Uma Verdade Esquecida Estar vivo no nosso mundo, imperfeito e cheio de pecado, significa todos os dias nos depararmos com situações em que vamos ser ofendidos e maltratados; e quase nunca experimentar a sensação de um tratamento justo tal como merecemos. São muitas as vezes as quais nós somos agredidos pelas ofensas alheias. E você, já foi ofendido ou maltratado por outras pessoas? Se a resposta for ‘não’, então podem declarar o óbito, porque você não está mais entre nós! Aqui estão alguns exemplos destes maus-tratos, apesar de eu ter certeza que você consegue se lembrar de muitos outros para aumentar a lista: As duras críticas dos pais aos filhos, que são tratados com desmerecimento. A rebeldia, os insultos e desobediência dos filhos para com os pais, em lugar de responder com amor e afeto à sua dedicação. As críticas dos professores que nunca estão satisfeitos com o seu desempenho. A perseguição injusta do patrão aos seus empregados, que faz de tudo para você pedir conta. Os insultos que você recebe porque obedece às leis de trânsito e respeita os pedestres, mas os outros motoristas acham que você está só atrapalhando, então buzinam e gritam palavrões. A competição cruel para quem tem o próprio negócio, e trata os clientes com responsabilidade, mas sofre com os competidores que agem com má fé e ainda por cima tentam difamar o seu trabalho. E o que dizer de você, esposa fiel, ajudou o marido a fazer faculdade e sustentou a casa até ele conseguir arrumar um
Uma Verdade Esquecida Estar vivo no nosso mundo, imperfeito e cheio de pecado, significa todos os dias nos depararmos com situações em que vamos ser ofendidos e maltratados; e quase nunca experimentar a sensação de um tratamento justo tal como merecemos. São muitas as vezes as quais nós somos agredidos pelas ofensas alheias. E você, já foi ofendido ou maltratado por outras pessoas? Se a resposta for ‘não’, então podem declarar o óbito, porque você não está mais entre nós! Aqui estão alguns exemplos destes maus-tratos, apesar de eu ter certeza que você consegue se lembrar de muitos outros para aumentar a lista: As duras críticas dos pais aos filhos, que são tratados com desmerecimento. A rebeldia, os insultos e desobediência dos filhos para com os pais, em lugar de responder com amor e afeto à sua dedicação. As críticas dos professores que nunca estão satisfeitos com o seu desempenho. A perseguição injusta do patrão aos seus empregados, que faz de tudo para você pedir conta. Os insultos que você recebe porque obedece às leis de trânsito e respeita os pedestres, mas os outros motoristas acham que você está só atrapalhando, então buzinam e gritam palavrões. A competição cruel para quem tem o próprio negócio, e trata os clientes com responsabilidade, mas sofre com os competidores que agem com má fé e ainda por cima tentam difamar o seu trabalho. E o que dizer de você, esposa fiel, ajudou o marido a fazer faculdade e sustentou a casa até ele conseguir arrumar um
bom emprego. Agora, depois de três filhos, ele decide que vai sair de casa para ficar com outra pessoa. E pior ainda, você que trabalha servindo na igreja, há muito tempo em uma função, mas gostaria muito de trocar para outra, que é a sua vocação e paixão. Mas quando a vaga surge, o pastor decide que a melhor pessoa para ocupá-la é um parente dele. Esses são apenas alguns exemplos. Com certeza, existem outros milhares. E ninguém está salvo. Os ricos e os poderosos estão tão suscetíveis às ofensas quanto os pobres e os fracos. As ofensas, por sua vez, são de todo tipo. Algumas podem ser inofensivas e até mesmo ridículas. Outras, porém, são terríveis e acabam com a reputação das pessoas - podendo ameaçar a própria vida. Diante disso, permita-me agora oferecer uma verdade que procede do coração de Deus, a qual muita gente não conhece, ou prefere ignorar: se nós aprendermos a deixar as ofensas que sofremos nas mãos de Deus, estaremos lantando e colhendo bênçãos gloriosas! É gloriosas! É disso que este livro trata. Se você já sente a frustração porque não sabe como reagir à ofensa de outra pessoa, vai encontrar nestas páginas uma revelação poderosa: Deus sabe do seu sofrimento, vê tudo que você está passando e já fez os planos para que no fim tudo isso seja uma enorme bênção na sua vida. Mas, para que o bem que está separado por Deus aconteça, você precisa saber como reagir às ofensas de acordo com o desejo de Deus; aceitar e obedecer a tudo o que o Senhor determinar. Os resultados serão: maturidade, força e a oportunidade de ter participação estratégica na expansão do reino de Deus. Talvez as minhas palavras possam estar gerando dúvidas e questionamentos agora, mas, quando eu acabar de compartilhar esta verdade incrível que vem da Palavra de Deus, você vai compreender o porquê. Acredite, quando a ofensa surge no nosso caminho, é chegada a hora de gritar e pular de alegria. É a hora de fazer uma festa na nossa alma! Neste livro, você irá aprender mais sobre uma das principais lutas de Deus aqui na Terra, quando ele mostra toda a sua lealdade aos seus filhos e conquista grandes vitórias sobre as armadilhas imundas do inimigo. É comum ver que a forma normal de as pessoas reagirem às ofensas é
ficar com raiva e querer "dar o troco”. Afinal, nós vivemos em um mundo no qual as verdades de Deus são permanentemente distorcidas até ficarem irreconhecíveis. Mas, independentemente do que acontece no mundo, uma das leis espirituais mais importantes do Senhor é a justiça. Por isso é que todos nós trazemos na constituição do nosso ser um sentimento forte do que é certo e do que é errado. Portanto, quando alguém nos prejudica, o nosso sentimento é de que a justiça seja feita. Em geral, achamos que ela deve ser feita com as nossas próprias mãos. Mas isso está errado. Se me permite, gostaria de ilustrar esta questão com uma história da minha família. Faz alguns anos, o meu filho mais velho, Addison, estava passando por momentos difíceis na escola, sofrendo muitas injustiças. A forma como tudo aconteceu, bem como o modo como ele reagiu, mostram os princípios que podem mudar a sua vida; e que eu trago neste livro. Talvez não exista nada pior do que ver o seu filho ser ofendido e maltratado. Eu tenho quatro filhos e, a minha primeira reação é ir atrás de quem fez mal para eles e ajustar as contas. É sempre reagir com o pecado de “bater primeiro e perguntar depois”. Naturalmente, foi assim que me senti no caso de Addison, desde a primeira vez que ele chegou em casa chorando e contou o que estava acontecendo na escola. A minha esposa, Lisa, e eu ouvíamos todos os dias a mesma reclamação. Addison, então com nove anos, vinha da escola e contava a história de como o professor punha a culpa de tudo nas costas dele. Para nós, aquilo não fazia sentido, porque Addison sempre foi um bom aluno e a escola oferecia uma educação cristã de ótima qualidade. Então nos perguntávamos: “o que será que está acontecendo para nosso filho só reclamar?” Lisa e eu conversamos muito sobre esse assunto. Mas não conseguíamos achar a resposta. O nosso filho, apesar de ser um menino impaciente como qualquer outro, quase nunca dava trabalho. Mas, por algum motivo, o professor passou a colocar nele a culpa por tudo o que acontecia em sala. A turma toda podia estar fazendo bagunça, mas na hora de dar o castigo, sobrava sempre para ele. Quando alguém nos prejudica, o nosso sentimento é de que a justiça seja feita. Em geral, achamos que deve ser com as nossas próprias mãos. Mas isto está errado.
Até então, o que a Lisa e eu pudemos imaginar foi que era da natureza deles não se entender. Às vezes isso acontece. Então nós oramos pedindo que a situação melhorasse. Mas não melhorou. Foi, contudo, do desejo de Deus ouvir nossas orações. Mas demorou um pouco porque Addison precisava antes aprender a forma pela qual o Senhor quer que seus filhos reajam às ofensas. O momento da mudança para o menino começou no dia em que dois colegas de classe estavam conversando sem parar. O professor estava de costas para a turma, mas quando se virou para pedir silêncio, os meninos calaram a boca. Imediatamente, o professor começou a gritar com Addison. Assim como todo mundo, ele odeia injustiça, principalmente quando é a vítima. Naquele dia, ele voltou para casa muito mal. E não parava de chorar. Foi um momento muito pesado para um menino que estava apenas no terceiro ano. Lisa, como a boa mãe que é, o abraçou, tentando consolar. Eu me senti mal e não parava de pensar no que podia fazer; como podia ajudar o meu filho. Enquanto Lisa o consolava, senti no meu espírito uma inquietação - era o Espírito Santo que estava me movendo. Finalmente, eu me lembrei de uma lição que tinha aprendido muitos anos antes. Foi como uma luz se acendendo na minha cabeça. Eu sabia o que iria dizer para ele. – Addison, meu filho, posso te fazer uma pergunta? - Ele ainda estava chorando, abraçado à mãe. - Como você reagiu quando o professor gritou com você hoje? Ele se sentou ereto e eu vi os olhinhos dele pegarem fogo. – Eu disse que não tinha sido eu. Que foram os outros dois! – Respondeu com raiva. – Mas você sempre fala assim quando ele chama a sua atenção? Perguntei. – Sempre. Principalmente quando ele está errado, que é quase toda vez!
– Meu filho, mas o que você está fazendo não está certo. -Eu disse. Então peguei a Bíblia e li algumas passagens para ele. Eram as passagens quando Jesus era maltratado pelas outras pessoas. Contei também alguns exemplos meus, de quando era ofendido no meu ofício de pastor. – Addison, você tem uma escolha – disse eu finalmente. – Ou você continua se defendendo e resistindo à autoridade, ou então pode fazer como Deus deseja, que é, em minha opinião, pedir desculpas ao seu professor porque você desafia a autoridade e as decisões dele o tempo todo. Você decide. – Mas pai, e se o professor estiver sempre errado? – Mas do seu jeito está funcionando? – Não. – Então pronto! Você decide. Pode ser como diz a Bíblia e seguir o exemplo de Jesus, ou continuar fazendo do seu jeito. – Tá bom, eu vou tentar fazer do jeito que Deus deseja. -Respondeu finalmente o menino. – Tudo bem. Vamos orar. Então oramos. No dia seguinte, ele marcou de conversar com o professor na hora do recreio. Ao encontrá-lo, disse assim: – Professor, Deus corrigiu o meu caminho. Eu tenho sempre desafiado a sua autoridade. Mas isso está errado. Será que o senhor podia me perdoar? Eu uro que não vou mais fazer coisa errada. Como dá para imaginar, o professor ficou extremamente surpreso. Ao final da semana, adivinha quem recebeu o prêmio de Aluno da Semana? Addison. E, além disso, no fim do ano, o professor entregou o prêmio de Honra ao Mérito para o melhor aluno. Nem preciso falar quem recebeu: Addison. Com essa pequena história da minha família, então, eu gostaria de
perguntar: se reagir às ofensas na forma como Deus ordena funciona para um menino do terceiro ano, por que não funcionaria para mim ou para você? Assim, o que eu pretendo mostrar neste livro, com a ajuda do Espírito Santo, é a forma como você pode reagir às ofensas de modo que o resultado seja receber grandes bênçãos. No meu ministério, eu prego pelo menos uma vez por semana em igrejas e congressos por todo o mundo. Em todos os lugares, as pessoas me contam o que se passa em seus corações e, a grande maioria dos cristãos é oprimida por testes e problemas muito difíceis em suas vidas. No último ano, por exemplo, eu perguntei em todas as pregações: “Para quantos de vocês este ano está sendo o mais difícil das suas vidas?” Em geral, sete, oito, ou até mesmo nove em cada dez pessoas levantavam a mão! Na minha experiência, isso nunca tinha acontecido antes. É por isso que eu acredito que Deus está planejando alguma coisa espetacular. Certa vez, o abençoado Dr. Yongi Cho disse que eu tinha de morrer mil vezes para que Deus começasse a operar na minha vida. Com aquilo na cabeça, eu perguntei em oração ao Senhor: – Por que eu devo morrer mil vezes? O Senhor respondeu: – Porque é preciso ter força para lidar com todas as responsabilidades que vou colocar na sua vida. Quase sempre, os problemas difíceis e o sofrimento que passamos todos os dias vêm das ofensas e dos maus-tratos por parte de outras pessoas. É por isso que eu acredito que Deus tenha me dado esta mensagem para compartilhar com você neste livro. Houve uma vez em que eu estava pregando sobre esta mensagem na igreja. Um senhor que estava na igreja - um professor da escola dominical - foi impactado de forma tão poderosa que chegou a casa e ouviu a gravação da mensagem onze vezes seguidas. Depois ele me contou que transformou aquele conteúdo em um curso chamado “Primeiros Passos do Cristianismo”, porque
ele passou a acreditar que todo cristão deve, fundamentalmente, saber como reagir às ofensas de acordo com a vontade de Deus. Aqui estão alguns exemplos da promessa de Deus na nossa vida para quando reagirmos da forma certa às ofensas: – Deus nos defende e faz justiça. – Deus dobra as nossas bênçãos. – Nós nos tornamos mais fortes no espírito. Que tal descobrir como estas maravilhas podem acontecer na nossa vida? Vamos ver como elas serão boas para você, para o crescimento do reino de Deus e, mais importante, para a glória do Senhor!
Justiça Seja Feita (Pelas Mãos de Deus) Levou muito mais tempo do que o terceiro ano da escola do meu filho, para eu aprender que é melhor deixar o Senhor fazer justiça quando somos ofendidos ou maltratados. No início da minha carreira como ministro, eu era o pastor que tomava conta da juventude cristã em uma igreja grande, com cerca de oito mil membros. O meu supervisor era o pastor que cuidava da administração e que, por sua vez, estava sob supervisão do Pastor Dirigente. Eu adorava o meu trabalho. Deus tinha colocado no meu coração o fogo para incendiar os jovens com a verdade da Palavra. Por isso, as minhas pregações não eram brincadeira. Eu falava sobre a obediência a Deus, sobre as formas de levar uma vida abençoada, sobre a vida de sacrifícios do cristão, sobre a oração diante do trono. Toda terça-feira à noite, eu pregava com uma energia poderosa para os duzentos e cinquenta jovens, e eles absorviam tudo. No grupo, estava o filho do meu chefe, então com quinze anos. Deus estava tocando o coração daquele rapaz, e ele ardia no fogo de Cristo. Passados alguns meses, este rapaz procurou a minha esposa, Lisa, com lágrimas nos olhos. Entre soluços, ele desabafou: – Dona Lisa, como é que eu vou viver a vida em Cristo do jeito que o pastor John está pregando, se na minha casa o meu pai e a minha mãe estão fazendo coisas erradas? E em seguida explicou os detalhes das coisas erradas. Lisa ficou estarrecida, afinal era o meu chefe que o rapaz estava descrevendo. – Mas nada do que os seus pais estão fazendo pode interferir na sua vida com Cristo. - Lisa explicou. – A sua vida fica entre você e Jesus. O que o pastor John está pregando é para você viver diante de Deus. Agora, a vida dos seus pais não é da sua responsabilidade. Deixe que o Senhor lide com eles; ore por eles, e conserve o respeito. Lisa não disse mais nada além disso, mas foi um bom conselho. Eu não
tenho certeza se foi esse encontro entre o filho do meu chefe e Lisa que desencadeou os problemas que passei a ter, mas foi nessa época que a minha vida naquela igreja começou a ficar difícil. Frequentemente, as pessoas vinham me contar que o Pastor Administrador estava falando mal de mim para o Pastor Dirigente. Ao mesmo tempo, ele espalhava que o Pastor Dirigente estava dizendo coisas ruins sobre mim. Com isso, um abismo começou a se abrir entre o Pastor Dirigente e eu – estava claro que o interesse do meu chefe era me eliminar. Depois de alguns meses, após o culto com a juventude, quatro dos meninos vieram me procurar - dois estavam até chorando. – Pastor John - disse um deles entre as lágrimas - não acredito que o senhor vai ser mandado embora! – Como? - Perguntei. - Quem te disse isso? Fui perguntando até eles me confessarem que a notícia tinha sido ouvida pelo filho do meu chefe. Naquele instante, fui até o rapaz perguntar. – Onde você ouviu que eu vou ser mandado embora? - Perguntei ao ovem. – Foi o meu pai que falou. Aquela foi a gota d agua! Marquei uma reunião com o meu chefe. Assim que nos encontramos, fui logo perguntando: – Tem uma coisa muito importante que eu queria saber. Alguns dos ovens me disseram que eu vou ser demitido, e eu descobri que ouviram a história do seu filho. Ele, por sua vez, disse que foi você quem falou. O que está acontecendo? O homem se contorceu na cadeira. – Olha, John, eu lamento muito. Na verdade, eu só estava repetindo para a minha esposa o que ouvi do Pastor Dirigente, e deve ter sido nessa hora que meu filho também escutou. Eu peço desculpas. Pode deixar que vou falar
com o menino para não abrir mais a boca sobre esse assunto. E foi só essa a explicação que ele deu. – Obrigado, então. - Eu disse ainda indignado, e saí. Fiquei realmente confuso com aquela história. Eu não sabia mesmo qual seria o meu futuro. E aquela incerteza ficou pesando nas minhas costas por mais dois meses. Até que um dia, outras pessoas que trabalhavam na igreja vieram me contar que realmente havia sido tomada a decisão de me mandar embora. No domingo seguinte, no culto da manhã, o Pastor Dirigente disse aos milhares de fiéis que estavam na igreja que “iriam acontecer mudanças drásticas no ministério, a começar pelos ensinamentos aos jovens”. Disse também que era para os pais dos meninos irem à reunião de terça-feira. Eu estava sentado bem atrás dele, e logo conclui, eu sei qual vai ser a mudança drástica; vão me mandar embora amanhã de manhã’. Aquele fim de semana foi terrível. À época eu e minha esposa tínhamos um filho, e ela estava grávida do segundo. Ela ficou preocupada: – Como é que nós vamos fazer, John? A gente não tem que começar a fazer outros planos? Mas eu estava convicto: – Minha querida, foi Deus que nos enviou para cá. Eu não fiz nada errado, e por isso vou deixar tudo nas mãos de Deus. Na manhã seguinte, o Pastor Dirigente me chamou à sua sala. Aquela seria a minha primeira reunião com ele em quatro meses! O meu chefe e outro pastor da chefia também estariam presentes. Mas, quando lá cheguei, nenhum dos outros dois estava. – Sabe, John, Deus mandou você para esta igreja, e você daqui não vai sair até que cumpra tudo para o que Deus enviou você. - Disse-me o Pastor Dirigente.
E completou: – Por que será que o administrador quer tanto mandar você embora? – Eu não sei. - Respondi. - Não faço a mínima ideia. – Então, o que você precisa fazer é descobrir o que está acontecendo entre vocês dois e resolver este problema. Você dá conta? Eu não estou gostando nada dessa briga. – Claro, senhor, pode deixar que vou tentar. Mas eu queria reforçar que não sei o que está acontecendo. Nós ainda conversamos por alguns minutos. Ao sair, o Pastor Dirigente me disse que eu poderia procurá-lo sempre que eu precisasse. Um mês se passou e eu encontrei alguns documentos que revelavam irregularidades no trabalho do Pastor Administrador. Fiquei sabendo também que ele queria mandar embora o Ministro de Música, e ainda outro pastor. Então pensei: Ótimo. Vou mostrar estes documentos para o Pastor Dirigente. Agora ele vai saber quem é o administrador de verdade. Além disso, ainda vou fazer um favor para a igreja, e proteger o ministério. A minha conclusão foi que o meu chefe estava manipulando o Pastor Dirigente, que não conseguia enxergar o que realmente estava acontecendo. Mas eu podia consertar tudo rapidamente. Um sentimento de nobreza tomou conta de mim, pois eu iria desmascarar o homem que estava perseguindo a mim e a outros na igreja. Assim, eu me programei para me encontrar com o Pastor Dirigente e, pela manhã, antes de procurar por ele, fui orar. Foi pelo menos uma hora de luta até eu conseguir focar a oração naquele encontro com o Pastor Dirigente. Eu perguntava ao Senhor: – Como devo contar essas coisas para ele? Será que eu devo só entregar os documentos, ou explicar a história toda? Mas não obtive resposta. A luta na oração continuou. E nada acontecia. Por fim, eu parei, olhei para cima e clamei:
– Ó, Pai, o Senhor não quer que eu mostre isso para ele, quer? Foi quando uma sensação maravilhosa tomou conta de mim! A paz de Deus se espalhou dentro de mim como uma onda gigante. Ficou mais do que óbvio o que o Senhor queria que eu fizesse. Imediatamente eu peguei o papel e piquei em pedacinhos. Ou eu sou o cara mais louco do mundo, ou estou sendo o servo mais obediente do Senhor Deus, pensei comigo. Afinal, depois de tudo que eu passei, rasgar aquelas provas era coisa de maluco! Passou outro mês. E nada aconteceu. Eu seguia trabalhando, mas o clima ainda estava muito pesado. Até que um dia, eu estava orando do lado de fora da igreja, no estaciona mento. Eu sempre gostei de orar do lado de fora. Em geral eu gosto de chegar de manhã à igreja pelo menos uma hora antes de trabalhar, para poder passar um tempo a sós com o Senhor. Passados alguns minutos, o meu chefe, o Pastor Administrador, chegou para trabalhar. Ali mesmo, o Senhor falou comigo: Vá até ele e peça desculpas; eça o perdão dele. Para sei sincero, eu fiquei confuso e indignado. Respondi ao Senhor: – Como assim? Eu que devo pedir desculpas? Mas eu não fiz nada errado. Ó, Senhor, ele é quem está tentando me eliminar. Eu até já joguei fora os documentos! Como assim, eu tenho de pedir perdão? Fiquei paralisado. Cogitei se tinha ouvido o Senhor de modo correto. Então mudei rapidamente o assunto da oração - iria orar pelas missões. Na mesma hora, a minha oração ficou mais seca que o deserto. Era como se Deus tivesse ido embora. Eu sabia que Ele ainda estava lá, pois Ele prometeu que nunca iria nos abandonar. Mas eu não deixava que Sua presença fosse sentida. Como estava sendo cabeça-dura, continuei orando pelas missões. Foram uns bons vinte minutos de luta, até eu finalmente perguntar: – Tudo bem, Senhor Deus. Como devo proceder? O Espírito de Deus voltou para mim e falou: – Quero que peça desculpas.
Sabia que não tinha saída. – Eu não vou conseguir enganá-lo nunca, não é, Senhor meu Deus? É essa a minha tarefa. Voltei para o caminho certo e orei pedindo o conhecimento para conversar com o meu chefe, porque ainda pensava que não devia pedir desculpas. O Senhor me mostrou mais claramente a situação e o que eu deveria dizer. Fui até a sala do meu chefe. Sentei-me à mesa dele e disse: – Eu estava orando lá fora quando você chegou. O Espírito de Deus falou comigo e me disse que eu tinha de vir até aqui para pedir desculpas, porque eu tenho julgado você muito mal. () Senhor me mostrou como tudo isso está errado. Será que você poderia me perdoar? O rosto dele mostrava surpresa. Ele então respondeu: – Claro que sim. Eu te perdoo. Conversamos ainda por alguns minutos, e pronto. Honestamente, eu ainda estava confuso. Mas pelo menos tinha o sentimento de que obedecia ao Senhor. Passaram-se mais seis meses, durante os quais os ataques do Pastor Administrador diminuíram. Houve um fim de semana que eu tinha de viajar. Foi então que tudo desmoronou na vida dele. Tudo o que ele estava fazendo de errado foi descoberto -coisas muito piores do que eu sabia. Ele estava até cometendo crimes, e poderia até ser preso. Contudo, o Pastor Dirigente foi misericordioso com ele e não acionou as autoridades. Todas as provas foram arquivadas no escritório do advogado da igreja, e ele foi mandado embora imediatamente. Foi ele mesmo quem caiu na cova que estava cavando para mim. E não foi só isso, a justiça foi feita para mim na frente de todos os pastores e membros da igreja, que assim puderam conhecer o homem que estava contra mim. O tempo se passou e fui trabalhar em outro ministério, mas continuei recebendo muitos convites para voltar e pregar naquela igreja. A conclusão desta
história é que, apesar de ter conhecimento sobre o que as Escrituras dizem sobre a forma de responder às ofensas, foi só após essa experiência que entendi verdadeiramente o significado. Eu entendi! Desde então a minha vida nunca mais foi a mesma, e tenho um desejo enorme de compartilhar esta verdade abençoada com vocês, meus queridos leitores!
Nunca faça justiça com as próprias mãos Na carta aos romanos, encontramos o exemplo mais pungente de como reagir às ofensas. Paulo conhecia tudo desse assunto, pois ele viveu ambas as situações. Antes do momento espetacular de sua conversão, no encontro com Jesus na estrada de Damasco, Saulo era perseguidor ferrenho dos seguidores do Senhor. Ele foi a personificação das ofensas e dos maus-tratos contra os cristãos! Saulo tinha tanto ódio pelos cristãos, que a Bíblia diz: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (Atos 8.3) Saulo estava incentivando os assassinos que apedrejaram Estevão, tornado mártir. E mesmo na viagem em que Deus envolveu Saulo na luz que o ogou ao chão, a Bíblia diz que ele respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor (Atos 9.1). Não demorou muito para Saulo encontrar Jesus e sentir na própria pele o significado de ser ofendido. Quando fez a sua primeira grande pregação e deu o testemunho poderoso de que Jesus era o Messias, os judeus elaboraram um plano para assassiná-lo. A única forma que ele tinha para sair de Damasco vivo era escondido. Paulo registrou os tipos de ofensas e maus-tratos que recebeu por ser um apóstolo da Palavra: Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; cm naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em erigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, cm vigílias, muitas vezes; em frio e nudez. Além das cousas exteriores, há o que esa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. (2 Coríntios 11.24-28)
Puxa vida! Paulo poderia ter escrito o manual das ofensas e dos maustratos! Até que, de certa forma, ele acabou escrevendo. Aqui está o que um cristão exemplar, inspirado pelo Espírito Santo, registrou sobre este assunto: Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o hem erante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados. Mas daí lugar à ira de Deus; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; Eu é que retribuirei, diz o Senhor. (Romanos 12.17-19, grifo nosso) Deu para entender? Depois de todas as ofensas que sofreu no serviço ao Senhor Jesus Cristo e à igreja, Paulo declarou: Não torneis ninguém mal por mal. Se nós estivéssemos juntos no culto lendo este versículo, eu pediria a todos que gritassem “Amém!" bem alto. 11
Como esta mensagem é crucial para o entendimento do que a Palavra de Deus está dizendo, eu peço agora muita atenção. Uma vez que, para entender corretamente a forma de lidar com as ofensas, é fundamental entender esta ideia Paulo nos ensina que a nossa reação diante de outra pessoa que nos machuca não deve ser tentar fazer justiça com as próprias mãos ou nos vingar. Na verdade, sempre quando depender de nós, devemos buscar a paz no relacionamento com as outras pessoas. Lembrem-se do velho ditado, “A ofensa fica com quem ofende". A ideia aqui é não carregarmos a ofensa nas nossas costas, e para isso não nos cabe reclamar nem brigar até que todo o mal que nos foi feito seja vingado. Todo mundo conhece aquela pessoa que não deixa nada barato. Basta alguma coisa não ser do jeito que ela quer que ela reclama. E a raiva a que acompanha é tão ácida que é capaz arrancar pintura de carro. Porém, esta não é a reação que devemos ter quando obedecemos à ordem: Não torneis a ninguém mal por mal. Ademais, Paulo nos diz para não resolvermos as coisas por nós mesmos. Não vos vingueis a vós mesmos, amados (...) porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Deus não "fica de conversinha". Quando Ele fala é importante! Tudo o
que Ele diz, o faz com autoridade. Essa verdade é a chave para aprendermos a ser superiores a quaisquer maus-tratos, desde a pequena desavença, até a maior das traições. Na fé, nós entendemos e aceitamos a ideia de que o nosso Pai do céu promete reparar os danos para nós, se nos entregarmos a Ele. No fim das contas, Ele é o responsável por lazer justiça - e não nós. Cabe reiterar que essas palavras das Escrituras não são sugestão nem conselho: elas são uma ordem! Quando Deus fala, não é como algumas pessoas que dizem as coisas da boca para fora. Deus não “fica de conversinha”. Quando Ele fala, é importante! Tudo o que Ele diz, o faz com autoridade. Repetidas vezes na Bíblia encontramos passagens de Deus dizendo que nós não somos responsáveis por “acertar as contas” quando somos ofendidos. Aqui está uma pequena lista com exemplos das palavras de Deus: – Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo SENHOR, e Ele te livrará. (Provérbios 20.22) – A mim me pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo, quando resvalar o seu pé; porque o dia da sua calamidade está próximo, e o seu destino se apressa em chegar. (Deuteronômio .12.35) – Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo sua obra. (Provérbios 24.29) – Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará seu povo. (Hebreus 10.30) Dá para perceber? Na carne, fazemos exatamente o contrário: mal podemos esperar para acertar as contas. Mas isso é errado. A ordem de Deus é para deixar a justiça nas mãos dEle. Não é certo que o povo de Deus assuma para si a vingança. () caminho abençoado é deixar que Deus faça justiça por seu povo.
Deus fará justiça por seu povo Esta é uma verdade poderosa; e também um exemplo de como os cristãos podem criar mais problemas quando tentam fazer o trabalho de Deus. Na Bíblia existem muitas alegorias, exemplos e preceitos - mas nem todos são verdades fundamentais. Nós, contudo, costumamos passar muito tempo discutindo as alegorias, os exemplos e os preceitos, mas quase nunca chegamos à verdade fundamental que está por trás desses. Quando eu era jovem, fui abençoado com uma verdade que, graças ao Senhor, nunca esqueci: Sempre que tentamos fazer uma coisa que Deus nos prometeu que Ele iria fazer, é um insulto ao nosso Pai. O mesmo pode ser visto na nossa própria casa. Imagine que você chega para seu filho e diz: – Vou te dar um presente de Natal muito legal! Mas o seu filho todo dia repete: – Olha só, pai, você me prometeu um presente, mas eu sei que você não vai me dar! Isso é o mesmo que chamar o pai de mentiroso! Não só é um insulto, como também gera indignação. Então, como é que Deus irá se sentir se nós fizermos a mesma coisa com Ele? Se Ele prometeu que fazer justiça é tarefa dEle, cabe a nós acatar, pois Ele irá vingar o seu povo e corrigir todas as ofensas que nós sofremos. Quando agimos por conta própria, será que acreditamos de verdade nessa promessa de Deus? É por isso que Jesus ficava tão aborrecido quando as pessoas não acreditavam em suas palavras; no que Ele dizia e no que Ele ia fazer. Por exemplo, quando Ele estava com os discípulos no lago da Galileia e eles iriam atravessar de barco para o outro lado.
O Senhor Jesus não falou, “ Puxa vida! Tomara que a gente consiga chegar do outro lado”. Chegou a hora de partir e todos subiram ao barco. Jesus foi dormir. Ele não ficou acordado preocupado se o barco iria bater em uma pedra, afundar, ou se seria atacado por piratas, e todos levados como reféns! Jesus falou com autoridade porque Ele sempre obedeceu ao Pai e às suas ordens, neste caso: levar os discípulos para o outro lado. Assim, quando veio a tempestade e os discípulos ficaram atormentados de medo, a primeira coisa que Jesus fez foi mandar a tempestade parar, então Ele se voltou para os discípulos e os repreendeu por sua falta de fé. “Eu não falei que nós iríamos chegar à metade do lago e afundar. Eu falei que nós iríamos chegar do outro lado!”. A palavra de Deus é sempre verdadeira! E quando Ele promete, acontece. Deus não tem falha de caráter. Ele não mente. Ele não se esquece das coisas, nem fica sujeito à variação de humor. A palavra do Senhor é mais sólida que a rocha. Na Palavra está escrito: Porque eu, o SENHOR, não mudo (Malaquias 3.6). O apóstolo Tiago escreveu toda boa dádiva e todo dom erfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança (Tiago 1.17). Logo, é nosso dever confiar no que Ele disse e obedecer. Ponto final. Paulo disse que, ao invés de tentarmos nos vingar, devemos dar lugar à ira de Deus. Em outras palavras, tentar reparar uma injustiça com as próprias mãos pode ser mais injusto ainda. Isso significa que nossa reação errada à ofensa, pode atrapalhar o trabalho de Deus em fazer justiça por nós. A palavra de Deus é sempre verdadeira! E, quando Ele promete, acontece. Mais adiante, vou falar mais sobre este assunto. Por enquanto, cabe insistir que a vingança não é nossa, é dEle. E, meus amigos, essa é uma ótima notícia. Imaginem só: o Senhor Todo Poderoso toma conta de tudo o que acontece conosco e promete: é minha responsabilidade. Aleluia!
A Forma Correta de Reagir Nos capítulos anteriores, nós vimos que Deus quer que O deixemos ser o responsável por lidar com as ofensas que sofremos. Mas, como exatamente devemos reagir? Se a forma errada é fazer justiça com as próprias mãos, qual é a forma correta?
O exemplo de Jesus Se existiu alguém que sabia como lidar com as ofensas, esse alguém foi o Senhor Jesus Cristo. Basta examinarmos com cuidado a forma como Jesus reagia às situações difíceis para entendermos de verdade o que devemos fazer. Com efeito, Jesus sofreu muitos maus-tratos durante o seu ministério. Às vezes, a enormidade de coisas boas que Ele operou -curar cegueira e paralisia; expulsar demônios; ressuscitar os mortos; alimentar milhares de pessoas com um pedaço de pão e outro de peixe; andar sobre as águas, acalmar tempestades; transformar água em vinho - nos fazem esquecer as ofensas que Ele recebeu. Parece até que a vida dEle não tinha problemas. Mas não podemos esquecer que a vida de Jesus na Terra não era muito diferente da nossa - havia muitos dias bons, mas também outros tantos de lutas e hostilidade. Seguramente, os dias de maus-tratos aumentaram muito a partir da tentação no deserto, quando Jesus foi insultado e ridicularizado pelo Diabo. Em seguida, quando começou seu ministério, as ofensas das pessoas se multiplicaram. Os líderes religiosos seguiam todos os passos de Jesus e o perseguiam com severidade. Os discípulos, apesar de fazerem tudo o que podiam, frequentemente duvidavam e desconfiavam de seu mestre. Muitos deles o abandonaram (ver João 6.66). Até mesmo seus irmãos e irmãs não acreditavam nEle, alegando que era louco, e tentaram fazê-lo desistir do ministério e parar de envergonhar a família (ver Marcos 3.21). Próximo ao fim, veio a pior época. Pouco tempo antes de sua morte, Jesus deu uma demonstração poderosa de como devemos reagir às ofensas. Os discípulos, um a um, viraram as costas para o Senhor, a começar por Judas, que trocou o Filho de Deus por algumas moedas. Os outros não conseguiram sequer ficar acordados quando Jesus foi orar, e depois todos fugiram (ver Marcos 14.50). Por fim, Pedro, um dos mais próximos a Ele, praguejou e negou conhecê-Lo. Mas, a pior ofensa de todas ainda estava por vir. Depois de tudo isso, Jesus teve de passar pelo falso julgamento no tribunal. Os sacerdotes se reuniram com os anciãos e os escribas e decidiram prender Jesus e entregá-lo a Pilatos. Pilatos perguntou:
– És tu o rei dos judeus? E Jesus respondeu: – Tu o dizes. E os sacerdotes O acusaram de muitas coisas, mas Ele nada respondeu. Então Pilatos perguntou novamente: Nada Respondes? Vê quantas acusações te fazem! Mas ainda assim Jesus não disse nada, e Pilatos se admirou (ver Marcos 15.1-5). Jesus deixou para nós um modelo precioso, mesmo no fim de suas tribulações, de como reagir quando tomos ofendidos e maltratados. Esta passagem nos mostra bem como Jesus reagiu. Ele só forneceu o nome e disse quem era. E nada mais respondeu. Isso é maravilhoso! Se alguém na história deste mundo tinha motivos para se defender e argumentar contra acusações falsas c mentiras, esse alguém foi Jesus. Afinal, aquele era o tribunal supremo do país, as testemunhas e os sacerdotes estavam inventando mentiras sobre o Senhor. Além do mais, os sacerdotes não eram apenas os líderes religiosos, mas da política também. E, sob o comando de Roma, conservaram-se como o governo local. Assim, quando os sacerdotes estavam no tribunal, eram as pessoas de maior influência em toda a nação. E tudo do que diziam sobre Jesus não continha uma gota de verdade. Ainda assim, Jesus não disse uma palavra. Ele não se defendeu. Por que será que Ele preferiu ficar calado em lugar de se defender? A resposta é simples: porque Ele havia comprometido a si e a sua causa, em completa obediência, ao Pai, o único que julga com justiça. Se alguém na história deste mundo tinha motivos para se defender e argumentar contra acusações falsas e mentiras, esse alguém foi Jesus. Quanto a Pilatos, ele sabia que estava comandando um circo de injustiças, tanto que no final gritou: - Nada Respondes? Vês quantas acusações te fazem!
Não havia a menor dúvida em Pilatos de que haviam feito uma armadilha para Jesus, alimentada pela inveja dos difama dores. Pilatos nunca tinha visto uma coisa dessas antes. Sempre quando as pessoas eram julgadas em seu tribunal, tentavam se defender com todos os meios. Afinal, a punição, a prisão e £ execução dos romanos não soavam em nada agradável. Os registros históricos mostram que Pilatos já conhecia Jesus antes daquele julgamento. Pilatos, assim como Herodes ficou intrigado com Jesus. Existem indícios de que Pilatos chegou a conversar com Jesus. A esposa do governante romano relatou ter tido um sonho com Jesus e disse ao seu marido: Não te envolvas com este justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito (Mateus 27.19). Na crucificação, foi Pilatos quem escreveu a epígrafe colocada no cimo da cruz, na qual se lia JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. Os sacerdotes reclamaram muito com Pilatos, dizendo que aquilo não era verdade, mas apenas a alegação de Jesus. Mas Pilatos manteve a epígrafe e disse: O que escrevi, escrevi (João 19.22). No tribunal então estava Pilatos, olhando para Jesus e ouvindo as mentiras dos sanguinários que queriam a morte do inocente. Mesmo assim, Jesus não disse uma palavra, pois entregou seu problema nas mãos do Pai, que iria ulgar com justiça. Esse é o exemplo que Jesus nos deixou. Por isso, não é surpresa que o apóstolo Paulo tenha também dado ênfase a essa ideia. Aliás, tanto Jesus quanto Paulo eram exímios estudiosos das Escrituras Judaicas, e citaram literalmente o que Salomão havia escrito centenas de anos antes: Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o SENHOR te retribuirá. (Provérbios 25.21-22) A lição que fica para nós é que quando quisermos ajustar as i nulas porque uma pessoa nos fez algum mal, nós devemos ir até da não para agredir, mas para ajudar no que for possível. A um primeiro olhar, isso parece muito estranho, e os atos de gentileza desse tipo quase sempre necessitam de um pouco
de i natividade. Mas, obedecer ao plano de Deus implica em abençoar todo aquele que nos amaldiçoa. Logo, se uma pessoa nos ofendeu - seja com uma falta de educação pontual, ou a traição de uma vida - a nossa forma de reagir deve ser a mesma: – Se a pessoa tiver sede, dar o que beber. – Se tiver fome, dar o que comer. – Se estiver endividada, ajudar financeiramente. – Se estiver só, oferecer companhia. – Se cometer adultério, continuar investindo no relacionamento. – Se fizer grosserias, sorrir e agir com gentileza. – Se trapacear nos negócios, assumir o prejuízo. E, se mostrar esse tipo de gentileza com a pessoa que buscou nos jogar na lama soar desconfortável, nunca podemos nos esquecer do exemplo de Jesus. Nos ensinamentos aos discípulos que se aplicam a nós, cristãos dos dias de hoje - Jesus explicou por que não devemos revidar quando somos agredidos. Vamos pensar da seguinte maneira: quando tentamos de todos os modos provar a nossa inocência, acabamos ficando à mercê de quem acusa. Foi por esse motivo que Jesus disse: Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo. (Mateus 5.25-26) Em outras palavras, quem acusa irá fazer de tudo até que nós paguemos tudo o que ele acha que nós devemos. Portanto, no momento em que começamos a justificar e defender as nossas ações, damos o lugar de juiz a quem nos acusa. Isso porque defender-se da lógica de quem acusa, significa assumir que esta lógica prevalece. Então o acusador assume o controle. Por outro lado, se quem nos acusa não é o nosso juiz, por que devemos dar satisfação? A nossa
defesa fortalece quem nos acusa. Além do mais, quando tentamos fazer justiça por nós mesmos, renegamos o nosso direito espiritual à proteção.
Um exemplo pessoal Permitam-me dar um exemplo para ilustrar esta questão. Faz alguns anos, uma pessoa de muita influência nos círculos cristãos fez uma declaração falsa sobre mim em duas instituições de grande porte. Quando tentamos de todos os modos provar a nossa inocência, acabamos ficando à mercê de quem acusa. Não havia uma gota de verdade nas declarações, mas em poucos dias, os problemas causados custaram $10.000,00 ao nosso ministério. Quando tomei conhecimento da história, fiquei muitíssimo nervoso. Honestamente, eu queria pular pela janela. Felizmente, recebi a notícia quando estava entrando no avião para pregar na Suécia. Até nesse momento o Senhor foi bom para mim, porque de dentro do avião, não dava para pular pela janela. O que me restou foi me acalmar e orar. Na fraqueza da carne, eu lutava, tentando imaginar inúmeras maneiras de corrigir as coisas do meu jeito. Porém, no meio da viagem acabei pegando no sono. Uma lição eu aprendi ao longo dos anos: quando passamos por uma situação difícil em que fomos ofendidos ou maltratados, o melhor é não fazer nada, dormir e, no dia seguinte, pensar no que fazer. Se Deus não fala conosco enquanto estamos acordados, certamente irá falar quando estivermos dormindo. Na manhã seguinte, acordei quando o avião estava aterrissando em Estocolmo. De repente, um pensamento me veio à cabeça. ‘O que me fizeram foi roubo, então eu posso exigir, em nome de Jesus, que o ladrão pague sete vezes’ (ver Provérbios 6.31). Mas esse pensamento não me satisfez por completo. Eu ainda estava com raiva. Tive outro pensamento. ‘Em lugar de entender este episódio como uma perda de dinheiro, vou entender como um presente!’. E assim me senti muito melhor. Tão logo as minhas emoções se acalmaram. Eu até fiquei feliz, porque é muito mais divertido dar alguma coisa do que ser roubado! Além do mais, quando damos um presente, o Senhor nos promete cem vezes de volta (ver Marcos 10.29-30). Eu comecei a orar para o Senhor me abençoar neste
pensamento. Quando voltei para casa, falei sobre isso com a Lisa e com o meu pastor, o Sr. Haggard. Ambos gostaram da ideia. Para selar a bênção do Senhor, eu e Lisa oramos juntos: – Ó, Pai, este dinheiro que perdemos por causa da calúnia de uma pessoa, pedimos que se torne um presente em nome de Jesus; nós abençoamos este dinheiro em nome de Jesus. E assim tudo se resolveu. A minha raiva passou. Eu fiquei feliz e pude, assim, perdoar e seguir a vida porque consegui entregar o problema nas mãos poderosas do Pai. Passados dez dias, um casal de conhecidos bateu à nossa porta. Eles tinham vindo de longe e, como que por coincidência, estavam passando pela nossa rua. Assim que abri a porta, eles já me entregaram um envelope. Conversamos pouco, pois estavam com pressa. Logo foram embora. No envelope tinha um cartão e um cheque de doação para o nosso ministério no valor de $10.000,00. Fui correndo falar com Lisa: – Olha só, amor! Esta foi a primeira, agora faltam mais noventa e nove! Jesus foi tão rigoroso nessa questão que nos disse para irmos além e acima da bênção comum, quando se trata dos nossos inimigos e adversários. Ele disse que se escolhermos não resistir a uma pessoa má, não devemos apenas evitar o contra-ataque, mas ir além e doar o nosso amor e as nossas bênçãos para a pessoa que nos ofendeu. Um dos exemplos que Jesus deu foi: Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas (Mateus 5.41). Quando Jesus andava na Terra, os romanos invasores tinham o direito de mandar qualquer pessoa carregar seus objetos por uma milha. Com isso, o que Jesus queria dizer é “deixe de pensar como escravo e passe a pensar como servo”. O escravo só faz o que lhe é obrigado. O servo faz de tudo por seu Senhor. O escravo tem obrigação. O servo tem missão. O escravo é agredido; o servo dá de presente.
Brasas vivas O que Salomão (e mais tarde Paulo) quis dizer com amontoarás brasas vivas sobre a cabeça de quem nos ofender e maltratar? Isso não parece muito de Deus, jogar brasas vivas nas pessoas. O significado essencial é que não devemos nos defender, mas sermos amorosos com quem nos maltrata, porque assim a pessoa irá se sentir envergonhada e irá parar de agredir. Assim, quem ofende irá "queimar de vergonha”, o que, provavelmente, basta para resolver o problema. Com a graça de Deus, pode até abrir caminho para o arrependimento, a reconciliação e, quem sabe, até a amizade. Portanto, o primeiro motivo que Deus nos dá para não fazermos justiça com as próprias mãos é que essa atitude cria o espaço para o julgamento justo e mantém os nossos corações Íntegros. Agora, manter essa obediência não é só bom para nós c para a pessoa que nos ofendeu. Há ainda um propósito maior. Paulo resumiu essa verdade quando disse: Não torneis a ninguém mal por mal. O que Paulo está querendo dizer é que reagir conforme a vontade de Deus nos torna agentes poderosos contra as forças do mal. Em outras palavras, as nossas boas atitudes não servem apenas para tornar o mundo um lugar mais agradável e civilizado. Afinal, o nosso mundo ainda carece muito de sal e luz! O grande resultado, contudo, que Paulo nos ensinou é que o cristão obediente, que segue o exemplo de humildade do Senhor Jesus, que não busca a vingança quando é ofendido, se torna um dos melhores soldados na luta de Cristo e do Reino de Deus contra o mal! Deus seja louvado! Quanta honra está nessa verdade Tudo isso começa com virar a outra face e permanecer em silêncio. Em seguida, deixar que Deus seja nosso defensor quando a vida é injusta.
A Questão da Autoridade É bastante comum que os problemas de ofensas o maus--tratos que as pessoas recebem venham de alguém que tem autoridade sobre elas. Na família, pode ser um pai ou uma mãe que humilha os filhos. Na escola, pode ser um diretor ou um orientador que desmerece os professores ou alunos. No trabalho, pode ser um chefe que culpa o empregado pelo erro que custou uma fortuna à empresa. Na segurança, um policial que abusa - inclusive fisicamente - de outras pessoas por causa da cor da pele. Na igreja, os pastores que usam de poder para conseguir dos fieis tudo o que quiserem.
As autoridades foram instituídas por Deus Diante de tudo isso, cumpre saber o que nos diz a Bíblia sobre a forma como devemos reagir à autoridade. Mais uma vez, o apóstolo Paulo esclareceu o assunto: Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. (Romanos 13.1) Até as pessoas mais dóceis têm dificuldade com esse versículo. Mas as palavras “todo homem” não deixam espaço par; exceções. Também, “sujeito às autoridades superiores” é clara mente expresso. Por isso, nós devemos abandonar nosso comportamento arredio e aceitar esta verdade: nós cristãos não de vemos resistir à autoridade legítima nas nossas vidas. Levou muito tempo para eu aceitar esta verdade nas diferentes partes da minha vida. Eu ainda não consigo aceita-la o tempo todo, mas a Palavra de Deus me mudou, e hoje eu consigo muito mais do que antes. Antes, por exemplo, se eu estivesse correndo na estrada e a polícia me parasse, eu achava que o policial estava endemoninhado e tentava orar para não receber a multa. Mas hoje eu não acho que esse é o comportamento que o apóstolo Paulo explicou quando disse “sujeito às autoridades”. Da última vez que a polícia parou o meu carro (e tenho satisfação de dizer que isso raramente acontece, porque o meu pé direito perdeu muito peso!) uma das pessoas que trabalha comigo estava junto. O rapaz veio de uma família com histórico de muitos conflitos com a polícia. Quando o policial pediu para encostarmos o carro, o rapaz começou a ficar muito bravo e a reclamar da autoridade. Então eu disse para ele: - Por que está falando assim? A culpa não é do policial! É o trabalho dele punir quem comete crime ou infração. Eu estava acima do limite de velocidade! Ele só está fazendo um bom trabalho. O policial pediu para ver os meus documentos. Essa é uma hora que
ninguém gosta. Além de saber que vai receber a multa, é constrangedor ver os outros carros passando devagar, olhando pela janela, tentando descobrir o que você fez de errado. Depois de examinar os documentos e o radar, o policial disse: – Sr. Bevere, o senhor ultrapassou o limite de velocidade e por isso eu vou ter de multá-lo. Nessa hora o policial até deu um passo para trás, já preparado para a sessão de xingamentos do motorista que é multado. Mas eu respondi assim: – Senhor policial, obrigado por ter me parado. Eu estava errado. A culpa é minha e eu não vou nem contestar a multa. Eu mereço a punição e gostaria de agradecer ao senhor pelo serviço que está prestando para a nossa sociedade. Deus te abençoe. O policial olhou para mim como quem quisesse dizer: “quanta educação, acho que eu até queria cancelar a multa". O rapaz comigo ficou também sem reação e recebeu uma grande lição de vida. Ele viu em primeira mão a forma como Deus deseja que respondamos à autoridade sobre nós; sem retrucar, culpar os outros, xingar ou praguejar. É nosso dever acatar com respeito o que nos é confiado. O maior motivo para isso é que Deus foi muito claro nesse assunto. Lembremos de Romanos 13.1, porque não há autoridade que não roceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas. Devemos abandonar o comportamento arredio c aceitar esta verdade: nós cristãos não devemos resistirá autoridade legítima nas nossas vidas. Nos dias em que vivemos, a autoridade tem, com frequência, reputação negativa. Talvez até mais na cultura ocidental do que em outras partes do mundo. O questionamento da autoridade tem como um de seus marcos o ensino nas universidades, com a expansão do pensamento liberal e racional desenvolvido na Europa. Os seus frutos mais influentes nos nossos dias datam da década de 1960, quando muito da autoridade instituída foi questionada. As lutas contra a ditadura, contra as guerras contra o moralismo sexual; somadas às lutas pelo direito ac divórcio, ao estado democrático, à igualdade de gêneros e as ações afirmativas, entre tantos outros, contribuíram para o declínio da autoridade de
então. A polícia e o exército agiam com violência, e os manifestantes davam o troco na mesma moeda. O respeito pelo governo caiu muito por causa do nível de controvérsia e a política de violência institucionalizada. Houve muitos escândalos - prisões, torturas, assassinatos, perda de direitos e de liberdade. E assim, muita gente em posição de autoridade caiu e destruiu toda a reputação que possuía. Mas, o pior de tudo é que muitos dos líderes da igreja também foram pegos por envolvimento sexual ilícito, roubo e desvio do dinheiro do Senhor em seus ministérios. Diante de todas essas coisas, não é de se espantar que respeitar a autoridade parece um comportamento despropositado para os fracos. A nossa sociedade como um todo está sofrendo com as consequências dos desvios de autoridade que o inimigo tão sabiamente plantou. O problema com o enfraquecimento da autoridade - e este é um grande problema - é que Deus nos disse para respeitarmos a autoridade legítima, não importa qual seja, uma vez que toda autoridade procede de Deus. Porque é Deus que indica toda a autoridade. Ou seja, não existe autoridade legítima que não foi determinada por Ele! O único caso em que a autoridade pode ser desobedecida é quando ela é ilegítima (eu vou tocar nesse assunto mais adiante). De toda forma, a autoridade ilegítima é apenas a rara exceção. Na maioria dos casos, como coloca a Bíblia, todas as pessoas devem estar sujeitas “às autoridades superiores”. Para muitas pessoas, essa é uma verdade difícil de compreender. Por vezes, parece que esse mandamento é tão complexo que torna praticamente impossível para os cristãos obedecerem a ele. Porém, esse é o desafio de quem segue Jesus! Nenhum de nós será capaz de fazer o que o Senhor ordena se não entregarmos nossa carne e permitirmos que Deus nos encha com sua graça. Afinal, a vida cristã é movida pelo poder sobrenatural. E sem esse poder, nós não passamos de “um amontoado de carne e ossos”. Na época em que eu aceitei Jesus Cristo como meu salvador, uma coisa muito abençoada aconteceu na minha vida. Eu recebi a graça de aprender a seguinte verdade: se a Bíblia é a Palavra de Deus, então eu devo acreditar e obedecer a tudo que ela diz, mesmo quando não conseguir entender o que
estiver lendo. Confesso que no início, essa forma de agir me tocou, não por eu ser um cristão excelente, mas porque eu tinha medo de Deus. Eu sabia que a salvação me livraria do pecado e do inferno. E, com medo de cair no pecado ou terminar no inferno, imaginei que não era muito sábio se eu decidisse por mim mesmo em quais partes da Bíblia acreditar. Reconheço que em muitas ocasiões a minha ignorância me fez agir contrariamente às Escrituras, mas também sei que, na medida em que obedeço à Palavra de Deus revelada, estou protegido contra o mal e sou abençoado em abundância. Toda a autoridade legítima vem de Deus! Mesmo quando as autoridades são eleitas, quem as colocou nessa posição foi Deus. Ainda me lembro do momento em que entendi essa verdade. Sempre quando um presidente, governador, ou prefeito que se elegia não era do meu agrado, Deus me falava com todas as letras: – John, ninguém vira presidente sem o meu consentimento E me lembrava dos versículos que dizem que toda autoridade “procede de Deus”. Ainda que no nosso país sejamos nós que votemos e elejamos os nossos governantes, todos eles só ascendem ao poder com a permissão divina. Essa verdade deve estai bem entranhada em nossa mente e em nosso espírito: todas as figuras de autoridade legítimas na nossa vida - pais, chefes, professores, pastores, juízes, presidentes - foram determinadas por Deus!
As autoridades que não são de Deus Antes que a resistência a essas ideias cresça, é importante clarificar melhor esta questão. Talvez as pessoas podem se perguntar: e quanto às autoridades que são más, ruins ou violentas? Foi Deus que as autorizou? E quanto a pessoas como ditadores, imperadores e tiranos? Será que toda autoridade, de fato, vem de Deus? Afinal, existem governantes que são o mal encarnado! Quanto a esses questionamentos, é interessante observar como o apóstolo Paulo ensinou a forma de reagir às ofensas das autoridades. Em primeiro lugar, ele nos lembra para nunca buscar a vingança, e em seguida discute a autoridade. Tenho certeza de que essa foi uma inspiração do Espírito Santo, porque o Espírito, assim como Paulo - pela experiência pessoal -sabiam que sempre vai haver pessoas em posição de autoridade que aproveitam para tirar vantagem, usar de violência e abusar do poder. Por isso, Paulo deixou muitíssimo claro o que Deus disse repetidas vezes: – A vingança é minha. Eu retribuirei. Temos aí uma escolha a fazer: confiamos na Bíblia de verdade, ou não confiamos? Se a resposta for confiamos’, então devemos aceitar e obedecer a tudo o que ela diz sobre a autoridade. Também que toda a autoridade procede de Deus. Contudo, as pessoas que estão em posição de autoridade também têm o livre-arbítrio. E, deliberadamente, escolhem agir com maldade e abuso. Por isso, é importante separar a função da autoridade das pessoas que a utilizam para o próprio benefício. Logo, a função é designada por Deus, mas as más qualidades e o comportamento nocivo procedem das pessoas que fazem escolhas erradas. Em suma: toda autoridade procede de Deus, mas nem todas as autoridades são de Deus. Pedro também escreveu sobre este assunto. Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei. Servos, sede submissos com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso (1 Pedro 2.17-18).
As palavras de Pedro significam: “como uma pessoa pode honrar a Deus, que é invisível, quando ela não pode honrar uma pessoa na posição de autoridade, que é de carne e osso?” Na época de Jesus, quando o mal da escravidão era frequente, muitos dos crentes eram escravos ou servos. Apesar de a escravidão ser repugnante, Pedro disse para respeitar a posição de autoridade, “honrai o rei". É interessante observar que o rei a quem Pedro se refere é Herodes Agripa, o mesmo que perseguiu cruelmente e mandou matar muitos crentes. Ou seja, Pedro não pediu para as irmãs e os irmãos cristãos se submeterem à autoridade de “um rei legal e gente fina”. Ele estava dizendo para obedecer a um déspota maligno que queria cortar-lhes as cabeças. Então, a única forma de se submeterem era enxergar para além da personalidade, das decisões e das ações do rei; e reconhecer a função da autoridade determinada por Deus. Falando honestamente, tem muita coisa que nós crentes obedecemos somente porque tememos a Deus. Isso porque, na condição de humanos, não faz sentido nos submetermos a um rei tirano. Mas faz todo sentido obedecer à Palavra de Deus.
O temor a Deus Não é muito frequente escutarmos pregações específicas sobre o temor a Deus. O que é uma pena, porque o temor a Deus praticado da forma certa se configura como uma qualidade para qualquer pessoa que o possua. Muitos séculos antes de Jesus andar na Terra como o Filho de Deus encarnado, Isaías profetizou que Jesus teria esta qualidade. Do tronco de Jessé sairá um rebento (...) Deleitar-se-á no temor do SENHOR; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da Terra (Isaías 11.1, 3-4). É fundamental compreender que a única forma de sermos capazes de nos submeter sempre à autoridade - e com isso andar no poder do Espírito Santo - é temer a Deus corretamente. Com isso, iremos deixar de julgar a personalidade do governante e ver apenas a autoridade que foi designada por Deus. É muito triste vermos com frequência as pessoas lutando para “merecer o respeito”. Em lugar disso, a pessoa que teme a Deus deveria dizer “essa pessoa merece o meu respeito porque sua autoridade foi designada por Deus”. O crente diz essas palavras sabendo inteiramente que Deus olha o coração e não julga as palavras ou as ações da vida da pessoa. O julgamento é baseado nas motivações da pessoa e é sempre justo. As mesmas ordens sobre a autoridade se aplicam a nós. E Deus nunca mudou, nem nunca mudará sua opinião sobre este tema. Somente quando tememos ao Senhor - nutrimos o respeito e a reverência por Deus, quando nunca questionamos o que Ele nos pede - é que aceitaremos com obediência que toda a autoridade na Terra tem uma fonte: Deus. Somando-se ao ensinamento do apóstolo Paulo, Pedro insistiu, “servos, sede submissos”. Nos nossos dias, a palavra ‘servo’ pode ser substituída por toda outra que responde à autoridade o, para ser sincero, todo mundo responde a alguém, seja como filho, aluno, membro da igreja, funcionário, etc. Até mesmo o Presidente da República deve se submeter à autoridade da constituição e das leis. Sem dizer que todos, incluindo o presidente, respondemos à maior autoridade de
todas: Deus! O ensinamento de Pedro se aplica a todas as pessoas. Neste sentido, o nosso comportamento deve ser de “submissão com temor, independente da figura de autoridade”. Nas palavras de Pedro: “não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso”. Ainda bem que, na maioria dos casos, as pessoas de autoridade são boas e cordatas. Afinal, não é difícil aceitar e obedecer à liderança de uma pessoa boa. Na minha igreja, por exemplo, o Pastor Haggard cuida com bondade e gentileza do Seu rebanho. É uma alegria nos submetermos a essa liderança. Mas Pedro não estava falando sobre esse tipo de autoridade apenas. Ele notou especificamente que devemos nos submete a qualquer tipo de autoridade. Para ser sincero, todo mundo responde a alguém. Em todo caso, eu tenho de admitir que esta não é uma verdade bíblica que desce fácil. Tudo o que vemos com os olhos da carne diz que esse comportamento está errado; por que deveríamos nos submeter a um tirano cruel, intolerante, injusto e desonesto? O motivo, mesmo que seja difícil, é que Deus deu a ordem para assim nos comportarmos. O que não podemos esquecer é que Deus é o melhor Pai do universo; e podemos ter a certeza de que obedecer à autoridade que Ele designou é bom para nós.
Em algum momento podemos desobedecer à autoridade? Será que existe alguma ocasião legítima para não nos submetermos à autoridade? A resposta é sim, mas apenas em raras circunstâncias. Por exemplo, quando uma autoridade ilegítima estabelece o regime de idolatria na igreja, ou quando a autoridade vai contra Deus e as suas determinações. Paulo disse: E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à nossa escravidão; aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós (Gálatas 2.4-5). Existe, na verdade, uma regra básica para as situações em que a Bíblia permite desobedecer à autoridade. É assim: quando a autoridade determina que façamos uma coisa que contradiz claramente a Bíblia, devemos, mantendo o respeito, dizer ‘não. Um grande exemplo da desobediência da autoridade ocorreu na história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (ver Daniel 1,8-30). Os três jovens, junto com Daniel, foram levados à Babilônia, que era governada pelo Rei Nabucodonosor. Os jovens, juntamente com o restante dos súditos, receberam a ordem de «• curvar diante do ídolo do rei, toda vez que a música tocasse, fura os udeus, aquela era uma violação patente do segundo mandamento, “ Não terás outros deuses diante de mim" (Deuteronômio 5.7). Então, quando chegou a hora, os jovens não se curvaram. Ao saber da história, o rei ficou furioso. Eles foram chamados à presença real, para questionamento, e foram extremamente respeitosos. Eles jamais disseram algo do tipo “seu pagão estúpido, não vamos obedecer!” Ao contrário. Falaram ao rei: ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste
(Daniel 3.16-18). Assim, honraram a autoridade conferida por Deus. Mas se recusaram a desonrar a fonte da autoridade, o Deus Todo-Poderoso, e não obedeceram à ordem do rei. Davi também demonstrou a forma como reagir ao uso ilegítimo da autoridade. Quando Saul estava fazendo de tudo para pegar Davi, este não ficou no palácio. Fugiu, mas nunca deixou de manter o comportamento de submissão e respeito pelo rei que Deus havia colocado com autoridade sobre ele. Uma das situações mais difíceis dos dias de hoje quando a autoridade está sendo usada de forma errônea é entre os cônjuges. Se o marido perverter sua autoridade, a esposa tem o direito de resistir - assim como Davi fez com Saul - e até sair de casa, para longe do marido que perdeu o controle. É importante perceber que existe uma diferença entre submissão e obediência. A esposa, mantendo a atitude de respeito, pode se submeter, mas isso não significa que deve obedecer a um marido violento e agressivo, e que a ordena para fazer coisas que vão contra a Palavra. As esposas não podem se confundir nesse caso, dizendo “tenho de obedecer ao meu marido", pois poderão acabar em situações de perigo para si e para os filhos, se o marido for agressivo e violento. As esposas não precisam passar por isso. Este é um exemplo de quando podemos firmemente resistir à autoridade. A esposa tem o direito - e até mesmo a responsabilidade - de dizer ao marido para sair de casa. Se ele não sair, então ela deve sair, desde que, como Davi, mantenha o respeito pela autoridade. A Bíblia não fala da obediência incondicional à autoridade, porque não ensina a submissão incondicional. Existe aqui uma diferença. A obediência trata das nossas ações, enquanto a submissão lida com o coração. Pedro escreveu que é a submissão da mulher que ganha o marido quando ele vê que ela possui o “honesto comportamento” e “um espírito manso e tranquilo” (1 Pedro 3.2, 4). Quando o marido não obedece à Palavra de Deus, essa é a forma de Deus usar a esposa para modificar seu coração e seu comportamento. Apesar de tudo isso, reconheço que estas verdades são difíceis de
compreender. O que será que Deus pretende com tudo Isso? Por que Ele insiste nesses temas? Será que há mais do que estamos conseguindo enxergar? Claro que há! Os planos c as intenções de Deus serão o assunto dos nossos próximos capítulos. A Bíblia não fala da obediência incondicional à autoridade, porque não ensina a submissão incondicional.
O Papel do Sofrimento Mesmo quem aceitou Jesus há pouco tempo sabe que Deus, de fato, ama a seus filhos. Por isso, uma das mentiras mais imundas do Diabo é quando ele diz: - Deus não passa de um velho rabugento. Ele é mau, na verdade. É bom manter distância dEle porque, Ele só está esperando você cair, para poder se divertir te castigando. Não! Mil vezes não! O nosso Deus Pai, Aba, é maravilhoso! Ele jamais faria qualquer coisa que fosse contra a sua conduta. Ele jamais irá nos dizer para aceitar as ofensas só para nos ver sofrer. Ao contrário, Ele diz “não torneis a ninguém mal por mal”, porque nos ama. Mas, acima de tudo, Ele derrama bênçãos extraordinárias quando obedecemos. Esse é o caso de quando nós nos contemos e não revidamos quando sofremos maus-tratos. Vamos examinar com mais detalhamento a passagem de 1 Pedro. No capítulo anterior, nós conversamos sobre como Deus quer que nós nos submetamos à autoridade, seja ela boa ou má. Sobre isso, Pedro diz: Porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus. (1 Pedro 2.19) Essa é uma amostra do que é agradável aos olhos de Deus. Quando alguém nos ofende e nós suportamos agradecidos, agradamos a Deus. Pois ‘grato’ na passagem de 1 Pedro implica em ser merecedor de aprovação e glória. Deus não é sádico. Não podemos nos deixar enganar! Ele não fica feliz quando temos de suportar sofrimento. Não dá pulos de alegria quando somos injustiçados. Nada disso. Ele sofre conosco assim como sofreu com Jesus em todas as vezes que foi injustiçado e ferido. Quando Pedro disse que devemos proceder "por motivo de sua consciência para com Deus" ele quis dizer que é agradável a Deus quando nós temos consciência e obedecemos à Sua vontade, inclusive suportando sofrimento. Portanto, da próxima vez que estivermos passando por dificuldades,
porque a autoridade sobre nós não está exercendo o poder e o controle de uma forma que honre a Deus, vamos repetir para nós mesmos: “eu sei que Deus não gosta que esta pessoa, ou esta instituição, estejam me tratando tão mal. Mas agrada a Ele o fato de eu manter um comportamento respeitoso e pacato. Deus se agrada de mim! Por isso, deixarei nas mãos dEle para que faça o que julgar melhor". Quando conseguirmos dizer assim, em lugar de chorar, resmungar, reclamar da vida difícil, devemos dar parabéns para nós mesmos. Pedro seguiu explicando melhor as situações em que Deus reconhece o valor do sofrimento paciente em Seu nome. Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteado por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isso é grato a Deus (1 Pedro 2.20). Em outras palavras, se nós fazemos uma coisa errada e somos punidos, isso nunca vai se chamar “perseguição". Isso é a vida! Quem comete crimes ou estupidez, não pode esperar do mundo espiritual a solução. Pagar por fazer o que é expressamente errado se chama “maltratar a si próprio”. Para isso, Deus instituiu as autoridades do mundo, que devem corrigir e disciplinar esses problemas. Por exemplo, se uma pessoa sonega impostos, e é pega pela malha fina da Receita Federal, tem de devolver o dinheiro com juros e correção monetária. Ela não pode, por isso, pedir no culto da igreja para as pessoas orarem e ela se ver livre da perseguição do governo. Ou, o que é mais ridículo, sair espalhando que Deus irá derramar muitas graças sobre ela por ela estar passando por este sofrimento em nome de Jesus. O que essa pessoa deve fazer é admitir a culpa, pagar pelo que deve, arrepender-se e nunca mais fazer de novo. Só existe um meio - eu garanto - de nós nunca sermos “maltratados por nós mesmos": fazer a coisa certa! Francamente, grande parte da vida cristã se refere ao exercício do bom senso. Se nós fazemos uma coisa errada e somos punidos, isto nunca vai se chamar "perseguição". Isso é a vida!
Pedro se referiu, mais especificamente, aos “maus-tratos justificados”. Esses são quando nós estamos fazendo a coisa certa, mas, ainda assim, somos punidos. É o caso clássico de injustiça. Nesse tipo de ocasião, surge uma verdade abençoada: quando somos injustiçados, em lugar de reclamar, choramingar, xingar ou praguejar, é melhor nos levantarmos, erguer as mãos e clamar de alegria! Porque fizemos uma coisa que agrada a Deus, e por isso ele tem a recompensa para nosso comportamento.
O chamamento de todos os crentes Vez por outra, alguém vem até mim e pergunta: – Como eu posso saber qual é o meu chamamento? Em geral, essa pergunta quer dizer no fundo: – Qual ministério Deus preparou para mim? Quando procuro responder, se não conhecer a pessoa muito bem, ou se o Espírito Santo não me inspirar, não sei como oferecer uma resposta específica. Mas, existe uma resposta que eu posso dar e ela está 100% correta para todos os crentes: o chamamento é lidar da forma correta com a injustiça. As pessoas quase nunca ficam entusiasmadas com esta resposta. Afinal, a maioria de nós espera algo mais fantástico para ser o “nosso chamamento". É claro que existem outras coisas para as quais o Senhor Jesus nos chamou, para levar o reino de Deus a todo o mundo. Mas também é verdade que cada um de nós é chamado para sofrer. A Bíblia é patente neste ponto. Eis a apresentação feita por Pedro. Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos. (1 Pedro 2.21) É importante guardar esta parte: "para isto mesmo fostes chamados”. Ela significa que, independentemente do que vamos lazer para Deus, devemos aceitar o fato de que sofrer injustamente é uma parcela do nosso dever. Portanto, se nós seguimos o Cristo, uma parte das nossas tarefas é sofrer, assim como Ele sofreu por nós. Uma vez que já sabemos o que temos de fazer, como podemos seguir o que Jesus fez? Qual é, exatamente, o exemplo pessoal do Filho de Deus? Mais uma vez, Pedro nos dá a resposta, dizendo sobre o Senhor: O qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; ois Ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não
fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente. (1 Pedro 2.22-23) SV nós seguimos o Cristo, uma parte das nossas tarefas é sofrer, assim como ele sofreu por nós. Como vimos anteriormente, apesar de Jesus ser perfeito, ainda assim foi acusado injustamente de muitas coisas. Porém, nunca procurou se defender, nem convencer as pessoas de que era vítima. Quando as pessoas o insultavam, Ele mantinha a absoluta confiança. Jamais procurou se vingar. Nada o abalava, nem insultos, nem xingamentos, nem bofetadas. Ide jamais pagou a ninguém mal por mal. E, mesmo sendo o Filho de Deus, estava na condição de humano, é possível que tivesse, mesmo que de vez em quando, a vontade de se defender. Nas vezes em que Jesus discutiu com os fariseus e os outros líderes religiosos, nunca defendeu a si próprio ou a seus direitos particulares. Mas, como Jesus foi capaz de sofrer tantos maus-tratos e nunca revidar? A resposta está na carta de Pedro que, além de explicar tudo, também nos oferece o motivo preciso para não procurarmos a vingança. Pedro diz que Jesus “entregava-se àquele que julga retamente”. É isso! Jesus sempre soube que o seu Pai controlava sua vida, untamente com tudo o que viesse a acontecer. Isso porque sua intimidade com o Pai é total. Não restava dúvida em sua mente de que o Deus Todo-Poderoso iria corrigir tudo o que estivesse errado a seu tempo. Por isso é que Jesus não precisava lutar por seus direitos. E nem nós. O Grande Governante do universo não dorme e está consciente de tudo o que acontece quando sofremos em seu nome. Todo sofrimento injusto leva à bênção, desde que a vontade de Deus seja feita. Eu jamais vou esquecer uma vez que fui ofendido por uma pessoa que tinha autoridade na minha vida. Fui acusado de coisas que não eram verdade e, me envergonho de dizer, fiquei tentando me defender durante meses. Enquanto tudo isso estava acontecendo, eu orava para o Espírito Santo falar a mim. - Meu filho - um dia Ele falou - enquanto você ficar querendo se
defender, nada vai melhorar. Então tive uma visão do Senhor, na qual só conseguia vê-Lo dos ombros para baixo. Eu não conseguia ver o rosto. Mas, o que mais me chamou a atenção foi que as mãos dEle estavam amarradas nas costas. Segui orando, então Ele me falou: – Está na hora de você parar de ficar se defendendo, e isto irá acontecer. Então Ele arrebentou as amarras das mãos, que ficaram livres. O Espírito Santo intercedeu na questão de as pessoas estarem me acusando injustamente. Esse foi um pequeno exemplo pessoal do que Deus opera nas nossas vidas quando obedecemos seus mandamentos e aceitamos o nosso chamamento para sofrer as ofensas em nome do Senhor. Com isso, paramos de lutar as nossas guerras particulares e, com nossas palavras e nossas ações, dizemos: – Pertenço ao Deus, Senhor sobre todas as coisas. Deus sempre mantém a palavra. É o melhor Pai do universo. E, segundo sua promessa, toma conta de todos os seus filhos. A justiça sempre será feita no tempo de Deus. E Ele assegura que todos teremos justiça. Eu não pago a ninguém mal por mal. E tudo o que faço é me submeter ao Senhor. No momento em que nos entregarmos verdadeiramente a Ele, não haverá sofrimento injusto que não terá uma razão de ser determinada por Deus. Pois, se não for da vontade dEle, não será permitido. Todo sofrimento injusto leva à bênção, desde que a vontade de Deus seja feita. As pessoas que andam nessa verdade poderosa hão de ver a mão de Deus aplicar a justiça mais justa!
O ministério dos maltratados Quando lidamos da forma correta com os maus-tratos, o resultado é maravilhoso! Estão preparados para ouvir? É extraordinário! Mas, para explicar como funciona, é preciso, primeiro, introduzir o seguinte versículo, de Hebreus. Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé. (Hebreus 11.7, grifo nosso) A parte importante desse versículo é que não diz “ Deus condenou o mundo”. E essa é uma verdade poderosa. Ao contrário, diz que Noé conservou a obediência, pela qual condenou o mundo. Glória a Deus! Esse é o poder que Deus libera quando os crentes fazem o que Ele deseja. E isto é muito importante: Deus não sugere nem recomenda. Ele deseja e dá a ordem: não precisamos nos vingar quando somos ofendidos. Sabe por quê? Porque se obedecermos, “brasas vivas” cairão sobre a cabeça de quem nos ofender. Tudo conforme o julgamento de Deus. Em geral, é comum ouvirmos a palavra ‘julgamento’ associada à imagem do fogo do inferno inundado de enxofre, mas, no Novo Testamento, ela significa que Deus tomou uma decisão. E, como podemos saber qual é a decisão que Deus toma em uma situação determinada? Particularmente, prefiro pensar sempre assim: a pessoa que nos ofende pode ser perdoada de seu pecado, salva e nunca mais cometer este tipo de erro! Falando nisso, eu me lembrei de uma mulher que foi agredida pelo marido durante anos. Entre outras coisas, o marido nunca deixou Deus se aproximar de sua vida. A esposa, mesmo sofrendo, tentou de tudo para que ele aceitasse Jesus e se tornasse um homem de Deus. Mas ele nunca quis. Depois de muito tempo, vendo a esposa cansada e frustrada pela luta de anos, o Senhor falou: - Quanto tempo ainda vai demorar para você fazer a coisa certa pelo seu marido?
- Senhor, não entendi. Então o Senhor mostrou para a mulher tudo o que ela estava fazendo e dizendo que poderia estar contribuindo para afastar o marido de Deus. O Senhor pediu para que ela corrigisse o seu próprio comportamento, e ela obedeceu imediatamente. Ela fez tudo o que era do desejo do Senhor. E parou de negar a sua responsabilidade na situação. Em outras palavras, ela deixou Deus agir na sua vida. Não demorou dois meses, o marido se transformou e foi salvo! Desde então eu visito regularmente o casal e, podem acreditar, o marido é uma nova criatura em Cristo. A esposa parou de sofrer maus-tratos e agora está casada com um homem de Deus. Foi a obediência da esposa à vontade de Deus que fez com que Ele julgasse e tomasse a decisão de fazer ustiça por ela. Este é apenas um exemplo do que eu chamo de “o ministério dos maltratados”. Deus tem sempre um motivo para pedir que façamos isto ou aquilo. E, quando Ele ordena que nos afastemos da vingança e que deixemos que Ele julgue, não é apenas por capricho; para Ele se sentir mais importante e poderoso. Nada disso. Deus nunca perde tempo com futilidades. Ele vê propósito no sofrimento que passamos quando somos ofendidos. Mas, como saber a forma pela qual esse processo acontece? Ou quando acontece? Vamos continuar buscando as respostas na Palavra de Deus.
Bem-aventurados os Que Sofrem Quem não gosta de ser abençoado? À primeira vista, essa pergunta parece ser boba, mas acontece que eu já vi gente que acha que está melhor aos olhos de Deus se não receber as promessas magníficas do céu! Da mesma forma, tendo a pensar que isso aconteceu também com Jesus em seu tempo, como no caso do enfermo no tanque de Betesda: Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, erguntou-lhe: Queres ser curado? (João 5.6) Essa pergunta não soa estranha? Parece que algumas das pessoas que Jesus encontrava não queriam o que Ele tinha a oferecer. Como foi mencionado antes neste livro, Deus não nos diz para não “pagarmos o mal por mal” quando somos ofendidos sem oferecer em troca grandes bênçãos. Para tanto, não podemos agir com mesquinharia quando se trata do Deus Pai. Ele necessita de nossa obediência total, e nós devemos oferecê-la com alegria, porque somos seus filhos preciosos. O nosso Pai que está nos céus gosta de doar e oferecer, e deseja nos abençoar por suportarmos o sofrimento em seu nome. O apóstolo Pedro descreveu o que acontecerá: Não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isso mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção or herança. (1 Pedro 3.9, grifo nosso) Para aqueles de nós que pregam, ou trabalham no ministério do corpo de Cristo, é importante ter atenção para não clamarmos quando Deus sussurra, ou sussurrarmos quando Deus clama. Em outras palavras, não cabe a nós dar importância para o que Deus considera irrelevante, nem desmerecer o que Deus enaltece. Devemos gritar; e não sussurrar a verdade do versículo de 1 Pedro. Nunca devemos esquecer o que foi prometido aos crentes: se sofrermos pelo que é certo receberemos as bênçãos do nosso Pai. Os motivos principais pelos quais Deus nos diz para nos submetermos às situações difíceis e não fazermos justiça com as próprias mãos são dois.
Primeiro, damos lugar ao julgamento justo de Deus. Segundo, somos abençoados. Pedro, ao citar o Salmo 34 de Davi, acrescentou os detalhes: Quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolorosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males. (1 Pedro 3.10-12) Em outras palavras: quando somos insultados, devemos abençoar; quando a autoridade nos maltrata, devemos abençoar. Pois assim seremos nós, também, abençoados pelo Pai! Com isso, da próxima vez que alguém nos tratar mal, principalmente se for uma pessoa com autoridade sobre nós, devemos espalhar a boa notícia: – Deus vai derramar bênçãos na minha vida. Aguardo feliz pelo que Ele vai fazer! Por outro lado, quando faltamos e não reagimos da forma correta à injustiça, algo de bom que Deus separou para a nossa vida não irá acontecer, até aprendermos a agir do jeito certo. Será que conseguimos nos lembrar de quantas bênçãos deixamos de receber porque “fazemos justiça com as próprias mãos”, ou “acertamos as contas” ou “damos o troco”? Quanto lamento haverá no céu no dia do julgamento quando descobrirmos a quantidade de vezes que não soubemos lidar com as ofensas adequadamente?
A colheita de Deus É preciso fazer a colheita do corpo de Cristo para conseguir ver o reino de Deus se expandir de forma poderosa na Terra. Isto é, Deus quer que nós colhamos as bênçãos que Ele semeia. Eu preciso da sua colheita! E você precisa da minha! Por conseguinte, se cada crente colher a parte que Deus reservou, o reino como um todo irá se expandir, o que inclui, certamente, a salvação das almas de todos nós! É isso que Deus quer. Da mesma forma, não seria concebível estarmos diante do trono de Deus no céu e ter de ouvi-lo dizer: – Eu separei uma grande plantação para você, mas, como você não quis colher, veja o tanto de gente que não conseguiu entrar no céu! Veja o tanto de bênçãos que você poderia ter tido e, com elas, ter ajudado muitas pessoas. Foram bênçãos sociais, intelectuais, financeiras... Faz parte do plano de Deus abençoar todas as partes da nossa vida - o espírito, a alma, o corpo, a inteligência, o trabalho, as finanças, entre tantas outras. E a colheita sempre faz aumentar não só para a pessoa que colhe, mas para todos. O começo de tudo isso já estava na promessa que Deus fez a Abraão: Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da Terra. (Gênesis 12.3) Deus disse a Abraão que a recompensa por sua obediência seria uma bênção pessoal, mas que iria também se estender a todas as famílias da Terra. Até os dias de hoje ainda recebemos as bênçãos do nosso patriarca Abraão. Isso tudo porque ele obedeceu! Deus abençoa de inúmeras formas; pode ser com sabedoria, com dinheiro, etc. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. (Tiago 1.17) Vejamos a bênção de João Batista: ele não era um homem de posses, ao
contrário; vivia no deserto, vestia peles de animais e comia gafanhotos. Porém, quando falava, seus dons de profecia lhe conferiam a mais alta autoridade. Foi dele a honra de batizar o nosso Salvador. Assim Jesus o descreveu: "em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista" (Mateus 11.11). E João Batista fez sua colhei-la, por isso, desde então, muitas vidas estão sendo mudadas. Vejamos a bênção de José de Arimatéia: ele foi agraciado com a fortuna e usou dela para comprar o túmulo onde o Senhor Jesus foi colocado. E aí foi o local onde aconteceu a Ressurreição! José de Arimatéia fez sua colheita e muitas vidas ainda estão sendo influenciadas por isso. Todos nós recebemos dons diferentes e a colheita vem, em geral, como consequência desses dons. Na minha vida, pessoalmente, já reparei que quanto mais Deus me abençoa, mais eu consigo mudar a vida de outras pessoas. O mesmo deve acontecer com você. Por exemplo, quem é empresário e foi insultado, provavelmente colherá as suas bênçãos através de boas oportunidades nos negócios. E assim poderá ajudar muitas pessoas. Nós os cristãos devemos despertar para nos tornarmos quem realmente somos: os herdeiros do Rei! Jesus é o Rei sobre todos os reis, e não o rei da miséria. Por que tantas pessoas que não são de Deus têm vidas privilegiadas no mundo? Por que atores, políticos, empresários, magnatas e atletas têm a maior influência nos dias de hoje? Será que é porque os cristãos não estão se apropriando das bênçãos que Deus nos reservou para fazermos a colheita mais farta? Deus sempre nos concede o que é necessário para fazermos a nossa colheita. Abraão precisou de gado, prata e ouro porque tinha uma nação para construir. Davi precisou de prata porque iria tomar conta da nação. Elias não precisava de riquezas, pois tinha a inspiração de Deus e um papel diferente a cumprir. Quando Deus nos unge, Ele nos concede a bênção na parte da nossa vida que está relacionada ao nosso chamamento. Por isso Deus quer que usemos todo o corpo de Cristo para a colheita. Por isso Deus criou os líderes, os benfeitores, os mestres, os auxiliares, entre outros.
A bênção de Lucas Agora, eu gostaria de compartilhar uma história da qual fui testemunha e que mostra como Deus concede as bênçãos conforme o nosso comportamento diante das ofensas. Ela ilustra, igualmente, a bênção depositada sobre o nosso chamamento. Nesse caso, foi um administrador, abençoado na área dos negócios. Todos nós recebemos dons diferentes e a colheita vem, em geral, como consequência destes dons. Eu tenho um amigo chamado Al Brice, que é pastor. Faz alguns anos, ele tomava conta de uma igreja na cidade de Dallas e também pregava sobre a verdade poderosa de 1 Pedro - como reagir corretamente às ofensas. Certo dia, após o culto de domingo de manhã, um dos membros da igreja chamado Lucas foi até ele com um problema: – Pastor Brice, eu sou analista de uma companhia de seguros bastante grande. Não faz muito tempo, surgiu uma vaga de gerente para a qual eu tinha o perfil. Todos na empresa comentavam que eu tinha todas as qualificações para a vaga. E, de fato, eu realmente a merecia. Mas, a diretoria decidiu dar a vaga para outra pessoa. – Mas, por quê? - Perguntou o pastor Brice. – Foi porque eu sou negro e o outro funcionário é branco. Pastor, infelizmente, foi por discriminação. E há como provar. Eu posso até entrar na justiça que será causa ganha. Na verdade, já estava pensando na semana que vem entrar em contato com o advogado. Mas, agora que o senhor pregou sobre a forma de reagir às ofensas, fiquei um pouco na dúvida. O pastor Brice disse: – Você quer resolver as coisas do seu jeito, ou deixar para Deus fazer ustiça?
Sem hesitar, Lucas respondeu: – Deixar para Deus fazer justiça. O senhor poderia orar comigo? – Claro. Assim, curvaram a cabeça e entregaram o problema de Lucas nas mãos de Deus, que sempre julga com justiça. No dia seguinte, Lucas foi trabalhar e decidiu ir até o homem que havia ficado com o cargo de gerente. Chegando lá, estendeu a mão para cumprimentálo com um sorriso estampado no rosto: – Parabéns pela promoção! Queria também aproveitar a oportunidade para dizer que pode contar comigo. Eu vou ser o seu melhor empregado. Dá para imaginar como esse outro homem ficou desconfortado, porque ele também sabia que a promoção tinha sido dada para a pessoa errada? Se as coisas tivessem seguido o curso natural, e não houvesse discriminação por causa da cor da pele, Lucas iria estar naquela sala como o chefe, e não como subordinado. Muito tempo se passou, mas nada aconteceu. O julgamento e a providência de Deus vêm sempre no tempo certo, que é o tempo da vontade do Senhor. E, frequentemente demora mais do que nós queríamos. Mas Lucas amais pensou que tivesse errado em deixar o problema nas mãos do Senhor. Continuou fazendo a sua parte; trabalhando muito e com alto nível de desempenho. Então um dia o telefone de Lucas tocou. Era uma pessoa de uma companhia de seguros multinacional que tinha uma filial em Dallas. O homem da outra empresa disse: – Nós temos observado como você trabalha com os clientes que temos em comum. Ficamos todos muito impressionados. Será que você não tem interesse de vir trabalhar conosco? Mas Lucas respondeu imediatamente.
– Desculpe-me, mas eu não tenho interesse. Não é minha intenção mudar de emprego agora. Faz muitos anos que eu trabalho nesta empresa. Tenho uma carteira de clientes excelente, além de muitos benefícios. Os meus clientes e colegas de trabalho me conhecem e sabem como eu gosto de trabalhar. Eu estou bem aqui. E não me agradaria ter de mudar tudo. Agradeço muito, mas no momento não tenho interesse. O homem da outra seguradora insistiu: – Entendo. Mas, por favor, vamos marcar um almoço. É mais para nos conhecermos melhor. É sem compromisso. Lucas foi então mais incisivo: – Já falei que não tenho interesse. Mas o outro homem parecia que nem estava escutando: – Vamos lá! Vai ser só um almoço; nada mais. Com ar de frustração na voz, Lucas respondeu: – Tá bom, então. Podemos marcar o almoço. Combinados dia e local, foram ao almoço. Chegando lá, Lucas cumprimentou o homem e outros colegas deste que também estavam presentes. Depois de pedirem os pratos, um dos homens da outra empresa disse: – Nós estamos acompanhando o seu trabalho e ficamos muito impressionados com o jeito que lida com suas contas. E todo mundo na nossa empresa tem comentado que seria excelente ter você trabalhando conosco. Mas Lucas continuava firme. – Eu já tinha falado no telefone antes. Eu peço que me desculpem, mas estão perdendo seu tempo. Não é minha intenção mudar de emprego agora. Eu gosto de estabilidade. Tenho muitos benefícios - seguro saúde, transporte, alimentação, cota de estudos... Sem contar que aquela empresa é onde construí a
vida. Não quero largar esse emprego agora. – Tudo bem, Lucas. Nós entendemos. Mas gostaríamos de propor uma coisa. Quando chegar a casa, converse com sua esposa. E vocês dois juntos decidam um valor de salário que você gostaria de receber. E, daqui a uma semana nós nos encontramos novamente e continuamos conversando. Pode ser assim? Mesmo sentindo que estava indo contra sua vontade, Lucas concordou com o homem. Foi para casa, mas sem levar nada daquilo muito a sério. Ele nem tinha comentado com a esposa sobre a proposta, a não ser no dia anterior, quando disse que iria almoçar com aquelas pessoas. Conversando sem muito interesse no assunto com a esposa, ele disse: – Não é minha intenção mudar de emprego agora. Mas eles querem que a gente pense um valor para o salário. Como eu já estou cansado dessa história, estava pensando de a gente lazer assim: vou escrever uma carta colocando a minha intenção salarial. E colocar um valor absurdo. Vou propor um salário três vezes maior do que o que ganho agora. O que você acha? Com certeza vai acabar com essa história de uma vez. Então, após Lucas e a esposa conversarem sobre os detalhes, ele escreveu a carta. Vale lembrar que ele já ganhava bem na empresa onde estava trabalhando. E, por isso, pedir três vezes mais era, de fato, perda de tempo. Na semana seguinte, todos se encontraram novamente para o almoço. Após pedirem a comida, o gerente da multinacional perguntou se Lucas havia pensado em valores. – Pensei. - Respondeu. Então tirou a carta do bolso, mas o outro homem não o deixou entregar. – Não, não. Nós nem queremos ver o valor que você escreveu. Antes, queremos mostrar o que pretendemos oferecer. Então o homem pegou um documento com a proposta e colocou sobre a mesa. Lucas pegou o papel e, após ler as primeiras linhas, quase desmaiou. O salário era quatro vezes o valor que ele estava atualmente recebendo! Lucas
ficou tão chocado que perdeu a fala. E nada fez além arregalar os olhos. Foi então que os homens da seguradora não entenderam a expressão de espanto no rosto de Lucas e concluíram que a oferta ainda não estava boa. Então propuseram, como a oferta final, dobrar o valor que estava na proposta do documento e acrescentar mais benefícios! Nessa hora, Lucas quase morreu do coração. Mas, tentando manter a compostura: – Senhores, - disse quase perdendo o fôlego - por enquanto não gostaria de comentar a oferta. Eu sou cristão, e gostaria de levar sua proposta para casa e orar junto com minha esposa antes de tomar a decisão. Entro em contato o mais rápido possível. – Claro, não tem problema. Fique à vontade. - Disseram os outros. Lucas correu para casa o mais rápido que pôde e, ao chegar, foi logo contando à esposa. Eles oraram e o Espírito de Deus lidou com os dois: - Meus filhos, vocês colocaram o problema de Lucas em minhas mãos. E eu fiz justiça! A sua promoção veio pelas minhas mãos! Aceite! Hoje em dia, passados mais de vinte anos desse episódio, Lucas não mora mais em Dallas. Agora ele é um dos principais gerentes da seguradora multinacional na matriz da companhia. Esta empresa é dezena de vezes maior que aquela em que o Lucas trabalhava antes, onde havia sido maltratado e discriminado, e por isso nunca recebeu a promoção que era justa. Então, qual é a conclusão dessa história? É claro que Lucas tinha todo o direito de se defender. Tinha até como levar o caso para a justiça. O fato de ter sido vítima de racismo é muito grave. Contudo, ele escolheu entregar o caso nas mãos de Deus. E por isso está onde chegou hoje. E só assim colheu as bênçãos maravilhosas de sua vida! Eu já vi, infelizmente, muitos casos em que as pessoas resolveram se vingar com as próprias mãos. Algumas delas conseguiram fazer justiça e dar o troco; mas os seus espíritos nunca mais foram os mesmos. Essas experiências deixam marcas que, de acordo com a Bíblia, impedem que colham as bênçãos que Deus reservou para elas. Portanto, é sempre melhor agir conforme a vontade
de Deus. Exatamente como fez Lucas. Cabe a nós passar a enxergar a nossa vida a partir do ponto de vista de Deus: nada acontece sem que Ele permita. Se Ele conhece cada lio de cabelo e cada célula do nosso corpo, será possível que Lie não vai saber quando alguém nos ofendeu? Vai sim! Deus protege poderosamente as pessoas que deixam para Ele resolver os problemas de ofensas e maus-tratos. Vamos voltar ao que Pedro escreveu: Ora, quem é que vos há de maltratar se fordes zelosos do que é bom? (1 Pedro 3.13). Nessa passagem, Pedro diz que quando nós acreditamos e a nossa crença entra no nosso espírito e passamos a viver como crentes, quem poderá nos causar qualquer mal? Como alguém pode, de fato, tirar proveito ou ofender aqueles que creem em Jesus Cristo? O máximo que vai acontecer é que estão nos ajudando a conseguir bênçãos! Louvado seja o Senhor Deus! É por esse motivo que Jesus disse aos discípulos que se alguém quisesse sua túnica, deveriam entregar também a capa; e se obrigassem andar uma milha, andariam duas. Mas claro que esse pensamento era radical para a época, especialmente para a mentalidade judaica, que havia aprendido a lei do olho por olho. Mas Jesus é o Senhor. E conhece a verdade. É esse tipo de vida que Deus quer. Cabe a nós passara enxergara nossa vida a partir do ponto de vista de Deus. Nada acontece sem que Ele permita. Meus amigos, nós podemos escolher viver uma vida na Terra na qual ninguém terá coragem de nos aborrecer. Mas, podemos escolher também manter o coração de servos. O servo oferece sem ser obrigado. Ele não paga a ninguém mal por mal. A quem nos tenta ofender não consegue. Não vamos ser escravos da lógica do mundo. Mas ser alguém melhor: servos, assim como Jesus também foi servo. Assim seremos livres; mais livres para andar no poder de Deus, muito mais que antes. Ao pregar esta verdade, gostaria que todos dissessem Amém’! E
dizer com todo o entusiasmo!
Agir Com Superioridade Sobre as Ofensas Acho que todos nós concordamos que um dos principais objetivos de todo cristão é amadurecer e se tornar adulto na fé! A Bíblia é muito clara neste ponto. Delongar-se na infância espiritual não é positivo. Por outro lado, crescer para se tornar um filho de Deus amadurecido é o que o Senhor espera de cada um de nós crentes. E, como era de se esperar, as ofensas e os maus-tratos são uma das principais táticas que Deus usa para nos ajudar a nos tornarmos adultos espiritualmente. Mais uma vez, Pedro nos explica como isso funciona: Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo ensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado. (1 Pedro 4.1) Outra forma de falar “deixou o pecado” é “alcançou a maturidade espiritual completa”. A Bíblia descreve os diferentes estágios e níveis do crescimento espiritual, que, por sua vez, são espelhados pelo que acontece no mundo físico. Todos nós começamos a vida como bebês, que são totalmente dependentes dos cuidados das outras pessoas. Na condição de bebês renascidos em Cristo, devemos desejar “ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para a salvação” (1 Pedro 2.2). Nada há de errado em querer o leite espiritual para um bebê. Na verdade, é esse o alimento perfeito, uma vez que, na tenra idade, é tudo o que o sistema digestivo consegue absorver. Contudo, em algum momento, todo bebê precisa parar de mamar e passar a se alimentar de comida sólida. Aí também a Bíblia fala: “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado ara outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4.14). Por fim, as Escrituras completam: “mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hebreus 5.14). Apesar das semelhanças, eu gostaria, porém, de apontar algumas diferenças entre o crescimento físico e o espiritual. Estando as funções biológicas intactas, o crescimento do corpo físico se dá, em primeiro lugar, em
função do tempo. Não existem bebês com l,70m de altura, para crescer tanto, é preciso pelo menos uns quinze anos. Já o crescimento intelectual é diferente do crescimento físico. Uma pessoa pode ser ainda jovem e aprender muitas coisas. Algumas pessoas, ainda criança, apresentam até mesmo traços de genialidade. Existem casos de pessoas que se formaram na escola e entraram para a faculdade antes dos quinze anos. Por outro lado, há pessoas que não tiveram a oportunidade de ir à escola e, já adultas, ainda não conseguiram tirar um diploma. Assim, o desenvolvimento intelectual não se dá em função do tempo, mas em função do acúmulo de conhecimento. Todos nós começamos no primeiro ano, depois passamos para o segundo, e assim por diante até nos formarmos. Mas, se a pessoa exibe o conhecimento sobre o conteúdo ela pode pular algum ano e ir para uma turma mais avançada. Diferente ainda do crescimento físico ou intelectual é o crescimento espiritual. Ele é único. O crescimento espiritual não é uma questão de tempo. Existem pessoas que renasceram em Cristo há pouco tempo, mas já são altas no mundo espiritual, enquanto outras pessoas são cristãs há décadas e, espiritualmente, ainda usam fraldas e tomam mamadeira. E, em geral, são as que mais “choram” na igreja, fazendo os seus pastores perderem muitas noites de sono! O crescimento espiritual tampouco é apenas uma questão de conhecimento. Quando Jesus veio à Terra, os sábios da religião, os fariseus, conheciam muito de Deus e das Escrituras Sagradas. A maioria deles sabia de cor os primeiros cinco livros da Bíblia. Porém, nada nessa vasta sabedoria os ajudou a reconhecer o Filho de Deus mesmo quando o Senhor estava frente a frente com eles. Esse mesmo problema acontece hoje em dia. Existem pessoas que passaram pela escola bíblica e pelos seminários, estudaram as doutrinas, leram todos os livros, deram aulas, e possuem um currículo impressionante em teologia, mas muitos desses sábios não saberiam reconhecer o Espírito Santo, nem se Ele aparecesse pintado de vermelho.
O amadurecimento espiritual é uma questão que extrapola o tempo e o conhecimento. Obviamente que Deus pode usar a educação e o tempo como ferramentas da maturidade, mas eles não são os elementos críticos. Nós vimos em 1 Pedro 4.1 o que nos faz crescer em Deus; e nada mais é do que o sofrimento. Agora caberia perguntar: - Por que, então, eu conheço algumas pessoas que sofrem, no entanto são imaturas? Isso acontece porque ainda há outro ingrediente crucial para o crescimento. Esse pode ser encontrado em Hebreus 5.8. Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. Jesus era totalmente Deus e totalmente homem, mas Ele veio como Filho de Deus, e por isso precisava aprender o que significava obedecer ao Pai aqui da Terra. E como então conseguimos crescer espiritualmente? Crescemos espiritualmente quando somos maltratados, insultados, perseguidos e ainda assim escolhemos obedecer ao Senhor. Ora, é fácil obedecer quando o sol está brilhando, quando estamos na igreja com a nossa família e os nossos amigos, quando estamos em um congresso ou retiro cristão em um excelente hotel-fazenda. Quando todo mundo gosta de nós, a vida é ótima; logo, ser obediente passa a ser tão natural quanto respirar. Mas, quando chega a tempestade, quando somos insultados, quando perdemos o emprego, os amigos nos traem, tudo dá errado e, mesmo assim, escolhemos obedecer e abençoar os nossos inimigos, então esse tipo de obediência conta muito. Mas muitos desses sábios não saberiam reconhecer o Espírito Santo, nem se Ele aparecesse pintado de vermelho.
Assim como nós perdoamos Existe um problema em nossa vida que, talvez mais do que qualquer outro, possa se tornar um grande obstáculo no caminho do amadurecimento. Pode, igualmente, interferir na nossa capacidade de reagir com bênçãos às pessoas que nos ofendem. Esse problema é a falta de perdão. Falando honestamente, existem muitas situações na vida em que fomos ofendidos e que estão mal resolvidas. Por isso, o nosso espírito nunca se sente em paz. Mesmo quando a intenção é obedecer totalmente a Deus e não pagar “mal por mal”, a dor da ofensa ainda resiste em morar em nosso coração. É nesse momento que temos de fazer o que Jesus nos pediu: perdoar. Eu não sei exatamente o porquê de isso ser tão importante para Deus; só sei que é. E eu sei que existe muito pouco poder espiritual na vida de quem guarda rancor de toda e qualquer ofensa. Igualmente, reagir da forma certa às injustiças não é só um exercício de comportamento. Exige profundidade espiritual, deve proceder do coração e, pela sua própria constituição, precisa que nós perdoemos. Exatamente como Jesus, nós temos de dizer: - Perdoai, porque eles não sabem o que fazem. Eis a chave para não precisarmos nunca mais fazer justiça: perdoar. Então, como podemos fazer para perdoar até a ofensa mais grave? Com a ajuda de Deus, vamos alcançar um estágio no qual primeiro entendemos como somos perdoados. O nosso pecado - o meu e o seu - precisou da morte de Jesus na cruz para que fosse perdoado. Somos culpados de todos os pecados possíveis, incluindo a execução injusta do Filho de Deus. Por esse pecado, a sentença é a aflição eterna no inferno. No entanto, se Deus pode perdoar todos esses crimes, então não há nada - e nunca é o bastante repetir - nada que não possamos perdoar. Muita misericórdia foi dada a nós. E, a nós cabe, em obediência e em amor, levar dessa mesma misericórdia aos outros. Eis a chave piara não precisarmos nunca mais fazer justiça: perdoar.
Armai-vos também Quando a Bíblia diz que todos os que sofreram na carne "deixaram o ecado”, isso ecado”, isso significa que tais pessoas não estão mais amarradas pelos pecados do nosso dia-a-dia. Aqui está, mais uma vez, a apresentação feita por Pedro. Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós vós do mesmo ensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado. (1 pecado. (1 Pedro 4.1) Deu para reparar a primeira palavra, “ora”7 . Na Bíblia ela é recorrente e quer dizer: “prepare-se: o que vem a seguir é a conclusão do que foi dito antes”. Pedro dedicou três capítulos de sua epístola à explicação de como devemos reagir às ofensas e de como suportar o sofrimento; por fim, nos deu no versículo 1, do capítulo 4, a conclusão. Essa é uma verdade poderosa e revigorante. Pedro começa dizendo: “tendo Cristo sofrido na carne”. Como será que Cristo sofreu na carne? Para começar, Ele foi constantemente injustiçado (no capítulo 3 estão outras explicações)! Na sequência, Pedro nos diz que isso é o que nós também devemos suportar; precisamos nos “armar” e ficar preparados para o sofrimento. Nós discutimos antes, que isso faz parte do nosso chamamento. Falando abertamente, desde que me tornei Cristão, a minha vida tem sido uma tribulação após a outra. Em muitos aspectos, a vida antes era bem mais fácil. O problema é que eu estava cego para a verdade, pois antes de conhecer Jesus, era prisioneiro do Diabo. O que é melhor para a nossa vida? Ser prisioneiro de guerra, recluso em uma jaula, com as mãos amarradas? Ou ser livre e lutar na guerra contra o mal que faz tantos prisioneiros? Quem está no campo de prisioneiros, prisioneiro é; quem leva tiro na frente de batalha é livre. Quando eu estava no mundo e não era um crente, era prisioneiro e quase não tinha tribulações na vida. Agora que sou livre, adivinha quantos tiros vêm em minha direção todos os dias? Eu sei que você também está na linha de fogo do inimigo. A vida do cristão é assim! Mas nós precisamos ser fortes e lutar!
O sofrimento que Jesus passou - como explica Pedro -foi a injustiça das pessoas na posição de autoridade, mas também de muitas outras pessoas. Repetidas vezes Ele foi ofendido e acusado, mas não procurou se defender. Pedro diz que devemos nos preparar para fazer o mesmo, por isso devemos nos armar também. Na guerra contra o inimigo, as nossas tropas devem receber apoio e suprimentos para vencer cada batalha. Se a linha de suprimentos for cortada, a derrota é certa. Da mesma forma, nenhum soldado do exército de Cristo pode ser enviado à frente de batalha se não estiver armado. E, é exatamente este o caso da injustiça. Devemos nos armar contra ela. Infelizmente, muitos não fazem assim! Eu já preguei em igrejas por todo o mundo. Nas minhas andanças, constatei que os cristãos não têm aprendido a se preparar para reagir contra os maus-tratos e o sofrimento. A vida cristã possui muitos benefícios, mas ainda assim é vida de soldado na guerra. E Deus ordena que façamos as coisas corretamente para a sua glória. Portanto, basta alguma coisa acontecer de errado na batalha para que os cristãos que estão sem as armas adequadas se firam, fiquem perdidos e entrem em estado de choque. Em lugar de saber como agir bem bem - igual a Jesus - eles agem mal. mal. Nós, crentes, temos de nos preparar, devemos nos armar com as informações adequadas e o poder do Espírito, para que quando formos injustiçados, saibamos como agir bem. Quando eu estava no mundo e não era um crente, era prisioneiro e quase não tinha tribulações na vida. Agora que sou livre, adivinha quantos tiros vêm na minha direção todos os dias? Uma boa analogia com a preparação da vida cristã está na vida dos pilotos de avião comercial. A cada seis meses, os pilotos passam por um treinamento no simulador. Os simuladores são incríveis, possuem alta tecnologia e são muito sofisticados. Então, quando o piloto está no simulador, é como se ele estivesse a bordo da aeronave. Todos os controles e equipamentos são os mesmos. Se o piloto olha pela janela do simulador, é como se estivesse olhando para a pista, o aeroporto, etc. Quando está pilotando, é como se estivesse decolando, voando
ou aterrissando o avião de verdade. Também as condições naturais, como tempestades e força do vento, fazem parte da simulação. Logo, tudo o que pode acontecer - turbulência, rajadas de vento, problemas na rota - está programado no simulador simula dor.. Durante o treinamento, os instrutores programam no simulador as mais catastróficas situações para os pilotos. Afinal, se os pilotos forem surpreendidos pela catástrofe no voo real, a chance de acidente é muito grande. Já no simulador podem praticar várias vezes - errar e corrigir os erros - até aprender a agir bem e conduzir a aeronave com segurança. Assim, se a situação catastrófica acontecer na vida real, os pilotos estão preparados para agir imediatamente. Por isso, quando, infelizmente, um avião sofre um acidente, as gravações da caixa preta mostram os passageiros gritando desesperados. Afinal, não estão armados nem preparados; logo, reagem com medo. Mas a gravação do comandante e copiloto mostra como se comportam com calma e concentração: - Faz isso, verifica aquilo, levanta, mais potência... Eles agem com segurança e tranquilidade; e, por conseguinte, não agem mal. Os pilotos soam sempre calmos e conscientes até o último momento antes da colisão. Têm o controle total, mesmo quando o acidente é inevitável. Os pilotos estão armados. A vida cristã possui muitos benefícios, mas ainda assim é vida de soldado na guerra. A maioria dos cristãos não está armada para lidar com as ofensas. Este livro também trata de ajudar no treinamento. É como um simulador! A minha intenção é ajudar as pessoas a se prepararem na Palavra de Deus, para a forma como o Senhor espera que nos comportemos quando as pessoas e a vida são duras conosco, e quando a injustiça investe contra nós. Queremos todos saber como fazer a coisa certa para honrar o nosso Rei e não perder uma bênção sequer!
Encontrará o Senhor a fé? Acredito que nenhum de nós, renascidos em Cristo, queremos ser fracos espiritualmente. Ao contrário, queremos ter músculos espirituais fortes para carregar o peso de fazer parte do reino, suportando as ofensas e qualquer outro desafio que seja necessário para expulsar as trevas e carregar adiante a causa de Cristo aqui na Terra.
Aumento de força Eu gosto de fazer uma analogia entre o ganho de força espiritual e o ganho de força física. Para isso, eu gostaria de compartilhar outra história que aconteceu comigo. Quando eu era jovem, era muito magro, praticamente só pele e osso. Sempre pesava abaixo do padrão para a minha idade e altura (ao contrário de muita gente que quer emagrecer, o meu sonho era engordar!). Eu pesava uns dez quilos a menos do que deveria. Por isso, eu era tão fraco que até minha capacidade de pregar foi afetada. Teve um culto em que eu estava no meio da apresentação da mensagem, quando senti a vista escurecer e quase desmaiei. Naquele dia me senti esgotado. Mal tinha começado a pregar e já estava desfalecendo. A minha esposa, Lisa, ficou preocupada e disse que eu deveria me cuidar melhor. Foram meses de oração de Lisa para eu tomar uma providência com relação à minha saúde. Mas depois desse incidente, ao chegar a casa disse a ela: – Acho que agora cheguei ao limite; vou começar a fazer exercícios. Graças a Deus, nessa época eu tinha um vizinho que era lutador profissional e nossas famílias eram íntimas. Após tomar minha decisão, pedi a ele: – Será que você não poderia me ajudar a começar a treinar? Ele ficou feliz com minha decisão, então começamos um programa na academia, três vezes por semana. Éramos uma dupla engraçada. Ele, uma montanha de músculos, com 1,90 m de altura, 120 kg e apenas 6% de gordura corporal. Os braços dele eram mais grossos que as minhas pernas. Levou algum tempo, mas fui aprendendo como aumentar a massa muscular. Comecei fazendo séries de doze repetições. Quando meu condicionamento melhorou, aumentei o peso e diminui as séries. Mas aprendi que, se quisesse de fato ficar forte, deveria colocar o máximo de peso que
aguentasse e fazer séries menores ainda. E então, quando os músculos ardessem e gritassem “chega!” ainda fazia mais uma ou duas repetições. E lá estava eu, o Mr. Universo (Microscópico), magrelo, fraco, junto a meu amigo lutador e seus amigos monstros da academia. Eles ficavam o tempo todo incentivando uns aos outros, dizendo: “vamos, mais uma, vai que dá, força!” O rosto ficava vermelho, um rugido saía por entre os dentes, mas conseguiam levantar os pesos. Naturalmente, era esse o treinamento que meu vizinho queria que eu seguisse. – É assim que a gente fica forte, John. Você deve chegar ao ponto em que pensa ‘Eu não consigo mais. É impossível fazer mais um!’ Mas alguma coisa dentro de você o motiva a continuar; é então que os músculos crescem. ‘Meu Deus do céu; onde fui me meter?’ Pensei. Porém, não queria mais desmaiar de fraqueza e persisti. No início do meu treinamento, eu estava bem fraco. No supino, por exemplo, comecei levantando 10 kg. Mas, depois de algum tempo malhando regularmente, aumentei para 15 kg. Passadas mais algumas semanas, coloquei mais 5 kg. E, com o progresso, fui melhorando: 25, 30, 35, 40, 45, 50. Nada disso aconteceu do dia para a noite. Foram uns bons dois anos treinando. Porém, chegou um ponto em que não conseguia me desenvolver mais. Parecia que tinha alcançado o máximo para o meu tipo físico. Até que um dia estava pregando em outra cidade e os pastores de lá me levaram à academia onde costumavam malhar. Durante o treino, um deles me disse: – Pelo seu biótipo, você consegue levantar pelo menos uns 60 kg sem problema. – Ficou doido? Nunca que eu vou conseguir esse tanto. – Claro que consegue. Coloca o peso aí. Eu te dou um leve. – Claro que não. Não tem jeito. - Disse eu incisivo. Não estava levando a menor fé que conseguiria. Mas o pastor me colocou no aparelho, montou os pesos e me ajudou. Foi inacreditável, mas eu
consegui. Fiquei muito empolgado! Mal podia acreditar. Mais tarde, fomos almoçar juntos. Ainda feliz com a superação, disse ao pastor amigo: – Sabe de uma coisa, você é para mim como o Espírito Santo. – Como assim? - Ele perguntou intrigado. – Lembra do que diz a Bíblia? - Perguntei. - Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos roverá livramento, de sorte que apossais suportar (1 Coríntios 10.13, grifo nosso). O meu amigo pastor continuou intrigado. O Espírito Santo sabe até onde vão as nossas forças, e quase sempre elas são maiores do que o tanto que nós imaginamos. – Você sabia que eu iria conseguir levantar 60 kg. Sabia que não estava além das minhas forças. O incentivo e a fé desse homem me ajudaram a quebrar uma barreira que eu considerava intransponível. Passados alguns meses, eu estava levantando 65 kg, porém, mais uma vez, fiquei preso aí. Mais ou menos um ano depois, fui malhar na academia de um dos melhores treinadores de halterofilismo do país. Na primeira vez em que ele me viu, disse: – Você consegue levantar 70 kg, sem problema. ‘Lá vamos nós, de novo!’ Pensei. E falei imediatamente: – Ficou doido, é?! Ele riu, e depois do aquecimento e de algumas instruções sobre a postura correta do exercício, eu levantei os 70 kg! Dessa vez fiquei mais feliz ainda. Tanto que até liguei para a minha esposa para contar. Continuei o treinamento com este mesmo professor por mais alguns meses (ele também
treinava o Pastor Dirigente da igreja que ele frequentava. O Pastor Dirigente levantava no supino 200 kg!!). Certa feita, pregando na igreja deles no domingo, falei ao povo da importância de estar aberto para o Espírito Santo falar conosco. Na segunda de manhã, na academia, o professor me viu e disse: – John, na noite passada eu tive um sonho muito legal. Vi você levantando 100 kg! Aí eu tive de rir. Definitivamente, agora ele estava louco. Mas tanto ele quanto o Pastor Dirigente me lembraram do que eu tinha pregado no dia anterior. Só me restou concordar com o argumento: – Vamos lá, então. Fizemos os aquecimentos e fomos progressivamente aumentando o peso. Levantei 90 kg. Então ele disse: – Agora está na hora: 100 kg. Ele pôs uma anilha de 5 kg de cada lado. Eu me concentrei, respirei fundo e os 100 kg subiram sem eu precisar de ajuda! No que diz respeito ao meu condicionamento físico, os meus treinadores foram como o Espírito Santo para o condicionamento espiritual: sabem mais sobre a gente do que nós mesmos. Isso me fez lembrar do que o autor de Hebreus escreveu por inspiração do Espírito Santo: Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. (Hebreus, 5.12) O que, de fato, o Senhor nos diz é: – Vamos então colocar você em forma. Eu quero que você faça uma coisa por Mim - carregar 30 kg de ofensas - e Eu sei que você consegue! Mas, quando somos ofendidos, não conseguimos suportar o peso e
então reagimos mal. Assim, Deus diz: – Tudo bem, você precisa voltar para os 10 kg. Talvez você possa fazer alguma coisa “para crianças”, mas não mais por enquanto. Talvez a nossa vida espiritual tenha maturidade equivalente a 10 kg. Se alguma coisa agrada a Deus, mas para que ela aconteça nós devemos carregar o peso de uma perseguição de 40 kg, Ele fala conosco: – Eu preciso que você levante 40 kg de perseguição no Espírito. Então, nós passamos por uma situação que alguém de autoridade nos persegue, e nós reagimos reclamando e com vontade de nos vingar, não realizando, assim, o trabalho de Deus. Assim, o Senhor nos diz: – De volta para os 10 kg. Em outro momento o Senhor pode precisar que nós levantemos um peso de 50 kg no Espírito. Então um amigo nos trai, ou o chefe dá a promoção para outra pessoa. E, em lugar de permanecer firmes e não pagar o mal por mal, nós retrucamos agredindo e com agressividade. Assim, Deus diz: – De volta para os 10 kg. Mas um dia Deus precisa de uma igreja que consiga carregar o peso de 90 kg em uma determinada cidade. Mas a igreja sofre perseguição, como por exemplo, através de matérias no jornal local. A liderança do ministério então contra-ataca. Assim, Deus diz: – De volta para os 10 kg. O nosso treinador espiritual, o Espírito Santo, nos ajuda a exercitar e diz: - Vamos então colocar você em forma. Eu quero que você faça uma coisa or Mim - carregar 30 kg de ofensas - e Eu sei que você consegue! – Você consegue levantar 50, 100, 150 kg! Mas, como ficamos sempre nos defendendo, ou tentando nos vingar
quando somos criticados, o nosso treinador sempre volta nosso peso para 10 kg. Com isso, não conseguimos aumentar os músculos e ficar em forma. Porque não obedecemos ao mandamento de carregar o sofrimento com cordialidade e deixar que a justiça seja feita pelas mãos de Deus. Mesmo Ele sendo paciente porque nos ama, Deus está, com isso, querendo nos dizer: – “Minha criança amada, você está desperdiçando uma chance de crescer. Existem algumas obras do reino que, para serem feitas, precisam de alguém que consiga levantar mais de 10 kg. Por favor, venha fazer sua colheita! Tudo o que você conseguiu reagindo mal, foi perder a oportunidade de ganhar força. Pode acreditar, você consegue!" Ninguém está sozinho na luta para conseguir ganhar musculatura espiritual! Digo isso com base na minha própria experiência. Naquele episódio que eu contei no Capítulo 2, quando o pastor que cuidava da administração da igreja me difamou com todo mundo, senti como se o mundo desabasse sobre mim. Sinceramente, pensei que não ia conseguir superar, que ia acabar perdendo a cabeça. E tudo ficou horrível. Parecia que o mundo estava em ruínas. Um pouco antes desse episódio, eu tinha recebido do Senhor a missão de largar minha carreira de engenheiro para trabalhar no ministério. E isso já tinha sido “muito peso” para eu levantar. Contudo, apesar de eu não entender nessa época, estava levantando só 10 kg. Mas, com a graça do Senhor, continuei o treinamento. A cada ano que passava, ia crescendo em força espiritual, aumentando a capacidade de aguentar mais. Um dia, quase doze anos depois, uma coisa parecida aconteceu. Uma pessoa muito importante de uma igreja na Europa espalhou boatos muito nocivos sobre mim. O meu nome foi jogado na lama em três continentes diferentes. Caso esse segundo episódio tivesse acontecido doze anos antes, quando eu mal conseguia levantai 10 kg, teria deixado o peso cair em cima de mim e, provável mente, teria quebrado umas boas costelas. Seria como tentar levantar 100 kg da primeira vez que fui treinar com meu amigo lutador. Poderia até ter morrido. Mas, a graça de Deus derramou a força do Espírito Santo sobre mim, e consegui esquecer todas aquelas calúnias e ofensas. E mais, fui capaz de amar verdadeiramente essa pessoa e seguir abençoando. Foi essa boa forma de reagir
que me deixou imune ao veneno da ofensa que adoece e enfraquece o espírito. Quando chegou o tempo certo, Deus fez a justiça. Eu lamentei muito, mas pouco tempo depois dessas acusações, aconteceu uma grande divisão na igreja desse homem. E o ministério dele nunca mais foi o mesmo. A igreja perdeu muitos de seus fiéis. Sabe por que os batalhões especiais são muito mais respeitados do que as forças militares comuns? Porque o treinamento é muito mais intenso. Quando o comando precisa realizar as operações mais arriscadas, são os batalhões especiais que são chamados. Da mesma forma que os músculos do corpo crescem rápido quando a gente treina com um bom professor, os músculos espirituais crescem quando o Espírito Santo nos diz para irmos além da nossa zona de conforto e seguir à risca a vontade de Deus. Porque é Ele quem sabe o tanto que conseguimos aguentar! Contudo, para isso acontecer, precisamos confiar no Senhor, com a certeza de que o nosso esforço servirá para realizar as missões mais difíceis do reino.
A vontade de Deus, ou a vontade do homem? Quando nos recusamos a fazer as coisas segundo a vontade de Deus, Ele lamenta muito. Ele diz: - Meu povo, existe um trabalho muito difícil para ser feito na Terra. A colheita é farta, mas os trabalhadores são poucos. O meu povo se aborrece com o que os outros pensam e dizem sobre ele; com as críticas que o chefe ou as autoridades fazem a ele. E assim está procurando fazer justiça com as próprias mãos. Mas, por isso, tem muita gente morrendo e indo para o inferno. Eu preciso de gente que consiga levantar 60, 70, 80, 90, 100, 150, 200 kg! Jesus disse que no fim dos tempos as ofensas iriam correr soltas pelo mundo. E ainda completou: Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros. (Mateus 24.10) A palavra grega para ‘muitos’ significa a maioria’ e o que mais assusta é que Jesus não estava falando sobre as pessoas do mundo, mas sim dos cristãos. A consequência de todas estas tribulações provocadas pela baixa capacidade dos crentes em lidar da forma correta com os maus-tratos sofridos será a falta de lei, o que significa que não vão se submeter à autoridade. No fim das contas, “o amor se esfriará de quase todos". (Mateus 24.12) Os músculos espirituais crescem quando o Espírito Santo nos diz para irmos além da nossa zona de conforto e seguir à risca a vontade de Deus. Jesus sempre fez uma relação imediata entre a insubordinação e as ofensas. Ele disse que muita gente será ofendida, muita gente irá: “escandalizar, trair e odiar uns aos outros”. Esta é uma das formas pelas quais surgirão os falsos profetas que “enganarão a muitos” (Mateus 24.11). E os ‘muitos’ a que se refere são as pessoas que são ofendidas! O resultado disso tudo: “multiplicar a iniquidade” (Mateus 24.11). Por que a iniquidade vai multiplicar? A resposta vem de tudo que tratamos neste livro. As pessoas dizem:
– Eu sofri muitas ofensas. Fulano fez isso comigo; sicrano falou aquilo de mim. E assim o problema se arrasta, sempre quando alguém ou alguma coisa lembra o episódio da ofensa, os mecanismos de vingança e de acertar os ponteiros vem à tona: – Passei por muita dor; isso nunca mais vai acontecer comigo de novo! Eu entreguei minha vida para o ministério do Senhor Jesus em 1983, e desde 1990 tenho viajado o mundo levando a Palavra de Deus. Nesse tempo, testemunhei inúmeros casos de cristãos que procuraram atacar de volta quando foram ofendidos. De certa forma, eles “saíram ganhando”. Mas, uma coisa sempre deu para perceber. O fogo da vida de quem anseia pelo Senhor se apagou. O amor se esfriou. A humildade morreu. Quando assumiram para si o trabalho de Deus de fazer justiça, abandonaram uma coisa muito mais preciosa. E assim se enganaram, achando que fazer justiça com as próprias mãos só traz bons frutos. O problema é que perderam a maior bênção de todas. Deixaram de crescer em força e perderam a oportunidade de ver o caráter de Cristo se desenvolver em seus corações. Aproveitando este momento, vamos recapitular os três motivos principais para Deus não querer que vinguemos as nossas ofensas: 1. Abrir espaço para que a justiça de Deus seja feita. 2. Herdar muitas bênçãos. 3. Desenvolver o caráter e a maturidade de Cristo dentro de nós.
Somos fieis aos olhos de Deus? Estamos chegando ao final do livro. Por isso eu gostaria de propor um último desafio: você é capaz de confiar em Deus o suficiente para obedecer à vontade dEle? É capaz de reagir às ofensas da forma correta e se juntar aos milhões de outros crentes que ajudam a expandir o Reino de Deus e levar glória ao nome precioso do Senhor? Você confia em Deus para tomar conta de você e fazer justiça no tempo dEle, nessa vida ou na próxima? Você é fiel aos olhos de Deus? Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer. Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum. Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário. Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Item que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum; todavia, como esta viúva me importuna, ulgarei a sua causa, para não suceder que, por fim Deus venha a molestar-me. Então, disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo. Não fará Deus ustiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na Terra? (Lucas 18.1-8, grifo nosso) Essa parábola é muito usada para mostrar a importância de persistir na oração fervorosa. Entretanto, a última parte dela é quase sempre ignorada: Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na Terra? Essa passagem é, em verdade, a mensagem principal deste livro: é preciso ter fé para não revidar quando somos maltratados por outra pessoa. É preciso fé para nos entregarmos nas mãos de Deus em lugar de fazer justiça com as próprias mãos. Glória a Deus! Não precisamos lutar com as nossas próprias forças! Pois para Deus nada é impossível. Quando o pastor da Europa acabou com a minha reputação e fez isso