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AVISO Todo esforço foi feito para garantir a qualidade editorial desta obra, agora em versão digital. Destacamos, contudo, que diferenças na apresentação do conteúdo podem ocorrer em função das características técnicas específicas de cada dispositivo de leitura.
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JEREMY SIEGEL Professor de Finanças da Cátedra Russell E. Palmer da Wharton School, Universidade da Pensilvânia
Tradução: Beth Honorato Revisão técnica: Guilherme Ribeiro de Macêdo
Doutor em Administração pela UFRGS – Ênfase em Finanças Professor da Escola de Administração da UFRGS e do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFRGS
Versão impressa desta obra: 2015
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Obra originalmente publicada sob o título Stocks for the Long Run, 5th Edition ISBN 0-07-180051-4 / 978-0-07-180051-8 Edição original ©2013, McGraw-Hill Global Education Holdings, LLC, New York, New York 10121. Todos os direitos reservados. Tradução para língua portuguesa © 2015, Bookman Companhia Editora Ltda., uma empresa do Grupo A Educação S.A. Todos os direitos reservados. Gerente editorial: Arysinha editorial: Arysinha Jacques Affonso Colaboraram nesta edição: Editora: Mariana Belloli Capa: Maurício Pamplona , arte sobre capa original Leitura final: Flávia Simões Pires Editoração: Techbooks Produção digital: Freitas Bastos
S571i Siegel, Jeremy J. Investindo em ações no longo prazo : o guia indispensável do investidor do mercado financeiro [recurso eletrônico] / Jeremy J. Siegel ; tradução: Beth Honorato ; revisão técnica: Guilherme Ribeiro de Macêdo. – 5. ed. – Porto Alegre : Bookman, 2015. e-PUB. Editado como livro impresso em 2015. ISBN 978-85-8260-323-9 1. Finanças. 2. Mercado financeiro. I. Título. CDU 336.76
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à BOOKMAN EDITORA LTDA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 5
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br
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Agradecimentos É impossível relacionar todas as pessoas e organizações que elogiaram o livro Investindo em Ações no Longo Prazo e incentivaram-me a atualizar e ampliar as edições precedentes. Muitos daqueles que me haviam fornecido dados para as quatro primeiras edições deste livro contribuíram imensamente para esta quinta edição. David Bianco, estrategista-chefe de ações americanas do Deutsche Bank, cujo trabalho histórico sobre ganhos e margens de lucro do S&P 500 foi inestimável para o capítulo sobre avaliação de ações, e Walter Lenhard, estrategista sênior de investimento do Vanguard, que mais uma vez obteve dados históricos sobre o desempenho dos fundos mútuos para o Capítulo 23. Meu novo colega na Wharton, Jeremy Tobacman, ajudou-me a atualizar o conteúdo sobre finanças comportamentais. Esta edição não teria sido possível sem o árduo trabalho de Shaun Smith, que também realizou as pesquisas e análises de dados para a primeira edição de Investindo em Ações no Longo Prazo , no início da década de 1990. Jeremy Schwartz, que foi meu principal pesquisador em The Future for Investors , também ofereceu uma assistência inestimável a esta edição. Agradecimentos especiais aos milhares de consultores financeiros de dezenas de empresas financeiras, como Merrill Lynch, Morgan Stanley, UBS, Wells Fargo e várias outras, que me forneceram um feedback fundamental sobre as edições anteriores deste livro em seminários e fóruns abertos. Como sempre, o apoio da minha família foi essencial para que pudesse trabalhar nesta edição. Agora que meus filhos cresceram e saíram de casa, foi minha esposa, Ellen, que pagou o preço pelas longas horas dedicadas à revisão deste livro. Estabeleci o prazo final de 1º de setembro para entregar o material à McGraw-Hill para que pudéssemos sair em um cruzeiro bastante merecido de Veneza ao mar Adriático. Embora não tenha conseguido prometer que esta seria a última edição, sei que a conclusão deste projeto liberou um tempo muito bem-vindo para nós dois.
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Apresentação Em julho de 1997, telefonei a Peter Bernstein e disse-lhe que iria a Nova York e que gostaria de almoçar com ele. Tinha uma intenção velada. Havia apreciado enormemente seu livro Capital Ideas: The Improbable Origins of Modern Wall Street , bem como o periódico Journal of Portfolio Management , que ele havia fundado e do qual era editor. Acreditava que poderia haver uma pequena chance de ele concordar em escrever a apresentação da segunda edição de Investindo em Ações no Longo Prazo . Sua secretária agendou uma data em um de seus restaurantes favoritos, o Circus, no Upper East Side. Ele chegou com sua esposa, Barbara, e um exemplar da primeira edição do meu livro embaixo do braço. Ao se aproximar, perguntou se poderia autografá-lo. “Claro”, respondi, dizendo que me sentiria honrado se ele escrevesse uma apresentação para a segunda edição. Ele sorriu. “Sem dúvida!”, respondeu ele, entusiasmado. A hora seguinte foi preenchida com uma das conversas mais fascinantes sobre livros, tendências acadêmicas e profissionais em finanças e até o que mais apreciávamos em Filadélfia e Nova York. Lembrei-me do nosso almoço quando fiquei sabendo, em junho de 2009, que ele havia falecido, então com 90 anos. Ao longo dos 12 anos após o nosso primeiro encontro, Peter foi mais produtivo do que nunca, escrevendo três outros livros, que inclui o mais consagrado, The Remar kable Story of Risk . Não obstante o inacreditável ritmo que ele mantinha, sempre encontrou tempo para atualizar a apresentação das duas edições seguintes do meu livro. Ao passar os olhos por suas palavras na quarta edição, percebi que suas constatações a respeito das frustrações e das recompensas de ser um investidor de longo prazo são tão relevantes no presente quanto o eram na época em que ele as redigiu, quase duas décadas antes. Não vejo uma forma melhor de prestar uma homenagem a Peter do que repetir suas sábias palavras aqui. Algumas pessoas consideram o processo de compilação de dados um fastio mortal. Outros o consideram um desafio. Jeremy Siegel o transformou em uma forma de arte. Não há como não admirar o escopo, a lucidez e o enorme prazer com que o professor Siegel expõe as evidências para respaldar seu argumento a favor do investimento em ações no longo prazo. Mas seu livro é muito mais do que o título leva a crer. Você aprenderá muito de teoria econômica o longo do caminho, guarnecido de uma fascinante história sobre os mercados de capitais e a economia dos Estados Unidos. Tirando o máximo proveito da história, o professor Siegel dá aos números uma vivacidade e um significado que eles jamais desfrutariam em um cenário menos convincente. Além disso, ele trava um combate audacioso com todos os episódios históricos que poderiam contradizer sua tese e emerge vitorioso – e isso inclui os anos insanos da década de 1990. Nesta quarta edição, Jeremy Siegel dá continuidade ao seu estilo alegre e extraordinário de produzir obras de excelente valor sobre a melhor forma de investir no mercado acionário. Seus adendos sobre finanças comportamentais, globalização e fundos negociados em bolsa enriqueceram o conteúdo original com constatações atuais sobre questões fundamentais. As revisões ao longo do livro trazem conteúdos factuais valiosos e argumentos novos e convincentes para respaldar seu argumento a favor do investimento em ações no longo prazo. Seja você um principiante em investimentos ou um profissional experiente, aprenderá muito com a leitura deste livro. Jeremy Siegel nunca se acanha, e seus argumentos nesta nova edição demonstram que ele continua tão destemido quanto antes. A característica mais interessante do livro como um todo são suas conclusões paralelas sobre notícias boas e notícias ruins. Primeiro, o mundo globalizado do presente permite índices médios de preço/lucro mais altos do que no passado. Contudo, esses P/Es mais altos são uma bênção duvidosa, visto que eles podem significar que os retornos médios do futuro serão inferiores ao do passado. Não discordarei da previsão contida nesse ponto de vista. Entretanto, argumentações semelhantes poderiam ter sido feitas em outras circunstâncias do passado, circunstâncias trágicas e também felizes. Uma das maiores lições da história evidencia que nenhuma circunstância econômica conserva-se no longo prazo. Não temos absolutamente nenhuma percepção sobre o tipo de problema ou triunfo que nos aguarda em um futuro distante – digamos, daqui a 20 anos ou mais – e sobre que influência essas forças terão sobre índices de preço/lucro apropriados. Tudo bem. A observação mais importante do professor Siegel sobre o futuro supera essa previsão controversa de P/Es médios mais altos e retornos realizados mais baixos. “Embora esses retornos possam diminuir em relação ao passado”, escreve ele, “existe um motivo convincente para acreditar que as ações continuarão a ser o melhor investimento para todos aqueles que estão em busca de ganhos constantes e de longo prazo.” “Motivo convincente” é um eufemismo. O prêmio de risco obtido pelas ações no longo prazo deve se manter intacto para que o sistema sobreviva. No sistema capitalista, os títulos não conseguem superar e possivelmente não superarão o desempenho das ações no longo prazo. Os títulos são contratos executáveis nos tribunais. As ações não prometem nada aos detentores – elas são investimentos de risco e envolvem um alto grau de convicção no futuro. Portanto, as ações não são inerentemente “melhores” do que os títulos, mas exigimos um retorno mais alto 8
das ações para compensar seu risco maior. Se o retorno de longo prazo dos títulos fosse mais alto do que o retorno de longo prazo esperado das ações, os ativos seriam precificados de forma que o risco não obtivesse nenhuma recompensa. Essa condição é insustentável. As ações provavelmente continuarão a ser “o melhor investimento para todos aqueles que estão em busca de ganhos constantes e de longo prazo”, porque, do contrário, nosso sistema se extinguirá – e com um estrondo, não com um gemido. — Peter Bernstein
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Prefácio A quarta edição de Investindo em Ações no Longo Prazo foi escrita em 2007. Ao longo dos últimos anos, como vários colegas da minha idade haviam diminuído o ritmo de suas pesquisas, muitas vezes fui indagado sobre o que me levava a trabalhar com tanto afinco em mais outra edição deste livro. Com o olhar sério, eu respondia: “Acredito que ocorreram alguns eventos importantes nos últimos seis anos”. De fato alguns eventos! Os anos de 2008 e 2009 testemunharam a recessão econômica e a queda de mercado mais profundas desde a Grande Depressão da década de 1930. As rupturas foram tão amplas que adiei esta edição até o momento em que obtive uma visão melhor sobre as causas e consequências da crise financeira da qual ainda não nos recuperamos completamente. Por esse motivo, esta edição foi reescrita bem mais detalhadamente do que todas as demais. Não porque as conclusões das edições anteriores precisassem ser alteradas. Na verdade, as altas inéditas ocorridas nos mercados acionários dos Estados Unidos em 2013 apenas reforçam o princípio básico deste livro: as ações são o melhor investimento de longo prazo para aqueles que aprendem a resistir à volatilidade de curto prazo. Aliás, o retorno de longo prazo real de uma carteira diversificada de ações ordinárias manteve-se praticamente idêntico ao retorno de 6,7% divulgado na primeira edição de Investindo em Ações no Longo Prazo , que examinou os retornos até 1992.
ENFRENTANDO A CRISE FINANCEIRA Em virtude do impacto severo da crise, senti que o que havia transcorrido nos últimos anos precisava ser abordado com mais profundidade nesta edição. Por esse motivo, acrescentei dois capítulos que descrevem as causas e as consequências do colapso financeiro. O Capítulo 1 agora faz uma apresentação prévia das principais conclusões obtidas em minha pesquisa sobre ações e títulos e delineia como investidores, gestores de recursos financeiros e acadêmicos encararam as ações ao longo do último século. O Capítulo 2 descreve a crise financeira, colocando a culpa em seu devido lugar – nos diretores executivos dos gigantescos bancos de investimento, nas agências reguladoras e no Congresso dos Estados Unidos. Disponho a sequência de passos em falso fatais que levaram a Standard and Poor’s, a maior agência de classificação do mundo, a conceder a cobiçada classificação AAA a hipotecas subprime , declarando-as insensatamente como tão seguras quanto os títulos do Tesouro. O Capítulo 3 analisa o extraordinário impacto da crise financeira sobre os mercados financeiros: o inédito e repentino aumento do “spread da Libor”, que avaliava o custo de capital dos bancos, o colapso dos preços das ações que exterminou dois terços de seu valor e a diminuição dos rendimentos das letras do Tesouro para zero e até mesmo para um nível inferior aos dias sombrios da década de 1930. A maior parte dos economistas acreditava que nosso sistema de seguro de depósito, exigências de margem e regulamentações financeiras havia tornando a repetição dos acontecimentos anteriores praticamente impossível. A confluência de forças que provocaram a crise foi extraordinariamente semelhante ao que ocorreu após a quebra do mercado acionário de 1929, mas desta vez foram os títulos garantidos por hipotecas que ocuparam o lugar de principal culpado, e não as ações. Embora desastrosamente o Fed não tenha conseguido prever a crise, o presidente Ben Bernanke tomou medidas inéditas para manter os mercados financeiros abertos fornecendo liquidez e garantindo trilhões de dólares em empréstimos e depósitos de curto prazo. Essas medidas inflaram o balanço patrimonial do Fed para cerca de US$ 4 trilhões, cinco vezes seu nível anterior à crise, e trouxeram à tona várias questões sobre como o Fed afrouxaria esse estímulo sem precedentes. Além disso, a crise mudou a correlação entre as classes de ativos. Os mercados acionários mundiais tornaram-se bem mais correlacionados, reduzindo os ganhos de diversificação do investimento global, ao passo que os títulos do Tesouro dos Estados Unidos e o dólar ganharam o status de “paraíso seguro”, incitando uma demanda inédita por dívidas garantidas pelo governo federal. Todas as commodities , incluindo o ouro, sofreram durante os piores estágios da recessão econômica, mas os metais preciosos se recuperaram diante do temor de que as políticas expansionistas do banco central gerassem alta inflação. O Capítulo 4 aborda questões de mais longo prazo que afetam nosso bem-estar econômico. A recessão econômica viu o déficit orçamentário dos Estados Unidos disparar para US$ 1,3 trilhão, o nível mais alto em relação ao PIB desde a Segunda Guerra Mundial. A desaceleração do crescimento da produtividade gerou o temor de que haja uma redução ou mesmo a estagnação no aumento do padrão de vida. Isso traz à tona a questão sobre se nossos filhos serão a primeira geração cujo padrão de vida ficará abaixo do de seus pais. Esse capítulo atualiza e estende os resultados das edições anteriores utilizando os novos dados fornecidos pela Comissão de População das Nações Unidas e as previsões de produtividade fornecidas pelo Banco Mundial e pelo 10
FMI. Agora eu calculo a distribuição da produção mundial dos principais países e regiões do mundo até o final do século XXI. Essa análise indica convincentemente que, embora o mundo desenvolvido deva aumentar a idade em que a previdência social e os benefícios de saúde são oferecidos pelo governo, essa elevação será moderada se o crescimento da produtividade nas economias emergentes permanecer forte.
OUTROS CONTEÚDOS NOVOS NA QUINTA EDIÇÃO Embora a crise financeira e suas consequências estejam em primeiro plano e ocupem o lugar central desta edição, fiz outras mudanças igualmente significativas. Além de todos os gráficos e tabelas terem sido atualizados até 2012, o capítulo sobre avaliação de ações foi ampliado para que pudesse analisar modelos de previsão novos e importantes, como o índice CAPE, bem como o significado das margens de lucro como determinante dos futuros retornos acionários. O Capítulo 19, “Volatilidade do Mercado”, analisa a “quebra-relâmpago” de maio de 2010 e documenta em que sentido a volatilidade associada com a crise financeira compara-se com a crise bancária da década de 1930. O Capítulo 20 mostra que, uma vez mais, a adoção de uma regra técnica simples como a média móvel de 200 dias teria evitado a pior parte do mercado baixista recente. Além disso, esta edição discute se as conhecidas anomalias de calendário, como o “efeito de janeiro”, o “efeito das ações de baixa capitalização” e o “efeito de setembro”, sobreviveram ao longo das duas décadas desde que elas foram descritas na primeira edição deste livro. Incluo também, pela primeira vez, uma descrição sobre o “investimento em liquidez” e explico como ele pode suplementar os efeitos de “tamanho” e “valor” que foram considerados pelos pesquisadores como determinantes fundamentais do retorno de ações individuais.
COMENTÁRIOS FINAIS Sinto-me ao mesmo tempo honrado e lisonjeado pela extraordinária acolhida que Investindo em Ações no Longo Prazo recebeu. Desde a publicação da primeira edição, há aproximadamente 20 anos, ministrei centenas de palestras sobre os mercados e a economia ao redor do mundo. Ouvi com muita atenção as perguntas levantadas pelo público e levei em conta as várias cartas, telefonemas e e-mails recebidos dos leitores. Não há dúvida de que houve alguns acontecimentos extraordinários nos mercados de capitais nos últimos anos. Mesmo aqueles que ainda acreditavam na superioridade de longo prazo das ações foram testados severamente durante a crise financeira. Em 1937, John Maynard Keynes afirmou em The General Theory of Employment , Interest and Money , “Investir com base em uma expectativa de longo prazo genuína é tão difícil hoje que chega a ser praticamente inviável”. E não é nem um pouco mais fácil 75 anos depois. Contudo, aqueles que persistiram nas ações sempre foram recompensados. Ninguém lucrou no longo prazo apostando contra as ações ou o futuro crescimento de nossa economia. A expectativa é de que esta última edição fortaleça aqueles que inevitavelmente hesitarão quando o pessimismo uma vez mais dominar economistas e investidores. A história demonstra convincentemente que as ações foram e continuarão a ser o melhor investimento para todos aqueles que estão em busca de ganhos de longo prazo. Jeremy J. Siegel
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Sumário Capa Nota Folha de Rosto Créditos Agradecimentos Apresentação Prefácio Enfrentando a crise financeira Outros conteúdos novos na quinta edição Comentários finais Parte I – Retorno das ações: passado, presente e futuro Capítulo 1 – Um argumento a favor das ações: Fatos históricos e jornalismo de ficção “Todo mundo deveria ser rico” Retornos dos ativos desde 1802 Perspectiva histórica das ações como investimento A influência da obra de Smith Teoria de investimento em ações ordinárias O pico de mercado O “patamar permanentemente alto” de Fisher Uma mudança radical no entusiasmo A visão pós-quebra sobre os retornos acionários O grande mercado altista de 1982-2000 Advertências sobre a supervalorização O último estágio do grande mercado altista, 1997-2000 O topo do mercado A explosão da bolha de tecnologia Rumores da crise financeira Princípio do fim do Lehman Brothers Capítulo 2 – A grande crise financeira de 2008: Origem, impacto e legado A semana que abalou os mercados mundiais A grande depressão poderia ocorrer novamente? A causa da crise financeira A Grande Moderação Hipotecas subprime O erro de classificação decisivo A bolha imobiliária Falha regulatória Superalavancagem das instituições financeiras em ativos de risco O papel do Federal Reserve na mitigação da crise O credor de última instância entra em ação O Lehman Brothers deveria ter sido salvo? Reflexões sobre a crise Capítulo 3 – Mercados, economia e política governamental na esteira da crise Evitando a deflação Reação dos mercados financeiros à crise financeira Ações Imóveis Mercados de dívidas do Tesouro O mercado da Libor Mercados de commodities Mercados de moedas estrangeiras Impacto da crise financeira sobre os retornos e as correlações dos ativos Correlações menores Efeito legislativo da crise financeira Comentários finais Capítulo 4 – A crise dos benefícios sociais: A onda de envelhecimento inundará o mercado acionário? As realidades que enfrentamos A onda de envelhecimento Expectativa de vida crescente Idade de aposentadoria decrescente A necessidade de aumentar a idade de aposentadoria Demografia mundial e onda de envelhecimento 12
Pergunta fundamental As economias emergentes podem preencher a lacuna O crescimento da produtividade consegue acompanhar o ritmo? Conclusão Parte II – O veredito da história Capítulo 5 – Retornos de ações e títulos desde 1802 Dados do mercado financeiro de 1802 ao presente Retorno total dos ativos O desempenho de longo prazo dos títulos de renda fixa Ouro, dólar e inflação Retornos reais totais Retornos reais sobre ativos de renda fixa A queda contínua dos retornos de renda fixa O prêmio das ações Retornos mundiais sobre ações e dívidas Conclusão: ações para longo prazo Apêndice 1: ações de 1802 a 1870 Capítulo 6 – Risco, retorno e alocação de carteiras: Por que, em longo prazo, as ações são menos arriscadas do que os títulos Avaliando risco e retorno Risco e horizonte de investimento Medida padrão de risco Correlação variada entre os retornos das ações e dos títulos Fronteiras eficientes Conclusão Capítulo 7 – Índices de ações: Proxies de mercado Médias do mercado As médias Dow Jones Cálculo do índice Dow Tendências de longo prazo no índice industrial Dow Jones Cuidado com a utilização de linhas de tendência para prever retornos futuros Índices ponderados pelo valor Índice Standard & Poor’s Índice Nasdaq Outros índices de ações: o Centro de Pesquisa de Preços de Títulos Tendenciosidade dos retornos nos índices de ações Apêndice: o que ocorreu com as 12 empresas Dow originais? Capítulo 8 – O índice S&P 500: Mais de meio século de história corporativa americana Rotatividade setorial no índice S&P 500 Empresa de mais alto desempenho Como as notícias ruins para uma empresa tornam-se boas notícias para os investidores Firmas sobreviventes de melhor desempenho Outras empresas que se tornaram de ouro Desempenho superior das empresas originais do S&P 500 Conclusão Capítulo 9 – O impacto dos impostos sobre os retornos das ações e dos títulos: As ações levam vantagem Impostos históricos sobre renda e ganhos de capital Taxas de retorno antes e após os impostos As vantagens de adiar os impostos sobre ganhos de capital Inflação e imposto sobre ganhos de capital Fatores tributários cada vez mais favoráveis às ações Ações ou títulos em contas com impostos diferidos? Conclusão Apêndice: história do código tributário Capítulo 10 – Fontes de valor para os acionistas: Lucros e dividendos Fluxos de caixa descontados Fontes de valor para os acionistas Dados históricos de dividendos e crescimento dos lucros O modelo de crescimento de dividendos de Gordon para avaliação de ações Dividendos descontados, não lucros Conceitos de lucro Métodos de divulgação de lucro Lucro operacional e lucros NIPA O relatório de lucro trimestral Conclusão Capítulo 11 – Parâmetros para avaliar o mercado de ações Retornos que anunciam maus presságios 13
Parâmetros históricos para avaliar o mercado Índice de preço/lucro e ganhos de rendimento O viés de agregação Os ganhos de rendimento O índice CAPE Modelo do Fed, ganhos de rendimento e rendimentos dos títulos de longo prazo Lucros corporativos e PIB Valor contábil, valor de mercado e Q de Tobin Margens de lucro Fatores que podem elevar os futuros índices de avaliação Queda nos custos de transação Retornos reais mais baixos sobre ativos de renda fixa O prêmio de risco das ações Conclusão Capítulo 12 – Superando o desempenho do mercado: A importância do tamanho, do rendimento de dividendos e dos índices de preço/lucro Ações que superam o desempenho do mercado O que determina o retorno das ações? Ações de baixa e alta capitalização Tendências dos retornos das ações de baixa capitalização Avaliação: as ações de “valor” oferecem retornos mais altos do que as ações de “crescimento” Rendimento de dividendos Outras estratégias de rendimento de dividendos Índices de preço/lucro Índices de preço/valor contábil Associando critérios de tamanho e avaliação Oferta pública inicial: os retornos decepcionantes das novas empresas de crescimento de baixa capitalização A natureza das ações de crescimento e valor Explicações sobre os efeitos de tamanho e avaliação A hipótese de mercado ruidoso Investindo em liquidez Conclusão Capítulo 13 – Investimento global Investimento externo e crescimento econômico Diversificação em mercados mundiais Retornos de ações internacionais A bolha do mercado japonês Riscos das ações Você deve se proteger contra o risco da taxa de câmbio? Diversificação: setor ou país? Alocação setorial ao redor do mundo Capital privado e público Conclusão Parte III – Como o ambiente econômico afeta as ações Capítulo 14 – Ouro, política monetária e inflação Dinheiro e preços O padrão-ouro O estabelecimento do Federal Reserve A queda do padrão-ouro Política monetária pós-desvalorização Política monetária pós-ouro O Federal Reserve e a criação de dinheiro Como as medidas do Fed afetam as taxas de juros Preço das ações e política do banco central As ações como proteção contra a inflação Por que as ações não funcionam como proteção de curto prazo contra a inflação Taxas de juros mais altas Inflação não neutra: efeitos da oferta Impostos sobre lucros corporativos Vieses inflacionários nos custos de juros Impostos sobre ganhos de capital Conclusão Capítulo 15 – Ações e o ciclo econômico Quem prevê o ciclo econômico? Retornos das ações em torno dos pontos de virada do ciclo econômico Ganhos por meio do timing do ciclo econômico Até que ponto é difícil prever o ciclo econômico? 14
Conclusão Capítulo 16 – Quando os eventos mundiais afetam os mercados financeiros O que move o mercado? Incerteza e mercado Democratas e republicanos Ações e guerra Os mercados durante as guerras mundiais Conflitos pós-1945 Conclusão Capítulo 17 – Ações, títulos e o fluxo de dados econômicos Dados econômicos e o mercado Princípios de reação ao mercado Conteúdo informacional dos dados divulgados Crescimento econômico e preço das ações O relatório de emprego O ciclo dos comunicados Relatórios sobre inflação Inflação básica Custos do emprego Impacto sobre os mercados financeiros Política do banco central Conclusão Parte IV – Oscilação das ações no curto prazo Capítulo 18 – Fundos negociados em bolsa, futuros de índices de ações e opções Fundos negociados em bolsa Futuros de índices de ações Fundamentos dos mercados de futuros Arbitragem de índice Prevendo a abertura de Nova York com a negociação da Globex Hora das bruxas dupla e tripla Margem e alavancagem Vantagens tributárias dos ETFs e futuros Para onde você deve direcionar seus investimentos indexados: ETFs, futuros ou fundos mútuos de índice? Opções de índice Comprando opções de índice Vendendo opções de índice A importância dos produtos indexados Capítulo 19 – Volatilidade do mercado Quebra do mercado acionário de outubro de 1987 As causas da quebra de outubro de 1987 Políticas de taxa de câmbio O mercado de futuros Suspensões no pregão Quebra-relâmpago: 6 de maio de 2010 A natureza da volatilidade do mercado Tendências históricas da volatilidade das ações O índice de volatilidade A distribuição de grandes mudanças diárias Os aspectos econômicos da volatilidade do mercado O significado da volatilidade do mercado Capítulo 20 – Análise técnica e investimento de acordo com as tendências A natureza da análise técnica Charles Dow, analista técnico A aleatoriedade dos preços das ações Simulação de preços acionários aleatórios Mercados tendenciais e reversões de preço Médias móveis Testando a estratégia da média móvel Dow Jones Teste retrospectivo da média móvel de 200 dias Evitando os grandes mercados baixistas Distribuição de ganhos e perdas Investimento momentum Conclusão Capítulo 21 – Anomalias de calendário Anomalias sazonais O efeito de janeiro Causas do efeito de janeiro 15
Enfraquecimento do efeito de janeiro nos últimos anos Retornos mensais das ações de alta capitalização O efeito de setembro Outros retornos sazonais Efeitos do dia da semana O que o investidor deve fazer? Capítulo 22 – Finanças comportamentais e psicologia do investimento A bolha de tecnologia, 1999 a 2001 Finanças comportamentais Modismos, dinâmicas sociais e bolhas acionárias Negociações excessivas, excesso de confiança e viés de representatividade Teoria da perspectiva, aversão à perda e decisão de manter negociações fracassadas Regras para evitar armadilhas comportamentais Aversão míope à perda, monitoramento de carteiras e prêmio de risco das ações Investimentos contrários e entusiasmo do investidor: estratégias para melhorar os retornos de carteira Ações desfavorecidas e estratégia Dow 10 Parte V – Construindo riqueza por meio de ações Capítulo 23 – Desempenho dos fundos, indexação e superação do mercado O desempenho dos fundos mútuos de ações Encontrando gestores de recursos financeiros competentes Persistência dos retornos superiores Motivos do subdesempenho do dinheiro gerenciado Ter pouco conhecimento é perigoso Tirando proveito de negociações informadas Como os custos afetam os retornos A crescente popularidade do investimento passivo As armadilhas da indexação ponderada por capitalização Indexação ponderada fundamentalmente versus ponderada por capital ização A história da indexação ponderada fundamentalmente Conclusão Capítulo 24 – Estruturando uma carteira para um crescimento de longo prazo Aspectos práticos do investimento Orientações para um investimento bem-sucedido Implementação de um plano e papel de um consultor de investimento Comentários finais Notas Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capitulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24 Grupo A
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PARTE I
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RETORNOS DAS AÇÕES Passado, presente e futuro
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Um argumento a favor das ações Fatos históricos e jornalismo de ficção A doutrina da “nova era” – de que as ações de “primeira linha” (ou “blue chips”) eram investimentos confiáveis independentemente de quão alto fosse o preço pago por elas – estava na base apenas como meio de justificar, sob o título de “investimento”, a capitulação quase universal da febre especulativa. — BENJAMIN GRAHAM E D AVID DODD, S ECURITY ANAYLYSIS 1 O investimento em ações tornou-se um hobby nacional e uma obsessão nacional. Atualizando Marx, é a religião do povo. — R OGER LOWENSTEIN, “A COMMON M ARKET: THE PUBLIC’S ZEAL TO INVEST” 2 Investindo em Ações no Longo Prazo, de Siegel? Agora só serve para segurar a porta — OPINIÃO DE UM INVESTIDOR CONVIDADO DO CNBC, MARÇO DE 2009 3
“TODO MUNDO DEVERIA SER RICO” No verão de 1929, um jornalista chamado Samuel Crowther entrevistou John J. Raskob, um alto executivo financeiro da General Motors, sobre como um indivíduo comum poderia criar riqueza investindo em ações. Em agosto desse mesmo ano, Crowther publicou as ideias de Raskob em um artigo no Ladies’ Home Journal com o audacioso título “Everybody Ought to Be Rich” (“Todo mundo deveria ser rico”). Na entrevista, Raskob alegou que os Estados Unidos estavam à beira de uma enorme expansão industrial. Ele afirmou que, investindo apenas US$ 15 por mês em ações ordinárias seguras, os investidores poderiam esperar um crescimento constante em sua riqueza de US$ 80.000 nos 20 anos seguintes. Um retorno dessa magnitude – 24% ao ano – era inédito, mas a perspectiva de acumular sem esforço uma grande fortuna parecia plausível na atmosfera do mercado altista da década de 1920. As ações incitavam os investidores, e milhões deles injetaram suas economias no mercado, procurando lucro rápido. Em 3 de setembro de 1929, poucos dias depois que o plano de Raskob veio a público, o índice industrial Dow Jones atingiu uma alta histórica de 381,17. Sete semanas depois, as ações despencaram. Os 34 meses subsequentes assistiram à queda mais devastadora no valor das ações da história americana. Em 8 de julho de 1932, quando o massacre já havia chegado ao fim, o Dow manteve-se em 41,22. O valor de mercado das maiores corporações mundiais havia caído, inacreditavelmente, 89%. As economias poupadas durante uma vida por milhões de investidores foram exterminadas e milhares daqueles que haviam tomado empréstimo para comprar ações foram à falência. Os Estados Unidos estavam atravessando a depressão econômica mais profunda de sua história. A recomendação de Raskob foi ridicularizada e condenada durante anos. Foi dito que ela representava a insanidade daqueles que acreditavam que o mercado poderia subir o sempre e a insensatez daqueles que ignoraram os enormes riscos das ações. O senador Arthur Robinson, de Indiana, culpou Raskob publicamente pela quebra das ações, exortando o povo a comprar ações nos picos de mercado. 4 Em 1992, 63 anos depois, a revista Forbes advertiu os investidores sobre a supervalorização das ações na edição intitulada “Popular Delusions and the Madness of Crowds”. Em uma revisão sobre a história dos ciclos do mercado, a Forbes qualificou Raskob como o “pior ofensor” dentre aqueles que viam o mercado acionário como um instrumento garantido de riqueza. 5 Segundo o senso comum, a recomendação temerária de Raskob simboliza a mania que de tempos em tempos invade Wall Street. Mas esse veredito é justo? A resposta é decididamente não. O investimento em ações ao longo do tempo é uma estratégia bem-sucedida, independentemente se o plano de investimento é iniciado em um mercado em alta. Se você calcular o valor da carteira de um investidor que seguiu o conselho de Raskob em 1929, colocando pacientemente US$ 15 por mês no mercado, constatará que, em menos de quatro anos, a soma que ele acumulou ultrapassou o valor acumulado por alguém que aplicou esse mesmo valor em letras do Tesouro. Em 1949, a carteira de ações desse investidor teria acumulado quase US$ 9.000, um retorno de 7,86%, mais do dobro do retorno anual em títulos. Após 30 anos, essa carteira teria aumentado para mais de US$ 60.000, e o retorno anual teria subido para 12,72%. Embora esses retornos não fossem tão altos quanto Raskob havia projetado, o retorno total da carteira de ações ao longo de 30 anos correspondia a mais de oito vezes a acumulação em títulos e 19