GEOGRAFIA DO AMAPÁ INSTRUTOR – ASP OF PM FÁBIO CARVALHO O ESPAÇO NATURAL DO AMAPÁ Relevo: A geomorfologia do Amapá combina formações muito antigas com outras bem jovens, divididas por uma estreita faixa de idade intermediária. Existem duas “zonas geomorfológicas” principais. Uma delas é a das “Depressões da Amazônia Setentrional”, cobrindo mais de 70% do Estado, correspondendo às suas seções central e oeste. Ela se compõe da porção oriental do chamado Escudo Guianense e de suas franjas dissecadas. Sua morfologia é em parte montanhosa, porém a maior parte é composta por seções levemente onduladas. As duas principais porções montanhosas do Escudo Guianense dentro do Amapá têm o nome de Serras do Tumucumaque e Lombarda. Alguns dos seus morros ou picos superam a altitude de 600 m, sendo que o ponto culminante do Estado do Amapá, localizado na Serra do Tumucumaque, alcança 701m. As bordas dissecadas do escudo apresentam encostas abruptas e vales profundos que geram três grupos de rios relativamente curtos (para os padrões amazônicos): (1) Araguari-Amapari, Amapá Grande, Calçoene, Cassiporé e outros, que correm para leste, diretamente para o oceano Atlântico; (2) os rios Vila Nova, Maracá, Matapi e Cajari e outros, drenando para o sul e desaguando no delta do Rio Amazonas; (3) os rios Iratapuru e Mapari, entre outros, correm para oeste e são afluentes da margem esquerda do rio Jari, afluente do Amazonas. Deve-se mencionar ainda o rio Oiapoque, que drena as extremidades do platô no oeste do Amapá, com seu curso predominantemente para nordeste, desaguando no Oceano Atlântico. O rio Oiapoque e o primeiro grupo de rios acima citados, não fazem parte da área de drenagem da Bacia Amazônica, constituindo uma bacia distinta, denominada Atlântico Norte, responsável por quase dois terços do território do Amapá (98.583,5 km2). O restante (44.870,2 km2) enquadra-se dentro dos domínios da Bacia Amazônica A mazônica propriamente dita.
Altimetria do Amapá A outra zona geomorfológica principal do Amapá é chamada de Planície Costeira, a qual compreende cerca de 25% do Estado. Trata-se de uma faixa litorânea relativamente estreita, baixa e quase sempre plana, que se estende de norte a sul, formada por depósitos fluviais e fluviomarinhos a qual ocupa todo o leste do Estado. Em termos geológicos, essa formação é muito recente, pois a sua maior parte data do Quaternário, com uma idade máxima de 100.000 anos, e com uma idade média não muito superior a 15.000 anos. As partes litorâneas da Planície Costeira, ao longo do Oceano Atlântico e do delta do rio Amazonas, são formadas por depósitos de areia e argila, com partes alagadas, além de bancos de areia, dunas, ilhas, pequenas baías e reentrâncias, estuários, meandros, lagoas, litorais rasos e lamacentos, bem como lagos temporários e permanentes. É uma paisagem geomorfologicamente jovem, sujeita a mudanças perceptíveis ao testemunho humano. As águas dos rios que fazem parte deste sistema (como o Amapari-Araguari, o Amapá Grande e o Calçoene), vindos das Serras de Tumucumaque e Lombarda, conforme chegam aos terrenos mais baixos dessa planície, desaceleram os seus fluxos e formam meandros e banhados, em frequente mudança do leito em alguns trechos. A baixa altitude em relação ao nível do mar e as inúmeras conexões entre diversos tipos de corpos d´água fazem com que muitos trechos da Planície Costeira sejam sujeitos a enchentes, tanto de água doce como salgada, esta última decorrente do ciclo das marés. É em tal planície que vive a grande maioria dos amapaenses e instalou-se a maior parte dos empreendimentos produtivos do Estado. Entre essas duas formações principais ocorre uma sequência de sedimentos da Formação Barreiras, de idade geológica Terciária, distribuída numa estreita faixa de norte a sul do Estado. Ela se situa nas extremidades desgastadas e fraturadas das terras mais elevadas do Planalto
das Guianas, na transição para a Planície Costeira. Cobre apenas 5% do Estado e assume, na sua maior parte, a forma de cadeias de pequenos morros arredondados, próximos uns dos outros, num tipo de paisagem a que os geógrafos chamam “mares de morros”. Sob essa sequência geológica encontra-se o principal eixo de ligação terrestre do Amapá (BR-156). Notável, entretanto, na geologia do Amapá, são os cinturões de rochas verdes (greenstone belt), que ocorrem em domínios geotectônicos antigos (Pré-Cambriano), responsáveis por múltiplas ocorrências minerais, com destaque para importantes depósitos de o uro, cromo, ferro, manganês, entre outros. Sobre esse aspecto, o Amapá foi o primeiro Estado a abrigar um empreendimento de mineração de grande porte na Amazônia, nos idos dos anos 1950, para extração de depósitos de manganês na região de Serra do Navio.
Resumindo: O relevo do Estado é pouco acidentado, Pode ser dividido em 2 grandes regiões: a) uma interna, de relevo suavemente ondulado, com alturas médias de 100 a 200m, mas que podem atingir extremos de mais de 500m, constituída por rochas cristalinas metamórficas e cobertas de floresta densa, onde encontramos os planaltos cristalinos (porção oeste do Estado) com grandes extensões de colinas e morros dominados por cristais montanhosos como: a Serra do Tumucumaque (540m), Serra Lombarda, Serra Estrela, Serra Agaminuara ou Uruaitu, Serra do Naucouru, Serra do Navio, Serra do Irataupuru, Serra das Mungubas, Serra da Pancada, Serra do acapuzal, Serra do Culari, Serra do Aru, dentre outras. b) A outra porção é formada por região costeira de planície, que se estende até o Atlântico, ao leste e até o Amazonas ao sul. Formada por terrenos baixos e alagadiços e por planícies aluviais nos baixos e médios cursos dos rios. O relevo do Estado do Amapá é pouco acidentado. Clima: A classificação oficial do clima do Amapá é “tropical superúmido”. O Estado possui duas regiões climáticas principais. Uma delas é “úmida com um ou dois meses secos (setembro e outubro)”, e predomina sobre a maior parte do interior do Estado - oeste, sul, norte e toda a parte central. A outra é “úmida com três meses secos (setembro, outubro e novembro)”, registrada na maior parte do litoral, a leste. A precipitação anual média cai significativamente do litoral para o interior. A costa atlântica, incluindo Macapá, registra uma média de 3.250 mm de chuva por ano, enquanto Serra do Navio, no coração do Estado, recebe 2.250 mm anuais uma diferença de 1.000 mm para uma distância de cerca de 200 km. Além dessa diferença regional, o regime pluviométrico apresenta uma periodicidade (estacionalidade): o período de julho a novembro registra os menores índices de chuva, sendo os meses de setembro, outubro e novembro os mais secos. De dezembro a junho, registram-se usualmente 20 ou mais dias de chuva e pelo menos 250 mm de chuvas por mês.
Os ventos no Amapá são classificados como moderados e não são raros os registros de “calmaria” (ausência de vento). No período estudado por Nimer (1990), as temperaturas médias anuais são as seguintes: média geral de 26º C (leste do Estado) e 25º C (restante da área), média das máximas de 30,4º C, média das mínimas de 23,1º C. As temperaturas máximas absolutas registradas foram de 36º C (leste do estado) e 38º C (nas demais áreas). A mínima absoluta registrada foi de 16º C. A umidade relativa média anual fica em torno de 85%. Outra característica notável do clima amapaense é a cobertura relativamente densa de nuvens sobre muitas partes do seu território. Tabela climática Amapá Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Temperatura média (°C)
25.8
25.6
26.1 26.2 26.4 26.4
26.6
27.1
27.5
27.3
27.1
26.5
Temperatura mínima
22.4
22.5
22.6 22.9 22.9 22.5
22.3
22.4
22.3
21.8
22
22.4
29.3
28.8
29.6 29.5 29.9 30.3
31
31.9
32.7
32.9
32.2
30.7
Temperatura média (°F)
78.4
78.1
79.0 79.2 79.5 79.5
79.9
80.8
81.5
81.1
80.8
79.7
Temperatura mínima (°F)
72.3
72.5
72.7 73.2 73.2 72.5
72.1
72.3
72.1
71.2
71.6
72.3
Temperatura máxima
84.7
83.8
85.3 85.1 85.8 86.5
87.8
89.4
90.9
91.2
90.0
87.3
461
515
426
149
75
31
31
76
293
(°C) Temperatura máxima (°C)
(°F) Chuva (mm)
479 498
288
Fonte: Climate-data.org
Existe uma diferença de 484 mm entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso. As temperaturas médias, durante o ano, variam 1.9 °C. Vegetação: A vegetação natural do Amapá, em seu conjunto, tem ao menos duas características notáveis. Em primeiro lugar, destaca-se o baixo grau de alterações antrópicas em quase todas as formações. A única exceção são os cerrados, principalmente em torno de Macapá, que sofreram um elevado nível de modificação em função de atividades humanas no passado e ainda comuns no presente (como fogo, transformação em pastagens, reflorestamentos e extração de madeira). No entanto, muitos campos cerrados mais afastados de Macapá ainda parecem conservar quase integralmente as condições florísticas e fitofisionômicas primitivas. Quanto aos campos inundados, ainda relativamente bem preservados, existe a preocupação com os efeitos ambientais da pecuária bubalina, em função do regime de criação extensiva, de sua resistência e do grande crescimento que os rebanhos demonstraram nos últimos anos. Os manguezais do Amapá são, aliás, considerados os mais preservados de todo o litoral brasileiro. Florestas nativas pouco ou muito pouco alteradas são a regra comum no Estado.
Vegetação Amapá O caráter relativamente remoto do Amapá, aliado a uma população pequena e concentrada, contribuiu para esse notável grau de preservação da integridade ecológica de grandes extensões das comunidades vegetacionais nativas. Quando se realizou o Zoneamento Ecológico e Econômico do Amapá, que começou em meados da década de 1990, a interpretação das imagens de satélite (por meio de técnicas de sensoriamento remoto) revelou que o total de florestas nativas perdidas do Amapá, desde a década de 1970, fora pouco acima de 1%. O grupo executor do Zoneamento descobriu que toda a vegetação nativa do Amapá, e não apenas as suas florestas, foi a menos alterada entre todos os Estados amazônicos. Um segundo aspecto notável da vegetação nativa do Amapá é que o seu alto grau de diversidade está distribuído em áreas relativamente próximas entre si. Em muitos lugares, uma linha reta imaginária traçada da costa atlântica para o interior, de leste para oeste, em poucas dezenas de quilômetros atravessa manguezais, restingas, campos inundados, cerrados, florestas ciliares e florestas de palmeiras, até chegar às primeiras formações mais densas de florestas. Como a distância é sempre uma variável importante em quaisquer empreendimentos na Amazônia, em virtude das dificuldades logísticas inerentes aos deslocamentos na região, essa combinação de variedade ecológica com proximidade, faz do Amapá um local ideal para programas de pesquisas em biologia e ecologia, especialmente sobre diversidade genética, biológica e ecossistêmica. É, também, um facilitador de atividades
de turismo ecológico e projetos de educação ambiental. O Amapá é um verdadeiro laboratório. A cobertura florística nativa do Amapá apresenta uma forte correlação com as duas zonas morfológicas em que o Estado é dividido. Existem pelo menos seis grandes tipologias de vegetação (ou comunidades vegetacionais) a serem destacadas: florestas tropicais úmidas latifoliadas de folhagem permanente; cerrados (ou campos naturais, ou campos cerrados); manguezais; restingas costeiras; lagoas e alagados de água doce ou salgada, (ou “campos inundados”, ou “campos de várzea”); e as florestas de palmeiras. Para quem viaja ao norte de Macapá pela BR-156, que atravessa a Planície Costeira, a paisagem se apresenta como uma combinação de cerrados, entremeados em suas partes mais baixas por matas ciliares densas, florestas de palmeiras e freqüentes “ilhas” de florestas densas (geralmente localizadas em meandros fluviais abandonados). Para o leste, mais longe da estrada, ou então mais ao norte, nos arredores da cidade de Amapá, os cerrados fazem contato com os campos inundados, que, por sua vez, são substituídos pelas restingas e pelos manguezais. Essas duas tipologias litorâneas, no entanto, não podem ser avistadas por quem viaja pela rodovia. Seu acesso somente é possível por estradas secundárias em sentido leste (algumas das quais particulares), ou seguindo os rios até o litoral. A região, cortada pelos últimos 150 km da BR-156, antes de chegar à cidade de Oiapoque, é dominada por contínuas florestas de terra firme, situadas em pontos mais altos. A mesma tipologia ocupa os terrenos situados às margens da BR-210, trecho inacabado da chamada “Perimetral Norte”, e do último trecho da linha férrea Santana-Serra do Navio, o que pode ser apreciado por quem viaja por elas. As florestas do Amapá se subdividem em pelo menos cinco categorias básicas, de acordo com a sua localização: montanas, sub-montanas, ciliares (ou aluviais), de terras baixas nãoinundáveis e as de terras baixas inundáveis. As diferentes classes de florestas têm estruturas e floras variadas. No entanto, são insuficientemente estudadas, sendo que os poucos inventários realizados até o presente momento são, em geral, baseados em amostras relativamente pequenas. No seu conjunto, os cinco tipos de florestas cobrem cerca de 80% do Amapá, a oeste, norte, centro, centro-sul e partes do leste, compondo, assim, a vegetação dominante do Estado. Os cerrados (ou savanas) do Amapá subdividem-se em dois tipos: “parque” (com numerosos arbustos e árvores baixas) e “abertos” (com menor incidência de arbustos e árvores baixas). Os dois tipos têm um estrato herbáceo permanente. Esses cerrados ocorrem nas seções bem drenadas da Planície Costeira, longe do mar. Cobrem apenas cerca de 6% da área do Estado e têm sido usados historicamente para os mesmos fins dados aos cerrados mais secos (e muito mais extensos) do Brasil central: pastagens naturais para bovinos, agricultura de pequena escala e exploração florestal. Eles são a formação vegetal de maior impacto e exploração do Estado, em função da pecuária, dos extensos reflorestamentos com árvores exóticas (pinus e eucalipto), da coleta de madeira para queima e de outras pressões oriundas da “Grande Macapá” e de várias cidades menores situadas na Planície Costeira. Os manguezais e as restingas localizadas junto ao litoral atlântico e à foz do rio Amazonas. Juntos, eles cobrem cerca de 11% do Amapá. Os manguezais marinhos se instalam em
depressões e lamaçais litorâneos saturados por sais, sujeitos à influência das marés. Formam comunidades densas, de folhagem permanente, de plantas lenhosas, gramíneas e herbáceas especializadas, resistentes à salinidade do solo. As restingas são comunidades compostas principalmente por gramas e ervas (por vezes contendo árvores e arbustos de pequeno porte), localizadas em terrenos litorâneos um pouco mais elevados (como dunas), bem drenados, em geral arenosos, menos saturados por sais e fora do alcance das marés. Ao longo do tempo, as restingas tendem a substituir os manguezais, à medida que novos depósitos marinhos e fluviomarinhos ampliam os terrenos não recobertos regularmente por marés. As restingas e os manguezais formam duas comunidades vizinhas, por vezes denominadas “formações pioneiras”, As florestas de palmeiras são formações associadas aos terrenos influenciados por água doce, seja ao longo dos meandros dos rios ou nos terrenos planos e alagados da Planície Costeira. Diversas espécies de palmeiras (como açaizeiro e buritizeiro) adaptam-se à água doce parada ou em lento movimento, a qual forma bosques relativamente densos que conseguem nascer e prosperar mesmo em águas com até 50 cm de profundidade. Ainda não há estimativas quanto ao percentual de área ocupado por este tipo de floresta, mas é possível afirmar que sua representatividade é pequena, apesar de sua marcante expressão fisionômica na paisagem. Os campos inundados (ou “campos de várzea”) formam uma área relativamente extensa (cobrem cerca de 8% da área do Estado) marcada por um complexo labirinto de lagos de água doce e salobra, por vezes interligados por meio de canais e furos. A flora é composta principalmente por gramas e ervas, mas existem também ilhas de florestas densas, florestas de palmeiras e até de manchas de cerrados (em terrenos mais drenados). Diferentes pontos do Estado são ocupados por sistemas de transição, marcados pela zona de contato entre tipos distintos de vegetação. Exemplos desse tipo de situação podem ser observados quando as florestas densas dos terrenos mais elevados se estendem até as altitudes mais baixas da Planície Costeira, o que faz contato com o cerrado ou quando estes margeiam os campos inundados e as restingas. Dependendo dos fatores do meio (chuvas, inundações, fogo), estes sistemas podem se apresentar instáveis, quando se justifica a designação de “Área de Tensão Ecológica”. Nesta condição, verifica -se normalmente o avanço de um tipo vegetacional em detrimento do outro. Essas áreas cobrem cerca de 3% da área do Estado. Resumindo: Formações florestais a) Floresta Densa de Terra Firme: Ocupa aproximadamente 70% do espaço amapaense, concentra-se na porção Oeste do Estado. É o tipo de vegetação mais expressivo do Estado. Destaca-se pela sua alta biodiversidade. Ainda não apresenta um quadro crítico de devastação, tendo em vista a abrangência territorial desse ecossistema. As espécies que se destacam são: angelim, acapu, sucupira, castanha do Brasil, sapucaia, matamatás, breus, louros, copaíba, cipó titica, etc...
b) Floresta de Várzea: Configuram um ambiente primário florestal, de alto porte em plantas trepadeiras e epífitas. É o segundo maior ambiente florestado do Estado. O estrato emergente é formado por árvores de 30 a 35m de altura. Ex. o Açaí, Bacaba, andiroba, buriti, Ucuúba ou Virola, seringueira, ubuçu, arumã, etc... Economicamente é pressionada pela extração seletiva de madeiras, de palmitos e de outros elementos típicos. Representa cerca de 4,8% do Estado, compreende o canal do Norte do Rio Amazonas e áreas dos principais rios da região sujeitas à inundações por ocasião do movimento das marés. c) Mata de Igapó: São representados por áreas disjuntas, de difícil precisão de seus limites e dimensões, com grandes limitações naturais em termos de uso e ocupação, e por conseqüência, não ressentindo, até o momento de grandes pressões. Caracteriza-se pelo regime de alagamento permanente ou pelo menos com alto grau de encharcamento do solo durante a maior parte do ano. Manguezal: Ocupa parte do litoral do Estado. Vegetação pneumatófila (raízes aéreas), Solos halófilos (com influência salina). Ocorre na Costa amapaense de influência salgada (devido ao Oceano Atlântico). Espécies típicas: mangal, tintal, siriubal,etc... A catação indiscriminada do caranguejo gera problema ambiental. É um dos ecossistemas mais ativos, pois participa intensamente no aumento da produtividade primária dos mares e estuários, constituindo berçário de espécies marinhas, crustáceos, peixes, aves, dentre outros. Cerrado: É um ambiente não amazônico. Sua presença nesta região é consequência de drásticas alterações climáticas que marcaram a história. Sua vegetação é do tipo savanítica (cobertura vegetal aberta), Vegetação esparsa, estrato herbáceo-arbustivo. Presença de capões (porção de mata isolado no meio dos campos). Características morfológicas: raízes profundas, troncos retorcidos com casca grossa e solos ácidos. Árvores típicas: Sucuuba, barbatimão, Murici-vermelho, caimbé, Caju, Murici -branco, etc... Ocupa 6,0% do estado em uma faixa norte-sul. Algumas críticas vêm sendo levantadas contra o projeto CHAMPION (CHAMFLORA)instalado neste ecossistema, principalmente quanto à utilização de agrotóxicos no manejo da vegetação
de pinnus e eucaliptos (vegetação exótica) em substituição à vegetação original e conseqüente contaminação dos mananciais, lagos e igarapés.
Campo de várzea (ou inundáveis): Ambiente influenciado pelo regime pluvial sazonal, e de marés cíclicas. Os campos de Várzea são influenciados pelas águas das chuvas e pelo regime de marés. Áreas deprimidas, interligadas por uma intensa rede de canais com inúmeros pequenos lagos temporários ou permanentes. Ocorre com maior intensidade na região que vai do Rio Araguari até o Cabo Orange, no Oiapoque. Hidrografia:
Bacias Hidrográficas do Amapá O Estado possui uma rica e vasta rede hidrográfica com concentração de lagos ao norte do Rio Araguari, (região de lagos - com cerca de 300 Km²). O estado possui uma rica rede fluvial, com rios caudalosos e perenes, sendo grande parte deles constituintes da Bacia Hidrográfica Amazônica, e outros, como é o caso do rio Oiapoque, formando bacias secundárias conhecidas como bacias do Norte ou do Amapá. As bacias hidrográficas dos rios Araguari, Oiapoque e Jari, são as maiores do estado.
Nos últimos anos o potencial hidrelétrico das bacias amapaenses tem sido explorado com a construção de usinas hidrelétricas, duas construídas no rio Araguari (Cachoeira Caldeirão e Ferreira Gomes, que junto com a usina de Coaraci Nunes formam o conjunto de usinas hidrelétricas do Araguari), e uma no rio Jari, a usina de Santo A ntônio. Os lagos têm sua origem em antigas depressões limitadas por barreiras, que foram se formando pela deposição de sedimentos que estancaram a água. À medida que a sedimentação continua, esses lagos deverão tornar-se, mesmo que muito lentamente, cada vez mais rasos. O grande problema da região dos lagos é a degradação (rebanho bubalino) compactação dos solos, pisoteamento do gado, a salinização das águas dos lagos, a erosão dos solos, a devastação de trechos para abertura de pastos, dentre outros.
Pororoca: Consiste num fenômeno peculiar do Estado. Ocorre quando há o encontro das forças contrárias da maré do Oceano Atlântico, proveniente da Corrente do Golfo que vem das regiões caribenhas, e o fluxo das águas doces dos Rios do Estado por ocasião das luas cheias. O fenômeno natural é um dos espetáculos mais edificantes da natureza que conjuga beleza e força, no encontro das águas do mar com as águas do Rio. Etimologicamente, a pororoca significa “grande onda” na língua indígena; há outra vertente que explica que o termo é oriundo de um termo indígena onomatopéico “poroc-poroc”, referência ao barulho da força das ondas. É uma onda que ocorre em épocas de grande marés oceânicas. Tais ondas de águas doce, formam-se em rios e baias pouco profundas, onde existe uma grande variação entre a maré alta e maré baixa, com maior propensão da massa líquida dos oceanos, força que na Amazônia é sentida, calculadamente, há cerca de mil quilômetros. Infelizmente, o fenômeno da pororoca vem sendo prejudicado pela redução do volume de água do leito dos rios, provocado dentre outros fatores, pela abertura de canais em propriedades rurais, em alguns casos os canais são mais largos que o leito do rio; pela construção de grandes hidrelétricas, e o consequente represamento das águas; além das mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global. População: A maior parte da população habita na fachada oriental (leste). A população do Amapá, apesar de ainda ser a segunda menor entre todos os Estados brasileiros (2007), vem crescendo de forma rápida. O Amapá vem registrando as maiores médias anuais de crescimento populacional, comparado a todos os outros Estados do país (5,77% entre 1991 e 2000 e 3,17% entre 2000 e 2007). O Estado é também o que mais vem crescendo em concentração urbana na Amazônia Legal, atingindo em 2007 uma taxa de 90%. Isso se associa a uma distribuição espacial desequilibrada da população, com 76,2% dos habitantes residindo em apenas dois municípios, fortemente urbanizados, Macapá e Santana.
Com exceção desses dois municípios, a densidade populacional continua muito baixa, chegando a apenas 4,11 habitantes/km2 em 2007 para a totalidade do Estado, e ficando em menos de 2 habitantes/Km2 em seis dos 16 municípios. Suas cidades mais populosas são Macapá, Santana e Laranjal do Jari (mais de 70% de todo a população). O Amapá é o Estado Brasileiro que mais recebe imigrantes, a maioria vindo do Pará (Marajó), Maranhão, e outros estados do Nordeste. Principais atrativos econômicos para a migração: Criação da ALCMS, Implantação do estado do Amapá, comércio e extrativismo mineral (implantação de grandes projetos de exploração mineral). Consequências do excessivo crescimento populacional: urbanização anômala, expansão horizontal acelerada da cidade, crescimento das atividades informais, aumento do desemprego, problemas relacionados à moradia, saúde, educação, violência urbana, ocupação descontrolada das área de ressacas, etc. O Amapá é o penúltimo estado em número populacional do país, com 766.679 habitantes, segundo uma estimativa divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado fica à frente somente de Roraima, com cerca de 505 mil habitantes. A capital Macapá é a cidade mais populosa do estado, com mais de 456 mil moradores. Os dados são referentes a 1º de julho de 2015, a partir de uma pesquisa feita anualmente. O levantamento do IBGE foi publicado nesta sexta-feira (28), no Diário Oficial da União. Em todo o país, a estimativa aponta que o Brasil tenha 204.450.649 habitantes. Em 2014, o instituto havia estimado a população em 202 milhões no país, e 750.912 no estado. Macapá é o município mais populoso do estado, com 456.171 habitantes; seguido de Santana, com 112.218. Pracuúba é onde vivem menos pessoas, com 4.531 habitantes, de acordo com a estimativa. A projeção das populações é feita anualmente a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) e serve de base para o repasse de recursos do orçamento aos municípios. Confira a população por município do Amapá, segundo o IBGE: 1º - Macapá - 456.171 2º - Santana - 112.218 3º - Laranjal do Jari - 45.712 4º - Oiapoque - 24.263 5º - Porto Grande - 19.669 6º - Mazagão - 19.571 7º - Tartarugalzinho - 15.212 8º - Vitória do Jari - 14.364 9º - Pedra Branca do Amapari - 13.988 10º - Calçoene - 10.163
11º - Amapá - 8.622 12º - Ferreira Gomes - 6.901 13º - Cutias - 5.407 14º - Itaubal - 4.949 15º - Serra do Navio - 4.938 16º - Pracuúba - 4.531 Aspectos Econômcos do Amapá A IMPLANTAÇÃO DA ALCMS A implantação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana pelo Governo Federal em 1991, constituiu o principal elemento de uma nova dinâmica é juridicamente controlada pela SUFRAMA possui suspensão de impostos de Importação e dos Impostos sobre Produtos Industrializados, e sobre as mercadorias estrangeiras que nela entram. fomentou um crescimento populacional acelerado do Amapá, atraindo migr antes principalmente das ilhas do Pará, Maranhão e de outros Estrados do Nordeste Acelerou o processo desorganizado de urbanização MODERNIZAÇÃO E CRESCIMENTO: ALGUNS “GRANDES PROJETOS PÚBLICOS E PARTICULARES” A descoberta do manganês no Amapá remonta a 1934, quando o Engenheiro Josalfredo Borges , a serviço do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, assinalou ocorrência de minério de manganês no vale do Rio Amapari. Com esse objetivo, o Governo do Amapá abriu concorrência internacional que atraiu vários grupos, inclusive estrangeiros, sendo declarada vencedora a Indústria e Comércio de Minério do Amapá-ICOMI, empresa brasileira sediada em Belo Horizonte –MG. celebrou-se o contrato em 06/06/50, que no entanto só foi editado em 09/04/1953(após aprovação do tribunal de Contas da união e ratificação pelo Congresso nacional), estabelecendo-se a vigência de 50 anos a contar de 02/05/1953 ICOMI ICOMI se associou, em 1949, à empresa americana Bethlehem Steel Corporation, mas atendendo às exigências estabelecidas no contrato de concessão, a companhia brasileira manteve o controle acionário do empreendimento. Em 1954 começaram a ser construídos as instalações industriais, a ferrovia e o embarcadouro localizado em Santana na foz do Rio Matapi. No ano seguinte iniciaram-se os trabalhos de urbanização e saneamento e a construção de duas vilas residenciais destinadas aos empregados da ICOMI: uma em Serra do Navio (subdividida em Vila Primária- onde residiriam os operários -; Vila Intermediária gerentes e chefes imediatos; e staff- altos dirigentes e coordenadores) e outra em Santana(Vila Amazonas, organizada de modo semelhante), em projetos concebidos pelo arquiteto Oswaldo Arthur Bratke. A Estrada de Ferro do Amapá cuja construção foi iniciada em março de 1954 e concluída em fins de setembro de 1956, serviu de escoamento (transporte) da produção de minério de manganês das jazidas de Serra do Navio ao Porto de Santana, situado à montante da cidade de Macapá, na margem esquerda do canal norte do Rio Amazonas O primeiro embarque de minério ocorreu em 10 de janeiro de 1957 Quando se percebeu que o minério de alto teor começava a diminuir rapidamente em função do voraz ritmo de exploração, novos projetos
adicionais foram realizados buscando o aproveitamento maior de minérios de baixo teor de manganês tais como: I - USINA DE PELOTIZAÇÃO - Este projeto permitiu a recuperação de minério de granulometria mais finos, não aceitáveis pelo mercado, mas que aglomerados, permitiram o aproveitamento deste finos de manganês, que até a implantação deste projeto, eram considerados como rejeitos; CAEMI O GRUPO CAEMI: do Quadrilátero Ferrífero ao Manganês do Amapá A Caemi (Cia Auxiliar de Empresas de mineração) O Governo federal criou o Território Federal do Amapá , em 1943, e em seguida autorizou a concessão da exploração do manganês na Serra do Navio, a partir de 1956, à Industria Comércio de Minérios S.A- ICOMI, associação do Grupo CAEMI (Companhia de Assistência a Empresas de Mineração) pertencente à Augusto Trajano Antunes,e da Bethlehem Steel (USA) AMCEL Criada em 1974 a AMCEL(Amapá Florestal e Celulose S/A), esteve voltada à produção de celulose, e localizava-se no Município de Porto Grande. Esta empresa foi vendida pelo Grupo CAEMI à CHAMPION Papel e Celulose em 1996 A Companhia Docas do Pará arrendou no início de 1992, para a AMCEL - Amapá Florestal e Celulose S/A, 6,3ha no porto, para a instalação de uma indústria que produz cavacos, matéria prima da celulose, que atualmente representa 90% do volume das cargas movimentadas pelo Porto de Santana CODEPA (Companhia de Dendê do Amapá) criada em 1981.Esta empresa foi vendida ao grupo paraense COPALMA que explora o setor de óleos de dendê. Com área plantada de 5.000 ha CADAM Em meados de 1991 a CAEMI adquiriu o controle da Caulim da Amazônia S.A., hoje denominada CADAM S.A., produtora e exportadora de caulim para revestimento de papéis. Localizada no Estado do Pará, mas com suas minas localizadas no Amapá, a CADAM havia iniciou suas atividades em 1971. A CADAM já pertenceu ao Grupo Mitsui e atualmente pertence à Cia Vale do Rio Doce; explora o Caulim (rocha sedimentar orgânica) que é um tipo especial de argila e que pode ser utilizado em diversos produtos, entre eles, na indústria farmacêutica, de tintas, e no revestimento do papel A exploração é feita no Município de Laranjal do Jari no Morro de Felipe no Amapá, e escoada por um mineroduto até o Porto de Munguba, em Monte Dourado; Almerim-PA JARI FLORESTAL Em 1967, a então Jari Indústria e Comercio S/A, como era denominada, foi vendida a um magnata norte-americano Daniel Keith Ludwig. A população de Monte Dourado, passou de 3.000 para 50.000. Outra realidade danosa foi a favela que se formou no entorno do projeto: a Vila de Beiradão (hoje transformada no Município de Laranjal do Jarí, considerada uma das maiores favelas de palafitas do Brasil), contrastando com a vila de Monte dourado do outro lado do Rio Jari, que foi toda planejada, com toda infra-estrutura necessária Implantado no Amapá, às margens do Rio Jarí, o projeto cobre uma área de 1,2 milhão de hectares.
O projeto Jari tinha como objetivo inicial produzir a rizicultura (arroz), bubalinocultura (búfalos), suinocultura (porcos) e celulose, no entanto só este último vigorou com eficiência uma fábrica de celulose foi projetada para funcionamento em 1978, sendo encomendada e construída pelos estaleiros Ishikawagima, na cidade de Kure no Japão, sobre duas plataformas flutuantes, que foram rebocadas desde o Japão até Munguba no rio Jarí. Para produzir a matéria-prima(a celulose) para a fábrica de papel, foram plantados milhares de árvores chamadas de gmelina. Depois de alguns anos concluiu-se que essa planta não se desenvolvia satisfatoriamente em clima e solo amazônico, A Estrada de Ferro Jari foi construída para transportar a madeira cultivada das áreas plantadas para a fabrica de celulose e também madeira nativa de segunda qualidade resultante das áreas desmatadas para implantação da floresta cultivada, necessária para a alimentação da usina termoelétrica que gera toda a energia do projeto. Dos 220 km projetados inicialmente foram construídos apenas 68 km Após 1981, o empresário, desgostoso com várias questões, resolveu suspender o fluxo de capital que havia mantido durante tantos anos, e o governo brasileiro, decidiu então convocar um grupo de 23 empresas brasileiras para assumir o controle do projeto. Augusto Antunes atuou como mediador entre Ludwig e o consórcio brasileiro, tendo conseguido resolver o impasse de maneira razoável para todos, o que resultou na tomada de posse do empreendimento pelo grupo brasileiro e a constituição, em 22 de janeiro de 1982, da empresa Companhia do Jari, que assumiu o controle total do empreendimento inclusive suas dívidas em Ienes, relativa ao financiamento das plataformas no Japão. No ano de 1996 o balanço financeiro do Grupo Jari apresentou um défict de 60 milhões de dólares, o que representou 2/3 dos custos de produção naquele ano, e em razão disso alguns anos depois, teve sua administração repassada à outro grupo. Hoje é administrada por um grupo paulista (grupo Orsa). Após a compra do projeto em 28 de fevereiro de 2000 O grupo Caemi, principal empresa privada que assumiu então 40% das ações do Jari, transferiu sua parte para o grupo Orsa. OUTROS PROJETOS MAIS RECENTES Hidrovia do Rio Marajó Objetivo: consiste basicamente na Implantação de uma via navegável que cruze a ilha de Marajó, da baía do Marajó ao braço sul do rio Amazonas, propiciando uma ligação mais direta entre Belém e Macapá Vai reduzir o percurso e o tempo entre o Amapá e o Pará, em até 1/3 do atual percurso fluvial Via: ligação dos rios Atuá e Anajás: canal artificial com 31,42km, da margem esquerda do rio Anajás à margem esquerda do rio Atua O Projeto Itajobi (Amapari) É uma subsidiária da multinacional Anglogold (uma das maiores mineradoras de ouro do mundo). Objetivo: é extrair do Amapá 4,5 ton. de ouro por ano Localização: Município de Pedra Branca do Amapari O projeto pretende explorar o ouro por sete anos, numa área de 800 hectares investimento total da ordem dos 60 milhões de dólares Preocupações: A primeira preocupação tem a ver com o cumprimento de todas as exigências técnicas e legais em relação ao empreendimento. A outra tem a ver com os reflexos trazidos para a sociedade nas demais áreas. Principal crítica: como será o manejo e utilização de “cianeto” para purificação do ouro
A Transguianense: permitirá ligar Macapá à Manaus e Caracas, passando por Caiena, Paramaribo, Georgetown e Boa Vista. Dos 590 km que separam Macapá de Oiapoque, somente 157 km estão asfaltados. A travessia do rio Oiapoque para a cidade francesa Saint Georges (ponte de aproximadamente 310 m) Esta é uma das estratégias que poderá tirar o Amapá do isolacionismo geográfico Mineração Pedra Branca do Amapari (MPBA): Localizada no Município de Pedra Branca do Amapari, a 15 Km de Serra do Navio, cerca de 2,5 milhões de toneladas de ouro ao ano, com reservas vida útil de 13 anos , com possibilidade de extensão , caso novas reservas sejam localizadas. O total de empregos diretos e indiretos deve chegar a cerca de 1.100, cerca de 1,3 milhões de arrecadação em impostos por ano, mais de 25 milhões em royalties para o Município. MMX AMAPÁ: O Sistema MMX Amapá compreende a Mina Amapá e a Estrada de Ferro do Amapá. O projeto também prevê a construção de uma planta de ferro gusa, uma unidade de produtos semi-acabados e um terminal portuário no município de Santana (Terminal Portuário de Santana). A Mina Amapá tem potencial para produzir até 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O início das operações inicou-se no segundo semestre de 2007. A estimativa para a produção de ferro gusa é de 2 milhões de toneladas anuais, a partir de abril de 2008. Desse total, 500 mil toneladas serão destinadas à produção de semi-acabados e o restante (1,5 milhão de toneladas) à exportação. O terminal portuário deverá entrar em operação em dezembro de 2007 e permitirá o armazenamento de até 500 mil toneladas de minério de ferro e a operação de navios do tipo Cape Size (capacidade igual ou superior a 80 mil toneladas). Com uma jazida de minério de ferro de padrão “world class” - com mais de 400 milhões de toneladas -, o Sistema possui localização privilegiada para exportação, devido a sua proximidade aos mercados europeu e norte-americano. A implantação do projeto provocou uma forte imigração para a área, sendo os Municípios de Serra do navio e Pedras Branca do Amapari os mais atingidos. Ponte Binacional Amapá x Guiana Francesa A Ponte Binacional sobre o Rio Oiapoque, entre o Amapá e a Guiana Francesa, será aberta provisoriamente em janeiro de 2017. A nova agenda foi definida durante a X Reunião da Comissão Mista de Cooperação Transfronteiriça França-Brasil, que teve i nício na terça-feira, 6 de dezembro, em Caiena, capital da Guiana Francesa. A abertura provisória será limitada a carros de passeio e à população da região de fronteira compreendida entre o município de Oiapoque, no lado brasileiro, e a cidade de St. Georges de l’Oyapock, na Guiana Francesa. A decisão está inserida no marco de acordo de circulação transfronteiriça. Transportes de cargas e passageiros em linhas internacionais ainda ficarão restritos na abertura provisória.
Durante o encontro também ficou decidido que ocorrerá um dia de simulações da abertura provisória da ponte, no dia 16 de janeiro, das 8h às 17h. Na ocasião, serão testados todos os dispositivos já concluídos da obra, em ambos os lados. Após esse dia de testes, o local deverá ser fechado por alguns dias novamente para possíveis ajustes, e terá a abertura provisória prevista para a última semana de janeiro. Atualmente, está sendo construído o pátio aduaneiro no lado brasileiro. A construção da estrutura é uma das condicionantes para a abertura oficial da ponte, obra que foi finalizada em 2011. Após essa etapa serão iniciadas as atividades da Receita e Polícia Federal. “A obra está em perfeito andamento e, ao longo do próximo semestre, deverá ser concluída. No entanto, não há impedimento para que as regiões, governos e embaixadas fechem aqui uma estratégia para abertura provisória. Os prazos foram repactuados e as tratativas serão feitas com todos os órgãos regionais”, disse o governador Waldez Góes, que lidera a comitiva oficial do Amapá, na Reunião da Comissão Mista, em Caiena. Segundo o diretor do Departamento de Europa do Itamaraty, o ministro Carlos Perez, a abertura provisória tem a finalidade de oferecer oportunidade para que as autoridades de ambos os governos ajustem procedimentos de operação conjunta com a ponte, permitindo os acertos para abertura plena, posteriormente, para trafego comercial. “A ideia é beneficiar, nesse primeiro momento, a população dos municípios vizinhos e, paralelamente, a comissão mista continua tratando dos aspectos comercias”, ressaltou. As lideranças políticas da Guiana Francesa compactuaram com o novo calendário. Para o prefeito da Guiana, Martin Jaeger, a relação da cooperação é um meio de desenvolvimento das duas regiões. “Estamos convictos da liberação da ponte para trafego de veículos de passeios, realizando uma simulação de abertura, que permitirá um exercício conjunto dos países”, destacou. Comissão Mista A Reunião da Comissão Mista de Cooperação Transfronteiriça França-Brasil, prossegue nesta quarta-feira, dia 7, que acontece em Caiena, capital da Guiana Francesa. O encontro visa facilitar o intercâmbio entre os países, em uma série de discussões internacionais de desenvolvimento socioeconômico. Ainda serão debatidos temas como segurança e defesa, cooperação policial e judiciária, luta contra a pesca ilegal, segurança civil, desenvolvimento do comércio e atrativos regionais, educação, saúde, agricultura, meio ambiente, cultura e pesquisa e inovação. Além do governador Waldez Góes, integram a comitiva amapaense secretários e servidores Estado, representantes da Federação do Comércio do Estado do Amapá (Fecomércio), Sebrae/Amapá, Universidade Estadual do Amapá (Ueap) e Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Aspectos Econômicos: Por: Elder de Abreu
Estudo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios amapaenses apontou que Estado iniciou um processo de descentralização da sua economia. A pesquisa foi concluída recentemente pela Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Tesouro (Seplan), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como sempre, os números consolidados correspondem aos dois anos anteriores, ou seja, ao ano de 2013. A maior participação dos municípios no PIB estadual continua sendo de Macapá, mas este percentual reduziu de 66,4%, em 2010, para 64,6%. Em segundo lugar, vem Santana, segunda maior cidade do Estado, com participação de 14,4%, seguida de Laranjal do Jari com 4,2%, Pedra Branca com 2,8%, Oiapoque com 2,3%, e Porto Grande com 2,1%. Já os cinco menores participantes no PIB do Estado são Itaubal, Pracuúba, Cutias do Araguari, Serra do Navio e Amapá, que somam 2,9%. A economista Regina Célis, que coordena a equipe técnica da Seplan responsável pelo estudo, observa que até 2010 havia uma grande concentração na capital. A partir de então, a economia do Estado passa ser melhor distribuída, ou regionalizada, segunda a economista, porque novos polos econômicos começaram a surgir. Neste contexto, ajudaram a descentralizar o PIB, as atividades de econômicas geradas a partir da produção de energia em Ferreira Gomes, com a Usina Hidrelétrica, e a exploração mineral em Pedra Branca do Amapari. Também tem relevância o aumento da produção agrícola dos municípios de Porto Grande, Itaubal e Tartarugalzinho. Segundo Regina Célis, o estudo é um retrato dos municípios e, por consequência, da atividade econômica do Estado. Ela diz que a pesquisa vai ajudar a nortear políticas públicas para cada vez mais desconcentrar a economia e equilibrá-la. Segundo a economista, o Plano Pluri Anual (PPA) 2016/2019 foi traçado a partir de alguns dados consolidados do estudo, mesmo quando estava em andamento. “O governo teve a preocupação de olhar o potencial de cada município focado dentro da sua economia”, afirma. A economista exemplificou com o indicador Renda Per Capita, que mostra a concentração de renda anual por morador de cada município. “Temos dois municípios com indústrias fortes, que são Pedra Branca, por causa da atividade mineral, com R$ 27,7 mil, e Ferreira Gomes, com renda per capita de R$ 26,7 mil, com a indústria de energia elétrica. Mas percebemos uma concentração de renda aí, além do desequilíbrio nos indicadores sociais. Então, o Estado já sabe que é preciso ter, nesses dois municípios, um setor industrial mais agregativo”. PIB Estadual O PIB é o indicador que quantificada as riquezas produzidas, levando em consideração os três segmentos econômicos: setor produtivo, indústria, e comércio e serviços. É um indicador que leva em consideração aspectos mais econômicos que sociais. No ano de 2013, o indicador apontou que o Amapá produziu R$ 12,76 bilhões. Porém quando analisados os setores econômicos é que se pode perceber o grande desafio da economia local, que é o desequilíbrio entre eles: o setor produtivo representa 2,2% do PIB do Estado, enquanto que a indústria contribui com 13,2%, e segmento de Serviços e Comércio com 84,6%. A folha do Estado, que está englobada no terceiro setor, ainda representa 44,3% do PIB, mas este percentual representa uma queda de 3,7% em relação à 2010, ano anterior da pesquisa. O crescimento de dois mercados, o imobiliário e o da indústria de transformação, foram
responsáveis pela baixa. O setor primário, onde está a produção de alimentos do Amapá, foi o que mais caiu. Até 2009 contribuía com aproximadamente 4%. Segundo a pesquisa, por segmento, os municípios que mais desenvolvem atividades econômicas agropecuárias, produção florestal, pesca e aquicultura são Pracuuba, Cutias, Amapá, Itaubal e Tartarugalzinho. No setor industrial, lideram: Pedra Branca, com a atividade mineral; Ferreira Gomes, com geração de energia; Santana, com a indústria de transformação; e Calçoene, com o processamento do pescado. Já no terceiro setor, onde estão o comércio e o funcionalismo público, a ordem é: Macapá, Santana, Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Oiapoque. “O que podemos verificar é a necessidade de melhorar os desempenhos da indústria e da produção de alimentos”, observa a economista. Para isto, Célis lembra que o governo lançou recentemente medidas para alavancar esses segmentos econômicos. No setor produtivo, destacam-se as concessões florestais e as cooperações para dobrar a área de plantio. E na indústria, a recente regulamentação da Zona Franca Verde é outro projeto promissor. Economia A economia do Amapá é diretamente dependente dos recursos naturais caracterizando-se pela exploração de matérias-primas, produtos primários e semi-elaborados. Uma vez terminada a exploração de manganês na Serra do Navio, o cavaco de pinos, produzido por uma empresa multinacional, representa mais de 50% da exportação total, seguido em importância pelo palmito de açaí e pelo pescado. O setor primário é caracterizado por baixo nível tecnológico, crédito restrito e por contingente populacional reduzido. O extrativismo vegetal (castanha, borracha, açaí e cacau) encontra-se em franca expansão em virtude do apoio de políticas governamentais. O setor secundário está concentrado nas atividades do extrativismo mineral, da construção civil e da indústria de transformação e tem sua capacidade de expansão limitada pela oferta de energia e por outras deficiências em infra-estrutura. Excluindo-se algumas grandes empresas, predominam a informalidade e o baixo nível de utilização tecnológica. O setor terciário, incluída a administração pública, é o mais representativo da economia amapaense, apesar de não ser o principal empregador. As atividades de comércio e serviços têm superado a administração pública na geração de empregos em anos recentes. De acordo com a Sudam (1998), o Amapá teve, entre 1990 e 1996, uma taxa média anual de crescimento econômico de 4,4%, sendo este mais acentuado entre 1995-96. Produto Interno Bruto O Amapá possuía em 1998 um Produto Interno Bruto (PIB) de, aproximadamente, R$1,33 bilhão, o que representava 3,5% do PIB total da Região Norte e 0,2% do PIB total do país (Ipea). Em que pese ser pequena sua contribuição para o PIB do Brasil, a economia amapaense cresceu acima da média nacional no período entre 1985 e 1998. Essas participações foram ampliadas desde 1985, quando eram 2,3% e 0,1% respectivamente (Tabela 6). O setor de serviços representava, em 1998, 0,2% do total do Brasil e 4,0% da Região Norte; e a indústria, que participava com 3,2% na região Norte, representava 0,1% no total brasileiro. A participação da agropecuária foi de 0,2% no Brasil e 1,8% na Região Norte. Observa-se que a economia do Amapá está centrada principalmente no setor de serviços, responsável pela geração da maior parte do PIB do Estado (70,0%). Dentro desse setor, os segmentos de maior destaque foram administração pública, comércio e aluguéis com
participações de 30,9%, 14,6% e 11,8% do PIB estadual, respectivamente. A indústria vem a seguir, com 22,4%. Nesse setor, destaca-se o segmento da construção civil, com 14,7% do PIB estadual. Por fim, o setor agropecuário aparece com uma participação de 7,7% na composição do PIB do Estado. Analisando a evolução na composição dos setores no PIB do Amapá entre 1985 e 1998, observa-se que a participação do setor de serviços cresceu nesse período em, aproximadamente, 15% na participação do PIB estadual. Os maiores crescimentos ocorreram nos segmentos de aluguéis e de administração pública, que aumentaram cerca de 8% cada. A participação da indústria apresentou queda significativa, saindo de 40,7% em 1985 para 22,4% em 1998, tendo sido 1990 o ano que registrou menor porcentagem. A participação da agropecuária apresentou oscilações com picos em 1989 e 1995, tendo passado no período de 6,2% para 7,7%. RECURSOS Este é um segmento de suma importância para a economia do Amapá, sendo identificado pela vasta extensão de suas terras, densidade de seus rios e pela grandeza de suas florestas, onde são avaliados fatores de produção até agora pouco explorados, com possibilidades de aproveitamento no setor de transformação industrial, que poderá contribuir para o surgimento de valiosas fontes econômicas. Destacam-se na composição da economia do estado do Amapá as atividades extrativistas tanto vegetais como minerais. No extrativismo vegetal são exploradas a castanha-do-pará, palmito e as madeiras. Entre os minerais mais encontrados no estado estão as jazidas de manganês, ouro, caulim e granito. A produção agrícola limita-se ao cultivo de arroz e mandioca. Na pecuária predominam as criações de búfalo e o gado bovino. O setor industrial dedica-se ao processamento das principais riquezas do estado, ou seja, a extração mineral, amadeira e também a pesca. A produção de energia elétrica no Amapá supera o seu consumo doméstico. Entre junho de 1993 e julho de 1994, foram produzidos 451 milhões de kwh de energia, para um consumo local de 220 milhões de kwh. Manganês Principal riqueza do estado do Amapá, o manganês teve sua exploração iniciada em 1957. Ali se encontram as maiores reservas do país, chegando o estado a extrair 80% da produção total de manganês do país na década de 60. Suas jazidas foram arrendadas por 50 anos pela Icomi, Indústria e Comércio de Mineração, do grupo Bethlehem Steel, que paga royalties de 4 a5% do valor do minério extraído ao governo local, sendo as encomendas asseguradas por um contrato com o Defense Materials Procurement Agency, órgão governamental norteamericano. A renda dos royalties do manganês foi destinada à construção da Usina de Paredão, para assegurar base energética às indústrias que vierem a ser ali instaladas. A mineração do manganês provocou deslocamento de mão-de-obra e contribuiu consideravelmente para o aumento da população no estado, antes território administrado pelo Governo Federal. Essa empresa construiu uma estrada de ferro com capacidade para 700 mil toneladas de minério e200 mil toneladas de outros tipos de mercadorias, assim como um porto, a que podem ter acesso navios de até 45 mil toneladas. Outras riquezas minerais Além do manganês, o Amapá tem também grande reserva de recursos naturais que incluiminerais como o ouro, explorado nos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé e Igarapé de Leona, além do rico veio existente no rio Gaivota. Diamantes são também muito enco ntrados na região de Santa Maria. A 80 km da capital, Macapá, existe uma jazida de 9,6 milhões de toneladas de hematita, com 70% de ferro, explorada pela empresa Hanna Company. A região onde hoje se encontra o estado do Amapá foi doada ao português Bento ManuelParente, em 1637, com o nome de capitania da Costa do Cabo do Norte. No final do
mesmoséculo, a região sofreu incursões de ingleses e holandeses, que foram expulsos pelosportugueses. No século XVIII, os franceses também reivindicaram a posse da área e em 1713,o Tratado de Utrecht estabeleceu os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa, os quais nãoforam respeitados pelos franceses. Os portugueses construíram então a fortaleza de São Josédo Macapá, para proteger seus limites das incursões dos franceses.O povoamento do território começou a se intensificar no século XIX, com a descoberta deouro na área e o crescimento da extração da borracha, que havia atingido altos preçosinternacionais na época. A descoberta de riquezas, no entanto, fez crescer as disputasterritoriais que culminaram com a invasão dos franceses em maio de 1895. A Comissão de Arbitragem, em Genebra, em 1º de janeiro de 1900, deu a posse da região ao Brasil e oterritório foi então incorporado ao estado do Pará com o nome de Araguari. Em 1943, oterritório passou à administração do Governo Federal, com o nome de Amapá. Em 1945, adescoberta de ricas jazidas de manganês na serra do Navio, revolucionou a economia local.Procedeu-se a nova divisão territorial, passando a parte do Amapá ao norte do rio Cassiporé aconstituir o município de Oiapoque. Foi mais uma vez desmembrado em dezembro de 1957,com a criação do município de Calçoene e a cessão de terras ao norte dos rios Amapá Grandee Mutum. A nova Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, elevou o território do Amapá à categoria de estado da Federação. EXTRATIVISMO VEGETAL Madeira A densa floresta conta com aproximadamente 9,5 milhões de hectares, com uma reservade madeira superior a 1,5 milhões de m³, de grande aceitação comercial nos mercadosnacional e internacional. As concentrações de madeiras comercializáveis equivalem a 170 m³por habitantes, ressaltando-se também a existência de espécies madeiras com fonte dematerial celulósico e semente oleaginosas com alto teor de óleo. Entre as espécies maiscomercializadas de madeiras estão: acapú, macacaúba, andiroba, pau mulato, breu, cedro,maçaranduba, Angelim, sucupira, etc. Entre as sementes oleaginosas que mais se destacam são: andiroba, ucuúba, castanha-doPará, pracaxí, etc. AGRICULTURA A atividade agrícola embora seja considerada de maior importância sócio-econômica, uma vez que é o suporte básico de qualquer economia no Amapá, ainda écultivada em pequena escala, sendo considerada uma cultura de subsistência. A participaçãono abastecimento do mercado local é insignificante não havendo excedente para exportação. Alguns fatores foram responsáveis por este desempenho negativo da agricultura. Pelosetor público, houve a limitação de recursos destinados aos projetos de fomento ao setor decorrente da situação financeira imposta pelo governo federal na contenção do déficit públicoque atingiu o Amapá de modo contundente influenciando a ação estadual na área rural. Delado do setor privado, a incipiente organização dos produtos em associações, cooperativas esindicatos, que restringe o seu poder de negociação na busca pelo desenvolvimento de suasatividades, principalmente no que se refere a crédito, distribuição e comercialização dosprodutos.Para o suprimento da demanda interna, o mercado importa grande do seu consumo. Muitoembora existam boas perspectivas de desenvolvimento agrícola tendo e, vista as condiçõesadequadas e bons solos e climas, propícios, para o cultivo de culturas temporárias como: arroz,milho, feijão, mandioca, legumes, etc... culturas permanentes como: pimentada-do-reino, coco,laranja, limão e outros. PROJETO SOJA Daniel Popov. de São Paulo O Estado do Amapá planta atualmente 14 mil hectares com soja e colhe 38 mil toneladas, números tão pequenos que nem ao menos aparecem nos levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas essa realidade está prestes a mudar. Com a inauguração de um terminal de grãos no porto de Santana, localizado no sudeste do Estado, a região deve atrair investidores interessados em abrir outros 400 mil hectares para a semeadura da oleaginosa na região.
Quando o navio adentrou o porto de Santana na manhã desta quinta-feira, não demorou a receber a sua primeira carga de soja no terminal de grãos recém-inaugurado. Ao todo foram embarcados 25 mil toneladas do cereal, produzidos ali mesmo no estado, montante que representa quase 66% de toda a produção do Amapá da safra 2016/2017, colhida em setembro. “Isso é um marco histórico para o Amapá”, comemora o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Amapá (Aprosoja-AP), Daniel Sebben. “Esse terminal graneleiro representa um divisor de águas na agricultura do Estado.” Sebben conta que a ideia inicial do empreendimento era atender a demanda por transporte portuário dos produtores de soja e milho do Mato Grosso, de Sorriso, Sinop e região Norte do estado. Segundo estimativas realizadas pela Aprosoja-AP a economia no valor do frete destas regiões até o porto de Santana pode superar a casa dos 20%. “Agora boa parte da produção que era exportada pelos portos de Santos e Paranaguá podem vir para o Amapá e gerar uma economia de 20% pelos menos”, reitera Sebben. O transporte será realizado através da rodovia BR 163 até o município de Itaituba, no Pará e depois segue de balsa pela Hidrovia Tapajós Amazonas até o Porto de Santana. “Além de ajudar os produtores de Mato Grosso, o porto incentivará uma grande expansão da agricultura do Amapá”, afirma o executivo. Ao que parece esse movimento de expansão já começou, e a perspectiva para a safra de soja 2017/2018, a área passe dos atuais 14 mil hectares para pouco mais de 22 mil. O estado possui aproximadamente 400 mil hectares de cerrado para futuras aberturas e expansão, com outros 600 mil para reserva legal. “São áreas com solo zerado, que precisam ser trabalhados e corrigidos. Entretanto nossa produtividade em áreas novas supera as 40 sacas por hectare”, relembra. Já a expansão total só deve acontecer em cinco anos, depois da abertura das áreas, adaptação de cultivares para a região e adequação do calendário de plantio. “Estamos estudando adiantar a safra de soja, para produzir duas safras. Hoje, cobrimos a área com braquiária, milheto etc, na primeira safra e só depois colocamos a soja.”, conta ele. “Neste próximo ano já faremos algumas áreas de teste adiantando a soja e vendo como será o desenvolvimento.” Apontando crescimento de 900% na produção nos últimos cinco anos, o setor de plantio de soja no Amapá estima arrecadar até R$ 60 milhões em 2017. A produção local ocupa atualmente uma área de 19 mil hectares cobrindo quatro municípios: Macapá, Itaubal, Porto Grande e Tartarugalzinho. A previsão é da Associação de Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja), que destaca o impulso na colheita do grão a partir das possibilidades de exportação e estocagem no Porto de Santana, a 17 quilômetros de Macapá.
Potencial do cerrado do Amapá é abrigar 400 mil hectares para cultivo (Foto: Divulgação/Aprosoja) O presidente da Aprosoja, Daniel Sebben, disse que atualmente cerca de 50 agricultores no Amapá trabalham com o plantio em média escala do grão, mas que o mercado pode ser expandido para uma área de até 400 mil hectares, predominantemente no cerrado. "Para o Amapá representa um salto na economia, na balança comercial, na relação com os outros países e outros estados. Ainda não plantamos nem 5% do potencial do estado, mas esses 19 mil hectares são 35% maior que a área cultivada no ano passado", aponta Sebben.
Primeira carga de soja foi exportada para a Europa em setembro de 2016 (Foto: Divulgação/ Governo do Amapá) A produção de 2016, de acordo com a Aprosoja, girou em torno de R$ 42 milhões, sendo que a maior parte do recurso proveniente da exportação do grão foi aplicado no mercado local, com a aquisição de equipamentos, contratação de empresas e mão-de-obra. "É uma transferência direta de recursos. Em termos de serviço, transporte 100% é contratado aqui. Quanto a assistência técnica, nem existiam empresas do tipo no Amapá, hoje tem, com agrônomos locais para prestar serviços de consultorias a esses produtores. Além disso, compramos todas as peças, material de construção e óleo diesel dentro do estado", completa.
Daniel Sebben, presidente da Aprosoja (Foto: John Pacheco/G1) Exportação Além da venda da soja para outros estados, os produtores locais realizaram em setembro de 2016 a primeira exportação do grão para a Europa, com mais de 25 mil toneladas. O produto foi embarcado no Porto de Santana com destino ao Porto de Roterdã, na Holanda. "Temos um fácil acesso ao porto, o que é bom para nós, hoje estamos no máximo a 200 quilômetros do porto. A produção de soja do Amapá só é possível em função do porto de
Santana, deu viabilidade comercial à exportação. A estrutura compensa o nosso isolamento por rodovias para outro estado", argumenta o presidente.
Porto de Santana impulsionou possibilidades de produção (Foto: Divulgação/Prefeitura de Santana) Outras culturas A característica de solo e clima do estado também facilitam o plantio de outros grãos no cerrado do Amapá, como o milho, arroz e feijão, que aproveitam as áreas usadas para a soja, segundo a associação. "Com o clima amazônico, a rotação entre soja e milho foi possível. Podemos fazer uma safra de soja em um ano, colhemos e depois plantamos o milho. Elas têm demandas e mercados diferentes e se equilibram muito bem", completa Sebben.
REFERÊNCIAS http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/producao-de-soja-no-amapa-pode-movimentar-r-60milhoes-em-2017.ghtml https://www.academia.edu/4404888/APOSTILA_DE_HISTA_RIA_E_GEOGRAFIA_DO_ESTATAD O_DO_AMAPA http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/indicada1_ap.pdf http://www.amapa.gov.br/noticia/0712/ponte-binacional-tera-abertura-provisoria-em janeiro-d http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2015/08/amapa-tem-766679-habitantes-ate-2015segundo-estimativa-do-ibge.htm http://geografiaeanarquia.blogspot.com.br/2017/03/geografia-do-amapa.ht http://gesieldesouzaoliveira.blogspot.com.br/2009/12/resumo-completo-de-geografia-doamapa.html http://www.mpap.mp.br/meio-ambiente/111-noticias-prodemac/192-clima http://www.projetosojabrasil.com.br/amapa-a-nova-fronteira-agricola-do-pais/ http://www.amapa.gov.br/noticia/0712/ponte-binacional-tera-abertura-provisoria-em janeiro-de-2017 https://pt.climate-data.org/location/274627/