UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA HISTÓRIA MODERNA I DOCENTE: CAROLINA SOARES SOUSA DISCENTE: BLANDU CORREIA MARTINS DA SILVA – 150119542 150119542
Fichamento: "Uma Revolução Burguesa?" HILL, Christopher.
Neste artigo de Hill, sobre a Revolução Inglesa, pode-se observar ao longo da leitura, análises profundas feitas pelo autor dos fatos históricos que a originaram. Hill examina fatos importantes na complexidade do que foi a Revolução Inglesa; desde conflitos locais nos condados, até o estabelecimento de leis nacionais – como como o Ato de Navegação Navegação – situando cada movimento social no seu devido lugar, assim como as causas que os impulsionaram, suas respectivas influências no cenário social do período e as consequências dos mesmos na Revolução Inglesa. O texto nos leva – à à medida que este se aprofunde na leitura – a compreender, gradativamente, a maioria dos movimentos importantes no contexto da Revolução Inglesa. A tese de Hill consiste em sugerir, explicar, defender e por fim confirmar através de suas análises críticas, que a Revolução Inglesa foi também (mas não somente) uma Revolução Burguesa. Se apoiando na ascensão da
gentry na
sociedade inglesa, ele
destaca desde o início que “(...) o resultado da Revolução não foi algo desejado por quaisquer dos participantes.”. Ou seja, o rumo que a Revolução tomou, bem como seu
produto, não foi planejado conscientemente conscientemente por nenhum indivíduo ou classe. Sendo, portanto, o curso dos fatos sociais e históricos o responsável responsável por direcionar os rumos da Revolução e consequentemente o novo “(...) Estado que dela emergiu.”.
O próprio Hill afirma que a expressão "Revolução Burguesa" é um termo "infeliz" se sugere uma revolução que foi desejada pela burguesia. Essa afirmação vai de encontro a ideia principal do texto, a de que a Revolução não foi feita pelo desejo de ninguém, ela aconteceu. Como todas as revoluções, foi causada pela ruptura da velha sociedade e não por vontade da burguesia. Seu resultado foi o estabelecimento de
condições muito mais favoráveis à prosperidade do capitalismo do que aquelas que prevaleceram até 1640. A teoria é de que "o resultado bem como a própria revolução tenham se tornado possíveis porque já tinha havido um desenvolvimento considerável das relações capitalistas na Inglaterra. Foram as estruturas, as fraturas e as pressões da sociedade e não os desejos dos lideres que ocasionaram a eclosão da revolução (...)". Entre os fatos sociais e históricos responsáveis por direcionar os rumos da Revolução e "as forças sociais que acompanharam a ascensão do capitalismo", Hill destaca não somente o interesse daqueles que queriam obter dinheiro fazendo o que podiam com seus meios, mas também o individualismo dos que "desejaram seguir as próprias consciências adorando a Deus", o que, segundo o autor, "os levou a desafiar as instituições de sociedade hierarquicamente estratificada". Ainda acerca deste individualismo, o texto apresenta a ideia de que a forma assumida pela nova ordem, depois de rompidas as velhas amarras, foi determinada, em futuro distante, pelas imposições de uma sociedade onde uma grande quantidade de homens, "sem ideologia", atendia apenas à seus próprios interesses. A Revolução Inglesa possui um caráter fundamental na vida social contemporânea e capitalista, pois ela impulsionou a Revolução Industrial, sendo a pioneira nesta. Ela foi responsável por transformar em definitivo a estrutura política da Inglaterra, na medida em que a converte em uma monarquia parlamentar, em que o poder legislativo estaria sob controle de representantes eleitos, fortemente influenciados por interesses da ascendente burguesia, e as atribuições do monarca e os direitos dos cidadãos estariam definidos em uma Cons tituição, a “Bill of Rights”. Hill salienta, sobretudo, com propriedade, a característica peculiar da Revolução Inglesa: seu caráter agrário. Portanto, para se compreender a gradativa transição da velha sociedade: monárquica, edificada sobre oligarquias; para a que se construiu ao longo da Revolução: parlamentarista, capitalista e com uma pluralidade de classes; é preciso seguir a jornada analítica dos fatos na leitura deste artigo de Hill e por fim entender as relações independentes e interdependentes das forças e movimentos sociais na Revolução Inglesa. Ao longo de sua tese, Hill procura demonstrar – embora sem negar os outros movimentos sociais importantes – as ações da gentry e seus conflitos.
9. (Unicamp - 2011) Na Inglaterra, por volta de 1640, a monarquia dos Stuart era incapaz de continuar governando de maneira tradicional. Entre as forças sociais que não podiam mais ser contidas no velho quadro político, estavam aqueles que queriam obter dinheiro, como também aqueles que queriam adorar a Deus seguindo apenas suas próprias consciências, o que os levou a desafiar as instituições de uma sociedade hierarquicamente estratificada. (Adaptado de Christopher Hill, “Uma revolução burguesa?”. Revista Brasileira de
História, São Paulo, vol. 4, nº 7, 1984, p. 10.) Resposta da questão 9: a) Conforme o texto, que valores se contrapunham à forma de governo tradicional na Inglaterra do século XVII? a) De acordo com o texto de Christopher Hill, os valores que inspiravam a oposição à tradicional monarquia inglesa dos Stuart eram: “a busca por dinheiro”, que caracterizava as práticas capitalistas da burguesia mercantil, e a adoração a Deus baseada no individualismo e na livre interpretação da Bíblia típica, de alguns grupos protestantes, como os puritanos. b) Quais foram as consequências da Revolução Inglesa para o quadro político do país? b) A Revolução Inglesa transforma em definitivo a estrutura política do país, na medida em que o converte em uma monarquia parlamentar, em que o poder legislativo estaria sob controle de representantes eleitos, fortemente influenciados por interesses da ascendente burguesia, e as atribuições do monarca e os direitos dos cidadãos estariam definidos em uma Constituição, a “Bill of Rights”.