Universidade do Minho Trabalho Trabalho realizado realizado para a cadeira de Métodos Métodos de Intervenção
Intervenção no luto infantil: Ajudar crianças a lidar com a dor dor e sofrimento resultantes resultantes da morte de alguém significativo
Licenciatura Licenciatura em Psicologia
Ana Daniela dos Santos Cruzinha Soares da Silva Nº25136 Vanessa Peixoto Pereira Nº25110
Base generativa “Sinto-me como a última pétala que ficou numa flor e as outras pétalas estão a voar para longe...” Victoria Evans (6 anos)
A morte de uma pessoa importante é, porventura, a mais delicada situação que temos de enfrentar na vida. O luto (mourning) que se segue à morte de uma pessoa que nos estava próxima, independentemente da sua forma, não é uma doença, mas sim um processo de adaptação que tem de seguir o seu curso. Ao longo do tempo o conceito de luto assumiu dois significados diferentes. O primeiro derivou da teoria psicanalitica e referese a uma predisposição ampla ou um processo interpsiquico, consciente e inconsciente que nos prepara para perda (!o"l#$, %&' in ando, *., %&'+). O segundo significado di respeito à resposta cultural à dor, sendo a reacção à dor influenciada quer social quer culturalmente e como tal vari-vel de pessoa para pessoa. istinguese de grief (pesar) que di respeito às experi/ncias pessoais, pensamentos e sentimentos associados com a morte (0orden, 1., %&&2). O sofrimento da perda na inf3ncia é uma dor crua e penetrante que pode ser devastadora. Os adultos tem o #enef4cio da experi/ncia e de con5ecimentos passados, podem perspectivar a perda mas não é esse o caso das crianças que não possuem este tipo de estratégias para a ultrapassar esta situação. A grande tensão que os pais sentem reflectese frequentemente na fam4lia e estes, apan5ados como estão no tur#il5ão das suas próprias emoç6es, tem dificuldade em lidar simultaneamente com as necessidades crescentes de crianças alque#radas e com a sua própria perda (7allon, !., %&&'). Ao longo do processo de luto a criança precisa de sa#er que não est- só e que os seus sentimentos são normais e faem parte da vida8 por isso um adulto que se preocupa com ela dever- ser identificado como uma ancora, se9a este um mem#ro da fam4lia, um amigo, um professor ou um tra#al5ador social. As reacç6es à morte são muito parecidas com as que ocorrem em outros momentos de perda e em#ora possam ser mais intensas, o que é cr4tico é a import3ncia dessa perda para o indiv4duocriança. :ada criança reage à perda com #ase no seu relacionamento com a pessoa ou coisa que foi perdida, dependendo das suas predisposiç6es, personalidade, sensi#ilidade e todos os outros factores que contri#uem para criar um indiv4duo ;nico. crianças em situação de luto mostrou que durante os dois primeiros anos após a morte, somente uma minoria significativa de crianças (??@) registou algum risco de desenvolver pro#lemas 1
emocionais ou comportamentais. *al, indica que as crianças tem diferentes recursos de suporte e força e diferentes -reas de vulnera#ilidade sendo a adaptação à perda multideterminada. m#ora a interacção entre estes determinantes se9a complexa e ocorra de diferentes formas, é poss4vel identificar seis categorias de mediadores que influenciam o curso da adaptação à perda, sendo elesB a morte e os rituais su#9acentes8 as relaç6es da criança com os familiares mais próximos antes e depois da morte8 o funcionamento dos familiares so#reviventes e a sua capacidade para apoiar a criança8 influ/ncias familiares como o taman5o, a solv/ncia, a estrutura, os estilos de coping, suporte e comunicação #em como stressores familiares e mudançasCdisrupç6es no dia a dia da criança8 suporte dos pares e outros fora da fam4lia8 e as caracter4sticas da criança, incluindo a idade, o género, a autoestima e a compreensão da morte. Dariaç6es nestes factores mediadores significam variaç6es no processo de luto de cada criança e determinam a forma como a criança experencia a dor a seguir à perda de uma pessoa significativa. A literatura indica tr/s est-dios principais do luto (7allon, !., =%)B Fase I – Primeiro estádio: A fase do protesto
Eesta fase as sensaç6es de c5oque, alarme, torpor e recusa são comuns. O c5oque inicial da separação e da perda revelase tanto f4sica como emocionalmente. Fase II – Estádio Agudo: A fase da desorganização
A raiva vem à superf4cie neste estado agudo do luto em que a realidade da perda se a#ate so#re o indiv4duo. As crianças podem procurar outra pessoa o médico, um dos pais ou até o defunto. Fode ser muito dif4cil aguentar esses sentimentos tão fortes, em especial se a criança utiliar os mem#ros imediatos da fam4lia como o#9ecto da sua intensa raiva. Fase III- Estádio da cedência: A fase da reorganização
Eeta fase final do luto, existe um conflito entre a necessidade de Gdeixar andarH num sentido emocional, e o dese9o de Gse manter firmeH. sta tracção entre o passado con5ecido e o futuro descon5ecido é a tónica dominante para a resolução do luto. ste é um momento muito importante onde se confirma que o luto não é o esquecimento da pessoa amada mas uma nova maneira de se ligar a ela. stes est-dios não são r4gidos I cada pessoa vive a dor à sua maneira ;nica , mas servem de guia para as reacç6es que podermos encontrar. :ontudo uma criança pode 2
parecer encontrarse um dia num est-dio e no dia seguinte passar para outro8 por isso não podemos esperar o#servar uma progressão facilmente recon5ec4vel. O luto é um processo e não um camin5o linear e não 5- um padrão fixo. Ao longo destes est-dios que caracteriam o processo de luto a resposta de grief normalmente é experienciada de %= diferentes formas (Jaasl K 7arnoc5a, %&&)B Resposta “grief”
Descrição
A perda pode parecer irreal ou imposs4vel. A duração do
!o"ue # Recusa # c5oque pode ocorrer só por #reves momentos ou arrastarse por Estupor muitos meses (a norma aponta para 2 a ' semanas). Indiferença
$udanças fisio%&gicas
Regressão
Actuar como um adu%to Desorganização e p'nico Rai(a e comportamentos agressi(os u%pa e autocensura
$edo Perda) (azio e tristeza Integração
For vees as crianças mostramse indiferentes à perda como forma de se defenderem. :ontudo isto não revela aus/ncia de sofrimento ou sentimentos em relação à morte. Ladiga8 dificuldade em dormir8 perda ou aumento do apetite8 dor de garganta8 respiração lenta8 tensão muscular8 dores de ca#eça e estMmago8 perda de energia8 inépcia8 precipitação ou impulsividade. stes sintomas podem levar as crianças a pensar que elas tam#ém vão morrer. A criança podese tornar mais dependente, dos adultos, exi#ir dese9o de ser a#raçada, acarin5ada eCou dormir com os pais. Fode apresentar comportamentos próprios do est-dio de desenvolvimento anterior como G#a#$ talNH e ter pro#lemas na relação com os pares. Fodem querer ocupar o lugar da pessoa que morreu. Eo caso da morte do pai, por exemplo, o fil5o mais vel5o pode querer assumir o papel do paiCmarido na fam4lia. Os sentimentos podem estar desorganiados e interferir com os procedimentos normais da criança. Fodem estar assustadas com a intensidade e duração dos seus sentimentos e acreditar que nada voltar- ao normal outra ve. A criança atri#ui a culpa da morte da pessoa querida a ela mesma ou aos outros manifestando comportamentos desafiadores e provocantes como forma de se proteger de um novo a#andono. e a criança alguma ve dese9ou a morte dessa pessoa, elas podem sentirse culpadas8 a criança pode ver o seu comportamento passado como respons-vel da morte de alguém querido. Fode demonstrar medo que outras pessoas morram e podem preocuparse com o facto de não terem ninguém para cuidar delas, isto pode levar a manifestar comportamentos de depend/ncia excessiva. Ocorre quando a criança se aperce#e que a pessoa querida não volta mais. Psto ocorre quando essa pessoa não est- em momentos especiais em que a fam4lia est- toda 9unta. A aceitação é o culminar do processo em que a criança se conforma com a realidade da perda e dos seus sentimentos so#re o que aconteceu.
Os son5os tam#ém são uma componente importante na forma como a criança manifesta a sua dor podendo em alturas de perda ser especialmente pertur#adores. 1on5 !o"l#$ informou que cerca de %C> das crianças que estavam a faer um luto 3
tin5am graves terrores nocturnos, enquanto que %C+ insistia em dormir à noite com um dos pais ou irmão (!o"l#$, %&'). Os son5os podem ser ve4culos de expressão dos medos pelo que ser- ;til informar as crianças que dada a situação tensa em que se encontram é normal que os pesadelos ocorram e que estes funcionem como uma v-lvula de segurança que deixa sair alguma da pressão, aliviando assim, alguma da ansiedade que os son5os maus l5es provocam. As crianças passam pela mesma gama de emoç6es que os adultos apesar de as poderem expressar de maneiras diferentes. A idade da criança tam#ém influencia e determina a forma como integram e reagem à morte (7allon, =%). As crianças muito 9ovens tem uma compreensão limitada da perman/ncia da morte, mas recon5ecemna como uma separação e podem reagir com uma profunda tristea. ntre os cinco e os oito anos encontramse no est-dio do Gpensamento m-gicoH pensando que #asta formularem um dese9o para que qualquer coisa aconteça. Assim podem ficar 5orroriadas com o seu aparente poder de faerem com que qualquer coisa aconteça especialmente se antes 5aviam dese9ado que isso acontecesse. A crença continuada neste poder m-gico é vis4vel no comportamento das crianças. As crianças com idades compreendidas entre os oito e os de anos ficam frequentemente intrigadas com a morte. Qs vees, a morte é vista como uma pessoa que as vem #uscar, por exemplo um fantasma, ou a morte é uma consequ/ncia, por exemplo de terem pensado ou feito algo mal. For volta dos nove anos de idade, as crianças começam a aperce#erse da perman/ncia da morte e a expressarem a sua dor pela perda, como os adultos. A criança precisa de tempo para faer o seu luto8 alguns especialistas diem que são sete anos, porventura a vida inteira, se não tiverem uma a9uda nesse per4odo de aprendiagem e de formação que é a inf3ncia. m#ora não ten5amos encontrado muitos estudos nesta -rea, parece ser importante a a9uda dos os profissionais, tanto para as crianças, como para as fam4lias, para que ten5am tempo e espaço para a dor, a aceitação e a renovação. :ada um de nós pode a9udar as crianças a enfrentar as dificuldades e todos os que desempen5am um papel no acompan5amento das crianças, se9am eles professores, médicos, psicólogos ou pessoal de enfermagem, podem faer muito para a9udarem as crianças e as suas fam4lias a enfrentarem o impacto da perda. e conseguirmos recon5ecer a tensão e aceitar a validade do GfalarH da criança conseguiremos então faer alguma coisa para aliviar a dor. As crianças expressam a sua ang;stia se os familiares, os amigos e os professores estiverem dispostos a ouvilas, ou quando faltam as palavras, comunicam através da sua linguagem corporal ou exterioriação do seu comportamento. 4
Descrição
A9uda a criança a criar imagens positivas, pensamentos saud-veis e reduir ansiedade. Lacilita a exploração e expressão dos sentimentos que a criança tem dificuldade em expressar como a raiva, medo... Os 9ogos, fantoc5es, 5istórias podem a9udar as crianças a Ro%e-P%a.ing pro9ectarem os sentimentos não resolvidos de uma forma mais a#erta. Através de desen5os ou narração do son5o podemos aceder a E/p%orar os son!os pensamentos e sentimentos mais profundos.
A investigação parece indicar que não existem regras r4gidas quanto à maneira de a9udarmos todas as crianças, mas 5- lin5as mestras que realçam o que a9uda e o que atrasa o processo. Pnicialmente é essencial aceitar que as crianças faem um luto e que isto l5es pode provocar grande tensão. Frecisão de toda a nossa compreensão e apoio para conseguirem sair com /xito das poderosa vagas de emoção que ameaçam su#mergilas.
Programa de Intervenção A nossa proposta de intervenção consiste num programa de grupo para crianças, entre o seis e os de anos, que estão a passar por uma situação de luto. Os grupos devem conter entre sete a oito elementos com experi/ncias de luto diversificadas (tipo de morte, ligação afectiva à pessoa que morreu...). ste programa é constitu4do por seis sess6es de periodicidade semanal com a duração de uma 5ora e meia cada sessão. 5
Optamos por esta modalidade de intervenção porque é uma forma das crianças expressarem a#ertamente os seus sentimentos de dor e rece#erem suporte de outras crianças que se encontram na mesma situação. Além disso, os familiares da criança, muitas vees tem dificuldade em lidar com esta situação e falar a#ertamente com as crianças acerca dos seus sentimentos, sendo importante criar um espaço seguro onde a criança se possa expressar. Adoptando uma perspectiva educativodesenvolvimental, este programa pretendeB ensinar as crianças a recon5ecer e expressar sentimentos de tristea, encora9ando a comunicação a#erta e desco#rir concepç6es disfuncionais pouco saud-veis que a criança possa apresentar8 proporcionar às crianças uma oportunidade para experenciar o luto e aceit-lo num am#iente seguro e partil5alo com outras crianças que tam#ém passaram por uma situação semel5ante8 dar às crianças informação so#re o luto para facilitar uma mel5or expressão e compreensão dos seus sentimentos8 e a9udar as crianças a recon5ecer alternativas apropriadas para expressarem a sua dor. Eo planeamento da nossa intervenção #aseamonos no modelo de adaptação à crise de c5oloss#erg, em que se presta atenção a interacção entre as caracter4sticas pessoais, am#ientais e da crise em si. A consideração das caracter4sticas pessoais (idade, valores, estatuto socioeconómico, compet/ncias psicossociais, ...) é importante, por exemplo, na escol5a das actividades a realiar e na forma de a#ordar as tem-ticas, uma ve que estas devem estar adaptadas ao n4vel de desenvolvimento das crianças e ao est-dio de luto em que a criança se encontra. *am#ém são um factor importante a considerar na selecção dos elementos de cada grupo, sendo que a este n4vel é importante uma certa diversidade ao n4vel das experi/ncias mantendo, no entanto, alguma 5omogeneidade para não 5aver uma discrep3ncia muito grande entre os elementos o que iria dificultar a partil5a. As caracter4sticas dos am#ientes pré e pós crise, como se9am contexto f4sico, sistema de suporte interpessoal e o suporte institucional, são fundamentais numa intervenção deste tipo tendo como o#9ectivo manter uma certa continuidade entre estes am#ientes, o que trar- à criança mais esta#ilidade e controlo so#re a situação. Eeste 3m#ito, tivemos a preocupação de a#ordar a tem-tica da mudança com relativa frequ/ncia, procurando que a criança explorasse diferenças pré e pós a morte de alguém significativo, assim como os pensamentos e sentimentos associados a essas mudanças. Além disso, pensamos tam#ém ser importante envolver a fam4lia da criança no programa, convidandoa a participar em alguns momentos das sess6es, informandoa acerca do processo de grupo e tentando o#ter algum feed#acN. 6
For ;ltimo, as caracter4sticas espec4ficas de uma situação de luto em particular (fonte externa, afecto negativo, implica perdas, tem caracter permanente) exigem da criança determinados recursos e compet/ncias que tentamos levar em atenção na nossa intervenção. *ratandose de uma intervenção em situaç6es de crise, as estratégias escol5idas procuram ir de encontro às necessidades criadas por estas situaç6es, em que parece ser importante, como foi referido na #ase generativa, que as crianças falem livre e a#ertamente so#re o que aconteceu, so#re os seus pensamentos e so#re as suas emoç6es sem 9ulgamento ou cr4tica, seguindo uma orientação mais cognitivista. esta forma, pensamos ser importante na aplicação do programa, reforçar o positivo, de modo a que as crianças possam construir defesas8 evitar reacç6es psicológicas e emocionais excessivas8 reforçar comportamentos e comunicação apropriados8 facilitar a manutenção de uma rede de suporte social8 e promover o autoconceito e a autoconfiança das crianças. m s4ntese, esta intervenção pretende a9udar as crianças a lidar com a situação de crise imediata, prevenir o desenvolvimento de sintomas graves, assim como avaliar necessidades de intervenção posteriores.
Estrutura do programa 1essão I: Introdução e Discussão da $orte#2rief
O#9ectivos
Actividades
Lamiliariar os participantes
o#9ectivos do programa, das regras de
com a experi/ncia de luto dos
funcionamento
Pntroduir as
mem#ros do grupo
sess6es de
sta#elecer
regras
de
sua experi/ncia de morteCluto
!reve
descrição
das
sess6es
e
informação geral acerca dos tra#al5os de
Nota: Os pais/responsáveis pelas crianças são convidados a participar nesta parte da sessão e eles podem fazer questões ou dar conselhos nesta altura.
Oferecer a cada participante
oportunidades para partil5ar a
casa.
grupo
funcionamento do grupo
Apresentação dos facilitadores, dos
Pn4cio das
Os participantes devem realiar uma
actividades
actividade que favoreça o con5ecimento dos mem#ros do grupo e que os faça sentir mais confort-veis no seio do mesmo.
7
Ouvir a experi/ncia de luto
das outras crianças para que compreendam que não são as ;nicas que
perderam
alguém
querido
Fartil5ar a experi/ncia de 7orte
Pncentivar cada participante a partil5ar informação acerca da sua experi/ncia com a morte, incluindo, quem morreu, tipo de morte, à quanto tempo ocorreu, e outra informação que eles dese9em partil5ar. Fedir às crianças para num lado da fol5a
esen5o da morteCvida
desen5arem uma imagem que represente a morte e do outro lado uma que represente a vida. iscutir o desen5o em grupo. Oportunidade de partil5a informal entre
Ranc5e
as crianças
1essão II: Discussão de onceitos#$udanças %igadas 3 $orte
O#9ectivos
Actividades
xplorar a percepção das crianças de
elem#rar as tem-ticas a#ordadas na
morteCgrief mostrando formas alternativas sessão anterior mais adaptativas
Laer desen5os e actividades relacionadas
Aprender conceitos #-sicos so#re a morte
com o processo de luto de cada criança e
Avaliar o entendimento da causa de morte
partil5-los com o grupo
Pdentificar crenças disfuncionais e aceitar a
Pncentivar
as
crianças
a
narraremCdesen5arem um son5o que ten5am
realidade de perda
iscutir as mudançasCperdas pessoais
tido e explorar o seu conte;do em grupo.
Pdentificar maneiras de lidar com a mudança
xplorar as mudanças familiares que
iscutir mudanças relacionadas com a ocorreram com a morte da pessoa querida completando frases e discutindoas em grupo morte
1essão III: 1entimentos # Auto- estima
O#9ectivos
Actividades Pn4cio das actividades
8
istri#uir um cartão a cada criança com um sentimento e estas devem indicar uma situação em que se sentiram assim.
Lornecer informação acerca
T feita pelo grupo em con9unto escrevendose no quadro tendo em conta queB
dos sentimentos associados com o processo de lutoCgrief
Não há sentimentos bons e maus odos temos diferentes sentimentos em diferentes momentos !alar com algu"m acerca dos nossos sentimentos pode ser dif#cil $s vezes estamos confusos e frustados quando estamos a passar por um luto% e O luto afecta a forma como nos sentimos connosco pr&prios
Ristar
Oferecer uma oportunidade às entimentos
crianças de expressarem os seus sentimentos acerca da morte da pessoa significativa esen5o dos
Assegurar a criança acerca da
normalidade
dos
sentimentos
seus Actividade da
sentimentos
placa de
ncora9ar a aceitação e a
partil5a de sentimentos
Pdentificar
maneiras
de culpa Ranc5e
sentia antes
da morte e do outro de
grupo. Rer uma 5istória às crianças que a#orde esta tem-tica e discutila em grupo (.g.
as crianças
7ostrar a relação entre grief e
autoestima C autoconfiança
so#re ele aos outros mem#ros do grupo e um lado, a criança desen5a como se
O Lardo de !racNen de !renda 7allon) Oportunidade de partil5a informal entre
expressar sentimentos negativos
desen5-lo. Fartil5ar o desen5o e falar
como se sente agora. Fartil5a com o
papel entimentos
de
scol5er um dos sentimentos da lista e
Revar na próxima sessão um o#9ecto na Pntrodução da memória para partil5ar com o grupo. próxima
Fode ser uma imagem, dom, comida, ou
sessão (*F:
qualquer coisa que vos lem#re a pessoa
para próxima especial que perderam. sessão) *raer tam#ém uma revista vel5a que possam cortar para faer colagens.
1essão I: $em&rias
O#9ectivos
Actividades Pn4cio das
xplorar e reforçar o uso de
actividades
Fedir
às
crianças
para
pensarem
e
escreverem uma memória que gostem de
memórias positivas na forma
recordar acerca da pessoa querida que
como vivenciam o lutoCgrief
morreu
às
às
crianças
para
pensarem
e
crianças
escreverem uma memória que queiram
oportunidade para partil5ar as
esquecer acerca da pessoa querida que
suas
morreu
Oferecer
Fedir
memórias
durante a sessão.
especiais
9
Fartil5ar estas memórias com o grupo
Fartil5ar memórias
iscutir memórias dolorosas.
:olagem de memórias
*raer para o grupo um o#9ecto da pessoa que morreu, descrev/lo e dier porque é que o o#9ecto é importante para a criança. Frocurar e cortar imagens numa revista que l5e lem#rem a pessoa que morreu (prato preferido, cores, passatempos, profiss6es, roupas, locais, ...) e faer uma colagem com estas imagens. Oportunidade de partil5a informal entre as
Ranc5e
crianças
1essão : Processo de enterro 4funera%5
O#9ectivos
Actividades
Oferecer às crianças oportunidade para
falarem so#re o funeral da pessoa querida
*orn-los aptos a explorarem o processo
esen5o do funeral
xplicação do processo de funeral
entir a própria 5istóriaCexperi/ncia de
de funeral e faerem quest6es acerca do funeral mesmo. :ompletar frases acerca de griefC funeral
Ranc5e
1essão I: Fina%ização
O#9ectivos
xpressar
alternativa
a
grief
através
Actividades de
do
forma
uso
de
fantoc5es ou de uma 5istória
Actividade de fantoc5es
Fedir aos mem#ros do grupo que indiquem formas
construtivas de lidar com a dor resultante da perda,
Lornecer informação acerca de escrev/las num quadro e discutilas em grupo. formas construtivas de lidar com a screver uma carta acerca do que UC gostarem no
morteCgrief
grupo, de como esta experi/ncia os a9udou...
PdentificarCrecon5ecer sistemas de
apoio...
:onvidar os pais a participarem nos ;ltimos %>
minutos da sessão, onde os facilitadores podem rever
ever o programa
Pniciar
o
com os pais o que ocorreu durante as sess6es e elicitar
encerramento
da feed#acN dos pais acerca das suas interacç6es com as crianças durante o programa de grupo.
experi/ncia de grupo a
Ranc5e
continuarem a partil5ar os seus
ar uma lem#rança da experi/ncia de grupo a cada
ncora9ar
as
crianças
10
sentimentos e memórias acerca da elemento para levarem para casa (e.g. !oneco de pessoa querida que eles perderam peluc5e, livrin5o,...).
A(a%iação Fara faer uma avaliação formativa, consideramos pertinente no final de cada sessão os facilitadores reunirem e discutirem cada caso assim como o processo de grupo, analisando o material feito pelos elemento do grupo. Além disso, consideramos fundamental, no final de cada sessão pedir feed#acN às crianças acerca da sessão (se gostaram, como se sentiram, o que gostariam de faer, d;vidas com que ficaram...). O momento do lanc5e tam#ém pode ser um momento importante para avaliar as crianças e a forma como estas estão a vivenciar a experi/ncia de grupo. Fara avaliar os resultados da intervenção planeamos faer uma avaliação imediatamente após o término do programa pedindo às crianças para escrever uma carta so#re a experi/ncia de grupo por que passaram, assim como, solicitando os paisCrespons-veis pela criança a participarem no final do programa, de forma a darem feed#acN so#re as alteraç6es verificadas na criança. Flaneamos ainda, avaliaç6es mais espaçadas no tempo, mantendo contactos periódicos (gradualmente mais espaçados no tempo) com a fam4lia da criança para ver a necessidade de novas intervenç6es ou poss4vel ocorr/ncia de reca4das.
Aspectos a considerar666 As principais dificuldades que antecipamos na aplicação deste programa prendemse, por um lado, com a aceitação da implementação destes programas, uma ve que ainda 5- pouca sensi#iliação para a pro#lem-tica do luto infantil especialmente no que concerne à utilidade da intervenção psicológica a este n4vel. For outro lado, o envolvimento das fam4lias e das próprias crianças no programa tam#ém pode ser um o#st-culo dado à situação dif4cil (luto) em que normalmente se encontram, não estando capaes de cola#orarCparticipar da mel5or forma. Eo que di respeito às limitaç6es do programa de grupo, consideramos que talve devesse ter uma maior interacção com outras -reas da vida da criança, como o colégio ou a escola, uma ve que tam#ém são contextos de desenvolvimento importantes para a criança. Outra dificuldade por nós antecipada di respeito ao facto desta ser simultaneamente uma intervenção grupal e individual, exigindo por parte dos 11
facilitadores uma articulação constante entre as quest6es tem-ticas a desenvolver no programa e a ponderação dos processos de grupo. o que nem sempre é f-cil. e estes factores não forem levados em conta, podem ocorrer fenómenos so#re os quais os facilitadores não tem qualquer controle podendo as consequ/ncias do programa não serem as mais dese9adas. Eeste sentido, consideramos pertinente que cada grupo ten5a dois facilitadores, para que este controloCmonitoriação se9a mais f-cil. Outro aspecto que nos levantou algumas duvidas na execução do programa prendese com a decisão de faer com que as crianças partil5em a sua exper/ncia de luto logo na primeira sessão, 9- que, poder- ser uma fase muito prematura ao n4vel do desenvolvimento do grupo. Eo entanto, optamos por tom-la porque pensamos que poder- facilitar a identificação dos elementos ao grupo promovendo o envolvimento futuro e coesão entre os mem#ros. :ontudo, dada a precocidade das relaç6es esta#elecidas, consideramos que se deva deixar a criança falar somente aquilo que dese9a acerca da morte e quando esta se sentir à vontade para tal. Além disso, o facilitador deve estar atento e verificar se o grupo se encontra apto a ouvir e sa#er respeitar as 5istórias dos outros, de forma a evitar que alguma criança experencie qualquer malestar que poderia comprometer a sua continuação no grupo. m suma, esta fase inicial do programa pode apresentar alguns perigos, exigindo algumas decis6es importantes por parte dos facilitadores, sendo necess-rio alguma flexi#ilidade na escol5a das actividades a realiar de acordo com o grupo particular e o estado em que este se encontra. Outra dificuldade que pode surgir do programa prendese com a excessiva depend/ncia dos elementos ao grupo, sendo necess-rio tra#al5ar muito #em o encerramento do grupo de forma a que todos os elementos se encontrem aptos para o faer, tendo interioriado as tem-ticas tratadas e estando capaes de as transportando para a vida do quotidiano (est-dio de recordação e dissolução).
7i0%iografia 12
Soldman, R.(%&&2). 'rea(ing the silence: a guide to help children )ith
complicated grief * suicide% homicide% aids% violence and abuse. !ristolB Accelerated evelopment.
Srin#erg, R. (=). +ulpa e ,epressão. Ris#oaB :limepsi editores.
Jaasl, !., 7arnoc5a, 1. (%&&). -roup rogram for children. !ristolB
Accelerated evelopment.
Jeegaard, 7. (%&&'). uando algu"m muito especial morre: 0s crianças
podem aprender a lidar com a tristeza. Forto AlegreB Artes médicas.
7allon, !. (=%). 01udar as +rianças a 2ltrapassar as erdas: 3strat"gias de
renovação e crescimento. FortoB Am#ar.
7arques, *. (%&&&). :omo falar da morte a uma criança. 4iver com 5a6de,
==, ?=?&.
ando, t. (%&'+). -rief% ,7ing% and ,eath: +linical 8nterventions for
+aregivers.PllinoisB esearc5 Fress :ompan$.
0orden, 1. (%&&2). +hildren and grief . Ee" VorNB Suilford.
13