Ásia Meridional ou Sul da Ásia - Uni nida dade de 6 -
Profª Fabiane Rossi
Ásia Setentrion Setentrional al Ásia Ásia Central Ásia Ásia Ocidental Ásia Ásia Meridional Ásia Oriental Ásia Sudeste Asiático
Ásia Setentrion Setentrional al Ásia Ásia Central Ásia Ásia Ocidental Ásia Ásia Meridional Ásia Oriental Ásia Sudeste Asiático
Países e Capitais
Bangladesh (capital: Daca) Butão (capital: Thimbu) Índia (capital: Nova Délhi)
Maldivas (capital: Male) Nepal (capital: Atmandu) Paquistão (capital: Islamabad) Sri Lanka (capital: Colombo)
O sul da Ásia é uma região geográfica da Ásia
que inclui o subcontinente indiano e os territórios na sua proximidade. Está rodeado (de oeste a leste) pela Ásia Ocidental (Oriente Médio), Ásia Central, Ásia Oriental e pelo Sudeste Asiático. É um conjunto de sete países bem definidos em termos geográficos, mas que constitui um complexo mosaico dos pontos de vista étnico, religioso, lingüístico e político.
É uma das regiões mais pobres do mundo. É caracterizada por grandes problemas sociais, onde sua população sofre por diversas conseqüências da economia local e pela má distribuição de renda nestes países. Todos os países, sem nenhuma exceção, apresentam baixíssima renda per capita . São altos os níveis de pobreza e subnutrição. Apenas a Índia apresenta um certo grau de industrialização.
Dentre todas as nações desta região, a Índia é a
que possui maior volume em sua economia, enquanto que as outras nações estão mergulhadas em grandes crises sócio-econômicas.
Porém, dos cerca de 1,1 bilhão de habitantes de
indianos (cerca de 18% da população mundial), 500 milhões vivem em estado de pobreza ou miséria.
Problemas naturais: sul da Índia e Bangladesh com inverno muito seco e verão muito úmido, causando nesta última estação inúmeras enchentes.
Território: 4,5 milhões de km2, abrangendo a
península do Decã e as ilhas de Sri Lanka e Maldivas Uma das áreas mais populosas e povoadas do planeta População: 1,6 bilhão de pessoas (1/3 na Índia). Bastantes populosos: Bangladesh ± 1064 hab/km2; Índia ± 4 mil hab/km2; Baixos índices de urbanização.
Relevo O relevo da Ásia Meridional apresenta três grandes unidades: a cordilheira do Himalaia, o planalto do Decã e a planícia Indo-Gangética.
Relevo: Cordilheira do Himalaia A cordilheira do Himalaia, ao norte da
região, é a mais extensa e elevada cadeia de montanhas do mundo. Nela se localiza o pico culminante do planeta, o Everest, com 8848 metros de altitude.
Relevo: Planalto do Decã Formado por rochas muito antigas e
apresenta uma forte estrutura cristalina. Localiza-se ao sul da região e é cercado por inúmeras formações montanhosas pré-cambrianas, de baixas e médias altitudes, a exemplo dos montes Gates (orientais e ocidentais), que tem altitudes inferiores a 2 mil metros)
Relevo: Planície Indo-Gangética Se estende do Paquistão até Bangladesh,
encaixada entre as elevações do Himalaia ao norte e do Decã ao sul. É cortada pelos mais importantes rios da região: o Indo, o Ganges e o Bramaputra.
Clima e Vegetação Predomínio do clima tropical de
monções. Vegetação predominante é de florestas, savanas e bambus; Existência de regiões desérticas devido as elevações do relevo que impedem a penetração das massas úmidas e criam uma vegetação de xerófitas.
Monções ± São os ventos que, durante o verão, sopram do Índico para a Ásia Meridional e durante o inverno, sopram da Ásia Meridional para o oceano Índico.
As monções são classificadas da seguinte forma:
± Monções Marítimas : Sopram do oceano Índico para o continente e provocam fortes chuvas na Ásia Meridional, causando enchentes e inundações (Verão ± junho a setembro). ± Monções Continentais : Sopram do continente para o oceano Índico provocando secas no sul da Ásia (Inverno ± outubro a maio)
Agricultura Atividade de mais de 50% da PE A. Predomínio da Agricultura Tradicional, voltada
para o autoconsumo, com baixo índice tecnológico e baixa produtividade. O arroz é o alimento básico. Também são cultivados o trigo e o sorgo. Baixa Escala: Agricultura moderna - plantations (voltadas para o mercado industrial e exterior): algodão, juta, chá e cana-de-açúcar.
Pecuária Criação de rebanhos na Índia: bovinos,
bufalinos, caprinos, ovinos, suínos e equinos: grande destaque ± um dos maiores produtores do mundo. Bovinos: por questões religiosas (hindu) é somente criado para o leite e a tração.
Atividade industrial Destaque para a Índia, nas cidades de Calcutá, Bombaim e Madras. Produção siderúrgica e têxtil. Calcutá: centro industrial do país com
indústrias nos setores siderúrgico, metalúrgico, automobilístico, bélico, têxtil e alimentício. Bombaim: têxtil, alimentício e químico. Madras: têxtil, siderúrgico e metalúrgico.
Cultura e Religião Bangladesh
(1991) Butão (1980) Índia (1991)
Budismo
Cristianismo Hinduísmo Islamismo
0,6%
0,3%
69,6% 0,7% 3,8%
10,5% 24,6% 80,3%
88,3% 5% 11% (8,2 S e 2,8 X)
Maldivas Nepal (1991) 7,8% 0,1% Paquistão 2% (1993) Sri Lanka 69,3% 7,5% 1981
86,2% 1,8%
Aprox. 100% 3,8% 95%
15,5%
7,6%
Budismo O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, originário da região da Índia. Foi criado por Sidarta Gautama (563? - 483 a.C.?), também conhecido como Buda, por volta do século VI
a.C. Buda é considerado pelos seguidores da religião como sendo um guia espiritual e não um deus. Desta forma, os seguidores podem seguir normalmente outras religiões e não apenas o budismo. O início do budismo está ligado ao hinduísmo, religião na qual Buda é considerado a encarnação ou avatar de Vishnu. Esta religião teve seu crescimento interrompido na Índia a partir do século VII, com o avanço do islamismo e com a formação do grande império árabe. Mesmo assim, os ensinamentos cresceram e se espalharam pela Ásia. Em cada cultura foi adaptado, ganhando características próprias em cada região.
Acreditam que o ser humano está condenado a
reencarnar infinitamente e passar sempre pelos sofrimentos do mundo material. O que a pessoa fez durante a vida será considerado na próxima vida e assim sucessivamente: carma. Ao enfrentar os sofrimentos da vida, o espírito pode atingir o estado de nirvana (pureza espiritual) e chegar ao fim das reencarnações. Para os seguidores, ocorre também a reencarnação em animais. Desta forma, muitos seguidores adotam uma dieta vegetariana.
A filosofia é baseada em verdades: a existência
está relacionada a dor, a origem da dor é a falta de conhecimentos e os desejos materiais. Portanto, para superar a dor deve-se antes livrar-se da dor e da ignorância. Para livrar-se da dor, o homem tem oito caminhos a percorrer: compreensão correta, pensamento correto, palavra, ação, modo de vida, esforço, atenção e meditação. De todos os caminhos apresentados, a meditação é considerado o mais importante para atingir o estado de nirvana.
A filosofia budista também define cinco
comportamentos morais a seguir: não maltratar os seres vivos, pois eles são reencarnações do espírito, não roubar, ter uma conduta sexual respeitosa, não mentir, não caluniar ou difamar, evitar qualquer tipo de drogas ou estimulantes. Seguindo estes preceitos básicos, o ser humano conseguirá evoluir e melhorará o carma de uma vida seguinte.
Cristianismo A Bíblia Sagrada, constituindo a obra central para o
Cristianismo como um todo, encerra as idéias fundamentais da crença. O Cristianismo baseia-se na crença monoteísta, ao contrário das crenças contemporâneas à sua origem. Segundo a religião, Deus é o criador de todas as coisas no Universo, tendo criado o mundo em sete dias (Gênese). As religiões cristãs preconizam o amor a Deus e ao próximo, conforme os ensinamentos de Jesus. Acredita-se na ressurreição de Cristo, e é estabelecido o conceito da Santa Trindade, em que Deus é pai, Jesus Cristo o filho, e o Espírito Santo a presença contínua de Deus na Terra. Muitas doutrinas cristãs diferenciadas entre si surgiram desde as primitivas comunidades cristãs. A origem destas comunidades se deu em plena expansão do Império Romano.
Hinduísmo O hinduísmo é considerado uma filosofia
de ordem religiosa que engloba tradições culturais, valores e crenças obtidas através de diferentes povos Relaciona filosofia com religião, também pode ser chamada de bramanismo, por causa da Trindade Brahma, Vishnu e Shiva. Base do hinduísmo: sistema de castas
Hinduísmo: Sistema de Castas Antiga e rígida hierarquização da sociedade
indiana. Casta: grupo social hereditário no qual a condição de cada membro passa de pai para filho, e endógamo (casamento apenas com pessoas da própria casta). O local de moradia, a profissão, o casamento, o vestuário: determinados pelo nascimento. Porém, como os hindus acreditam na reencarnação, a mudança de uma casta poderia acontecer numa outra vida, de acordo com a evolução espiritual.
Aqueles que seguem o Hinduísmo devem respeitar as
coisas antigas e a tradição; acreditar nos livros sagrados; acreditar em Deus; persistir no sistema das castas (determina o status de cada pessoa na sociedade); ter conhecimento da importância dos ritos; confiar nos guias espirituais e, ainda, acreditar na existência de encarnações anteriores. O nascimento de uma pessoa dentro de uma casta é resultado do karma produzido em vidas passadas. Somente os brâmanes, pertencentes as castas "superiores" podem realizar os rituais religiosos hindus e assumir posições de autoridade dentro dos templos. Antigamente eram 4 castas existentes. Com o passar do tempo ganharam inúmeras subdivisões.
Hinduísmo: Castas originárias
Á margem dessa estrutura social havia os párias, dalits, sem casta ou intocáveis, hoje denominados haridchans. A partir da Independência da Índia, em 1947, há leis que proibem o sistema de castas, mas este ainda existe na prática.
Os hindus são politeístas (acreditam em vários deuses). São os principais:
± Brahma (representa a força criadora do Universo); ± Ganesa (deus da sabedoria e sorte); ± Matsya (aquele que salvou a espécie humana da destruição); ± Sarasvati (deusa das artes e da música); ± Shiva (deus supremo, criador da Ioga), ± Vishnu (responsável pela manutenção do Universo).
Islamismo Segundo dados estatísticos, o Islamismo é a religião
que mais rapidamente ganha adeptos na atualidade. A origem do Islamismo é remontada ao século VII d. C. com as revelações de Alá ao profeta Maomé. A religião reconhece Alá como seu único deus, assim como reconhece em Maomé o legítimo profeta de seu deus. Os textos sagrados islâmicos são: o Alcorão, obra que contém as revelações de Alá a Maomé; o Hadith, contendo os pensamentos e as ações de Maomé; o Sunnah, conjunto de regras de conduta a ser seguido pelos islâmicos.
Duas vertentes são reconhecidas no Islamismo : ± os sunitas (o maior e mais ortodoxo grupo islâmico, constituindo maioria religiosa) reconhecem a sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o seguiram; ± os xiitas reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho. São radicais.
Os símbolos mais importantes para os islâmicos são a família e a mesquita, os elementos centrais da vida dos seguidores do Islamismo. As práticas religiosas são fundamentais, como por exemplo as cinco preces diárias a Alá; há também o dever para com os necessitados de se oferecer uma parte dos bens; jejum no Ramadan; visitar Meca, ao menos uma vez na vida.
Outras religiões importantes da Índia Religiões com menos adeptos mas importantes: sikhismo 2% jainismo 0,4%
sikhismo A palavra "Sikh" significa "disciplina". O fundador do Sikhismo foi o Guru Nanak Dev (1469 - 1539 ). Ele pregou uma mensagem de amor e compreensão e criticou os rituais cegos dos Hindus e Muslim. O Guru Nanak passou a sua liderança da sua nova religião a nove Gurus que lhe sucederam. O último Guru vivo foi o Guru Gobind Singh, que morreu em 1708. Durante a sua vida o Guru Gobind Singh estabeleceu a ordem Khalsa ( o puro ), os soldados-santos. A ordem Khalsa ergue as maiores virtudes dos Sikhs, dedicação e consciência social. Os Khalsa são homens e mulheres que passaram a cerimônia Sikh do batismo e que seguem estritamente o Código de Conduta e de Convenções Sikh, o Reht Maryada e que usam os artigos físicos prescritos da fé. Sendo um dos mais comuns o de não cortar o cabelo, sendo exigido aos homens que o cubram com um turbante, e o Kirpan a espada cerimonial.
Antes da sua morte o Guru Gobind Singh declarou que
os Sikhs já não precisavam de um Guru vivo e nomeou, como seu sucessor espiritual o Sri Guru Granth Sahib, o Guru eterno dos Sikhs. O Sikhismo não tem padres ou pastores, estes foram abolidos pelo décimo Guru, pois segundo este os padres tornavam-se corruptos e egocêntricos. Os Sikhs só possuem guardas do Guru Granth Sahib, os Granthi mas qualquer Sikh é livre de o ler no Gurdwara ( templos Sikh ) ou mesmo em sua casa. Todas as pessoas de todas as religiões são bem vindas nos Gurdwaras. Pode encontrar uma Langar, uma cozinha comunitária gratuita, em cada Gurdwara, onde se serve refeições para todas as pessoas, sejam elas de qualquer religião, casta ou posição social. O Guru Nanak Dev iniciou esta instituição que esboça os princípios básicos Sikhs de humildade, igualdade e serviço comunitário.
jainismo O jainismo é uma religião que foi fundada na Índia no século VI a.C por Mahavira. Não reconhece a autoridade dos brâmanes nem dos textos Vedas (hinduísmo). Nos dias de hoje, o jainismo está presente na região da Índia oriental, central e meridional. Acredita-se que há por volta de 4 milhões de seguidores desta religião. Em número de fiéis, é a sétima das religiões da Índia, ou seja, 0,4% da população indiana é jainista.
Geopolítica na Ásia Meridional Destaque para os conflitos territoriais entre Índia e Paquistão (hindus e muçulmanos).
Neocolonialismo na Ásia Meridional: países
lutam contra a Inglaterra para a sua independência. Destaque para a figura de Gandhi. 1947: Independência. Criação do Estado da Índia e do Paquistão (porção oriental e ocidental, dividido pelo território indiano).
Criado para abrigar a população muçulmana da Índia, o Paquistão era dividido em um território no Oeste e outro no Leste (que em 1971 se tornou Bangladesh). No meio, ficava a Índia, de maioria hindu. Essa partilha do território indiano, baseada na religião, resultou na migração em massa de milhões de pessoas: muçulmanos indo da Índia em direção ao Paquistão, hindus e sikhs fazendo o caminho inverso. Mal-preparados para lidar com essa situação, os novos governos não conseguiram manter a lei e a ordem, e a violência eclodiu nos dois lados da fronteira, no que muitos consideram uma das maiores tragédias do século 20.
As estimativas sobre o número de vítimas
até hoje não são precisas, mas calcula-se que tenham morrido entre 200 mil e 1 milhão de pessoas. Dezenas de milhares de mulheres foram estupradas ou seqüestradas, e cerca de 12 milhões de pessoas se tornaram refugiadas.
Criação de Bangladesh 1971: fortes divergências entre Paquistão
Ocidental e Oriental geraram uma guerra violenta. Paquistão Oriental conta com o apoio da Índia. Resultado: separação efetiva dos dois territórios, transformando-se cada uma em um país independente: Paquistão (ocidental) e Bangladesh (Oriental)
A questão da Caxemira Índia x Paquistão
A região da Caxemira é
montanhosa e está localizada no norte do subcontinente indiano. É assolada por violentas disputas territoriais desde a descolonização britânica, em 1947. O território caxemir de 222 mil km2 foi dividido entre Índia (101 mil km 2), Paquistão (78 mil km2) e China 43 mil km 2.
Nos anos 80, fortalecem-se os movimentos de
guerrilha muçulmana na Caxemira indiana pela autonomia da região ou pela anexação ao Paquistão (maior identificação religiosa). A Índia não admite plebiscito ou separação. A índia acusa o Paquistão de ajudar os separatistas e o conflito é usado como justificativa para a militarização da fronteira e para a corrida armamentista. Em meio século, ocorreram três guerras na região, além de constantes atentados terroristas.
Índia e Paquistão - potências militares
Importância mundial da questão da Caxemira:
A disputa pela Caxemira pode ameaçar a segurança mundial, pois tanto Índia como o Paquistão
desenvolveram tecnologia de armas nucleares e já realizaram testes com bombas atômicas. 1998: entrada de Índia e Paquistão no clube dos países detentores de armas nucleares. Ambos desenvolveram ao máximo sua infra-estrutura militar. Desde então, as hostilidades na Caxemira passaram a ser acompanhadas com mais atenção pela comunidade internacional.
