Teoria do Conhecimento
Teoria do Conhecimento Luiz Henrique de Araújo Dutra
Fóp, .
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D Dutra, Luiz Henrique de Araújo. Teoria do conhecimento/ Luiz Henrique de Araújo Dutra. — Florianópolis, 2008. 168p.: 28cm. ISBN: 978-85-61484-01-9 1.Epistemologia. 2. Teoria do conhecimento. I. Título.
CDD E p Rg S, pv p é B Uvá Uv F S C
Sumário 1 O problema do conhecimento.....................................13 . A pçã h ......................... . A çã güí p h ................................................... . S h ..................................................................... Leitura recomendada..............................................................24 Relita sobre ..............................................................................24 2 A abordagem tradicional do conhecimento..........25 . Ch ........................................... . Ch ..................................................... . A p h ....................................... . A g h ................................................. . Cpçõ v h ......................... Leitura recomendada..............................................................40 Relita sobre ..............................................................................41 3 Verdade e certeza .........................................................43 . Cz vê ................................................................. . Dçã é v ............................................. . P v ............................................................
. pê ................................................... . pê ................................................................. . â ..................................................................... Leitura recomendada..............................................................58 Relita sobre .............................................................................. 58 4 O racionalismo de Descartes .....................................61 . Dúv ó, óg......................... . O C v .................................................... . A x ............................................. . A z ............................................................... Leitura recomendada..............................................................76 Relita sobre .............................................................................. 76 5 O empirismo de Locke, Berkeley e Hu me ...................77 . Og çõ é.................................................. . Q pá á ................................... . F ....................................................................... . C há............................................................... . C g ................................................................ Leitura recomendada..............................................................93 Relita sobre .............................................................................. 93 6 Kant e a filosofia crítica ...........................................95 . P pg h ...................... . A p ...................................... . A g ........................................... . O píp .......................................... . A é zã.................................................................. . I .................................. Leitura recomendada............................................................113 Relita sobre ............................................................................113
7 Positivismo e pragmatismo........................................115 . Ag C ...................................................................... . Jh S M ..................................................................... . Pg – vgçã Dwy .......... . Pv Lóg – R Cp ................................. Leitura recomendada............................................................130 Relita sobre ............................................................................131 8 Bertrand Russell ........................................................133 . F çã .................................................... . Cçõ óg .............................................................. . Cp ...................................... . Uv x....................................................... Leitura recomendada............................................................146 Relita sobre ............................................................................146 9 Epistemologia contemporânea................................149 . p .................................................. . C ......................................................................... . Epg z ................................................. . O p G ......................................................... . C ........................................................................ Leitura recomendada............................................................164 Relita sobre ............................................................................165 Referências bibliográficas .........................................167
Para minha mãe, Maria Zélia
Apresentação A teoria do conhecimento é uma disciplina losóca que se destina a examinar as principais reexões dos lósoos, desde a modernidade até hoje, sobre os undamentos de nossas cognições racionais e empíricas, inclusive aquelas que encontramos nas ormas mais esp ecializadas do saber, como as ciências naturais e humanas em geral. Através da teoria do conhecimento, tentamos saber como podemos conhecer o mundo em geral, inclusive nós mesmos e o modo pelo qual conhecemos as coisas e agimos sobre elas. O conhecimento é uma das ormas principais pelas quais nos relacionamos com o mundo, ao lado de nossas ormas de agir no mundo e das relações sociais e biológicas que possuímos com nosso ambiente natural e social. Compreender como se dá o conhecimento humano pode se tornar, portanto, um instrumento de valor inestimável em relação àquelas outras dimensões da vida humana.
Luiz Henrique de Araújo Dutra
■ Capítulo 1 ■ O Problema do C onhecimento Neste primeiro capítulo aremos uma introdução à concepção tradicional de conhecimento como crença verdadeira e justicada, indicando as áreas de contato da teoria do conhecimento, comentando os aspectos lógicos, lingüísticos e psicológicos do problema do conhecimento, as distinções entre conhecimento perceptivo e proposicional, e entre conhecimento e habilidade.
O Problema do Conhecimento ◆ 15
1 O problema do conhecimento 1.1 A concepção tradicional do conhecimento
Os termos ‘opinião’ e ‘crença’ serão utilizados como sinônimos e não possuem nenhuma conotação religiosa, como poderia sugerir a palavra ‘crença’. Estamos nos reerindo as nossas opiniões, ou concepções, ou idéias sobre as coisas em geral. É preciso prestar atenção ao uso técnico das aspas acima e no restante deste livro. Utilizamos aspas simples para mencionar uma palavra e não para usá-la para nomear um objeto. As aspas duplas são utilizadas para assinalar citações e proerimentos.
A g p q p p h pg opiniões ( crenças) ã v q í p á . Rv p h, , jv v h ép p . E , - D p; Lk p â; , p, K, q é ó p p teoria do conhecimento epistemologia, q p ó. E p h – q ppõ çã g h crença (ou opinião) verdadeira e justicada – já p ó gü gg, p, Pã, ág Teeteto. O póg ó h é hj z ê pçã, -concepção tradicional do conhecimento. E, há ç p õ
h h ó , q q pág , çã g.
16 ◆ Teoria do Conhecimento
O p gü, pópPlatão é Aó, p , v p h j p , j, q há – g í , p, q p . N póx pí, v h çã h . Ao contrário, os flósoos modernos, como Descartes, Locke e Kant, entre outros, representam uma perspectiva inovadora na história da flosofa por tomarem o problema do conhecimento de orma relativamente independente das questões metaísicas. Em outras palavras, para eles, podemos compreender o conhecimento humano mesmo que não saibamos que coisas existem no mundo e como elas são. As teorias do conhecimento apresentadas por estes flósoos ilustram de que maneira podemos lidar com o problema do conhecimento e propor soluções para ele mesmo que continuem sem solução certos problemas metaísicos. Podemos examinar o conhecimento humano, por exemplo, estudando as relações entre nossas idéias, mesmo sem sabermos se elas correspondem a coisas reais ou que existem no mundo a nossa volta.
D , pê õ póg p v, , vz q h p p v ó j é v x p z ppçõ. À vz, ppçõ z p à z v . S ví p pã, x, p p q j, ví; , é ph p póg. A p póp pçã h – crença jf – p, p, pg q çã ç vv. E pv, p v p z á póp ç q , ã entidade ( póg).
Platão (428/7–348/7 a.C.)
Pelo termo ‘entidade’ estamos entendendo aqui qualquer coisa que possa ser identicada como um indivíduo de qualquer tipo, ou seja, algo que não pode ser compreendido como resultado das relações entre outros indivíduos. Tais relações seriam, assim, acontecimentos ou eventos, e não entidades ou indivíduos. Este é um
ponto relativo a discussões ontológicas e também será comentado no próximo capítulo.
O Problema do Conhecimento ◆ 17
A õ q ç q póg p í ff , q é á pg. E, p vz, , pp , á í í, vz q p , , h. A qã z ç ã é, , ú qã í q p xã p h. Nã p ó g q já , é pâ ( é, é XX p á), qõ í ê j qõ póg. U xp ó B R, j é é v x p. E í h h gg q í . N p, ã, g q ó gg q . U qõ p ú – ví q há – j çõ . O é póp – , – x q p z q ví x, , p xp, j í: v, , .
No capítulo 3, vamos comentar as teorias da verdade mais conhecidas, a dierença entre denição e critério de verdade, e a distinção entre verdade e certeza.
Aé , póp pçã h ç jf, p pg pçã verdade q vv h p p ó. Há v v, g p p çã p ‘v’ ‘’, pp é p g v , z . A qjçã, ppõ é v,xp à vz,ã é j, p çã vv çã pçã h, j, vz: ç v justifcada. M é jçã ã p
18 ◆ Teoria do Conhecimento
p pçã v pçã é p h pã v. E pv, pí j ç q ã é v . M, , é q q pp ã á â pçã h. U á h ff , p xã, üí. N põ ã v p p q z, z g íg , pgê, gê . O póg pâ ( x, p í é XX) p ç p çã ó ép . E é í gg h, h ã v á gg. D, Lk K, p xp, p á gg h, h põ é, çõ , é, jíz. N í é XX, v póg q ã virada lingüística, j, q h v-
á gg.
1.2 A formulação lingüística do problema do conhecimento M v güí, h g v p q pçã h ç v j. A ç p q õ q, , póg (é, ç, jíz) p güí (pv , , , , enunciados, sentenças ou proposições ). I á h, vz q p p h p jv. E vz p çõ é, póg p ã p çõ q v.
Os termos ‘enunciado’, ‘sentença’ e ‘proposição’ são utilizados por alguns autores sem distinção. Outros, contudo, acham importante deni-los claramente. As noções mais aceitas são as de que uma sentença é uma seqüência de termos que segue as regras gramaticais de determinada língua, que um enunciado é o ato de um alante de dizer algo por meio de uma sentença, e que a proposição seria o signicado ou a idéia que pode ser comunicada por dierentes sentenças que são consideradas sinônimas.
O Problema do Conhecimento ◆ 19
A vantagem metodológica dessa abordagem está no ato de que os enunciados são eventos públicos, compreendidos pelos diversos alantes de uma mesma língua. Ao contrário, enquanto entidades mentais, as idéias ou crenças são eventos privados de cada indivíduo humano e, portanto, são acessíveis apenas – e só parcialmente – a cada indivíduo que as possui. Assim, ao ormularmos o problema do conhecimento em termos lingüísticos, ele passa a ser o problemapode de sabermos quedeapoio ouenunciados. justifcação determinado enunciado ter da parte outros
Ag vz, p p z çõ óg g . g xp:
T q; P ; , P q. A qã p jçã q p ç g (h g) à (h g) p Segundo a lógica moderna, um argumento é válido em virtude de sua orma e não do conteúdo das sentenças que o compõem. O argumento do exemplo acima é um silogismo, um tipo de argumento já estudado por Aristóteles. Estes e outros temas serão vistos na disciplina Lógica.
qã v à orma lógica g, q ã z p p ç. O g p vá p óg. A, g , v p p, ã á v. I q z q p j ç q é ã g. C, q jçã é pív z ppçõ: () q p ã v, q ã é ; () q g vá, q é ã , q q vgçã í óg. A, g p, çã p h güí é p ppçõ. E p, ppçõ z p pp gg , p, . N xp , ã g á j p j p p-
20 ◆ Teoria do Conhecimento
q g qã é áv g, j, vá, z óg. C p p j, p vz, p g, q p p. M é q, , pí . P v , g p, í q ppçõ q ã p jçã. A pív ppçõ q ã jçã ã auto-evidentes p , p , incorrigíveis. M ó q, , há ppçõ p. S, , x, ã z g p j q ppçõ q p p . P , é p q hj é é ê, j, p g q p x q ppçõ p v ppçõ -v. É x p q q óg p j h. Ag h pg h ppv, v pí g.
1.3 Saber e conhecer O g óg-güí p h g é q, çã p ó , ç é, p õ póg p. E pv, h h v póg, pg pp pg pí ã . E p v á , , duas noções undamentais. A p é q h
p qõ h h, ã qõ . A qõ v gv ( h h) p ã j pg. M pg v p
Esta distinção entre questões epistemológicas de direito e questões de ato remonta a Kant. No século XX, diversos epistemólogos deendem uma outra ormulação do mesmo princípio, devida a Hans Reichenbach (1891–1953), segundo o qual a teoria do conhecimento se ocupa do contexto de justifcação e a psicologia, do contexto de descoberta, ou seja, da elaboração real de opiniões sobre as coisas. Este ponto será comentado no capítulo 9.
O Problema do Conhecimento ◆ 21
qõ jçã, , x, çã çã : pg v h p j . A g çã q á àq g é q p p h h é q q é v p gg, j, q é p . - q conhecimento proposicional. M v p çã q ã é ú p h q . U ê q ã h pz gg q ã é pz h ã, p xp. N v , g pó h p ó ã p. Sph q p p g p v hv hv, z q é hv p , q é , p ó . É p h q p h p ã hv pp. - p h q g ó conhecimento perceptivo.
O termo ‘epistêmico’ utilizado aqui tem um uso mais técnico na epistemologia, e diz respeito ao ato de que uma proposição é aceitável. Seu signicado é, portanto, mais especíco que o signicado de ‘epistemológico’, que é aquilo que é relativo ou à teoria do conhecimento enquanto disciplina, ou ao conhecimento em geral. (C. CHISHOLM, 1974, cap. 1). A questão é que uma proposição que descreve uma percepção visual seria mais conável logo, mais aceitável) que(e, outras, que descrevem percepções de outros sentidos.
A p xp p h hv ã p p , é – – p vã. E é q h ppv. M v pvég epistêmico à vã, pí p q, , í h pp. I é vv vá p v ppçõ v q é vz q vá q p v ppçõ p . P p v j í, p xp. D qq , - p h ppv. E çã h pp h ppv é p é p h pív çã p p h. Sph p q h pã ( q hpó) q há óã í q v, í q, p, v pç , v-. S p g: “Há óã h ”,
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– q é pó conhecimento proposicional – é p p pó h ppv – v í ( , v, ó h ppv – q v p p z í). O h ppv, p, é é q p h ã ó ê q ã , é . É p h q í ã, p xp, q z q h . O h ppv g ( q pv q ã vã) á p h q í p q z g , p xp g z q. U p q – q – p ã p q , é, p ã pz xp p q g q . M, p q h xpçã p p z: “ q v gã p p , g q”. A çã h q á vv é h hb. O h h é ã é á pp , v pág , p ã ph h pp h qã. E çã é z p g ó, , Gilbert Ryle, q xp ç b q b . A xpã ‘ ’ z p h q h; xpã ‘ q’ z p h pp. M íg ã p çã q p z pgê p pg v ‘h’ ‘’. É íg g, q Ry v. P , p , p z xpõ px. M íg pg ã h h h pp.
Gilbert Ryle (1900-1976)
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P é p z pgê: “sei ”, ã é z: “conheço ”. E , v ‘’ ( vz ‘h’) x çã h pã. C, v ‘’ – g h pp. E ã p h . S p z: “ conheço xpçã p qí ”, p z q gé h xpçã, q ã v. M : “sei xpçã p qí ”, , p z q xpçã . O v ‘’ q é á põ v, : ‘h’, ‘’, ‘’ ‘p’. A, gé z q sabe que é , p á xp g z vçã q ã é p q z q acha que é . Assim, para os epistemólogos, a pessoa que tem conhecimento de algo seria a pessoa que pode dizer que sabe, e não aquela que acha ou que acredita naquilo. Em outras palavras, tal pessoa possuiria uma opinião verdadeira – por exemplo, que os gatos têm quatro patas – e, além disso, teria alguma evidência, apoio ou justifcação sufciente para pensar assim. O conhecimento perceptivo pode servir de apoio ou evidência para esse tipo de conhecimento proposicional. Sabemos que os gatos têm quatro patas porque os vemos. Mas o problema que permanece, e que será discutido nos próximos capítulos, é se esse tipo de apoio, evidência ou justifcação é sufciente para termos conhecimento, isto é, para podermos mesmo dizer que sabemos que os gatos têm quatro patas, por exemplo. No caso de ser um conhecimento genuíno, não haverá circunstâncias que mostrem que nossa opinião é alsa – e devemos saber isso também.
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Leitura recomendada E pí q g j çã à pp qõ póg, g pív p , : CHISHOLM, R. M. Teoria do conhecimento. R J: Zh, . Cp. . DURA, L. H. A. Epistemologia da aprendizagem. R J: DP&A, . Içã Cp. .
Reflita sobre •
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O p h. U pçã h :crença verdadeira e justiicada.
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P q, g ó ép , qõ póg p p qõ í. Q ã pp á h. Q vg óg hv çã güí p h. D q óg p x h q j. P q, g , h v p p x jçã. A çã h pp h ppv. A çã h pp h q h. Q ç saber achar ( acreditar).
■ Capítulo 2 ■ A abordagem tradicional do conhecimento Neste segundo capítulo temos o propósito de aproundar a compreensão inicial da concepção tradicional de conhecimento, destacando a distinção entre conhecimento direto e indireto, comentando a possibilidade deconhecer o mundo, em quais aspectose como, e a dierença entre inerir e construir um objeto de conhecimento.
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 27
2 A abordagem tradicional do conhecimento 2.1 Conhecimento direto e indireto N pí , çã p h, : h ppv ( q q p ) h pp ( q p ), p xp, q p g. S q g ê q p pq p vê-. M ph q ã q g ê q p. N , p p gé q v , q v q . N p , g, h ppv. N g, p h pp, p h q p q v Á v h ppv g. C é , h ppv á p pã “” q h pp, q pó çã p vã, q q h pp, v h p, p p h. I ã é x , çã h h p g,
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z g ó, Bertrand Russell. E, ã v h ppv h , p q h pp j . D , p h p g , vz q g píp . A çã h h – , q z xpõ R, h por amiliaridade h por descrição – z p à pç ã jíz q z, q ph h qã. O h p ã q z jíz, h p çã . E, ú , jíz é xp p gg, , , h pp. E, h pp é p çã. O h q v tautologia ppçã í é ã é ppv, v, pp. P xp, g íg pg ‘’ í z: “ é ,h ã-”. S q é v p qq h ppv, , p p p q é . U xp : “SA é g B, ã B é g A”. Aq é, pã ppçã já v á- v. C, qã póg pp p p p h q í p pã ppçõ é h gí, ã jg pv. P xp, é í g : “O unicórnios ã ú h”. M ã á h g xê ó, v , j p p g pv ‘ó’: q q um chire.
Em seu artigo “Da natureza da amiliaridade”, Russell apresenta a distinção entre conhecimento por amiliaridade e conhecimento por descrição, que são, respectivamente, uma orma direta e outra indireta de conhecimento. As idéias de Russell serão examinadas mais detalhadamente no capítulo 8.
Para a lógica, as tautologias são proposições verdadeiras unicamente em virtude de sua orma lógica, e são expressas em enunciados analíticos, ou seja, aqueles enunciados que apenas explicitam o signicado de um termo, não dependendo do conhecimento do mundo.
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 29
Vemos então que as distinções entre ormas diretas e indiretas de conhecimento, ou, por sua vez, entre conhecimento proposicional e conhecimento perceptivo, conduzem a problemas epistemológicos mais complicados, e que podem ser sustentadas, de ato, se tivermos uma solução para tais problemas. Se tomarmos agora o caso do conhecimento perceptivo, voltando ao exemplo de sabermos que os gatos são animais de quatro patas, também podemos levantar um problema similar. Os dados dos sentidos que nos dão essa inormação (como a visão de um gato que passa a nossa rente) são, na realidade, dados sobre nossos sentidos. Como podemos saber que a inormação que eles contêm é fel aos gatos em si mesmos, enquanto objetos ísicos exteriores as nossas percepções?
N --, é q p. Pq v, v g, , , v, h ., p q x , q ã j h póp p. M, , q é – q é – ã , ã ppçõ. E xê g, , , v, h . D , qã h z àq h . A ppçã é q h h h . M q ? E q x q p h?
2.2 Conhecimento erealidade A qã q g p ó – q é q à q g ã R h p p çã – é p h g , q . E p g, p óv q h p, g p . q çã q pí , g q h ç v j-
30 ◆ Teoria do Conhecimento
, , ã pí z q p ã h. Dví ã p . P z, ã, q p pçã ppçã p q p ég q . P xp, v g, vã g é ív ó q vê. D , ã q conhecimento perceptivo, p p h, é, ppçã g. E, , p póg pp p p g xê g p ppçã . Com uma ormulação como esta, parece óbvio a alguns flósoos (entre eles, Russell) que a realidade de nossos dados dos sentidos é algo inegável, para cada um de nós, obviamente. Em outras palavras, se uma pessoa tem a percepção (visual, ou auditiva, ou tátil etc.) de um gato, o próprio gato enquanto objeto material pode não existir (a pessoa pode estar tendo uma alucinação, ou sonhando), mas sua percepção (seja alucinação, sonho ou uma experiência comum de vigília) é inegável para ela. Por isso Russell dizia que, em primeiro lugar, temos conhecimento direto da realidade de nossos dados dos sentidos.
A ppv z q g j í p p , , ppçõ. Descartes , q é x p h p v, hv óv q ppçõ, p, ç ã , ã h é x, vz q ppçõ ê v g , píp, ã p v p, q ã j , j xê ã g. E, ppçã qq j gáv p q p q , z q é já é ê, ã h , ã q pv ‘’ j p çã ppçõ p.
As idéias de Descartes serão examinadas em detalhe no capítulo 4. Nos termos que ele coloca o problema, por exemplo, nasMeditações, se uma pessoa tem uma idéia, trata-se de um acontecimento na coisa pensante que é a mente, ou espírito, dessa pessoa.
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M q p q ppçã j é p , ( j, p) ã p . E , ã h p, ã h p ( g, p p). A g, g D, v h q ã h q póp p, p p , x, p . Entretanto, se o conhecimento que temos de corpos materiais e de outras mentes é indireto, ou por inerência, ou por descrição (como dizia Russell), de que outras coisas, além de nossas percepções presentes, podemos ter conhecimento direto – coisas que, portanto, podemos considerar parte da realidade? Em termos temporais, podemos dizer então: o presente é real; mas o passado e o uturo também seriam reais? Ou, mais precisamente, podemos também ter conhecimento direto do passado e do uturo?
E x , é , R q h p é p pçã, p ó, , p , v. Ex p. O h é q p q, é ppçã, q ppçã. Ag ó é z q ê. O j, pçõ p ê q . A ú úv R, x , é p h p à ppçã é eu q . E h p qã, q q, , D p pv. E é p v, q é p p â, , H.
32 ◆ Teoria do Conhecimento
E g g, R, h p ó é q p q p ã p ó q q p. M , é v h çã p h , çã h v. D qq , p , p z q p, q ã pçõ p, ã , , q v ppçõ p, z ê. A, h p p ó é, v, g íg, p p g , p, pçã p, q já p. N ú , ã p z q h , , p, q pçã p, . E p h é àq p q p h çã p p h . O q p , zv, h ? O, , p xp, p q p q p p, çõ, p . S já p q q p z q vh, p q v p . E é p ã q David Hume, q é p h. C, q, h , p pçõ. A xpv , q xpv p, é pçã gív p q . M, q p , z p p. A, ã p é v p . P , p h q q R ( ) universais, j, q q p, q q h p, p . E pv, brancura, humanidade, ., ã v-
As idéias de Hume serão examinadas no capítulo 5.
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 33
q, g R ( x ) p h p . E é p q Pã q p hó í ã. - qõ pê . D p v póg, p ã é ã p pv qõ – –, q, p pv, , z í – p q j h é , p, qáv áv. É í p, p, v, b b í, q z p à çã . P pá, p z q, p v p q pçõ, p í g :
. ; . bj í , ; . ; . ; 5. ; 6. . O solipsismo é g q, j ê, ã gív ( ), ( ) é q p p qã. D R, j é já , p, p v p. E ã é ú p v h, é q p p v pã. V pí p vv, , p ,h ép p v, p ã p p h q . O ú h é p.
34 ◆ Teoria do Conhecimento
2.3 A possibilidade do conhecimento D á çã , v q p p h z p p h q à q ã , é, q q ã p à q j h é, p, áv. D p v p , pçõ p p p ( qv g p xpã ‘ ’) ã ú áv. ã , g, h á j úv. O p p íg, ã é p, q q R z . U p é q g q q j p h é p q h p, q é ô p .Kant, q qã, g ã ô --, q ó p h ô, q -- ó p p í pv, p ã ã j h. A, p v, q é , q é ô p ó, q q h áv ã pçõ, ppçõ, . D ppv, p h p ã p q q p pçõ á . I z q pg h é qã v ç põ, q é q á x póx pí. P , v à qã p p p h q çã , é, q p z p q g ví.
Vamos comentar as idéias de Kant no capítulo 6, inclusive as noções de enômeno e de coisa-em-si. De ato, ele é o autor tradicional mais importante para estes temas da teoria do conhecimento.
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 35
Em primeiro lugar, então, temos de perguntar de que maneira poderíamos conhecer os objetos ísicos que estão a nossa volta, inclusive nosso próprio corpo, a totalidade dos quais constituiria aquilo que denominamos o mundo ísico e que é o objeto de estudo das ciências da natureza. Dada a regularidade de nossas percepções desses supostos objetos ísicos, a hipótese de que eles existem e que são as causas últimas de nossas percepções deles é uma boa hipótese. Mas é preciso concedermos que ela não é uma hipótese inatacável. Pois, em parte ou no todo, esse mundo de objetos ísicos pode não existir, tal como testemunham nossa experiência comum de sonhos e possíveis alucinações. Assim, esse problema se torna aquele de apontarmos as condições mediante as quais podemos razoavelmente justifcar a crença na existência de objetos ísicos.
A xê p, p ó q h, p p q . A hpó é q ó p ( q j p çã pçõ, ), q á p j í q é pçã, p ó. D , h àq ó, p, h . O p é q, ppv , , ó á p póp . A, p p já ã , q z ã q j j ê . Lg, xê hpó ppçã , q q há p. I á pê q xê j pív q xê p í. E, - é hpó p xpv, vz q p p p p.
36 ◆ Teoria do Conhecimento
E g, p p h p, é q q póp ó, é h p h qq q ã p, é, qq q ã j . P Npã x, é p h p ( ) q h p, q v hó q xê. O, v p g, q í pí. P q há g Á, p q v á q ã v h p. A, h p, q q ã é , p xê h q . D p v, h é í j, p ã há h áv q p v v. O j, , pçõ h ã ã çã vá, p . A, ú h v pçõ é ó ( p, v) p ppçã g. C já , é p H p h , j, í j . O empiristas britânicos g, H , v h v h h , q jçã , , , çã p . E pê v q já h p v. R, qã é g: p pv ‘’, ‘h’, ‘’ ., g , é q q váv xpê ? O ó nominalistas z q, , p , ã p .
As idéias de outros empiristas modernos, como Locke e Berkeley, assim como as de Hume, serão examinadas no capítulo 5. Guilherme de Occam (1288–1348) oi um pensador medieval ligado ao nominalismo, e ormulou o princípio conhecido como Navalha de Occam: “as entidades não devem ser multiplicadas sem necessidade”. O ponto de vista dos nominalistas medievais é, em parte, retomado pelos empiristas britânicos aqui mencionados.
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 37
No caso de corpos materiais, o nome também se reere a uma parte de nossos dados dos sentidos, e não às próprias coisas. E isso ez com que alguns, como Russell em determinado momento de sua flosofa, pensassem que o conhecimento de universais não é menos plausível que o conhecimento de objetos ísicos. Mas, de qualquer orma, os universais teriam, neste caso, de ser ineridos a partir de coisas particulares, que já são, elas próprias, objeto de inerências que azemos a partir de nossos dados dos sentidos. Por isso, naquele momento, Russell optou por dizer que os universais eram também objeto de conhecimento direto ou por amiliaridade.
2.4 As srcens do conhecimento O p hv h , h p ê, çã h, , z é p g h, p pg v-x p. E , p v p , há p g h, q ã ó. M ó , p, p, q g pâ p, , ã v p v p ã . E D, q p h vé p, ppv p g, h. C v pí , p D, h h g póp , q, p é, p . M, p , g ú – q é q D idéiasé inatas . ED píp, ã, h pí , q xpê , p, póp j v. O p â
38 ◆ Teoria do Conhecimento
é , D, g pí h , h q, , g é g póp , pí . O problema da srcem ou das ontes do conhecimento pode ser colocado também de maneira ormal, e não material, tal como o problema aparece nos pensadores modernos. Em outras palavras, para eles, a questão era identifcar as ontes de nossas idéias, e com isso, encontrar uma orma de legitimá-las. Mas um problema semelhante a esse, se colocado ormalmente, tal como vemos na epistemologia a partir do início do século XX, inclusive com Russell, que já mencionamos, é o problema de saber se podemos, a partir de determinados tipos de objetos, já conhecidos, construir outros.
P xp, p p j í, , p vz, g ( p p) p p p. Construir, , R pg , é inferir. D ú pq çõ g , p xê. P xp, v g í p pv p, p q há g, q p é . M p construirmos j p , çã. P xp, v, p v, pg g . – j, xpê g, xpê q ã – p construir g j í. C , p g h j í é v . D , h ép v g – v çõ – j í, p xp, v p p p – q p . D , p
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 39
é p q p h, q ã p çã : p pg p g h j çõ . U v q, p xp, ã ã p j í, é j . U v, p vz, ã ã p pé q g, çõ q é ã j . O, p xê j p p p, q ppõ, p, xê . E, v, p p p q p j . E , , é px q p p, á h pí .
2.5 Concepções alternativas do conhecimento A çã p h, q é q, v, p g ppv p. P hv ppv , , v h? A p pg p , g , p j j pg pv. Adotada a perspectiva solipsista, os dados dos sentidos são a base do conhecimento, e são os objetos materiais, as outras mentes etc., que serão ou ineridos, ou construídos a partir dos dados dos sentidos. Assim, estes têm necessariamente, nesta perspectiva, de ser considerados reais. Igualmente, se tomarmos, por exemplo, os corpos materiais como primitivos, então eles é que têm de ser considerados reais. Formalmente, qualquer tipo de objeto pode ser tomado como primitivo, mas a questão é se, a partir daqueles objetos tomados como a base do conhecimento, podemos justifcar nossas crenças na realidade de outros tipos de objetos.
40 ◆ Teoria do Conhecimento
P p v pg , qã é p z q h p , p xp, . P pív p ó, D, R , q ã h h ppçõ p, , g , p . D ppv çã póg , ã j, , í, v. A v é, , q çã h z . E ppõ q é, ç põ ã j. E p pçã p p ã óv. M h p é, í, p ã póg, . C g g à h virada lingüística, p é é XX, p h ã q j ç, , p xp, enunciados – q ã v güí pú –, ã vã já ã p ã óv.
Leitura recomendada O pí v pí ã ú p p q. É p , v, q p vã p , pçã q . CHISHOLM, R. M. Teoria do conhecimento. R J: Zh, . Cp. . HESSEN, J. Teoria do conhecimento. C: Aé A, . Cp. p p. RUSSELL, B. Da natureza da amiliaridade. Sã P: Nv C, . v. R (Cçã O P).
A virada lingüística é uma das marcas distintivas de algumas doutrinas epistemológicas contemporâneas, entre elas, aquela do positivismo lógico, que examinaremos no capítulo 7.
A abordagem tradicional do conhecimento ◆ 41
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P q h ã p p h ppv. P q h pp ã é . P q, p v pg , ã h á. pçã h crença verdadeira e justiicada, p q é p p h p acesso direto q . D q h p . A hç h p h q ã p. A pp ç h p h . A pp çã h v. A ç inerir p h q já construir j. Q é pp pg q à z h h.
■ Capítulo 3 ■ Verdade e certeza Aqui, apresentaremos as mais conhecidas teorias da verdade, tais como: teorias da correspondência e as teorias epistêmicas, assim como a teoria semântica de Tarski, discutindo o caráter ou denicional, ou criterial dessas teorias, e discutindo a questão dos portadores de verdade.
Verdade e certeza ◆ 45
3 Verdade e certeza 3.1 Certeza e evidência D pí q qã pçõ q ã ã h v é, g, p v , , , h . Nã é pív v , p xp, p ã pg q v p é p v. É q p ó p v. I, v v ç, põ, , hpó ., v q . M , portadores de verdade ( q p v), çõ é. Sph gé q j v g. S pçã g é g q p ã p v , q q q h é q , é j z . M p p h çã, p ã hv g , x pçã q . E, g, “ á g” p , é, ã p q
La Vérité (“A Verdade”, 1870), tela de Jules Leebvre.
há . P z vçã q h , q p p ã x, ç põ, q v , p, , ã p , p ã v.
46 ◆ Teoria do Conhecimento
A verdade de uma crença ou de um enunciado é algo dierente da certeza e das convicções que uma pessoa possa ter sobre algum assunto. A certeza e a verdade só podem coincidir naqueles casos de conhecimento direto e incorrigível. Mas, no caso de entidades ineridas ou de objetos construídos, certeza e verdade se distinguem claramente. Por exemplo, se não conhecemos diretamente os corpos materiais e as outras mentes, então, por mais convicção que possamos ter sobre a hipótese da existência dessas coisas, é preciso que tais crenças e opiniões sejam apoiadas por evidências.
A vê v hpó, ç pã, é , p p p, p v ã. É v, p xp, q g p p póp p é vê v hpó q p p , q, p, x , é q j q . M p é x q vê ã é p v. E p p p hpó qã, ã é p g v. Aé , z p vçã q gé p g hpó ã é p , p , p v hpó. S v g, á vê p v xê g, p q g pí q v, q j . A z v g ã z à v hpó q x g q . Nã p q, gé h v g, p p v q hj g , q q p j v g. M póp p, p é , ã p p z v g p v
Verdade e certeza ◆ 47
Os argumentos de Descartes e Russell, que já oram mencionados no capítulo anterior, serão, respectivamente, tratados nos capítulos 4 e 8.
xê g . E é p p gçã g ó, Descartes Russell, , p p h çã. O çõ é q z é vê é p póp ví q z vçã g, ã p p é p h q . M xê p , pí , v , q p j hpó ç, vê p q q é , p q hpó ç j ã v.
3.2 Definição ecritério de verdade
Tal concepção mais comum, que estamos chamando de concepção tradicional, é aquela que, a seguir, vamos comentar, denominando-a então concepção correspondencial da verdade.
E, , pí pg: ã pí z q q q gé z () é é, p p p, v? I q q é v q q é v p p. E p q v ã p ? D , p, ã é pçã , p ã é concepção tradicional, g q q ç v é , í pí. A, p v, g pçã , ç v q (p xp, ) q v – ç é v pq, de ato, há , ã pq supomos q hj . I g q ç p v q p, , ã q é v. P , ç , p, g z v, v , z z q ç p v ã , é q vã p çã
48 ◆ Teoria do Conhecimento
v çã çã â x à póp ç à pçõ q . O j, , é p g v pçã, p ã põ . E há pçõ v v, g q v póx çõ. Alguém pode ter uma crença verdadeira e não saber que ela é verdadeira. Isso não é possível no caso de identifcarmos a verdade com a certeza, pois, neste caso, todo objeto de convicção (toda crença ou opinião) seria automaticamente verdadeiro, e a pesso a que possuísse tal crença ou opinião saberia disso necess ariamente. Mas, exatamente, se distinguimos a verdade da certeza, e se, seguindo a concepção tradicional, defnirmos a verdade como uma relação entre a crença e algo dierente dela, um estado de coisas ora da mente do sujeito, então uma coisa seria dar umadefniçãode verdade, e outra seria apontar os meios para sabermos se uma crença ou opinião é verdadeira, isto é, se ela está de acordo com aquele estado de coisas que a torna verdadeira. Neste caso, o que se pede é um critério de verdade.
Np ó há p v, q, é ,q é p é v. E p p j, p p. A q v x pí ã h ó, p ã q . P á, , é v p p çã v, x p p p é, j p p h.
3.3 Portadores de verdade U çã v, pí q ó xp, , é, p q p p v ( ). D í pí q, g, q p v ç, põ,
Verdade e certeza ◆ 49
, hpó. E , p z, ã pçõ j. E p xp p gg, p . z çõ ç íg qq. P vz, ç ( íg íg ) p z p z , â p xp ç põ – q çõ ç ã ô. Aq q çõ p , q q – g – é q ó . D , píp, p g q p v : ) pçõ (p, ç, põ, hpó .) ) j güí q p q p á-.
Devemos acrescentar, obviamente, que todas as palavras de uma oração ou sentença devem ser signicativas para que a sentença seja verdadeira. Palavras ou termos, contudo, ao contrário das sentenças, não podem ser verdadeiros ou alsos. São signicativos ou não. Logo, uma palavra não pode ser um portador de verdade – a oração na qual a palavra ocorre é que pode.
E ú, p vz, ã ã z g, v. O enunciados ã v pú, q vv gg v, p . Asentenças çõ íg ã, p , çõ. P xp, x , q ã ê çã:
. P . . P . E ( ) z ç – ‘Pg é g’ –, ç, pp , é güí ( seqüência de símbolos corretamente ormada g g g íg qq), ã ê ( ). Sph g q , z çõ , pgê gê, q p xp p q :
50 ◆ Teoria do Conhecimento
3. Pingo é um felino de pequeno porte, da espécie Felis catus, que vive na cidade ou no campo, descendente das espécies Felis lybica, Felis margarita e Felis chaus. 4. Pingo is a cat.
E ú ç (z ) à é, p g, p z. A ppçõ, p p ív çã, p ç, íg íg . E , çõ v ã p pçõ (ç, p .), güí (, ç ppçõ). P ppó h, p q qv à , vz q, p xp, , xp ç. Aé , p xã, pçõ pçõ é p v. S ç q xp p v, ã v q põ , p xp, q p v ç põ, é p v . I é, p é v, q põ j v.
3.4 Teorias da correspondência A pp pê h ó ã : q p B R p Lwg Wg, pí q atomismo lógico , q v Jh A, p gê j pçã ó é XX. D , R, p xp, p võ , p ç p ppçõ – võ q ã qv. E Wg q v é ê q , p vz, é ê
Russell apresenta sua teoria em escritos da década de 1910. Wittgenstein deende a mesma teoria, com outra ormulação, em seu livro Tractatus LogicoPhilosophicus, publicado no início da década de 1920. A teoria de Austin é apresentada em alguns de seus artigos.
Verdade e certeza ◆ 51
ppçã ( ). A A é q ç. P , pê é çã p vçõ gü í. V ç p pê gê, v R Wittgenstein. E g, A. , pê í é Aó, ó g. Nã v p q g, p v á Aó. N Metaísica, Aó p áx q h q p p v ó q p v. E z: Ludwig Wittgenstein (1899–1951).
“Dizer do que é que ele não é, ou do que não é que ele é, é also, enquanto que dizer do que é que ele é, e do que não é que ele não é, é verdadeiro.” (Livro Γ, 7, 27.)
E áx p, v, p vã pê, ã á, q póp Aristóteles p pê. A áx, , é á , p pçõ. E xp é , ã p pê vv çã. C v , á p é p v q x pí.
O tema da orma lógica, como já mencionamos no capítulo anterior, é estudado na lógica, e não temos espaço aqui para explicações mais
P R Wg, pê é, , gê. E çã g. Sã g g gé q j p . A, ã z á, . A é é q v ppõ q orma lógica ppçã j q – q
longas.dizer Resumidamente, podemos que a idéia é que proposições e argumentos (seqüências de proposições) têm uma orma que não está explícita nas sentenças usadas para comunicá-los.
q z v. U ,í. p xp, q ú p j A ppçã é v x p; é ã x. A ppõ, , pçã ppçõ .
Aristóteles (384–322 a.C.)
52 ◆ Teoria do Conhecimento
Sph g, L Pg, g ppçã:
L P. Pí z h g, , p g , q, , ppçã v. S , pí z g é. O , , ã é h pçõ pív, çã p Pg L. O, p g, ã há, v, h hç q p g, h, g, ppçã . A, g g, g , q í à p x ppçã q p . N , x p ç z – q ppçã – é v. A é Wg R x q óg é q p j h óg ppçã. P, p p óg. Aé , q p é p – q ppçã. C – q q ppçã v. I v, , á í , vg çã q p p çõ güí á p, A. A pê çã, v Austin, p vg ã z h p pçõ , q R Wg. A á, A p à pçã gg, é, íg g. E p çõ p p v çã, q ã çõ vçõ v vçõ v. A p ã q vçõ q p çõ, v ., . P vz, vçõ v çõ . A
John L. Austin (1911–1960).
Verdade e certeza ◆ 53
p vçõ q A ppõ, p, pá íg p . A , , v p . U é v, z A, q v ( ) q é p vçõ v é p q ç z (p z ) á p vçõ v. O á p çã vçõ. E pç , v, gçã pp é p. P xp, q g “ ”, p z v, p p â pv p vçõ v çã q xp p. A xp, p óv, vz v. D , ú â, q z é q v p pê íg pg ç p z çã pp. E q çã é pp p íg q . E v p p , p , ç v , q p p q é xp áx Aó q é, p , vz çã v. De maneira geral, o ponto central das teorias da correspondência, como enatiza Russell, é insistir que a verdade é uma relação de duas instâncias dierentes, como uma crença e um ato, ou uma proposição e um estado de coisas, ou dois tipos dierentes de convenções lingüísticas. Portanto, as teorias da correspondência mantêm frmemente aquela distinção, que comentamos anteriormente, entre certeza e verdade. A certeza é, deste modo, vista como um aspecto meramente interno de nossas crenças ou pensamentos, enquanto que a verdade nos coloca na dependência de uma outra instância, ou seja, da própria realidade.
54 ◆ Teoria do Conhecimento
3.5 Teorias epistêmicas A epistêmicas ã q q, p, v ê , q , q z pê. A pê v q ã h ã . E ã é , , , q p hv é põ ç , ã, p, . A z pê, pí z q é A p gp, ã, , gp pê, já q q há p vçõ güí. E é pçã pív, vv ã pz, q ã v p q. E, qq , p z A p.
Essas teorias são ditas epistêmicas exatamente porque estão undamentadas na idéia de que a verdade deve ser denida como uma relação interna a um sistema de crenças ou de enunciados, e não como uma relação entre crenças ou enunciados e uma instância externa.
A v ê – ç, põ – çã Hg, há é võ q ã ã g , q p Otto Neurath. A pgá v é v p pg é XIX í é XX, C. S. P, W J Jh Dwy. A idéia básica para os adeptos da teoria da coerência é que uma crença ou um enunciado pertencente a um sistema é declarado verdadeiro se está de acordo com a totalidade das outras crenças ou enunciados do sistema a que pertence. Entretanto, se há desacordo entre duas crenças ou dois enunciados de um sistema, com base em qual critério podemos decidir essa questão?
O, p g, é p p ç f q p. E qã ã v ç , ú â, é p
Neurath está ligado ao grupo que cou conhecido como Círculo de Viena, cuja doutrina é denominada positivismo lógico, que será examinada no capítulo 7, assim como o pensamento dos três autores pragmatistas.
Verdade e certeza ◆ 55
ã v ç ( ) ( ). D , à p v, ê ã pz j g çã – q é í , v p R. A zã é q, p gh çõ , ç , p p q ê, é, q h ç ( ) f ( ). P p í, g g ã q ê ã p p p ê çã ç . Aé , v é b. E, çã gê é íg, vz q p pg: q é p jg é g? E p â x , , p xp. E z p q, , ê çã pê. U çã çã, pp p , z q, , é pê q v çã v, q ê p ã é v. Epg, çã é , vz q p p ç p ç, p – ã à q ã . M, p, çã ppõ q há, qq , á – xp á z. A pg é, p, çã p p, vz q, g , v é p pz g pz ç xpê. E p çõ , g P, J Dwy, ú â, v é q pv vgçõ p p -
56 ◆ Teoria do Conhecimento
g g ç g – q g q p pç p xpê. E , ê, ã xp p, , q p p p, pz áv (, g, ). O pg p vgçã, ã p g à pê, p í pí, ê.
3.6 Teoria semântica A semântica v é v óg pê A k , j, , p í, é q q p pçã p p h. E h hv g p g póg, K Ppp (q p pê), póp k q à p z p gg . D , p xpã ‘ç v’ p gg z. V xp q p çõ , h é. O q k p z p çõ p ç gg z ( q z p óg ) v v px. U px p gg, é h Px M. Iv, p é g: p q q z é , z “ z ”, é v ? U Sph px í Epimênides g. ç g:
A úIA TA TA PáIA M TDA A LTA MAIúLA é ALA.
A teoria de Tarski é dita semântica porque lida com os chamados predicados semânticos (como ‘verdadeiro’ e ‘also’) e dá as erramentas conceituais para desenvolver aquela parte da lógica que lida com a interpretação das sentenças de uma linguagem ormalizada (inclusive o valor veritativo de tais sentenças) – que é a parte da lógica denominada semântica, exatamente.
Epimênides de Cnossos (Creta), gura semimítica (séc. VI a.C.) a quem se atribui o Paradoxo do Mentiroso.
Verdade e certeza ◆ 57
E ç, v, z p . S p q é v, q z é q é – , g, é . Ag, p q é , q z é q é , q q z q v é á – , g, é v. A v px v à ê, g k, z çã linguagem-objeto ( gg q ) metalinguagem (q gg q z p p). A gg p q ggj q , ‘v’ ‘’ v p à gg, ã à gg-j. D , p -ê, p ç ã p , p ã p ç gg q p. Aé , arski p é vçã T, q z g:
. N q, ‘’ ç ( q p , p xp, ç p), ‘’ . A, xp g:
‘ b’ b. Alred Tarski (1902–1983).
N í , ç ‘ b’ á ( ) , , á z (p ). A, vçã T çõ . I v g, Ppp, , â pê, q ã çã k. O q xp q p p é q áx Aó. D qq , q v p v p p gg z, q -
58 ◆ Teoria do Conhecimento
q ( ã ‘v’ ‘’), ã p z p ç íg , q ã gg q ê vv.
Leitura recomendada Há v x ó à v. Dpív pgê, ív ã x, q p , pí p . HAACK, S. Filosoa das lógicas. Sã P: E. UNESP, . Cp. . DURA, L. H. A. Verdade e investigação:O p v h. Sã P: E. Pgóg Uvá, . Cp. . KIRKHAM, R. L. Teorias da verdade. Sã Lp: E. UNISINOS, . Cp. , . RUSSELL, B. Da natureza da verdade e da alsidade. Sã P: Nv C, . v. R (Cçã O P).
Reflita sobre •
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P q z ã é çã p v. A çã z vê. A ç v p é v. A çã ppçõ, ç p v. P q çã v, vá pçõ, vv p é . A vg vg pê. A pp í q p z à pê v.
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A çõ p p â. A Px M, xp q . P q k ã é pê.
■ Capítulo 4 ■ O racionalismo de Descartes Neste capítulo, vamos discutir a teoria do conhecimento de Descartes, examinando seus argumentos nas Meditações, e dando destaque a algumas das noções centrais de sua investigação, tais como: dúvida metódica, Cogito, regra de clareza e distinção, existência de Deus, problema do erro, existência do mundo exterior e sua concepção da mente humana.
O racionalismo de Descartes ◆ 63
4 O racionalismo de Descartes N pí q v Descartes K, p p p â, já pí , í çã h p ó. E pí, j q vã g, x pí hó pg, q j pç pp é q põ q perspectiva tradicional em epistemologia. René Descartes (1596–1650) Embora Galileu (1564–1642) tenha nascido bem antes que Descartes, oi contemporâneo dele. Por sua vez, Newton (1643–1727) nasceu pouco antes da morte de Descartes. Finalmente, Kant (1724–1804) nasceu pouco antes da morte de Newton. Neste período, temos, portanto, mais de 200 anos de reexões sobre a losoa, a ciência da natureza e a relação entre elas.
Nã çã p p ó h , vv í, p xp, vgçã í Galileu até Newton, q x q v á. M q í h ã p p pçã vv pg, h, p. Há çõ hó p q v í í pí g çã pg. G p p D p . D, q é á, g í, póp í, q p p q w ç p çã. Aé , çã G p Igj, , v D h pçã é ó pçã Tratado do mundo.
64 ◆ Teoria do Conhecimento
K, p vz, p f p xá q í Nw ç, p- ó hg p á. A é pçã p ó ( í é) novas ciências da naturezajá á p p â, p, pj H ê z h páv à í Nw. E póp pj, p vz, çã pp í , p p Tomas Hobbes. D D, H h (q p, p xp, p p h, Leviatã, ), q h p vgçã z q D. E, p vz, p pp í , p xê substância pensante ( res cogitans), é â ( q ô í), é q í vgçã pí ô . S h é p . N Tratado do homem (p p ) Paixões da alma (), D p p h, q çã p . E, çã h, p ã Discurso do método () Meditações (). N pí, v g ú p é póg D.
4.1 Dúvida metódica, ceticismo metodológico Fqü, p D Meditações é . D , p ó ép ã p p v vv ê
Hobbes (1588–1679), que oi contemporâneo e crítico de Descartes, precede, portanto, a geração dos empiristas britânicos mais conhecidos, como Locke, Berkeley e Hume.
O racionalismo de Descartes ◆ 65
z, já , é p p é, q g p , Michel Montaigne, p pô g, Sx Epí. E, v q D p pp óg, á g à úv ó q “Primeira Meditação”.
Montaigne (1533–1592), anterior a Descartes, tinha uma ligação real com o ceticismo pirrônico antigo, cuja onte principal são as obras de Sexto Empírico (séc. II d.C.). A tradição pirrônica remonta a Pirro de Élis (séc. IV a.C.).
D , p D çã h h g é racionalista undacionista. O D, q z p à g é, q h é é h, vv é , q p v p p. O , q é K, v, vv é q p ó p v p x póp p é. E , p vz, á g p v , q é z . Aq, - ç h áv q pã p p p ív p h h, q, p , h é é q. D v ç jv p ; úv ó é p p p é .
Há dierenças importantes entre a nova ísica, a partir de Galileu, e aquela de Aristóteles. Uma delas é que, para este último, a explicação do movimento dos corpos envolvia também causas nais, o que é rejeitado por Galileu e pelos modernos em geral.
A vgçã D Meditações í p pô, , , v, j q v p é pô. D p çã q, x é põ, g q g jg q, p, jgv v. A z , “P Mçã”, D p , , p ísica de Aristóteles (q q ), p
h q G é q v .
ã g ç q q p, z D, é v p j , é q g
66 ◆ Teoria do Conhecimento
p áv, é, é q g h áv j ç. M é óv q ã pí z x p é põ , z D, q g z q ã . S , ã é põ q v . S g x , ã pá áv. É q ç ã p v ó “P Mçã” . Há ív úv . O p– h dúvida natural – z p h g. É g D g g h. O g ív úv – h dúvida hiperbólica( xg) – é q q g Gê Mg. O ã h, v, vz ã çõ ó, z D. U j, v g, p xp, p p í (: ), , v p, (: q). M é q q j ã póx, p áv çã v pp. E ã ã áv, , j çã h. O p pp D g é q, q h ( v çã), ã pz h ( çã). A xpê é gáv, p ã p pçõ. E, D g, q j , q , p ã áv, , p xp, z pçã matemática. M h, + = ; q q . D , é ág úv , g D, q p v h q p , ã p v v á, p ã p , p í.
y (2,3)
3 2 (-3,1)
1 (0,0)
-3
-2
-1
1
2
3
-1 -2 (-1.5,-2.5) -3
Diagrama de coordenadas cartesianas. Como matemático, uma das contribuições de Descartes oi a criação da geometria analítica.
x
O racionalismo de Descartes ◆ 67
É p q ç g ág úv, hpó xê Gê Mg, g D vz. N g , há ê â: as coisas materiais ora da mente, a alma ( pí, ) Deus (q , q p p ). A, hv ã D q g p p h, g D, q ã q q gá h , , vz , D g -p , q j g, , Gê Mg p p, v qõ á . E hpó é gçã D, , p v g , j p pív, v póx çã. hpó pá ç p z, , , -á h p çã h. P , á p p, j pív xê Gê Mg, é ã p x ã, , á, g, x D vz.
4.2 O Cogito e outras verdades
Santo Agostinho, bispo de Hipona (354–430 d.C.), que precedeu Descartes no argumento do Cogito.
N “Segunda Meditação”, p p g q pz , D z g çã: q x Gênio Maligno, q g, p q g, é p q x. Aé , D: x, p g, ã p z p q ã x. A, D: é q ppçã“eu sou” é v vz q . E é Cogito . O ‘cogito’, , g penso. N Discurso do método, gçã é p p D p . N , z xpã ‘p g x’ (q é: ‘cogito ergo sum’). P zã, p z ç
68 ◆ Teoria do Conhecimento
p gçã h Cogito. M, , p z é q j q ã p g z: “ ”, ã “ x”. A importância undamental dessa primeira certeza no sistema cartesiano é que ela é imune ao Gênio Maligno. Isto é, mesmo que ele nos engane em tudo, inclusive nas operações mais simples que azemos por meio do raciocínio, ele não pode abalar a certeza que qualquer um de nós tem ao dizer “eu sou”. Entretanto, ora esta certeza, diz Descartes, tudo mais é ainda duvidoso, inclusive se há mesmo um Gênio Maligno, ou se existe um Deus bom e veraz, se existem coisas materiais, inclusive nossos corpos etc.
E é p p gçã D, p, p ã x, pg : q , ã, já q é q ? E , D ã p p pg, , p xã, z : ã h q , ã p ( é, ), ã p. E é g z q ç, q g : p ( pí), é p p, á q pí é á h q p. E ã ç p “Segunda Meditação”. F certezas – ã verdades – pq, g g , ví p p ê , ã p pp h v, já q çã v, v pí , vv pê g . N , , p “Terceira Meditação” p p v ç p gçã D. E, ã z çã q z q, v g. D “Terceira Meditação” g (óg) g. Q ó z “ ”, ppçã xê – , g, ã p . E v pçã D, p q,
O racionalismo de Descartes ◆ 69
Cogito, z v , á h. M ã v p z “Segunda Meditação” – eu sou uma coisa pensante o espírito é mais ácil de conhecer que o corpo. D qq , z D q, p z, p- q q é claro e distinto é v. A, ã ã v é . A regra é importante, mas sua aplicação não é tão simples, pois ela não explica o que é clareza e distinção. Entretanto, Descartes continua sua argumentação, e aplica a regra ao caso que seria seu melhor exemplo para os propósitos de sua investigação. Ele diz que possui uma idéia clara e distinta da existência de um Deus bom e veraz, que inclui em si todas as pereições. Ora, sendo impereito e limitado, diz Descartes, assim como todas as outras coisas que podemos conhecer pelos sentidos, tal idéia não pode ter vindo da experiência, nem ter sido elaborada por ele mesmo. Portanto, a única srcem dessa idéia tem de ser o próprio Deus, que a colocou em sua mente. A conclusão fnal desse argumento é, então, que a presença em nós da idéia de um Deus bom e veraz é evidência sufciente para sabermos que ele existe.
Mg, existência de Deus é p p h p D. P, , é p pq D é vz – q, p, ã x q Gê Mg – q g z çã p g. P, vz, D ã p q gá q q ã p ó . D , , D é pé v. A xê D é p v ç ( jv p) p D, , p , pã v. Santo Anselmo de Canterbury (1033–1109), que precedeu Descartes neste tipo de argumento em avor da existência de Deus, denominado argumento ontológico.
A , v p p – – q p D p pv xê D vz. S D g, j p, ã p -p, é, , é , , D ó
70 ◆ Teoria do Conhecimento
é ( ) q p h , ã g qã : é pív ? C p g qõ, póp D í “P Mçã”? A çã – é, v g q, p, á , v-v – póp p p vgçã D, v. Nã p hv p ó q é , q é v é , g D “Segunda Meditação”, argumento do pedaço de cera, p p ç q g q é á h q p. D v pç , q p , , h . Sph g q pç j px g. A v , v , v é, h . E , q ív ã; , , h , z D, pç . C pív? Se considerarmos as qualidades sensíveis da cera, não poderíamos dizer que se trata do mesmo objeto. Assim, conclui Descartes, consideramos a cera o mesmo objeto porque reconhecemos nela uma certa extensão, que é uma idéia que já está na mente. De ato, a extensão é a essência das coisas materiais – e é conhecida não pelos sentidos e de tal conhecimento abstraída, mas diretamente como uma idéia que já está no entendimento. Apenas a idéia de extensão é clara e distinta no caso da cera – e todas as idéias ligadas a suas qualidades sensíveis são obscuras.
P q ã ã , q p ? A p D v “Quarta Meditação”, q p . A
p p já á xí p D, q g gá D. M vz, é q ã , ã é pív qõ.
O racionalismo de Descartes ◆ 71
E, z D, v hç ó é q, h ó h , v ã é q . Nã p , z D, p v é g á. Sp p p- . E v é q á . E, , p ã g í. C, p D é é gv . P v ã pçõ gá D, ã p, p, . Oerro ó p , D, ppçã v . S , ã g p à é . M p j p , p gçã, p xp, ã p , p p jg p é q é p ó. E çã p ã é p xpçã póg p çã h p g. Aé , gçã D é xp vçõ q ã íp ó ép. P, qpodemos h h, q h q p . Sg, qdevemos h, q é p h p q ph. O p â, j é x póx pí, z é , phv D v póg. I à pg á v.
4.3 A realidade do mundo exterior C pv xê D, D q pv p h h p g. O Meditações, é “Sexta Meditação”, z . A g v, há v-
72 ◆ Teoria do Conhecimento
g çõ q ç jv p h, v x p , pv xê x “Sexta Meditação”, q pv xê póp p. O p D é, ã, v pp é põ q h – é, h – p g z çã. U ppçã q , z D, é q á g p, j , h j q p v. E, , ppçõ v j v. A, é ã v – é, p à póp q p – ã p j v é x. E pv xê x à –x à pçõ j – x á . E D, v , ppv p, p p j pçõ ppçõ j, xê D vz g z çã h p pv q x ó q q ó p. U qüê , p v D, é q pív ciência da natureza, ê p – j, í – í ó. O q ã pív ê é vgçã póg p p q ç z v , é, vgçã póp p q hj h . E ã , , z p D, p ép.Aé K, p vgçã , páv p h, v metaísica. O páv vgçã, p, pq ã v h – q j ísica – q h h gç. C,
O racionalismo de Descartes ◆ 73
p, g ã í, póp D, xê p h ç põ , ã pg v é v à í – á é K. C v , pg pó pv xê D vz, q é í. Aé , v ppv , D hv q vgçã pp – í – v g v g, q ã p ç p póp í, p p í. U v é, p D, q x ã , é pí, p h, q há çã v í p q q . Uz g, D z q a metaísica são as raízes da árvore do conhecimento humano, q p g o tronco – a ísica – e dela todos os ramos – as demais ciências. A í q D é, p, g í v pg. Ilustração da interação entre corpo e mente, segundo Descartes.
D ê q p ã í p çã g p í p pg á é q q p interação entre corpo e alma, j, pé pçã g pg .
4.4 A natureza da mente O p h é p D áq, ã, p , . E, ã p , q h , D j. E pçã h p D p çã p pí, , . Eq p é, ã, áq q h à áq há q h ép D, q á p, j z, p g p, q ã pív çã ,
74 ◆ Teoria do Conhecimento
j, g , g v, p p j v. E p já é p D Discurso do método Meditações, é vv pp v As paixões da alma. O p pp p D, q v , é çã p , é, p g z . E j p , é, x, gâ p (é pí), q é , g D, é pív q hj çõ v í p . D , , q hj neurofsiológica, p xp transmissão de estímulos p p p çã p j v. E, é óg, D é á póg, p xp , , há çõ p p. E çã pí D ã pp p zõ í. S z – substâncias –, p ã p, , g, z pív çã gâ p. E p g p, Malebranche e Leibniz, q , pv, ocasionalismo harmonia preestabelecida. A , , ppõ vçã v p q hj ô pí. U , q H, q , p ã, p, g vg çã D. M , gh p é é XIX, p é XX é q ç çã. V x p ã p g , v pçã pp, h, p z hj. E p p p h.
Ilustração do reexo, segundo Descartes.
Nicholas Malebranche (1638–1715) e Gottried Leibniz (1646–1716) elaboraram suas ilosoias, em parte, seguindo o cartesianismo.
O racionalismo de Descartes ◆ 75
Para uma discussão detalhada deste ponto, pode-se consultar o livro de Rorty, A flosofa e o espelho da natureza.
C z ó pâRichard Rorty, pçã h D ó é pçã p, é, h pé ph, pz f x, , pá- v . Aé , p z é q p v p D p p q v g pó é p v psicologista qõ póg. E pv, h h , g ppv, qã pçõ v póg q ã ó, q, píp, p p j ó. E ppv pg p h é é XIX, v í é XX q h h pô. E, h h j ô póg, h D, q , é ã h h g çõ pp í, p p , h h . A á, pg , q D pí q v é K, j p à qõ póg. E pv, ppv é , qõ h h qõ óg , q p v p çã é, p xp, g óg pp, v pí D. É p é XX q ppv o naturalismo g q h v h, – –, j ô póg, v j vgçõ pg pí, ã vgçã a priori h h. E pg, q v x pí ,
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p p p p â, p, p H, j é ã x póx pí.
Leitura recomendada Aé pí D hó , é áv q j g x póp . é - v Rh Ry, . DESCARES, R. Discurso do método. Sã P: Nv C, . v. D (Cçã O P). DESCARES, R. Meditações. Sã P: Nv C, . v. D (Cçã O P). RORY, R. A losoa e o espelho da natureza. R J: R-D, . Cp. .
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P q D “Primeira Meditação” é p óg. O ág úv “Primeira Meditação”, g , h Gê Mg. P q g D é . A gçã D Cogito. D q z “Sg Mçã” g Cogito. A pâ g z çã. P q pv xê D é h D. C D v p . A pv xê x, g D. O pp p v à pçã h.
■ Capítulo 5 ■ O empirismo de Lo cke, Berkeley e Hume Neste capítulo estudaremos as principais idéias dos autores empiristas britânicos dos séculos XVII e XVIII, com destaque para sua doutrina sobre a srcem empírica das idéias e sua crítica à doutrina das idéias inatas, a perspectiva enomenalista e, no caso de Hume, seu alibilismo e seu ceticismo mitigado.
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 79
5 O empirismo de Locke, Berkeley e Hume
John Locke (1632–1704)
George Berkeley (1685–1753)
E D h í á v, çã é q í , v pí , v póx í. I ã v – pâ – q z – ‘í’, q v z é K – p à h. A v zã px D í, é ê , q, , q q g jv í , p ê xp z , p. I , é , p póp ê í. U p q D xpçã p ã p h, z q g pg á q v í pá. E ppv p D pê v q p .
David Hume (1711–1776)
P zã, p p â, j é v pí, í -
80 ◆ Teoria do Conhecimento
, à z vv p , hj, p v vgê q vgê . E g , póx pí, á- v pé í q K p pv ppv. Op- ã g D, p é , p, p é XVII é é XVIII – v: Lk, Bky H –, p çã p â, ê p I Mé, Roger Bacon, John Duns Scot Gh O, ú já pí . N çã v pâ D, F B T H, é , q í é D.
Roger Bacon (1214–1294)
H é í “Terceiras Objeções” à Meditações D. Há é jçõ, pv v ó óg, q p j D. O, í H z p à ê q D z ppçã“ q ”p ppçã “ ”. P H, p é v, g ã g , “Esq ã , z , q z q ppçã tou caminhando”p : “Sou a caminhada”. As críticas de Hobbes provêm de seus pressupostos fsicalistas, segundo os quais devemos explicar os processos mentais em continuidade com os processos ísicos ora de nossos corpos, processos exteriores nos quais aqueles processos mentais têm srcem. O dualismo cartesiano, além de azer inerências que não são legítimas, como aquela acima mencionada, para Hobbes, impedia uma explicação unifcada entre os eventos humanos e os eventos naturais em geral. Esta perspectiva de considerar nossas idéias em relação com os objetos ora de nós que elas representam e nos quais elas têm srcem marcou também o pensamento dos três autores empiristas que são objeto de nosso estudo no presente capítulo.
John Duns Scot (1266–1308)
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 81
Lk, Bky H é í à í é v já p p Francis Bacon. F é ê é pí, vçã xpçã, q v B p í í v p h, q xpõ h Novum Organum ( ). E v vg v g Francis Bacon (1561–1626)
vçõ.
5.1 Origem e relações das idéias Locke oi também importante no desenvolvimento de idéias políticas. Seus escritos nesta área incluem dois tratados sobre o governo e três cartas sobre a tolerância.
Locke é D Lv I Ensaio acerca do entendimento humano(). N Lv II , vv g pí é p pçõ h. E á p q p vã é , z võ é p.
C é , Lk á v g, q ã há vê v q x. S hv é , v D, z Lk, ã h, g , v ç pq, v é, q ã é q p pv p vçã. A v ã q p v é q ã ê ê. M, p Lk, ã z z q gé p é q, , ã ê . Aé p póg q , p é p é çã à p, p, p Lk, h p q q ê. ‘’ , p Lk, x, gO q á . U é é qq j , j, q q p p. A, ã p hv é q ã ê, p, , ã q h p.
82 ◆ Teoria do Conhecimento
E pçã idéia é áv, já q çã x, ã p hj pív, p v , p v , p xpçã p póg , F, p xp. D ppv, Lk p v vz , ã ó póg g qõ , p xp, é çã p pp gv à çõ póp é. M q z p q Lk p , q, p çõ, é ú xpçã v . v v pç p , Bky H, p póp K, . ã j é çã ‘’, Lk pg hg à é q . D , ppõ q é h pp , h qq xpê, q é q p é p. M í xpê é, , p. E p g, , é v , q ã ppçõ ó. M, g g, é é p g ppçõ q póp pçõ ( p, senp, , q .). ppçõ ã h tido interno, x, é h pí. D , p Lk, é p pz psensação, prefexão. E g é é, p g, pv váv, ã p p fxã p v. Aé , q p p h h é q é p g ó, p pív. Aé contemplação é, ó é retenção é.
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 83
I p z p q há ê Lk, vz q, p , z q é é q á p , p , q há é z ó. M Lk z q, , q é q p poder reviver ppçõ q v g vz. O j, p é vz p é j q pz g. A x p ã v, p, vz, ó p v, p. Lk é g é . A é p xpê ã p, p p é px p é p – é q, , q á v . U pçõ , ã, é p p p é px. P xp, é h p , p é h , xpê ã j g é. A pçã j- , q é ã v é p é já . N p, é ( p, px) ã j, . P xp, p j é h v, p q é çã ggá q. É , z Lk, q . P , v é b, q pz , q p é q ph xê . P xp, p é h, v ., é ggá. O, xpê ó á é h, v, h ., ã ggá g.
5.2 Qualidades primárias e secundárias P xpçã pp é póg Lk, v çã q z,
84 ◆ Teoria do Conhecimento
q é pâ p çã q p é q q g, , , é p p xê x. A q ( ) p, z Lk, ã q q ã p p, z, , b. E q pz ó . E é é p q Lk D. C v pí , p D, p h ê p ( xã) à xpê, g pç , q . Aé , g Lk, p é p q , q pz ó é p gç q pá, q ã p í pp, :, , . A ç q pá á é q pá p p q p, q ã. A q (é h í) ã, p vz, q q ã pz ó p p ã p . E, Lk p q, q , q, g , é ã p í p, q p q pá , p-h g p. E p, , ã é g p q. Q q pá p g ó, pz é, ã q ív á q p ( ), q Lk é q í. C, v q pá p g , é q pz ó é q q pz , ã p, é, q p . P xp, pç , q v ó, .
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 85
O importante dessa distinção é que, segundo Locke, os corpos ora de nós são capazes de produzir em nós determinadas idéias (por exemplo a cor amarela do sol e o calor) que não trazem conhecimento do que os corpos são em si mesmos, mas apenas de como eles agem sobre nós. Assim, o que a mente conhece, na verdade, são apenas suas próprias idéias.
E p x, q já h x p D, v. E, , vé p, Lk á çã p p q é h àq p D. Sg Lk, z q, , é p ã pz ó p ó, vz q póp ã p pz é. Q à é px, ã ã p é p. E v põ p p, v p j é v x, , , K, p á Berkeley de Cloyne,oi natambém Irlanda. Abispo cidade de Berkeley (Caliórnia, EUA) recebeu esse nome por sua causa. Abaixo, a capa de uma de suas principais obras, o Tratado sobre os princípios do conhecimento humano
(1710).
.
5.3 Fenomenalismo U põ p Lk q x Berkeley q, , v à ú qüê çã q há pp p q ã p , à é q pv ó. P Bky, é ã p pp á, já z Lk, é póp pp pá, q Lk í p. P zã, Bky p p hó p p v , , , é, q p é , q é ã x p p p . As coisas que não são pensantes só existem enquanto são percebidas por uma mente.
86 ◆ Teoria do Conhecimento
Bky h çã xê ê à ppçã q , pp g p é q ã p q pá p p q á. P xp, ã p xã v p ã -h , pp á q, Lk já , ã p . Esta doutrina, é claro, conseguia dar mais consistência à posição flosófca segundo a qual o que podemos conhecer é o que está presente ao entendimento. Contudo, ela recoloca de um modo mais agudo o problema de distinguir fcção de realidade. Ou, dito de outra orma, por um lado, tudo o que é percebido é real e, por outro, enquanto alguma coisa não or percebida por alguém, ela não existirá. Por exemplo, se uma pessoa deixa sua sala e a mesa onde está trabalhando, e não as percebe mais, então tais coisas deixariam de existir.
A çã p, p Bky, é á à g D. E , Três diálogos entre Hylas e Philonous(), z q D á p p – , , ã x x. Aé , é pív p q é q é çã , z , gç á vá é q . M é , ã, q é xê v q, ú â, g , q p, q ã. E çã, p v, px Bky D , p p h p Lk, q póp ã h pz çã póg p p g D, q já phv , v, pp póg . Ap K, v póx pí, é q çã vé naturalista á pív, é, çã p p póg q v p h , â
Estamos dando ao termo ‘naturalista’ aqui um sentido comum e não o sentido mais técnico e losocamente elaborado que ele vai ter a partir de Quine, como veremos no capítulo 9. Mas, em parte, essa perspectiva naturalista desenvolvida apenas no século XX oi antecipada por Hume, como veremos no restante desse capítulo.
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 87
x. M í k á pív, póp K h, gç à vçã H qõ.
5.4 Causalidade e hábito H é, , ê ó p q , . E p, v q – Bky , v, p fê – v ppv p Lk qüê x, qüê q q póp pj h p v x g jv. A é póg H ã vv : Tratado da natureza humana (/), jv, q póp H p q p xp é, q Investigação sobre o entendimento humano(), q g á q pg. F q, g K , p gá. Ap, K ã hTratado . N Investigação, Hume q ppçõ ã p: , q é ã cópias põ. E ãv, ppçõ vvz , , q v, g, q , j q. A é, p vz, q ã óp põ, ã ê, ã g vv põ g. A é p ã q, p ó, pã, , p gçã, p. Estátua de Hume em Edinburgo (Escócia).
A p çõ x ( põ), ã é p, q p v p . M, é qq, p v pg, z H, q pã v, , ã v pã, q é ; é, p vz, q põ v? E g, H p q p é. Sg , há ê princípios de associação de idéias, , , q ã:h, ü ( p g) ( çã).
88 ◆ Teoria do Conhecimento
O p, p xp, z p póp p, q çã é, , p hç. A ô , p p , íg p, , p p , g. N , çã píp çã p gü. P , v , p xp, p z p q , q çã píp çã p çã. Sg H, é , j h h v p g. O p p é q H , j pgá ã q q p á, g, é ág. Aq, çõ ã v, v . A v p ã p q x , z H, ã ç p p pçõ p; , p v çõ. A á, g p j h h p p. E ã j q H q . O á qã é p pív. P xp, q ã á hã, q xpçã ã pç g, ã çõ ã pív q á. C, p pp p H é q í qõ ã çã . çã, z , é ú p q p é q ó, é, vê . O, h , z v vv p, p çã; p , p H, p vg çã. C H é ppv p Lk Bky, vgçã h qõ , v , v p vçã , q q xpê á. xpv pçõ
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 89
é q q p á . P xp, g á q, ág á , pã á ., v pp – pp q ã p v – j p x xpê p q . vz q p xp à z , v q p p g p. E v – p – é h p ó , z , , g p q p p pz çõ p. M p çã p ã ã xpê. O q p xpê é vçã jçã v, q vv, p, , p xp, q p q xp q. O que Hume quer investigar então é de que maneira azemos a associação entre tais coisas e, dado que em questões de ato, em princípio, o contrário é sempre possível, que undamento nossas conclusões sobre esses assuntos pode ter. A solução de Hume para esse problema é que não há nenhum undamento racional em nossas inerências desse tipo, mas que, ao contrário, que a experiência nos az adquirir determinadas crenças sobre o curso dos acontecimentos naturais, e que não temos nenhuma garantia que o curso da natureza não vá se alterar, e que o uturo será igual ao passado. Tradicionalmente, a lógica explica as inerências indutivas como aquelas que vão do particular para o geral, ao contrário das inerências dedutivas, que seriam aquelas que vão do geral para o particular. Mais tecnicamente, diz-se também que, num argumento indutivo, mesmo que todas as premissas sejam verdadeiras, ainda assim, a conclusão poderá ser alsa, o que não ocorre num argumento dedutivo válido.
E é p H, q é é vz p p indução. O j, vçã v p â p q ã , ã p g q p ã . N póp H, q xpê á ã jçõ j, ã çõá . P q q jçõ v ( q p q j, p xp) p õ áv p g-
90 ◆ Teoria do Conhecimento
q ã v , j, v v q ó í z. M v ppv p, g q h qõ v xpê, píp é v – ã p, p, h q ô . A çã p H – , h z, explicação q – é q z h é í q, pç pçõ xpê, v q . O j, há g z h ( , á, , z H) q v z ê q p g pçã xpê. H z h Princípio do Hábito ( ). píp z h q xp p q q há, , p xp, v pó çõ; j, q q z f. D , ç q q pç jçõ j xpê ã ê váv q z v Píp Há. Há duas características importantes do Hábito a comentar. A primeira é que, ao contrário dos princípios de associação de idéias que vimos acima, que apenas permitem associações, por assim dizer, o Hábito nos leva invariavelmente a adquirir crenças causais na presença de repetições na experiência. Ou seja, sua ação sobre o entendimento é muito mais orte. Além disso, diz Hume, o Hábito é um princípio da natureza humana que conhecemos por seu eeito em nós apenas. De ato, estritamente alando, o que podemos observar é que presenciamos determinadas repetições na experiência dos objetos e que adquirimos crenças causais a seu respeito. Assim, ao alar do Hábito, Hume está azendo uma inerência para algo inobservável, o que, estritamente alando, poderíamos dizer, não pareceria legítimo para um empirista.
O uso do termo ‘princípio’ aqui é no sentido de algo que permite explicar nossa aquisição de crenças causais. Trata-se, portanto, de um princípio explicativo, e não de um princípio em nenhum sentido lógico mais orte.
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 91
E, H p q á pív píp z h j p q hpó xê j , q ã p áv. N çã V Investigação, H p g p v hpó, q h á í . H z q há p harmonia preestabelecida z ã é. A, ã p h p j , p ã , h é q. E é ã p q, , z H, p póp vvê ví pé. O g g, q g p, é q õ qõ ç ã ó vá , pé , vçã vvê , vz q, , ã hgí à õ q p v pá. H z q, z z h ú v, , ó pé q p h q j v p v póp zã.
5.5 Ceticismo mitigado
Jean-Jacques Rousseau (1712–1778), amigo de Hume, com quem este conviveu na França durante os anos de sua juventude nos quais escreveu o Tratado. Rousseau oi uma outra inuência importante sobre Kant.
A Hume p xp qçã ç p á ã p ( já , pg q, é XX, v p Q ), é p á . E , g áv h h, jv póg D Lk, H xpçã záv q h h, xpçã q p q ã h g é q q póp ê z p xp p ô.
92 ◆ Teoria do Conhecimento
á g ã p , é . E, , Investigações, H pçã q . P pí, v v p . Por Hume entende a posição segundo a qual podemos aceitar as aparências, inclusive as boas hipóteses que as explicam, mas não de uma orma dogmática, isto é, não como certezas ou verdades incontestáveis, mas apenas como boas explicações. Ora, essa atitude é compatível com aquela do ceticismo pirrônico, tal como descrito por Sexto Empírico, embora Hume tome o termo ‘pirronismo’ como nome de uma posição extrema, que rejeita toda orma de conhecimento. Mas, ao contrário, para os pirrônicos, o tipo de explicação alível eprovisória, mas razoável e plausível, como que a Hume dá para o uncionamento do intelecto humano, seria aceitável.
A H, pô ã j g pê, j p xpçõ gá, é, q q ã v, pçõ q ã pã v. pô, H p, põ,O p, à í. C v, H – q q p – põ xq ã p í, é qq v ê pí p í, q jv D. H v, p, à ú qüê pçã à í , v , q é v ê pí. E, , p g q H h p é póp ê z. E q, é XX, h H p , ã v qq p xpçã h h, K h q p çã v p H. Aff K, q v póx pí, p, é v ã x p q póp H h .
O empirismo de Locke, Berkeley e Hume ◆ 93
Leitura recomendada Aé pí Lk, Bky H hó , é áv q j g x póp . BERKELEY, G. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. Sã P: Nv C, . v. Bky/H (Cçã O P). HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. Sã P: Nv C, . v. Bky/H, çõ I V (Cçã O P). LOCKE, J.Ensaio acerca doentendimento humano. Sã P: Nv C, . v. Lk, v II (Cçã O P).
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O g Lk é . A pçã é p Lk. C ã pz, g Lk, é px, é çã é g. A çã q pá á g Lk. C Lk v p x. A í Bky à çã q pá póp p. C Bky v p çã çã . A çã põ é, g H. Q é pp ph, g H, p píp çã é. D q Há v q ç .
■ Capítulo 6 ■ Kant e a filosofia crítica Neste capítulo, vamos estudar a crítica da razão empreendida por Kant, examinando a questão da possibilidade da metaísica em comparação com aquela da matemática e da ciência da natureza. Veremos como Kant undamenta o conhecimento humano nas ormas puras da sensibilidade (tempo e espaço) e nas categorias e princípios do entendimento. Além disso, examinaremos sua discussão sobre o uso adequado das idéias da razão e, nalmente, seu idealismo transcendental, que está associado ao realismo.
Kant e a filosofia crítica ◆ 97
6 Kant e a filosofia crítica O póp K g pçã q é hj é pçã çã p p , p D, Ep Lz, p â: Lk, Bky H. O j, q põ é q h v – p –, v ví. E pv, vçã
Immanuel Kant (1724–1804)
q K z h h, á zã p p, , p , , á zã . A í K q h g áv q hó é xp , ç Crítica da razão pura, j p çã p , q K já v póx . E póp K q p p p gá h é H. E, p p hj q, v p p, í é p pí. D qq , çã K p p h p ppv p, v, í p q q H páv çã à , g, çã g ê z. Nã há h-
98 ◆ Teoria do Conhecimento
â xpê pív, p v, h é v , q . N p, p, K v ê é p, v póg , j é g í é , p, çã pp q í p ph h g é çã h, j, ã p ã gv v h, é ã v . D , K h período crítico p á Wol, é Leibniz. E í jv h
Christian Wolf (1679–1754).
D, h , , pv, p pp: g, pg g . K p pô põ gv , p q, é ê ( á í), í vgçã póp zã, g p çã, , ú , põ gv. P ç p í K, v çõ q z: p, transcendente transcendental, g, conhecer pensar. E q çõ ã -. Ch, p K, jíz ív, q, g , v, ó p â xpê pív, p pv p j h. M p p q, , ã p h, q é, g K, q í , q p transcender xpê pív. A, q transé cendental k é q é . T q bj , b hê-. Aé , p K é j á ã ç põ –
Gottried Leibniz (1646–1716).
Kant e a filosofia crítica ◆ 99
O princípio de nãocontradição (também dito de contradição) estabelece que um juízo não pode armar e negar algo ao mesmo tempo; ou, em outras palavras, a negação de um juízo analítico produz uma contradição. Este princípio é um dos três princípios da lógica tradicional, remontando a Aristóteles, junto com o princípio de identidade e o princípio do terceiro excluído, que são considerados princípios constitutivos da própria razão.
p q p –, gçõ jíz q, p vz, ã xp ppçõ. D , çã é q juízos analíticos ( xpv) juízos sintéticos ( pv). O jíz xp, p xp, “T ” é í, vz q p çã já , v g já p, p ã . A á, jíz xp p“A ” é é, vz q çõ q ã ã , h g . O jíz í ã, v,a priori, é, p p xpê. E p p g princípio de não-contradição. E, p vz, çã ó põ q jíz é ã a posteriori, é, ó p xpê, v g píp é , v, g píp ãçã. O p pê k é q há jíz éa priori. M, xpçã p jíz já é xpçã í.
6.1 Possibilidade e progresso do conhecimento D pó p çã Crítica, K p Prolegômenos, xp , A obra, publicada em 1783, tinha como título completo: Prolegômenos a toda metaísica utura que venha a se apresentar como ciência,
em cujo preácio Kant diz que oi Hume quem o despertou de seu sono dogmático em relação à metaísica e, em especial, ao conceito de causação.
ív. K p vv hó í á ê z ( í, g). A g ç á é q, á í, há vç, q, píp q , p çõ v . A á, í , ó ã p póp p, hg í q p vç h.
100 ◆ Teoria do Conhecimento
Fz pg, p K, g ã p úv çõ p . N á í, ã é pív pvá-, , p, p, pv é í. E, é í, z K. E p q í, á á ê z, é í h a priori, já p, v, p p p. E, K g p p pí. A í xpê , ã p p ciências puras, q píp g, q vgçã pí ã p pg, q é xpê pív. D , póp í – q pí ô p – é p p ê p z. O p p vgçã K é g p p qõ p á p ê p z. A p qõ ã ã h p é pív í , , x q p í á. N á í, qã p é á, q ã zçõ gv . E, í, z K, é p ã p. A, qã p é . N á p ê p z, q x, q z é pg q ã pív. N í, q q g p v h , z K Prolegômenos. A çõ K p p vê gç v zã h – x q crítica da razão, h v p , p g, . A ê pp h ã: b, , p , z.
Kant e a filosofia crítica ◆ 101
A é í p p, q ã espaço tempo, q p q ã j. Epç p ã p çã. K q p p çã ív, é, , p z, j . O p çã q p hv, p q h ã p, z K, é , q q á p , q p gçã ã A distinção entre enômenos (phainomena, do grego, signicando “o que aparece”) e coisas-em-si (noumena, do grego, “o que é pensado”, relativo a nous, “a aculdade de pensar”) é também undamental na losoa kantiana. Sua idéia geral é que só nos é possível o conhecimento dos enômenos, e não das coisas-em-si, isto é, como elas seriam mas que não nos é dado, uma vez que os objetos nos são dados apenas na sensibilidade.
p – : enômenos – mas como elas são em si mesmas (as coisas-em-si ou noumena). O , p vz, p ( ) píp p, g q p p p j xpê. P K, h q ã p j , j, í q ê í. P , zã, z K, pidéias, q p p, ã h, vz q ã p j pí p é xpê pív. E é zã ã ê p, : () póg ( p â), () óg ( p í ), () óg ( p ). A é zã ã í, p ã q á p, g q ê p z. C, p p é q é zã p v pz õ – gçõ – í q K j xpg h, , , h pív. P , é zã p gv p h , é, xpê pív.
6.2 As formas puras da sensibilidade N p Critica da razão pura “Eé ”, K p – pç p – çõ Prolegômenos, -
102 ◆ Teoria do Conhecimento
p á p. A p é p K çã à á – á çã ó p – é q jíz á ã é, ã í. C v pí , p xp, H v á çõ é, q v g p píp ã-çã. E Lz é ó p çã p K p q ppçõ á é ã í. U xçã hó á é Brouwer, q, K, q j á ã çõ . E, p K, jíz á é ã p q j pí a posteriori. A á, x q , K p q jíz á p ã é a priori. A é é pív gç à p p, q K é orma do sentido interno, g é pív gç à p pç, orma do sentido externo. O xp p p K p é, q g, à p v, ã v, çõ jíz í é, v . S , p xp, jíz xp “ + = ”, z K, v q, çõ 7, 5, , ã á çã . E q z q é â p , çã â ã á g í q h . N p , K, p p p, jíz é, v à çã , pz ã jíz q + = . E, g , h, é çã p pç q p z q é h p. A çã – é p p – é q çõ p pç v xpê, é, pçã q j ív. M K g q ã pív, p, p q g j j , é p q – q é -
Luitzenmatemático E. J. Brouwerholandês. (1881– 1966),
Kant e a filosofia crítica ◆ 103
çõ ív q é pv ã v – j p q h p j. D , p pç ê pçã qq j, p ã çã q qq j p . p pç ã, p,a priori, j, v , ã p qq xpê. P K, p pç ã çõ p. E ã p j p ppçõ , p j g q p à , q póp ppçõ pí pív. q é – q é ô p ó – v, p, z p pç. A p á qüê p ã p p p çã á, q à p , q v g, é çã h h í à í , j põ gv p é q é p pç, já .
6.3 As categorias do entendimento A á , q é v, , p K, é p v, q q z q p j p . , , z jíz, . N Crítica da razão pura, p “L ” p jíz, p ( g) q ã á p zê- píp q g g. A é xp Prolegômenos, q p çõ ê p z.
A z, z K, é xê j q p v. M ‘z’, p K, é g px j xpê.
104 ◆ Teoria do Conhecimento
O q q z g pv é q q ô bj ê, à --. U çã p q K z, q á óp, é q juízos de percepção juízos de experiência. O p p v jv, ã , p, á. Já juízos de experiência ã vá jv, q q q j v , q ã, p K, p . A p , q ã a priori , g ã a priori. E p jíz é a priori é çã j xpê j q z. E, q çõ p p pç, g ã p v xpê. A á, é q ã v póp xpê , g, q í natureza, q é p í. C óg ép, K á çõ óg , ú x , z , v q gp . E jíz é a priori j xpê ã pív v p p , é p p K á . (A á ã pz póx pág). Kant diz que uma unção é a unidade da ação do entendimento em ordenar dierentes representações sob uma representação comum a elas. Assim como as intuições, sendo sensíveis, se baseiam em aecções que os objetos provocam em nossa sensibilidade, graças à receptividade desta, no caso do conhecimento através de conceitos, estes se baseiam na espontaneidade de pensar do entendimento, ou seja, em suas unções. E o que o entendimento az é julgar, utilizando tais conceitos, que são, diz Kant, representações de representações, isto é, um conceito é uma representação de outro conceito ou de uma intuição sensível. Ou seja, os conceitos são predicados de juízos possíveis.
Kant e a filosofia crítica ◆ 105
Tábua lógica dos juízos
(quanto à) Quantidade universais particulares singulares
Qualidade
Relação
afirmativos
categóricos
negativos
hipotéticos
infinitos
disjuntivos
Modalidade problemáticos assertórios apodíticos
Tábua das categorias ou conceitos puros do entendimento
De quantidade unidade pluralidade totalidade
De qualidade
De relação
realidade
inerência e subsistência
negação
causação e dependência
limitação
comunidade ou ação recíproca
De modalidade possibilidade - impossibilidade existência - inexistência necessidade - contingência
106 ◆ Teoria do Conhecimento
O , p vz, p p pí. E ã pí ê g çã – q ppõ pç j q . E ã p h çã á pçã j. A categorias conceitos puros do entendimento, p á, p (p pç) ã a priori. O j, g ã qq xpê. C é z p p z jíz p. P xp, g çã ( g gp g çã). E é z çã jíz hpé, q z, há ph g, q ph á g , , xp, q q p q é xp z. O jíz hpé, q z g çã, ã x q j h p qã p H, v pí . C , K p çã v p, q jíz ã á, á q pv H. A p (p pç) ã p, g K, v xpê, , á, ã á p q g j , , g ã v xpê, ã á p q j ív j xpê. D çõ, p jíz , p, pz gçõ, é z g, q ã p j g g é a priori . P jíz hpé ã v á, ã v z, v. A H, p zõ, K é h q jíz hpé – – ã váv. M ã váv, p K, v p g çã, ã, z H, v Há, q píp á p póg. P
Kant e a filosofia crítica ◆ 107
K, g çã pa priori , jíz hpé ã á v, j, jv vá, á q H hv. A v jíz xpê p, , zçã g g g ív , q g . E é pp píp p .
6.4 Os princípios doentendimento A á píp , g K, é p g, p v q é g pê x á . O princípios ã, p K, gçõ ív pív. E, p, g, gçõ. A píp ã-çã é q q g çã jíz í, píp á x g jíz é. Princípios do entendimento puro
Axiomas da intuição
Antecipações
Analogias
da percepção
da experiência
Postulados do pensamento empírico em geral
O h é K ã p, vv p p Crítica da razão pura “Aí í” , é g K é, , p. , vz, çã jíz hpé vv p H. O q v jíz é q, â pçã
108 ◆ Teoria do Conhecimento
j ív, há g x g, q p ã çã jíz. O v p p jíz é. N p jíz , g g xpê, princípio da seqüência temporal segundo a lei de causalidade , q é p K Crítica ( g çã, ) g :
T . Q é é p á çã p v p H? A xpçã póp K é g: p, p q pê à , q há x , q é , . A ppçõ ã ã g p, q é , , p. M, p q ã p p á, ãv p , é pq z p. O, q p p çã é g çã. E pv, ã p p q ã . xp p p K q já v H. O p çã q j é xp , p, g é q q j p p . Sg píp z g çã, p juízo hipotético q é vçã p q j. D , K pô é ê p z, p píp
Apesar da utilização do termo ‘hipotético’ por Kant, tais juízos, como dissemos, são necessários e universais. O termo não possui aqui a mesma conotação do senso comum, mas tem um sentido técnico, comum na lógica e na epistemologia.
Kant e a filosofia crítica ◆ 109
ã gçõ z g. C , p K, ‘z’ g, p g, xê j p v. O píp p ã, p, póp çã p xpê h z.
6.5 As idéias da razão A h ã é í p p , p píp , é p q K idéias da razão. Há p gv pv g K . O é q í g p í , j, qã jv çõ. O é q K v à é zã pp g g, p, , zçã h póp ê z. Aé , í q K , zã é p í – q çã . E é q é zã ê pp ph. C, ã v x p, p g p zã pv q z à í. O , v , é p p K q á à pê (ô) p g, , p, xpê pív. A zã, p vz, é p K q à g píp p àq póp . N , zã é h é í, é p h h. zã ã p , j, p E, p , -h póp p à . A, v, h h, q ç j , zã, p p .
110 ◆ Teoria do Conhecimento
P g p zã q , K z xpã‘ ’. O pp pp é, g K, é h àq g çã j p . A é zã, , ã ê q p z (K z é ‘silogismo’ óg ), píp p à xpê (q pív). A zã é é, z K, . M p é q zã h ã z ( xpê ) g . E z é ê q p xpê pív. E ê váv h p , q q v õ gçõ – é j crítica da razão, j, çõ gv h. Sg K, p çõ antinomias paralogismos q zã é z q p g xpê â xpê pív, é, q p p ã ô, já , à --, çã â, D, ( p, p) v – q ã h í võ pp: pg, g g . P xp, çã à g, K q p, , pv qo mundo tem um começo no tempo e é limitado espacialmente , , é pv q o mundo não tem um começo temporal e que é infnito quanto ao espaço. O, , , g K,
q zã xpê pív, vz q á ã gçõ j xpê pív (ô), g q ã p xpê (--), , , v.
Na lógica tradicional aristotélica, silogismo é um argumento com duas premissas e uma conclusão. Sendo válido, o silogismo permite então a inerência que consiste em passar da verdade das premissas àquela da conclusão.
As antinomias são contradições, como já comentamos no capítulo 3, quando mencionamos a antinomia (ou paradoxo) do mentiroso, de Epimênides. Demonstra-se uma tese e a tese oposta (antítese), contraditória com a primeira, a partir dos mesmos princípios da razão. Kant entende por ‘paralogismo’ o silogismo inválido em virtude de sua orma.
Kant e a filosofia crítica ◆ 111
6.6 Idealismo transcendental e realismo P pí, v p p k q é é í õ j é já x, : f . K g pó pçã Crítica v p p , p, p , g g í, p p v Bky. N Prolegômenos, g çã Crítica , pçã, j g pz q. É v q K, Bky, z p v já p Lk q à q j. Eq Lk, v pí , í j p q q primárias, q q secundárias ã h, Bky K é q pá p à pçã q j, ã . P, K é ppv . M jg q é q Bky, q q D í Meditações. O K é transcendental, q p , q já xp. I q z q , z, xpê ã í p pçõ, q ã pív v h, v, p , p . C, p, K é xpí q ã p p qq j ã , j, ã x p í, p xp, p g pv . O q há pçã é q, p K, ã p à -- – é, à p pçõ pç p – q p p q h í. M , z K, ê x, p, á, hv p .
112 ◆ Teoria do Conhecimento
Assim, do ponto de vista metaísico, a posição kantiana é realista. Para Kant, existem coisas ora da mente e são elas que provocam em nós as representações sensíveis que temos delas. Mas essas representações não revelam nada que pertença propriamente às coisas, mas apenas a orma como elas nos aetam. Portanto, apenas do ponto de vista epistemológico, a posição kantiana é idealista.
E K é h ê z, v, , z v póp K g pg x, v é pg p çã í Nw, pç p ç p p çã Newton, p q pç p . A çã ê z pv p K, q xp h, p xp, x Fundamentos metaísicos da ciência da natureza, , p z, g í w, p ê z à qô g . O q K z, , Bky, é p p v póg v píp g í, q pv pí ê, xp xp pçã p v q q póg. N pí Kant, , é p í: x --, q ã p h. O j, í q p ã p põ gv é q p h póp h. M q, h ã á h â, eu, D, p xp. q é çã ô h q . O pópeu, --, é ã p h.
Sir Isaac Newton (1643–1727).
Kant oi o último dos grandes pensadores iluministas modernos, e é até hoje um dos lósoos mais estudados.
Kant e a filosofia crítica ◆ 113
Leitura recomendada O x áv p q K é Prolegômenos, q x v çõ. O q p é p Crítica da razão pura. I x çõ v. KAN, I. Crítica da razão pura. Sã P: Nv C,. v. K (Cçã O P). KAN, I. Prolegômenos. Sã P: Nv C,. v. K (Cçã O P).
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A ç p K vv á ê z, , í, . A ç ‘’ ‘’. A ç jíz í é. A ç ô --. D q p p çã á. A çã jíz ppçã jíz xpê. D q píp p p ê p z. O pp q píp zã p ph h h q çã K põ qõ gv. Q p í é pív, g K. S pçã k é .
■ Capítulo 7 ■ Positivismo e pragmatismo Neste capítulo, vamos examinar algumas das teorias epistemológicas desenvolvidas no século XIX e no início do século XX. A oposição à metaísica tradicional e, em contraposição a ela, o desenvolvimento de reexões mais especícas sobre a investigação cientíca caracterizam as escolas aqui examinadas.
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 117
7 Positivismo e pragmatismo N ê pí , v g çã pg pí q v D K, p p p. V q í p h h () pçã à í () çã h í. E í g é XIX í é XX, q v x pí. A p q v x é q Ag C, ó ê q ‘sociologia’ q p é í í vgçã, q é hv ísica social. E, v, pó pçã hó q g í, C h q v p vçõ v. E ç á C-Hy S-S (–), ê, j é f p v p p. Ep, v C vv , (–). p p çõ Curso de losoa positiva C é v h q Religião da Humanidade, j jv g h pv
118 ◆ Teoria do Conhecimento
í, q, pó C, v p íp, p P L (– ), v hg B. O gp íp C v çã í, q g ó xóg ê É Lé (–). O pv é f p é XIX, q g v vv pçã pú. O (“ P”) é p áx C: “ í b; bj”. O é XIX j é v x é Jh S M, h ó h â J M (–). A, p h, f p é Jy Bh (–). M é fxõ é í xã v í . A p Bh, M á é g à h , q é p í pá. M é é p í pí. V x q g é póg, q pp , Sistema de lógica (). A x pv p p h – q vv p p g Cí V –, v g é póg pg , p, vgçã Jh Dwy, q fê Charles Sanders Peirce q William James. E h p pp, pg é vv p p q p vg pí. A
C. S. Peirce (1839–1914)
M, Dwy vv h vgçã. P , v pv óg – p óg, pv – Cí V, p Mz Shk. E p, x é R Cp, q p gp. E p, William James (1842–1910)
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 119
M, g à çã p, , p çã , ã ê çã pv C, E Mh (–), í ó í, q p à çã ó p pv, S E Mh. Aé Mh, Wg R fê p . E R h q Cp Nh, v á- p, póx pí, v p. A é q v pí g v hç – é ç p, v. Q p ê vçã á v çã h , ppçõ q p, q é p q pp xpê, v pí . O p H, vv çã , p xp, q ã v p K çã pg, ã é v p j v x. E , p g p ê q, à p v, p q q H pô xq, p M. E , p z, h K ppçã h í p h q p , pá- í , q K vv p H. I ã q z q ó gê pçõ póg, q p h p v q pí , D K. E , p, çã jv pá , j, q çã zçõ í. O q p ppv é C.
120 ◆ Teoria do Conhecimento
7.1 Auguste Comte Sg Comte, pv é vv á pí h, q p v hó h, q vv ví. A g q g vv é ê ( ág, ). O p é óg, g, í , , C, úé óg v é â, pví í. O ví, z jv, í . Sg C, póp vçã hó v vv á pí h g pã. M é q é p p hó p õ – v , q C. O, , póp Curso de losoa positiva, q h vçã é pív çã pév , , vz, vçõ p . E , p , vçõ ã q g , pí h á í v, q ã p , ã hg h h. O q çã, z C, é q estado teológico g p, p z í , p , v ô çã g . A, pçõ í z pp p p v ó, q pá g vçõ – q zã . E, estado metaísicoã óg, p ú ç é q g ã í p ç . E, , p pqê . É p estado positivo científco q jv é í p q çõ váv ã ô, p, áx, z gzçõ.
Auguste Comte (1796–1857)
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 121
Se é assim, a própria lei dos três estados seria uma generalização eita a partir das observações, e por isso mesmo, não poderia ser revestida da necessidade que Comte lhe atribui. A certeza que ele expressa sobre a superação fnal dos dois primeiros estados e de que o uturo intelectual da humanidade está exclusivamente na flosofa positiva trai um ponto de vista que não é inteiramente compatível com o espírito positivo ou científco, e que, de ato, mais se assemelha a uma flosofa da história, eminentemente metaísica, como aquela de Hegel.
D , C p v vgçã gzçã q í K – ú, pg p –, ppv k q, v pí , v ê póp h a priori. C x p pí g q p hv ha priori, q z q h v vçõ. M g çõ p ág q q K. Sg C, flosofa positiva j ê, p v g q p gz p hq q f póp vv ê q é á g pã: vz q p ê p p, p ê v. P C, é é á váv vv h. E p, ã, pv, p p z gçã ê q p ê . E, pv ó p g pó çã g í – ú ê vv p g gp ê: corpos organizados . Cç p ô - p g, p ê p . A á, p C, é p, p é ú ê q p á çã -
122 ◆ Teoria do Conhecimento
. E v g, v p g. Dp, í ê p , v , ã í . Dp , v qí , já gp, g í gâ; , v í g.
7.2 John Stuart Mill É q Mill z q, çã, ã pá já p H K, é , ê pã p. D , ã jç à vgçã M, q p çã v , h z, p p p qã, ã p q q í H q K p v v pí . P M, p ã é çã é p j g, pz g çõ q çõ h gí. O, pv, qq çã p çã – é, gz p v – p p vçõ , çõ q . E p, z M, h q z q p . O z é é p H, v pí .O g é p é q píp p p x q, g v, g v vá. E, píp é é xpê , g, ã p ê xpê, p v. M ã vê h , q píp j é v xpê, h h g. E p g, já q M á p çã, ã -
John Stuart Mill (1806–1873)
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 123
j g v g v. Aé , z , píp ã p z p x ê v, vz q gzçã g p é h. N v, M é p . P , ã píp z – q, g , é – z p vgçã , q ã p. A, píp z é gzçõ gí çõ q g ç. U vz q, p M, vgçã é vgçã v, é ã, é é çã à õ H K. A ó C, M ã í, p q -- p pz , çã v váv. A g, z M, ã çõ q g. M z çã condições v causa, p . A ç é q é v çõ ã . P xp, , ví ôg, q já h , v vz, p . O, çõ q , óg ., , ã pv ôg ã v q . N , q M z é z ã póg g ó p í vgçã óg pí. vgçã, q p v Sistema de lógica, p v p qõ óg ê pí, q p gz z p .
124 ◆ Teoria do Conhecimento
D , p çã q já Novum organum B, M xpõ é pq xp. O p, q ã p p â q p g v, à q á g p váv, ã é de concordância é dierença. O â q g é concordância é g: Se duas ou mais instâncias do enômeno sob investigação possuem apenas uma circunstância em comum, a circunstância na qual unicamente todas as instâncias concordam é a causa (ou o eeito) do enômeno dado.
O é dierença, p vz, é p q p, z M, q g â: Se uma instância na qual o enômeno sob investigação ocorre e a instância na qual ele não ocorre possuem todas as circunstâncias em comum exceto uma, sendo que ela ocorre apenas na primeira instância, a circunstância na qual unicamente as duas instâncias dierem é o eeito, ou a causa, ou uma parte indispensável da causa do enômeno.
P M, é ç á é xpê , é â é ú qpã p z xpê, p vçõ, . M q é ç ã é pív, p xp, pq ã p p xpê, ã p z é j â ç, j â é g: Se duas ou mais instâncias nas quais o enômeno ocorre possuem apenas uma circunstância em comum, enquanto duas ou mais instâncias nas quais ele não ocorre não possuem nada em comum exceto a ausência daquela circunstância, a circunstância na qual unicamente os dois conjuntos de instâncias dierem é o eeito, ou a causa, ou uma parte indispensável da causa do enômeno.
O ú éã q, g M,resíduos pí vg z é p é variações concomitantes, j â ã g: Ao subtrairmos de qualquer enômeno aquela parte que é conhecida por meio de induções anteriores como o eeito de determinados natecedentes, o resíduo do enômeno é o eeito dos antecedentes remanescentes.
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 125
Qualquer que seja o enômeno que varie de determinada orma, quando quer que um outro enômeno varie de uma orma específca, é ou a causa daquele enômeno, ou um eeito dele, ou está ligado a ele através de algum ato causal.
C q é é, , çã p, g M, , ã q é, j, ã q p q h p v ã ô vg xp. A p çã , - raciocínio, q z ê pçõ p q q çã . E já é p q M dedutiva, q p vericação ( contraprova) p v xpê. D , pp , - pí, q p , q ê.
7.3 Pragmatismo – a teoria da investigação de Dewey
John Dewey (1859–1952)
O termo ‘pragmatismo’, utilizado para identicar as losoas de Peirce, James e Dewey, entre outros pensadores americanos, signica a doutrina segundo a qual, mesmo sem uma undamentação rme, nosso conhecimento é justicável em vista de nalidades práticas.
A çã M, q v, vv C, q v , p v qõ h, p á – naturais, p – p q á h h. A vgçã pp p Dewey, q g é, p, á, , pragmático, Dwy é h p pg, q x pí . A Dwy é pgá – ã ppragmatista – pq p v pã g vgçã, ã g q f z h, pv v p çõ jv. O ‘pgá’, , g g. N gg, ã pgá é q q z p xpõ güí p p , é õ â ( g xpõ) á ( g g q g íg).
126 ◆ Teoria do Conhecimento
A, p pgá á vv, v, pçã pg, é v x p , p xp, q çã â v ( pê ), pí , ã é p p h h p vgçã. E é qõ q v í pg, q , (Bh M), q z q v gv q v pá. M, , ã é pçã q . O pg z ê j pçã v, j çã h h. E z p çã p vgçã põ q p , p, , v õ ó pá v h, ã p p, p pv pã g v h h. -, p, g h p àq Ry, q pí , g q ã p p h ( q) h hb ( ). C já , pí , çã v p p pg, v q vgçã p Dwy, q é h q , q põ vê jv p çõ çã intelectualista e mentalista . É óv q vgçã q p q q ví q vg p , ã q z q hj p , q p é p xz çã. E pv, é pgá vv pg Dwy é q vg é p g p. P Dwy, vgçã ç úv çã pá, q úv é v , g, q g ç h. A, Dwy vgçã g : a investigação é
Por ‘intelectualismo’ entendemos a doutrina epistemológica tradicional, segundo a qual o conhecimento é apenas uma classe de eventos mentais e internos, da orma como encontramos em Descartes e Kant. Portanto, tal tradição é também mentalista, ou seja, concebe a mente como um domínio à parte da natureza, cujo estudo requer uma losoa independente da ciência da natureza.
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 127
a transormação controlada e dirigida de uma situação indeterminada (de dúvida) em uma outra de tal orma determinada de maneira a converter os elementos da situação srcinal em um todo unifcado em suas distinções constitutivas e relações (uma situação de crença – ou assertibilidade garantida) . A assertibilidade garantida é q çã gv q, p Dwy,
çã v pê. D q p, p, vgçã, g Dwy, p q ã: . çã úv, q qã é ; . çã p, é, p q q çã p vgçã; . çã çã p p, j, çã p çã (v hpó) çõ q p ; . í vv pçõ qüê hpó çã g; , p . çã ( vçã) hpó v, p vçã xpçã p. E p é v, é, p p v vz, g, p, p pg v h. E pã vgçã, g Dwy, p p pp v h, q matrizes biológica cultural. M, , çõ ã é çõ h p C M. P Dwy, z p q vgçã é v x q, p g, çã ví q é . E ã é p , é , q z q vgçã é pph çõ , ã p p .
128 ◆ Teoria do Conhecimento
Dwy z p pv vgçã, gg p vgçã, j, q vgçã é pív çã h . A pçã p pg é é pçã à í , q p q q ó p x j çã, j, ç põ q ã g.
7.4 Positivismo Lógico – Rudolf Carnap P pí, vj ã pv q, pg, já vv pg é XX. C í, pv óg, p óg, pv é Cí V, j p xpv Rudol Carnap. Cp p g Cí V, Shk, O Nh (–) , g p g ê ép pâ, q ç píg páv, í, à K. E, q , pv óg g pçã v pçã v. O q v pí ã, , é póg g Cp q, q v pí, póp K, ê p jv j çã í çã ê. E vh pz é B R póx pí, h vv p Cp á é g q v í p çõ óg, já pí . Cp p v, A construção lógica do mundo (), h Aufau ( ã q g construção), x v Pseudoproblemas na losoa (é ).
Rudol Carnap (1891–1970)
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 129
A pv C, Cp, há hq ê, f hq ív j q p gí q p z . E, , í ã p g p q ã p construídos , í . A ppv Cp é é , p D, p K. P Cp, h p , p , hg h, é pív h , xp . C, q ã p v pj p Cp é é, q á pçã gg p , fê R, q Wg. O Cp Aufau p q ív j . O j, vvê , j autopsicológicos, . I g q, vã , Cp ppv p, h àq D é àq R, q póx pí. 3
objetosculturais
ciênciashumanas
2
objetosheteropsicológicos
1
objetosfísicos
ciênciasnaturais
0
objetos autopsicológicos
(base do sistema)
psicologia
A p j póg, p ã, g ív, jísicos, q ã , é, q p ê g, í, p, q qí g. U j í é gí p z (, , z) (j póg).
130 ◆ Teoria do Conhecimento
A p j í, é pív é j heteropsicológicos, é, , ví. M ív ã gí p z í q, p vz, pã z póg. E ív p à pg p á p . , culturais g, Cp, ív P j q p ê h g. M j v p z j í j hpóg. I pq j é p çã ví, xp g j í. O j q ã p í q ã p h q ív – q í – ã j q í g. Cp z q, áx, p xp çõ p v p gé, ã ê v gv. A, í é p çã g. M , Cp v , x A unidade da ciência (), j póg ív j í. Sg , q pq gg j í é ú gg v, q h h p xp.
Leitura recomendada Aé pí hó , é áv q j g x póp: CARNAP, R. Pseudoproblemas na losoa. Sã P: Nv C, . v. Shk/Cp (Cçã O P).
Posivitismo e Pragmatismo ◆ 131
COME, A. Curso de losoa positiva. Sã P: Nv C, . v. C (Cçã O P). DEWEY, J.Lógica: teoria da investigação. Sã P: Nv C, . v. Dwy, p. (Cçã O P). MILL, J. S. Sistema de lógica dedutiva e indutiva. Sã P: Nv C, . v. Bh/M, v III, p. (Cçã O P).
Reflita sobre •
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A vv h, g C, ê q . A hq ê pp p C q é píp q g. P q p z q Jh S M p çã H K. O gv píp z g M. O q é pp p M. P q p z q, g C M, vg é á váv. P q, á C M, Dwy á pgá. O pã vgçã p Dwy. O j, g Cp. P q í é pp p Cp.
■ Capítulo 03 ■ Títu lo do Capítulo ■ Capítulo 8 ■ OBertrand p q x zzRussell qp p p, Neste vq. capítulo estudaremos algumasR das principais noções epistemológicas deendidas q. porURussell, tais como: zz adistinção v entre w co nhecimento por amiliaridade e por descrip, q lógicas g a enti ção, construções em oposição wh x g dades ineridas, o problema do conhecimento vq h x x do mundo exterior e de outras mentes, e o cog p g. R q. U nhecimento de universais e de particulares. zz v w p, q g wh x g .
Bertrand Russell ◆ 135
8 Bertrand ussell R p p v é v g fê á, p pçã ó p . S é g óp ó, í é, í, óg, ê h, , . E é p óg , j G Fg (–). S p á Principia mathematica ( v, ), q p j A N. Whh (–). R h Jh S M, q p, Jh R, g. Já g é, p, pçã p v, pí , çã h p p çã, pí . C é, pí , q R f Cp pv óg Cí V g. Ap , h – vz vê z, pp,suas teorias h – é q Cp. D , g g ó, R h, é gp p pçõ g. R é é p p pg pq p pçõ D çã
136 ◆ Teoria do Conhecimento
pçõ p, p, H. Aé , ã , D z, q v H, p póg p í. E g , h p p pçõ í, v-v. A, R h pí p pâ ó, q z p ú q x, p ó é á pâ. A q Wg, é ã g v flosofa analítica. Aé , pçõ póg , v, q, çã ó z p õ q p íp pg p . P xp, v Os problemas da losoa(), p ã q, é , E G, j g v póx pí. N pí, v g h g q é póg R q ã ó ã p q x póg, q é z h p.
8.1 amiliaridade e descrição A p çõ é çã já v h p h p çã. M çã vv , p p õ pçõ R. N íg , pgê, ph ê, p z çã óg q é v p h. - ç g “h v ‘b’ óz, p xp: ‘h’ ”,. S ã p, , v ‘h’ p v ‘b’, ã z g: “ ”. E p, p z: “ q v hv”, ã p, z çã á v, z: “conheço q v hv”.
Esta escola se tornou, na verdade, uma das grandes tradições losócas do século XX, diversicando-se enormemente. Outros grandes autores comentados neste livro também estão ligados a ela, como Carnap, que vimos no capítulo anterior, e Quine, cujas idéias serão comentadas no próximo capítulo. Um outro autor importante já mencionado e quetradição tambémé está ligado a esta Gilbert Ryle.
Bertrand Russell ◆ 137
O íg pg q v, çõ, p g, , , q z v ‘’ ‘’. E íg, gê, ã há ú çã v, q ‘h’ ‘b’. O gê z p v‘to know’, é q é pív z çã é. E çã, q pgê já á p póp vá, q R xp, p ç h: 1. Conhecimento de verdades– como em: ‘sabemos que a terra é redonda’; e 2. Conhecimento de coisas – como em: ‘conhecemos a cidade de Salvador’.
E çã é z p R p xp q conhecimento por amiliaridade conhecimento por descrição. O conhecimento por amiliaridade é h -
. P xp, q z q h Sv, Bh, á q z q v á, q v póp p . E p é v p q p é q sabe que Sv x, p, , v á. E, p é saber que Sv x á. U p q ã v Sv, q v p, q á v, q q h é ví, é p z q sabe que Sv x, qsabe que é p Bh . M, ã á, p, p vz, ã pá z – p – qconhece Sv. O h q á ã amiliaridade , h , é q R conhecimento por descrição. O h p é p q h p çã, é p h v. U p q v Sv ã p saber que Sv x p h . P
138 ◆ Teoria do Conhecimento
xp, p hg p , vj , p xê q . É q, p , p já q Sv x, ã , h p, p é pj z vg, é h Sv . M , qq , q p hg h g p – z p, p xp – pv, por descrição, q q x. O h p çã é p h, q, p vz, p h h p p. A, ú â, h p , h q ã g h p çã ê h q p p. D , ã R é q h p, ú â, h p . C, R p h p , p, p , , p, q q ( ) g . I q z q, p xp, , ã é pp q h , . E, p h , p xê p . Há, v, q hç q çã K ô --, q v pí . O , p z, “h” v xê j í. P R, é p, p pçã, p, j, . O j, q q v g q
ê. I z R p v p D é p çã ó p , v p p, é, p pçã é pí h q bâ , D q pív,
Bertrand Russell ◆ 139
q g p p, p, p H. N p, R H, pçã D. V, pí , q é pçã p K, é, pçã ê ã p – p í – q h â. P , R é q é pív h p universais, é, q q ( ), q q çõ ( ) . R q v ã ã p, j h q p , é, ã j p. I h p xê q j í, q x pç p. A á, z R, vsubsistem p possuem um ser. E , v ã . I p p, q x g, x gv. Aé h p , R é h p çã, descrições defnidas, q p q z. A çã p x gv é pív gç , v p.
8.2 onstruções lógicas S pp á R é q ú h ã , - ã p , , p xê x, p, xê, p g, p , g, xê . A p D, v pí , R é v pá v pçã p p v p. V çã p j í , q á çã , q é p g ,
140 ◆ Teoria do Conhecimento
óg p , v teoria dos tipos. E é é R q f pv óg, Cp, q construção lógica do mundo, v pí . R xp é p v p h x áx: “Onde or possível, construções lógicas devem ser postas no lugar de entidades ineridas.”
S p q ã K -, páv, g , p p hê-, á çã óg p Cp q, á, p á ú h h , ã p p g vg q ég pp p R p . O j, çõ óg ã pg p à , vz q p h h. E, p çõ óg , p vz, p póg, q R ã . S j í, q , ã “z” (pq p í, v Cp), ã p g çã ? Nã qq q j? A D, R h q, , ã p hv ilusões dos sentidos, é, q ã p g ã p ó q ppçã. M, póp D já h , é h ppçõ áv . A çã p R ã áv p D, z q g h, çõ, qq çõ p, vgí pq, ú, há , , xã j q, h, p xp, ã x.
A teoria dos tipos lógicos, de Russell, é a base da lógica desenvolvida na obra Principia mathematica. Esta teoria permite também resolver o paradoxo do mentiroso, que comentamos no capítulo 3, assim como outros paradoxos, como o paradoxo das classes, ou paradoxo de Russell. Sua idéia básica é que há uma hierarquia de tipos lógicos, começando com indivíduos, depois classes de indivíduos, então classes de classes de indivíduos, e assim por diante, o que impede todo tipo de auto-reerência.
Bertrand Russell ◆ 141
O, çã ã é áv pq, ú â, ppõ q p í: , . P D p p p í, v, K, x pá, p p . A çã R p, , pá q x g – h K – g q j í ã h p g , q, , ã zõ p v xê p .
8.3 orpos materiais e outras mentes D q óp , çã p p p p x . P , ã, p R, p j í çõ óg. E p, j í ó, p vz, q . N p, R px ã p K, é p â. E, p qçã í j í, p xê . Ag j í – , p pív p – p p p q , g, . D p v j q qã, p p g q é q, p q z, p h àq q póp j p. O j, j z g póp p q p, v hpó q há ã p. Sph q ó ê p. E ã q ã, q , áv. Sph g q p v , q é á x-
142 ◆ Teoria do Conhecimento
p é – p – xpê . A g é, v, gv. M v p q é g q já p . P g p p p çã óg, q ã p . O q á p g p çã óg é q z g q ê póp p (q já ã çã óg) q ê p p (j p é já ã çã óg). E çã p x vj p v R, vz q, , p h p , , p çã h , j, q p h q R conhecimento por descrição. Dp j í , h p çã p áv h páv h p . É q q p p v çõ q R ppõ p h x, p h p h pg çã p q h, q g q q ã é h. M, ú â, R ã á çã p q ó. S p D K, já z, p v D , p, K, R pg pç p çõ óg. E ã p pp í póg, , p pçã gg h çõ óg q ppõ. E pçã, p á óg gg, é vê p p R, p p
Bertrand Russell ◆ 143
qõ póg í p póx àq p ép . Aé , R ã p p p í – p pg pâ q póx pí – p pçã é v , v pí , R é í v pê. E pê á pçã gg, , ú â, é í.
8.4 niversais e existenciais
G. E. Moore (1873–1958) junto com Frege, Russell e Wittgenstein, é um dos undadores da losoa analítica.
U í v güí ó í p R Wg, g R Cg, Ig, G. E. Moore, é ppçõ j á, ã póg, g ppçõ j çõ v h q j vé . O p h v, q, g R, v , h é p , p í – já x gv – q p p á ppçõ g , p, á ppçõ g (v x), q q, gg z óg , q‘’, ‘h’ ‘’. E á á é à f, R, g q çõ p íg ( q z: “ h”) ( q z: “ h hpé ph”). Vj p p x gv, : . “Pp N ã x”, : . “Nã x ó”.
144 ◆ Teoria do Conhecimento
E p g, v q p pq, í, R hv q qq j p termo, q é j ppçã, p g p . C v , v ( ‘’ ‘’) ã é j h p , g R. I p é j á ( ú g gé) , , à g óg çã ( Pp N ó). S j ã valgum tipo de ser, ã pí z , pv R. O p ppçõ () () x pq ã g q g x. E, g, p q v pé çã. I g çõ pq í p xpõ : . “ h Ig”, : . “ Fç”. A ppçã () p p ( h Ezh II), ppçã () ã p , , g, p gv, q ppçõ x gv, () () q v. E x, “Da denotação”, R q p v p. P , é p, p g, g g ç (q p íg: pgê gê .) óg ppçã ( p q é xp p ç). N , é p g q çã pí , ç, ppçõ. A proposição é o pensamento que dierentes sentenças consideradas sinônimas expressam.
A gg z óg é q p v óg ppçã, é p ã z p gg ç íg q pg çõ. A xpõ ã g pv p g óg. , p xp, xpã íg‘um homem’
Bertrand Russell ◆ 145
q p g : “ h”. É óv q q z ã um homem qualquer, p ã x, determinado homem ser humano do sexo masculino. O, g á pp p R, q xpã q z é g : “(a frase ) ‘encontrei x, e x é humano’ não é sempre falsa”. D , ç v ‘ h é, ’ p z, óg, é g: “(a sentença) ‘se x é humano, x é mortal’é sempre verdadeira”.
N q, , ç ( p p g) q ç ( p p). O j, q é q há ç gg q ç gg-j (q çã p k, q v pí ). C v ã p x gv? C p ‘Papai Noel não existe’. A é R é q, , póp ã p çõ , q, p, q pg xpã ‘Papai Noel’, p g çã: vhh g, v vh, q pó z p N, . D , q ç‘Papai Noel não existe’ q z é p q ã há p q p çã, j: “(a sentença ) ‘Papai Noel existe’ é sempre falsa”.
D , ã há p , p, g xê ó j q ã ã . U çã h é pív p ‘não existem unicórnios’. P ‘unicórnio’ p g
çã: v q p h . E q q ç q z, R, é q p j x, x é v, x h . O j, q (v, , q
146 ◆ Teoria do Conhecimento
p h , ) x . D q , :
“( ) ‘x é um cavalo e x é uma coisa com um chire no meio da testa’ ”. E, , ç () (), pv, h Ig Fç, é p z, óg v, v v qq çõ.
Leitura recomendada Aé pí R hó , é áv q j g x póp . RUSSELL, B. Análise da matéria (Cçã O P, v. R). Sã P: Nv C, . (Cp. XVI XXI.) RUSSELL, B. “D çã”. I:_____. Lógica e conhecimento: h. Sã P: Nv C, . v. R (Cçã O P). RUSSELL, B. “D z ”. I:_____. Lógica e conhecimento: h. Sã P: Nv C, . v. R (Cçã O P). RUSSELL, B. Ensaios losócos. Sã P: Nv C, . v. R, p. VI VII (Cçã O P). RUSSELL, B. Os problemas da losoa. C: A, .
Reflita sobre •
•
A ç g v ‘saber’ ‘conhecer’. A çõ conhecimento de verdades conhecimento de coisas, R.
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A çã R conhecimento por amiliaridade conhecimento por descrição. A q, g R, h
Bertrand Russell ◆ 147
p . •
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A áx R: O pív, çõ óg v p g . P q, g R, ã p hv ilusões dos sentidos. A çã p R p p xê p . A çã p R p p xê . A çã p R p p x gv. A ç ‘Pp N ã x’ ‘Nã x ó’, p xpã z q v p v à g ç: ‘A h Ig é g’ ‘O Fç é v’.
■ Capítulo 9 ■ Epistemologia contemporânea Neste último capítulo estudaremos algumas das posições mais importantes na epistemologia comtemporânea, como: dierentes tipos de undacionalismo, coerentismo, epistemologia naturalizada, o problema de Gettier, e conabilismo.
Epistemologia contemporânea ◆ 151
9 Epistemologia contemporânea A h, q p é í é XX, v q v ú pí, x gv ó. E p, fê p g à í, póp R pv óg, z pg pâ p vz á h. P, q vv g pg pí g é XX, é qõ - h j , z p ó pâ p h h p z póp pg pí pq, v q v g p ó W v O Q, q ppõ z. E ppv íz é g ó ép , p, H. A zçã pg é p í v p q v à v pá p í p h h, q v p E G, pq g , q g ú çõ. U q v pí p v p v p G çã h jf vé .
152 ◆ Teoria do Conhecimento
E, p G p q é ã é p p í, é á g à ppv ( ), é, p q é ó , D g póp p, Lk, g q h h çã g , p , zê-. O p G z p à p ç çã í q pv z çã. A p q g pg z p q p p G, póg, g pçã , p, á, q ã é á çã g p h h, q á p ív. E p q, g, b, á v pâ h, q é , pçã q é v pí. O q v p q, p, ã p g çõ , q p pq çã á ó q, hj, é v px.
9.1 Tipos de fundacionalismo P z pçã g g vçõ, ph g çã. U víA z çã qq, xp ç pã (v há- k) g- ví, B. E ú, ã ph pã, p ãA q g q zõ zq çã. q Aq p ã p pHá B : h p z k á ç pã q é p, g. S, p ví B, á çã k – é, é p çã –, ã, vz, B pg p-
Epistemologia contemporânea ◆ 153
zõ A p . D vz, A p g . O p p ã p, p B p p ã zã p A é , p , é q, , víA q zã q é p áv é p ví B. Há pp p ág ví A B. P, ç põ qA xp, p p , g p , ã áv p pA, q p B. Sg, ví v g ç põ, é, método p p ç , pv, v, p v ç p . Podemos ilustrar esse processo com aquele que Descartes nos apresenta nas Meditações, argumentação por meio da qual ele nos propõe o Cogito como uma primeira certeza, e dela vai derivando outras. Nestes termos, o undacionalismo pode ser então caracterizado como a posição epistemológica segundo a qual, ou uma opinião é evidente, e é incondicionalmente aceitável para quem a expressa e para os outros, ou tal opinião pode ser apoiada por outras, até que cheguemos a uma opinião evidente ou incondicionalmente aceitável. E, além disso, neste segundo caso, a orma de ligar as opiniões também deve ser aceitável.
N pg pâ, p óg é z, q q, p , . A zã é q, hj, ppõ q óg ê é q p ç , ã p h p p ç v, ç q, p vz, é v. Aé , g póg pâ pvg q p jf, é, ã p p ç j . U h, ,
154 ◆ Teoria do Conhecimento
ã p, p q p ç é p g ç h pp, v p G. O , pp , ã pçã g q, q jçã é p p g ç pã, p p ç pã p áv, áv, v, gív . A jçã p ã pp jf. U pçã j, v , p é b, é, p p jçõ áv ã áv. D , pp xgê jçã ú áv. Aé , ég póg , p hv ç çã ç ç í. Ag q é v p ví, , p váv. M pã q é gív é g q á p , p p ví q . D , p z çõ á á pçõ, q çõ p q pg p v g . i) Justiicacionismo – ç põ v
j ã áv ( v, gív). ii) Fundacionalismo ( undacionismo) – ç
põ v ( p) jçã çã ú. iii) Falibilismo – qq jçã p ç
põ é p j çã ã há jçõ ú. Aé , p pçã , p p q p , , v p:
Epistemologia contemporânea ◆ 155
a) undacionismo de método – há é p p
v ç põ ; b) undacionalismo de conteúdo – há ç põ
v, gív.
9.2 Coerentismo O ppõ q ã é çáv, q q p z ppçõ ç é á- p . O é pçã j, q . M é é pçã , p q p ç ç põ v, gív, áv . O , , é p p p óg, q ú. U ç põ v é p q ç põ ê p à . N pg pâ ppõ, pçã , q é q p j p óg, , p,z p p ú, ç põ pp, p p h. Em ace do undacionismo, o coerentismo costuma se apresentar como uma posição mais razoável. Ou seja, se aparentemente não conseguimos dar um undamento último a nossas crenças ou opiniões, pelo menos podemos torná-las compatíveis umas com as outras, isto é, isentá-las de contradição. Mas é claro que um sistema de crenças isento de contradição não é necessariamente um sistema aceitável para eeitos cognitivos. Uma obra de fcção literária, via de regra, é coerente neste sentido mínimo, mas não nos dá conhecimento do mundo. Com um pouco de imaginação e trabalho, qualquer relato pode se tornar coerente no sentido de ser isento de contradições internas. E, neste caso, como poderemos distinguir fcção de realidade?
156 ◆ Teoria do Conhecimento
E é q á h, zã p ã pçã , , á, p çã ú p h. E é vçã v q . Aé , p q p p é q, v j ç p , p z í p, à p. Sph q víA B, q p pã k g p pã . Dp, p p . Dp, , p , é hg pã, q, p vz, é k. O, , ví B, v v g áv. A, v p ó p p, : 1. o de distinguir ficção de realidade; 2. o de evitar a circularidade.
P v g p, ég v g q ã é viciosa, é, q pz ã v q j áv. A ó áv pp g q g ç p á pvg. C, gçã ó é áv p p é v, é, p q é v , p g- q ã é çã. Sph ã çã v, é, q ê h p . É q v p ã v p -
Epistemologia contemporânea ◆ 157
ã-ó, ã é q h p v p z h . A, g põ p j , v-v, pg v. E, q g p p çã q g q, , p q p p p ? O, póp ã p g, z í . E çã p p ég . E é g q R p ê v Os problemas da losoa. C já v , , q h, á g à v ê, q pí . D , á g v pê. A p g í R p póp pê , p g, pçã q v ç. D g, gçã é q ã g í , , h p . E, p, z , ó , p q j ã p , é b. O j, é q. M q çã é, píp, g q p , gê ã. P, , p g , q z v p g à pê. U q pçã á é O Nh (–), é p Cí V, ég Cp. U q é é Nh Rh (–). H, pçã é á
158 ◆ Teoria do Conhecimento
g à Hg â, f p p F. H. Bradley, p é p Py B. Bh (–).
9.3 Epistemologia naturalizad a U p q q p hv h h ã p h á óg é . O ‘’ é g g gü, q v . E p , naturalismo é q h h é ô . N , pçã já H, v pí . N g , , q ppõ p, é é , x, z, é, g q pg h é ê pí, , ê g ê h. N , é gçã q x pçã pg ( g) ê pí, vgçõ. O pp q, é XX, pçã Willard van Orman Quine. A pg z ppõ, v, q pçã h h. M p , , é q há pg ( g) ê pí. O j, pçã h ã v g pg , é, póg z póp p. N ú , ( qj á qã é çã ,é p, h) ê – p q K, v pí . O ó pâ é p çã x
Francis H. Bradley (1846– 1928).
W. v. O. Quine (1908–2000).
Epistemologia contemporânea ◆ 159
b ( çã h) x jf. E çã pp p H Rhh (–). A é é q, p xp, pg pí gçõ qõ , q h zõ p ç, . A q pg z é, p, gçã píp. Q v q pg v, v, p pg pí güí, j, fê vgçõ pí gçã h, q gg ph pp pvg. E p é é g “Epistemologia Naturalizada”. O é é , já . põ p. P, p póp ê h h g, q ã p jçõ ú. Sg, v p póp h pg p pí. I é, qq h é á j vã çã , h. Q, q pçã, é q é q g p h ã váv, óg á. M, píp, h h, v ê , ã pív vã. U p pí q pçã p , p, pp pvg q gg ph h h é çã Q b. N Cp, v pí , há pçã í gg v ( põ) gg ó (q váv). A gg q j póg p Aufau Cp é p ç v. O ív j ã p ç ã-v.
160 ◆ Teoria do Conhecimento
C é q pg v v , Q z q q xp é g ç q há çã í ( qz q é) pq p çã q ógã . I q z q, ç v pp p Cp p p ú p v . E g , Q ppõ ã q gg q á p pçõ q , q p ç q z p v, p , p j v. E p é q ç v, q z v. P xp, pgê, v ç‘ z’. Lg, ‘z’ é v, ç é v. P , v q z, pv, “ z bbê” “ z ”, ã vã q ç é v q é p çã . A, ç ã ã v, ó, xpõ ‘z bbê’ ‘z ’ ã ã v. C q p pá güí pgê. E ppv Q é . O pg z hj ê ã p fê p Q, é pá v p G, q v g, g , pçã q g, q p jv í p p.
9.4 O problema de Gettier O pq g E G, , “ h jf?” g p g g ã, v v p
Epistemologia contemporânea ◆ 161
í p p. G p pçã , q, g , p já p ágTeeteto, Pã. M võ h é p x ó pâA. J. Ayer Rk Chh (–). pçã p g : p z q j q P ( ppçã qq), é p ph g q:
. P é v; . q P; . zõ p q P.
Alred J. Ayer (1910–1989)
A ê çõ v q G p g ã , qv . A é é q ã p z çã j, , h, , , p g, ppçã p ç ã v. M, , p, q é q pp p G, ppçãP p v j ã q P. P xp, q , p ã . E g g, v, p q j g q b q P, q P. Nã , p xp, q gé : “ q , ” . F xpã ó p ã x xpv, v gv. P , p çõ, j zõ p q P. P xp, P é ppçã v, gív, p ppçõ ç q, p vz, ã jáv áv. A, v p á , q . O p v p G p é q p ph ê çõ, j, p ç v j, , , ã í
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z q h gí. G á xp q çã. V pz p, p. M, , g v é ppçã q óg ã vá, q p é pv v q p hg h p h . U p G é ví, Sh J, q p pg. Sh p p p q J v gh pg, é q J z . A, Sh z g ê: O homem que vai ganhar o emprego tem dez moedas no bolso.
Ch ã ppçã P. E, p p , é póp Sh q v gh pg. A , g G, q póp Sh é z , ã , pq ó J, ã póp. O, é Sh qP, P v (p h q gh pg h z , Sh, ã J), Sh zõ p q P, ó í z q Shb q P, z G. EP j v, ppçõ p é q ã p áv. O p ã é q, , q Sh P ppçõ, v p J h q z q v gh pg. M, p , é h. O q g , p , q ó . E p G é q, Sh h z , jv , ph ê q g, v p p ,h. E, p g q póp Sh, - vá, v pçã. S g, pg v, q Sh é h q v
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, p ã ã h gí. M, á, ph q ã v . O, , p ã ã p q ã h gí. C p Sh ç p vá- ã, h q p pz v ppv p pv q Sh q , q q ê. E pv, p G ó z ppçã q ppv – q q ó j p q q ê q z – ív gé. M p h j p ç, ã, p v pú jv, g G ã . E ó é p ppv.
9.5 Confiabilismo A á q z p G ã é, , q q é g õ póg pâ. A á, p , g, g q pí p xgê p g q g ç j é h. E õ h b q . O j, é q ê , pí , q ç pçã h q, ph q, g ç é h. U h gçã é fb, q p v é ó Av G (–). Sg , p h gí, ã ç v j, é p é q ç j p p pçã ç q j áv. E é v pív p pçã ç q p é .
164 ◆ Teoria do Conhecimento
A ppçã é p pçã ç vz áv, p, p, í. O q é q ã h q ã p áv pçã ç, é q pg pí p pg. É q, p xp, p q ã q çõ q p ppv ã áv. E, p h p pg pí é q p ã q q é q v v h h , p, q â jçã q. E é p q pg z p p á v, p q é p p Q p á v pg v-h p á v p gv . A gh v á v, pg z vã p v q í jf, q . O póp Q, , p g í, já h p p p v. E ã q p v, vz q çã pg güí. M, á, ( pé gh h) v. E çã Q, , p vg, pp G é .
Leitura recomendada Aé pí pg pâ , p, Q, hó , é áv q j é g x: GEIER, “O h é ç v j?”. DpívE. : A . QUINE, W. V. O. “Epg Nz”. Sã P: Nv C, . v. Q (Cçã O P).
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O p g jçã. Q ã p á . P q pçã p . P q é pçã . O p pp q . P q p z v . P q pg z vã Q g çã x jçã. A çã ç v p Q. O p v p G. Q é í q p z G.
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