Certificação Nº. C 364
MANUAL DE FORMAÇÃO UNIDADE DE FORMAÇÃO DE CURTA DURAÇÃO 8916 FUNÇÕES COGNITIVAS NO IDOSO
Área de Formação: 762 – Trabalho Social e Orientação Entidade Formadora: Avalforma – Formação e Consultoria, Lda. Conceção/Autoria: Inês Pereira Mendes Validação: Maria Eugénia Amaro (Gestora da Formação) Documento: D7
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ÍNDICE
Objetivos E rro! Marcador não definido. Conteúdos programáticos E rro! Marcador não definido. Introdução
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1. Envelhecimento demográfico em Portugal
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2. Tipos de Memória
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3. Características das modificações na memória 4. Atenção
12 _____________
5. Aprendizagem
_____
6. Inteligência 7. Resolução de problemas 8. Criatividade
14 17
________ 19 _______________ _______________________________
22 24
9. Análise de escalas de avaliação das funções cognitivas _______________________ 26 10. Estimulação e treino cognitivo CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Objetivos: No final da Ação, os/as formandos/as deverão ser capazes de: Identificar os diferentes aspetos cognitivos no idoso. Explicar as principais modificações dos diferentes aspetos cognitivos no idoso. Analisar as informações provenientes das escalas de avaliação das funções cognitivas no idoso. Reconhecer a importância dos aspetos avaliativos, para a preparação de atividades básicas de estimulação com idosos. Executar atividades básicas de estimulação das funções cognitivas, de acordo com as orientações da equipa técnica.
Conteúdos Programáticos:
Tipos de memória Fatores que influenciam a capacidade de memorização Características das modificações na memória Atenção Modificações na atenção (visual e auditiva) Tarefa de escuta dicotómica Aprendizagem Características das modificações na aprendizagem Aprendizagem e características da tarefa Inteligência Inteligência conceptual Inteligência prática Inteligência social Fatores que influenciam a capacidade intelectual Resolução de problemas Identificação e estratégias de resolução de problemas Análise dos principais problemas quotidianos do idoso A importância da capacidade de resiliência Atividades práticas exemplificativas Criatividade A importância do estímulo da criatividade para a memória A influência da criatividade na autoestima do idoso Análise de escalas de avaliação das funções cognitivas
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Estimulação e treino cognitivo A importância da estimulação e treino cognitivo Exemplos de instrumentos Planificação de atividades básicas de estimulação cognitiva
INTRODUÇÃO As atuais alterações demográficas, sem paralelo ou precedência na história da existência humana, estão a modificar a dinâmica do mundo de hoje. O célere envelhecimento das sociedades modernas, representado por uma acentuada tendência de involução da pirâmide etária, fruto de uma maior longevidade humana, tornou-se uma realidade inevitável e com consequências drásticas na nova visão do mundo. Estas múltiplas repercussões afetam o funcionamento da sociedade em geral, potenciando inúmeros desafios à responsabilidade individual e coletiva, com tradução significativa para o desenvolvimento dos países, assumindo lugar de destaque nas agendas sociais e políticas. Antigamente, quando a esperança média de vida das populações era diminuta, eram poucas as pessoas que atingiam uma idade avançada. A mortalidade infantil produzia os seus estragos e as epidemias semeavam, periodicamente, a morte. Nesses tempos, poucas eram as pessoas que alcançavam a velhice, de tal forma que a senilidade não constituía uma preocupação social. Mas, com a evolução dos tempos e até à atualidade, a longevidade aumentou e a esperança média de vida das populações do mundo ocidental atingiu níveis até agora inigualáveis (Phaneuf, 2010). Paralelamente a esta tendência, à medida que os indivíduos envelhecem, inúmeras alterações fisiológicas podem potenciar o declínio da capacidade cognitiva, contribuindo para a instalação de possíveis quadros demenciais, o que representa mais um formidável desafio para os diversos organismos com responsabilidades na saúde pública e proteção social. Os gritantes números da prevalência atual da demência, o galopante envelhecimento da população portuguesa e a carência de respostas de saúde e sociais permitem-nos concluir que já foram ignoradas demasiadas oportunidades e que se impõe agir de imediato, sob pena de sermos esmagados pela realidade (Alzheimer Portugal, 2009). Urge, neste âmbito, direcionar o enfoque para a atuação preventiva, com o devido ênfase para o investimento em instrumentos e testes de avaliação do funcionamento cognitivo dos indivíduos, de forma a ser possível rastrear, atempadamente, possíveis casos demenciais. Documento: D7
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1. Envelhecimento demográfico em Portugal A inevitável inversão da pirâmide etária, transversal às sociedades ditas desenvolvidas, traduziu-se, ao longo das últimas décadas, num aumento abrupto do envelhecimento demográfico, sendo que um dos binómios responsáveis por este processo se relaciona com a diminuição da fecundidade, associada ao declínio da mortalidade e ao aumento da esperança de vida (Pinto, 2006). Estas alterações demográficas, sem precedentes na História da Humanidade, e com consequências drásticas na nova visão do mundo, tiveram início nos séculos XIX e seguinte e prosseguirão, sem dúvida, ao longo do presente século. Os anos que vieram somar-se à esperança de vida e a queda generalizada da fecundidade estão a produzir alterações notórias na estrutura de todas as sociedades humanas, responsáveis, sobretudo, pela inversão histórica das percentagens de jovens e idosos (Organização das Nações Unidas [ONU], 2002). Os resultados definitivos apurados nos últimos Censos efetuados no território nacional no ano de 2011, e referenciados ao dia 21 de março, indicam que a população residente é de 10 562 178 habitantes, o que traduz, à partida, um abrandamento do crescimento demográfico na última década, que aumentou apenas 2%, face aos 5% observados na década de 90 (Instituto Nacional de Estatística [INE], 2012). Os progressos proporcionados pelo desenvolvimento, em geral, e pelas ciências da saúde, em particular, contribuíram de forma decisiva para o prolongamento da vida, sendo esta uma vitória incontestável das sociedades ditas desenvolvidas (Sequeira, 2010). A estrutura etária da população, em 2011, acentuou os desequilíbrios já verificados na década passada, estreitando mais a base da pirâmide, correspondente à população mais jovem, e alargando o seu topo, com o crescimento da população idosa. A superioridade numérica das pessoas idosas comparativamente às mais jovens foi novamente evidenciada, uma vez que a percentagem de jovens recuou de 16%, em 2001, para 15% em 2011, mas a de idosos aumentou de 16% para 19%, respetivamente (INE, 2012). Documento: D7
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O envelhecimento da sociedade atual, com o aumento consistente da esperança de vida ao nascer, constitui um triunfo sobre a morte precoce e é, indubitavelmente, uma manifestação de progresso e de melhoria da condição humana (ONU, 2002). No entanto, importa salientar que o aumento da esperança de vida só constitui um progresso real da sociedade se não for acompanhado de uma diminuição da qualidade de vida das pessoas idosas (Pinto, 2006), à qual se associam índices de dependência acrescidos, em função do agravamento da morbilidade adquirida previamente e de uma maior vulnerabilidade do idoso (Sequeira, 2010). Em Portugal, a população residente tem envelhecido de uma forma contínua nas últimas quatro décadas e, como consequência direta da estrutura demográfica do país, o Índice de Envelhecimento subiu de 102, em 2001, para 128 em 2011. Associado ao aumento deste índice encontra-se o inevitável acréscimo da dependência dos idosos que passou de 24,6,em 2001, para 28,8, em 2011 (INE, 2012). Embora os enormes progressos registados pelas ciências da saúde, nas últimas décadas, tenham tido um papel preponderante no aumento da longevidade, a realidade portuguesa fica, ainda, aquém dos padrões médios europeus e mostra que os últimos anos de vida são, muitas vezes, acompanhados de situações de fragilidade e de incapacidade, frequentemente relacionadas com situações suscetíveis de prevenção (Direção-Geral da Saúde [DGS], 2004). Em suma, o envelhecimento da população revela já repercussões profundas e duradouras consideráveis em todas as esferas da vida quotidiana da humanidade, que acarretam inúmeras oportunidades e desafios à responsabilidade individual e coletiva sob o ponto de vista social, médico e financeiro, com tradução significativa para o desenvolvimento dos países (ONU, 2002).
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2. Tipos de Memória A memória é o que permite a aprendizagem pois é através da memória que os conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos com a memória, nos possibilita aprender coisas novas (aumentando assim o nosso conhecimento). Podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera, toda a informação que aprendemos. A memória é a função mental que permite reter a informação, ou seja, aprender; É um sistema de armazenamento que permite reter a informação aprendida e permite evocar essa mesma informação, isto é, permite lembrar de informação retida anteriormente, mas a sua representação na memória não é uma reprodução fiel. Sem memória é impossível aprender.
Acima de tudo a memória é extremamente importante pois é o que nos dá a continuidade do presente e que nos permite manter uma conversa e dar continuidade ao presente. No nosso dia-a-dia, somos bombardeados com milhões de informações que se traduz em estímulos. Segundo M. Gazzaniga, cerca de 99% da informação que entra no cérebro é posta de parte. Imagine o que seria se você se lembrasse de todas as sensações que recebeu durante o dia… (sensações como as provocadas pelas peças Documento: D7
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de roupa, comida, etc) Cabe ao nosso cérebro selecionar a informação importante, para garantir a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie, chama-se a este processo processamento de informação. O processamento da informação dá-se em três fases: codificação, armazenamento e recuperação. A codificação é a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem posteriormente armazenadas no cérebro. Baseia-se na tradução de dados num código, que pode ser acústico, visual ou semântico. Por exemplo: A afirmação «O mar é azul.», Pode-se codificar o seu conteúdo como: Uma imagem de sinais que são letras (código visual); Uma sequência de sons (código acústico); Tomar consciência do significado da afirmação e o que ela representa (código semântico) A codificação reporta-se à aprendizagem deliberada, ou seja, a aprendizagem que exige esforço e no qual o objetivo é memorizar a informação. Neste caso, temos de dedicar mais atenção às informações que desejamos memorizar o que leva a uma codificação mais profunda. Depois de codificada a informação, a mesma vai ser armazenada. O armazenamento de informação consiste no registo de informação sobre algo como por exemplo a última passagem de ano que celebramos. Ao relembrares essa última passagem de ano, lembraste das pessoas com quem a celebraste, o que comeste, etc. Parece que tudo está guardado num lugar do cérebro, como que num DVD, mas não é isso o que acontece, novas tecnologias que permitem ver o nosso cérebro em ação, provam que quando nos lembramos de algo (como por exemplo a passagem de ano) várias áreas do cérebro são utilizadas. Cada informação, cada engrama, produz modificações nas redes neuronais, que mantendo-se, permitem que você se recorde do que memorizou, sempre que queira, a isto chama-se recuperação. Na recuperação, recupera-se uma informação, ou seja, lembramo-nos, evocamos, recordamos uma informação. A recuperação pode ser automática (lembras-te de quando nasceste) ou pode requerer uma maior complexidade para recuperares algo (como por exemplo uma lei da física). O segundo tipo de recuperação, já não é tão automático, requer dois momentos: o reconhecimento e a evocação. O reconhecimento é quando tentas lembrar-te se aprendeste a tal lei da física recorrendo ao ano de escolaridade e só depois é que vais procurar o conteúdo dessa lei, processo chamado de evocação. Para te lembrares da lei da física tiveste de seguir estes processos/pistas.
Existe três tipos de memória: sensorial, a curto prazo e a longo prazo. Documento: D7
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Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for passa para a memória a curto prazo. Memória a curto prazo: este tipo de memória retêm informação durante um período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo. Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e memória de trabalho. o Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades. o Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e útil. A memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de memória é utilizada por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres chegado uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha. Qualquer informação que tenha estado na memória a curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.
Tipos de Memória a Longo Prazo: Memória declarativa e Memória nãodeclarativa o Memória declarativa também pode ser designada por explícita ou memoria com registo, (implica a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e pessoas que conhecemos/ aconteceram no passado). É devido a este tipo de memória que consegues descrever as funções das áreas pré-frontais: os heterónimos de Fernando Pessoa, o nome Documento: D7
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dos teus amigos, o aniversário da tua mãe. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Distinguem-se, neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica; Episódica- quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas, músicas, fatos e experiências pessoais) ou seja relacionados com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro ou o primeiro dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda e o que se recorda.
Semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, fatos históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao contrário da memória episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que usas a memória semântica mas se associar-se a este raciocínio que quem me ensinou a fazer contas foi a minha professora da primária este dado leva-me a usar a memória episódica. A memória semântica é a coparticipação do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. o Memória não-declarativa – Difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, Documento: D7
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etc. A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo.
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3. Características das modificações na memória É difícil imaginar uma vida sem registros, sem lembranças ou recordações, sem ao menos reconhecimento. Assim, infere-se a importância da memória na vida do homem e compreende-se a relutância, às vezes inevitável, contra o esquecimento. Na definição de Dalgalarrondo (2008) a memória diz da capacidade de registrar, manter e evocar os fatos já ocorridos. Há diferentes tipos de memória, como a memória genética, imunológica e cognitiva. O processo de fixação das informações depende, do ponto de vista psicológico (o que exclui nesta análise outras variáveis como alimentação, estilo de vida, etc), principalmente dos seguintes aspetos: • • • • • •
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Atenção global: estar atento é um pré-requisito fundamental para armazenar as informações percebidas; Nível de consciência: assim como a atenção, o nível de consciência fundamenta o funcionamento mental necessário para os registros anêmicos; Interesse emocional: a memorização está ligada diretamente com o interesse e o vínculo afetivo do sujeito com a informação; Conhecimento anterior: a memorização de novas informações é facilitada quando já existem conteúdos prévios relacionados às novas informações; Capacidade de compreensão: compreender a informação é um dos passos para o processo de fixação anêmica; Organização temporal das repetições: já se dizia que "aquilo que não se usa, se perde", assim a memorização depende também da repetição e da frequência desta durante o tempo; Dos canais senso-percetivos utilizados: o ser humano possui sentidos dominantes, sendo que cada atividade exige um uso específico da percepção. A memorização será diferentemente influenciada pelas vias auditivas, olfativas, visuais, etc.
A forma mais frequente de perda de memória é conhecida popularmente como "esclerose" ou demência. A demência mais comum é a doença de Alzheimer, que se caracteriza por acentuada perda de memória acompanhada de graves manifestações psicológicas como por exemplo a alienação. Documento: D7
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Outros problemas que afetam a memória são: Estados psicológicos alterados como o estresse, a ansiedade e a depressão. A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo. Doenças da tireoide, como o hipotireoidismo. O uso de medicação como os calmantes, ou drogas por tempo prolongado. A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma dieta deficiente, favorece a perda de memória. Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de nossas vidas, existem algumas doenças no cérebro que causam perda de memória e também interferem com a capacidade de aprender. A esta inabilidade dá-se o nome de Amnésia. E podem ocorrer por traumatismos, tumor, encefalites e AVC. Existem muitas coisas que você pode fazer para melhorar a memória, aqui vão algumas estratégias: Estimular a memória. Utilize ao máximo a sua capacidade mental. Desafie o novo. Aprenda novas habilidades. Prestar atenção. Não tente guardar todos os factos que acontecem, mas focalize a sua atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante. Relaxar. É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso. Associar fatos a imagens. Aprenda técnicas mneumônicas. Elas são uma forma muito eficiente de memorizar grande quantidade de informação. Visualizar imagens. Veja as figuras com os "olhos da mente". Alimentos. Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no pão e cereais, vegetais e frutas. Água. Ajuda a manter bem funcional os sistemas da memória, especialmente em pessoas mais velhas. Sono. Afim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita sono suficiente e descanso do cérebro. A insónia leva a um estado de fadiga crónica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar informações. A diminuição da memória que ocorre na Terceira Idade, na maioria das vezes é absolutamente benigna, mas frequentemente, por falta de melhor informação, angustia o idoso que tem dificuldade de aceitá-la como um fato normal.
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4. Atenção A atenção é a habilidade para escolher e se concentrar em um estímulo relevante. A atenção é o processo cognitivo que permite escolhermos um estímulo relevante e, em consequência, dar-lhe uma resposta. Esta habilidade cognitiva é muito importante e uma função essencial em nossas vidas cotidianas. Por sorte, a atenção pode ser exercitada e melhorada com o treinamento cognitivo adequado. Segundo o psicólogo e filósofo William James, a atenção “é a tomada de posse pela mente, de forma clara e vívida, de um entre diversos objetos ou esquemas de pensamento simultaneamente possíveis. O foco e a concentração da consciência são sua essência. Implica na retirada de algumas coisas com a finalidade de lidar efetivamente com outras”. Também é possível pensar na atenção como um marcador de texto. Quando você lida com um trecho de texto em um livro, a seção em destaque é focalizada, fazendo com que você concentre seu interesse na área. A atenção permite “sintonizar” a informação, em detrimento de sensações e percepções que não são relevantes no momento, e focar sua energia na informação que é importante. Não só o nosso sistema atencional faz com que possamos nos concentrar em algo específico em nosso meio, enquanto destaca os detalhes irrelevantes, como também afeta nossa percepção dos estímulos que nos rodeiam. Em alguns casos, nossa atenção pode ser focada em uma coisa particular, levando-nos a ignorar outras. A concentração sobre um alvo primário pode resultar em não perceber um segundo alvo do todo.
4.1. Modificações na atenção (visual e auditiva) A atenção é uma função cognitiva bem complexa e diversos comportamentos resultam de um nível adequado de atenção para serem bem sucedidos, por exemplo: assistir um filme e compreendê-lo; manter o foco de conversação em um ambiente ruidoso. A atenção também é um pré-requisito fundamental para o processo de memorização. O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um foco, seja de um estímulo ou informação, entre as inúmeras que obtemos através de nossos Documento: D7
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sentidos, memórias armazenadas e outros processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa atenção para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os outros estímulos que não os principais, passam a fazer parte do “fundo” não sendo mais os focos na atenção. Podemos estudar e avaliar os diferentes aspetos da atenção, por exemplo: atenção seletiva: quando o indivíduo escolhe um estímulo ao qual prestará atenção, por exemplo, ler um livro ao invés de assistir tv, mesmo que esta esteja ligada e faça ruídos ao fundo; atenção dividida: caracteriza-se pela capacidade do indivíduo em prestar atenção em mais de um estímulo ao mesmo tempo, por exemplo, conversar enquanto dirige um veículo, trabalhar no computador enquanto atende ao telefone; A nossa capacidade de manter a concentração é restrita, e depende de inúmeros fatores, desde a falta de vontade ou animo por algum assunto, até a dificuldades específicas, como as presentes no TDAH (veja seção principais diagnósticos) que interferem na capacidade de atenção seletiva e dividida, ou seja, todos nós temos alguma dificuldade atencional, se isso representa um problema a ser tratado, depende do grau de comprometimento e do número de sintomas. Problemas de atenção podem ser resultantes de um distúrbio atencional simples, ou a uma inabilidade de manter o foco de atenção intencional, ou até aos dois problemas ao mesmo tempo. No nível seguinte de complexidade, está o rastreamento mental que também é afetado por dificuldades atencionais. A preservação da atenção é um pré-requisito para atividades que requeriam, tanto concentração, como rastreamento mental. A habilidade de manter a própria atenção focada em um conteúdo mental fica diminuída, ou seja pode-se ter dificuldade de para se manter uma sequência de pensamentos simples, o que invariavelmente compromete a habilidade de solução de problemas mais complexos. Elucidar a natureza dos problemas atencionais, depende não somente da complexa observação do comportamento geral do paciente, assim como o desempenho em testes específicos que envolvam concentração e trilhas mentais. Somente com a comparação entre as várias observações, pode ser possível a distinção entre os déficits globais e aqueles mais discretos e normais presentes na maioria das pessoas.
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4.2. Tarefa de escuta dicotómica Simões e Tiedemann (1985, p.60) afirmam que "Não é possível prestar atenção a um grande número de estímulos ao mesmo tempo". Não obstante tal constatação, vivesse numa sociedade que é produtora de processos hiperestimulativos, mesmo que se saiba que há um limite na quantidade de informações que podem ser processadas pelo nosso cérebro. Mediante a convivência com tantos estímulos diversos, sabe-se que, na maioria das vezes, pode-se escolher o que se quer prestar atenção. Trata-se do que a literatura chama de atenção seletiva. Dessa forma, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspetos que têm especial importância para si própria. Nesse sentido, pode-se entender a atenção como o início do processo de perceção, que nada mais é que um processo de observação seletiva. (Id., p.61). Sabe-se também que no campo da perceção auditiva há igual integração entre os estímulos captados em cada um dos ouvidos, o que se torna fundamental para indicar a direção da origem do estímulo acústico. Em assim sendo, Simões e Tiedemann (1985, p.65) teorizam que "numa situação de estimulação dicótica [...] o sujeito saberá relatar a informação fornecida a cada ouvido separadamente. Além disso, poderá concentra-se, isto é, prestar atenção à estimulação recebida em cada ouvido separadamente". Isso ocorre porque uma das inúmeras possibilidades do sistema auditivo é "separar a informação que atinge os dois ouvidos", visto que um ouvido tende a inibir o outro. Contudo, não só os estímulos externos devem ser levados em consideração no que diz respeito à atenção, já que os internos são igualmente relevantes; como no caso da motivação, mediante a qual se justifica prestar muito mais atenção a tudo que nos interessa e nos dá prazer ou que a força do hábito faz com que prestemos mais atenção, pois são coisas que já se conhece e se entende. Sabe-se também que pessoas de contextos sociais diferente não prestam atenção aos mesmos objetos. Maltin W. (2003) destaca que estudos mostram que as pessoas muitas vezes notam poucos detalhes sobre tarefas sem importância. Ela também aponta que os casos de escuta dicótica podem ser pesquisados solicitando-se às pessoas que usem fones, onde cada ouvido recebe uma mensagem diferente. Nesse caso, pede-se aos participantes que prestem atenção num dos ouvidos e logo repitam a mensagem. Constatou-se que os indivíduos notavam muito pouco da mensagem não atendida. Contudo, constatou-se também que, em alguns casos, os indivíduos conseguiram acompanhar o significado de uma mensagem no ouvido não atendido, chegando a misturar as falas de ambos os ouvidos (atendido e não atendido) sem perceber.
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5. Aprendizagem Como no cérebro humano existem inúmeros neurónios interconectados por sinapses mais potentes, a virtualidade e a velocidade da transmissão nervosa tornou-se sequencialmente mais longa, permitindo uma performance não só mais monitorizada, como mais planificada e regulada. A cognição, a conação e a execução que fazem parte da plenitude das faculdades mais subtis e superiores do ser humano, emanam, portanto, da coatividade de milhões de neurônios, resulta, consequentemente, de mecanismos biológicos e substratos neurológicos do cérebro, demonstrando a impossibilidade de separar a função do sistema nervoso de qualquer forma de aprendizagem, seja da mais natural, simples e não-verbal, seja a mais cultural, complexa e verbal. Qualquer aprendizagem humana emerge, consequentemente, de múltiplas funções, capacidades, faculdades ou habilidades cognitivas interligadas, quer de recepção (componente sensorial - input), quer de integração (componentes perceptiva, conativa, mnésica e representacional), quer de planificação (componentes antecipatória e decisória), quer finalmente, de execução ou de expressão de informação (componente motora - output). A arquitetura do funcionamento do sistema cognitivo humano ilustra, assim, a interação contígua, contínua e holística da informação entre o envolvimento e o organismo materializada em redes neuronais que asseguram a conexão das unidades de entrada, com as unidades de saída, ambas mediadas por redes centrais que permitem a integração, a retenção, a recirculação, a reciclagem, a auto-organização e a retroação da informação, isto é, tornam-a uma rede neurofuncional especialmente apta para aprender (Figura 1).
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5.1. Características das modificações na aprendizagem O envelhecimento provoca um declínio cognitivo natural que surge na meia idade e aumenta gradativamente. Essa diminuição da memória ocorrida durante a senescência atinge de forma contundente à vida dos idosos, seja em maior ou menor grau. Segundo Cavalcante (2010), na idade muito avançada aumenta a incidência de doenças neurodegenerativas, dentre as quais as que se denominam demências. Recebem esse nome, porque comprometem de forma significativa a memória e também outras funções cognitivas, com intensidade suficiente para produzir perda funcional, incluindo até, eventualmente, a realização de atividades da vida diária ou o reconhecimento de pessoas e lugares do entorno habitual. Os sintomas que caracterizam a velhice possuem variabilidade sob vários aspetos, sejam eles económicos, culturais ou psicossociais. Segundo Beauvoir (1990), a senescência, não é uma ladeira que todos descem com a mesma velocidade. É uma sucessão de degraus irregulares, em que alguns despencam mais depressa que outros. Nas últimas décadas surgiram muitas definições para caracterizar o declínio cognitivo durante o envelhecimento. Atualmente aponta-se que apenas a idade cronológica não pode ser usada como variável para elucidar o processo de envelhecimento, tornando-se relevante realizar investigações acerca de fatores ambientais, económicos, psicossociais, educacionais e de estilo de vida, para que seja avaliado em conjunto com as modificações do envelhecimento. Muitos são os fatores que podem interferir na cognição do idoso, e que terão impacto no processo de envelhecer, sejam eles positivos ou negativos. Além do que, no envelhecimento normal há um determinante importante que é a individualidade de cada sujeito. Vale ressaltar que a escolarização possui pape relevante na manutenção cognitiva do indivíduo. Os idosos relatam muitas queixas de esquecimento e Documento: D7
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dificuldades para memorizar coisas que fazem parte do cotidiano, porém muitas vezes os sintomas fazem parte da normalidade física da senescência. O comprometimento da memória corresponde pela maior parte dos declínios cognitivos que acometem os idosos. Segundo Santos (2013), estas alterações são normais, porém o idoso passa a necessitar de mais tempo para reter informações, muitas vezes sendo necessário maior número de repetições para que retenha uma informação nova. Isquierdo (2012),define aprendizagem como todas as mudanças relativamente permanentes no potencial de comportamento, que resultam da experiência, mas não são causadas por cansaço, maturação, lesões, drogas ou doenças. A memória enquanto um constructo cognitivo envolve o processo de aprendizagem de informações novas, seu armazenamento e disponibilidade de acesso a essas informações.
6. Inteligência Inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar. A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os outros animais. Etimologicamente, a palavra "inteligência" se originou a partir do latim intelligentia, oriundo de intelligere, em que o prefixo inter significa "entre", e legere quer dizer "escolha". Assim sendo, o significado original deste termo faz referência a capacidade de escolha de um indivíduo entre as várias possibilidades ou opções que lhe são apresentadas. Para a escolha da melhor e mais adequada oportunidade, entre as várias opções, uma pessoa precisa avaliar ao máximo todas as vantagens e desvantagens das hipóteses, necessitando para isso da capacidade de raciocinar, pensar e compreender, ou seja, a base do que forma a inteligência. Entre as faculdades que constituem a inteligência, também está o funcionamento e uso da memória, do juízo, da abstração, da imaginação e da concepção. Os conceitos e definições da inteligência variam de acordo com o grupo a que se referem. Por exemplo, na psicologia, a chamada "inteligência psicológica" é a capacidade de aprender e relacionar, ou seja, a cognição de um indivíduo; enquanto que no ramo da biologia, a "inteligência biológica" seria a capacidade de se adaptar a novos habitats ou situações. Documento: D7
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Teste de inteligência Os testes de inteligência surgiram entre os séculos XIX e XX, na tentativa de "medir" o tamanho da inteligência dos indivíduos. O primeiro teste desenvolvido para medir a capacidade intelectual foi criado pelo psicólogo francês Alfred Binet (1859-1911), que era aplicado nas escolas francesas para identificar os alunos com dificuldades de aprendizado. Alguns anos mais tarde, o psicólogo alemão William Stern (1871-1938) criou a expressão Quociente de Inteligência, conhecido pela sigla QI (Intelligenz-Quotient, em alemão), introduzindo os termos "IM (Idade Mental)" e "IC (Idade Cronológica)", para relacionar a capacidade intelectual de uma pessoa e a sua idade.
Tipos de inteligência No entanto, o conceito empregado pelo Quociente de Inteligência começou a ficar desacreditado quando foram observados indivíduos com QI baixo, mas com grande sucesso na vida profissional, enquantoque pessoas consideradas "mais inteligentes", apresentavam situações inferiores. O psicólogo Howard Gardner apresentou a Teoria das Inteligências Múltiplas, que alegar ser a inteligência um conjunto de no mínimo 8 processos mentais diferentes existentes dentro do cérebro. De acordo com esta teoria, cada ser humano possui um pouco de cada uma dessas "inteligências", sendo que, em algumas pessoas, sempre há um tipo de processo específico que pode ser mais desenvolvido do que em outras, fazendo com que de destaque em determinadas campos ou áreas de atividade. Inteligência linguística: pessoas com facilidade em se expressar, oralmente e através da escrita. Pessoas com este tipo de inteligência mais desenvolvido têm tendência a aprender outros idiomas com mais facilidade, além de possuir um alto grau de atenção. Inteligência lógica: pessoas com facilidade em trabalhar com a lógica em geral, como operações matemáticas ou trabalhos científicos, por exemplo. Normalmente, possuem uma boa memória e conseguem solucionar problemas complexos facilmente. Podem ainda ser consideradas mais organizadas e disciplinadas. Documento: D7
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Inteligência espacial: pessoas com facilidade em entender e manipular o mundo visual, como imagens em 2D ou 3D. São bem desenvolvidos por arquitetos e profissionais ligados à arte gráfica. Inteligência motora: pessoas que conseguem realizar movimentos complexos com o próprio corpo, tendo para isso uma espantosa noção de espaço, distância e profundidade dos ambientes. Inteligência musical: pessoas com facilidade em identificar e reproduzir diferentes tipos de padrões sonoros, além de criar músicas ou harmonias inéditas. Este é um dos tipos raros de inteligência presentes entre as pessoas. Inteligência interpessoal: pessoas com facilidade de liderar, a partir do entendimento do ponto de vista e intenções dos outros. São considerados indivíduos muito ativos, que gostam de responsabilidades e que têm facilidade em conseguir convencer os demais a fazer aquilo que desejam. Inteligência intrapessoal: pessoas com facilidade em observar, analisar e compreender a si próprias. Também podem exercer influência sobre as pessoas, mas de maneira mais subjetiva, utilizando ideias e não ações. Inteligência naturalista: são as pessoas com facilidade de identificar e diferenciar diferentes padrões presentes na natureza.
Inteligência emocional O conceito de inteligência emocional está presente dentro da psicologia e foi criado pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman. Um indivíduo considerado emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções, motivando a si mesmo a persistir em situações de frustração, por exemplo. Entre as outras características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, motivas as pessoas, praticar a gratidão, entre outras qualidades que podem ajudar a encorajar os outros.
Inteligência artificial A inteligência artificial ou I.A é um ramo de estudo da ciência da computação que se ocupa em desenvolver mecanismos e dispositivos tecnológicos que consigam simular o sistema de raciocínio dos seres humanos, ou seja, a sua inteligência. As pesquisas relacionadas a inteligência artificial são lentas, mas já mostraram significativos resultados de como aparelhos podem interpretar e sintetizar a voz Documento: D7
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ou os movimentos humanos, por exemplo. Mas, ainda falta muito para que máquinas atinjam o conceito mais próximo possível do que seria a inteligência humana.
7. Resolução de problemas 7.1. Identificação e estratégias de resolução de problemas A estimulação cognitiva é um processo de mudança que visa estimular e, em alguns casos, reabilitar as funções físicas, psicológicas e sociais do indivíduo. Nos idosos, a estimulação cognitiva (sigla EC) tem como objetivo ajudar pacientes e familiares a conviver ou superar os déficits cognitivos e as limitações emocionais, ambientais e sociais, proporcionando melhora na qualidade de vida, incluindo melhor interação social. Ocupa-se especificamente do estímulo das funções mentais complexas (memória, linguagem, funções executivas e visuoespaciais). A estimulação cognitiva é parte essencial da reabilitação e manutenção das habilidades gerais, é uma intervenção ampla, envolvendo não apenas a realização de tarefas escritas, mas também a família, profissionais envolvidos quando houver e o ambiente do paciente seja idoso ou não. A estimulação cognitiva deve ser personalizada para cada indivíduo a partir do perfil cognitivo e do repertório intelectual e social do paciente anterior à doença ou pode também ser realizada em grupos. O processo inicia-se com uma avaliação cognitiva, chamada Avaliação Geral das Funções Mentais, que inclui o mapeamento das funções cognitivas alteradas e preservadas, um exame do perfil de personalidade, perfil ocupacional e intelectual e rede social do paciente. Este mapeamento irá determinar as metas da reabilitação ou da estimulação, vaia ajudar a identificar os recursos que serão trabalhados na reabilitação, e quais poderão ser aprimorados, sempre pensando em tentativas com erros e acertos. Técnicas simples de estimulação das habilidades mentais A estimulação cognitiva (EC) envolve o ensino e a prática de estratégias de memória compensatórias, como o uso de associações verbais, categorização e a criação de imagens mentais. Documento: D7
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São realizadas tarefas cognitivas de memorização, de linguagem, de planejamento, ordenação e lógica e atividades visuoconstrutivas para a estimulação das principais funções. As atividades propostas devem ser adequadas ao nível intelectual e cultural do paciente, gerando motivação e sensação de competência. Também são implementados apoios externos, como o uso de agendas, calendários, listas de tarefas, alarmes e agendas eletrônicas, entre outros recursos computadorizados. Para pacientes com prejuízo mental ou chamado comprometimento cognitivo significativo, que dependem de ajuda de outras pessoas para atividades diárias, a EC baseia-se em técnicas que usam a repetição e a memorização implícita. Bons exemplos são a técnica de aprendizagem sem erro, a evocação espaçada e a redução gradual de apoio, que podem ser usadas conjuntamente. O terapeuta apresenta informações selecionadas e essenciais ao paciente, como o nome de seu cuidador. O paciente irá repetir o nome em espaços gradualmente maiores de tempo, inicialmente com o apoio das sílabas iniciais do nome que serão retiradas aos poucos, até o paciente conseguir falar o nome com confiança, com mínima chance de cometer erro. A reorganização do ambiente físico também é essencial e a casa deve fornecer pistas visuais para a redução da desorientação. As portas de cômodos e armários podem conter figuras ou nomes escritos para fácil identificação de seu conteúdo. Muitos pacientes deixam de reconhecer sua própria casa. É importante selecionar objetos, quadros e relíquias familiares que possam ajudá-los a reconhecer o ambiente familiar. É comum esquecer quem são os familiares. A construção de um livro de memória, com o apoio do terapeuta que atua com a intervenção de estimulação cognitiva, poderá auxiliar na manutenção da memória autobiográfica. O exame do livro, que deve conter fotos e nomes dos familiares, antes de visitas e eventos poderá ajudar o paciente a reconhecer as pessoas e a sentir-se mais seguro.
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8. Criatividade 8.1.
A importância do estímulo da criatividade para a memória
O processo de perda da memória provocada pelo avanço da idade é uma adaptação do cérebro à nova condição de vida iniciada na terceira idade, pois indivíduo tem dificuldade em utilizar sua memória recente, em contraposição à memória remota. O estímulo à criatividade é uma forma de exercitar a memória atual. Criatividade é um processo que envolve várias funções que significam e desembocam na descoberta de inovações, de relações e de posturas emocionais diversificadas. Já a memória é uma das funções psíquicas que trata de levantar fundamentos de atividade mental em suas diversas conotações (Novaes, 2005) A criatividade, quando bem utilizada, é capaz de enriquecer os recursos de memória nos dispositivos de apreensão e perceção da realidade na elaboração de novos recursos e reminiscências, justapondo acontecimentos e trazendo novas conexões, até mesmo selecionando o natural a ser esquecido. Segundo Parente (2002), frequentemente, o envelhecimento está associado a dificuldades de memória e à lentidão de raciocínio. Nesse sentido, consideramos que idosos apresentam dificuldades em lembrar e compreender situações novas que lhes são apresentadas rapidamente, mas, em contrapartida, superam os jovens em raciocínios que exigem maior “sabedoria”. Em geral, a criatividade, ao ser reprimida, pode provocar atitudes de conformismo, mecanização, rigidez e apego aos padrões estabelecidos e rótulos acompanhados de medos, principalmente o medo de falhar ou de não ser aprovado. Nossa tarefa, como educadores, seria basicamente a minimização ou a atenuação desses temores por meio de atividades lúdicas dirigidas, vivências e fazeres artísticos orientados Documento: D7
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para que, experimentando novas possibilidades tenham a chance de redescobrir possíveis talentos e readquirir recursos profissionalizantes. Esta proposta não pretende limitar-se ao lazer ou à terapia ocupacional dos idosos, mas tem a pretensão de ir além, vislumbrando mudanças nos hábitos de vida a fim de melhorar a qualidade da mesma. A ideia é trazer para a vida do idoso novos sentidos e capacidades. Sentimento de autodescoberta e renovação existencial que acompanham o processo e estendem-se às suas vidas tão efetivas quanto obras resultantes e técnicas aprendidas. Embora o idoso hoje, mais que antigamente, esteja sujeito a uma reativação mental, participação social, dinamismo e autonomia e existam também mais recursos médicos que minimizam a decadência física e mental, além de mais atividades recreativas e culturais, vivemos numa sociedade oriunda de uma conceção capitalista, consumista e imediatista, onde o modelo jovem de energia, beleza e ativismo ainda imperam e por isso o idoso tem mais dificuldade de se afirmar como pessoa e ser social. Em se tratando de memória, na velhice, são comuns determinados transtornos tais como: Demência senil, Depressão, Mal de Alzheimer, bem como episódios de esquecimento ocorridos com maior intensidade. Para que apreendamos uma nova habilidade nosso cérebro necessita desenvolver novas conexões e isto implica na desativação de muitas conexões antigas. Não fora assim, provavelmente, estas conexões, certamente, interfeririam no surgimento de outras, imposibilitantdo-nos de conseguirmos apreender qualquer tarefa adequadamente com agilidade e precisão.
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9. Análise de escalas de avaliação das funções cognitivas As alterações morfofuncionais inerentes ao processo de envelhecimento humano, quando associadas a doenças crônicas, podem levar à diminuição da independência física do idoso. A prevenção e o controle das doenças crônicas, incluindo a hipertensão arterial, podem auxiliar na manutenção da cognição3 e da capacidade funcional. Estudos clínicos afirmam que o processo de envelhecimento, associado à presença de doenças crônicas, causa danos à função cognitiva, afetando componentes como a linguagem escrita e falada, aprendizagem, habilidades motoras, capacidade de raciocínio e de memória. No entanto, Alves & Filho relatam que a pressão arterial, sendo baixa, poderia ser um agravante aos déficits cognitivos. Para mapear comprometimento cognitivo, o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), traduzido e validado no Brasil por Bertolucci et al., é a escala mais utilizada tanto em pesquisas como na prática clínica, para verificar a evolução da função cognitiva e analisar a efetividade do tratamento. Em relação à capacidade funcional, diversos estudos demonstraram associações entre doenças crônicas e incapacidade para realização das atividades da vida diária (AVDs) nos idosos, sendo a hipertensão arterial a condição crónica mais frequente nessa faixa etária. Diante das atuais tendências de envelhecimento populacional, cresce a importância de se avaliar o estado de saúde dos idosos, identificando as doenças incapacitantes para cada indivíduo, de forma que a qualidade de vida lhe seja assegurada. A avaliação da capacidade funcional através de testes que simulam os gestos realizados durante as AVDs é válido para se identificar precocemente o declínio físico, elaborar programas de exercícios individualizados, observar a evolução Documento: D7
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motora e evitar a perda de independência.11,12 Rikli & Jones propuseram uma bateria de testes específica para avaliar a aptidão física do idoso. Os testes incluem medidas de força, flexibilidade, endurance cardiorespiratória, aptidão motora e composição corporal. Com base no pressuposto teórico e considerando a escassez de pesquisas sobre a correlação entre função cognitiva, capacidade funcional e hipertensão, o presente estudo tem como objetivo verificar a associação entre pressão arterial sistêmica, cognição e capacidade funcional em idosos.
9.2.
Avaliação Cognitiva
O Mini-Exame do Estado Mental proposto por Foistein, Foistein & McHugh (1975), validado no Brasil por Bertolucci et al. em 1994, foi aplicado com o objetivo de determinar o nível cognitivo dos idosos. Esse instrumento é composto por questões agrupadas em sete categorias: orientação temporal (5 pontos), orientação espacial (5 pontos), memória imediata (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), evocação (3 pontos) , linguagem (5 pontos) e praxia construcional (1 ponto). Aqueles que apresentaram pontuação do MEEM abaixo de 20 para analfabetos e abaixo de 24 para indivíduos escolarizados foram considerados como portadores de déficit cognitivo
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10. Estimulação e treino cognitivo À medida que se tem um maior conhecimento sobre o funcionamento da memória é possível desenvolver programas que permitem aos idosos melhorar a sua memória (Fernández-Ballesteros, Fresnedo, Martinez& Zamarrón, 1999).Para Azevedo & Teles(2011) apesar de existir um declínio cognitivo associado à idade este pode ser revertido, ou retardado, através do uso de programas de treino cognitivo, com diferentes exercícios para cada função cognitivacomo refere Triadó & Villar (2007). Os programas de treinamento cognitivo têm como objetivo levar a cabo uma intervenção global, para o qual são criados exercícios que colocam em ação os diferentes processos mentais, como perceção, linguagem, atenção e memória, de forma a mantê-los ativos, fortalecer as conexões e as redes neuronais subjacentes (Triadó & Villar, 2007).Estes programas são geralmente estruturados na base dos mecanismos da memória, nas capacidades intelectuais com que se relacionam e nos fatores que influenciam o seu desempenho (Montorio & Izal, 2000).O treinamento cognitivo consiste num conjunto de estratégias e técnicas que se ensinam, praticam e aplicam, com o objetivo de otimizar os processos e as atividades que foram ensinadas (Hernandis, 2010). Deste modo, o cálculo mental é uma das funções que, sem estar alterada, é a mais resistente à perda de uso (Serrano, S/D).De acordo com Kawashima (2005) as tarefas simples (fichas de cálculo tipo tabuada) estimulam mais o cérebro do que a resolução de um problema de cálculo complicado. O mesmo autor no seu livro apresenta um conjunto de imagens obtidas por (imagiologia) onde se pode ver através das cores que quase todas as regiões do cérebro estão ativadas. Ao contrário na resolução de problemas complicados as imagens mostram o cérebro apagado. Nos idosos os recursos para as tarefas de atenção parecem estar diminuídos (Pena, Documento: D7
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et al.,2001),pelo facto de a atenção ser um pré-requisito para qualquer processamento de informação, justifica-se realizar algumas sessões nos programas de treino cognitivo(Fernández-Ballesteros, Fresnedo, Martinez & Zamarrón, 1999). Por sua vez, torna-se pertinente a realização de exercícios de linguagem que consistem no processo de codificar a informação na memória e na recuperação da mesma.Mas com o envelhecimento ocorrem alterações no processo de compreensão e há diminuição da fluidez verbal(Triadó & Villar, 2007). Assim a realização de exercícios de linguagem tem como objetivo aumentar a fluidez verbal e favorecer a evocação através da linguagem (Penaet al 2001). É importante treinar, por meio de exercícios, a função cognitiva relacionada com a orientação espacial e temporalpara que seja mantida ou estimulada, uma vez que é uma das funções que facilmente são afetadas por certos transtornos cognitivos (Triadó & Villar, 2007). Existem exercícios que permitem manter ou estimular esta capacidade (Serrano,S/D). De acordo com Belsky (2001), a mnemotécnicas são estratégias para a estimulação da memória com a função de facilitar a memorização e a recordação, convertendo a informação com mais significado. São técnicas de diversos tipos, como, por exemplo, a elaboração de uma lista em categorias significativas. Outra técnica consiste em utilizar a imaginação para memorizar uma informação marcante. Pode-se, ainda, recorrer a ajudas externas que consiste em lembretes externos, como, por exemplo, calendários e listas, que ajudam a recordar. Para trabalhar a estimulação da memória a longo prazo pode-se recorrer a exercícios de memória autobiográfica, através da técnica da reminiscência, que permite o acesso à informação armazenada no cérebro (Serrano S/D). A reminiscência, consta de uma técnica terapêutica com o objetivo de ativar e atualizar a memória episódica a longo prazo. A reminiscência através do livro autobiográfico, tem por base o desenvolvimento de um livro estruturado que permite recorrer aos dados mais importantes da biografia da pessoa, ao longo do seu ciclo vital (Peña, 2009). De acordo com Triadó e Villar (2007) pode utilizar técnicas gerais como específicas que tratam de otimizar os três processos básicos que implicam a recordação, sendo eles: a codificação da informação, a sua retenção e manutenção na memória e a sua recuperação posterior, no momento em que os indivíduos precisam. Estas estratégias gerais são utilizadas de forma combinada, dando lugar a técnicas que permitem, por exemplo, aprender a reter informações específicas (Triadó& Villar 2007).
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CONCLUSÃO A revisão sistemática realizada teve o foco restrito à presença de dificuldade funcional no idoso e o enfrentamento frente a esta situação. Tendo em vista que o que determina as estratégias de coping utilizadas são as situações de stress vivenciadas pelo indivíduo, os estudos que avaliam os processos de coping podem estar relacionados a diferentes situações vivenciadas ao longo do ciclo vital. A fim de abordar de forma mais abrangente o tema, sugere-se que, para um próximo estudo, sejam avaliadas estratégias de enfrentamento utilizadas frente a problemas de saúde em geral ou outra categoria de evento vital. Assim como Lanska (2006) enfatiza a importância do trabalho terapêutico no processo de coping, as estratégias que o idoso utiliza também podem ser indicativos de seus recursos pessoais, incluindo saúde, crenças, valores, habilidades sociais. Desta forma, estudos de coorte, relacionando intervenções psicoterapêuticas à situação de incapacidade funcional, poderiam trazer novos achados no que se refere à qualidade de vida dos idosos.
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