açõe açõess de reves revesti time ment ntoo e mesm mesmoo supo suport rte, e, pela pela melh melhor oria ia das das características que conferem aos terrenos. Nestes casos, é comum designar-se por autosuporte e auto-revestime auto-revestimento nto tais suportes e revestimentos que os maciços conferem a si próprios, ao redor de escavações neles abertas. As injeções têm mais de 55 anos de uso, mas com maior desenvolvimento nos últimos 20 a 25 anos (Garshol, 2003). As injeções sob pressão podem ser classificadas em suspensões e soluções. As suspensões são injeções de cimento e argila e suas combinações ou misturas. Isto é, elas são constituídas de materiais sólidos, em suspensão na água. Neste caso, é necessário que o fluido esteja em movimento para manter as partículas em suspensão. Este tipo de injeção é usado em solos e rochas relativamente permeáveis. As soluções são injeções químicas de soluções e, por isso, não sedimentam como as suspensões. Este tipo de injeção é usado em solos e rochas de baixa permeabilidade (até 0,001cm/s), nos quais as partículas sólidas das injeções de suspensão não conseguem penetrar. São possíveis inúmeras combinações de injeções de suspensão e solução. Por exemplo, argila é muitas vezes usada como aditivo nas injeções de cimento sendo, também usada como aditivo nas injeções químicas e vice-versa. 43
4.2 INJEÇÃO DE CIMENTO A injeção de cimento, através de furos de sonda sistematicamente dispostos, produz a consolidação e impermeabilização do terreno em toda a zona a ser escavada. O método se aplica a rochas fortes e fraturadas. Em rochas incoerentes, como as areias e rochas porosas como os tufos, o método não traz bons resultados. No caso das rochas incoerentes por ser impossível manter abertos os furos de sonda (a não ser com o uso de revestimento, o que impediria a penetração do cimento) e no caso de rochas porosas porque ocorre apenas um revestimento superficial do terreno, sem que a cimentação penetre através dos poros. Se a injeção é feita antes da abertura da escavação ela é chamada injeção preliminar, se ela é usada para se conseguir um reforço de revestimentos revestimentos já construídos construídos ou de rocha já escavada ela é chamada injeção subseqüente. Durante a injeção, a velocidade de penetração da calda de cimento na rocha diminui com o aumento aumento da distância distância ao furo e assim o cimento cimento assenta-se assenta-se e começa a preencher preencher as cavidades. Tanto os furos, como a injeção através deles, podem ser feitos ou da superfície ou da frente de avanço. A descrição que se fará a seguir refere-se ao caso da aplicação do método à perfuração de um poço vertical. Entretanto no caso de outros tipos de escavações, inclusive a céu aberto, os procedimentos procedimentos são semelhantes semelhantes.. (Veja figura 1: impermeabili impermeabilização zação de escavações na mina de Morro da Usina, CMM, Vazante- MG). Quando os furos são feitos da superfície, eles são em número de 8 a 12, dispostos em uma circunferên circunferência cia concêntrica concêntrica com a do futuro futuro poço a ser escavado escavado e de diâmetro um pouco maior (cerca de 8 m para um poço de diâmetro útil de 6 m), com diâmetro de 5 1/2” a 6” - ou mesmo 12” - para pequena resistência à circulação da calda de cimento. Primeiramente é feito um furo para a colocação com cimento, de um tubo diretor de 7” a 12” de diâmetro, e provido de um tampão tampão rosqueável na parte superior, superior, que fica cerca de 1m acima da superfície do terreno. Através deste tubo-guia cimentado no terreno, prossegue-se a furação (ver fig. 2 e 3). A furação e cimentação cimentação são feitas por lances de 3 a 10m. Se for possível, possível, a furação furação pode ser feita em um lance único, mas a cimentação é sempre realizada em vários lances, empregando-se tampões, a fim de diminuir a resistência à penetração da calda de cimento e a possibilidade de desigual penetração no terreno. Furado um lance, desce-se a coluna de injeção constituída de tubos de 2 a 2 1/2” de diâmetro até cerca de 1 m do fundo do furo (ou do tampão intermediário). Rosca-se o tampão superior, provido de um furo central para passagem da tubulação injetora e saída lateral para descarga. Através da tubulação injetora bombeia-se, primeiramente, água pura até que ela saia limpa no tubo de descarga D. Fecha-se em seguida a válvula V e continua-se a bombear água com a pressão máxima, a fim de dilatar as aberturas do terreno. Começa-se depois a bombear sob pressão uma calda de cimento muito fluida (por exemplo, com 5% de cimento). Se, após 1 hora, a pressão não subir no manômetro M, a calda de cimento é engrossada para uns 10%. Após horas de bombeamento, a pressão cresce, revelando a parcial obturação das fissuras. Se este aumento é muito rápido, pode-se atuar na válvula 44
para para dimi diminu nuir ir a vazã vazãoo e, port portan anto to,, a resi resist stên ênci ciaa à passa passagem gem da cald calda, a, corta cortand ndo-s o-see a cimenta cimentação ção apenas perifér periférica ica,, dirigi dirigindondo-se se a extrem extremidad idadee do tub tuboo de descarga descarga para para o misturador de cimento. Regula-se a abertura da válvula, de modo a se manter a máxima pressão fornecida pela bomba e, quando toda a calda bombeada se escoa, sabe-se que ela não está mais penetrando penetrando no terreno. terreno. Cessa-se a introdução de cimento cimento e circula-se circula-se apenas água fazendo a limpeza do dispositivo de injeção, até que ela saia limpa; pára-se o bombeamento bombeamento e fecham-se fecham-se as válvulas, válvulas, mantendo-se mantendo-se desta forma forma a pressão até a pega final do cimento injetado. Terminada a cimentação dos vários furos, o poço é escavado pelos processos comuns. Se tornar a ocorrer água, nova cimentação será procedida. Quando os furos são executados a partir da frente da escavação eles são em maior número (16-30), dispostos em duas circunferências concêntricas com o poço, e de menor diâmetro (1 1/2 a 2 1/2”). Em rochas fraturadas de até 10 a 12 m de espessura os furos atravessam de uma vez toda a camada. Para espessuras maiores a furacão é feita de lances de 15 a 20 m (ver (ver fig. 4). A injeção do cimento também pode ser feita simultaneamente nos diversos furos e não isoladamente para cada furo. Vasenko Vasenko (1986) relata relata a respeito de injeções injeções em áreas sujeitas sujeitas a eventos sísmicos sísmicos (rock bursts).
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Impermeabilização de galerias na Mina da Companhia Mineira de Metais, em Vazante Vazante (MG). Figura 1 Impermeabilização
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Figura 2 Colocação do tubo-guia na injeção de cimento.
Figura 3 Furação na injeção de cimento (Maia, 1980).
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Figura 4 Injeção de cimento em lances.
4.3 MÉTODOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO QUÍMICA E OUTROS O desenvolvimento de resinas químicas, na década de 80, proporcionou a sua larga utilização em serviços mineiros ou em obras civis. A injeção de resina pode ser usada em locais úmidos, não apenas junto com parafusos de ancoragem, mas também, para preencher vazios e impermeabilizar o maciço cont contra ra a ação ação da água água e do ar. ar. Resi Resina nass espe especi ciai aiss pode podem m ser ser usad usadas as em aber abertu tura rass subterrâneas localizadas abaixo do nível do lençol freático. A utiliz utilizaçã açãoo de materi materiais ais pol poluen uentes tes,, contami contaminant nantes es de solos solos ou causad causadore oress de lixiviação tornou grande o campo de aplicação dos geossintéticos em minerações e em obras civis. As injeções químicas, descritas a seguir, são variantes do método de cimentação, com injeção prévia ou gradativa com a abertura da escavação.
• injeção de silicato de sódio e sulfato de alumínio formando silicato de alumínio, precipitado coloidal que se desidrata sob pressão, deixando um enchimento sólido nas fissuras fissuras capilares capilares não atingidas atingidas pela nata de cimento cimento e recobrindo recobrindo as paredes paredes argilosas das fissuras maiores, possibilitando uma cimentação posterior; 3Na2SiO4 + Al2(SO4)3 = Al2 (SiO 4)3 + 3Na2SO4 • injeção de silicato de sódio e cloreto de cálcio, formando silicato de cálcio, insolúvel e de pega muito rápida (processo Joostem). A pega é tão rápida que a tubulação de injeção deve ser retirada à medida que o cloreto de cálcio é injetado, a fim de evitar que fique presa. A penetração atinge mais ou menos 90 cm em torno do furo e promove uma excelente vedação de poços. Este processo, por ser oneroso, é geralmente aplicado no estanque do fundo do poço; Na2SiO4 + CaCl2 = CaSiO4 + 2NaCl 48
injeção de asfalto fundido pode ser mais eficiente que a do cimento, quando ocorrem fortes correntes de água. A fluidez é garantida por correntes elétricas na tubulação de inje injeçã çãoo ou por por um umaa cami camisa sa de vapo vaporr em torn tornoo da mesm mesma. a. Tem Tem tido tido apli aplica caçã çãoo considerável nos EUA; •
injeção de argila bentonítica é feita quando ocorrem grandes cavidades com água sob pressão, desde que nelas não haja água corrente (atualmente na Europa utiliza-se a injeção de argila qualquer, tratada, na proporção de 80 a 90% e cimento, apenas até 10 -20% da mistura, formando-se cones de impermeabilização);
•
injeção de produtos plásticos resinas sintética sintéticas, s, poliuretano poliuretano etc. Os plásticos plásticos têm plásticos, resinas resistência à contaminação e apresentam uma habilidade de penetrar materiais com baixa permeabilidade. São injetados em estado fundido e endurecem ao se esfriarem. •
Figura 5. Esquema dos métodos de “jet grouting”.
Figura 6. Fluxograma típico do equipamento de injeção (Hennies e Ayres da Silva, 1995). 49
Lima (2007) relata o uso de resina expansina na Mina de Caeté (MSOL), como tratamento de maciço, em adição ao uso de arco, tirante e tela. Nessa técnica também são utilizados dois componentes componentes químicos químicos que reagem, produzindo produzindo uma espuma com grande resistência, resistência, que se deforma, sem transmitir carga ao suporte, segundo o citado. O sistema também foi utilizado na Mina São Bento (MG), na consolidação de material solto no teto e na Mina Caraíba (BA), na impermeabilização do fundo da cava na transição da mina a céu aberto para a mina subterrânea.
4.4 CUSTOS COMPARATIVOS DE INJEÇÕES Numa comparação de custos, em diferentes materiais, deve ser lembrado que é importante o custo do volume de injeção no local, e não o custo do metro cúbico de injeção quando bombeado. Por exemplo, exemplo, 1 m3 de uma injeção com fino de cimento Portland pode ter um custo muito baixo, no entanto, ela não enche 1 m3 de volume in situ. Mais freqüente é o caso onde são necessários vários m3 da fração fina de injeção de cimento para ocupar 1 m3 no local. local. 3 Ao cont contrá rári rio, o, as vári várias as inje injeçõe çõess quí quími mica cass têm têm um alto alto cust custoo por m , cont contud udoo suas suas quantidades bombeadas em volume são, em geral, idênticas aos seus volumes ocupados no local. Para determinar se suportes de madeira, concreto ou injeções devem ser usados para reparar galerias com suporte de madeira, três fatores devem ser considerados: 1 - a vida vida da gale galeria ria,, ou seja, seja, o tempo tempo que tal gale galeri riaa deverá deverá ser ser usada; usada; 2 - ca carga a se ser su suportada 3 - a hab habil ilid idade ade do sub subso solo lo de de rece recebe berr a inj injeç eção ão.. O método mais econômico de reparo é sempre aquele com mais baixo custo inicial, o qual permanecerá sem substituição para a vida da galeria.
4.5 CONGELAMENTO DE TERRENOS 4.5.1 Usos e limitações Quando os aqüíferos são muito potentes e não podem ser controlados pelos sistemas de rebaixamento, vem sendo muito empregado na Europa o sistema de congelamento da água situada nos vazios dos solos, o que melhora temporariamente as suas propriedades enquanto se executa a obra. No Brasil, o único caso reportado na literatura refere-se a uma funda fundaçã çãoo de um edif edifíc ício io de gran grande de port portee que esta estava va sofr sofrend endoo fort fortes es reca recalq lque uess de desaprumo. É uma técnica aplicada a solo saturado em água. O princípio é escavar em rocha congelada, que é estável. Quando o suporte final já está colocado, a ação de congelamento é parada. O método é largamente aplicável a terrenos macios e rochas fraturadas, mas apresenta dificuldades nos casos de águas salinas ou de águas correntes. O congelamento, que transforma a água intersticial presente no solo ou rocha em gelo, pode ser usado para interromper infiltrações de água subterrânea durante a escavação para para consol consolida idarr tempor temporari ariame amente nte terren terrenos os com materi material al incons inconsoli olidad dado. o. Sua princi principal pal aplicação é em ensecadeiras e em escavações de poços, através de siltes e estratos rochosos intemp intemperi erizad zados os ou que contêm contêm argila argila,, que não podem podem ser cimentado cimentadoss econômi econômica ca ou 50
eficientemente, e particularmente para estabilização de escavações em terreno corrediço, macio ou abaixo da camada de água. O método também pode ser usado para estabilização de túneis onde estes interceptam o contato rocha - solo. São raros sistemas de congelamento permanentes fora das regiões árticas, onde são muitas vezes utilizados para se manter o solo congelado sob edifícios aquecidos ou tubulações e para isolar armazéns de estocagem em solo de líquidos criogênicos. O cong congel elam ament entoo de terr terreno enoss tem tem a vant vantag agem em de ser ser faci facilm lmen ente te rest restri ringi ngido do à vizinhança imediata da escavação. Entretanto, os métodos são caros e são considerados apenas quando há problemas técnicos sérios com as outras alternativas de que se dispõe.
4.5.2. Métodos de Congelamento Para Para efetuar efetuar a conge congela laçã ção, o, são são exec execut utad ados os furo fuross de sond sondaa no terr terren enoo a ser ser atravessado. Nesses furos são introduzidos tubos, fechados na base, e tendo no seu interior outro tubo concêntrico, de diâmetro menor e com extremidade inferior aberta. Por este tubo central é descido um líquido de baixo ponto de congelação, mantido sob baixa temperatura e que ascende, pelo espaço anular entre os dois tubos concêntricos, retirando calor dos terrenos circundantes. O líquido é evacuado no alto do tubo externo, para refrigeração e recirculação. As camadas aqüíferas vão se congelando e, em torno dos furos, formam-se cilindros de gelo, que aumentam sucessivamente de diâmetro e acabam por se ligarem, constituindo uma forte parede gelada, capaz de resistir à pressão hidrostática reinante, durante o tempo necessário à escavação do poço e à execução de um revestimento definitivo. O líquido refrigerante é refrigerado e novamente recirculado, por bombeamento (ver figura 7). Existem duas alternativas principais: o método da salmoura (ou método indireto ou sistema fechado), usando uma solução salgada e o método criogênico (ou método direto ou sistema aberto), que usa dióxido de carbono líquido ou nitrogênio líquido. O congelamento com salmoura (figura 8) é similar à refrigeração convencional. A salmoura é resfriada através de uma unidade de refrigeração e então circulada através de furos de sonda. A primeira fonte de refrigeração é uma planta de um ou dois estágios que comprime tanto a amônia quanto o freon (dois estágios são necessários para temperaturas inferiores a -25 o C). O líquido refrigerante mais comum é água com cloreto de cálcio (22 a 27%) adicionado em quantidades suficientes para diminuir o ponto de congelamento de modo que a salmoura conserve-se líquida e bombeável. Também é utilizado o cloreto de magnésio, a 25%. Os agentes frigorígenos mais comuns são: amônia, ácido carbônico, anidrido sulfuroso, entre outros. O congelamento com salmoura é demorado porque a salmoura mantém-se líquida apenas até temperaturas abaixo de cerca de - 35 o C. Ao contrário, o nitrogênio líquido mantém-se até cerca de - 196 o C; de modo que o congelamento com nitrogênio líquido é mais rápido. Há diversas disposições para os furos de congelação. Comumente, são dispostos em círculo, a 1 m da parede interior projetada para o poço, distantes 0,6 a 1,2 m entre si (ver fig. 9). Os furos devem ser executados com a máxima verticalidade possível, para evitar afastamentos no fundo que dificultariam e demorariam a congelação, acarretariam redução das espessuras congeladas protetoras e até a possibilidade do tubo vir a ser atingido durante a escavação do poço. Se não for encontrado um estrato impermeável, será preciso congelar 51
também o interior projetado para o poço, para evitar penetração de água pelo fundo. A verticalidade de cada furo é constantemente verificada durante a furação e corrigida se há desvio. Se este é grande, o furo é desprezado e outros adicionais são feitos. princípio é o da refrigera refrigeração ção comum: por exemplo, exemplo, Mecanismo de refrigeração: o princípio coloca-se amoníaco no reservatório, sob pressão de 185 psi; um fino filete é aspirado através da válvula e vai à serpentina interna do refrigerador; baixada a pressão do gás para 15 a 25 psi, ele se volatiliza, abaixando a temperatura e absorvendo calorias da salmoura que circulou nos furos e é dirigida para o refrigerador; o compressor aspira o gás e eleva a sua pressão a 185 psi e força-o no condensador, onde percorre uma serpentina e é refrigerado pela água externa, liqüefazendo-se e retornando ao reservatório.
Tubos de congelação: o externo tem diâmetro de 4”a 6”, espessura de 5 a 6 mm, junta externa lisa. O interno é de diâmetro de 1 a 1 1/2, espessura de 4 a 5 mm . Na parte superior, os diversos tubos são ligados a coroas de distribuição, revestidas com isolamento térmico. Válvulas individuais permitem a regulação de circulação em cada coluna. Se for necessária a congelação apenas na parte inferior do furo, são usados tubos com gacheta interna e parcial enchimento com serragem (veja figura 10). O líquido refrigerante no método criogênico é expansível, mas caro. É aplicado dire direta tame ment ntee aos aos tubo tuboss de conge congela lame ment nto, o, evap evapor oran andodo-se se a um pont pontoo desej desejáv ável el ao congelamento e saindo para a atmosfera (figura 11). O método é mais usado para operações de “socorro” de poucas horas de duração até um dia ou dois, quando o custo no caso de adiam adiament entoo é mais mais alto alto.. As vanta vantagen genss são são aprec apreciá iávei veis: s: supr supres essã sãoo da cara cara inst instal alaç ação ão frigorífica e da bomba para circulação, instalação simples e de reduzido investimento, grande rapidez de congelação . A disposição dos furos no céu da galeria está indicada, esquematicamente na figura 12. Os tubos são de 1,6 a 2m, forçados no céu da galeria, diâmetro externo de 2” , interno de 3/4”. A perfuração para congelar o solo nas proximidades de um poço é muitas das vezes exec execut utad adaa da supe superf rfíc ície ie,, ante antess da esca escava vaçã çãoo do poço poço,, e requ requer er gran grande de prec precis isão ão.. Equipamentos de perfuração de poços de petróleo são muitas vezes utilizados. A técnica tem tido sucesso principalmente a profundidades de até 600 m em operações de escavação de poços em projetos mineiros no Canadá. Revestimento final: poços até 100 m são comumente revestidos com concreto, conforme descrito no texto a respeito de revestimentos em escavações. Os maiores poderão ser revestidos com ferro fundido, gachetas de lençol de chumbo nas juntas e posteriormente revestidos de concreto.
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Figura 7. Mecanismo de refrigeração (Maia, 1980). Figura 8. a) Congelamento com salmoura. b) Congelamento Criogênico.
Figura 10 .Regulação de circulação nos tubos de congelamento (Maia, 1980).
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Figura 12. Disposição dos furos de congelamento na galeria (Maia, 1980).
Figura 11 Opção de revestimento final de poços de maior profundidade (Maia, 1980).
4.5.3. Projeto e Monitoramento Os elementos do congelamento devem ser locados e alinhados precisamente. A maioria dos problemas e rupturas em projetos de congelamento estão relacionados ao fluxo de água subterrânea. A salinidade e a taxa de fluxo da água devem ser conhecidos a priori, a fim de se determinar a temperatura desejada e a duração do tratamento. Se a água que flui para o interior da zona de congelamento congelamento fornece energia a um a taxa maior que a que pode ser removida pela planta de refrigeração, a região não se congelará. Para sistemas com salmoura, a máxima velocidade de infiltração de água subterrânea que pode ser congelada e' cerca de 1 a 2 m por dia, enquanto que para sistemas criogênicos, fluxos de até cerca de 50m por dia são paralisados, apesar de se tornar mais caro. Os movimentos e as tensões no terreno têm que ser monitorados para se determinar os efeitos do congelamento. As figuras 13 a 15 mostram também o sistema de enfilagens como reforço de terreno. Fonseca (2007) destaca a utilização de tubos galvanizados de 9m de comprimento, colocados colocados previamente previamente ao avanço na escavação de túneis, túneis, formando um bulbo envolvente, envolvente, um “guarda-chuva”. Lima (2007) realça o processo de utilização com espaçamento na faixa de 30cm para permitir o avanço de escavações. A figura 16 mostra o esquema geral de “jet grouting”.
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Figura 13. Esquema do Sistema de enfilagens tubulares em lances sucessivos. Figura 14. Enfilagens de chapas de aço. Figura 15. Aplicação de cambotas e injeção no reforço prévio - enfilagem tubular injetada (Hoek et al, 1995). Figura 16. Esquema dos métodos de “jet grouting”.
4.6 Estudos de Caso 1. Hudson (1993) relata projeto e execução de sustentação em talude de temporário de siltito (escavação com vida útil menor que 3 meses). Foi utilizada injeção nas fraturas existentes, batimento de chocos e colocação de telas 50x50mm, barras de 25mm de diâmetro, espaçamento de 1m, distância entre linhas de 0,5m, com 14 unidades/linha. O diâmetro dos furos foi de 38mm, com injeção de resina
4.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Boky, B. 1967. Mining. Mir Publishers. Cummins & Given. 1973. Mining Engineering Handbook , pp. 12-26 a 12-31. Fonseca, G. Túneis do Brasil. Comunicação oferecida na UFOP. 2007. Garshol, K. F. Pré-excavation grouting in rock tunneling. UGC. 2003. Hennies, W. T.; Ayres da Silva, L. A. Abertura de Vias Subterrâneas. EPUSP. 1995. Hoek, E. & Wood, D. F. 1988. Rock Support, Mining Magazine, pp. 282-287. Hoek. 1992. Rock Support in Mining and Underground Construction, pp. 6-9. Hoek, E. & Brown, E. T. 1980. Underground Excavations in Rock , pp. 353 a 366. Hudson, J. A. Comprehensive Rock Engineering. 1993. Lima, C. A. Comunicação durante visita técnica da UFOP à Fosminas. 2007. Lunardi, P.1995. Projeto e Construção de Túneis Segundo o Método Baseado nas Análises das Deformações Controladas nas Rochas e nos Solos. ABMS. Maia, J. 1980. Curso de Lavra de Minas - Desenvolvimento, UFOP, pp. 122-128. Discontinuity Analysis for Rock Engineering. Chapma Priest, S. D. 1993. Discontinuity Chapmann & Hall, Hall, pp. 58-61. Teixeira, A E. 1995. Tratamento de Maciços em Solos. In: ABGE - CBT, Simpósio sobre Túneis Urbanos, Anais, pp. 163 - 178. Peli Pelizz zza, a, S.; Peil Peila, a, D. Soil Soil and and rock rock rein reinfo forc rcem emen entt in tunn tunnel elin ing. g. Tunnel Tunneling ing and Underground Space Technology. 1993. Vol. 8, no. 3, pp. 357-370, Pergamon Press. Vasenko, Y. A. Disponível em www.springerlink.com ou Gidrotekhnicheskoe Stroittel ´stvo, n.2, p. 23-25. 1986. 55
4.8 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Espley, S. J.; O’Donnell, J. D. P.; Thibodeau, D.; Paradis-Sokoloski, P. 1996. Investigation into the replacement conventional support with spray-on liners. In: CIM Bulletin, june 96, pp. 135-143. Franklim and Dusseault. 1989. Rock Engineering, p. 584 a 589. Frivik, Janbu, Saetersdal and Finborub. 1982. Ground Freezing. Goodman, R. E. 1980. Introduction to Rock Mechanics. John Wiley & Sons, pp. 239-241. Tunnels Planning, Design and Construction, vol. 2, pp. 112-127. Ground Treatment . In: World Tunnelling, april 1996, pp. 100-107. Rock Reinforcement. In: World Tunnelling, april 1995, pp. 24-27. Wiley, J. W. Practical Handbook of Grouting: soil, rock and structures, 720pp. 2004. World Mining Equipment. memoriam à secretária Rita de Cássia Freitas Fica também o agradecimento in memoriam (Fundação Gorceix) pela digitação deste texto.
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5. ANCORAGENS 5.1 INTRODUÇÃO
José Margarida da Silva
As técnicas de sustentação em escavações subterrâneas apresentaram uma grande evolução nos últimos anos, tendo-se em vista a necessidade de estruturas cada vez mais baratas, resistentes, de fácil instalação e que apresentem uma redução da área escavada. Com o aumento das dimensões das aberturas subterrâneas, em função do aumento da produção de minério e do conhecimento de geomecânica, aumentaram também as necessidades de suporte. As ancoragens internas representam o sistema que mais se aproxima destas características ideais, uma vez que são fáceis de serem instaladas, têm custo relativamente baixo e proporcionam redução significativa da seção escavada, facilitando o tráfego de homens e máquinas e a ventilação. As ancora ancoragen genss com cartucho cartuchoss à base base de ciment cimentoo e de resina resina represen representam tam hoje uma ferramenta extremamente extremamente útil na difícil tarefa de estabilizar estabilizar aberturas subterrâneas, subterrâneas, sendo uma soluç solução ão modern moderna, a, com consi consider deráve áveis is vantag vantagens ens técnic técnicas as e econô econômic micas as sobre sobre os sistem sistemas as mecânicos de ancoragem. O sistema “cable bolt” tem sido bastante utilizado nas minerações brasileiras, cumprindo com eficiência a função de sustentação do maciço, estabilizando um volume de rocha superior aos demais métodos devido ao comprimento dos cabos utilizados. As iniciativas visando o aperfeiçoamento da técnica das ancoragens e minimização dos custos tem se refletido na diminuição do ciclo operacional e no aumento da recuperação na lavra. A associação de ancoragens internas, telas e concreto projetado é considerada hoje o mais versátil sistema de sustentação utilizado nas minas subterrâneas e túneis, visto que desempenham função de suporte e revestimento.
5.2 HISTÓRICO
Não se sabe exatamente quando o suporte interno de terrenos foi usado pela primeira vez, mas há registros de seu uso em 1872 em Wales, na Grã-Bretanha. Assim como como out outra rass área áreass do seto setorr miner mineral al,, as técn técnic icas as de sust sustent entaç ação ão em esca escava vaçõe çõess subterrâneas, por meio de estruturas artificiais, apresentaram uma grande evolução nos últimos anos, tendo-se em vista a necessidade de estruturas cada vez mais baratas, resistentes, de fácil instalação e que apresentem uma redução da área escavada. Entre as alternativas de sustentação, que compreendem os suportes, os revestimentos e as técn técnic icas as de refo reforç rçoo ou trat tratam amen ento to do maci maciço ço roch rochos oso, o, a que que mais mais se apro aproxi xima ma dest destas as características é a das ancoragens internas, uma vez que são fáceis de serem instaladas, têm custo relativamente baixo e proporcionam uma redução significativa da seção escavada, facilitando assim o tráfego de homens e máquinas e a ventilação. Além destas características, são ainda as ancoragens internas as estruturas que melhor mobilizam as forças no interior do maciço rochoso para realizar sua auto-sustentação, que é o objetivo primário de um sistema de sustentação de um maciço. O reforço de terreno com ancoragens tem melhorado de tal forma que, nas últimas três décadas, se tornou o método de controle mais utilizado contra a movimentação do terreno e prevenção de queda de blocos de escavações mineiras (JEREMIC, 1987). O efeito tem sido tão positivo que foram introduzidas as barras argamassadas e os cabos de ancoragem (“cable bolts”), propiciando o reforço de massas rochosas maiores ao redor r edor das escavações. 57
5.3 PARAFUSOS DE ANCORAGEM ANCORAGEM
O sistema ideal de ancoragem interna deve, inicialmente, agir infinitesimalmente como rígido, afim de atrair carga e, com isto, ajudar a manter a integridade do maciço rochoso. Entretanto, assim que a carga sobre a ancoragem se aproxima de sua resistência à tração tração limi limite, te, ela deve acomodar grandes deformações deformações sem se romper ou diminuir diminuir sua capacidade capacidade de suporte. suporte. Sendo assim, a curva ideal carga x deslocament deslocamentoo deve assumir o aspecto mostrado na figura 1. Os principais sistemas de ancoragem são mostrados no quadro 1, que diferencia também a utilização como suporte ativo ou passivo. Quando parafusos serão tensionados, alguma forma de ancoragem dever ser utilizada para segurar a extremidade do parafuso na rocha. Os três tipos mais comuns são a ancoragem mecânica, com argamassa de cimento ou química (com resina sintética), de acordo com Hoek et alii (1995).
Figura 1: Curva característica ideal de uma ancoragem (Stillborg, 1994). Ancoragens mecânicas puntuais são um método de suporte largamente utilizado, mas que vêm sendo substituídas em todos os tipos de condições de terreno pelas ancoragens em coluna total com resina ou cimento. Com o desenvolvimento de métodos de lavra de grandes volumes, os cabos de ancoragem se tornaram um método de suporte regular do qual se pode esperar uma utilização maior ainda no futuro. A técnica de ancoragens internas consiste basicamente em se introduzir rigidamente uma barra de aço em um furo previamente executado, com o preenchimento ou não do espaço anular entre a barra e a parede do furo com argamassa de cimento não retrátil ou com resina. O tirante é uma barra de aço especial, com maior elongação, para absorver a dinâmica de deformações do maciço. Entre as tendências mais modernas de atirantamento, podem ser destacadas: • a instalação de tirantes ancorados com cartuchos de cimento ou de resina; • o sistema “cable bolt”; • tirantes associados a concreto projetado e/ou tela metálica ou fibras de aço (“concreto reforçado”), exercendo, neste caso, função de suporte e revestimento. A combinação de atirantamento e concreto reforçado é considerada o método de suporte mais versátil já utilizado. Ainda a se destacar atualmente a colocação de arcos de aço, ao invés de pré-m pré-mold oldado adoss de concre concreto to,, técnic técnicas as como como congel congelame amento nto de terren terrenos os e a combin combinação ação de ancoragens (parafusos ou cabos) com “straps”. Lacourt (2007) relata o uso de straps e cabo na Novo Astro Mineração. 58
(2007) mostra a ancoragem realizada em túnel escavado sob o mar, entre 2006 e 2007. Foram utilizados parafusos de coluna parcial, 4/m de túnel, 48mm de diâmetro, 5m de comprimento do furo, associados a concreto projetado. Mining and Construction
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Quadro 1: Principais sistemas de ancoragem. Nesse Nesse texto, texto, compl completa etamo moss técnic técnicas as de ancora ancoragen genss ainda ainda não existe existent ntes es quando quando da publicação de Silveira (1987), principalmente daquelas com adição de argamassa ao furo. As técnicas têm avançado bastante e já existem empresas especializadas na fabricação de dispositivos de contenção e acompanhamento dos trabalhos, como a FOSMINAS, sediada em Nova Lima-MG (Brasil Mineral, dez/1998), além de diversas pesquisas e teses defendidas no tema. Engineer Engineering ing and Mining Mining Journal Journal (2006) cita a instalação de parafusos controlada a distância.
5.4 ANCORAGENS MECÂNICAS Quan Quanto to a anco ancora rage gens ns mecâ mecâni nica cas, s, em roch rochas as meno menoss resi resist sten ente tess (mai (maiss maci macias as), ), a efetividade é reduzida pelo esmagamento local da rocha. A figura 2 mostra a ancoragem com parafuso de ranhura e cunha.
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Figura 2 – Parafuso de ranhura e cunha (Silveira, 1987).
5.4. 1. ANCORAGENS MECÂNICAS DE ATRITO Pena (2006) assim comparou o custo de tirantes mecânicos por atrito na Mina São Bento, mina de ouro em Santa Bárbara (MG): o Split-set custa U$2/unidade, o Swellex, U$15/unidade. A mina utilizava o Split-set como suporte provisório e o Swellex de 1,8m de comprimento, na faixa de 6000 unidades instaladas/mês. A mina foi fechada em 2007.
A cavilha split-set é fabricada com aço com “efeito mola”, apresentando a vantagem da simplicidade de aplicação dentro da vida útil projetada.
Cury (2007) destaca no Swellex a característica de suporte imediato em rocha dura; os comprimentos disponíveis são de 1,2 a 1,8m, a capacidade de carga alcançada de 10tf, com 50cm de coluna; a vantagem relativa ao split set é que pode ser pré-tensionado (trabalhar como suporte ativo). O citado realça que, em comparação com parafuso com resina, o Swellex é mais caro no custo de aquisição, mas mais barato no custo global, pois diminui o ciclo operacional, não é afetado pela pressão d’água (que pode retirar a resina), mas necessita de rigor no diâmetro do furo como o de resina. Utilizado nas Minas: Crixás (AngloGold, GO), Baltar (Votorantim, SP), Ipurira (Ferbasa, BA), Urucum (RDM, MS), Morro da Fumaça (Nitroquímica, PR), Kemi (Finlândia), entre outras, com testes em Criciúma (SC), em minas de carvão. É aplicável com telas; com
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instalação em menos de 1min, tempo de cura nulo; alongamento possível de até 30%; pressão da água de injeção de 30 a 40MPa, ainda segundo segundo Cury (2007).
Lima Lima (2007 (2007)) dest destac acaa o ti tira rant ntee expan expansi sivo vo da FO FOSM SMIN INAS AS (hydrabolt ) que apresenta capacidade de carga na faixa de 7 a 11tf. Os diâmetros usuais são 16, 17, 19, 21 e 25mm. A instalação é feita com equipamento próprio da mina, ganhando-se em rapidez. Disponível em comprimentos de 1,5 a 4m. Segundo o citado, o split-set tem vida útil de cerca de 2 anos, enquanto a ancoragem com cimento ou resina tem cerca de 20 anos. Em termos de custo, a ancoragem com resina é cerca de duas vezes a ancoragem com split-set .
5.5 TIRANTES ANCORADOS COM CARTUCHOS CARTUCHOS DE CIMENTO A utilização dos cartuchos de cimento ganhou campo face às dificuldades na injeção da argamassa no furo, após a colocação do tirante, no método convencional. O cartucho utilizado é fornecido na forma de um pó pré-dosado à base de cimento, envolvido por uma película especial e permeável. Para sua utilização, basta submergi-lo em água pelo tempo necessário para que o cimento absorva água suficiente para formar uma argamassa tixotrópica e isenta de retração.
Os tirantes ancorados com cartuchos de cimento, além de apresentarem, para uma mesma rocha e mesmo comprimento, uma capacidade de ancoragem de três a cinco vezes maior do que a ancoragem mecânica puntual do tipo “split-set”, ainda apresentam como vantagens: • o diâmetro do furo para a instalação é, no mínimo, 20% menor do que o exigido pelo “splitset”, o que representa uma grande economia na furação; • a instalação é simples e não exige grande rigor no controle do diâmetro do furo; • a barra de aço utilizada fica permanentemente protegida da corrosão; • a ancoragem não é afetada por vibrações ou choques; • os tirantes, uma vez atingido o seu tempo de cura, podem ser protendidos em caso de necessidade; • sua utilização não implica em nenhuma alteração na rotina dos trabalhos subterrâneos, pelas seguintes razões: - a furação é realizada com brocas integrais convencionais; - a colocação dos cartuchos é feita manualmente com atacador ou com injetor pneumático até o preenchimento total do furo; - a barra de aço CA 50 nervurado, de diâmetro requerido normalmente de 1/2" a 3/4", é introduzida facilmente através de percussão por um martelo ou marreta leve, após a colocação dos cartuchos no furo, molhados no momento da instalação (figura 3,a); - a barra de aço é normalmente preparada na empresa, sendo cortada no comprimento correto, formando bizel de 45º em uma das extremidades para facilitar sua introdução no furo; - caso se pretenda utilizar telas metálicas ou outras estruturas associadas aos tirantes, basta dobrar a extremidade oposta ao bizel, formando uma alça que irá prendê-las. As limitações deste tipo de ancoragem são: • o tempo de cura é de duas horas; • a necessidade de armazenamento adequado dos cartuchos; dos cartuchos é limitado (6 meses). meses). • o tempo de estocagem dos Percebe-se, portanto, que os tirantes ancorados com cartuchos à base de cimento representam hoje uma ferramenta de grande valia na difícil tarefa de estabilizar aberturas subterrâneas. Sendo, sem dúvida, uma solução moderna, com consideráveis vantagens técnicas e econômicas sobre os sistemas mecânicos de ancoragem. 61
5.6 PINOS DE MADEIRA MADEIRA (“DOWELS”), COM INJEÇÃO INJEÇÃO DE RESINA São aplicados em lavra por “longwall” de carvão para estabilização das laterais ou do teto. os furos têm comprimento até 16 m e os pinos têm diâmetro de 36mm. A resina é injetada a uma pressão de 14 a 21 kgf/cm2. Permitem o corte posterior pela cortadeira, segundo Biron e Ariôglu (1983), não apresentando inconveniência ao desmonte.
5.7 SISTEMA "CABLE BOLT" O emprego de cabos como um sistema de suporte tem sido testado extensivamente nos últimos anos, mostrando ser efetivo onde métodos mais tradicionais não apresentam bons resultados. O método combina dois fatores: • a necessidade prática de comprimentos maiores de suporte; • a necessidade de se colocar um suporte, tão logo quanto possível, após a lavra ou abertura das escavações. Originalmente o sistema foi utilizado para suporte de frentes de lavra, especialmente na susten sustentaç tação ão do teto teto nas operaç operações ões de lavra lavra por por corte corte e enchim enchimen ento to e por recalque recalque.. Mais Mais recentemente tem sido usado na lavra por subníveis, também para suportes de paredes de escavações em alargamentos abertos e para controle de faces de talude em minas a céu aberto. Em muitas operações, o “cable bolt” representa um elemento chave de controle do maciço para alargamentos, enquanto que os parafusos convencionais são utilizados para segurança local durante a perfuração.
(a)
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(b) Colocação do tirante ancorado ancorado com cartuchos cartuchos de cimento cimento na Mineração Mineração Morro Morro Figura 3: a) Colocação Velho através do injetor de cartuchos - Mina de Raposos - Raposos (MG) ; b) Representação esquemática dos passos principais na colocação manual de cartuchos de cimento (cortesia FOSMINAS). Couto (2002) realça a durabilidade, a capacidade e a flexibilidade desse sistema utilizado na Minha do Moinho, em Portugal na rampa principal, em malhas de 1,2m x 1,2m a 2m x 2m.
São utilizados cabos de aço, de diâmetro de 5/8" a 1" e de comprimento superior a 3m, existindo casos de aplicação de cabos com mais de 50m . A ancoragem é química e feita em coluna total, com injeção, após a colocação do cabo, do graute (grout) - uma argama argamassa ssa especia especial,l, à base base de ciment cimento, o, fluida, fluida, de pega pega rápida rápida,, autoad autoadens ensável ável e não retrátil. O graute, argamassa injetada junto com cabo de aço flexível, é um cimento modificado para ser, ao mesmo tempo, bombeável e propiciar menor tempo de cura.
A extensão do cabo vai normalmente 3m além das áreas instáveis (Vide figura 4). As vantagens deste sistema são: • custo relativamente baixo, mesmo se considerando o custo com brocas de perfuração; • elevada capacidade de ancoragem (superior a 17 tf, na maioria das situações); • elevada resistência à corrosão; • pode ser instalado em qualquer comprimento; • pode ser instalado em aberturas provisórias ou permanentes, estreitas e de pequenas alturas. A figura 5 mostra, à esquerda, o método tradicional de injeção de graute em um furo para a técnica de cable bolt (“método com com mangueira de respiro”): respiro”): o graute, que tem usualmente usualmente uma razão água / cimento ≤ 0,4, é injetada a partir da extremidade inferior do furo através de uma mangueira de maior diâmetro (tipicamente de 1”). O ar sai por uma mangueira de menor diâmetro presa à extremidade do cabo, que vai até o fundo do furo,. O cabo e a mangueira são fixados à extremidade inferior do furo com estopa ou argamassa de pega rápida (comumente na forma de cartucho). Além da vedação da boca do furo, o detalhe principal deste sistema é detectar quando o furo está realmente preenchido. Na prática, considera-se que isto acontece quando cessa o fluxo através da mangueira de injeção com aumento de pressão (ou quando cessa o fluxo de ar na mangueira de respiro). Isto pode ocorrer prematuramente se o ar entra no furo através de uma descon descontin tinuid uidade ade no maciç maciço. o. É prefer preferíve ível,l, então então,, parar parar a injeçã injeçãoo soment somentee quando quando retorn retornar ar argamassa pela mangueira de respiro. Entretanto, uma argamassa viscosa não irá fluir por uma mangueira de 9mm, sendo necessária outra de diâmetro maior. Um método alternativo (“método da mangueira de injeção”) está ilustrado à direita da figura 6. Segundo HOEK e outros (1995), no Canadá, este método, conhecido como “método Malkoski”, tem sido adotado por algumas empresas para uso com cabos de jogo de pernas simples ou duplo. Neste caso, a mangueira de injeção se estende até o fundo do furo, presa ao cabo. Eles são fixados na extremidade inferior por uma cunha de madeira. Utilizando uma mistura muito viscosa (0,3 a 0,35 de razão água/cimento), a probabilidade de se formarem vazios é bem pequena. A principal vantagem deste método é de que ele é razoavelmente óbvio quando o furo está preenchido e isto, junto com o menor número requerido de componentes, o torna mais atrativo comparado ao método tradicional. Adicionalmente, a argamassa de maior viscosidade não tenderá a fluir por fraturas na rocha. Como limitação do sistema "cable bolt", além do tempo de cura de 24h, temos a dificuldade de se tensionar o cabo, caso se pretenda utilizá-lo como suporte ativo; embora já existam técnicas e equipamentos próprios para fazê-lo (com a técnica do bloco clavet , consegue-se protensão da ordem de 5 tf, que funciona coum um cone de aperto, semelhante ao mandrill de uma furadeira – quanto mais é solicitada, mais difícil de se soltar; conforme Penna, 2005). 63
Couto (2002) aponta também as solicitações que atuam após a fixação do cabo notadamente na interface da superfície lateral dos cabos e a calda injetada. Aconteceram também avanços em termos de monitoramento na criação de cabos com extensômetros acoplados, como no smart smart cable cable bolt . O extensômetro é um dispositivo que permite a detecção de deslocamentos no interior do maciço rochoso. No caso desse tipo de cabo, existem alguns pontos ao longo de seu comprimento, onde sensores detectam os deslocamentos relati relativos vos entre entre os pontos pontos de instal instalaçã açãoo does does exten extensô sômet metros ros.. O catálo catálogo go do fabric fabricant antee não especifica o custo desses acessórios no cabo. O sistem sistemaa também também é utiliz utilizado ado na abertu abertura ra de galeri galerias as em terren terrenos os incon inconsol solida idados dos,, realizando-se primeiro uma galeria piloto, a partir da qual são instalados os cabos para segurança da futura escavação ou mesmo na sustentação das rochas encaixantes prévia à lavra, quando estas apresentam baixas condições de estabilidade. Este último caso implica um aumento da diluição em troca de uma melhor sustentação e a manutenção de furos longos no desmonte (Vide figura 6). Devido Devido a estas estas caract caracterí erísti sticas cas,, o sistem sistemaa tem sido sido bastan bastante te utili utilizad zadoo nas nas min minera eraçõe çõess brasileiras, cumprindo com eficiência a função de sustentação imediata da frente de trabalho, estabilizando um volume de rocha superior aos demais métodos devido ao comprimento dos cabos utilizados. A tendência é o seu uso cada vez mais freqüente e ainda o seu aperfeiçoamento, visando minimizar custos e aumentar o seu campo de atuação. Tem-se conhecimento da diminuição do ciclo operacional e do aumento na recuperação de pilares com o uso de cabos na lavra por câmaras e pilares em minas brasileiras e americanas (DISMUKE e outros, 1995) ou ainda de tentativas como a reutilização de hastes de perfuração como estruturas de sustentação na lavra por corte e enchimento. Mining and Construction (2007) relata a utilização de equipamento de instalação de cabos (Cabletec) na Mina de Cuiabá, da AngloGold, em Sabará (MG). A conjugação em um único equipamento de funções realizadas anteriormente por 3 máquinas elevou em 18% a velocidade de instalação de cabos. O equipamento apresenta disponibilidade disponibilidade de 89%, com 20 a 25 mil metros de suporte realizado. Outra mina que utiliza esse tipo de equipamento ( Boltec) é a Kemi Mine, na Finlândia. De acordo com Engineering and Mining Journal (2005), o equipamento tem um carrossel para 17 hastes, trabalha com velocidade de instalação superior a 40m/h, inserindo em furos de 51mm de diâmetro, de até 20 ou 25m de comprimento. Também utilizado na Mina Michilla, no Chile, segundo o mesmo periódico. Na instalação mecanizada, inverte-se a ordem: primeiro é injetada a argamassa e depois colocado o cabo, com o cone de vedação. Lacour Lacourtt (2007) (2007) relata relata a dim diminu inuiçã içãoo da dilui diluição ção na Miner Mineraçã açãoo Novo Novo Astro Astro com a util utiliz izaç ação ão de cabo caboss (4 a 8m de comp compri rime ment nto) o) na ancoragem: da faixa de 35 a 40% no desenvolvimento das aberturas aberturas e de 15 a 40% na lavra, caindo a cerca de 5%. Lima et al. (2008a) relatam a experiência na Mina de Ipueira, de cromita, de diminuição da diluição e elevação da recuperação, com utilização de cabos, com espaçamento e comprimento definidos pela sistema de Potvin (1988); o custo alcançado com materiais é de R$ 10 a R$12/ m instalado. Os mesmos autores, em outro trabalho, comparam a substituição de cambotas metálicas cabos, em região de transição litológica gabro-mármore, de espessura aparente variando de 6 a 25m, com plastificação (squeezing), utilizando-se mínimo de 5m de comprimento, além da escavação. Luvi Luvizz zzot otoo (200 (2008) 8) rela relata ta a uti tili liza zaçã çãoo da cabo caboss de 9,6m 9,6m de comp compri rime ment ntoo no desenvolvimento na Mina de Cuiabá, da AngloGold, em malha de 1m x 1m.
64
5.8 ANCORAGEM COM CARTUCHOS DE RESINA RESINA Adicionalmente a Silveira (1987), Campoli et alii (sd, início dessa década) mostram que o desempenho de parafusos de resina é dependente do anel de resina, diferença entre os raios do furo e do parafuso. Segundo os citados autores, a maioria dos milhares de parafusos instalados nos EUA por ano aplica anéis de 3,175mm e 2,413 mm e resistem à média de 0,08t/mm “grauteado”. As perdas de resina para as fraturas simuladas aumentam com a dimensão do anel. Lima (2007) citou o diâmetro de ancoragem geralmente utilizado em minas de carvão de 20mm, com resina de PUR (pega ultra-rápida). A FOSMINAS desenvolveu o tirante auto perfurante, que possui uma broca (bit ) em sua extremidade que evita o fechamento local do maciço, o que poderia dificultar a introdução do tirante. A instalação é completada com a injeção.
A resina de pega rápida (PR) tem tempo de pega de 1 a 1,5 min e a de pega lenta (PL), 12 min. O torque, para alcançar o efeito viga, é dado após o tempo de pega da resina PR. Comparando-se com o cartucho de cimento, essa última tem pega entre 15min a 1h. 1h. E mais mais:: com com cime ciment nto, o, não não se pode pode real realiz izar ar prot proten ensã são. o. Os cart cartuc ucho hoss estã estãoo disponíveis em comprimento de 10 a 50cm. A protensão em parafusos com resina é dada entre o tempo de pega (1 a 3min) e o tempo de cura (12min). Na Mina de Verdinho, da Carbonífera Criciúma, a sustentação é realizada com tirantes com resina de pega rápida, que suportam 11tf (Paludo et al., 2008). Os parafusos ancorados com resina são também utilizados em poços principais. 5.9 CONCLUSÕES
Nas duas últimas décadas, o aperfeiçoamento das técnicas de ancoragem, em substituição progressiva ao uso intensivo da madeira e de outras técnicas ou materiais de sustentação nas minas subterrâneas, se refletiu no aparecimento de sistemas como a ancoragem em coluna total com cartuchos de cimento, com “cable bolt” e a associação de concr concret etoo refo reforç rçad ado, o, paraf parafus usos os de ancor ancorage agem m e tela telas. s. Este Estess sist sistem emas as,, entr entree outr outras as vantagens, são fáceis de serem instalados e possibilitam o reaproveitamento de materiais já utilizados em outras atividades na mina, reduzindo custos, além de cumprirem o objet obj etiv ivoo de se ter ter um umaa sust susten enta taçã çãoo efic eficie ient ntee e de prop propor orci ciona onare rem m um umaa redu redução ção significativa da seção escavada, facilitando assim o tráfego de homens e máquinas e nem a ventilação e ainda de necessitarem de menor espaço para armazenamento. A tendência é o uso cada vez mais intensivo destes sistemas, o que viria a incrementar os lucros, pois em adição ao menor custo com a sustentação, tem-se a receita obtida com uma maior recuperação de minério.
( a)
(b) 65
(c) Figura 4: Aplicação de cable bolt: a) na Mina da Cia. Mineira de Metais - Vazante (MG); b) Associação de cabos pré-tensionados e straps na Western Holding Mine - África do Sul (cortesia FOSMINAS); c) na Mina do Baltar - Votorantim (SP) - esq. e na Mina da Mineração Caraíba (BA) - dir.
Figura 5 : os dois métodos de instalação de cabos (Hoek e outros, 1995).
Figura 6: Aplicação de cable bolt prévio à lavra - a colocação em alargamentos de corte e enchimento na Mina Campbell (Borchier e outros, 1992 apud Hoek e outros, 1995).
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5.10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Biron e Ariôglu. Design of Support in Mines. 1983. Campoli, A. A.; Mills, P. S.; Todd, P.; Dever, K. Optimizing rebar resin annulus, p. 42-44. sd. Carnero, L. T. C.; Fujimura, F. 1995. Mecânica de Rochas Aplicada ao Dimensionamento do Sistema de Atirantamento em Minas Subterrâneas . Escola Politécnica/USP, 33pp.
Couto, R. T. S. Arrancamento das pregagens e cabos de aço na Mina do Moinho, Aljustrel. 8o. Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa. 2002. 13pp. 2002. Cury, N. Comunicação oferecida na UFOP. 2007. Engineering and Mining Journal, outubro/2005, p. 38. Engineering and Mining Journal, dezembro/2006, p. 36. Hoek, E.; Kaiser, P. K.; Bawden, W. F. Support of Underground Excavations in Hard Rock. Balkema. Rotterdam. 1995. Hoek, E. & Wood, D. F. Rock Support. In: Mining Magazine. 1988. Hoek, E. & Brown, Br own, E. T. Underground Excavations in Rock. London. 1980. Jeremic, M. L. Ground Mechanics in Hard Rock Mining. 1987. Lacourt, R. Lavra de veios estreitos. Comunicação oferecida no DEMIN/UFOP. DEMIN/UFOP. 2007. Lima, C. A. Comunicação durante visita técnica da UFOP à Fosminas. 2007. Mining and Construction, n.1, 1p.; n. 2, 4p. 2007. Penna, L. Comunicação na Semana Integrada de Engenharia, da Escola de Minas. Ouro Preto. 2005. Penna, L. Comunicação durante visita técnica da UFOP à Mina São Bento. 2006. Redaelli, L. Nova Teoria e Novos Métodos de Atirantamento Subterrâneo. ABGE, São Paulo, 1987, 34 p. Stillborg, B. Professional Users Handbook for Rock Bolting, 1994, p. 1-30. Support and Water Control in Oslo. In: World Tunneling, may 1995, p. 167-171. Silva, J. M. Tendências no atirantamento subterrâneo. Brasil Mineral, dez/1998. Paludo, C.; Dalmina, L. B.; Martins, C. D. N.; Zingano, A. C. 2008. Efeito do desmonte de rocha com explosivos no Dimensionamento de pilares em mina subterrânea de carvão. Comunicação no V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea, Belo Horizonte, 2008. Lima, Lima, A. A.; Oliveira, Oliveira, W. L., Alcântara, Alcântara, W.M., W.M., Leite, E. N., Alves, Alves, C.S., Sarmento, Sarmento, H. J. L. Dimens Dimension ioname amento nto de Sistem Sistemaa de Cabos Cabos para para Contro Controle le de Dilui Diluição ção em Corpos Corpos Sub Sub-Horizontais, Mina Ipueira - Ferbasa, Andorinha, Bahia. Comunicação no V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea, Belo Horizonte, 2008a. Lima, A. A.; Oliveira, Oliveira, W. L., Alcântara, W. W. M., Leite, E. N., Sarmento, Sarmento, H. J. L., Alves, C. S. , Pinto, J. B. A.. Uso de Cabos e Concreto Projetado para Estabilizar Rampa em Zona de
Falha, Mina Ipueira - Ferbasa, Andorinha, Bahia. Comunicação no V Congresso Brasileiro de
Mina Subterrânea, Belo Horizonte, 2008b. Luvizzoto, G. Comunicação em visita técnica da UFOP à Mina de Cuiabá, Sabará (MG), 2008.
67
6. SUPO SUPORT RTES ES CONT CONTÍN ÍNUO UOSS SUBTERRÂNEAS
(REV (REVES ESTI TIME MENT NTO OS)
DE
ESCA ESCAVA VAÇÕ ÇÕES ES
José Margarida da Silva José Fernando Miranda
6.1 GENERALIDADES
Thales Silveira
Este tipo de suporte se emprega quando há necessidade de exercer uma ação de conjunto sobre zonas dos contornos de cavidades ou mesmo sobre a totalidade desses contornos. Nestes suportes, os elementos resistentes fundamentais são os já referidos (quadros, arcos, montantes, montantes, excepcionalm excepcionalmente ente pilhas); pilhas); entre esses elementos elementos e o terreno terreno colocam-se colocam-se convenientemente elementos secundários, que estabelecem interligação entre aqueles que promovem uma distribuição tanto quanto possível uniforme das solicitações. Resta-nos descrever as telas utilizadas e o revestimento de aberturas, pois as demais estrut estrutura uras, s, ditas ditas suport suportes es contín contínuos uos são, são, conform conformee já dito, dito, combin combinaçõ ações es de suport suportes es descontínuos e contínuos. Relembrando o estudo de ancoragens, no tocante à malha de aparafusamento, uma regra geral que pode ser usada para se decidir o espaçamento entre parafusos de sustentação é que a distância distância entre as placas deve ser aproximadament aproximadamentee igual a 3 vezes o espaçamento espaçamento médio dos planos de fraqueza da massa rochosa. Portanto, se um conjunto de juntas e planos de acamamento criam cunhas ou blocos com um comprimento médio de 0,5 m, o espaçamento ideal entre parafusos deve ser cerca de 1,5 m e o comprimento do parafuso deve ser 2 vezes o espaçamento, isto é, 3 m. Este Este exem exempl ploo dá valo valore ress razo razoáve áveis is para para o comp compri rime ment ntoo e espa espaça çame ment ntoo dos parafusos, mas qual é a solução se o espaçamento médio entre as descontinuidades é de 100 mm? Obviamente é impraticável colocar-se parafusos espaçados de 300 mm e, sob estas circunstâncias, uma tela é usada para a proteção contra a caída de pequenos blocos entre as posições das placas de apoio. Um exemplo da aplicação de estruturas combinadas está no túnel para drenagem da cava na Mina de Carajás da Companhia Vale do Rio Doce (PA): nos primeiros 50m, a sustentação é feita por arcos metálicos e concreto projetado.
6.2 TELAS DE ARAME As telas de arame são utilizadas para suportar pequenos blocos de rocha solta ou como reforço para a projeção de concreto. Dois tipos principais de telas são comumente utilizados em minas subterrâneas: telas em cadeia ou em corrente (chainlink mesh) e telas soldadas (weldmesh). As telas são uma solução muito econômica e são facilmente instaladas. É fácil de se adaptá-las ao reforço do teto e são facilmente reparadas. 68
6.2.1 Telas trançadas, em cadeia ou tipo corrente (chainlink mesh) Este tipo de tela consiste de um arranjo trançado de arame. O arame pode ser galvanizado para proteção à corrosão; é flexível e forte. Uma aplicação típica está mostrada na figura 1: a tela é colocada no teto de uma galeria de transporte através de tirantes. Pequenos blocos de rocha que se desprendem do teto são suportados pela tela que, depen dependen dendo do do espa espaça çame ment ntoo dos pont pontos os de ancor ancorag agem em,, pode pode supo suport rtar ar um umaa carg cargaa considerável de rocha fragmentada. Elas não são as mais recomendadas para reforço da aplicação do concreto pela dificuldade de se conseguir que o cimento projetado penetre a malha trançada e elimine os bolsões de ar atrás dos elos da tela.
6.2.2 Telas soldadas (weldmesh) São utilizadas para reforçar a aplicação do concreto e consistem de uma malha quadrada de arames de aço, soldados em seus pontos de interseção. São mais rígidas e mais fáceis de serem instaladas. O modelo típico para uso subterrâneo tem arames de 4,2 mm de diâmetro, distanciados de 100 mm (designa-se malha 100 x 10 x 4,2) e é fornecida em tamanhos convenientes para a instalação por um ou dois homens. Geralmente, a tela soldada é aplicada à rocha através de um segundo jogo de arruela e porca colocado em cada tirante já existente (vide figuras 2 a 4). A ancoragem auxiliar é dada pelo uso de pequenos parafusos grauteados ou de luvas expansíveis. Ancoragens auxiliares auxiliares suficientes suficientes devem assegurar assegurar que a tela seja suficient suficientemente emente fechada para aquela superfície rochosa. Um bom operador de injeção de cimento pode trabalhar com a tela distante até 200 mm da rocha, o que tende a tornar mais difícil o trabalho, mas é essencial que a tela seja completamente coberta pela injeção do cimento. A tela é facilmente danificada pela movimentação da rocha resultante de explosões próximas e sua instalação deve ser retardada até que a detonação esteja mais distante ou possa ser protegida da movimentação de rocha através de seqüências de detonação. A tela danificada danificada deve ser substituída substituída através do corte da seção afetada e providencian providenciando-se do-se uma razoável superposição para assegurar a continuidade do reforço. A tela soldada tem a vantagem de não desagregar quando danificada. É difícil de se conseguir telas soldadas galvanizadas e, deste modo, o aço ficará sujeito a corrosões apreciáveis se não for completamente encaixado no concreto. Deve-se cuidar para que não se formem bolsões de ar atrás dos arames ou nos pontos de intersecção, o que pode ser obtido pela movimentação constante do bocal de injeção do cimento de modo que o ângulo de impacto seja variado e o concreto seja projetado atrás dos arames. Este modelo de tela vêm sendo substituído por fibras de aço como reforço na aplicação do concreto.
6.2.3 Straps Outra opção às telas são as cintas ( straps), utilizadas também em conjunto com as ancoragens (fig. 5). Este sistema é utilizado onde os parafusos sozinhos não podem suportar tetos imediatos imediatos formados por estratos estratos de pequena espessura. espessura. Quando a massa rochosa que 69
circunda uma abertura subterrânea é muito viscosa; em outras palavras, a maioria dos planos de fraqueza mergulha em uma dada direção, a resistência desta massa rochosa é muit mu itoo maio maiorr na dire direçã çãoo dos dos plan planos os que que em outr outraa dire direçã çãoo que que os atra atrave vess sse. e. Nesta Nestass circunstâncias, as straps podem ser um modo mais efetivo de revestimento que as telas; são fáceis de ser instaladas, não devendo ser usadas se o tamanho de bloco é muito pequeno. Essa Essass estr estrut utur uras as são são comu comuns ns na Mina Mina de São São Bent Bento, o, da Eldo Eldora rado do/S /São ão Bent Bentoo Mineração, em Santa Bárbara (MG).
*
Figura 1 Aplicação típica da tela trançada (Hoek & Brown, 1980).
Figura 2 Aplicação da tela soldada através da colocação de um segundo jogo de arruela e porca (Hoek & Brown, 1980).
Figura 3 Aplicação da tela soldada em uma escavação de caráter permanente da mina em preparação para a projeção de concreto concreto (Hoek & Brown, Brown, 1980).
Figura 4 Deformação do teto e ruptura lateral, em uma via de transporte, em uma mina de cobre, na Austrália (Hoek & Brown, 1980).
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Figura 5. Straps (Hoek & Wood, 1988).
6.3 REVESTIMENTOS COM CONCRETO 6.3.1 Histórico Em 1824, foi desenvolvido o concreto, produzido por material calcário que veio a se chamar chamar ciment cimentoo Portla Portland nd log logran rando do grande grande efeit efeitoo na constr construçã uçãoo de tún túneis eis como como elemento de suporte. Em 1910, em Nova York, a empresa Allentown, da Pensilvania, apresentou o “cement gun”, equipamento pneumático para o transporte de uma mistura de cime ciment ntoo e arei areia, a, receb receben endo, do, no term termin inal al de proj projeç eção ão,, a água água.. Este Este “spr “spray ay”” de arga argama mass ssaa foi foi regi regist stra rado do em 1912 1912 com com o nome nome de “gun “gunit ite” e”.. Este Estess elem element entos os são são considerados precursores do concreto projetado (Carnero e Fujimura, 1995). Kovári (2003) mostra a história do método de revestimento com concreto desde seu início e como se desenvolveu internacionalmente nos aspectos teóricos e tecnológicos. As inovações técnicas tiveram um crescimento no modo de ação, bem como nos fatores econômicos, com grande aceitação a partir dos anos 50 do séc XX.
6.3.2 Revestimento de Poços (“Concretagem”) No No reve revest stim imen ento to de aber abertu tura ras, s, inst instal alaa-se se um reve revest stim imen ento to perm permeá eáve vell ou impermeável, dependendo das propriedades do terreno, da pressão da água, do material util utiliz izad adoo e da mane maneir iraa de cons constr truí uí-l -lo. o. Deve Deve ser ser ress ressal alta tado do que que um reve revest stim imen ento to impermeável impermeável somente é alcançado alcançado com o material material adequado, utilizado utilizado da maneira maneira correta. O revestimento revestimento mais impermeável impermeável é uma tubulação tubulação de aço ou de ferro fundido, usada com métodos especiais de abertura de poços p oços verticais. Para revestimento de poços, normalmente é utilizado o concreto. A espessura de 0,30m é geralmente aceita como suficientemente forte para os diversos tipos de rochas atravessados. Em alguns casos, onde as rochas são auto-suportantes, utilizam-se somente anéis de concreto com 1m de altura, espaçados de 4,5 a 6m, para suporte da estrutura de divisão do poço em compartimentos, bem como das suas paredes. Na concretagem dos anéis utilizam-se formas metálicas suspensas por correntes no segundo anel imediatamente superior àquele que se deseja unir. Nos locais em que a rocha apresenta maior dificuldade de sustentação, um menor espaçamento entre os anéis pode resolver o problema, atingindo no limite, o revestimento total. 71
O revestimento de madeira já já foi utilizado no passado, mas hoje está em desuso. A espessura de um revestimento de alvenaria para um poço vertical de seção circular é usualmente obtida pela fórmula: d=R
K K-2 p
1
onde: onde: d - espess espessur uraa (m), R - raio inter interno no útil útil do poço (m), (m), K - limit limitee de resis resistê tênc ncia ia à 2 2 compressão da alvenaria (kgf/cm ), p - pressão da rocha (kgf/cm ). A organ organiz izaçã açãoo do trab trabal alho ho de reves revesti time ment ntoo do poço poço,, por por meio meio de conc concre reto to monolítico monolítico ou de um revestimento revestimento segmental, depende do método método de perfuração utilizado, utilizado, se o revestimento é feito simultaneamente ou não ao avanço. (As figuras 6 e 7 mostram os trabalhos de revestimento de um poço na Mina de Raposos (MG - Mineração Morro Velho, onde o monitoramento inclui ainda uma base de leitura entre anéis que mede a subsidência.) Figura 6 Seções de revestimentos de poços: a)(Vaz, Fernandes e Ikeda, 1985); b) Revestimento de poços em camadas de solos permeáveis(Hennies e Ayres da Silva, 1995).
Legenda 1 maciço rochoso 2 betumen ou cimento 3 alvenaria de tijolos 4 betumen 5 manto de placas de aço 6 pintura de betumen 7 concreto armado
(b)
8 armação de aço
6.3.3 Revestimentos de Galerias com Concreto Projetado ou Gunita Shotcrete (Shotcrete) O concreto projetado pode ser definido como o concreto lançado por ação pneumática. É uma mistura de proporções adequadas de cimento, agregados, água e um conjunto de aditivos de aceleração de pega, todos aplicados por uma máquina e lançados através de um bocal de sopro. É o termo geral ( shotcrete) para processos de projeção de concreto. O concreto projetado subdivide-se, quanto à mistura de saída, em via seca e via úmida. Com relação ao sistema de processamento, subdivide-se em transporte de fluxo rarefeito (fino) e transporte de fluxo denso (Guimarães Filho, 1995). No início de sua aplicação (até a época referida acima) só acontecia a mistura a seco (wikipedia.org, 2006). 72
O concreto projetado é distinguido daquele colocado ou bombeado para trás de formas de aço, em geral pela menor dimensão do agregado usado (até cerca de 8 - 16mm). O concreto é mais forte que a tela, particularmente se reforçado com fibras de aço e resistente à corrosão. É, em muitas situações, considerado o sistema de sustentação mais efetivo. Particularmente útil tanto em escavações como rampas quanto em galerias de transporte, onde é importante a estabilidade durante um longo tempo. As fibras moldam melhor o concreto e garantem o recobrimento pelo concreto (comparativamente à tela). A adição de microsílica e fibras como reforço da argamassa tornou o sistema bastante versátil. Como o concreto desenvolve resistência um tempo após a aplicação, ele deve ser utilizado logo após a escavação. O concreto impede a queda de blocos gerados na seqüência da lavra na vizinhança, substituindo substituindo telas, telas, cuja instalação instalação tem alto risco de acidentes. As fibras de aço introduzidas têm resistência à tração superior a 1000 MPa (Lima, 2007). Uma alternativa são os anéis segmentados. A utilização do concreto reforçado elim elimin inaa a nece necess ssid idade ade de duas duas proj projeç eçõe ões, s, como como é o caso caso do concr concret etoo proj projet etad adoo convencional, onde a primeira projeção regulariza a seção escavada.
(a) Figura 7 a) Plataforma de escavação de um poço da mina de Raposos; b)Revestimento de um poço da Mina de Raposos - MG, Mineração Morro Velho Velho (Vaz, Fernandes Fernandes e Ikeda, 1985). 73
(b)
A proj projeç eção ão de conc concre reto to é um umaa técni técnica ca larg largam amen ente te util utiliz izada ada em obra obrass civi civiss e trabalhos de mineração, tais como revestimento de túneis, galerias, fornos, reservatórios, recuperação de estruturas de alvenaria etc. Consiste em se aplicar, sobre a superfície a ser protegida, uma camada de argamassa ou concreto fino, através de projeção, sob alta velocidade, por meio de bombas especiais. A camada assim depositada é muito densa, praticamente impermeável e adere muito bem à superfície sobre a qual é projetada, seja ela rocha, madeira, concreto, tijolo ou aço. 74
As bomba bombass de proj projeç eção ão func funcio iona nam m cont contin inuam uamen ente te,, segu segund ndoo um sist sistem emaa tipo tipo revólver (ver fig. 8 e 9), no qual o material a ser projetado é introduzido no funil de alimentação, passa pelo misturador e chega, através do orifício, ao rotor. As câmaras do rotor transferem o material ao bocal de saída, a partir de onde um fluxo de ar comprimido transporta-o, através de uma mangueira, até o bico de projeção, onde é acrescida a água necessária (“dry-mix shotcrete”). Noutros equipamentos a água é introduzida durante a operação de mistura do cimento com os agregados (“wet-mix shotcrete”). Comparando: a) mistura a seco (“dry-mix”) - possibilita o uso de máquinas menores, mais baratas; é mais adaptável às variações de condições do solo. ex.: túnel sob a Rodovia de Contorno de Ouro Preto;
mistura a úmido (“wet-mix”) - possibili b) possibilita ta menores menores ressaltos, ressaltos, menor produção produção de poeira, controle da relação cimento/areia, melhor controle de qualidade dos materiais, mais baixos custos de manutenção, maiores taxas de produção (vide fig. 10, a); normalmente existe dificuldade de se trabalhar com aceleradores. A escolha do processo a ser utilizado vai depender de várias características não diretamente relacionadas à qualidade final do produto. Fonseca (2007) destaca a via seca como interessante para pequenas extensões, como suporte imediato, associado ou não a outras estruturas, com exemplo arcos (cambotas) de 3 a 12” em túneis rodoviários. rodov iários. Os equipamentos são montados sobre um chassi com rodas e suas capacidades variam de 3 a 12 jardas cúbicas (vide figura 10,b). A fábrica sueca Stabilator anunciou em 1992 o desenvolvimento de seu equipamento de projeção de concreto System 2000, capaz de colocar até 20 m3 / h de concreto (usando uma mangueira de projeção manual conseguese de 3 a 5 m3 / h). O sistema incorpora um dispositivo automático (robô) de ação altamente flexível, que permite ao operador concentrar-se na projeção atual antes de, por exemplo, gastar tempo procurando a posição ideal. O robô, que simula as ações do braço humano, é colocado sobre uma mesa hidráulica e uma lança ajustável, que permite ao operador cobrir uma grande área, seguir cada contorno da escavação, enquanto mantém o bocal a uma distância adequada.
75
Figura 8 Aplicação de tela e concreto projetado em um túnel na Rodovia de Contorno - Ouro Preto.
Figura 9 Operação típica da mistura a seco de concreto projetado (Hoek & Brown, 1980).
Deve-se tomar cuidado em relação à seleção dos materiais e ao treinamento da equip equipe. e. São São requisitos para para a mistur mistura: a: “shoot “shootabi abilit lity” y” (fluid (fluidez) ez),, resis resistên tência cia inicia inicial,l, resistência a longo prazo, durabilidade e economia. Comparando ao revestimento com madeira e outros (quadros metálicos), o concreto projetado apresenta: custo menor (15 a 30%), menores aberturas e avanço mais rápido. De acordo com Silveira (1987) e reddpumps.com (2006), a gunita é usada em mineração para: 76
• paredes de contenção; • prote proteção ção dos tetos e paredes paredes latera laterais is das escavações escavações contra contra a desint desintegr egração ação provocada pela umidade; como o revestimento obtido é praticamente impermeável à água e ao ar, ele impede a desintegração da rocha; • prot proteç eção ão da made madeir iraa cont contra ra o apod apodre reci cime ment nto; o; entr entret etan anto to,, a exper experiê iênc ncia ia tem tem demonstrado que, quando se recobrem elementos fundamentais de uma estivação, a sua eventual inspeção só poderá ser feita rompendo-se o revestimento. Além disto, o apodrecimento da madeira pode produzir-se mesmo sob esta proteção, razão pela qual as vantagens de aplicação da gunita sobre madeira são muito discutíveis; • proteção da madeira contra incêndio; • sustentação provisória na perfuração de poços poç os verticais ou inclinados; • construção de paredes delgadas de concreto; • reparos em revestimentos de pedra, tijolos ou concreto. Antes da aplicação do concreto projetado, a superfície a ser revestida deve ser limpa com jatos de ar ou água, após a remoção dos chocos. Os agregados (areia e brita) devem ser perfeitamente limpos, bem como o ar comprimido utilizado na projeção, o qual deverá estar isento de impurezas tais como emulsões de óleo. A brita pode ter granulometria de até 3/4”, mas na maior parte dos casos, fica em torn tornoo de 3/8”. 3/8”. Os agre agregad gados os de maio maiorr gran granul ulom omet etri riaa refo reforç rçam am bast bastant antee a estr estrut utur ura, a, tornando-as capazes de suportar o peso próprio, mesmo para aplicações no teto.
(a) Figura 10 a) Aplicação típica da mistura a úmido de concreto projetado (Hoek & Brown, 1980); b)Equipamento System 2000 (Catálogo Stabilator). (b)
A relação agregados/ciment agregados/cimentoo varia de 3:1 a 5:1 e a relação relação água/cimento, água/cimento, em peso, de 0,30 a 0,6:1. É muito comum a utilização de aditivos de pega rápida. 77
A respeito dos materiais: agregados - são preferíve preferíveis is os naturais naturais à rocha britada, britada, evitando-se a presença de silte, mica e matéria orgânica; água - sem graxa, óleo, sais, matéria orgânica e álcalis; acelerador - existem vários no mercado, utilizados para trabalhos no teto ou paredes verticais com camada considerável para dar grande resistência inicial. Constituição básica: 15 a 20% de cimento, 30 a 40% de agregados grossos, 40 a 50% de agregados finos (sólidos). Durante a projeção uma parte do material se desprende e é perdido. A proporção desta desta perda costuma costuma ficar ficar entre 5 a 30%, em boas condiç condições ões de operação. operação. O material material desprendido nunca é reaproveitado para projeção. Inconvenientes que devem ser evitados: a) ressalto ou reflexão (“rebound”) - pela falta de uma dosagem adequada de água no bocal do mangote de projeção, o concreto fica muito seco e reflete-se ao ser projetado em uma superfície; b) escorrimento (“sag”) - pela exagero de água adicionada, o concreto fica muito molhado e escorre ao ser projetado. O consumo de ar comprimido é função do diâmetro e comprimento da mangueira. As distâncias horizontais e verticais máximas que podem ser atingidas variam com o porte do equipamento utilizado, atingindo até 300 m e 100 m respectivamente. Diversas camadas podem ser aplicadas sucessivamente até se atingir a espessura desejada, que pode ser de 15 cm ou mais; entretanto, na espessura de cada camada não se deve ultrapassar 5 cm. Exemplos: mina da FERBASA, BA, camada de menos de 10 cm; mina Morro da Usina, da CMM, locais com até 20 cm de espessura (o bombeamento na mina é de cerca de 3000 m3 / h de água). Para revestimento do teto e paredes laterais existe um limi limite te para para a espes espessu sura ra que que pode pode ser ser aplic aplicada ada,, porq porque ue se esta esta for for exces excessi siva, va, o revestimento tenderá a cair antes do endurecimento. O concreto projetado freqüentemente é associado com tirantes; tirantes e telas metálicas; arcos metálicos ou reforçado com fibras de aço. A estrutura assim construída possui, então, características de suporte e revestimento. A aplicação de argamassa argamassa (gunita) (gunita) em 1992 como uma tentativa tentativa de revestiment revestimentoo temporário econômica nas galerias de minas nos EUA e, em seguida, para recuperação de estruturas. O uso de compósitos na mistura e seu comportamento estrutural foi estudado por Gonçalves (2001).
6.4 CONCRETO PROJETADO REFORÇADO O conc concre reto to norm normal al,, não não refo reforç rçad ado, o, é gera geralm lmen ente te ináb inábil il para para resi resist stir ir a deform deformaçõe açõess signif significa icativ tivas as na rocha, rocha, dado dado que sua função função é de revest revestime imento nto.. Tal característica, apesar do aumento do custo, tem sido contornada com a inclusão à mistura de fibras de vidro ou aço na faixa faixa de 3 a 6% em peso (Hoek, 1980). 1980). Outra Outra limitação limitação é que geralmente não gera alta resistência resistência inicial inicial (Megaw, 1981 apud Hoek e outros, 1995). Como resultado, a resistência a danos causados por detonações e a facilidade para as instalações de múltiplas camadas ficam menores de serem alcançadas em pequenos intervalos de tempo após a instalação sem a adição de aceleradores ou microsílica. O uso de parafusos associados a concreto projetado (“shotcrete”) reforçado vem apresentando ótimos resultados nos países nórdicos. A combinação de parafusos e concreto projetado reforçado reforçado com fibras de aço é considerada considerada pelos autores como o 78
método de suporte mais versátil já desenvolvido. Ele pode ser aplicado tanto como suporte temporário como permanente, simplesmente através da mudança da espessura da camada projetada e do ajuste do espaçamento entre os parafusos, tanto em obras de mineração quanto na construção civil, nesta com a adição de polímeros. Enquanto os parafusos, como já foi dito, mobilizam as forças para o interior do maciço, o concreto reforçado com fibras de aço realiza uma função de revestimento, evita evitando ndo o despr despren endi dime ment ntoo de peque pequeno noss bloco blocoss e regul regular ariz izan ando do os cont contor orno noss da escavação, melhorando assim as condições de ventilação, além de contribuir em parte na função de sustentação dos estratos superiores, uma vez que atua solidário aos parafusos. As fibras têm a função de conferir ao concreto resistência à tração; se ainda for necessário, acrescentam-se telas. Estas telas são presas aos parafusos e devem ser, quanto ao modo de construção, constituídas de arames soldados, uma vez que o uso de arames tran trança çado doss perm permit itir iria ia a exis existê tênc ncia ia de vazi vazios os nos nos nós nós da malh malhas as,, difi dificu cult ltan ando do o preenchimento pelo concreto. Processos de mistura a úmido do concreto foram substituídos pelo processo a seco no início dos anos 80 e, ao mesmo tempo, as fibras começaram a substituir a tela no reforço. Numa mistura típica atual são adicionados de 50 a 90 kg/m3 de fibras à mistura (Franzén, 1992) (vide figuras 11 a 13). Dos vários desenvolvimentos na tecnologia de concreto projetado nos últimos anos, dois dos mais significativos foram a introdução da microsílica e o reforço com fibras de aço. A microsílica é um subproduto da indústria do ferro-silício. Reage com o hidróxido de cálcio durante a hidratação do cimento. Adicionada em quantidades de 8 a 13% em peso de cimento, pode permitir ao concreto alcançar resistência à compressão de 2 a 3 vezes a planejada. O resultado é um concreto extremamente resistente, impermeável e durável. Outros benefícios incluem a redução de ressaltos, aumento da resistência à flexão, aumento da ligação com o maciço rochoso e da facilidade de se projetar camadas de até 20cm de espessura em cada aplicação. Entretanto, quando se usa a mistura a úmido, úmi do, a “trabal “trabalhabi habilid lidade ade”” do concre concreto to dim diminu inui,i, sendo sendo necess necessári áriaa a colocaç colocação ão de aditivos que restauram a sua plasticidade. O concreto reforçado foi introduzido nos anos 70 e tem aumentado a sua aceitação como substituto substituto do concreto tradicional tradicional reforçado reforçado com tela metálica. metálica. O ganho principal que o reforço proporciona ao concreto é a ductilidade. Deformações elásticas de grande magnitude podem sobrecarregar e levar à ruptura o sistema de suporte, a menos que este tenha ductilidade suficiente para acomodar estas deformações. Não se pode dizer ainda que esta fibra resolva todos os problemas de concreto projetado, mas os resultados técnicos são animadores (Amaral Filho, 1995).
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Figura 11 Associação de quadro metálico, tela e parafusos - Mina de Taquari- Vassouras - SE (Brasil Mineral, 1984).
Figura 12 Tipos de fibras de aço utilizadas nos EUA - dimensões em mm (Wood, 1992 apud Hoek e outros, 1995).
Como vantagens deste sistema, podemos citar: • boa velocidade de instalação; • flexibilidade de instalação, uma vez que podem ser instalados em qualquer perfil de escavação, desde que haja espaço para operação dos equipamentos; • em caso de dano a uma porção da camada de concreto, os blocos formados por rocha e concreto podem ser mantidos no lugar através da colocação de parafusos adicionais; • a ancoragem dos tirantes pode ser qualquer, mecânica ou química, de ponta ou em coluna total. A principal limitação do sistema é a necessidade de dimensões mínimas para a operação dos equipamentos. Na maioria dos casos são utilizados cartuchos de cimento para a ancoragem, sendo utilizada ancoragem de resina quando se necessita de um suporte mais imediato. 80
A não ser que interesse como impermeabilizante, o revestimento de gunita não tem vantagens especiais para aplicação no piso. A qualidade do concreto aplicado pode ser comprovada mediante ensaios realizados em corpos de prova coletados durante a fase de execução. O sucesso da operação depende bastante da habilidade do operador com o bocal. Componente do concreto
Mistura a seco
Mistura a úmido
kg / m 3 % do total kg / m 3 % total Cimento 420 19,0 420 18,1 Sílica 50 2 ,2 40 1 ,7 Agregados 1670 75,5 1600 68,9 Fibras de Aço 60 7 ,7 60 2 ,6 Aceleradores 13 0 ,6 13 0 ,6 Superplastificantes ----6 litros 0,3 Redutor de Água ----2 litros 0,1 Admissão de ar ----se necessário --Água controle no bocal --180 7,7 Total 2213 100 2321 100 Figura 13 - Misturas típicas de concreto projetado reforçado (Wood, 1992 apud Hoek e outros, 1995).
De acordo com Zirlis et al. (2004), os projetos de túneis, inicialmente com uso de cambotas e concreto projetado, tiveram de ser revisados para utilização de concreto com fibras de aço, levando a uma maior velocidade de execução da abertura.
6.5 REVESTIMENTO DE SUPERFÍCIES COM POLIURETANO Comp Compar arand andoo-se se ti tipo poss de reve revest stim imen ento to da abert abertur uras as subt subter errâ râne neas as - concr concret etoo projetado, telas e projeção de poliuretano -, este último representa uma alternativa nova e pote potenci ncial alme ment ntee comp compet etit itiv ivaa em term termos os de cust custo, o, faix faixaa de aplic aplicaçã açãoo e faci facili lida dade de de instalação. O desempenho do revestimento com poliuretano, segundo Archibald e outros (1992), no que se refere à reabilitação primária, secundária e funções de suporte face à sísmica, está entre o concreto e a utilização de telas. Pesquisas vêm sendo realizadas, principalmente no Canadá, para avaliação das capacidades de suporte de revestimentos quando aplicados sobre porções significativas de superfí superfície ciess de escavaç escavações ões,, no que se refere refere à espess espessura ura,, durabi durabili lidade dade e resist resistênc ência ia a deformações. O poliuretano é aplicado usando-se equipamento de projeção a ar comprimido convencional em que mistura e projeta as duas fases líquidas. A cura ocorre num intervalo como três segundos após a projeção, permitindo que o fluxo do material sobre e para dentro das fraturas expostas aconteça até a formação de uma camada final sólida ao longo da superfície da rocha. Resultados de testes carga x deformação obtidos durante estudos in situ são apresentados na figura 14.
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Figura 14 Injeção e revestimento com poliuretano.
6.6 Estudos de Caso 1. Na mina Beaconsfield, de ouro, na Austrália, de acordo com Engineering and Mining Journal (2006), um evento sísmico causou abatimento de rocha e a providência tomada foi a utilização de telas e cabos nas paredes no nível 925 da mina. 2. Na mina de ouro de Val D`Or, em Quebec (Canadá), de acordo com Engineering and Mining Journal (2005), o poço foi desenvolvido na lapa, até 810 m de profundidade. Se diâmetro de 4,8m foi revestido de concreto e a equipagem total foi finalizada em 2006, com extensão posterior prevista para 1350m de profundidade.
6.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABGE. 1980. Sustentação e Revestimento em Túneis e Galerias. Boletim 10, p. 27- 29. Amaral Filho, E. M. 1995. Tecnologia de Concreto Aplicado a Revestimento de Túneis In: ABGE - CBT. Simpósio sobre Túneis Urbanos, Anais, p. 141 - 147. Archib Archibald ald,, J. F.; Mercer, Mercer, R. A.; Lausch Lausch,, P. 1992. 1992. The evalua evaluatio tionn of thin thin pol polyur yureth ethane ane surface coatings as an effective means of ground control. In: Rock Support in Mining and Underground Construction, Kaiser & McCreath (eds). Balkema. Rotterdam, p. 105-115. Brasil Mineral, maio/1994, no. 6, pp. 14. ecâniica de Roch Rochas as Apli plicada cada ao Carn arnero, L. T. C.; Fujimura, F. 1995. Mecân Dime Dimensi nsiona oname ment nto o do Sist Sistem ema a de Atir Atirant antam ament ento o em Mina Minass Subte Subterrâ rrâne neas as. Escola Politécnica/USP, 33pp. Engineering and Mining Journal, setembro/2005, p. 8. Engineering and Mining Journal, junho/2006, p. 36. 82
Franzén, T. 1992. Shotcrete for Underground Support - A state of the art Report with the Focus on Steel Fibre Reinforcement. in: Rock Support in Mining and Underground Construction. Kaiser & McCreath. Balkema. Rotterdam. Fonseca, G. Túneis do Brasil. Comunicação oferecida na UFOP. 2007. Gonçalves, F. L. O concreto projetado reforçado com fibras de aço como revestimento de túneis. USP, 163 pp. 2001. Hoek, E. & Brown, E. T. 1982. Underground Excavations in Rock, p. 351-353. Hoek, E. & Wood, D. F. 1988. Rock Support. In: Mining Magazine, p. 282-287. Hoek, E., Kaiser, P. K. & Bawden, W. F. 1995. Support of Underground Excavations in Hard Rock , pp. 190-200. Kovári, K. History of the sprayed concrete lining method. Tunneling and Underground Space Technology, 18 (2003), p. 57–69. Lima, C. A. Comunicação em visita técnica da UFOP à FOSMINAS. 2007. Mining Perspectives. 1995, vol. 1, n.º 1. reedpumps.com, acessado em 18/08/2006. Support and Water Control in Oslo. In: World Tunnelling, may 1995, pp. 167 - 171. Vaz, C. J.; Fernandes, G. R. F. e Ikeda, A. R. 1985. Poços Verticais - Perfuração e Equipagem. Way to go. In: World Mining Equipment, vol. 20, no. 8, pp. 40-41. wikipedia.org, acessada em 18/08/2006. Zirlis, A. C.; Pitta, C. A.; Kochen, R. Revista Engenharia, 2004, p. 563-565.
6.8 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Barton, N. Improving the economy of long TBM tunnels. Comunicação no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. 1997. 2o. Simpósio sobre Concreto Projetado, set/ 96, Rock Mechanics and Rock Engineering, vol. 29, no. 3. CIM Bulletin, vol. 88, no. 992, pp. 66-74. Espley, S. J.; O’Donnel, J. D. P.; Thibodeau, D.; Paradis-Sokoloski, P. 1996. Investigation into the replacement of conventional support with spray-on liners. In: CIM Bulletin, june 96, vol. 89, no. 1001, pp. 135-143 Hennies Hennies,, W. T.; Ayres Ayres da Silva, Silva, L. A 1993. Abertura de Vias Subterrâneas. Escola Politécnica da USP. ITA ITA Work Workin ingg Group Group on Shot Shotcr cret etee Use Use in Tunn Tunnel elli ling. ng. 1996. 1996. Healt Healthh and and Safe Safety ty in Shotcreting. In: Tunnelling Underground Space Technology, vol. 11, no. 4, pp. 391-410. Jeremic, M. L. Ground Mechanics in Hard Rock Mining. 1987. Kais Kaiser er,, P. K.; K.; McCr McCrea eath th.. 1992 1992.. Rock Rock Su Supp ppor ortt in Mini Mining ng and and Unde Underg rgro roun undd Construction, pp. 91-104. Mine Planning and Equipment Selection, 1994, pp. 541-546, 789-782. Redaelli, L. Nova Teoria e Novos Métodos de Atirantamento Subterrâneo. ABGE, São Paulo, 1987, 34 p. Stillborg, B. Professional Users Handbook for Rock Bolting, 1994, p. 1-30. Sinha, R. S. 1989. Underground Structures, p. 307-309.
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7. TÉCNICAS DE MONITORAÇÃO DE UM SISTEMA DE ATIRANTAMENTO
7.1 GENERALIDADES
Milene Sabino Lana José Margarida da Silva
O que pode ser monitorado numa mina subterrânea: ruptura da rocha no contorno da escavação; movimento ao longo de uma descontinuidade; descontinuidade; deslocamento relativo entre dois pontos no contorno da escavação (convergência); deslocamentos no interior do maciço, fora do contorno da escavação; deslocamentos da superfície (subsidência); mudança da inclinação de um furo (desvio); nível de água, pressões neutras; mudanças (variações) de tensões (num pilar, por exemplo); pressões normais e de água no enchimento; deformação do material de enchimento; eventos sísmicos; velocidades de propagação de ondas. A monitoração de maciços rochosos por método observacional se constitui de observação in situ para para verif verifica icação ção da conver convergên gência cia entre entre realid realidade ade e projet projeto, o, para para aferiç aferição ão do modelo modelo matemático proposto. O ciclo se constitui de caracterização geológico-geomecânica, formulação do modelo, dimensionamento, monitoração e retroanálise. O programa de controle instrumental de estabilidade no interior da mina se baseia no controle instrumental instrumental das deformações de seus diferentes componentes componentes estruturais. Os objet objetivo ivoss princi principai paiss de um progra programa ma de monito monitoraç ração ão são: são: verifi verificar car a valida validade de das suposições, aferição do modelo e propriedades do maciço; assegurar condições de segurança, por exemp exemplo, lo, contro controle le das deform deformaçõ ações, es, pressõ pressões es de água, água, carga carga nos suport suportes; es; inform informaçõ ações es localizadas, para implementação de medidas de segurança (zona de cisalhamento, estrato menos resistente etc). O projeto do sistema de monitoração leva em conta o que medir, para que medir e como medir. Entre as premissas do projeto está a mínima interferência coma produção. A interferência é normal. Mas deve ser mantida dentro dos limites aceitáveis de custos operacionais. Caract Caracterí eríst stica icass de um sistem sistemaa de mo monit nitora oração ção:: facili facilidad dadee de instal instalaçã ação; o; adequ adequada ada sensit sensitivi ividad dade, e, reprod reproduci ucibil bilida idade; de; robus robustez tez,, durab durabili ilidad dade; e; facili facilidad dadee de leitur leitura; a; mín mínima ima interferência com operações de produção. Componentes de um sistema de monitoração: unidade de leitura (conversão dos dados para uma forma possível de utilização); sensor (mudanças na variável monitorada); sistema transmissor (transmissão da saída do sensor para a unidade de leitura - hastes, cabos elétricos etc). As fases são a detecção, a transmissão e a leitura. Os modos de operação dos sistemas de monitoração se compõem de sistemas mecânicos, eletro-óticos ou elétricos. Os sistemas mecânicos são mais simples e baratos, não possibilitam a leitura contínua ou remota. Os sistemas óticos e eletro-óticos se compõem dos transdutores hidráulicos e pneumáticos. Os sistemas elétricos são mais comuns, sendo os medidores de deformação ( strain gauges) – baseiam-se no princípio de que a resistência do fio varia varia proporcionalmente à deformação), corda vibrante (a freqüência natural de vibração de um fio varia com a tensão de tração no fio) e de auto-indutância. A monitoração de um sistema de atirantamento é parte fundamental do dimensionamento racional de uma malha de atirantamento. Os testes realizados incluem os tirantes e o maciço rochoso circundante às escavações atirantadas. De forma geral, a monitoração das estruturas de escavação nada mais é que o registro contín contínuo uo ou periód periódico ico de grande grandezas zas física físicass imp import ortant antes es à verifi verificaçã caçãoo da estabi estabilid lidade ade das cavidades subterrâneas. A medição destas grandezas físicas permite a aferição dos modelos empregados no dimensionamento do sistema de atirantamento. Este procedimento permite, inclusive, a revisão do projeto inicial de atirantamento, levando à otimização da solução proposta. 85
Além da aferição e otimização do modelo proposto, a monitoração de um sistema de atirantamento é fundamental para detectar problemas no comportamento das ancoragens (como é o caso da perda de protensão com o tempo), defeitos de instalação e controle de qualidade dos materiais utilizados. Um projeto de monitoração de um sistema de atirantamento deve levar em conta a hetero heterogen geneid eidade ade do maciço maciço rochos rochosoo e a existê existênci nciaa de siste sistema ma de descon descontin tinuid uidade ades, s, que influenciarão, tanto a aplicação do projeto de monitoração, quanto a interpretação dos resultados. Assim é necessário o conhecimento geológico detalhado dos locais instrumentados, associado ao conhecimento da geologia regional do maciço. Outro fator importante no projeto de monitoração é a simplicidade dos instrumentos empregados, tanto no que tange à operação quanto à manutenção dos mesmos. Finalmente, o projeto de monitoração deve ser elaborado de forma a minimizar sua interferência com as frentes de produção da obra, para que não haja um aumento inaceitável dos custos operacionais.
7.2 MONITORAÇÃO DAS ANCORAGENS ANCORAGENS A detecção de falhas de instalação no sistema de atirantamento e a própria seleção do tirante adequado só é possível com o auxílio da monitoração das ancoragens. O projeto de monitoração das ancoragens deve incluir testes de perfurabilidade da rocha, arrancamento da ancoragem e controle de carga dos tirantes ao longo do tempo. Medições periódicas da carga suportada por um suporte de madeira, aço ou concreto dão uma idéia quantit quantitati ativa va de como se desenv desenvol olvem vem estas estas cargas cargas e como como variam variam com as operações de lavra, permitindo a otimização de tais estruturas sob condições específicas de geologia ou lavra.
7.2.1 Perfurabilidade da Rocha Rocha Durante a instalação dos tirantes, uma inspeção dos furos onde os mesmos serão instalados poderá evitar erros no método de instalação. A posição e direção dos furos deve corresponder exatamente à posição prevista no plano de atirantamento. O comprimento e o diâmetro do furo deverão estar rigorosamente dentro das especificações. O comprimento do furo está relacionado ao tipo de ancoragem utilizada. No caso de ancoragem mecânica, o comprimento do furo deve ser igual ao comprimento total da haste. No caso de ancoragem química de coluna total, o comprimento do furo deve ser calibrado para que o volume de resina ou cimento seja uniformemente distribuído em todo o comprimento do furo. O diâmetro do furo deve ser inspecionado para garantir o bom desempenho dos tirantes. Se o diâmetro for maior que o recomendado haverá redução na capacidade de ancoragem (ancoragem mecânica). Se for menor, não se consegue a instalação correta do dispositivo de ancoragem. No caso de ancoragem química em coluna total, um diâmetro de furo mal calibrado tem o mesmo efeito da variação no comprimento do furo.
7.2.2 Arrancamento da Ancoragem ( Pull Pull test ) Esse teste é realizado em um parafuso instalado nas condições de campo e tem por objetivo a medição da resistência da ancoragem. A resistência é medida através de um teste de arrancamento do tirante, no qual o deslocamento do dispositivo de ancoragem é medido como funç função ão da carga carga apli aplica cada da ao ti tiran rante te,, o que que resu result ltaa na obte obtenç nção ão de um umaa curv curvaa carg cargaa deslocamento. O teste de arrancamento é usualmente empregado para seleção de tirantes e também para controle de qualidade dos materiais e métodos de instalação. 86
Um número mínimo de cinco testes são requeridos para um mesmo maciço e condições de instalação específicas. Os testes são destrutivos e não devem ser feitos em tirantes que são parte da malha de atirantamento. Os equipamentos utilizados nos testes consistem de: a) conjunto de aplicação de carga - macaco hidráulico de êmbolo vazado com capacidade maior que a resistência da ancoragem e do tirante a ser testado; b) equipamento para medição de deslocamento axial da cabeça do tirante. Por exemplo, um extensômetro mecânico ( tipo relógio comparador) com curso de 50 mm, resolução de 0,01mm. c) um tripé para manter a coaxialidade do macaco com o tirante. O teste é realizado através da aplicação de cargas crescentes ao tirante, medindo-se as correspondentes deformações. A ancoragem é testada até que a carga produza um deslocamento maior que 40mm; ou até o escoamento ou ruptura da haste. Leituras de carga e deslocamento são feitas em incrementos de 500 kgf ou 5mm de deslocamento (o que ocorrer primeiro). A velocidade de aplicação de carga deve estar na faixa de 500 - 1000Kgf/min. O resultado de um teste de arrancamento é apresentado na forma de um gráfico carga x deslocamento. A resistência da ancoragem é a máxima carga atingida no teste desde que não haja escoamento ou ruptura do tirante. Nesse caso a carga “x” para a qual isso ocorre é computada, e a resistência da ancoragem é especificada como “desconhecida, mas maior que x”. A deformação medida no teste é a soma do alongamento do tirante e do escorregamento do dispositivo de ancoragem. Como o alongamento elástico do tirante é conhecido, é possível saber o deslocamento do dispositivo de ancoragem para dada carga.
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7.2.3 Perda de Protensão Protensão É muito comum o fenômeno de perda de protensão dos tirantes com o tempo. A queda de protensão é conseqüência de vários fenômenos, entre os quais é possível citar: - escorregamento do dispositivo de ancoragem (ocasionado por ancoragem mecânica puntual em rochas brandas, vibrações causadas pelo desmonte, fluência da rocha, corrosão etc); - instalação inadequada. A monitoração da tração nos tirantes deve ser feita em aproximadamente um tirante em cada 10 do sistema de sustentação. O equipamento utilizado consiste, de uma célula de carga. As células de carga podem ser mecânicas, elétricas, fotoelásticas. Uma célula de carga mecânica do tipo mola-prato, com orifício central pode ser utilizada no teste. Na grande maioria das células de carga, o princípio de deformação de um corpo “elástico” sob a influência de uma força externa é utilizado para determinar a força aplicada através de um fator de calibração. Um caso da célula de carga tipo mola-prato, o elemento elástico consiste de uma mola. A mola é fixada entre dois pratos, sofrendo deflexão quando carregada. Um relógio comparador mede a distância entre os dois pratos. A calibração da célula de carga é realizada em laboratório e consiste na obtenção de uma curva carga x deslocamento para a célula de carga. O resultado de um teste de perda de protensão é um gráfico perda de protensão (%) versus tempo. A freqüência de leitura depende da mudança observada na protensão. Uma leitura deve ser feita imediatamente após a instalação e algumas horas depois. Nas vizinhanças de uma face de desmonte as leituras devem ser feitas em intervalos de horas. Em outros casos onde a variação é pequena (“áreas inativas”), as leituras devem ser feitas em intervalos da ordem de dias ou meses.
7.3 MONITORAÇÃO DO MACIÇO MACIÇO A monitoração das ancoragens é um procedimento para avaliação do comportamento individual dos tirantes. Para avaliação do sistema de atirantamento como um todo, bem como para aferição do modelo proposto, é preciso recorrer à monitoração do maciço rochoso. O objetivo dessa monitoração é a detecção dos deslocamentos do maciço rochoso. Caso o sistema proposto seja adequado, os deslocamentos medidos devem apresentar tendência de estabilização com o tempo (medições de deformações são mais fáceis fá ceis e mais baratas).
7.3.1 Medidas de convergência convergência A medição de convergências de uma escavação é o registro da evolução com o tempo da deformação do período escavado. A medição de convergência é realizada pela instalação de pinos em pontos selecionados no piso, teto e paredes laterais da galeria. Cada par de pinos, diametralmente opostos, constitui uma base de medição. Os pinos são ancorados com resina de pega rápida. Os pinos são formados por duas peças: a primeira é a secção de ancoragem constituída por uma secção de barra de aço com diâmetro compatível ao diâmetro do furo e do cartucho de resina. A segunda é a cabeça do pino, a qual é utilizada como base para instalação do instrumento de leitura. Existe Existem m doi doiss tipos tipos de instru instrumen mentos tos para para mediçã mediçãoo de conver convergên gência cia:: o medido medidorr de convergência de fio ínvar e o medidor de convergência tipo alongâmetro. 88
Os medidores de convergência registram a aproximação dos pinos com o tempo, ou seja, o fechamento da galeria. No medidor de convergência por fio invar, utiliza-se um fio de comprimento invariante com a temperatura, ao qual se aplica uma força constante em cada leitura. A carga é aplicada ao fio através do cursor de parafuso e controlada controlada através de um dinamômetro. dinamômetro. A força é controlada através de um relógio comparador com curso de 5mm e resolução de 0,01mm. A leitura dos deslocamentos é feita por relógio comparador com curso de 50mm e resolução de 0,01mm. A diferença entre duas leituras consecutivas em tempos diferentes corresponde à variação da distância entre os pinos. O medidor de convergência tipo alongâmetro só pode ser utilizado para medição da convergência teto/piso de uma galeria. O instrumento é constituído de duas seções (superior e inferior) que se deslocam entre si telescopicamente, através de uma haste cilíndrica de aço inox. Esse movimento é registrado por um relógio comparador com curso de 50mm e resolução de 0,01m 0,01mm. m. A dife difere renç nçaa entr entree duas duas leit leitur uras as cons consec ecut utiv ivas as em temp tempos os dife difere rent ntes es forn fornec ecee a convergência entre o teto e piso da galeria. O correto posicionamento do instrumento entre os dois pinos é garantido por uma mola que exerce uma força axial sobre ambas as seções do instrumento. Em função da geologia local, podem ser adotados pinos de comprimentos diferentes. Estes pinos permitem isolar o comportamento de descontinuidades existentes no teto ou piso da galeria. Na utilização de pinos de comprimentos diferentes permite isolar o comportamento dos dois estratos no teto imediato da galeria. Nesse caso, o contato geológico se encontra na zona de alívio de tensões do domo de descompressão induzido pela escavação. O pino mais curto medirá o desplacamento do estrato inferior, enquanto o pino mais longo, ancorado na camada superior mais rígida, medirá a deformação da escavação como um todo. A importância da detecção do desplacamento da camada inferior é, justamente, a indicação da necessidade de escoramento, já que os result resultado adoss das mediçõ medições es podem podem se afastar afastar consid considera eravel velmen mente te dos desloc deslocame amento ntoss admissíveis no projeto.
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Se o sistema de atirantamento proposto é adequado, as medidas de convergência devem apresentar tendência de estabilização com o tempo. Se a velocidade de deformação com o tempo é crescente, haverá risco de desabamentos e necessidades de reforçar o sistema de atirantamento ou mesmo de instalar estruturas mais eficientes para o necessário controle de deformação. As medições de convergência consistem em medir as mudanças no contorno da escavação, assim se quantificará a evolução do processo de relaxação (alívio) ou concentração de esforços (“efei (“efeito to arco”) arco”) ao redor redor da escava escavação ção,, que permit permitirá irá conhec conhecer er seu grau grau de estabi estabilid lidade ade (unasa.edu.pe, 2007).
7.3.2 Medidas de deslocamentos no interior do maciço (extensometria) A extensometria é a medição das deformações geradas em um corpo pela ação de esforços externos durante sua utilização. A monitoração de deslocamentos no interior do maciço consiste na medição do deslocamento relativo entre um ponto no interior do maciço e um ponto no perímetro escavado. Os deslocamentos são medidos pela aplicação de extensômetros simples ou múltiplos. Na instalação completa de um extensômetro simples de haste, a mesma é constituída por um tubo cilíndrico de aço comum, ancorada com resina de pega rápida na profundidade desejada, na extremidade livre da haste é conectada uma seção especial, normalmente de alumínio, que constitui a cabeça do extensômetro, a qual serve de base de referência para apoio do estilete do relógio comparador utilizado na leitura. O relógio comparador utilizado tem curso de 50mm e resolução de 0,01mm. A diferença entre duas leituras consecutivas em tempos diferentes é o deslocamento relativo entre a base e o ponto de ancoragem da haste. Os extensômetros múltiplos, através de diversos pontos de ancoragem no maciço em um mesmo furo, permitem a medição dos deslocamentos entre cada ponto de ancoragem e o perímetro escorado. O extensômetro múltiplo de hastes tem 6 posições, segundo unasa.edu.pe (2007), é capaz de operar em várias direções. As hastes de aço inox são encaixadas dentro de tubos de PVC e coloca-se argamassa de cimento. Os micrômetros acoplados têm precisão na leitura de 0,001”. Existem também extensômetros múltiplos de fio, com leituras mecânicas ou através de dispositivos eletrônicos. Conforme Conforme Almida e Souza Souza (sd), os extensôm extensômetros etros elétricos elétricos são formados formados por um filme metálico, com a função de micro-resistência elétrica, montados em uma película de material eletricamente isolante. Este sensor quando firmemente aderido à superfície de um corpo, acompanha as micro deform deformaçõ ações es ocorri ocorridas das,, acusan acusando do-as -as atravé atravéss das variaç variações ões de resist resistênc ência ia elétri elétrica ca do filme filme metálico. Como as deformações ocorridas na superfície do corpo de prova são muito pequenas, conseqüentemente as variações de resistência elétrica dos extensômetros também serão muito pequenas. Para contornar o problema da leitura de pequenas variações na resistência elétrica dos extensômetros, os aparelhos de leitura utilizam um artifício conhecido como Ponte resistiva de Wheatstone. A Ponte de Wheatstone basicamente possui quatro resistores, sendo ligados em série dois a dois e posteriormente ligados em paralelo. Desta forma fazendo-se a conexão do extensômetro na Ponte de Wheatstone pode-se medir com grande precisão pequenas variações em sua resistência elétrica. Os extensômetros justi justific ficam am sua aplica aplicação ção no contro controle le do compor comportam tament entoo de descon descontin tinui uidad dades es de grande grande importância, condicionantes de escavações. Aconteceram também avanços em termos de monitoramento na criação de cabos com extensômetros acoplados, como no smart smart cable cable bolt . O extensômetro é um dispositivo que permite a detecção de deslocamentos no interior do maciço rochoso. No caso desse tipo de cabo, existem alguns pontos ao longo de seu comprimento, onde sensores detectam os deslocamentos 90
relati relativos vos entre entre os pontos pontos de instal instalaçã açãoo does does exten extensô sômet metros ros.. O catálo catálogo go do fabric fabricant antee não especifica o custo desses acessórios no cabo. É ainda comum a instalação de pinos entre anéis de concreto de sustentação de poços para a verificação de subsidência.
7.4 Estudos de Caso 7.4.1 Interligação de passagens na Mina Mina Cuiabá (Anglo-Gold) De acordo com Ferreira e Ferreira (2002), o problema de desplacamento nas paredes do sistema de transferência de minério da Mina Cuiabá teve início nos anos 90 do séc. XX, quando foi constatada a interligação da passagem de minério com a passagem de estéril. A partir do evento, a cavidade passou a ser usada somente como passagem de minério, para evitar a diluiç diluição. ão. Os freqü freqüent entes es despla desplacam cament entos os de rocha, rocha, levand levandoo à obstr obstruçã uçãoo dos chutes chutes na estaçã estaçãoo de carregamento conduziu ao estudo de alternativas para novo sistema de transferência de minério, tendo em vista a possibilidade de se ter que abandonar os sistema então em uso. Os autores relatam as etapas e tentativas de solução do problema, como a implantação de estruturas de concreto armado fechando o ponto de varação, que tiveram resultado apenas momentâneo. Outra etapa foi o levantamento topográfico na região da passagem de minério, que apontou uma cavidade com dimensão máxima de cerca de 15m (longitudinal) x 7m (transversal) e uma distância de 30m do poço de acesso. Após estudos das alternativas para o levantamento, optou-se em função do menor custo, da garantia de obtenção de resultados e da menor demanda de tempo para sua execução, pelo levantamento com o sistema CMS - Cavity Monitoring System , utilizado anteriormente pela Mineração Caraíba. O sistema permite, a 91
uma distância de até 300m, coletar pontos da seção da escavação e redesenhá-la para comparação com o projeto. Para este trabalho, a passagem não foi completamente esvaziada, ficando cerca de 500t de minério desmontado em seu interior. Foram definidos três pontos de instalação de equipamentos e varredura com feixe laser : na intersecção de uma galeria com a passagem e nas intersecções das ramificações ( fingers) coma passagem de minério e de estéril. Os dados dados coleta coletados dos foram foram adicio adicionad nados os ao modelo modelo origin original al das galeri galerias as e subida subidas, s, sendo sendo gerada geradass intersecções horizontais com espaçamentos variando de 1 a 4m, dependendo do estado do maciço na região. A partir daí foram feitas interpretações para se chegar ao formato mais provável da cavidade. A cavidade modelada apresentou volume de cerca de 18.400m 3, com capacidade para cerca de 30.000t de minério desmontado. O trecho de maior desplacamento foi detectado a 12m do teto da galeria inferior à passagem. O pilar resultante de 30m definido entre a abertura resultante da interligação e o poço de acesso se reduziu a 26m, mas, segundo os mesmos autores, à medida que o desplacamento progride, há uma perda de energia no desgaste do pilar em direção ao poço. A empresa realizou a caracterização geomecânica do maciço na região do poço e avaliou as condições de estabi estabilid lidade ade,, em função função da sobresobre-esc escava avação ção nos sistem sistemas as de transf transferê erênci ncia. a. O monito monitoram rament entoo de movimentações no local confirmou a inexistência de risco imediato na região do poço e da estação de carregamento. O estudo recomendou, ainda assim, a instalação de seções de convergência no nível 11 de lavra, na região próxima ao sistema de transferência e a execução de modelagem matemática para simulação do comportamento do maciço e das aberturas. O estudo recomendou o abandono do primeiro sistema (originalmente passagem de minério), com maior desplacamento relativo, mas alertando que o desgaste das paredes também poderia vir a agravar as condições no segundo sistema (originalmente passagem de estéril).
A mina realiza medidas de deformação na Mina de Cuiabá, Sabará (MG), elabora o “protocolo” geome geomecân cânico ico,, onde onde mostra mostra,, nas entrad entradas as das escava escavaçõe çõess princi principa pais, is, as regiõe regiõess de maior maior deformação, com código de cores – vermelho para regiões críticas, amarelo e verde.
7.4.2 Teste de arrancamento de tirantes e cabos na Mina de Moinho, Portugal Couto (2002) descreve a determinação da capacidade de ancoragem dos tirantes instalados nos locais considerados mais críticos da Mina do Moinho. Os suportes foram instalados na rampa principal, com malha de 1,2m x 1,2m a 2m x 2m. Cabos de 2,5 a 3m de comprimento, diâmetro de 17mm, trecho de ancoragem de 1,5m. A norma utilizada foi da ISRM – Suggested Methods (2001) e o equipamento original foi modificado para permitir o ensaio de cabos e para qualquer inclinação. O trabalho também averiguou se os efeitos temporais, mecânicos e outros não afetaram os tirantes e, em caso afirmativo, quantificou esses desvios, contribuindo assim para o dimensionamento de suporte. Os valores ensaiados se aproximaram bastante do valor teórico calculado para carga de ruptura. Verificou-se que o elemento mais fraco foi o cabo, com valor de carga de ruptura de 123kN a 148kN e carga de cedência de 120 a 137kN. O fator de segurança foi de 3,1. Para o conjunto resina/tirante, foram obtidos valores na faixa de 38 a 50kN, abaixo do esperado. 7.4.3 Monitoramento de movimentação de blocos (Dinis da Gama et alii, 2002) Na Mina de Panasqueira, de wolfrâmio (tungstênio), em Portugal, foi realizado monitoramento durante 2 anos, com análise por método discreto da movimentação de blocos para caracterização de movimentação de volumes de maciço (subsidência), evidenciando-se magnitudes de 3m em alguns pontos, controlados por falhas principalmente, amplificadas pela percolação de águas. Foi calculada média estatística entre 1990 e 1998 e determinadas movimentações diferenciais entre pontos de um bloco.
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7.4.4 Monitoramento microsísmico na Mina Caraíba (Andrade, Santos e Silva, 2003) A Mina de Caraíba, em Jaguararibe (BA), que extrai cobre, teve, com seu aprofundamento entre 500 500 e 800m 800m,, tens tensõe õess da mesm mesmaa orde ordem m de gran grande deza za de outr outras as mina minass subt subterr errân ânea eas, s, com com pro profu fund ndid idad ades es entr entree 1500 1500 e 2000 2000m. m. Surg Surgir iram am desp despla laca came ment ntos os e, após após estu estudo dos, s, fora foram m implementadas modificações na mina do método de lavra, monitoramento microsísmico de superfície e de subsolo, introdução de enchimento ( pastefill ), ), monitoramento topográfico a laser (sistema CMS – cavity monitoring system) aumento da mecanização e automação das operações. Nos primeiros três meses de observação, foram detectados 2237 eventos diversos; desde a implantação do monitoramento, são observados 2 eventos na escala 2 ou 3 por ano, com lançamento de material. 7.4.5 Monitoramento de deslocamentos (hundimiento ) em Palabowra (Chile) A mina, lavrada por block caving desde 2002 (antes – a céu aberto), teve em 2004 deslizamento de 60t de material. Através de levantamentos por satélite e confecção de mapas de deformação, foram detectados deslocamentos de 5cm em 24 dias. Com a estabilização de falha na parede norte da mina, esses valores foram diminuídos para 2cm/24 dias, conforme o periódico Equipo Minero (2006). 7.4.6 Modificações na Bellavista Mine Foram detectadas na mina movimentações no maciço da ordem de 1cm/dia. As medidas tomadas fora foram m a susp suspen ensã sãoo da oper operaç ação ão nos nos poço poçoss de desa desagu guam amen ento to,, o cont contro role le supe superf rfic icia iall e a redistribuição da carga (Engineering ( Engineering and Mining Journal, 2007).
7.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almida, L.D.F.; Souza, J. J. Extensometria - A difusão da utilização de extensômetros na análise de deformações. Unisanta. Sd. Andrade, Santos e Silva. Minérios e Minerales, pp. 34-41. 2003. Brady e Brown. Rock Mechanics for Underground Mining. 1985. Costa, A. M. 1984. Uma aplicação de métodos computacionais e princípios de mecânica da rochas rochas no projet projetoo e anális análisee de escava escavaçõe çõess destin destinada adass à min minera eração ção subter subterrân rânea. ea. Tese Tese de doutorado, COPPE/UFRJ,1488p. COPPE/UFRJ,1488p. Couto, R. T. S. Arrancamento das pregagens e cabos de aço na Mina do Moinho, Aljustrel. 80. Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa. 2002. 13pp. 2002. Dinis da Gama, C.; Navarro Tores, V.; Lopes, L.; Nobre, E. Interpretação geomecânica da subsidência na Mina de Panasqueira. 8 o. Congresso Nacional Nacional de Geotecnia. Lisboa. 2002. Engineering and Mining Journal, setembro/2007, p. 42. Equipo Minero. Engineering and Mining Journal, n.1, 2006. Ferreira, P. T.; Ferreira, A. L. 2002. Alternativas técnicas para levantamento do vazio no sistema de transferência de minério da Mina Cuiabá (1º. e 2º. sistemas).
Hanna, T.H. 1973. Foundation Instrumentation. Instrumentation. Trans Tech Publications, 372p. Hoek, E.; Kaiser, P. K.; Bawden, W. F. Support of Underground Excavations in Hard Rock. Balkema. Rotterdam, pp. 380-392. 1995. Hoek, E. & Brown, Br own, E. T. 1980. Underground Excavations Excavations in Rock. The Institution of Mining and Metallurgy, 527p. unasa.edu.pe, acessada em julho/2007.
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7.6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Bieniawski, Z. T. 1984. Rock Mechanics Design in Mining and Tunneling. Balkema. Rotterdam, pp. 137-158. Bulychev, N. S.; Fotieva, N. N.; Savin, I.I.; Sammal, A S. 1993. Back-analysis of field measurements data in underground openings. Ribeiro e Sousa e Grossman (ed). In: Safety and Envi Enviro ronm nmen enta tall Issu Issues es in Rock Rock Engi Engine neer erin ing. g. Balk Balkem emaa Rott Rotter erda dam. m. ISRM ISRM Inte Intern rnat atio iona nall Symposium. EUROCK’93, Proceedings, pp. 31-36. Choquet, P. 1996. Mining Instrumentation: An Overview. In: CIM Bulletin, june 96, pp. 91-92. Crawford e Hustrulid. 1979. Open Pit Mine Planning Design, pp. 157-159. Dejean, M. & Raffoux, J.F. 1980. Monitoring of Rock Bolting and of its Effectiveness. Rock Bolting, édition de la revue Industrie minérale, pp.153-164. Field Measurements in Rock Mechanics. 1978, vol. 1, pp. 3-14, 345-350, 429-448. ISRM. 1981. Rock characterization testing and monitoring. ISRM suggested methods, E. T. Brown, 211p. Hartman, H. L. SME Mining Engineerin Handbook, pp. 859-872. 1992. Langille, C. C.; Tannant, D. D.; Galbraith, J. 1996. Investigations of one-pass grouted support systems for use in a high stress mining environment. In: CIM Bulletin, june 96, vol.. 89, no. 1001, pp. 111-116. Momay Momayez, ez, M.; Hara, A; Sadri, Sadri, A 1996. 1996. Appli Applicat cation ion of GP GPR R in Canadi Canadian an Mines Mines.. In: CIM Bulletin, june 96, vol.. 89, no. 1001, pp. 107-110. Rocha, R. 1992. Ensaios in situ e Instrumentação em Obras. Escola Politécnica da USP. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações. Stillborg, 1994. Professional Users Handbook for Rock Bolting. Trans Tech Publications, 2nd ed., pp. 103-110. World Tunnelling, set 1995, p.13. Fica aqui o nosso agradecimento ao Engenheiro Joaquim Mateus de Freitas pelo seu precioso auxílio na digitação de parte deste texto, enquanto aluno da Escola de Minas/UFOP.
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Sugestões
Figura 1 Calibração do furo para colocação da ancoragem (Dejean & Raffoux , 1980). Figura 2 Efeito da calibração do furo e monitoramento do diâmetro do furo (Dejean & Raffoux , 1980). Figura 3 Equipamento para teste de arrancamento (Silveira, 1987). Figura 4 Resultado de um teste de arrancamento (ISRM, 1981). Figura 5 Célula de carga para monitoração da tração em tirantes (Hanna, 1973). Figura 6 Curva de calibração para célula de carga do tipo mola-prato ((Hanna, 1973). Figura 7 Resultado de um teste de perda de protensão. Figura 8 Seções de convergência de uma galeria (Costa, 1984). Figura 9 Bases de medição de convergência (Costa, 1984). Figura 10 Medidores de convergência: a) Por fio invar; b) Tipo alongâmetro (Costa, 1984 e Hoek & Brown, 1982). Figura 11 Medição de convergência com pinos de comprimentos diferentes (Costa, 1984). Figura 12 Resultado de medidas de convergência representadas na figura 8. 11 (Costa, 1984). Figura 13 Extensômetro de haste simples (Costa, 1984). Figura 14 Extensômetro múltiplo de hastes (Costa, 1984). Figura 15 Extensômetro elétrico (Costa, 1984).
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