J o s é P a u l o Ne N e t to to
O QUE É
MARXISMO editora brasiliense
José Paulo Netto
O QUE É MARXISMO
e d i t o r a b r a s i l iei e n s e
Copyright © by José Paulo Netto, 1985
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer sem autorização prévia da editora.
9“ edição, 1994 2a reimpressão, 2009
ÍNDICE Revisão: José W. S. Mora es e Omito. A. Costa Jt: Capa e ilustrações: ilustrações: Gilberto Miadaira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) __________ Netto, José Paulo
O que é marxismo / José Paulo Netto São Paulo : Brasiliense, 2006 - (Coleção primeiros) passos : 148) 1“ reimpr. da 9 ed. de 1994. ISBN 8S-11-01148-X I. Comunismo 2. Marx, Karl, 1818-1883 3. Socialis Socialismo mo 1. Título II. Série.
04-3302_____________________________
CDD- 320.5322 320.5322
índices par a catálogo sistemático: 1. Marxismo
: Ciência Política
editora e livraria
320.5322
Brasiliense
RuaMourato Coelho, 111 - Pinheiros Pinheiros CEP 05417-010 05417-010 - São Paulo Paulo - SP www.editorabrasiliense.com.br
*
Risco Riscose se razãode razãodeste ste liv ri n h o ............ .................. ............ ...... Ospressupostosd pressupostosdateoria ateoria socialdeMarx socialdeMarx , . Umateoriadasociedadeburguesa ............. Onascimentodomarxismo ........................ O m arx ism o-i en inis m o................. o....................... ............. .......... ... A ultrapa ultrapassa ssagemdo gemdo marxismo ............. ................... ........ Conclu Conclusão: são: Apen Apenasum asumain ain tro du çã o ........... Indicaçõesparaleitura ............. ...................
Copyright © by José Paulo Netto, 1985
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer sem autorização prévia da editora.
9“ edição, 1994 2a reimpressão, 2009
ÍNDICE Revisão: José W. S. Mora es e Omito. A. Costa Jt: Capa e ilustrações: ilustrações: Gilberto Miadaira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) __________ Netto, José Paulo
O que é marxismo / José Paulo Netto São Paulo : Brasiliense, 2006 - (Coleção primeiros) passos : 148) 1“ reimpr. da 9 ed. de 1994. ISBN 8S-11-01148-X I. Comunismo 2. Marx, Karl, 1818-1883 3. Socialis Socialismo mo 1. Título II. Série.
04-3302_____________________________
CDD- 320.5322 320.5322
índices par a catálogo sistemático: 1. Marxismo
: Ciência Política
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Risco Riscose se razãode razãodeste ste liv ri n h o ............ .................. ............ ...... Ospressupostosd pressupostosdateoria ateoria socialdeMarx socialdeMarx , . Umateoriadasociedadeburguesa ............. Onascimentodomarxismo ........................ O m arx ism o-i en inis m o................. o....................... ............. .......... ... A ultrapa ultrapassa ssagemdo gemdo marxismo ............. ................... ........ Conclu Conclusão: são: Apen Apenasum asumain ain tro du çã o ........... Indicaçõesparaleitura ............. ...................
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320.5322
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RuaMourato Coelho, 111 - Pinheiros Pinheiros CEP 05417-010 05417-010 - São Paulo Paulo - SP www.editorabrasiliense.com.br
RISCOS E RAZÃO DESTE LIVRINHO
Ao Paulo, meu velh elho.
A centen centena a de pági página nasque sque o leito r tem em mãos ãos pode pode ser, para ele, le, um auxilioe umestímulo umestímulo — e para isto sto fora foram m escritas. Au xili xilio: o: um "primei "primeiro ro passo" passo" na direçãodo direçãodo conhecimento deump deump rojeto teóri teórico co compl complex exo, o, produt produto o da inte interv rven ençção inte inte lect lectua uall e política política de geraç rações de home homens ns que que se dispusera dispuseram m a elaborarahistória e procuraram, com maior ou menor suce sucessso, so, resp respos osta tas s para para os proble mas mais angu angust stia iante ntes s da soci socied edad ade e mode modern rna. a. E aind ainda a estímulo: o esbo esboço ço, , aind ainda a que que muito incom pleto, pleto, de uma uma fasc fascin inan ante te cons constr truç ução ão cultura cultural, l, de uma aventura que conjuga open o pensar sare e ofazernuma apos aposta ta radica radical, l, já que que a hera heranç nça a de Marx exig exige e a refiexãocríticaeaaçãorevolucionária. Mas este este livrinho comporta vários vários risco riscos. s. Risc Riscos os da parte arte do autor autor: : como como resu resumi mir r em tão tão curt curto o espaço, sem defo deform rmar ar, , um conj conjun unto to de tantas
RISCOS E RAZÃO DESTE LIVRINHO
Ao Paulo, meu velh elho.
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sé
Pa
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Netto
idéi idéias as e tamanh tamanhas as polêm polêmica icas? s? Mais Mais: : supondo supondo que que este este resu resumo mo seja viável viável, , como não não viciá-lo viciá-lo a partir dasu dasua a própria posiçãoemfacedotema? posiçãoemfacedotema? E também risc riscos os do lado lado do leitor: a tendê tendênc ncia ia a busc buscar arver ver dade ades e fórmulas fórmulas conc conclu lusi siva vas, s, guia guias s e mode modelo los, s, o desej desejo o de encontr ar soluçõ soluções es mais mais ou menos menos fáceis fáceis para para inda indaga gaçõ ções es que que freqüen freqüentam tam as nossas preo preo cupações,imediatas cupações,imediatas ou não. De fato, esses risco riscos s são inevitá inevitávei veis. s. E não não vejo vejo comoeliminá-los.Creioapenasquepodemos,autor e leitor, colocar as cartas cartas na mesa para para estab estabele elecer cer as nossas ssas regr regras as. . Nisto, levo levo a vantage vantagem m da jogada jogada inic inicia iall — portanto, portanto, que o leitor leitor se preca recave ven nha. ha. E sua sua cautela cautela deve deve começar logo, logo,a a partir pa rtir desta desta linha: duvi duvide de, , ponh ponha a em quest uestão ão, , dis discuta cuta com com outra utrass pesso essoas as, , leia leia mais mais (as (as suge sugest stõe ões s bibliográficas que que ofereç ofereço o ao final são some soment nte e um lequ leque e deoutros "pri "primei meiros ros passos"), numa palavra, quest uestiione todasasminhasafirmações. Rapida Rapidamen mente, te, apres apresen ento to meustru eustru nfos : 1.pens .penso o que que a obra obra orig origin inal al de Marx (a obra obra marxiana) é uma uma teoria teoria da soci socied edad ade e burg burgue uesa sa e da sua ultra passagem pela pela revo revolu luçã ção o proletár proletária; ia; 2.con 2.consi side dero ro esta esta obra necessária, mas não suficiente, para ex ex plicar plicar/co /compre mpreend ender er e revol revoluc ucio iona nar r o mundo mundo con con temporân temporâneo; eo; 3.julgo 3.julgo que que toda todas s as idei ideias as de Marx Marx (bem (bem como de seus seus segui seguidor dores) es) devem devem ser sertes testad tadas as e verific verificada adas s sempre sempre, , jamais jamais constituind o verd verdad ades es imutáveis imutáveis e evidentes evidentes por si mesm mesmas as; ; 4.enf im, sus sus tento tento que não exis existe te algo lgo como como "o marx marxis ismo mo”” ;
A centen centena a de pági página nasque sque o leito r tem em mãos ãos pode pode ser, para ele, le, um auxilioe umestímulo umestímulo — e para isto sto fora foram m escritas. Au xili xilio: o: um "primei "primeiro ro passo" passo" na direçãodo direçãodo conhecimento deump deump rojeto teóri teórico co compl complex exo, o, produt produto o da inte interv rven ençção inte inte lect lectua uall e política política de geraç rações de home homens ns que que se dispusera dispuseram m a elaborarahistória e procuraram, com maior ou menor suce sucessso, so, resp respos osta tas s para para os proble mas mais angu angust stia iante ntes s da soci socied edad ade e mode modern rna. a. E aind ainda a estímulo: o esbo esboço ço, , aind ainda a que que muito incom pleto, pleto, de uma uma fasc fascin inan ante te cons constr truç ução ão cultura cultural, l, de uma aventura que conjuga open o pensar sare e ofazernuma apos aposta ta radica radical, l, já que que a hera heranç nça a de Marx exig exige e a refiexãocríticaeaaçãorevolucionária. Mas este este livrinho comporta vários vários risco riscos. s. Risc Riscos os da parte arte do autor autor: : como como resu resumi mir r em tão tão curt curto o espaço, sem defo deform rmar ar, , um conj conjun unto to de tantas
O que é marxismo
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defe defend ndo o a tese de que há marxismos, verte vertent ntes es dife difere renc ncia iada das s e alte altern rnat ativ ivas as de uma uma já lar larga tra diçã dição o teór teóric icoo-pol polít ític ica. a. A hipótese de um mar xism xismo o únic único, o, puro puro e imac imacu ulado ado remete mais à mito mitolo logi gia a políti política ca e ideol deológ ógiica do que à críti crítica ca racional. Imag Imagin ino o que que o texto que prep prepar arei ei cont contém ém mo tivos tivos de sobr sobra a para ara des desagra agrada dar r aos espe especi cial alis ista tas s de todos todos os mati matize zes: s: aos marxóiogos, que que diss isse cam cam Marx como peça do pass assado; ado; aos marxizantes, que que tiram da obra deMarx deMarx oque lhes lhesconvé convém; m; e aos marxistas acadêmicos de qualq qualquer uer tipo (os (os dogm dogmát átic icos os e os diss isside idente ntes, todos todos ganh ganhan ando do a vida exatament exatamente e graça raças s à supos suposiç ição ão da existên existência cia desse algo algochama chamado" do" o marxis mo"). Além detodos detodos os problem problemas as que que eventual eventualmente mente eles les levant levantarã arão, o, semprecomalgumfundamento,provavelmentevão come começa çar r por pergun perguntar tar como é possí possíve vell tratar do temaapartirdomote"oqueé?" Recon Reconheç heço o a legitimidad legitimidade e dest desta a rese reserv rva a prelim i nar, nar, como se verá verá na conclusão conclusão desta destas s págin páginas as. . No entanto, entanto, se eles les (e principa principalment lmente e o leitor) leitor) conc conce e derem derem que que tentei meno menos s respond respondera era esta sta questã questão o e maisfac maisfac ilita r os“ os“ primeiros passos passos" "par parareflexões areflexões séria rias, então então ficará ficará óbvia óbvia a razã razão o dest deste e opúscu opúsculo. lo.
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O que é marxismo
defe defend ndo o a tese de que há marxismos, verte vertent ntes es dife difere renc ncia iada das s e alte altern rnat ativ ivas as de uma uma já lar larga tra diçã dição o teór teóric icoo-pol polít ític ica. a. A hipótese de um mar xism xismo o únic único, o, puro puro e imac imacu ulado ado remete mais à mito mitolo logi gia a políti política ca e ideol deológ ógiica do que à críti crítica ca racional. Imag Imagin ino o que que o texto que prep prepar arei ei cont contém ém mo tivos tivos de sobr sobra a para ara des desagra agrada dar r aos espe especi cial alis ista tas s de todos todos os mati matize zes: s: aos marxóiogos, que que diss isse cam cam Marx como peça do pass assado; ado; aos marxizantes, que que tiram da obra deMarx deMarx oque lhes lhesconvé convém; m; e aos marxistas acadêmicos de qualq qualquer uer tipo (os (os dogm dogmát átic icos os e os diss isside idente ntes, todos todos ganh ganhan ando do a vida exatament exatamente e graça raças s à supos suposiç ição ão da existên existência cia desse algo algochama chamado" do" o marxis mo"). Além detodos detodos os problem problemas as que que eventual eventualmente mente eles les levant levantarã arão, o, semprecomalgumfundamento,provavelmentevão come começa çar r por pergun perguntar tar como é possí possíve vell tratar do temaapartirdomote"oqueé?" Recon Reconheç heço o a legitimidad legitimidade e dest desta a rese reserv rva a prelim i nar, nar, como se verá verá na conclusão conclusão desta destas s págin páginas as. . No entanto, entanto, se eles les (e principa principalment lmente e o leitor) leitor) conc conce e derem derem que que tentei meno menos s respond respondera era esta sta questã questão o e maisfac maisfac ilita r os“ os“ primeiros passos passos" "par parareflexões areflexões séria rias, então então ficará ficará óbvia óbvia a razã razão o dest deste e opúscu opúsculo. lo.
0 que é marxismo marxismo
OS PRESSUPOSTOS DA TEORIA SOCIAL DE MARX é na prime primeir ira a metade tade do século ulo 19,tendo por palco a Europa Ocidental, que apare aparecem cem os pré-re pré-re quisito quisitos s gerais rais a partir dos dos quai quais s se articulam articulam as gran randes des matr matriz izes es cultur culturai ais s do mund mundo o contempo contempo râneo. râneo. Mais ais exatament exatamente: e: entre a prepar preparaçã ação o ideo lógi lógica ca da Revo Revolu luçã ção o Franc rance esa e as sub subleva levaçções ões oper operár ária ias s de 1848 1848, , emer emerge gem m os núcl núcleo eos s básic sicos daquilo daquilo que pode podemo mos s cham chamar ar de razã razão o mode modern rna, a, comtodasassuasdiferençasecontradições. Isso Isso não não ocorre casualme casualmente. nte. É nessas déca década das s que, que, cons consol olid idan ando do um proc rocesso esso socia ociall em movi movi mento desde sde o ocas ocaso o da Idade Idade Média, Média, a socie socieda dade de burg burgue uesa sa se instau instaura ra com seu perfil decisi decisivam vament ente e delinead delineado. o. Na confluência confluência de profundas profundas alte altera raçõ ções es na mane maneira ira de explorar os recu recurs rsos os naturaise naturaise pro duzir os bens (o que que se conven convenci ciono onou u denomi denominar nar Revo Revolu luçã ção o Indust Industri rial) al) com com uma uma radi radica call trans transfo forr-
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form formaç ação ão no cont contro role le dos sist istemas de pode poder r (a revo revolu luçã ção o burg burgue uesa sa, , sob sob múltiplas múltiplas formas formas) ) surge rge omundoburguês. Um mundo mundo absol absoluta utamen mente te novo: ele enge engend ndra ra uma uma cultur cultura a inédi inédita ta e uma uma arte arte pecul peculiar iar; ; conf confer ere e ao conhec conhecime iment nto o científico científico da natu nature reza za funç funçõe ões s outrora outrora desco esconh nhec ecid idas as, , rela relaci cion onan ando do-o -o estr estrei eita ta ment mente e à prod produçã ução. o. Sobret Sobretudo udo, , nele a econ econom omia ia e a socied sociedade ade são são organi organizad zadas asde de modo particular, subm submet etid idas as ambas bas a uma uma estr estrat atég égia ia glob global al (a da burg burgue uesi sia) a) e a uma uma lógi lógica ca especí específic fica a {a da valori zação do capita capital). l). Conf Config igur uraa-se se assim um novo novo padrão padrão de vida vida social social, , aque aqueie ie centralizado centralizado nac ivi lizaçãourbano-industrial. A gest gesta ação ção do mundo mundo burg burguê uês s foi um pro process cesso o long longo, o, doloro doloroso, so, uma uma histór história ia de inau inaudi dita ta violên violên cia. cia. Cobrindo Cobrindo um espaç spaço o temporal temporal muiti muitiss ssec ecui uiar ar, , cara caract cter eriz izou ou-s -se e pela pela destru destruiçã ição o brutal brutal de anti antigo gos s modosde modosde vida, vida, pela pela substituição substituição de modelo modelos s ante ante riores riores de controle social social, , pela pela supr supres essã são o a ferro e fogo das formas formas de orga organi niza zaçã ção o socie societár tária ia prec prece e dente entes. s. Seu triunfo, poré porém, m, assinal inalo ou um form i dáve dávell avan avanço ço na existê existênci ncia a humana humana, , é no seu âm bito que que se colocam colocam possib possibili ilidad dades es ante antes s inimagi inimagi- - nada nadas s para para a exploraçã exploração o da nature natureza za e a elev elevaç ação ão das cond condiç içõe ões s da vida vida dos home homens ns — e pouco pouco im porta porta que que tais tais poss possib ibililid idad ades es, , quando quando real realiz izad adas as, , tenh tenham am tido um preç preço o soci social al altíss altíssimo imo, , uma uma vez que que nest neste e mundo o custo custo do progre progress sso o é a genera genera lizaç lização ão da misé miséria ria relativa relativa. . 0 que que inte intere ress ssa a équeo
0 que é marxismo marxismo
OS PRESSUPOSTOS DA TEORIA SOCIAL DE MARX é na prime primeir ira a metade tade do século ulo 19,tendo por palco a Europa Ocidental, que apare aparecem cem os pré-re pré-re quisito quisitos s gerais rais a partir dos dos quai quais s se articulam articulam as gran randes des matr matriz izes es cultur culturai ais s do mund mundo o contempo contempo râneo. râneo. Mais ais exatament exatamente: e: entre a prepar preparaçã ação o ideo lógi lógica ca da Revo Revolu luçã ção o Franc rance esa e as sub subleva levaçções ões oper operár ária ias s de 1848 1848, , emer emerge gem m os núcl núcleo eos s básic sicos daquilo daquilo que pode podemo mos s cham chamar ar de razã razão o mode modern rna, a, comtodasassuasdiferençasecontradições. Isso Isso não não ocorre casualme casualmente. nte. É nessas déca década das s que, que, cons consol olid idan ando do um proc rocesso esso socia ociall em movi movi mento desde sde o ocas ocaso o da Idade Idade Média, Média, a socie socieda dade de burg burgue uesa sa se instau instaura ra com seu perfil decisi decisivam vament ente e delinead delineado. o. Na confluência confluência de profundas profundas alte altera raçõ ções es na mane maneira ira de explorar os recu recurs rsos os naturaise naturaise pro duzir os bens (o que que se conven convenci ciono onou u denomi denominar nar Revo Revolu luçã ção o Indust Industri rial) al) com com uma uma radi radica call trans transfo forr-
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esta estabe bele leccimen imento to do mundo mundo burgu rguês abri abriu u uma etapa etapa de desenvolvi desenvolvimento mento sócio-huma sócio-humano no que, que, pre pre viamente,sequerseriavislumbrada. No períod período o que esta estamo mos s cons consid ider eran ando do, , a pri meira metade do século 19, o mund mundo o burguês (então asse assenta ntado do nas nas basesdo s do capitalismo concor rência rência!) !) se ergu ergue e com toda a sua força. E, ao plas plas mar mar um novo novo modo de vida,também vida,também cria cria os parâ parâ metros metros para para outras outras formas de pensam pensament ento o — justa mente mente as matriz matrizes es culturais a que que aludimos. aludimos. E elas las surge rgem ligadas à ques uestão tão-cha chave que, que, naquele moment momento, o, se põe no cora coraçã ção o mesm esmo do mundo mundo burguês burguês: : a questãoda questãoda revolução proletária. Com efeito, já a constituiçãodo mundo burg burguê uês s envolve envolve, , em plano histórico-univ histórico-universal, ersal, um decisi decisivo vo con fronto fro nto decl de clas asse ses. s. Nospr Nosprimeiros imeiroscinqüenta cinqüenta anos anos do sécu século lo 19, este enfrentamento enfrentamento vem vem à luz luz com com clar clarez eza a meridi meridiana ana: : as insu insurr rrei eiçõ ções es prolet proletári árias as de 1848 e sua repr repres essã são o pela pela burgu burgues esia ia (ass (assoc ocia iada da à nobr nobrez eza a que que ela vier viera a de derro derrocar car) ) liquid liquidara aram m as “ ilu ilusõe sões heró heróic icas as" " da Revo Revolu luçã ção o Fran rancesa e pu sera seram m a nu ocaráteropressordaorgan ocaráteropressordaorganização izaçãosoci social al dela dela deriv derivad ada. a. 0 movimento movimento dostraba dostrabalha lhador dores es ur bano banos, s, embrion embrionári ário o no final final do sécu século lo 18, avan çando çando por diferentes diferentes e suc sucessiv ssiva as etapa etapas, s, transita transita do protesto protesto nega negatitivo vo em face face da exploraç exploraçãocapi ãocapi talista talista para um projeto po lítico positivo positivo de clas lasse: a revo revolu luçã ção o socia socialilist sta. a. A partir daí, é poss possív ível el ao prol prolet etar aria iado do coloc locar-s r-se como como suje sujeit ito o hist histór óríc ícoopolíticoautônomo.
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form formaç ação ão no cont contro role le dos sist istemas de pode poder r (a revo revolu luçã ção o burg burgue uesa sa, , sob sob múltiplas múltiplas formas formas) ) surge rge omundoburguês. Um mundo mundo absol absoluta utamen mente te novo: ele enge engend ndra ra uma uma cultur cultura a inédi inédita ta e uma uma arte arte pecul peculiar iar; ; conf confer ere e ao conhec conhecime iment nto o científico científico da natu nature reza za funç funçõe ões s outrora outrora desco esconh nhec ecid idas as, , rela relaci cion onan ando do-o -o estr estrei eita ta ment mente e à prod produçã ução. o. Sobret Sobretudo udo, , nele a econ econom omia ia e a socied sociedade ade são são organi organizad zadas asde de modo particular, subm submet etid idas as ambas bas a uma uma estr estrat atég égia ia glob global al (a da burg burgue uesi sia) a) e a uma uma lógi lógica ca especí específic fica a {a da valori zação do capita capital). l). Conf Config igur uraa-se se assim um novo novo padrão padrão de vida vida social social, , aque aqueie ie centralizado centralizado nac ivi lizaçãourbano-industrial. A gest gesta ação ção do mundo mundo burg burguê uês s foi um pro process cesso o long longo, o, doloro doloroso, so, uma uma histór história ia de inau inaudi dita ta violên violên cia. cia. Cobrindo Cobrindo um espaç spaço o temporal temporal muiti muitiss ssec ecui uiar ar, , cara caract cter eriz izou ou-s -se e pela pela destru destruiçã ição o brutal brutal de anti antigo gos s modosde modosde vida, vida, pela pela substituição substituição de modelo modelos s ante ante riores riores de controle social social, , pela pela supr supres essã são o a ferro e fogo das formas formas de orga organi niza zaçã ção o socie societár tária ia prec prece e dente entes. s. Seu triunfo, poré porém, m, assinal inalo ou um form i dáve dávell avan avanço ço na existê existênci ncia a humana humana, , é no seu âm bito que que se colocam colocam possib possibili ilidad dades es ante antes s inimagi inimagi- - nada nadas s para para a exploraçã exploração o da nature natureza za e a elev elevaç ação ão das cond condiç içõe ões s da vida vida dos home homens ns — e pouco pouco im porta porta que que tais tais poss possib ibililid idad ades es, , quando quando real realiz izad adas as, , tenh tenham am tido um preç preço o soci social al altíss altíssimo imo, , uma uma vez que que nest neste e mundo o custo custo do progre progress sso o é a genera genera lizaç lização ão da misé miséria ria relativa relativa. . 0 que que inte intere ress ssa a équeo
O que é marxismo
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É exatamente exatamente diante diante dessa questã questão o crucial crucial que que se articula artic ula e define defin eo opensamentosobreasocie pensamentosobreasociedade dade própri próprio o do mund mundo o burgu rguês. Entr Entre e a prep reparação ção ideo ideoló lógi gica ca da Revo Revolu luçã ção o Fran rancesa e 1848 1848 — ou seja, ja, do lluminismo à onda onda contracontra-revo revoluc lucion ionári ária a que sucedeu à insu insurg rgê ência ncia oper operár ária ia — , construí construí ra-s ra-se e um bloco cultural progr progres essis sista ta, , que que procura va apanha apanhar r com objetividade objetividade a dinâmica dinâmica da soci socie e dade dade e da história. Trata-s Trata-sedeum edeum pensamen pensamentoque toque valoriza valoriza a racion racionali alidade dade, , suste sustenta nta que que a reali realida dade de pode pode ser conhecid conhecida a e que que não não há motivos para para es camotear camotear as contradi contradições ções que que nela nela surge surgem. m. Neste este bloco bloco cultural, expre xpress ssão ão mais alta alta das expectati expectati vas vas dos setores setores burgu burguese eses s mais mais esclarecid esclarecidos, os, desta cava cavam m-se -se basicam basicamente ente duas duas vertentes: a economia economia polític pol ític a ingles inglesae ae a filosofia filoso fia cláss clássic icaale aalemã mã.. Consider Considerand ando-se o-se os traumatismos caus causad ados os pela pela impla implanta ntação ção da orde ordem m burg burgue uesa sa, , comp compre reen ende de-s -se e que que esse veio veio cultur cultural al não não fos fosse nem únic único o nem homogêneo homogêneo. . Às sua suas diferença diferenças s internas internas soma somava va-s -se e a existê existênci ncia a paral paralela ela de um pensa pensamen mento to restau restaura ra dor e um protes protesto to românt romântico ico. . O pens pensam ame ento nto res taurador, de clar claras as conota conotaçõe ções s católi católicas cas e ranç ranços os míst místiicos, cos, lamentava a "anar "anarqui quia" a" traz traziida pela revo revolu luçã ção o burg burgue uesa sa e a liqui liquidaçã dação, o, pelo pelo capita capitalilis s mo, das "sagra "sagrada das s instituições" da feudali feudalidade dade— — e recu recusa sava va firmemente as nova novas s formas soci sociai ais s em- em- basadas na dess dessac acra raliliza zaçã ção o do mundo mundo e no inter câmb câmbiio merc mercan anti til. l. 0 prot protes estto româ românt ntiico, co, criti criti cando cando a prosaica prosaica realida realidade de burgu burguesa esa, , esca escapa pava va dos dos
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esta estabe bele leccimen imento to do mundo mundo burgu rguês abri abriu u uma etapa etapa de desenvolvi desenvolvimento mento sócio-huma sócio-humano no que, que, pre pre viamente,sequerseriavislumbrada. No períod período o que esta estamo mos s cons consid ider eran ando do, , a pri meira metade do século 19, o mund mundo o burguês (então asse assenta ntado do nas nas basesdo s do capitalismo concor rência rência!) !) se ergu ergue e com toda a sua força. E, ao plas plas mar mar um novo novo modo de vida,também vida,também cria cria os parâ parâ metros metros para para outras outras formas de pensam pensament ento o — justa mente mente as matriz matrizes es culturais a que que aludimos. aludimos. E elas las surge rgem ligadas à ques uestão tão-cha chave que, que, naquele moment momento, o, se põe no cora coraçã ção o mesm esmo do mundo mundo burguês burguês: : a questãoda questãoda revolução proletária. Com efeito, já a constituiçãodo mundo burg burguê uês s envolve envolve, , em plano histórico-univ histórico-universal, ersal, um decisi decisivo vo con fronto fro nto decl de clas asse ses. s. Nospr Nosprimeiros imeiroscinqüenta cinqüenta anos anos do sécu século lo 19, este enfrentamento enfrentamento vem vem à luz luz com com clar clarez eza a meridi meridiana ana: : as insu insurr rrei eiçõ ções es prolet proletári árias as de 1848 e sua repr repres essã são o pela pela burgu burgues esia ia (ass (assoc ocia iada da à nobr nobrez eza a que que ela vier viera a de derro derrocar car) ) liquid liquidara aram m as “ ilu ilusõe sões heró heróic icas as" " da Revo Revolu luçã ção o Fran rancesa e pu sera seram m a nu ocaráteropressordaorgan ocaráteropressordaorganização izaçãosoci social al dela dela deriv derivad ada. a. 0 movimento movimento dostraba dostrabalha lhador dores es ur bano banos, s, embrion embrionári ário o no final final do sécu século lo 18, avan çando çando por diferentes diferentes e suc sucessiv ssiva as etapa etapas, s, transita transita do protesto protesto nega negatitivo vo em face face da exploraç exploraçãocapi ãocapi talista talista para um projeto po lítico positivo positivo de clas lasse: a revo revolu luçã ção o socia socialilist sta. a. A partir daí, é poss possív ível el ao prol prolet etar aria iado do coloc locar-s r-se como como suje sujeit ito o hist histór óríc ícoopolíticoautônomo.
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dilemas dilemas socia sociais isdo do presente presente mediante a idealiza idealização ção da Idade Idade Média Média e, em face face das misé miséria rias s contempo râneas,refugiava-senumpassadoidílico. A inflexão histórica histórica de 1848, 1848, circunscr circunscreven evendoo doo espaç spaço o sociopolfíico da burg burgue uesi sia a e explicitando explicitando a natu nature reza za de clas lasse da sua domi domina naçã ção, o, selou lou a sorte sorte do bloco cultural progre progressi ssista sta:su :sua as conquis conquis tas tas foram apropri apropriada adas s pelo pelos s revolucionári revolucionários os e iss isso bastou para para que que os represe representan ntantes tes daordem daordem recha recha çass çasse em a sua influência. A partir dai, os ideólo ideólogos gos burg burgue uese ses, s, para para respond responder er ao movimento operário operário e combate combater r a pers perspe pect ctiv iva a da revolu revoluçã ção, o, reco recorre rrem m cad cada vez mais ao arse rsenal de idéi idéias as contid contidas as nas propostasrestauradoraseromânticas. Como se vê, vê, a evoluçã evolução o do pensam pensament ento o sobr sobre e a socie ocied dade ade burgu rguesa tem tem em 1848 1848 um diviso divisor r de águas guas: : desde esde então, então, elese elese fratura em dois dois camp campos os opos oposto tos s — o que que se vinc vincul ula a à revo revolu luçã ção o e o que que contra contrasta sta com ela ela. Mesm Mesmo o que que este não não seja um corte absoluto absoluto e que que o desenvol desenvolvimen vimento to de ambo ambos s se cone conecte cte com com insu insusp spei eita tada da freqüên freqüência cia, , aqueles les doiscamposdelimitamoterrenodasgrandesmatri zes da razã razão o moderna:a moderna:a teoriasocia teoriasociall de Marxe o pens pensam amen ento to cons conser erva vado dor, r, produto produto da conj conjun unçã ção o dosveiosrestauradoreseromânticos. 0 que se pretende pretende enfatizarcom essas obse observa rva ções ções é um fenômen fenômeno o histórico histórico de extrema extrema signifi signifi caçã cação; o; a intercorrênci intercorrência, a, nofim da primeira metad metade e do sécu século lo 19,de 19,deum um específic específico o movimentocultural com com um espec específ ífic icocomp ocompon onen ente te sociopolíti sociopolítico co — a
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É exatamente exatamente diante diante dessa questã questão o crucial crucial que que se articula artic ula e define defin eo opensamentosobreasocie pensamentosobreasociedade dade própri próprio o do mund mundo o burgu rguês. Entr Entre e a prep reparação ção ideo ideoló lógi gica ca da Revo Revolu luçã ção o Fran rancesa e 1848 1848 — ou seja, ja, do lluminismo à onda onda contracontra-revo revoluc lucion ionári ária a que sucedeu à insu insurg rgê ência ncia oper operár ária ia — , construí construí ra-s ra-se e um bloco cultural progr progres essis sista ta, , que que procura va apanha apanhar r com objetividade objetividade a dinâmica dinâmica da soci socie e dade dade e da história. Trata-s Trata-sedeum edeum pensamen pensamentoque toque valoriza valoriza a racion racionali alidade dade, , suste sustenta nta que que a reali realida dade de pode pode ser conhecid conhecida a e que que não não há motivos para para es camotear camotear as contradi contradições ções que que nela nela surge surgem. m. Neste este bloco bloco cultural, expre xpress ssão ão mais alta alta das expectati expectati vas vas dos setores setores burgu burguese eses s mais mais esclarecid esclarecidos, os, desta cava cavam m-se -se basicam basicamente ente duas duas vertentes: a economia economia polític pol ític a ingles inglesae ae a filosofia filoso fia cláss clássic icaale aalemã mã.. Consider Considerand ando-se o-se os traumatismos caus causad ados os pela pela impla implanta ntação ção da orde ordem m burg burgue uesa sa, , comp compre reen ende de-s -se e que que esse veio veio cultur cultural al não não fos fosse nem únic único o nem homogêneo homogêneo. . Às sua suas diferença diferenças s internas internas soma somava va-s -se e a existê existênci ncia a paral paralela ela de um pensa pensamen mento to restau restaura ra dor e um protes protesto to românt romântico ico. . O pens pensam ame ento nto res taurador, de clar claras as conota conotaçõe ções s católi católicas cas e ranç ranços os míst místiicos, cos, lamentava a "anar "anarqui quia" a" traz traziida pela revo revolu luçã ção o burg burgue uesa sa e a liqui liquidaçã dação, o, pelo pelo capita capitalilis s mo, das "sagra "sagrada das s instituições" da feudali feudalidade dade— — e recu recusa sava va firmemente as nova novas s formas soci sociai ais s em- em- basadas na dess dessac acra raliliza zaçã ção o do mundo mundo e no inter câmb câmbiio merc mercan anti til. l. 0 prot protes estto româ românt ntiico, co, criti criti cando cando a prosaica prosaica realida realidade de burgu burguesa esa, , esca escapa pava va dos dos
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intercorrência intercorrência da cultura produzidapelo produzidapelosmel smelhor hores es intele intelectu ctuais ais do Oci Ocide dente nte (dos (dos ilumini iluministas stas a Smith, Ricardo, Goethe Goethe e Hege Hegel) l) com as demand demandas associo socio- - econôm econômica icas s e políticas dos dos operári operários os euro-o euro-ocide ciden- n- tais. tais. 1rata rata-s -se e do decisi decisivoencontro voencontro do univer universo so da cuIturacomouniversodotrabalho,»culturacomo conhecimentoeprojeçãodasocLdade,osrepresen tantes tantes do trabalho trabalho como agen gentes tes revol revoluci ucioná onári rios. os. é desn desnec eces essá sário rio realçarque realçarque esse fenômeno, mui to complicado, resultou resultou r'aconcorrê r'aconcorrênciade nciadeinúme inúme ras ras variá variáve veis is. . 0 que que me inte intere ress ssa a sublinhar sublinhar, , ante antes s de tudo, tudo , é que nele nelees estão tão dada dadasa sass condiçõe condiçõessobre ssobre as quais quais Marx erigirá a sua sua obra. E,doques ,do quese e diss disse, e, há três três cons conseq eqüê üênc ncia ias s que que deve devem m ser ser dest destac acad adas as.. Em prim primei eiro ro lug lugar, fica fica clar claro o que a teor teoria ia de Marx Marx se bene benefi fici ciou ou dire direta tame ment nte e da exper xperiiênci ência a cultu cultural ral que a prece reced deu; eu; neste sent sentid ido, o, Marx Marx é continuador continuador de uma uma gran grande de tradição tradição cultural. Em segund gundo o lug lugar, subenten ntende de-s -se e que Marx Marx é um (emb (embor ora a o maior) maior) dentre dentre muitos muitos teóri teóricos cos que, que, no proces processo so em curso curso àquel àquela a época, época, pass passan ando do para paraa as file fileir iras as do movim movimen ento to oper operár ário io, , proc procur urou ou fundir o pa tr trim ôn ônio c ul ultu ra ra l existente com a in te te r r venção polít polític ica a do prol prolet etar aria iado do. . Enfi Enfim, m, pate aten tei teia-se que a cons constr truç ução ão teór teóric ica a de Marx Marx é um comp compon one ente nte das muitas formu ormullaçõe açõess que, ao temp tempo, o, se estr estrut utur urav avam am no seio do movim movimen ento to oper operár ário io — quer quer dizer: dizer: este movime movimento nto era (e é) mais abran rangente que a sua expressão teór teóric ica a marxiana marxiana (e marxista).
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dilemas dilemas socia sociais isdo do presente presente mediante a idealiza idealização ção da Idade Idade Média Média e, em face face das misé miséria rias s contempo râneas,refugiava-senumpassadoidílico. A inflexão histórica histórica de 1848, 1848, circunscr circunscreven evendoo doo espaç spaço o sociopolfíico da burg burgue uesi sia a e explicitando explicitando a natu nature reza za de clas lasse da sua domi domina naçã ção, o, selou lou a sorte sorte do bloco cultural progre progressi ssista sta:su :sua as conquis conquis tas tas foram apropri apropriada adas s pelo pelos s revolucionári revolucionários os e iss isso bastou para para que que os represe representan ntantes tes daordem daordem recha recha çass çasse em a sua influência. A partir dai, os ideólo ideólogos gos burg burgue uese ses, s, para para respond responder er ao movimento operário operário e combate combater r a pers perspe pect ctiv iva a da revolu revoluçã ção, o, reco recorre rrem m cad cada vez mais ao arse rsenal de idéi idéias as contid contidas as nas propostasrestauradoraseromânticas. Como se vê, vê, a evoluçã evolução o do pensam pensament ento o sobr sobre e a socie ocied dade ade burgu rguesa tem tem em 1848 1848 um diviso divisor r de águas guas: : desde esde então, então, elese elese fratura em dois dois camp campos os opos oposto tos s — o que que se vinc vincul ula a à revo revolu luçã ção o e o que que contra contrasta sta com ela ela. Mesm Mesmo o que que este não não seja um corte absoluto absoluto e que que o desenvol desenvolvimen vimento to de ambo ambos s se cone conecte cte com com insu insusp spei eita tada da freqüên freqüência cia, , aqueles les doiscamposdelimitamoterrenodasgrandesmatri zes da razã razão o moderna:a moderna:a teoriasocia teoriasociall de Marxe o pens pensam amen ento to cons conser erva vado dor, r, produto produto da conj conjun unçã ção o dosveiosrestauradoreseromânticos. 0 que se pretende pretende enfatizarcom essas obse observa rva ções ções é um fenômen fenômeno o histórico histórico de extrema extrema signifi signifi caçã cação; o; a intercorrênci intercorrência, a, nofim da primeira metad metade e do sécu século lo 19,de 19,deum um específic específico o movimentocultural com com um espec específ ífic icocomp ocompon onen ente te sociopolíti sociopolítico co — a
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Na verd verdad ade, e, o que que esto estou u a fazer fazer é sumari sumariar ar os pressupostos da obra obra de Mar Marx. Já sugeri dois deles: o cul cultura turall e o polft polftic ico. o. Há outr outro, o, mais substa substanti ntivo, vo, e que que prec precis isa a ser referido: referido: o press ressu u post posto o hist histór óric icoo-so soci cial al que que viabi viabililizou zou o dese desenv nvol ol vimentodareflexãodeMarx. Uma compre mpree ensão nsão teór teóric ica a rig rigoro orosa da socie ie dade só é possível à medida que o ser social pode pode apar aparec ecer er aos home homens ns como como aig aigo especí específic fico, o, isto é, como uma uma realid realidade ade que, que, nece necess ssari ariam amen ente te liga ligada da à natu nature reza za (ao (ao ser natural natural, , orgâni orgânicoe coe inor gânico gânico), ), tem estrutur estrutura, a, dinâmi dinâmica ca e regu regula lari rida dade des s próp própri rias as. . Enqua Enquant nto o o ser social é ident identif ific icado ado como como igual ao ser natura natural, l, ou visu visual aliz izad ado o como como uma uma exte extens nsão ão dele dele, , o pens pensam amen ento to que que o analisa lisa acaba trabalhan trabalhando do com ana analog logias ias e transfer transferindo indo para para o plano plano da soci socied edad ade e conc concep epçõ ções es que só são válidaspa válidaspara ra oplano da natureza. natureza. Ora, é somen omente te quan quando do se ins instaur taura a a socie ie dade dade burg burgue uesa sa que que o ser ser soci social al pode pode surgir à cons cons ciên ciênci cia a huma humana na como como um ser que, que, condi condicio cionad nado o pela pela natureza, natureza, é diferente dela dela. . Como Como Marx assi nalou, a socied sociedade ade burgue burguesa sa (o capitalismo) "socia liza" as relaç relaçõe ões s sociais: sociais: esta estas s podem podem ser ser apreendi apreendi das pelo pelos s home homens ns não não como result resultant antes es de desíg desíg niose vontadesestranhosa eles eles,, mas como produ pro duto to de sua sua interação, interação, deseus deseus inte intere ress sses es, , de seu seusconf sco nfli li tos e de seus objetivos. objetivos. Na soci socied edad ade e burg burgue uesa sa, , o proc proces esso so socia sociall — ao contrário das soci socied edad ades es pre pre ceden cedentes tes — tem caracterí característica sticastaisque staisque os home homens ns
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intercorrência intercorrência da cultura produzidapelo produzidapelosmel smelhor hores es intele intelectu ctuais ais do Oci Ocide dente nte (dos (dos ilumini iluministas stas a Smith, Ricardo, Goethe Goethe e Hege Hegel) l) com as demand demandas associo socio- - econôm econômica icas s e políticas dos dos operári operários os euro-o euro-ocide ciden- n- tais. tais. 1rata rata-s -se e do decisi decisivoencontro voencontro do univer universo so da cuIturacomouniversodotrabalho,»culturacomo conhecimentoeprojeçãodasocLdade,osrepresen tantes tantes do trabalho trabalho como agen gentes tes revol revoluci ucioná onári rios. os. é desn desnec eces essá sário rio realçarque realçarque esse fenômeno, mui to complicado, resultou resultou r'aconcorrê r'aconcorrênciade nciadeinúme inúme ras ras variá variáve veis is. . 0 que que me inte intere ress ssa a sublinhar sublinhar, , ante antes s de tudo, tudo , é que nele nelees estão tão dada dadasa sass condiçõe condiçõessobre ssobre as quais quais Marx erigirá a sua sua obra. E,doques ,do quese e diss disse, e, há três três cons conseq eqüê üênc ncia ias s que que deve devem m ser ser dest destac acad adas as.. Em prim primei eiro ro lug lugar, fica fica clar claro o que a teor teoria ia de Marx Marx se bene benefi fici ciou ou dire direta tame ment nte e da exper xperiiênci ência a cultu cultural ral que a prece reced deu; eu; neste sent sentid ido, o, Marx Marx é continuador continuador de uma uma gran grande de tradição tradição cultural. Em segund gundo o lug lugar, subenten ntende de-s -se e que Marx Marx é um (emb (embor ora a o maior) maior) dentre dentre muitos muitos teóri teóricos cos que, que, no proces processo so em curso curso àquel àquela a época, época, pass passan ando do para paraa as file fileir iras as do movim movimen ento to oper operár ário io, , proc procur urou ou fundir o pa tr trim ôn ônio c ul ultu ra ra l existente com a in te te r r venção polít polític ica a do prol prolet etar aria iado do. . Enfi Enfim, m, pate aten tei teia-se que a cons constr truç ução ão teór teóric ica a de Marx Marx é um comp compon one ente nte das muitas formu ormullaçõe açõess que, ao temp tempo, o, se estr estrut utur urav avam am no seio do movim movimen ento to oper operár ário io — quer quer dizer: dizer: este movime movimento nto era (e é) mais abran rangente que a sua expressão teór teóric ica a marxiana marxiana (e marxista).
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pode podem m perc perce ebê-l bê-lo o como como fruto de suas ações e desempenho desempenhos. s. Em síntese: é nasociedade nasociedade burgue burguesa sa queoshomenspodem queoshomenspodem compreen compreender-s der-secomo ecomoatores atores eautoresdasuaprópriahistória. Mas esta esta é apena enas uma uma possib possibili ilida dade de. . Como a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa se funda na explo exploraç ração ão e na opre opress ssão ão da maioria maioria peia peia minoria (e niss nissoela oela não se distingue distingue de soci socied edad ades es anterior anteriores), es), a sua dinâ mica mica produz produz, , para legi legiti timá má-l -la a minima minimamen mente te, , me canis canismo mos s que ocultam estes tes seus atributos atributos. . Tais Tais meca mecanis nismo mos s — a alien alienaçã ação o e a reificaç reificação, ão, conecta conecta das ao "fetich ism o da mercadoria",que Marx estu estu dou especialmente no pri primeir meiro o capí capítu tullo d '0 rios: a sociedade burg burgue ue Capita! — são necessário sa não pode ode exis existi tir r sem eles, que acabam por por criar criar uma uma apar aparên ênci cia a cois coisif ific icad ada a da real realid idad ade e so cial cial. . Esta aparên rência misti mistifi fica ca os fen fenóme ómenos nos so ciai ciais: s: eia esco escond nde e que que os fenôme fenômenos nos são proces ias sos, mostra-os sob a form a de coisas, alheias aos home homens ns e às suas rela relaçõ çõe es (por (por exemplo exemplo: : o capi capita tal, l, que que é uma uma rela relaçção soci social al, , aparece como como dinheiro,equipamentosetc.). A contradiç contradição ão é real: real: a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa, , ao mesm mesmo o tempo que abre abre a possibi possibilida lidade de para paratom tom ar o ser social tal tal como como ele é (pro (proce cessso que que tem tem regula regularid ridad ades es próprias), bloqueia bloqueia esta esta apre apreen ensã são. o. Quer Quer dize dizer, r, simu simult ltan anea eame ment nte e à chance de uma teori teoria a soci social al verd verdad adei eira ra, , que que apan panhe o cará caráte ter r e a dinâmica dinâmica da soci socied edad ade, e, colo coloca ca-se -se oco njunto de mecanismosqueaobstaculizam.
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Na verd verdad ade, e, o que que esto estou u a fazer fazer é sumari sumariar ar os pressupostos da obra obra de Mar Marx. Já sugeri dois deles: o cul cultura turall e o polft polftic ico. o. Há outr outro, o, mais substa substanti ntivo, vo, e que que prec precis isa a ser referido: referido: o press ressu u post posto o hist histór óric icoo-so soci cial al que que viabi viabililizou zou o dese desenv nvol ol vimentodareflexãodeMarx. Uma compre mpree ensão nsão teór teóric ica a rig rigoro orosa da socie ie dade só é possível à medida que o ser social pode pode apar aparec ecer er aos home homens ns como como aig aigo especí específic fico, o, isto é, como uma uma realid realidade ade que, que, nece necess ssari ariam amen ente te liga ligada da à natu nature reza za (ao (ao ser natural natural, , orgâni orgânicoe coe inor gânico gânico), ), tem estrutur estrutura, a, dinâmi dinâmica ca e regu regula lari rida dade des s próp própri rias as. . Enqua Enquant nto o o ser social é ident identif ific icado ado como como igual ao ser natura natural, l, ou visu visual aliz izad ado o como como uma uma exte extens nsão ão dele dele, , o pens pensam amen ento to que que o analisa lisa acaba trabalhan trabalhando do com ana analog logias ias e transfer transferindo indo para para o plano plano da soci socied edad ade e conc concep epçõ ções es que só são válidaspa válidaspara ra oplano da natureza. natureza. Ora, é somen omente te quan quando do se ins instaur taura a a socie ie dade dade burg burgue uesa sa que que o ser ser soci social al pode pode surgir à cons cons ciên ciênci cia a huma humana na como como um ser que, que, condi condicio cionad nado o pela pela natureza, natureza, é diferente dela dela. . Como Como Marx assi nalou, a socied sociedade ade burgue burguesa sa (o capitalismo) "socia liza" as relaç relaçõe ões s sociais: sociais: esta estas s podem podem ser ser apreendi apreendi das pelo pelos s home homens ns não não como result resultant antes es de desíg desíg niose vontadesestranhosa eles eles,, mas como produ pro duto to de sua sua interação, interação, deseus deseus inte intere ress sses es, , de seu seusconf sco nfli li tos e de seus objetivos. objetivos. Na soci socied edad ade e burg burgue uesa sa, , o proc proces esso so socia sociall — ao contrário das soci socied edad ades es pre pre ceden cedentes tes — tem caracterí característica sticastaisque staisque os home homens ns
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Uma Uma teoria teoria soci social al vera veraz, z, que que desv desven ende de a estru estru tura real real da socieda sociedade de burgu burgues esa, a, revelando revelando os seus instrume instrumentos ntos de explo exploraç ração, ão, opre opress ssão ão e reprodu reprodu ção, ção, logi logica came ment nte e só inte intere ress ssa a àqu àquele eles que que pers perse e guem uem um objeti objetivo vo que que ultra ltrap pass asse os quad quadro ros s da orde ordem m vige vigent nte. e. A esta e seus defe defens nsor ores es, , impor tam conhec conhecime imento ntos s que que lhe lhes permita permitam m gere gerenc ncia iar r o esta estabe bele leci cido do — promovend promovendo o os ajus ajustam tamen entos tos e as reforças reforças nece necess ssár ária ias s em momentos de crise crise, , pre venindo venindo even eventu tuai ais s situ situaç açõe ões s de cola colaps pso. o. Iss Isso sig sig nifica, entre entre outra outras s cois coisa as, que uma uma teoria teoria soci socia al também é função função de um ponto de vist vista a decia eciasse: m uito dificilmen te o ponto de vista vista da(s da(s) ) cla classe(s) (s) domin dominant ante( e(s) s) possi possibi bililita ta a um estu estudi dios oso o rompe romper r com as limita limitaçõe ções s que que as cont contin ingên gênci cias as dos dos inte res resses de conser conservaç vação ão da ordemsocial ordemsocial lhe impõem. Reto etomemo memoss o fio fio do nosso arg argumen umento to. . Em meado meados sdo do século século 19, estav estavam am dado dados s ospressup spressupos os tos para para a emerg emergên ênci cia a de uma teoria socia sociall capa capaz z de apreen apreender der a estrutura íntima da socie socieda dade de bur guesa — a trad tradiç ição ão cult cultur ural al acum acumu ulada lada desde o llumini lluminismo, smo, a visib visibililid idad ade e do ser soci social al como como tal tal e um movime movimento nto revol revoluci ucioná onári rio o a partir partir de cujo cujos s inter interes esses ses de cla classe sse era era possív possível el ultrapass ultrapassar ar a apa apa rênc rência ia coisi coisific ficada ada dos dos fenô fenôme meno nos s soci sociai ais. s. Marx é o pens pensad ador or que que funda funda esta teoria teoria, , num proce rocess sso o intelectual intelectual em que, que, legatá legatário rio daqu daquel ela a tradição, tradição, ele inaug naugur ura a um modo modo radi radica calm lmen ente te novo novo de com com preen preende der r a soci socie edade dade burg urguesa uesa — comp compre reen endê dê-l -la a parasuprimi-la.
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pode podem m perc perce ebê-l bê-lo o como como fruto de suas ações e desempenho desempenhos. s. Em síntese: é nasociedade nasociedade burgue burguesa sa queoshomenspodem queoshomenspodem compreen compreender-s der-secomo ecomoatores atores eautoresdasuaprópriahistória. Mas esta esta é apena enas uma uma possib possibili ilida dade de. . Como a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa se funda na explo exploraç ração ão e na opre opress ssão ão da maioria maioria peia peia minoria (e niss nissoela oela não se distingue distingue de soci socied edad ades es anterior anteriores), es), a sua dinâ mica mica produz produz, , para legi legiti timá má-l -la a minima minimamen mente te, , me canis canismo mos s que ocultam estes tes seus atributos atributos. . Tais Tais meca mecanis nismo mos s — a alien alienaçã ação o e a reificaç reificação, ão, conecta conecta das ao "fetich ism o da mercadoria",que Marx estu estu dou especialmente no pri primeir meiro o capí capítu tullo d '0 rios: a sociedade burg burgue ue Capita! — são necessário sa não pode ode exis existi tir r sem eles, que acabam por por criar criar uma uma apar aparên ênci cia a cois coisif ific icad ada a da real realid idad ade e so cial cial. . Esta aparên rência misti mistifi fica ca os fen fenóme ómenos nos so ciai ciais: s: eia esco escond nde e que que os fenôme fenômenos nos são proces ias sos, mostra-os sob a form a de coisas, alheias aos home homens ns e às suas rela relaçõ çõe es (por (por exemplo exemplo: : o capi capita tal, l, que que é uma uma rela relaçção soci social al, , aparece como como dinheiro,equipamentosetc.). A contradiç contradição ão é real: real: a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa, , ao mesm mesmo o tempo que abre abre a possibi possibilida lidade de para paratom tom ar o ser social tal tal como como ele é (pro (proce cessso que que tem tem regula regularid ridad ades es próprias), bloqueia bloqueia esta esta apre apreen ensã são. o. Quer Quer dize dizer, r, simu simult ltan anea eame ment nte e à chance de uma teori teoria a soci social al verd verdad adei eira ra, , que que apan panhe o cará caráte ter r e a dinâmica dinâmica da soci socied edad ade, e, colo coloca ca-se -se oco njunto de mecanismosqueaobstaculizam.
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A teoria teoria soci social al de Marx, Marx, pois pois, , tem comoobjeto a socie socieda dade de burg burgue uesa sa e como objetivo a sua sua ultra pass passag age em revolucionária: é uma teor teoriia da socie dadeburguesasobaóticadoproletariado,buscando dar dar cont conta a da dinâ dinâmi mica ca constit constituti utiva va do ser socia cial que ass assenta na dominânci dominância a do modo de produção produção capitalista capitalista. . Sua Sua estrei estreita ta rela relaçã ção o com o movimento operário, aliá aliás, s, nãoéexterna. Antes, éumarelação interna interna e orgânica orgânica:a :a obra marxiana marxiana concretiza, concretiza, no plan plano o teór teóric ico, o, o ponto ponto de vis vista sociop sociopol olít ítico ico de clas lasse do proleta proletaria riado. do. Conheci Conheciment mento o do mundo mundo burg burguê uês,vinculada s,vinculada umbilicalmenteaop umbilicalmenteaop rojeto revo revo lucionário,a teoria soci social al de Marx é uma daqu daquela elas s matr matriz ize es cult cultur urai ais s do mund mundo o cont contem empo porâ râne neo o a queinicialmentefizemosreferência. A outra matriz matriz importante importante proce procede de datransfor maçã mação o subs subseq eqüe üent nte e do pensam pensament ento o restaura restaurador dor e românti rom ântico co quese adequ adequaàs aàsnece necessi ssida dade desdeconser sdeconser vaçã vação, o, gestã estão o e reforma reforma da soci socied edad ade e burg burgue uesa sa. . Part Partiindo ndo dos "fato "fatos s sociais” como como realidades obje objeti tiva vas s indi indisc scut utív ívei eis, s, este pens pensam amen ento to aceita ita acriticamente a aparê aparênci ncia a imediata dos fenômenos fenômenos sociais sociais esobreela sobre elac const onstrói rói assuasref suasreflexões. lexões. Basica Basica mente, mente, é o positivismo positivismo e todas todas as suas deriv derivaç açõe ões s posteriore posteriores, s, que não não podem servis servistasap tasapen enas as como equívocos, equívocos, mas sobretudo como a incapaci incapacidade dade de o pensa pensamen mento to romper com os meca mecanis nismo mos s da alie alie naçã nação o e da reificaç reificação ão — incapa incapacid cidade ade social socialmen mente te condic condicion ionada ada, , quer quer pelo pelo ponto de vist vista a de clas lasse dos dos seus repre represe senta ntant ntes es, , quer pelo pelo arse arsena nall teórico
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Jo
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Pa
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Netto
Uma Uma teoria teoria soci social al vera veraz, z, que que desv desven ende de a estru estru tura real real da socieda sociedade de burgu burgues esa, a, revelando revelando os seus instrume instrumentos ntos de explo exploraç ração, ão, opre opress ssão ão e reprodu reprodu ção, ção, logi logica came ment nte e só inte intere ress ssa a àqu àquele eles que que pers perse e guem uem um objeti objetivo vo que que ultra ltrap pass asse os quad quadro ros s da orde ordem m vige vigent nte. e. A esta e seus defe defens nsor ores es, , impor tam conhec conhecime imento ntos s que que lhe lhes permita permitam m gere gerenc ncia iar r o esta estabe bele leci cido do — promovend promovendo o os ajus ajustam tamen entos tos e as reforças reforças nece necess ssár ária ias s em momentos de crise crise, , pre venindo venindo even eventu tuai ais s situ situaç açõe ões s de cola colaps pso. o. Iss Isso sig sig nifica, entre entre outra outras s cois coisa as, que uma uma teoria teoria soci socia al também é função função de um ponto de vist vista a decia eciasse: m uito dificilmen te o ponto de vista vista da(s da(s) ) cla classe(s) (s) domin dominant ante( e(s) s) possi possibi bililita ta a um estu estudi dios oso o rompe romper r com as limita limitaçõe ções s que que as cont contin ingên gênci cias as dos dos inte res resses de conser conservaç vação ão da ordemsocial ordemsocial lhe impõem. Reto etomemo memoss o fio fio do nosso arg argumen umento to. . Em meado meados sdo do século século 19, estav estavam am dado dados s ospressup spressupos os tos para para a emerg emergên ênci cia a de uma teoria socia sociall capa capaz z de apreen apreender der a estrutura íntima da socie socieda dade de bur guesa — a trad tradiç ição ão cult cultur ural al acum acumu ulada lada desde o llumini lluminismo, smo, a visib visibililid idad ade e do ser soci social al como como tal tal e um movime movimento nto revol revoluci ucioná onári rio o a partir partir de cujo cujos s inter interes esses ses de cla classe sse era era possív possível el ultrapass ultrapassar ar a apa apa rênc rência ia coisi coisific ficada ada dos dos fenô fenôme meno nos s soci sociai ais. s. Marx é o pens pensad ador or que que funda funda esta teoria teoria, , num proce rocess sso o intelectual intelectual em que, que, legatá legatário rio daqu daquel ela a tradição, tradição, ele inaug naugur ura a um modo modo radi radica calm lmen ente te novo novo de com com preen preende der r a soci socie edade dade burg urguesa uesa — comp compre reen endê dê-l -la a parasuprimi-la.
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A teoria teoria soci social al de Marx, Marx, pois pois, , tem comoobjeto a socie socieda dade de burg burgue uesa sa e como objetivo a sua sua ultra pass passag age em revolucionária: é uma teor teoriia da socie dadeburguesasobaóticadoproletariado,buscando dar dar cont conta a da dinâ dinâmi mica ca constit constituti utiva va do ser socia cial que ass assenta na dominânci dominância a do modo de produção produção capitalista capitalista. . Sua Sua estrei estreita ta rela relaçã ção o com o movimento operário, aliá aliás, s, nãoéexterna. Antes, éumarelação interna interna e orgânica orgânica:a :a obra marxiana marxiana concretiza, concretiza, no plan plano o teór teóric ico, o, o ponto ponto de vis vista sociop sociopol olít ítico ico de clas lasse do proleta proletaria riado. do. Conheci Conheciment mento o do mundo mundo burg burguê uês,vinculada s,vinculada umbilicalmenteaop umbilicalmenteaop rojeto revo revo lucionário,a teoria soci social al de Marx é uma daqu daquela elas s matr matriz ize es cult cultur urai ais s do mund mundo o cont contem empo porâ râne neo o a queinicialmentefizemosreferência. A outra matriz matriz importante importante proce procede de datransfor maçã mação o subs subseq eqüe üent nte e do pensam pensament ento o restaura restaurador dor e românti rom ântico co quese adequ adequaàs aàsnece necessi ssida dade desdeconser sdeconser vaçã vação, o, gestã estão o e reforma reforma da soci socied edad ade e burg burgue uesa sa. . Part Partiindo ndo dos "fato "fatos s sociais” como como realidades obje objeti tiva vas s indi indisc scut utív ívei eis, s, este pens pensam amen ento to aceita ita acriticamente a aparê aparênci ncia a imediata dos fenômenos fenômenos sociais sociais esobreela sobre elac const onstrói rói assuasref suasreflexões. lexões. Basica Basica mente, mente, é o positivismo positivismo e todas todas as suas deriv derivaç açõe ões s posteriore posteriores, s, que não não podem servis servistasap tasapen enas as como equívocos, equívocos, mas sobretudo como a incapaci incapacidade dade de o pensa pensamen mento to romper com os meca mecanis nismo mos s da alie alie naçã nação o e da reificaç reificação ão — incapa incapacid cidade ade social socialmen mente te condic condicion ionada ada, , quer quer pelo pelo ponto de vist vista a de clas lasse dos dos seus repre represe senta ntant ntes es, , quer pelo pelo arse arsena nall teórico
J o sé Pa u l o N e t t o
dequesevalem. A esse pensam pensament ento o conser conservad vador, or, tão marca marcante nte- - mente mente influenciado pelos pelos movimentos movimentos epid epide'r e'rmic micos os da socied sociedade ade burgue burguesa, sa, devem devemos os a constitu ição e o florescim ento das das chamad chamadas as ciênc ciências ias socia sociais, is, disci plinas particulares e autônomas que, que, nassua suasesp sespe e cializaç cializaçõese õese procedimentos, reproduzem reproduzem ascristali cr istali zaçõ zações es e as divisõ divisões es que existe existem m na superfície superfície da sociedade. É supe supe'r 'rfl fluo uo obse observ rvar ar que que o dese desenv nvol olvi vime ment nto o dessa matriz matriz positivi positivista sta (bem (bem como como das suas ulte riore riores s inflex inflexões ões, , como ofuncionalismo ofuncionalismo, , oestrutu- oestrutu- ral-funcionalismo,oneopositivismoestrito,oestru turalismo), turalismo), tendo semp sempre re, , franc franca a ou vela velada dame ment nte, e, Marx Marx como como interl interlocut ocutor, or, não excl exclui uiu u a continui continui dade dade e a renovaçã renovação o das das tendências tendências místicase mito- logiza logizante ntes s que que se abrig abrigav avam am na gênese do pensa ensa mento conser conservad vador. or. Aparentemente Aparentemente contrap contrapost ostas, as, a matriz positivista positivista e essas postur posturas as irracion irracionalis alistas tas dãodão-se se as mãos mãos para para prover a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa delegitimaçõesideológicas. Assi Assim, m, ao contrário contrário do que asseguram ram muitos muitos estu estud dioso iosos, s, o sécu século lo 19 não está “ supera superado" do": : as princi principai pais s matr matriz izes es inte intele lect ctua uais is nele emerge rgentes tes estã estão o mais ais viva vivase se atuante atuantesque sque nunca nunca - numpólo, a inaugu inaugurad rada a por Marx; noutro, aestabe estabele lecid cidapel apelo o positivismo. positivismo. E talvez talvez não seja falso falso suporque isto isto não não se modif modifica icará rá subs substa tanc ncia ialm lmen ente te antes tes que que o proc proces esso so histórico remova remova definitivamente da cen cena omundoburguês.
UMA TEORIA DA SOCIEDADE BURGUESA Como Como terei terei oportuni oportunidade dade de suge sugeri rir, r, os marxis marxis tas tas (e não não sóele sóeles) s) encara encaramdemanei mdemaneira ramuit muitovaria ovaria da a obra obra de Marx. As interp interpreta retaçõe ções s são numero sas, às veze vezes scon conflita flitante ntes, s, àsvezes vezescomplementares. complementares. Penso que que uma uma abord bordag age em váli válida da (mas igua igual l mente ente polê polêmi mica ca) ) é aquela que toma toma a obra obra mar mar xiana xiana como sendo, sendo, essenc essencialm ialment ente, e, uma teoria da complexo o sistem sistemáti ático co de sociedade burguesa: um complex hipóte hipóteses ses verificáveis, verificáveis, extrafdas da anál anális ise ehistórica histórica concreta, concreta, sobre sobre a gêne gênese se, , a constituição e o desen desen volvimento da organi organiza zação ção soci social al que que se estrutura estrutura quan quando do o modo de produç produção ão capita capitalilista sta se torna torna dominante dominante. . Natural Naturalment mente e que que não há cond condiç içõe ões, s, num num íivro íivro como como este, te, de extrair extrair toda todas s as cons conse e qüên qüênci cias as e impl implic icaç açõe ões s desta sta abor aborda dage gem. m. Eu me limit limitare areii ao rea realce lce dos traç traços os gerai rais da obra obra de Marxapartirdesteenfoque.
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dequesevalem. A esse pensam pensament ento o conser conservad vador, or, tão marca marcante nte- - mente mente influenciado pelos pelos movimentos movimentos epid epide'r e'rmic micos os da socied sociedade ade burgue burguesa, sa, devem devemos os a constitu ição e o florescim ento das das chamad chamadas as ciênc ciências ias socia sociais, is, disci plinas particulares e autônomas que, que, nassua suasesp sespe e cializaç cializaçõese õese procedimentos, reproduzem reproduzem ascristali cr istali zaçõ zações es e as divisõ divisões es que existe existem m na superfície superfície da sociedade. É supe supe'r 'rfl fluo uo obse observ rvar ar que que o dese desenv nvol olvi vime ment nto o dessa matriz matriz positivi positivista sta (bem (bem como como das suas ulte riore riores s inflex inflexões ões, , como ofuncionalismo ofuncionalismo, , oestrutu- oestrutu- ral-funcionalismo,oneopositivismoestrito,oestru turalismo), turalismo), tendo semp sempre re, , franc franca a ou vela velada dame ment nte, e, Marx Marx como como interl interlocut ocutor, or, não excl exclui uiu u a continui continui dade dade e a renovaçã renovação o das das tendências tendências místicase mito- logiza logizante ntes s que que se abrig abrigav avam am na gênese do pensa ensa mento conser conservad vador. or. Aparentemente Aparentemente contrap contrapost ostas, as, a matriz positivista positivista e essas postur posturas as irracion irracionalis alistas tas dãodão-se se as mãos mãos para para prover a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa delegitimaçõesideológicas. Assi Assim, m, ao contrário contrário do que asseguram ram muitos muitos estu estud dioso iosos, s, o sécu século lo 19 não está “ supera superado" do": : as princi principai pais s matr matriz izes es inte intele lect ctua uais is nele emerge rgentes tes estã estão o mais ais viva vivase se atuante atuantesque sque nunca nunca - numpólo, a inaugu inaugurad rada a por Marx; noutro, aestabe estabele lecid cidapel apelo o positivismo. positivismo. E talvez talvez não seja falso falso suporque isto isto não não se modif modifica icará rá subs substa tanc ncia ialm lmen ente te antes tes que que o proc proces esso so histórico remova remova definitivamente da cen cena omundoburguês.
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No capítulo capítulo prec preced eden ente te, , vimo vimos s que que a obra obra de Marx não surge na cultu cultura ra e na hist histór ória ia ocid ociden en tais tais como como um raio raio ines inespe pera rado do em céu sere sereno no. . Re sult sultan ante te de um conte context xto o socio sociopol polít ític ico o dete determ rmi i nado, elaé elaé uma resp respos osta ta aos aos problemas problemas colocados colocados pela pela socie socieda dade de burg burgue uesa sa e uma uma proposta proposta de inter venç venção ão que que tem tem como como centr centro o a clas lasse oper operár ária ia.. Esses dois aspectos aspectos são são insepará inseparáveis veis,, é a partir partir da persp rspecti ectivva da rev revolu olução ção que Marx Marx pensa a soci socie edad dade burg burgue uesa sa; ; a prát prátic ica a política política que que pode pode conduzir conduz ir à ultrap ultrapass assage agem m desta desta socied sociedade ade fornece- fornece- lhe lhe o ponto ponto arqu arquime imedi dian ano o do qual qual arra arranc nca a a sua refl reflex exão ão. . A pers erspect pectiv iva a revo revolu luci cion onár ária ia conf confer ere e susten sustenta tação ção socia sociall ao caráte caráter r radicalment radicalmente e crítico da teor teoria ia marx marxia iana na, , um cará caráte ter r aliá liás impr impres esci cin n dível dível a qualq qualque uer r conhe conheci cimen mento to que não não se con con tente apenas com com a cons consta tata taçã ção o dos dos fatos fatos — mas que tome tome os fato fatos s como como sina inais e índ índices ices, , avan çando dele deles s para para os proce process ssos os nos nos quais quais adquirem sentid sentido o e signif significa icaçã ção. o. 0 conteúd conteúdo o crítico daobra aobra de Marx, Marx, portanto, portanto, é uma uma sínt síntes ese e de exig exigê ência ncias s teóri teóricas cas e prát prátic icas as, , permitindo permitindo a produçã produção o de um conhec conhecime imento nto vincu vincula lado do explici explicitame tamente nte à tran trans s formaçãosocialestrutural. é evident evidente, e, porém,que porém,quea aobramarxian obramarxiana,a a,ap p artir dos dos pres pressu supo post stos os que que indiquei indiquei, , não não se construi construiu u deumsógolpe.Nãoéesteolugarparaquesetrace um roteir roteiro o biográ biográfi fico co de Marx (1818(1818-1883 1883), ), nem para para mencio menciona nar r a importân importância cia crucia cruciall da sua cola cola boraçã boração o com Enge Engels ls (1820-1895). E, meno menosain sainda da..
UMA TEORIA DA SOCIEDADE BURGUESA Como Como terei terei oportuni oportunidade dade de suge sugeri rir, r, os marxis marxis tas tas (e não não sóele sóeles) s) encara encaramdemanei mdemaneira ramuit muitovaria ovaria da a obra obra de Marx. As interp interpreta retaçõe ções s são numero sas, às veze vezes scon conflita flitante ntes, s, àsvezes vezescomplementares. complementares. Penso que que uma uma abord bordag age em váli válida da (mas igua igual l mente ente polê polêmi mica ca) ) é aquela que toma toma a obra obra mar mar xiana xiana como sendo, sendo, essenc essencialm ialment ente, e, uma teoria da complexo o sistem sistemáti ático co de sociedade burguesa: um complex hipóte hipóteses ses verificáveis, verificáveis, extrafdas da anál anális ise ehistórica histórica concreta, concreta, sobre sobre a gêne gênese se, , a constituição e o desen desen volvimento da organi organiza zação ção soci social al que que se estrutura estrutura quan quando do o modo de produç produção ão capita capitalilista sta se torna torna dominante dominante. . Natural Naturalment mente e que que não há cond condiç içõe ões, s, num num íivro íivro como como este, te, de extrair extrair toda todas s as cons conse e qüên qüênci cias as e impl implic icaç açõe ões s desta sta abor aborda dage gem. m. Eu me limit limitare areii ao rea realce lce dos traç traços os gerai rais da obra obra de Marxapartirdesteenfoque.
O que c marxismo
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para para arrolar os seus livros livros principais principais — o pensa pensador dor alemã alemão o que nasc nasceu eu em Trève Trèves, s, viveu viveu na Franç França a e na Bélgic lgica a e, depoi epois s de 1850 1850, , expe experi rimen mento tou u o exílio em Lond Londres res, , deixou deixou um acer acervo vo de textose uma uma copios copiosa a correspo correspondê ndência ncia que, que, aind ainda a hoje, hoje, se oferec oferecem em como um vasto vasto campo campo para para a pesq pesqui uisa sa. . Mas édeassinalar deassinalarquesu quesuaob aobra ra éfru fr u to deumalonga maturaç maturação, ão, que ocupa ocupa pelo pelo menos menos dois dois quintosdo tempo em que Marx trabalhou. Comefeito, Comefeito, nasu nasua a trajetór trajetória ia intel intelect ectual ual (de (de 1841 841 até oiníciodadé oiníciodadé cada cada de 80) são perceptí perceptíveis veis momentosdiferencia momentosdiferencia dos,interrupçõeseretomadas. A existência de giros nessa evoluçãocomplicada evoluçãocomplicada deu motivo motivo a inte interp rpre reta taçõ ções es que que chegam a opor o “ jovem ovem Marx“ Marx“ ao “ Marx Marx da matur maturid idad ade" e". . Tais interpretaçõessão equivocada equivocadas: s:de desd sde e 1843 (quan do elabora elabora a sua sua primeirac rítica a Hege Hegel), l),open opensa sa mento mento marxiano marxiano se dese desenr nrol ola a num perc percur urso so que que obede edece a uma rigo rigoro rossa lógi lógica ca, , subo subord rdin inad ada a ao objetivo objetiv o de compreender a socied sociedade ade burgu burguesa esa. . Os pass passos os sucess sucessivo ivos s de Marx, Mar x, nesta nesta via, se distinguem distingue m pelo pelo grau grau de concreticida concreticidade de que progre progressi ssiva vamen mente te alcan alcança ça e que, em larg larga a medida, medida,sã sãocondicionados ocondicionados pela pela sua experiênc experiência ia como teóricoedirigenterevo teóricoedirigenterevo lucionário e pelas pelas lutas dacla daclass sseoperári eoperáriaeuropéia. aeuropéia. Esta evolu voluçção tem tem um ponto ponto de arranque, em 1844 1844/1 /184 845, 5, na críti crítica ca a que Marx, Marx, com com Engels, submet submete e a concep concepção ção de filosofia vigent vigente e (A Ideo patama mar r orig origin inal al logia Alemã); avança para um pata em 1847/1848, 1847/1848, quando quando ele real realiz iza a a sua primeir primeira a
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No capítulo capítulo prec preced eden ente te, , vimo vimos s que que a obra obra de Marx não surge na cultu cultura ra e na hist histór ória ia ocid ociden en tais tais como como um raio raio ines inespe pera rado do em céu sere sereno no. . Re sult sultan ante te de um conte context xto o socio sociopol polít ític ico o dete determ rmi i nado, elaé elaé uma resp respos osta ta aos aos problemas problemas colocados colocados pela pela socie socieda dade de burg burgue uesa sa e uma uma proposta proposta de inter venç venção ão que que tem tem como como centr centro o a clas lasse oper operár ária ia.. Esses dois aspectos aspectos são são insepará inseparáveis veis,, é a partir partir da persp rspecti ectivva da rev revolu olução ção que Marx Marx pensa a soci socie edad dade burg burgue uesa sa; ; a prát prátic ica a política política que que pode pode conduzir conduz ir à ultrap ultrapass assage agem m desta desta socied sociedade ade fornece- fornece- lhe lhe o ponto ponto arqu arquime imedi dian ano o do qual qual arra arranc nca a a sua refl reflex exão ão. . A pers erspect pectiv iva a revo revolu luci cion onár ária ia conf confer ere e susten sustenta tação ção socia sociall ao caráte caráter r radicalment radicalmente e crítico da teor teoria ia marx marxia iana na, , um cará caráte ter r aliá liás impr impres esci cin n dível dível a qualq qualque uer r conhe conheci cimen mento to que não não se con con tente apenas com com a cons consta tata taçã ção o dos dos fatos fatos — mas que tome tome os fato fatos s como como sina inais e índ índices ices, , avan çando dele deles s para para os proce process ssos os nos nos quais quais adquirem sentid sentido o e signif significa icaçã ção. o. 0 conteúd conteúdo o crítico daobra aobra de Marx, Marx, portanto, portanto, é uma uma sínt síntes ese e de exig exigê ência ncias s teóri teóricas cas e prát prátic icas as, , permitindo permitindo a produçã produção o de um conhec conhecime imento nto vincu vincula lado do explici explicitame tamente nte à tran trans s formaçãosocialestrutural. é evident evidente, e, porém,que porém,quea aobramarxian obramarxiana,a a,ap p artir dos dos pres pressu supo post stos os que que indiquei indiquei, , não não se construi construiu u deumsógolpe.Nãoéesteolugarparaquesetrace um roteir roteiro o biográ biográfi fico co de Marx (1818(1818-1883 1883), ), nem para para mencio menciona nar r a importân importância cia crucia cruciall da sua cola cola boraçã boração o com Enge Engels ls (1820-1895). E, meno menosain sainda da..
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para para arrolar os seus livros livros principais principais — o pensa pensador dor alemã alemão o que nasc nasceu eu em Trève Trèves, s, viveu viveu na Franç França a e na Bélgic lgica a e, depoi epois s de 1850 1850, , expe experi rimen mento tou u o exílio em Lond Londres res, , deixou deixou um acer acervo vo de textose uma uma copios copiosa a correspo correspondê ndência ncia que, que, aind ainda a hoje, hoje, se oferec oferecem em como um vasto vasto campo campo para para a pesq pesqui uisa sa. . Mas édeassinalar deassinalarquesu quesuaob aobra ra éfru fr u to deumalonga maturaç maturação, ão, que ocupa ocupa pelo pelo menos menos dois dois quintosdo tempo em que Marx trabalhou. Comefeito, Comefeito, nasu nasua a trajetór trajetória ia intel intelect ectual ual (de (de 1841 841 até oiníciodadé oiníciodadé cada cada de 80) são perceptí perceptíveis veis momentosdiferencia momentosdiferencia dos,interrupçõeseretomadas. A existência de giros nessa evoluçãocomplicada evoluçãocomplicada deu motivo motivo a inte interp rpre reta taçõ ções es que que chegam a opor o “ jovem ovem Marx“ Marx“ ao “ Marx Marx da matur maturid idad ade" e". . Tais interpretaçõessão equivocada equivocadas: s:de desd sde e 1843 (quan do elabora elabora a sua sua primeirac rítica a Hege Hegel), l),open opensa sa mento mento marxiano marxiano se dese desenr nrol ola a num perc percur urso so que que obede edece a uma rigo rigoro rossa lógi lógica ca, , subo subord rdin inad ada a ao objetivo objetiv o de compreender a socied sociedade ade burgu burguesa esa. . Os pass passos os sucess sucessivo ivos s de Marx, Mar x, nesta nesta via, se distinguem distingue m pelo pelo grau grau de concreticida concreticidade de que progre progressi ssiva vamen mente te alcan alcança ça e que, em larg larga a medida, medida,sã sãocondicionados ocondicionados pela pela sua experiênc experiência ia como teóricoedirigenterevo teóricoedirigenterevo lucionário e pelas pelas lutas dacla daclass sseoperári eoperáriaeuropéia. aeuropéia. Esta evolu voluçção tem tem um ponto ponto de arranque, em 1844 1844/1 /184 845, 5, na críti crítica ca a que Marx, Marx, com com Engels, submet submete e a concep concepção ção de filosofia vigent vigente e (A Ideo patama mar r orig origin inal al logia Alemã); avança para um pata em 1847/1848, 1847/1848, quando quando ele real realiz iza a a sua primeir primeira a
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abordage abordagem m de con junto jun to da socied sociedade ade burgue burguesa sa (na (na Miséria da Filosofia e, com com Engels, ls, no Manifesto atinge ge seu pleno pleno des desen en do Partido Comunista) e atin volvimento entre 1857/1858,comadesc 1857/1858,comadescober obertada tadass dete determ rmin inaç açõe ões s fund fundame ament ntai ais s da vida vida socia ociall bur guesa guesa (nosfamosos (nosfam osos Grundrisse,manuscritosprévios Cap itai).. a'O Capitai) Nessa ssa evolução, evolução, naturalmente que há passa ssagens mais mais ou meno menos s relev relevan antes tes; ; o espóli espólio o marxiano não não tem tem valo valor r unifor uniforme me e nem toda todas s as refl reflex exõe ões s de Marx se mostram mostram hoje hoje igualm igualment ente e válida válidas, s, E tarefa tarefa dacrfticaavaliaroque,naciclópicaobramarxiana, trans transce cend nde e os limites limites histór histórico icos s de Marx e oque, oque, decorridos decorridos cem cem anos anos desd desde e a sua morte, deve deve ser deixado de mão, mão, como lastro lastrosupe superad radopelotempo opelotempo e pela pelas s modificações modificações sofridaspela realidade realidade social. social. E também também consider considerand ando o a maturaç maturação ão do pens pensa a mento de Marx que se podeequac podeequaciona ionarconven rconvenien ien temente asua relaçã relaçãocom ocom obloco o blococultu cultural ral progres progres sista a que já me refe referi ri. . Sugeri, ri, no capft capftul ulo o an an terior, terior, que esta rela relaçã ção o é, ao mesm mesmo o tempo tempo, , de continuidad continuidade e e de ruptura — uma umasuperação,como diriam os filósofos, filósofos, é na sua evol evoluçã ução o intele intelectua ctuall que que Marx Marx se vai livra livrando ndo das "influências" "influências" e arti cula culand ndo o o modo modo radi radica calm lmen ente te novo novo de pensar sar a socie socieda dade de. . Nest Neste e proce process sso, o, a sua sua reflexão res resgata ata daqu daquel ele e bloco bloco todo um conjunto conjunto de proced procedime imen n tos, temas, temas, idéias idéiase e categorias categorias; ;m maso aso faznumaope faz numaope raçã ração o crftica, tanto mais mais rigor rigoros osaquanto aquanto maisdefi aisdefi nido se toma o seu projetoteóric projetoteórico. o. A conc concep epçã ção o
0 que é marxismo
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dial dialét étic ica a (qu (que recu recupe pero rou u de Heg Hegel), l), a teor teoria ia do valor-tr valor-trabal abalho ho (que (que tomou de Smith e Ricard Ricardo), o), a denúnc denúncia ia da miséri miséria a da vida sob o capitalismo capitalismo e o apei apeio o a uma uma nova nova orde ordem m soci socia al (que (que encon encontro trou u nos cham chamad ados os "soci "sociali alista stas s utópicos"), o reco reconh nhe e cimento cimento do pape papell histórico histórico fundament fundamental al das luta lutas s de clas lasses (prese (presente nte nos nos historiador historiadores es das revolu revolu ções burgu rguesas) — todo este patrimôni patrimônio o é incor incor porado porado por Marx e só rec recebe um tratamento tratamento con clus clusiv ivo o à medi medida da que que seu próprio pens pensam amen ento to se clarific clarifica. a. E esta sta clarif clarifica icação ção vem vem no curs curso o de con fron tos com a realidade realidade social social da época, época, de acesas polê polêmi mica cas s com os soci social alis ista tas s conte contempo mporân râneos eos e nela nelaép éprim rimordia ordia l acolaboraçãocom Enge Engels ls.. A incor incorpo pora ração ção desse ace acervo rvo teóri teóricoco-cul cultur tural, al, porq porque ue crfti crftica, ca, não foi arbit arbitrá rári ria. a. Impl Implic icou ou uma criteri criteriosa osa sele seleçã ção o e, aind ainda, a, a atribuiç atribuição ão de novo novos s e diferencia diferenciados dos sentid sentidos os e conteúdo conteúdos s a conqui conquista stas s intele intelectu ctuais ais anter anterior iores. es. Marx assi assimi milo lou u a hera heranç nça a cultura! progr progres essi sista sta reelab reelabora orando ndo-a -a para para os obje tivo tivos s de suas inv investig tigações, sint sintet etiz izad adas as num texto de janeir janeiro o de 1859 1859 (o prefá prefáci cio o à obra obra Para a Crftica da da Economia Polít ica): "O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu-me de fio condutor de meus estudos, pode ser formulado em poucas palavras: na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessá necessárias rias e inde ind e pendentes da sua vontade, relações de produção estas estas que corresp cor responde ondem m a uma etapa determinada deter minada
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abordage abordagem m de con junto jun to da socied sociedade ade burgue burguesa sa (na (na Miséria da Filosofia e, com com Engels, ls, no Manifesto atinge ge seu pleno pleno des desen en do Partido Comunista) e atin
volvimento entre 1857/1858,comadesc 1857/1858,comadescober obertada tadass dete determ rmin inaç açõe ões s fund fundame ament ntai ais s da vida vida socia ociall bur guesa guesa (nosfamosos (nosfam osos Grundrisse,manuscritosprévios Cap itai).. a'O Capitai) Nessa ssa evolução, evolução, naturalmente que há passa ssagens mais mais ou meno menos s relev relevan antes tes; ; o espóli espólio o marxiano não não tem tem valo valor r unifor uniforme me e nem toda todas s as refl reflex exõe ões s de Marx se mostram mostram hoje hoje igualm igualment ente e válida válidas, s, E tarefa tarefa dacrfticaavaliaroque,naciclópicaobramarxiana, trans transce cend nde e os limites limites histór histórico icos s de Marx e oque, oque, decorridos decorridos cem cem anos anos desd desde e a sua morte, deve deve ser deixado de mão, mão, como lastro lastrosupe superad radopelotempo opelotempo e pela pelas s modificações modificações sofridaspela realidade realidade social. social. E também também consider considerand ando o a maturaç maturação ão do pens pensa a mento de Marx que se podeequac podeequaciona ionarconven rconvenien ien temente asua relaçã relaçãocom ocom obloco o blococultu cultural ral progres progres sista a que já me refe referi ri. . Sugeri, ri, no capft capftul ulo o an an terior, terior, que esta rela relaçã ção o é, ao mesm mesmo o tempo tempo, , de continuidad continuidade e e de ruptura — uma umasuperação,como diriam os filósofos, filósofos, é na sua evol evoluçã ução o intele intelectua ctuall que que Marx Marx se vai livra livrando ndo das "influências" "influências" e arti cula culand ndo o o modo modo radi radica calm lmen ente te novo novo de pensar sar a socie socieda dade de. . Nest Neste e proce process sso, o, a sua sua reflexão res resgata ata daqu daquel ele e bloco bloco todo um conjunto conjunto de proced procedime imen n tos, temas, temas, idéias idéiase e categorias categorias; ;m maso aso faznumaope faz numaope raçã ração o crftica, tanto mais mais rigor rigoros osaquanto aquanto maisdefi aisdefi nido se toma o seu projetoteóric projetoteórico. o. A conc concep epçã ção o
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dial dialét étic ica a (qu (que recu recupe pero rou u de Heg Hegel), l), a teor teoria ia do valor-tr valor-trabal abalho ho (que (que tomou de Smith e Ricard Ricardo), o), a denúnc denúncia ia da miséri miséria a da vida sob o capitalismo capitalismo e o apei apeio o a uma uma nova nova orde ordem m soci socia al (que (que encon encontro trou u nos cham chamad ados os "soci "sociali alista stas s utópicos"), o reco reconh nhe e cimento cimento do pape papell histórico histórico fundament fundamental al das luta lutas s de clas lasses (prese (presente nte nos nos historiador historiadores es das revolu revolu ções burgu rguesas) — todo este patrimôni patrimônio o é incor incor porado porado por Marx e só rec recebe um tratamento tratamento con clus clusiv ivo o à medi medida da que que seu próprio pens pensam amen ento to se clarific clarifica. a. E esta sta clarif clarifica icação ção vem vem no curs curso o de con fron tos com a realidade realidade social social da época, época, de acesas polê polêmi mica cas s com os soci social alis ista tas s conte contempo mporân râneos eos e nela nelaép éprim rimordia ordia l acolaboraçãocom Enge Engels ls.. A incor incorpo pora ração ção desse ace acervo rvo teóri teóricoco-cul cultur tural, al, porq porque ue crfti crftica, ca, não foi arbit arbitrá rári ria. a. Impl Implic icou ou uma criteri criteriosa osa sele seleçã ção o e, aind ainda, a, a atribuiç atribuição ão de novo novos s e diferencia diferenciados dos sentid sentidos os e conteúdo conteúdos s a conqui conquista stas s intele intelectu ctuais ais anter anterior iores. es. Marx assi assimi milo lou u a hera heranç nça a cultura! progr progres essi sista sta reelab reelabora orando ndo-a -a para para os obje tivo tivos s de suas inv investig tigações, sint sintet etiz izad adas as num texto de janeir janeiro o de 1859 1859 (o prefá prefáci cio o à obra obra Para a Crftica da da Economia Polít ica): "O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu-me de fio condutor de meus estudos, pode ser formulado em poucas palavras: na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessá necessárias rias e inde ind e pendentes da sua vontade, relações de produção estas estas que corresp cor responde ondem m a uma etapa determinada deter minada
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de desenvolvimento das suas forças produtivas materia materiais. is. A totalidade dest destas as relações relações de prod pr odu u ção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual qua l se levanta levanta uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais determinadas determinadas de consciên consciência. cia. 0 modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que deter mina min a a sua consciência. Em uma certa etapa de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as rela ções de produção existentes ou, o que nada mais é do que a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade dentro das quais aquelas até então se tinham movido. movi do. De D e formas de desenvolvimento desenvolvi mento das forças produ p rodutiva tivas s essa essas s relações se se transformam tr ansformam em seus grilhões. grilhões. Sobrevêm então uma época de revoluçã rev olução o social. social. Com a transformação t ransformação da base base econômica, toda a enorme superestrutura se trans forma com maior ou menor rapidez. Na considera ção de tais transformações é necessário distinguir sempre entre a transformação material das condi ções econômicas de produção, que pode ser objeto de rigorosa verificação da ciência natural, e as formas jurídicas, política polí ticas, s, religiosa religiosas, s, artísticas ou filosóficas, em resumo, as formas ideológicas pelas quais os homens tomam consciência desse conflito e o conduzem até o fim. Assim como não se julga o
que um ind ivíduo ivídu o é a partir do julgame julgamento nto que ele ele faz de si mesmo, da mesma maneira não se pode julgar uma época de transformaçã transformação o a partir par tir da sua sua própria consciência; ao contrário, é preciso explicar essa consciência a partir das contradições da vida material, material, a par tir do confl co nflito ito existente entre entre as forças produtivas sociais e as relações de produ ção. ção. Uma formação social soci al nunca perece antes que estejam estejam desenvolvidas todas as forças produtiva prod utivas s para as quais ela é suficientemente desenvolvida, e novas relações de produção mais adiantadas jamais tomarão o lugar l ugar antes que suas suas condições condi ções mate riais riai s de existência exi stência tenham tenham sido geradas geradas no seio mesmo mesmo da velha velha socieda sociedade. de. £ po r isto que a huma nidade só se prop pr opõe õe as tarefas que pode po de resolver, pois, se se considera mais atentamente, se che gará à conclusão de que a própria tarefa só aparece onde as condições materiais de sua solução já existem, ou, pelo pe lo menos, menos, são captadas no processo do seu devir. Em grandes grandes traços, podem ser ca racterizadas como épocas progressivas da formação econômica da sociedade os modos de produção: asiático, antigo, feudal e burguês moderno. As relações burguesas de produção constituem a última forma antagônica antagônica do processo social de produção; antagônicas não em um sentido indi vidual, mas de um antagonismo antag onismo nascente das condições sociais de vida dos indivíduos; contudo, as forças produtivas que se encontram em desen volvimento no seio da sociedade burguesa criam ao
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de desenvolvimento das suas forças produtivas materia materiais. is. A totalidade dest destas as relações relações de prod pr odu u ção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual qua l se levanta levanta uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais determinadas determinadas de consciên consciência. cia. 0 modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que deter mina min a a sua consciência. Em uma certa etapa de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as rela ções de produção existentes ou, o que nada mais é do que a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade dentro das quais aquelas até então se tinham movido. movi do. De D e formas de desenvolvimento desenvolvi mento das forças produ p rodutiva tivas s essa essas s relações se se transformam tr ansformam em seus grilhões. grilhões. Sobrevêm então uma época de revoluçã rev olução o social. social. Com a transformação t ransformação da base base econômica, toda a enorme superestrutura se trans forma com maior ou menor rapidez. Na considera ção de tais transformações é necessário distinguir sempre entre a transformação material das condi ções econômicas de produção, que pode ser objeto de rigorosa verificação da ciência natural, e as formas jurídicas, política polí ticas, s, religiosa religiosas, s, artísticas ou filosóficas, em resumo, as formas ideológicas pelas quais os homens tomam consciência desse conflito e o conduzem até o fim. Assim como não se julga o
que um ind ivíduo ivídu o é a partir do julgame julgamento nto que ele ele faz de si mesmo, da mesma maneira não se pode julgar uma época de transformaçã transformação o a partir par tir da sua sua própria consciência; ao contrário, é preciso explicar essa consciência a partir das contradições da vida material, material, a par tir do confl co nflito ito existente entre entre as forças produtivas sociais e as relações de produ ção. ção. Uma formação social soci al nunca perece antes que estejam estejam desenvolvidas todas as forças produtiva prod utivas s para as quais ela é suficientemente desenvolvida, e novas relações de produção mais adiantadas jamais tomarão o lugar l ugar antes que suas suas condições condi ções mate riais riai s de existência exi stência tenham tenham sido geradas geradas no seio mesmo mesmo da velha velha socieda sociedade. de. £ po r isto que a huma nidade só se prop pr opõe õe as tarefas que pode po de resolver, pois, se se considera mais atentamente, se che gará à conclusão de que a própria tarefa só aparece onde as condições materiais de sua solução já existem, ou, pelo pe lo menos, menos, são captadas no processo do seu devir. Em grandes grandes traços, podem ser ca racterizadas como épocas progressivas da formação econômica da sociedade os modos de produção: asiático, antigo, feudal e burguês moderno. As relações burguesas de produção constituem a última forma antagônica antagônica do processo social de produção; antagônicas não em um sentido indi vidual, mas de um antagonismo antag onismo nascente das condições sociais de vida dos indivíduos; contudo, as forças produtivas que se encontram em desen volvimento no seio da sociedade burguesa criam ao
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mesmo mesmo tempo as condições cond ições materiais para a so lução dess desse e antagonismo. D a í que com ess essa a fo r mação social se encerra a pré-história da sociedade humana."
Queo Queo leito r me perdoe a longa longatranscrição transcrição — ela, poném, ofer ofere ece uma uma exce excele lent nte e súmu súmula la do trata trata mento mento a que Marx Marx subm submet etia ia que questõe tões tão tão funda funda mentai mentais s como como ser ser e consci consciênc ência ia soci sociai ais, s, produção produção social ial e orga rganiz nização ação soci socioc ocul ultu tura ral, l, ideo ideolo logi gia a e revo revolu lução ção. . E, a propósito propósito das inve invest stig igaç açõe ões s marmarxianas, dois aspecto ctos devem mere erecer cer a nossa atenção. Em prime primeir iro o luga ugar, Marx Marx enfo enfoca ca a sociedade burguesa como como produt produto o de um proc rocesso plur pluris is secu secula lar, r, no qual qual cert certas as poss possib ibililid idad ades es do gêne gênero ro humano humano não só se explicitam como, ainda, ainda, serv servem em para para ilumin ar etapa etapas s históricas históricas precede precedentes,Nas ntes,Nasu ua ótica, é o prese resent nte e que esclare larecce o passado — o mais complex complexo o ajud ajuda a a expli explicar car o mais sim simple ples. Cons Conseq eqüe üent ntem emen ente te, , ao elab elabor orar ar a sua teori teoria a da sociedade burguesa, Marx Marx estabeleceu dete deter r minaç inaçõe ões s de vali valide dez z mais ampl ampla. a. Foi Foi desta ma neira eira que que con conceb cebeu o home homem m como como um ser prá tico e social, produzindo-se a si mesmo atra vés das das sua suas objetivações objetivações (a praxis, de que opro cesso do trabalho é o mome moment nto o pri privile vilegi giad ado) o) e orga rganiza nizand ndo o as suas relações com com os outr outros os homens ens e com com a natu aturez reza conf confor orme me o níve nível l de desenvolvimento desenvolvimento dos meios meios pelos pelosquai quais s se mantém ereproduzenquantohomem.
A teoria marxiana toma a sociedade (burguesa) como uma totalidade, um sistema dinâmico e contraditório. contraditório. . .
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mesmo mesmo tempo as condições cond ições materiais para a so lução dess desse e antagonismo. D a í que com ess essa a fo r mação social se encerra a pré-história da sociedade humana."
Queo Queo leito r me perdoe a longa longatranscrição transcrição — ela, poném, ofer ofere ece uma uma exce excele lent nte e súmu súmula la do trata trata mento mento a que Marx Marx subm submet etia ia que questõe tões tão tão funda funda mentai mentais s como como ser ser e consci consciênc ência ia soci sociai ais, s, produção produção social ial e orga rganiz nização ação soci socioc ocul ultu tura ral, l, ideo ideolo logi gia a e revo revolu lução ção. . E, a propósito propósito das inve invest stig igaç açõe ões s marmarxianas, dois aspecto ctos devem mere erecer cer a nossa atenção. Em prime primeir iro o luga ugar, Marx Marx enfo enfoca ca a sociedade burguesa como como produt produto o de um proc rocesso plur pluris is secu secula lar, r, no qual qual cert certas as poss possib ibililid idad ades es do gêne gênero ro humano humano não só se explicitam como, ainda, ainda, serv servem em para para ilumin ar etapa etapas s históricas históricas precede precedentes,Nas ntes,Nasu ua ótica, é o prese resent nte e que esclare larecce o passado — o mais complex complexo o ajud ajuda a a expli explicar car o mais sim simple ples. Cons Conseq eqüe üent ntem emen ente te, , ao elab elabor orar ar a sua teori teoria a da sociedade burguesa, Marx Marx estabeleceu dete deter r minaç inaçõe ões s de vali valide dez z mais ampl ampla. a. Foi Foi desta ma neira eira que que con conceb cebeu o home homem m como como um ser prá tico e social, produzindo-se a si mesmo atra vés das das sua suas objetivações objetivações (a praxis, de que opro cesso do trabalho é o mome moment nto o pri privile vilegi giad ado) o) e orga rganiza nizand ndo o as suas relações com com os outr outros os homens ens e com com a natu aturez reza conf confor orme me o níve nível l de desenvolvimento desenvolvimento dos meios meios pelos pelosquai quais s se mantém ereproduzenquantohomem.
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Em segu segund ndo o lugar, lugar, um traço distin tivo dateoria marxi marxiana ana é que que ela toma a soci socied edad ade e (bur (burgu gues esa) a) como uma uma totalidade: não como como um conjunto conjunto de parte partes s que se integram integram funcionalmente (um todo) , mas como como um sistem tema dinâ dinâmi mico co e contradi contraditór tório io de rela relaçõ ções es articula articuladas das que que se implicam e se expli cam estr strutu uturalme almen nte. É uma teori oria que quer apanhar apanhar o movimento constitutivodosocial—mo vimento que que se expr expres essa sa sob sob formas formas econôm econômica icas, s, políticas e culturais, culturais, mas que que extra extrava vasa sa todasela todaselass. Por isso isso, , a anál anális ise e da organ organiza ização ção da econom economia ia (a crítica da econo economia mia política) é o ponto de irradia irradia ção ção para a aná anális lise da estr estrut utur ura a de classes e da func funcio iona nalilida dade de do pode poder r (a críti crítica ca do Estad tado) e das form formul ulaç açõe ões s jurídi jurídico-po co-polílíti ticas cas (a crític crítica a da ideologia). E a pesq pesquis uisa a dest destas as dimensõ dimensõesdosoc esdosocial ial remete remete de uma uma a outra — assi assim m, aanális análisedomovi edomovi mento do capita capitall reme remete te à anál anális ise e do movimento movimento das cla classe sses etc. Compre Compreend ende-s e-se, e, pois, que em Marx exista exista uma uma teoriadasociedadeburguesaquepouco tem a ver com as ciências sociais especializ especializada adas s (econo (economia mia, , socio sociolo logi gia a etc.), etc.), aind ainda a que que oper opere e com com os mesm mesmos os materi materiais ais que serv servem em de objeto a elas las. Da mesma forma, forma, fica fica óbvio óbvio que, que, na teori teoria a mar mar xiana, xiana, não não há lugar lugar para para qualquerconce qualquerconcepçã pção o fato- rialista rialista da socie sociedad dade e ou da história história (a predominân cia abstratado"f abstratado"f a to r econômic econ ômico"ousemelh o"ousemelhant antes) es).. Esses dois dois aspe aspect ctos os carde rdeais do pens pensam amen ento to marxi marxiano ano rela relacciona ionamm-sse ao método método de pesquisa isa de Marx Marx. . O seu proc proced edim imen ento to cons consis isti tia a sempre
A teoria marxiana toma a sociedade (burguesa) como uma totalidade, um sistema dinâmico e contraditório. contraditório. . .
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em avançar do empír empíric ico o (os "fatos"), "fatos"), apanhar as suas rela relaçõ ções es com outros conjuntos empíricos, empíricos, invest investig igar ar a sua gênese histórica histórica e o seu desenv desenvol ol vime viment nto o inter interno no e reco recons nstr trui uir, r, no plan plano o do pen same sament nto, o, todo este proc rocesso. O circuito circuito inve invest stiigativ ativo, o, reco recorr rren endo do comp compul ulso sori riam amen ente te à abst abstra ra ção, ção, retornava retornava sempre sempre aose aoseu u pon to de partida — e, a cada reto retorn rno, o, compre mpreen endi dia a-o de modo modo cada vez vez mais mais inclusivo inclusivo e abran abrange gente nte. . Os fatos, a cad cada nova abor aborda dage gem, m, se apre aprese sent ntam am como produtos produtos de rela relaçõ ções es históri históricas cas cresce crescente ntemen mente te comple complexas xas e medi mediat atiz izad adas as — pode podend ndo o ser conte contextu xtual aliz izad ados os de modo concretoe inseri inseridos dosno no movimento maior que que os enge engend ndra ra. . É um método,p ortanto, que,em que,em aproximaçõe aproximações s suce sucess ssiv ivas as ao real, real, agarr agarra a a história dos proces processos sos simultaneamente simultane amente às suas suas particulari dades internas. Um método método que que não se forja forja inde inde pende endent ntem eme ente nte do obje objeto to que se pesquisa — o mét método odo é uma relação necessária pela qual o sujeit sujeito o que que inve invest stig iga a pode pode reproduzir reproduzir intelectual intelectual menteo menteo proce process ssodo odoobjeto objeto investiga investigado. do. A análise ise da socied iedade burgu rguesa (rea (realliza izada tendo tendo como como refe referê rênc ncia ia a Ingl Inglat aterr erra, a, o país país capi capi talista talista mais mais prog progre ress ssis ista ta do seu tempo) reve revela la-a -a a Marx como como uma form forma a de orga rganização social extre xtrema mame ment nte e dinâ dinâmi mica ca, , a mais avançada de quan quanta tas s embasadas na prop propri ried edad ade e priv privad ada a dos meio meios s de produção produção e na divisã divisão o soci social al dotrabalho, pren prenun unci ciad ador ora a do fim da "pré-hi "pré-histór stória ia human humana". a". Nela Nela, , toda todas s as contra contradiç dições ões do movimento movimento soci social al
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Em segu segund ndo o lugar, lugar, um traço distin tivo dateoria marxi marxiana ana é que que ela toma a soci socied edad ade e (bur (burgu gues esa) a) como uma uma totalidade: não como como um conjunto conjunto de parte partes s que se integram integram funcionalmente (um todo) , mas como como um sistem tema dinâ dinâmi mico co e contradi contraditór tório io de rela relaçõ ções es articula articuladas das que que se implicam e se expli cam estr strutu uturalme almen nte. É uma teori oria que quer apanhar apanhar o movimento constitutivodosocial—mo vimento que que se expr expres essa sa sob sob formas formas econôm econômica icas, s, políticas e culturais, culturais, mas que que extra extrava vasa sa todasela todaselass. Por isso isso, , a anál anális ise e da organ organiza ização ção da econom economia ia (a crítica da econo economia mia política) é o ponto de irradia irradia ção ção para a aná anális lise da estr estrut utur ura a de classes e da func funcio iona nalilida dade de do pode poder r (a críti crítica ca do Estad tado) e das form formul ulaç açõe ões s jurídi jurídico-po co-polílíti ticas cas (a crític crítica a da ideologia). E a pesq pesquis uisa a dest destas as dimensõ dimensõesdosoc esdosocial ial remete remete de uma uma a outra — assi assim m, aanális análisedomovi edomovi mento do capita capitall reme remete te à anál anális ise e do movimento movimento das cla classe sses etc. Compre Compreend ende-s e-se, e, pois, que em Marx exista exista uma uma teoriadasociedadeburguesaquepouco tem a ver com as ciências sociais especializ especializada adas s (econo (economia mia, , socio sociolo logi gia a etc.), etc.), aind ainda a que que oper opere e com com os mesm mesmos os materi materiais ais que serv servem em de objeto a elas las. Da mesma forma, forma, fica fica óbvio óbvio que, que, na teori teoria a mar mar xiana, xiana, não não há lugar lugar para para qualquerconce qualquerconcepçã pção o fato- rialista rialista da socie sociedad dade e ou da história história (a predominân cia abstratado"f abstratado"f a to r econômic econ ômico"ousemelh o"ousemelhant antes) es).. Esses dois dois aspe aspect ctos os carde rdeais do pens pensam amen ento to marxi marxiano ano rela relacciona ionamm-sse ao método método de pesquisa isa de Marx Marx. . O seu proc proced edim imen ento to cons consis isti tia a sempre
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alca alcanç nçam am o seu ápic ápice e e, no mesm mesmo o pro process cesso, o, se gesta estam m as condi condiçõ ções es para para sup superá erá-la -las e inau inaugu gurar rar a“ históriada históriada humanidade". Gene Genera raliliza zand ndo o e univ univer ersa saliliza zand ndo o a troca troca mer- er- cantiJ, cantiJ, a sociedade sociedade burguesa burguesa é atraves atravessad sada a por uma contradi contradição ção insa insaná náve vell nos nos seus marc marcos os: : a contra diçã dição o entr entre e o cará caráte ter r social ial da prod produçã ução o e a sua apro apropr pria iaçã ção o priv privad ada a (pe (pelos los capi capita talilist stas as). ). Antago Antago nizando os que detêm os meios de produção (cap (capit ital alis ista tas) s) com com os que que só têm têm a sua forç força a de traba trabalho lho (prole (proletár tário ios), s), esta soci socied edad ade e apenas se desen desenvolv volve e através através de crise crisesecon seconômica ômicas s ineliminá- veis veis e vai vai reproduzindo, em todos os seus níveis níveis e dime dimens nsõe ões, s, con flitos e tens tensõe ões s que, que, acumula acumulados dos e mult multip iplilica cado dos, s, inco incompa mpati tibi bililiza zam m a maio maiorria dos homenscomomododevidaimperante. A total totalid idade ade socia cial é pene penetr tra ada, da, em toda todas s as instânci instâncias, as, pela pelas s incidências incidências das das contradições, que que possue suem seus próprio próprios s reba rebati timen mento tos s políticos políticos e culturais. culturais. E as cris crises es, , em si mesma smas, são uma con diçã dição o da exis existê tênc ncia ia desta sta soci socied edad ade e — e só são equacio cionadas das, no limit limite, e, pela vontade política das classes soci socia ais fund fundame ament ntai ais. s. 0 equa equaci cion ona a ment mento o dos capi capita talilista stas s cond conduz uz à cres cresccente ente barbarbariz barizaçã ação o social social; ; o dos dos proletários, proletários, à supr supres essã são o do siste sistema ma, , à revolução revolução que expr expres essa sa seus inte intere ress sses es gerais. O sistem tema soci social al burgu rguês, toda todavi via, a, engendra todo todo um ambi mbiente psicossocial (um mod modo de pens pensar ar matrizado pela pela alien alienaç ação ão e pela pela reifica reificação ção))
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em avançar do empír empíric ico o (os "fatos"), "fatos"), apanhar as suas rela relaçõ ções es com outros conjuntos empíricos, empíricos, invest investig igar ar a sua gênese histórica histórica e o seu desenv desenvol ol vime viment nto o inter interno no e reco recons nstr trui uir, r, no plan plano o do pen same sament nto, o, todo este proc rocesso. O circuito circuito inve invest stiigativ ativo, o, reco recorr rren endo do comp compul ulso sori riam amen ente te à abst abstra ra ção, ção, retornava retornava sempre sempre aose aoseu u pon to de partida — e, a cada reto retorn rno, o, compre mpreen endi dia a-o de modo modo cada vez vez mais mais inclusivo inclusivo e abran abrange gente nte. . Os fatos, a cad cada nova abor aborda dage gem, m, se apre aprese sent ntam am como produtos produtos de rela relaçõ ções es históri históricas cas cresce crescente ntemen mente te comple complexas xas e medi mediat atiz izad adas as — pode podend ndo o ser conte contextu xtual aliz izad ados os de modo concretoe inseri inseridos dosno no movimento maior que que os enge engend ndra ra. . É um método,p ortanto, que,em que,em aproximaçõe aproximações s suce sucess ssiv ivas as ao real, real, agarr agarra a a história dos proces processos sos simultaneamente simultane amente às suas suas particulari dades internas. Um método método que que não se forja forja inde inde pende endent ntem eme ente nte do obje objeto to que se pesquisa — o mét método odo é uma relação necessária pela qual o sujeit sujeito o que que inve invest stig iga a pode pode reproduzir reproduzir intelectual intelectual menteo menteo proce process ssodo odoobjeto objeto investiga investigado. do. A análise ise da socied iedade burgu rguesa (rea (realliza izada tendo tendo como como refe referê rênc ncia ia a Ingl Inglat aterr erra, a, o país país capi capi talista talista mais mais prog progre ress ssis ista ta do seu tempo) reve revela la-a -a a Marx como como uma form forma a de orga rganização social extre xtrema mame ment nte e dinâ dinâmi mica ca, , a mais avançada de quan quanta tas s embasadas na prop propri ried edad ade e priv privad ada a dos meio meios s de produção produção e na divisã divisão o soci social al dotrabalho, pren prenun unci ciad ador ora a do fim da "pré-hi "pré-histór stória ia human humana". a". Nela Nela, , toda todas s as contra contradiç dições ões do movimento movimento soci social al
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que que dificu lta ao proletariado proletariado a desc descobe oberta rtados dosse seu us verda verdade deir iros os inte intere ress sses es. . A consciência de classe proletária proletária só é alca alcanç nçad ada a median mediante te uma uma dramáti dramática ca luta luta contra contra as mist mistif ific icaç açõe ões s (na (na qual tem grand rande e rele relevâ vânc ncia ia o conhecime conhecimento nto vera veraz z da real realid idad ade) e). . A revo revoluç lução ão entra entra na ordem ordem do dia dia quand quando o o prole prole tariado, tariado, atra atravé vés s da ação dos dos seus segm segmen ento tos s de vang vangua uard rda, a, atin atinge ge aque aquela la cons consci ciên ênci cia a e, pela pela sua organi organizaç zação, ão, polariza polariza outros seto setore res s soci sociai ais s explo rado rados s e/ou oprimidos. E istosó istosóse seviabili viabilizaquando zaquando a própri própria a soci socie edade dade burgu rguesa se desenvo envolv lveu eu a ponto tal que tenha tenha gera gerado doum um proletariadonume proletariadonume roso roso e concentr concentrado ado (o quesu quesupõ põe e um alto grau grau de industriali industrialização) zação) e formasp formasp olíticasque lhepossi lhepossibi bi litem alguma alguma marg margem em de ação ação política organi organiza zada da (oqueimplicaavigênciadedireitoscívicos). Para Marx, a revolução revolução exigiaaas exigiaaasce cens nsão ãodo do pro pro leta letari riad ado, o, à frente frente de um arco arco de forç forças as antiburantiburguesas, ao pode poder r político: a dese desest stru rutu tura raçã ção o do Estad Estado o burg burguê uês s abriria abriria a passag sagem à nova nova ordem social — um perí períod odo o de transi ansiçã ção o deno denomi mina nado do Lapso o de tempo para para a reor reorga gani niza zaçã ção o socialismo. Laps da socied sociedade ade, , com a supr supres essã são o das das clas lasses socia sociais is e seus fundamentos (espe (especia cialme lmente nte a proprieda propriedade de privad privada a dosmeio dosmeiosde sde produção produção) ) edo Estad Estadocomo ocomo instân instância cia coatora, coatora, a transiç transição ão socia socialis lista ta se caracte caracte riza rizaria ria como uma demo democr crac acia ia de massas (o que, que, umas pou poucas cas vezes, Marx Marx cham chamou ou de "ditadura "ditadura do proletariado") proletariado") e criari criaria a os pres pressu supo post stos os para para a "história "história da humani humanidad dade" e", , com com a expl explor oraç ação ão do
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alca alcanç nçam am o seu ápic ápice e e, no mesm mesmo o pro process cesso, o, se gesta estam m as condi condiçõ ções es para para sup superá erá-la -las e inau inaugu gurar rar a“ históriada históriada humanidade". Gene Genera raliliza zand ndo o e univ univer ersa saliliza zand ndo o a troca troca mer- er- cantiJ, cantiJ, a sociedade sociedade burguesa burguesa é atraves atravessad sada a por uma contradi contradição ção insa insaná náve vell nos nos seus marc marcos os: : a contra diçã dição o entr entre e o cará caráte ter r social ial da prod produçã ução o e a sua apro apropr pria iaçã ção o priv privad ada a (pe (pelos los capi capita talilist stas as). ). Antago Antago nizando os que detêm os meios de produção (cap (capit ital alis ista tas) s) com com os que que só têm têm a sua forç força a de traba trabalho lho (prole (proletár tário ios), s), esta soci socied edad ade e apenas se desen desenvolv volve e através através de crise crisesecon seconômica ômicas s ineliminá- veis veis e vai vai reproduzindo, em todos os seus níveis níveis e dime dimens nsõe ões, s, con flitos e tens tensõe ões s que, que, acumula acumulados dos e mult multip iplilica cado dos, s, inco incompa mpati tibi bililiza zam m a maio maiorria dos homenscomomododevidaimperante. A total totalid idade ade socia cial é pene penetr tra ada, da, em toda todas s as instânci instâncias, as, pela pelas s incidências incidências das das contradições, que que possue suem seus próprio próprios s reba rebati timen mento tos s políticos políticos e culturais. culturais. E as cris crises es, , em si mesma smas, são uma con diçã dição o da exis existê tênc ncia ia desta sta soci socied edad ade e — e só são equacio cionadas das, no limit limite, e, pela vontade política das classes soci socia ais fund fundame ament ntai ais. s. 0 equa equaci cion ona a ment mento o dos capi capita talilista stas s cond conduz uz à cres cresccente ente barbarbariz barizaçã ação o social social; ; o dos dos proletários, proletários, à supr supres essã são o do siste sistema ma, , à revolução revolução que expr expres essa sa seus inte intere ress sses es gerais. O sistem tema soci social al burgu rguês, toda todavi via, a, engendra todo todo um ambi mbiente psicossocial (um mod modo de pens pensar ar matrizado pela pela alien alienaç ação ão e pela pela reifica reificação ção))
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que que dificu lta ao proletariado proletariado a desc descobe oberta rtados dosse seu us verda verdade deir iros os inte intere ress sses es. . A consciência de classe proletária proletária só é alca alcanç nçad ada a median mediante te uma uma dramáti dramática ca luta luta contra contra as mist mistif ific icaç açõe ões s (na (na qual tem grand rande e rele relevâ vânc ncia ia o conhecime conhecimento nto vera veraz z da real realid idad ade) e). . A revo revoluç lução ão entra entra na ordem ordem do dia dia quand quando o o prole prole tariado, tariado, atra atravé vés s da ação dos dos seus segm segmen ento tos s de vang vangua uard rda, a, atin atinge ge aque aquela la cons consci ciên ênci cia a e, pela pela sua organi organizaç zação, ão, polariza polariza outros seto setore res s soci sociai ais s explo rado rados s e/ou oprimidos. E istosó istosóse seviabili viabilizaquando zaquando a própri própria a soci socie edade dade burgu rguesa se desenvo envolv lveu eu a ponto tal que tenha tenha gera gerado doum um proletariadonume proletariadonume roso roso e concentr concentrado ado (o quesu quesupõ põe e um alto grau grau de industriali industrialização) zação) e formasp formasp olíticasque lhepossi lhepossibi bi litem alguma alguma marg margem em de ação ação política organi organiza zada da (oqueimplicaavigênciadedireitoscívicos). Para Marx, a revolução revolução exigiaaas exigiaaasce cens nsão ãodo do pro pro leta letari riad ado, o, à frente frente de um arco arco de forç forças as antiburantiburguesas, ao pode poder r político: a dese desest stru rutu tura raçã ção o do Estad Estado o burg burguê uês s abriria abriria a passag sagem à nova nova ordem social — um perí períod odo o de transi ansiçã ção o deno denomi mina nado do Lapso o de tempo para para a reor reorga gani niza zaçã ção o socialismo. Laps da socied sociedade ade, , com a supr supres essã são o das das clas lasses socia sociais is e seus fundamentos (espe (especia cialme lmente nte a proprieda propriedade de privad privada a dosmeio dosmeiosde sde produção produção) ) edo Estad Estadocomo ocomo instân instância cia coatora, coatora, a transiç transição ão socia socialis lista ta se caracte caracte riza rizaria ria como uma demo democr crac acia ia de massas (o que, que, umas pou poucas cas vezes, Marx Marx cham chamou ou de "ditadura "ditadura do proletariado") proletariado") e criari criaria a os pres pressu supo post stos os para para a "história "história da humani humanidad dade" e", , com com a expl explor oraç ação ão do
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home homem m pelo homem mem conv conver erti tida da em mera lem em bran brança ça. . A nova nova orde ordem m soci social al, , o comunismo, não ass assina inalari laria a um harmo harmoni nios oso o fim da histór história, ia, mas soíi soíia a a forma da soci socied edad ade e huma humana na. . Não Não o reino reino dos dos céus céus naterra, mas o rico espa espaço çoemquea emquea pro messa da feli felici cida dade de social ial seria ria poss possív íve el com com o floresc florescimen imento to da pers person onal alid idad ade e de todos todos e cada um dos home homens ns, , à base da "livre associaç iação de livre livres s produtores". Marx se abst abstev eve e de quaisq quaisquer uer "previsões” "previsões” sobr sobre e os traço traços, s, os ritmos e os contorno contornos s da soci socied edad ade e comu comuni nist sta. a. Seus escr escrúp úpul ulos os inte intele lect ctua uais is o impe impe diam diam de transf transformar ormar a teori teoria a em prof profec ecia ia. . Aliá Aliás, s, todas as suas conclu conclusõe sões s asse assent ntam am em estudos estudos de rea realid lidade: ade: por exem exempl plo, o, a funç função ão hist histór óric ica a que atribu atribui i ao prole proleta tari rido do (a de agente revo revolu luci cion oná á rio) deriva deriva da anál anális ise e que faz da sua posiç posição ão e do seu pape papell no interio r da soci socied edad ade e burg burgue uesa sa. . Seus cuidado cuidados s em evitar mitos e utopismosde utopismosde qualquer qualquer espé espéci cie e sempre sempre o levaram levaram a recus recusar arpro progno gnoses ses que não não tiv tivesse ssem iast iastro ro teóri teóricoco-rac racio iona nall inferid inferido o da realidade. Todo esse rigor rigor, , entreta entretanto nto, , não foi sufi sufici cien ente te para para evitar evitar que duas duas de suas hipóte hipótese ses s mais mais cara carass fosse fossem m contraditadas pela pela história: adequea revo luçã lução o se inicia iniciaria ria nos paíse íses capi capital talis istas tas ava avança nça dose, dose, a curto prazo, prazo, seri seria a deâm deâm bito mundial. mundial. Mas aí surgiu surgiu em cena cena umnovoprotagonista umnovoprotagonista,queMar ,queMarx x apenas visl vislumbro umbrou: u: o imperi imperiali alismo, smo, com com a passa gem do capi capita talilismo smo para a idad idade e do monopól monopólio. io.
O NASCIMENTO DO MARXISMO É só nos nos últimos anos nos de vida vida de Marx Marx ques quesu uas princi principai pais s prop propos osta tas s políticas políticas come começa çam m a ganh ganhar ar os seto setore res s mais mais combativo combativos s da clas lasse operár operária ia da Europ Europa a Ocidental Ocidental. . Na verda verdade de, , entre entre as insur insurgê gên- n- cia ciasde s de 1S48 1S48 e a Comuna Comuna de Paris Paris (1870-1871), as vang vangua uard rdas as proletá proletárias rias se movera moveram m no interior de um confuso confuso espe espect ctro ro ideoló ideológic gico, o, onde onde se mesc mescla la vam vam idéi idéias as mutuali mutualistas stas, , coopera cooperativi tivistas stas, , anarqu anarquis is tas tas e terr terror oris ista tas. s. A tentat tentativa iva de unific unificar ar minima minima mente mente omovime o movimento nto operárioatravés operárioatravés da Associação (depoisconhecida cida Internacional dos Trabalhadores (depoisconhe como como Prim Primei eira ra Inter Interna naci ciona onal) l), , levada a cabo cabo por Marxentre 1864e 1871, 1871,sse frustrou frus troujustamente justamente em razã razão o das divi divisõe sões s oriunda oriundas s do secta sectaris rismo mo que que im pera perava va entre os represen representante tantes s daque daquelas las correntes. correntes. A hegemo emonia das propo roposstas tas de Marx Marx no seio das das vanguard vanguardas as operárias operárias seafirm a firm a paulatinamente. paulatinam ente.
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home homem m pelo homem mem conv conver erti tida da em mera lem em bran brança ça. . A nova nova orde ordem m soci social al, , o comunismo, não ass assina inalari laria a um harmo harmoni nios oso o fim da histór história, ia, mas soíi soíia a a forma da soci socied edad ade e huma humana na. . Não Não o reino reino dos dos céus céus naterra, mas o rico espa espaço çoemquea emquea pro messa da feli felici cida dade de social ial seria ria poss possív íve el com com o floresc florescimen imento to da pers person onal alid idad ade e de todos todos e cada um dos home homens ns, , à base da "livre associaç iação de livre livres s produtores". Marx se abst abstev eve e de quaisq quaisquer uer "previsões” "previsões” sobr sobre e os traço traços, s, os ritmos e os contorno contornos s da soci socied edad ade e comu comuni nist sta. a. Seus escr escrúp úpul ulos os inte intele lect ctua uais is o impe impe diam diam de transf transformar ormar a teori teoria a em prof profec ecia ia. . Aliá Aliás, s, todas as suas conclu conclusõe sões s asse assent ntam am em estudos estudos de rea realid lidade: ade: por exem exempl plo, o, a funç função ão hist histór óric ica a que atribu atribui i ao prole proleta tari rido do (a de agente revo revolu luci cion oná á rio) deriva deriva da anál anális ise e que faz da sua posiç posição ão e do seu pape papell no interio r da soci socied edad ade e burg burgue uesa sa. . Seus cuidado cuidados s em evitar mitos e utopismosde utopismosde qualquer qualquer espé espéci cie e sempre sempre o levaram levaram a recus recusar arpro progno gnoses ses que não não tiv tivesse ssem iast iastro ro teóri teóricoco-rac racio iona nall inferid inferido o da realidade. Todo esse rigor rigor, , entreta entretanto nto, , não foi sufi sufici cien ente te para para evitar evitar que duas duas de suas hipóte hipótese ses s mais mais cara carass fosse fossem m contraditadas pela pela história: adequea revo luçã lução o se inicia iniciaria ria nos paíse íses capi capital talis istas tas ava avança nça dose, dose, a curto prazo, prazo, seri seria a deâm deâm bito mundial. mundial. Mas aí surgiu surgiu em cena cena umnovoprotagonista umnovoprotagonista,queMar ,queMarx x apenas visl vislumbro umbrou: u: o imperi imperiali alismo, smo, com com a passa gem do capi capita talilismo smo para a idad idade e do monopól monopólio. io.
O NASCIMENTO DO MARXISMO É só nos nos últimos anos nos de vida vida de Marx Marx ques quesu uas princi principai pais s prop propos osta tas s políticas políticas come começa çam m a ganh ganhar ar os seto setore res s mais mais combativo combativos s da clas lasse operár operária ia da Europ Europa a Ocidental Ocidental. . Na verda verdade de, , entre entre as insur insurgê gên- n- cia ciasde s de 1S48 1S48 e a Comuna Comuna de Paris Paris (1870-1871), as vang vangua uard rdas as proletá proletárias rias se movera moveram m no interior de um confuso confuso espe espect ctro ro ideoló ideológic gico, o, onde onde se mesc mescla la vam vam idéi idéias as mutuali mutualistas stas, , coopera cooperativi tivistas stas, , anarqu anarquis is tas tas e terr terror oris ista tas. s. A tentat tentativa iva de unific unificar ar minima minima mente mente omovime o movimento nto operárioatravés operárioatravés da Associação (depoisconhecida cida Internacional dos Trabalhadores (depoisconhe como como Prim Primei eira ra Inter Interna naci ciona onal) l), , levada a cabo cabo por Marxentre 1864e 1871, 1871,sse frustrou frus troujustamente justamente em razã razão o das divi divisõe sões s oriunda oriundas s do secta sectaris rismo mo que que im pera perava va entre os represen representante tantes s daque daquelas las correntes. correntes. A hegemo emonia das propo roposstas tas de Marx Marx no seio das das vanguard vanguardas as operárias operárias seafirm a firm a paulatinamente. paulatinam ente.
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consolidand consolidando-se o-se na virada do século século. . Mesmoas Mesmoassi sim, m, as propo propost stas as marx marxia iana nas s convi conviver veram am (e continu continuam am a conv conviv iver er hoje) oje) com com um leq leque dife difere renc ncia iado do de sugestõ stões e altern alternati ativas vas, , incl inclusi usive ve porque porque o movi ment mento o oper operár ário io teve teve e tem tem fron fronte teir iras as bem mais amplasqueassuastendênciasrevolucionárias. A partir das duas duas últimas déca década das s do sécu século lo 19 é que se verifica verifica o empolgamento empolgamento das mais mais signifi cativ cativas as vang vangua uard rdas as operár operárias ias pela pelas s propos propostas tas deri vad vadas da teoria marxiana. marxiana. E esse proce process sso o não não se explica explica sem que se recorde recorde que ele foi viabilizad viabilizado o pela cria criaçã ção o do primeiro primeiro gran rande partido partido prolet proletá á rio de massa ssas, oPartido o Partido Social-DemocrataAlemão, Social-DemocrataAlemão, que se torn tornou ou o eixo eixo da Segunda Internacional, fundadaem 1889. 1889. Graç raças aos êxitos êxitos do partido partido alem alemão ão, , em cuja cujass lide lidera ranç nças as pontificav pontificavam am dirige dirigente ntes s e teórico teóricos s liga liga dos dos a Marx Marx e a Engels, ls, a Segunda Inte Intern rnac acio iona nall teve teve destin destino o diferente diferente do da sua ante antece cess ssor ora: a: até a eclo eclosã são o da Prime Primeira ira Guer Guerra ra Mundial, Mundial, ela funcio nou como organismo que deu o tom tom do mov movi mento mento oper operár ário io revol revoluci ucioná onári rio. o. No plan plano o ideol ideoló ó gico, gico, a entidade entidade desemp desempenh enhou ou um pape papell que que está longe longe dese exagera exagerar: r: atravé através s de uma podero poderosa sa im im pren rensa e um exército exército de publi publicis cistas tas, , promov promoveu eu a divulg divulgaçã ação o massiv ssiva a de idéi idéias as contidas contidas na obra obra de Marx, Marx, colo coloco couu-as as ao alca alcanc nce e de milhõ milhões es de traba traba lhad lhadore ores s — em suma suma, , conectou conectou diretamente diretamente suges tões tões de Marx Marx à prática prática política de massas operá operá rias. Nesta operação, os homens da Segunda
Intern Internaci aciona onall não se limit limitaram aram a leva levar r teses de Marx Marx ao grand grande e público; também procuraram procuraram apli car car e desenv desenvolv olver er o lega legado do marxiano, enfrentando enfrentando temátic temáticas as que Marx nãotratara nãotratara ou não não conhe conhece cera ra.. No seu trab trabal alho ho, , cont contud udo, o, os ideológos da Segunda Inte Intern rnac aciional onal — um vari ariado ado elen lenco de inte intele lect ctua uais is alemães, russos, poloneses, itali italia a nos etc. tc. — não se houv houve eram ram sem prob roblem lemas ou equívoc equívocos. os. Além das naturais naturais dificuldad dificuldades es ocasio ocasio nada nadas s pela pelas s contingências contingências das das lutas lutas de class lasse es, al guns eleme elemento ntos s condici condicionar onaram am nega negatitiva vame ment nte e a suatarefa. De um lado lado, , a comp comple lexi xida dade de mesma da obra obra marx marxia iana na, , que que supõ supõe, e, para a sua corr corret eta a leit leitura ura, , uma uma sóli sólida da formaçã formação o cultural, espe especi cial alme ment nte e um conhec conhecime imento nto profundo profundo dos proc proced edim imen ento tos s dia dia léti lético cos. s. Como Como complicad complicador, or, lemb lembre re-s -se e aind ainda a que que muitos muitos textos marxi marxiano anos s fundam fundament entai ais s perma permane ne ceram inéd inédit itos os por por longo ngo temp tempo. o. De outr outro, o, as própria próprias s nece necess ssid idad ades es de tornar aces acessí síve vell às mas as sas um pensa pensame ment nto o tão cheio cheio de mati matize zes s favore favore cera ceram m uma uma atitude atitude esqu esquem emát átic ica a e simplifi simplificado cadora ra emfacedereflexõesricasemultifacéticas. E dois dois outros componen componentes tes se conjuga conjugaram ram para ara emol emoldu dura rar r as limi limita taçõ ções es da inte interv rven ençã ção o da Se gund gunda a Internacional Internacional neste este terreno. Por Por uma uma parte parte, , um gene genera raliliza zado do espírito espírito positi positivis vista ta (compr (compreen eensí sí vel quer uer pela pressão da cult cultur ura a mani manipu pula lado dora ra iner ineren ente te à burg burgue uesi sia a conso consolilida dada da, , quer quer pelo pelo pres res tígio desfru desfruta tado do pelo pelo cienti cientific ficismo ismo resu result ltan ante te das
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consolidand consolidando-se o-se na virada do século século. . Mesmoas Mesmoassi sim, m, as propo propost stas as marx marxia iana nas s convi conviver veram am (e continu continuam am a conv conviv iver er hoje) oje) com com um leq leque dife difere renc ncia iado do de sugestõ stões e altern alternati ativas vas, , incl inclusi usive ve porque porque o movi ment mento o oper operár ário io teve teve e tem tem fron fronte teir iras as bem mais amplasqueassuastendênciasrevolucionárias. A partir das duas duas últimas déca década das s do sécu século lo 19 é que se verifica verifica o empolgamento empolgamento das mais mais signifi cativ cativas as vang vangua uard rdas as operár operárias ias pela pelas s propos propostas tas deri vad vadas da teoria marxiana. marxiana. E esse proce process sso o não não se explica explica sem que se recorde recorde que ele foi viabilizad viabilizado o pela cria criaçã ção o do primeiro primeiro gran rande partido partido prolet proletá á rio de massa ssas, oPartido o Partido Social-DemocrataAlemão, Social-DemocrataAlemão, que se torn tornou ou o eixo eixo da Segunda Internacional, fundadaem 1889. 1889. Graç raças aos êxitos êxitos do partido partido alem alemão ão, , em cuja cujass lide lidera ranç nças as pontificav pontificavam am dirige dirigente ntes s e teórico teóricos s liga liga dos dos a Marx Marx e a Engels, ls, a Segunda Inte Intern rnac acio iona nall teve teve destin destino o diferente diferente do da sua ante antece cess ssor ora: a: até a eclo eclosã são o da Prime Primeira ira Guer Guerra ra Mundial, Mundial, ela funcio nou como organismo que deu o tom tom do mov movi mento mento oper operár ário io revol revoluci ucioná onári rio. o. No plan plano o ideol ideoló ó gico, gico, a entidade entidade desemp desempenh enhou ou um pape papell que que está longe longe dese exagera exagerar: r: atravé através s de uma podero poderosa sa im im pren rensa e um exército exército de publi publicis cistas tas, , promov promoveu eu a divulg divulgaçã ação o massiv ssiva a de idéi idéias as contidas contidas na obra obra de Marx, Marx, colo coloco couu-as as ao alca alcanc nce e de milhõ milhões es de traba traba lhad lhadore ores s — em suma suma, , conectou conectou diretamente diretamente suges tões tões de Marx Marx à prática prática política de massas operá operá rias. Nesta operação, os homens da Segunda
Intern Internaci aciona onall não se limit limitaram aram a leva levar r teses de Marx Marx ao grand grande e público; também procuraram procuraram apli car car e desenv desenvolv olver er o lega legado do marxiano, enfrentando enfrentando temátic temáticas as que Marx nãotratara nãotratara ou não não conhe conhece cera ra.. No seu trab trabal alho ho, , cont contud udo, o, os ideológos da Segunda Inte Intern rnac aciional onal — um vari ariado ado elen lenco de inte intele lect ctua uais is alemães, russos, poloneses, itali italia a nos etc. tc. — não se houv houve eram ram sem prob roblem lemas ou equívoc equívocos. os. Além das naturais naturais dificuldad dificuldades es ocasio ocasio nada nadas s pela pelas s contingências contingências das das lutas lutas de class lasse es, al guns eleme elemento ntos s condici condicionar onaram am nega negatitiva vame ment nte e a suatarefa. De um lado lado, , a comp comple lexi xida dade de mesma da obra obra marx marxia iana na, , que que supõ supõe, e, para a sua corr corret eta a leit leitura ura, , uma uma sóli sólida da formaçã formação o cultural, espe especi cial alme ment nte e um conhec conhecime imento nto profundo profundo dos proc proced edim imen ento tos s dia dia léti lético cos. s. Como Como complicad complicador, or, lemb lembre re-s -se e aind ainda a que que muitos muitos textos marxi marxiano anos s fundam fundament entai ais s perma permane ne ceram inéd inédit itos os por por longo ngo temp tempo. o. De outr outro, o, as própria próprias s nece necess ssid idad ades es de tornar aces acessí síve vell às mas as sas um pensa pensame ment nto o tão cheio cheio de mati matize zes s favore favore cera ceram m uma uma atitude atitude esqu esquem emát átic ica a e simplifi simplificado cadora ra emfacedereflexõesricasemultifacéticas. E dois dois outros componen componentes tes se conjuga conjugaram ram para ara emol emoldu dura rar r as limi limita taçõ ções es da inte interv rven ençã ção o da Se gund gunda a Internacional Internacional neste este terreno. Por Por uma uma parte parte, , um gene genera raliliza zado do espírito espírito positi positivis vista ta (compr (compreen eensí sí vel quer uer pela pressão da cult cultur ura a mani manipu pula lado dora ra iner ineren ente te à burg burgue uesi sia a conso consolilida dada da, , quer quer pelo pelo pres res tígio desfru desfruta tado do pelo pelo cienti cientific ficismo ismo resu result ltan ante te das
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conqu conquist istas as da ciên ciênci cia a da natu nature reza za da époc época) a) era compartilha com partilha do pela pela maioria dosse dosseus usideólogos ideólogos. . Por outra, as exigênc exigências ias imediatas imediatas daslutas daslutaspolítica políticas sos os obrigavam menos a insi nsisti stir no con conhecime cimen nto teóri teórico co do que a cria criar r um conjunt conjunto o de valores res, símbol símbolos os e palav lavras ras de orde ordem m que indu induzi ziss ssem em a classeoperariaàação. Todos esses elementos, elementos, e outros quenãopodem seranalisadosaqui,condicionamaleituraefundam a interpretação interpretação que a Segu Segund nda a Internacional, Internacional, atra vés de teórico teóricos s dotados dotados como Kautsky Kautsky e Plek Plekha ha- - nov, nov, fez fez da obra obra marxi marxiana ana. . Interpr Interpreta etação ção que, que, no momento em que trazia o pensam pensament ento o de Marx às massas, modific modificava ava-o -o signif significa icativ tivament amente e — e esta modifica modificação ção cons consis iste te, , fundamen fundamental talmente mente, , na con con versão da obra de Mar Marx em uma concepção de mundo (istoé: (istoé: uma uma visã visãodeconjunto odeconjunto danature natureza za e do home homem, m, um sis sistem tema comple completo to e aca acabad bado). Esta Estava va nasc nascen endo do um marxismo, e o term termo, o, utili utili zado, zado, ao que que parec parece, e,pe pela la primeiravezpor Kautsky um pouco ante antes s do falecimento de Marx,arranc Marx,arrancou ou desteexpressõesdeironiaeprotesto. Expliquemo-nos. Toda a gigan gigantes tesca ca pesq pesquis uisa a de Marx foi realizad realizadaparacompreendera aparacompreendera dinâmicada sociedadeburguesae,compreendendo-a,fornecerao proletari prole tariado ado as armas teóricas capaz capazes es deasse deassegu gurar rar condições condições de êxito êx ito à sua sua ação ação revolucionária. Marx dedico dedicou-s u-sea ea uma uma teoriacrític a para para fundamentare legitimar a nega negaçã ção o prática da socied sociedade ade burgu burgues esa a — este este é o núcleo núcleo e o sentidoda sua sua inve investi stiga gaçã ção. o.
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A leitur leitura a que que os mais desta stacado ados teóric teóricos os da Segu egunda nda Internac Internacion ional al faze fazem m da sua obra, obra, sob sob os condi condici cion oname ament ntos os que que apont apontei ei, , natur natural almen mente te re re toma toma muito muito do pens pensam amen ento to marxi marxian ano, o, mas con con verten vertendodo-o o em chav chave e de interpr interpretaç etação ão para ara todos os fenô fenôme meno nos s (inc (inclu lusi sive ve da natu nature reza za) ) e, simulta simulta neam neamen ente te, , extrai extraindo ndo dele uma uma filosofia que, na prátic prática a sociopolítica, sociopolítica, esta estabe bele lece ceri ria a uma uma ideologia revo revolu luci cion onár ária ia da classe oper operár áriia. Resulta lta daí este marx marxis ismo: mo: um refe refere renc ncia iall glob global al para para o en tend tendime iment nto o científ científico ico (se (segundo os mode modelo los s da ciên ciênci cia a da natu nature reza za) ) do mundo mundo e uma paut pauta a de comportamentosociopolítico. Trocando em miúdos: miúdos: o queoriginalment queoriginalmenteeram eeram hipóte hipóteses ses teórico-crít teóric o-críticas icas para para desve desvenda ndar r a essê essênc ncia ia de uma uma soci socied edad ade e histor historica icament mente e data datada da passa a se constituir constituir num num padr padrão ão geral ral de pesquisa isa e in in terp terpre reta taçã ção, o, vál válido para qual qualqu quer er obje objeto to, , e do qual deri deriva vam m dire direta tame ment nte e norm ormas para a ação. Abri Abriaa-se se, , taci tacitam tament ente, e, o cami caminh nho o para a conv conver er são da teori teoria a em uma uma verd verdad adei eira ra doutrina doutrina — ca ca minho minho ulteriormente ulteriormente percorrido percorrido pelo pelo dogmati dogmatismo smo da Terceira Terceira Internaciona l,comoverem l, comoveremos os.. É claro que, se se tomam seletivamentealg seletivamentealguma umas s passgens de Marx, Marx, enco encont ntra ramm-se se elem elemen entos tos para ara justificar justificar o marxis marxismo mo assim sim conceb concebido ido. . E também também é clar claro o que que a legít legítima ima autor autorid idad ade e de que que Engels foi inve invest stid ido, o, depois pois da morte morte do comp compan anhe heir iro, o, contribuiu contribuiu para estimu estimular lar deci decisi siva vame ment nte e o nasc nasci i ment mento o do marxismo. mo. Já no seu célebre Antí-
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conqu conquist istas as da ciên ciênci cia a da natu nature reza za da époc época) a) era compartilha com partilha do pela pela maioria dosse dosseus usideólogos ideólogos. . Por outra, as exigênc exigências ias imediatas imediatas daslutas daslutaspolítica políticas sos os obrigavam menos a insi nsisti stir no con conhecime cimen nto teóri teórico co do que a cria criar r um conjunt conjunto o de valores res, símbol símbolos os e palav lavras ras de orde ordem m que indu induzi ziss ssem em a classeoperariaàação. Todos esses elementos, elementos, e outros quenãopodem seranalisadosaqui,condicionamaleituraefundam a interpretação interpretação que a Segu Segund nda a Internacional, Internacional, atra vés de teórico teóricos s dotados dotados como Kautsky Kautsky e Plek Plekha ha- - nov, nov, fez fez da obra obra marxi marxiana ana. . Interpr Interpreta etação ção que, que, no momento em que trazia o pensam pensament ento o de Marx às massas, modific modificava ava-o -o signif significa icativ tivament amente e — e esta modifica modificação ção cons consis iste te, , fundamen fundamental talmente mente, , na con con versão da obra de Mar Marx em uma concepção de mundo (istoé: (istoé: uma uma visã visãodeconjunto odeconjunto danature natureza za e do home homem, m, um sis sistem tema comple completo to e aca acabad bado). Esta Estava va nasc nascen endo do um marxismo, e o term termo, o, utili utili zado, zado, ao que que parec parece, e,pe pela la primeiravezpor Kautsky um pouco ante antes s do falecimento de Marx,arranc Marx,arrancou ou desteexpressõesdeironiaeprotesto. Expliquemo-nos. Toda a gigan gigantes tesca ca pesq pesquis uisa a de Marx foi realizad realizadaparacompreendera aparacompreendera dinâmicada sociedadeburguesae,compreendendo-a,fornecerao proletari prole tariado ado as armas teóricas capaz capazes es deasse deassegu gurar rar condições condições de êxito êx ito à sua sua ação ação revolucionária. Marx dedico dedicou-s u-sea ea uma uma teoriacrític a para para fundamentare legitimar a nega negaçã ção o prática da socied sociedade ade burgu burgues esa a — este este é o núcleo núcleo e o sentidoda sua sua inve investi stiga gaçã ção. o.
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Duhring, publicado ainda em vida de Marx, é
visí visíve vell a tend tendên ênci cia a de focar focar as idé idéias ias marx marxia iana nas s como um sistema enci encicl clop opéd édic ico o de expli xpliccação ação do mund mundo o (e, no inac nacabado manu manusc scri rito to engelsian siano o sobr sobre e a Dialética da Natureza, edit editad ado o em 1925 1925, , consu onsum ma-se a-se a exte extens nsão ão da metodol metodologi ogia a de Marx para ara omundoextra-social omundoextra-social, , comportando uma uma filosofia da natureza). O resul resultad tado o é que, que, nas interp interpret retaçõ ações es dominan dominan
tes tes na Segunda Intern Internaci aciona onal, l, o leg legado ado de Marx Marx é tomado tomado comouma comouma ciên ciênci cia a — o marxi marxismo smo — que fund funda a uma conce ncepção de mund mundo. o. Oferece ecendo ndo uma uma filosofia filosofia da natur naturez eza a e da história história (o materi materia a lism lismo) o), , esse marxi marxismo smo, , partind partindo o das determ determina ina ções da "ba "base econ econôm ômic ica” a” , expl explic ica a as relações sociais em geral. Ao lad lado da ênfase no "fator econ econôm ômic ico” o” (tão grit gritan ante te que o própr próprio io Engels se viu viu compel compelid ido o a denun denunci ciar ar o econ economi omici cism smo) o), , vicej vicejou ou uma uma perc percep epçã ção o clara claramen mente te evoluc evolucion ionis ista ta do processo social, sint sintom oma a da cont ontami aminaç nação posi positi tivi vist sta a na Seg Segunda Intern Internaci aciona onal: l: o trânsi trânsito to do capita capitalis lismo mo ao socia socialilismo smo seri seria a um progr rogres esso so inevitável inevitável efatal. Tra Trata-s ta-se, e, como como é óbvio óbvio, , ao mesm mesmo o tempo tempo, , de uma red redução e uma amp ampliaç liação ão do legado mar- xian xiano. o. O redu reduci cion onis ismo mo não se refe referre apenas à simpl simplif ific icaç ação ão dos dos proce procedi dimen mentos tos analí analíti ticos cos, , mas ainda ainda ao abando abandono no de temáticas temáticas cara carasa sa Marx Marx (por exemplo, exemplo, as ques questõ tões es referid referidas as à práxis).A práxis).A amplia ção deco decorr rre e da exte extens nsão ão da pesquisa isa marx marxia iana na
0 que é marxismo marxismo
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A leitur leitura a que que os mais desta stacado ados teóric teóricos os da Segu egunda nda Internac Internacion ional al faze fazem m da sua obra, obra, sob sob os condi condici cion oname ament ntos os que que apont apontei ei, , natur natural almen mente te re re toma toma muito muito do pens pensam amen ento to marxi marxian ano, o, mas con con verten vertendodo-o o em chav chave e de interpr interpretaç etação ão para ara todos os fenô fenôme meno nos s (inc (inclu lusi sive ve da natu nature reza za) ) e, simulta simulta neam neamen ente te, , extrai extraindo ndo dele uma uma filosofia que, na prátic prática a sociopolítica, sociopolítica, esta estabe bele lece ceri ria a uma uma ideologia revo revolu luci cion onár ária ia da classe oper operár áriia. Resulta lta daí este marx marxis ismo: mo: um refe refere renc ncia iall glob global al para para o en tend tendime iment nto o científ científico ico (se (segundo os mode modelo los s da ciên ciênci cia a da natu nature reza za) ) do mundo mundo e uma paut pauta a de comportamentosociopolítico. Trocando em miúdos: miúdos: o queoriginalment queoriginalmenteeram eeram hipóte hipóteses ses teórico-crít teóric o-críticas icas para para desve desvenda ndar r a essê essênc ncia ia de uma uma soci socied edad ade e histor historica icament mente e data datada da passa a se constituir constituir num num padr padrão ão geral ral de pesquisa isa e in in terp terpre reta taçã ção, o, vál válido para qual qualqu quer er obje objeto to, , e do qual deri deriva vam m dire direta tame ment nte e norm ormas para a ação. Abri Abriaa-se se, , taci tacitam tament ente, e, o cami caminh nho o para a conv conver er são da teori teoria a em uma uma verd verdad adei eira ra doutrina doutrina — ca ca minho minho ulteriormente ulteriormente percorrido percorrido pelo pelo dogmati dogmatismo smo da Terceira Terceira Internaciona l,comoverem l, comoveremos os.. É claro que, se se tomam seletivamentealg seletivamentealguma umas s passgens de Marx, Marx, enco encont ntra ramm-se se elem elemen entos tos para ara justificar justificar o marxis marxismo mo assim sim conceb concebido ido. . E também também é clar claro o que que a legít legítima ima autor autorid idad ade e de que que Engels foi inve invest stid ido, o, depois pois da morte morte do comp compan anhe heir iro, o, contribuiu contribuiu para estimu estimular lar deci decisi siva vame ment nte e o nasc nasci i ment mento o do marxismo. mo. Já no seu célebre Antí-
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visí visíve vell a tend tendên ênci cia a de focar focar as idé idéias ias marx marxia iana nas s como um sistema enci encicl clop opéd édic ico o de expli xpliccação ação do mund mundo o (e, no inac nacabado manu manusc scri rito to engelsian siano o sobr sobre e a Dialética da Natureza, edit editad ado o em 1925 1925, , consu onsum ma-se a-se a exte extens nsão ão da metodol metodologi ogia a de Marx para ara omundoextra-social omundoextra-social, , comportando uma uma filosofia da natureza). O resul resultad tado o é que, que, nas interp interpret retaçõ ações es dominan dominan
tes tes na Segunda Intern Internaci aciona onal, l, o leg legado ado de Marx Marx é tomado tomado comouma comouma ciên ciênci cia a — o marxi marxismo smo — que fund funda a uma conce ncepção de mund mundo. o. Oferece ecendo ndo uma uma filosofia filosofia da natur naturez eza a e da história história (o materi materia a lism lismo) o), , esse marxi marxismo smo, , partind partindo o das determ determina ina ções da "ba "base econ econôm ômic ica” a” , expl explic ica a as relações sociais em geral. Ao lad lado da ênfase no "fator econ econôm ômic ico” o” (tão grit gritan ante te que o própr próprio io Engels se viu viu compel compelid ido o a denun denunci ciar ar o econ economi omici cism smo) o), , vicej vicejou ou uma uma perc percep epçã ção o clara claramen mente te evoluc evolucion ionis ista ta do processo social, sint sintom oma a da cont ontami aminaç nação posi positi tivi vist sta a na Seg Segunda Intern Internaci aciona onal: l: o trânsi trânsito to do capita capitalis lismo mo ao socia socialilismo smo seri seria a um progr rogres esso so inevitável inevitável efatal. Tra Trata-s ta-se, e, como como é óbvio óbvio, , ao mesm mesmo o tempo tempo, , de uma red redução e uma amp ampliaç liação ão do legado mar- xian xiano. o. O redu reduci cion onis ismo mo não se refe referre apenas à simpl simplif ific icaç ação ão dos dos proce procedi dimen mentos tos analí analíti ticos cos, , mas ainda ainda ao abando abandono no de temáticas temáticas cara carasa sa Marx Marx (por exemplo, exemplo, as ques questõ tões es referid referidas as à práxis).A práxis).A amplia ção deco decorr rre e da exte extens nsão ão da pesquisa isa marx marxia iana na
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a objeto objetos s até até entã então o pouco pouco abor aborda dado dos s (por (por exem exem plo, as inve invest stig igaç açõe ões s sobr sobre e a histór história ia da filosofia filosofia e da arte, arte, reali realiza zada das s pioneiramente pioneiramente por Plekha Plekhanov nov e Mehring, Mehring, ou osestudosd estudosde e Kautskye Lênin Lênin sobr sobre e arelaçãoentreocapitalismoeaagricultura). Seri Seria a enga engano noso so, , porém, consider considerar ar o marxismo, marxismo, tal como ele se dese desenv nvol olve veu u na virad virada a do sécu século lo, , como como um bloc bloco o homo homogê gêne neo: o: no seio mesmo da Segu Segund nda a Internacional Internacional floresc florescera eram m posi posiçõ ções es diver gent gentes es, , que, que, nolimite, redunda redundaramem ramem importantes importantes divisõe divisões. s. Assim Assim é que, logoapós logoapósa a morte de Enge Engels ls, , Bernstein Bernstein se dispôs dispôs a revisa revisar r tes teses marxianas marxianas para para adequá-la -las ao que julg julgav ava a serem os "fatos" da atua atualilida dade de. . Tais "fatos” , na sua opin opiniã ião, o, indi indica ca vam vam mudanç danças as quali qualitat tativ ivas as no capi capita talilismo smo, , que torn tornav avam am anacr nacrô ônic nica a propo ropost sta a da revo revolu luçção: ão: "pro "progr gres essi siva vamen mente te", ", sem rupt ruptur uras as, , a evo evoluç lução mesm mesma a da socied sociedade ade burgu burgues esa, a, mediante reformas, reformas, levariaaosocialismo. A defes fesa que que Berns Bernste tein in fazi fazia a de uma uma "revisão" "revisão" das idéi idéias as de Marx não não era casu casual al: : expr expres essa sava va, , de um lado lado, , muda mudanç nças as rea reais na soci socied edad ade e burgu urgues esa a e, de outro, a própri própria a prát prátic ica a do partidoal partidoale emão, ão, que tendia a se integrar no jogo ogo polít polític ico o das cla classes ses dominantes. dominantes. Contra essa intenção de subs subs t itit u irir o projeto revolucionário por propostas reformistas colocaram-se Kaut Kautsk sky y e Plekhanov e, maisvigoros aisvigorosame amente nte, , Lênine Lênine Rosa osa Luxemburg Luxemburgo. o. A ques questã tão o efetiva efetiva era era identificar o que que havi havia a de novo novo na soci socie edade dade burg burgue uesa sa. . A polêmi polêmica ca emerge rge
nosú nosú ltimos anos anos do sécu século lo 19 e vai vai prosse prossegui guir r até o final final da Prim Primei eira ra Guer Guerra ra Mundi Mundial al. . As atenç tençõ ões se diri dirigem gem para as tran transf sfor orma maçõ ções es operad radas no ordenam ordenament ento o da econo economia mia capita capitalis lista ta e três três teóri cos se destac tacam nestas inv investig tigações: R. HilHilferding (O Capital Financeiro), Rosa Luxembur Luxemburgo go ênin (O Imperia (A Acumulação de Capital ) e Lêni lismo, Estágio Superior do Capitalismo). Os enfo ques são dife difere rent ntes es, , há solu soluçõ ções es contra contradit ditóri órias, as, mas uma uma conc conclu lusã são o se impõe: impõe: o capital capitalismo ismo clá clás sico sico (liberal, (liberal, concorrencial) concorrencial) cede cedeu u luga lugar r ao capita lismo lismo dos dos monopólios. monopólios. Chamand Chamando o a este ste de impe rialismo, Lêni Lênin n infer nfere e que esta mudança, entre ntre outr outras as impl implic icaç açõe ões s (com (como, o, por exemp exemplo lo, , o surg surgi i mento mento de uma uma "aristoc "aristocraci racia a operária" operária" inte intere ress ssad ada a apenas no refo reform rmis ismo mo), ), tran transf sfer ere e o eixo eixo inic inicia ial l da revolução dos dos país países es adiantados adiantados para para os atrasa atrasa dos, já que que estes constitu constituiri iriam am o "elo mais fraco fraco dacorrenteimperialista". Entre Entre os revolu revolucio cionári nários os formados formados sob sob a égid égide e da Segu Segund nda a Internacional, Internacional, Lênin, sem dúvida dúvidas, s, se revelará lará uma figu figura ra ímpa ímpar r — e não só por por haver lider liderado ado a primeir primeira a revo revolu lução ção proletár proletária ia vitorio vitoriosa. sa. Além Além da sua contri contribui buição ção ao estu estudo do do imperi imperia a lismo, lismo, coube-lh coube-lhe e dese desenvo nvolve lver r duas duas temática temáticas s cen cen trais trais do marxismo marxismo: : a questão do Estado e a ques tão do partido político proletário. Quan Quanto to à pri pri meir meira, a, Lêni Lênin n res resgata as princip principais ais passagens de Marx Marx e Engels sobre a natu nature reza za e a funç função ão do Estado Estado e, sublinhandoquena destruição destruiçãodo do Estado Estado
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a objeto objetos s até até entã então o pouco pouco abor aborda dado dos s (por (por exem exem plo, as inve invest stig igaç açõe ões s sobr sobre e a histór história ia da filosofia filosofia e da arte, arte, reali realiza zada das s pioneiramente pioneiramente por Plekha Plekhanov nov e Mehring, Mehring, ou osestudosd estudosde e Kautskye Lênin Lênin sobr sobre e arelaçãoentreocapitalismoeaagricultura). Seri Seria a enga engano noso so, , porém, consider considerar ar o marxismo, marxismo, tal como ele se dese desenv nvol olve veu u na virad virada a do sécu século lo, , como como um bloc bloco o homo homogê gêne neo: o: no seio mesmo da Segu Segund nda a Internacional Internacional floresc florescera eram m posi posiçõ ções es diver gent gentes es, , que, que, nolimite, redunda redundaramem ramem importantes importantes divisõe divisões. s. Assim Assim é que, logoapós logoapósa a morte de Enge Engels ls, , Bernstein Bernstein se dispôs dispôs a revisa revisar r tes teses marxianas marxianas para para adequá-la -las ao que julg julgav ava a serem os "fatos" da atua atualilida dade de. . Tais "fatos” , na sua opin opiniã ião, o, indi indica ca vam vam mudanç danças as quali qualitat tativ ivas as no capi capita talilismo smo, , que torn tornav avam am anacr nacrô ônic nica a propo ropost sta a da revo revolu luçção: ão: "pro "progr gres essi siva vamen mente te", ", sem rupt ruptur uras as, , a evo evoluç lução mesm mesma a da socied sociedade ade burgu burgues esa, a, mediante reformas, reformas, levariaaosocialismo. A defes fesa que que Berns Bernste tein in fazi fazia a de uma uma "revisão" "revisão" das idéi idéias as de Marx não não era casu casual al: : expr expres essa sava va, , de um lado lado, , muda mudanç nças as rea reais na soci socied edad ade e burgu urgues esa a e, de outro, a própri própria a prát prátic ica a do partidoal partidoale emão, ão, que tendia a se integrar no jogo ogo polít polític ico o das cla classes ses dominantes. dominantes. Contra essa intenção de subs subs t itit u irir o projeto revolucionário por propostas reformistas colocaram-se Kaut Kautsk sky y e Plekhanov e, maisvigoros aisvigorosame amente nte, , Lênine Lênine Rosa osa Luxemburg Luxemburgo. o. A ques questã tão o efetiva efetiva era era identificar o que que havi havia a de novo novo na soci socie edade dade burg burgue uesa sa. . A polêmi polêmica ca emerge rge
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burg burguê uês s cons consis iste te uma tarefa tarefa elemen elementar tar da revolu revolu ção ção soci social alis ista ta, , aprofund aprofunda a a tese tese de que que o Esta Estado do póspós-re revo volu luci cion onár ário io tend tende e à extinç extinção, ão, Na abor aborda da gem da segund gunda a ques questã tão o resi resid de boa boa parte parte da sua infl influê uênc nciia sobre o movi movime ment nto o oper operár ário io revo revolu lu cioná cionário rio: : retoma retomando ndo indi indica caçõ ções es de Kautsky Kautsky, , ele formula a idéi idéia a de que que a cons consci ciên ênci cia a espo espont ntân ânea ea do prolet proletari ariado ado tem tem seu limite limite nosindi nosindica calilismo smo; ; o salt salto o ao pata patamar mar da revol revoluç ução ão exig exige e o rebatime rebatimen n to, na cons consciê ciênc ncia ia operári operária, a, de uma teoriaque não não é acessível ao prol prolet etar aria iado do na sua expe experi riên ênci cia a coti cotidi dian ana a — vale dize izer: a teor teoria ia revol evoluc ucio ioná nári ria a não não brota brota da prátic prática a do operár operário, io, mas se articu articula la desde o exte exteri rior or desta prát prátiica. ca. Esta tese, que sofr sofrer erá á infl inflex exõe ões s na evol evoluç ução ão do próprio próprio Lêni Lênin, n, está stá na base da teoria teoria bolche bolchevi vique que do partido de novo tipo, vist visto o como a inst instân ânci cia a que que pode pode con con duzir duzir a classe oper operár áriia a uma efic eficie ient nte e prát prátic ica a revolucionária. Já observe rvei que que o marx marxis ismo mo construído construído pelos los ideó ideólo logo gos s da Segu egunda Inte Intern rnaci aciona onall não era um bloc bloco o homo homogê gêne neo. o. As dife difere renc ncia iaçõ ções es nele conti das, no enta entant nto, o, vêm à luz com niti nitidez dez quan uando o orga rganismo ismo entra ntra em crise, em 1914 1914. . Espera ra va-se que o movi movime ment nto o oper operár áriio insp inspiirado rado em Marx Marx — conh conhec ecid ido o genericamente como como movi face da guerra im mento social-democrata — , em face peri perial alis ista ta, , ou se recusasse a partici participar par dela ela ou luta lutass sse e para para transformá-la transformá-la em proc proces esso so revolucio nári nário. o. Não foi o que ocorreu reu em jul julho-a ho-ago gost sto o
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nosú nosú ltimos anos anos do sécu século lo 19 e vai vai prosse prossegui guir r até o final final da Prim Primei eira ra Guer Guerra ra Mundi Mundial al. . As atenç tençõ ões se diri dirigem gem para as tran transf sfor orma maçõ ções es operad radas no ordenam ordenament ento o da econo economia mia capita capitalis lista ta e três três teóri cos se destac tacam nestas inv investig tigações: R. HilHilferding (O Capital Financeiro), Rosa Luxembur Luxemburgo go ênin (O Imperia (A Acumulação de Capital ) e Lêni lismo, Estágio Superior do Capitalismo). Os enfo ques são dife difere rent ntes es, , há solu soluçõ ções es contra contradit ditóri órias, as, mas uma uma conc conclu lusã são o se impõe: impõe: o capital capitalismo ismo clá clás sico sico (liberal, (liberal, concorrencial) concorrencial) cede cedeu u luga lugar r ao capita lismo lismo dos dos monopólios. monopólios. Chamand Chamando o a este ste de impe rialismo, Lêni Lênin n infer nfere e que esta mudança, entre ntre outr outras as impl implic icaç açõe ões s (com (como, o, por exemp exemplo lo, , o surg surgi i mento mento de uma uma "aristoc "aristocraci racia a operária" operária" inte intere ress ssad ada a apenas no refo reform rmis ismo mo), ), tran transf sfer ere e o eixo eixo inic inicia ial l da revolução dos dos país países es adiantados adiantados para para os atrasa atrasa dos, já que que estes constitu constituiri iriam am o "elo mais fraco fraco dacorrenteimperialista". Entre Entre os revolu revolucio cionári nários os formados formados sob sob a égid égide e da Segu Segund nda a Internacional, Internacional, Lênin, sem dúvida dúvidas, s, se revelará lará uma figu figura ra ímpa ímpar r — e não só por por haver lider liderado ado a primeir primeira a revo revolu lução ção proletár proletária ia vitorio vitoriosa. sa. Além Além da sua contri contribui buição ção ao estu estudo do do imperi imperia a lismo, lismo, coube-lh coube-lhe e dese desenvo nvolve lver r duas duas temática temáticas s cen cen trais trais do marxismo marxismo: : a questão do Estado e a ques tão do partido político proletário. Quan Quanto to à pri pri meir meira, a, Lêni Lênin n res resgata as princip principais ais passagens de Marx Marx e Engels sobre a natu nature reza za e a funç função ão do Estado Estado e, sublinhandoquena destruição destruiçãodo do Estado Estado
O que é marxismo
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de 1914 1914: : muitos muitos parti partidos dos vaci vacila lara ram m e o princi principal pal deles les, o alem alemão ão, , votou votou pelo pelos s créd crédit itos os beli belici cist stas as pedid edidos os pelo pelo Kais aiser. 0 internaciona/ismo, a soli soli dari daried edad ade e entre entre os operá operári rios os de todos todos os paíse íses simplesmentefoiàsfavas. Eis a gota gota d'ág d'água ua que que precipito precipitou u a ruptura, ruptura, tra zend zendo o para a prát prátic ica a políti política ca romp rompiimento mentos s que estav stava am late latent ntes es nas dife difere renç nças as teór teóric icas as. . Os diri gentes tes reform reformis istas tas ou hesi hesita tant ntes es somaram ram-se -se à hist hister eria ia guer guerre reir ira a de seus gover overn nos ou, quan quando do muito, muito, refu refugi giar aram am-s -se e num num paci pacifi fism smo o de oper operet eta. a. Os dirigentes mais maisdeste destemidose midose combativos (Ros (Rosa a Luxemb Luxemburg urgo, o, Fran Franz z Mehr Mehrin ing, g, Lêni Lênin) n), , denu denunc ncia ian n do a guer guerra ra e o comportamento comportamento dos seus compa compa nhei nheiro ros s da vésper spera, a, dema demarc rcar aram am-s -se e da soci social al-d -de e mocr mocrac acia ia e procur procurara aram m forjar novo novos s instrum instrument entos os deaçãopolítica. A ruptur ruptura a se torn torna a mais drás rástica tica quan quando do, , no fim da guer guerra ra, , eclo eclode de a Revo Revolu luçã ção o Russa e sur sur gem os seus primeir primeiros os desd desdob obra rame ment ntos os. . As fratu ras ras conhecidas conhecidas desd desde e 1914 parece parecem, m, então, chega chegar r ao irreve irreversí rsível vel: : muitos muitos dos dos adep adepto tos s da soci social al-d -de e mocr mocrac acia ia rec recusam-se -se a reco reconh nhec ecer er na inici iniciat ativa iva dos lidera erados por por Lêni ênin o proj projet eto o de Mar Marx. E, defron defrontad tados os com com ações revo revolu luci cion onár ária ias, s, posi posici cio o nam nam-se -se de forma a favoreceras clas lassesdominantes (ass (assim im se deu deu na Alemanha, Alemanha, em 1919/1920, quan quan do a fraç fração ão revo revolu luci cion onár ária ia de Rosa Luxe Luxembu mburg rgo o f oi oi barbaramente reprim id ida com o apoio da social-democracia).
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burg burguê uês s cons consis iste te uma tarefa tarefa elemen elementar tar da revolu revolu ção ção soci social alis ista ta, , aprofund aprofunda a a tese tese de que que o Esta Estado do póspós-re revo volu luci cion onár ário io tend tende e à extinç extinção, ão, Na abor aborda da gem da segund gunda a ques questã tão o resi resid de boa boa parte parte da sua infl influê uênc nciia sobre o movi movime ment nto o oper operár ário io revo revolu lu cioná cionário rio: : retoma retomando ndo indi indica caçõ ções es de Kautsky Kautsky, , ele formula a idéi idéia a de que que a cons consci ciên ênci cia a espo espont ntân ânea ea do prolet proletari ariado ado tem tem seu limite limite nosindi nosindica calilismo smo; ; o salt salto o ao pata patamar mar da revol revoluç ução ão exig exige e o rebatime rebatimen n to, na cons consciê ciênc ncia ia operári operária, a, de uma teoriaque não não é acessível ao prol prolet etar aria iado do na sua expe experi riên ênci cia a coti cotidi dian ana a — vale dize izer: a teor teoria ia revol evoluc ucio ioná nári ria a não não brota brota da prátic prática a do operár operário, io, mas se articu articula la desde o exte exteri rior or desta prát prátiica. ca. Esta tese, que sofr sofrer erá á infl inflex exõe ões s na evol evoluç ução ão do próprio próprio Lêni Lênin, n, está stá na base da teoria teoria bolche bolchevi vique que do partido de novo tipo, vist visto o como a inst instân ânci cia a que que pode pode con con duzir duzir a classe oper operár áriia a uma efic eficie ient nte e prát prátic ica a revolucionária. Já observe rvei que que o marx marxis ismo mo construído construído pelos los ideó ideólo logo gos s da Segu egunda Inte Intern rnaci aciona onall não era um bloc bloco o homo homogê gêne neo. o. As dife difere renc ncia iaçõ ções es nele conti das, no enta entant nto, o, vêm à luz com niti nitidez dez quan uando o orga rganismo ismo entra ntra em crise, em 1914 1914. . Espera ra va-se que o movi movime ment nto o oper operár áriio insp inspiirado rado em Marx Marx — conh conhec ecid ido o genericamente como como movi face da guerra im mento social-democrata — , em face peri perial alis ista ta, , ou se recusasse a partici participar par dela ela ou luta lutass sse e para para transformá-la transformá-la em proc proces esso so revolucio nári nário. o. Não foi o que ocorreu reu em jul julho-a ho-ago gost sto o
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de 1914 1914: : muitos muitos parti partidos dos vaci vacila lara ram m e o princi principal pal deles les, o alem alemão ão, , votou votou pelo pelos s créd crédit itos os beli belici cist stas as pedid edidos os pelo pelo Kais aiser. 0 internaciona/ismo, a soli soli dari daried edad ade e entre entre os operá operári rios os de todos todos os paíse íses simplesmentefoiàsfavas. Eis a gota gota d'ág d'água ua que que precipito precipitou u a ruptura, ruptura, tra zend zendo o para a prát prátic ica a políti política ca romp rompiimento mentos s que estav stava am late latent ntes es nas dife difere renç nças as teór teóric icas as. . Os diri gentes tes reform reformis istas tas ou hesi hesita tant ntes es somaram ram-se -se à hist hister eria ia guer guerre reir ira a de seus gover overn nos ou, quan quando do muito, muito, refu refugi giar aram am-s -se e num num paci pacifi fism smo o de oper operet eta. a. Os dirigentes mais maisdeste destemidose midose combativos (Ros (Rosa a Luxemb Luxemburg urgo, o, Fran Franz z Mehr Mehrin ing, g, Lêni Lênin) n), , denu denunc ncia ian n do a guer guerra ra e o comportamento comportamento dos seus compa compa nhei nheiro ros s da vésper spera, a, dema demarc rcar aram am-s -se e da soci social al-d -de e mocr mocrac acia ia e procur procurara aram m forjar novo novos s instrum instrument entos os deaçãopolítica. A ruptur ruptura a se torn torna a mais drás rástica tica quan quando do, , no fim da guer guerra ra, , eclo eclode de a Revo Revolu luçã ção o Russa e sur sur gem os seus primeir primeiros os desd desdob obra rame ment ntos os. . As fratu ras ras conhecidas conhecidas desd desde e 1914 parece parecem, m, então, chega chegar r ao irreve irreversí rsível vel: : muitos muitos dos dos adep adepto tos s da soci social al-d -de e mocr mocrac acia ia rec recusam-se -se a reco reconh nhec ecer er na inici iniciat ativa iva dos lidera erados por por Lêni ênin o proj projet eto o de Mar Marx. E, defron defrontad tados os com com ações revo revolu luci cion onár ária ias, s, posi posici cio o nam nam-se -se de forma a favoreceras clas lassesdominantes (ass (assim im se deu deu na Alemanha, Alemanha, em 1919/1920, quan quan do a fraç fração ão revo revolu luci cion onár ária ia de Rosa Luxe Luxembu mburg rgo o f oi oi barbaramente reprim id ida com o apoio da social-democracia).
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Do cola colaps pso o da Segu egunda Inte Intern rnaci aciona onall rest restou ou, , pois, no plano lano políti político, co, uma prof profun unda da divisão que que até hoje hoje separa as corr corren ente tes s do moviment movimento o oper operár ário io orig origin inal alme ment nte e ins inspira iradas em Marx: Marx: de um lado lado, , os soci social al-d -dem emoc ocra rata tas s (freq (freqüe üent nteme ement nte e aglu agluti tina nado dos s em part partid idos os socia cialist lista as de cort corte e re re formista) formista), , no mais das vezes inte integr grad ados os no jogo jogo po lítico burgu burguês ês; ; de outr o, os revolucioná revolucionáriosque riosque, , a partir daí, pass passar aram am a denom denomin inarar-se se comuni comunista stas. s. A divisão divisão se cristalizou desd desde e a décad década a de 20,com 20, com a fun fundaçã dação o da Internacional Comunista (co (conhe nhe cida como Ter Terceira Inter nterna naci cio onal nal), em 1919, institucionalizandoaruptura. A í, porém, porém, a obra obra ideo ideológ lógic ica a da Segu egunda nda Inter naci nacion onal al já estav tava concluída: concluída: o pens pensam amen ento to marmarxian xiano o fora fora rear rearti ticu cula lado do num sistema fech fechad ado, o, numa numa concep concepção ção de mundo. E mesm mesmo o aque aquele lesque sque se sepa separa rara ram m radic radicalm alment ente e da prátic prática a política da Segu Segund nda a Internacional, Internacional, como Lênin, Lênin, prolonga prolongavam, vam, no esse essenc ncia ial,l, as suas interpret interpretaçõe ações s teórica teóricas s bási bási cas. E é sobre sobre este ste leito que que vai vai pross prosseg eguir uir a evo evo luçãodomarxismo. O veio veio inau inaugu gura rado do por Bern Bernst stei ein, n, entret entretant anto, o, não não se exauriu. exauriu. Na sua estei esteira ra, , muitos pens pensad ador ores es começaram a ver em Marx mais um "cie "cient ntis ista ta social", social", do qual qual se poderi poderiam am extrair algu algum mas aná aná lise lises s que, que, conjugad conjugadas as a outras das das ciências ciências socia sociais, is, serv servir iria iam m para expli explicar car aspe specto ctos do mundo mundo con con tempor temporâne âneo. o. Desv Desvin incu cula lada da da idéi idéia a da revo revolu luçã ção o e conv conver erti tida da em mais uma cont contri ribu buiç ição, ão, dent dentre re
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tant tantas as, , às ciê ciência cias sociais iais, , a obra obra de Marx Marx pas sou a ser utilizad utilizada a em oper operaç açõe ões s analít analítica icas s "neu tras", tras", "objetivas "objetivas". ". Extirpan Extirpando do dela a "ideologia" revo evoluci lucion onár áriia, o refo reform rmiismo smo abri briu o cami caminh nho o para a mumi mumifi fica caçã ção o acadêm dêmica ica de Marx Marx como como sociólogo,economistaetc.
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Do cola colaps pso o da Segu egunda Inte Intern rnaci aciona onall rest restou ou, , pois, no plano lano políti político, co, uma prof profun unda da divisão que que até hoje hoje separa as corr corren ente tes s do moviment movimento o oper operár ário io orig origin inal alme ment nte e ins inspira iradas em Marx: Marx: de um lado lado, , os soci social al-d -dem emoc ocra rata tas s (freq (freqüe üent nteme ement nte e aglu agluti tina nado dos s em part partid idos os socia cialist lista as de cort corte e re re formista) formista), , no mais das vezes inte integr grad ados os no jogo jogo po lítico burgu burguês ês; ; de outr o, os revolucioná revolucionáriosque riosque, , a partir daí, pass passar aram am a denom denomin inarar-se se comuni comunista stas. s. A divisão divisão se cristalizou desd desde e a décad década a de 20,com 20, com a fun fundaçã dação o da Internacional Comunista (co (conhe nhe cida como Ter Terceira Inter nterna naci cio onal nal), em 1919, institucionalizandoaruptura. A í, porém, porém, a obra obra ideo ideológ lógic ica a da Segu egunda nda Inter naci nacion onal al já estav tava concluída: concluída: o pens pensam amen ento to marmarxian xiano o fora fora rear rearti ticu cula lado do num sistema fech fechad ado, o, numa numa concep concepção ção de mundo. E mesm mesmo o aque aquele lesque sque se sepa separa rara ram m radic radicalm alment ente e da prátic prática a política da Segu Segund nda a Internacional, Internacional, como Lênin, Lênin, prolonga prolongavam, vam, no esse essenc ncia ial,l, as suas interpret interpretaçõe ações s teórica teóricas s bási bási cas. E é sobre sobre este ste leito que que vai vai pross prosseg eguir uir a evo evo luçãodomarxismo. O veio veio inau inaugu gura rado do por Bern Bernst stei ein, n, entret entretant anto, o, não não se exauriu. exauriu. Na sua estei esteira ra, , muitos pens pensad ador ores es começaram a ver em Marx mais um "cie "cient ntis ista ta social", social", do qual qual se poderi poderiam am extrair algu algum mas aná aná lise lises s que, que, conjugad conjugadas as a outras das das ciências ciências socia sociais, is, serv servir iria iam m para expli explicar car aspe specto ctos do mundo mundo con con tempor temporâne âneo. o. Desv Desvin incu cula lada da da idéi idéia a da revo revolu luçã ção o e conv conver erti tida da em mais uma cont contri ribu buiç ição, ão, dent dentre re
tant tantas as, , às ciê ciência cias sociais iais, , a obra obra de Marx Marx pas sou a ser utilizad utilizada a em oper operaç açõe ões s analít analítica icas s "neu tras", tras", "objetivas "objetivas". ". Extirpan Extirpando do dela a "ideologia" revo evoluci lucion onár áriia, o refo reform rmiismo smo abri briu o cami caminh nho o para a mumi mumifi fica caçã ção o acadêm dêmica ica de Marx Marx como como sociólogo,economistaetc.
O que é marxismo
O MARXISMO-LENINISMO A Revolução Russa assinala uma infl nflexão exão decis cisiva na hist histór ória ia do marx marxis ismo mo emer emerg gente ente e cons consol olid idad ado o com a ideo ideolo logi gia a da Segunda Inter Inter naci nacion ona al. A partir partir dela, um divi diviso sor r de águas se esta estabe bele lece ce a dois dois nívei níveis: s: 1P) os marx marxist istas as já não pode podem m se limitar limitar à crítica crítica da soci socie edad dade burg burgue ue sa; defr defron onta tamm-se se com com tare tarefa fas s posi positi tiva vas: s: cheg chegan an do ao poder poder na Rússi ússia a czaris czarista, ta, deve devem m organiz organizar ar a econo conomi mia a e a socie ciedade de um país país sub subdesen volvido e arra arrasa sado do pela pela guer guerra ra e pela pela interv intervenç enção ão estra stran ngeir geira; a; 2P) 2P) ergui erguido do o Esta Estad do sovi soviét étic ico o em cond condiç içõ ões muito muito peculi culia ares res, o disc discur urso so marx marxis is ta é inve invest stid ido o da funç função ão adici dicion onal al de legi legiti timar mar ideolog ologic ica ament mente e a nova ordem rdem social. As im im plicaçõ plicações es deste deste giro determinarão, em larg larga a esca escala la, , a face mais conhe nhecida do legado de Mar Marx na metadeinicialdoséculo20.
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Veja Vejamo mos s o prim primei eiro ro pont ponto. o. As tare tarefa fass dos re volucionários russ russos os eram eram gigan gigantes tesca cas s e, no acervo acervo marx marxis ista ta exis existe tent nte, e, não encon ncontr trav avam am mais que pistas e sumária rias indic ndica ações ções para a res resoluç lução dos seus prob proble lema mas s prát prátic icos os. . Confro Confronta ntados dos com com o desafio da construção de uma nova ordem socia sociall numpaísde numpaísde capitalismo atrasado atrasado eperiférico, eles de fato fato tinh tinham am que inve invent ntar ar e cria criar r tudo tudo.. Surge Surge nosp nosprimeir rimeiros os anosda anosdarevolução revolução eseesten seesten de até finais finais da déca década da de 20 uma rica rica efer eferve vesc scên ên cia teórica teórica e cultural. Há que ins tituir regulam regulament enta a çõesjurídicas,estruturarumaeconomiaplanificada, promover uma industrializaçãoaceler industrializaçãoacelerad adaecoletivi- aecoletivi- zar zar a agricult agricultura. ura. As polê polêmi mica cas s são inte intens nsas as e os próprio próprios s revolu revolucio cionár nários ios dive diverg rgem em na anál anális ise e das situaçõesenadefiniçãodeprogramas. A prod produç ução ão intel intelect ectua uall é temp tempes estu tuos osa. a. Lêni Lênin n faz faz argu arguta tas s obser bservvaçõe ações s sobr sobre e o período de tran sição, o capi apital talismo ismo de Estado e os riscos da buro burocr crat atiz izaç ação ão. . Trots Trotski ki enfr enfren enta ta a orga rganiz nização do exérci exército to e do trabal trabalho, ho, o novo novo papel dos sin sin dicatos dicatos e a revolu revolução ção mundial. mundial. Stucka Stucka e Pasu Pasuka kani nis s dão dão os primeiros passos na direção direção de uma uma teoria teoria marx marxis ista ta do direit direito. o. Bukha Bukhari rin n pensa o marx marxis ismo mo como como uma soci sociol olog ogia ia alter alternat nativ iva. a. Preo Preoba baze zenk nksi si abor aborda da a questão tão da acum acumul ula ação ção de capit apital al no perí período odo de tran transi siçã ção. o. Varga se interessa pelo elo prob proble lema ma da cris rise do capi capital talism ismo. o. Riaz Riazan anov ov de dica-se à divul ivulg gação ação crític crítica a das obras ras de Mar Marx e Engels. Engels.
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O MARXISMO-LENINISMO A Revolução Russa assinala uma infl nflexão exão decis cisiva na hist histór ória ia do marx marxis ismo mo emer emerg gente ente e cons consol olid idad ado o com a ideo ideolo logi gia a da Segunda Inter Inter naci nacion ona al. A partir partir dela, um divi diviso sor r de águas se esta estabe bele lece ce a dois dois nívei níveis: s: 1P) os marx marxist istas as já não pode podem m se limitar limitar à crítica crítica da soci socie edad dade burg burgue ue sa; defr defron onta tamm-se se com com tare tarefa fas s posi positi tiva vas: s: cheg chegan an do ao poder poder na Rússi ússia a czaris czarista, ta, deve devem m organiz organizar ar a econo conomi mia a e a socie ciedade de um país país sub subdesen volvido e arra arrasa sado do pela pela guer guerra ra e pela pela interv intervenç enção ão estra stran ngeir geira; a; 2P) 2P) ergui erguido do o Esta Estad do sovi soviét étic ico o em cond condiç içõ ões muito muito peculi culia ares res, o disc discur urso so marx marxis is ta é inve invest stid ido o da funç função ão adici dicion onal al de legi legiti timar mar ideolog ologic ica ament mente e a nova ordem rdem social. As im im plicaçõ plicações es deste deste giro determinarão, em larg larga a esca escala la, , a face mais conhe nhecida do legado de Mar Marx na metadeinicialdoséculo20.
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Esse flor flores esci cime ment nto o intel ntelec ectu tual al (que incid cide, ainda, ainda, em todas todas as artes) artes), , mais o fascínioexercido pela pela experi experiênc ência ia soviética soviética, , ultra ultrapa pass ssa a as fronteiras do novo novo Esta Estado do, , poten potenci ciad ado o pela pers perspe pect ctiv iva a de uma iminen iminente te revo revolu luçã ção o no Ocid Ociden ente te. . Revol Revoluc ucio io nári nários os alem lemães e cantr cantro-e o-euro uropeu peus, s, como Kors Korsch ch e Lukács kács, , resgatam tam as vinc vincul ulaç açõe ões s entr entre e Marx Marx e a filo filosof sofia ia clás lássica, espe especi cia alme lmente Hegel, en quant quanto o o "austromarxi "austromarxismo", smo", com com Adler Adler e Bau Bauer, reva revalo loriz riza a Kant Kant e, criticando criticando a evoluç evoluçãosov ãosovié iétitica ca, , temat matiza iza a relação entre socialismo e demo mo cracia. Na Itál Itália ia, , Gramsci começa a alinhavar o seu pensamento original. A influência de Marx desb desbord orda a da EuropaOcident EuropaOcidental al para parao o Oriente Oriente e igu igualme alment nte e alca lcança as Amé Améric ricas — aqui, qui, seu primeiro grand grande e discípulo é o peruan peruano o José José Carlo Carlos s Mariátegui. Os desd desdob obra rame ment ntos os da expe experi riên ênci cia a sovi soviét étic ica, a, porém porém, , são ines inespe pera rado dos s para ara os revol revoluci ucioná onário rios. s. Seu isol isolam amen ento to, , dete determ rmin inad ado o pelo pelo fra fracasso da revolução no Oci Ociden dente (notadamen mente na Ale Ale manh manha) a), , cria cria as condi condiçõe ções s propíci propícias as para para a emer emer gência da autoc utocra raci cia a sta stalinist nista a que, na virada dos anos 20, 20, inst instal ala a o seu reino reino polí políci cial ales esco co, , só vencidotrêsdécadasmaistarde. Com o cham chamad ado o stalinismo, o marxi marxismo smo dado dado à luz pela Segunda Int Interna ernaci cion onal al se converte numa ideo deologi ogia de Estado — um discurso ade quad quado o para legi legiti timar mar apar paratos atos de pode oder. É evi evi dent dente e que esta conv conve ersã rsão não foi simp imples les nem
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Veja Vejamo mos s o prim primei eiro ro pont ponto. o. As tare tarefa fass dos re volucionários russ russos os eram eram gigan gigantes tesca cas s e, no acervo acervo marx marxis ista ta exis existe tent nte, e, não encon ncontr trav avam am mais que pistas e sumária rias indic ndica ações ções para a res resoluç lução dos seus prob proble lema mas s prát prátic icos os. . Confro Confronta ntados dos com com o desafio da construção de uma nova ordem socia sociall numpaísde numpaísde capitalismo atrasado atrasado eperiférico, eles de fato fato tinh tinham am que inve invent ntar ar e cria criar r tudo tudo.. Surge Surge nosp nosprimeir rimeiros os anosda anosdarevolução revolução eseesten seesten de até finais finais da déca década da de 20 uma rica rica efer eferve vesc scên ên cia teórica teórica e cultural. Há que ins tituir regulam regulament enta a çõesjurídicas,estruturarumaeconomiaplanificada, promover uma industrializaçãoaceler industrializaçãoacelerad adaecoletivi- aecoletivi- zar zar a agricult agricultura. ura. As polê polêmi mica cas s são inte intens nsas as e os próprio próprios s revolu revolucio cionár nários ios dive diverg rgem em na anál anális ise e das situaçõesenadefiniçãodeprogramas. A prod produç ução ão intel intelect ectua uall é temp tempes estu tuos osa. a. Lêni Lênin n faz faz argu arguta tas s obser bservvaçõe ações s sobr sobre e o período de tran sição, o capi apital talismo ismo de Estado e os riscos da buro burocr crat atiz izaç ação ão. . Trots Trotski ki enfr enfren enta ta a orga rganiz nização do exérci exército to e do trabal trabalho, ho, o novo novo papel dos sin sin dicatos dicatos e a revolu revolução ção mundial. mundial. Stucka Stucka e Pasu Pasuka kani nis s dão dão os primeiros passos na direção direção de uma uma teoria teoria marx marxis ista ta do direit direito. o. Bukha Bukhari rin n pensa o marx marxis ismo mo como como uma soci sociol olog ogia ia alter alternat nativ iva. a. Preo Preoba baze zenk nksi si abor aborda da a questão tão da acum acumul ula ação ção de capit apital al no perí período odo de tran transi siçã ção. o. Varga se interessa pelo elo prob proble lema ma da cris rise do capi capital talism ismo. o. Riaz Riazan anov ov de dica-se à divul ivulg gação ação crític crítica a das obras ras de Mar Marx e Engels. Engels.
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linear, linear, e aquisó importa assi assina nala lar r o seu result resultado. ado. Já nos anos 30, 30, o marx marxis ismo mo está institucionali oficial cial do Es zado: investido como ideologia ofi tado tado autocrá autocráti tico co stal stalin inis ista ta, , ele ele se torna torna uma lin guagemeumaestratégiadepoder. Essa transformação não atinge apen apenas as o mundo cultu cultura ral l sovi soviét étic ico. o. Atra Atravé vés s da Terc Tercei eira ra Inte Intern rna a cion ciona al, os modelos polít lític icos os e ideo ideollógi ógicos cos do partido soviético soviético staiinizado staiinizado se gene general raliz izam am entre entre os comunist comunistasde asde todo o mundo. Correi Correia a de trans miss issão da auto autocr crac acia ia stal stalin inis ista ta, , a Terc Tercei eira ra Inter nacional cump cumpre re a funç função ão de equal qualiizar zar o pen samento com un unista, de u ni nifo rm rm iz izá -l-lo e ho moge mogene neiz izáá-lo lo segu segund ndo o as fórmulas fórmulas do marxism marxismo o institucionalizado. Não Não é prec preciso iso dizer dizer que, que, a partir do enqu enquad adra ra men mento realizado pelo mar marxismo smo ofi oficial cial, , tudo tudo aquil aquilo o que a ele escapa — seja em política, política, seja em teor teoriia — é rubr rubriicado cado como como "desvi "desvio" o", , "falsi "falsi dade" de" etc. Instaura-se um marxismo "justo" "justo", , "ver "verda dadei deiro ro", ", que deve comp compet etiir com o "não "não- - marxi marxismo smo". ". Tamb Também ém é desnecessário afir afirmar mar que a "m a ld ld iç iç ão ão " p ol olític a acompanha a " e x x comu comunh nhão ão" " teór teóriica: ca: o caso mais óbvi óbvio o é o de Trots Trotski ki — com com a sua liqui quidaçã dação o polít polític ica, a, liqu liquiidaram daram-se -se as suas uas análi análise ses s sobre sobre a constitu ição e a burocratizaçãodoEstadosoviético. Assim como a Segunda Internac nacional deu nasc ascimen mento ao mar marxis xismo, mo, a Terce rceira Inte Intern rna a cion ional inst instit ituci uciona onalilizou zou-o -o. . Mas não se trata trata de
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Esse flor flores esci cime ment nto o intel ntelec ectu tual al (que incid cide, ainda, ainda, em todas todas as artes) artes), , mais o fascínioexercido pela pela experi experiênc ência ia soviética soviética, , ultra ultrapa pass ssa a as fronteiras do novo novo Esta Estado do, , poten potenci ciad ado o pela pers perspe pect ctiv iva a de uma iminen iminente te revo revolu luçã ção o no Ocid Ociden ente te. . Revol Revoluc ucio io nári nários os alem lemães e cantr cantro-e o-euro uropeu peus, s, como Kors Korsch ch e Lukács kács, , resgatam tam as vinc vincul ulaç açõe ões s entr entre e Marx Marx e a filo filosof sofia ia clás lássica, espe especi cia alme lmente Hegel, en quant quanto o o "austromarxi "austromarxismo", smo", com com Adler Adler e Bau Bauer, reva revalo loriz riza a Kant Kant e, criticando criticando a evoluç evoluçãosov ãosovié iétitica ca, , temat matiza iza a relação entre socialismo e demo mo cracia. Na Itál Itália ia, , Gramsci começa a alinhavar o seu pensamento original. A influência de Marx desb desbord orda a da EuropaOcident EuropaOcidental al para parao o Oriente Oriente e igu igualme alment nte e alca lcança as Amé Améric ricas — aqui, qui, seu primeiro grand grande e discípulo é o peruan peruano o José José Carlo Carlos s Mariátegui. Os desd desdob obra rame ment ntos os da expe experi riên ênci cia a sovi soviét étic ica, a, porém porém, , são ines inespe pera rado dos s para ara os revol revoluci ucioná onário rios. s. Seu isol isolam amen ento to, , dete determ rmin inad ado o pelo pelo fra fracasso da revolução no Oci Ociden dente (notadamen mente na Ale Ale manh manha) a), , cria cria as condi condiçõe ções s propíci propícias as para para a emer emer gência da autoc utocra raci cia a sta stalinist nista a que, na virada dos anos 20, 20, inst instal ala a o seu reino reino polí políci cial ales esco co, , só vencidotrêsdécadasmaistarde. Com o cham chamad ado o stalinismo, o marxi marxismo smo dado dado à luz pela Segunda Int Interna ernaci cion onal al se converte numa ideo deologi ogia de Estado — um discurso ade quad quado o para legi legiti timar mar apar paratos atos de pode oder. É evi evi dent dente e que esta conv conve ersã rsão não foi simp imples les nem
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linear, linear, e aquisó importa assi assina nala lar r o seu result resultado. ado. Já nos anos 30, 30, o marx marxis ismo mo está institucionali oficial cial do Es zado: investido como ideologia ofi tado tado autocrá autocráti tico co stal stalin inis ista ta, , ele ele se torna torna uma lin guagemeumaestratégiadepoder. Essa transformação não atinge apen apenas as o mundo cultu cultura ral l sovi soviét étic ico. o. Atra Atravé vés s da Terc Tercei eira ra Inte Intern rna a cion ciona al, os modelos polít lític icos os e ideo ideollógi ógicos cos do partido soviético soviético staiinizado staiinizado se gene general raliz izam am entre entre os comunist comunistasde asde todo o mundo. Correi Correia a de trans miss issão da auto autocr crac acia ia stal stalin inis ista ta, , a Terc Tercei eira ra Inter nacional cump cumpre re a funç função ão de equal qualiizar zar o pen samento com un unista, de u ni nifo rm rm iz izá -l-lo e ho moge mogene neiz izáá-lo lo segu segund ndo o as fórmulas fórmulas do marxism marxismo o institucionalizado. Não Não é prec preciso iso dizer dizer que, que, a partir do enqu enquad adra ra men mento realizado pelo mar marxismo smo ofi oficial cial, , tudo tudo aquil aquilo o que a ele escapa — seja em política, política, seja em teor teoriia — é rubr rubriicado cado como como "desvi "desvio" o", , "falsi "falsi dade" de" etc. Instaura-se um marxismo "justo" "justo", , "ver "verda dadei deiro ro", ", que deve comp compet etiir com o "não "não- - marxi marxismo smo". ". Tamb Também ém é desnecessário afir afirmar mar que a "m a ld ld iç iç ão ão " p ol olític a acompanha a " e x x comu comunh nhão ão" " teór teóriica: ca: o caso mais óbvi óbvio o é o de Trots Trotski ki — com com a sua liqui quidaçã dação o polít polític ica, a, liqu liquiidaram daram-se -se as suas uas análi análise ses s sobre sobre a constitu ição e a burocratizaçãodoEstadosoviético. Assim como a Segunda Internac nacional deu nasc ascimen mento ao mar marxis xismo, mo, a Terce rceira Inte Intern rna a cion ional inst instit ituci uciona onalilizou zou-o -o. . Mas não se trata trata de
0 que é marxismo marxismo
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um processo idênt êntico. co. Mudara a posição dos mar marxistas tas: agora, detêm têm um pode poder r de Estado em cons consol olid ida ação ção e, em muito muitos s paíse íses, cont contam am com um firm firme e aparato part partiidári dário o (os parti rtidos dos comun comunist istas) as) que que se orga organi niza za segu segund ndo o uma uma rígida rígida hier hierar arqu quia ia, , num num moid moide e oper operat ativ ivo o desc descon onhe heci cido do ante ntes do fim da Prim Primei eira ra Gue Guerra. rra. E mudou, mudou, prin cipa cipalm lmen ente te, , a func funcio iona nalilida dade de do marxi marxism smo o que seinstitucionaliza. Já assin sinalei lei que que a Revo Revolu luçã ção o Russa signif significo icou u uma rupt ruptur ura a política com a ideologia da Se gunda Inte Intern rnac aciional onal. . Ela demarc marco ou os revo revollu cion cionár ário ios s e os refo reform rmis ista tas. s. Mas a esta rupt ruptur ura a pol políti ítica ca não não se segui eguiu u, com com radi radica calilida dade de e con con seqü seqüên ênci cia, a, uma uma ruptura ruptura teórica (que (quem m trab trabal alho hou u neste sent sentid ido, o, como como Lukác kács, acabo cabou u isol isolad ado) o). . Substa Substanc ncial ialme mente nte, , o marxism marxismo o institucio institucionali nalizado zado pela Terc Tercei eira ra Intern Internaci aciona onall é a mesma cons conste tela la ção teór teóriica da Segunda Inte Intern rnac acio iona nal, l, com com a dife difere renç nça a cruc crucia iall de funcio funcionar nar como como legi legiti tima maçã ção o de um pode poder r de Estado e de inco incorp rpor orar ar como como esse essenc ncia iall a contribuiçã contr ibuição ode de Lênin. Lênin. Investido Investido na qualida qualidade de de retórica de um poder poder esta estata tal,l, o marxis marxismo mo da Terce Terceir ira a Interna Internacio cional nal não não sótendeaperderrapidamenteseusconteúdoscríti cos cos e a adquirir adqu irir oscontornos deum discursovulga discursovulgar r e repetitivo. repetitivo. Mais aind ainda: a: ele também também se torna um material ideológico sub submet metido dir diretam etame ente nte à propag propagan anda da e à agita agitação ção, , manipu manipuláve lávell segu segund ndo o as exig exigên ênci cias as do moment momento. o. Por Por outro lado lado, , a incor incor
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poração de Lêni ênin igual gualme ment nte e se fez conf confor orme me interessespolíticosdeterminados. Não está em causa, natu natura ralme lment nte, e, a rele relevâ vân n cia de Lênin nin na hist histór ória ia, , polít polític ica a e teór teóriica, ca, do mar marxismo. smo. Mas cabe realçar que o seu contri contri b ut uto não f oi oi assimilado com o um dentre vá rio rios comp compon onen ente tes s de um larg argo elenco. Ao con con trári trário: o: uma leit leitur ura a parti particul cular ar de Lêni Lênin, n, a leit leitur ura a real realiz izad ada a pela pela autocrac autocracia ia stalinist stalinista, a, o situou como uma cont contri ribui buição ção canô canôni nica ca, , de valo valor r univ unive ersa rsal, à obra de Marx Marx — pret preten ende dend ndo o que fosse Lêni Lênin n oúnicocontinuadorlegítimodeMarx. Este é o marxismo inst nstituci tucion onal aliizado zado pela Terceira Inte Intern rnac acio iona nal: l: o marxismo-leninismo, que rec recebeu a sua formul formulaç ação ão "clá "cláss ssic ica” a” sob a chan chance cela la pessoal de Stalin, Stalin, num texto da segun egun da metad tade dos anos 30, 30, publ public icad ado o como como parte arte da História do Partido Comunista (Bolchevique) da URSS. Apoiando-senuma Apoiando-senuma perspect perspectivaçã ivaçãop op ositi osi ti vist vista a de Marx, vale valend ndoo-se se parcialmen parcialmente te de Enge Engels ls (o Engels do Anti-Duhring e da Dialética da Na tureza) e de Lênin (o Lênin de Materialismo e Staliin, que desde 1924 sus Empirocriticismo), Stal ten tentav tava a exist xistê ência ncia do leninismo, cons consid ide era o marx marxis ismomo-le leni nini nismo smo como como uma uma doutrina, " c o n cepção do mund mundo o científica científica da classe oper operár ária ia”” e "teor "teoria ia geral do part partid ido o marx marxis ista ta-l -len eniinist nista" a". . Esta doutrina comporta dois dois blocosde blocosdesab saber erin in ter ligados ligados: : o materialismo dialético e o materialismo histórico.
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um processo idênt êntico. co. Mudara a posição dos mar marxistas tas: agora, detêm têm um pode poder r de Estado em cons consol olid ida ação ção e, em muito muitos s paíse íses, cont contam am com um firm firme e aparato part partiidári dário o (os parti rtidos dos comun comunist istas) as) que que se orga organi niza za segu segund ndo o uma uma rígida rígida hier hierar arqu quia ia, , num num moid moide e oper operat ativ ivo o desc descon onhe heci cido do ante ntes do fim da Prim Primei eira ra Gue Guerra. rra. E mudou, mudou, prin cipa cipalm lmen ente te, , a func funcio iona nalilida dade de do marxi marxism smo o que seinstitucionaliza. Já assin sinalei lei que que a Revo Revolu luçã ção o Russa signif significo icou u uma rupt ruptur ura a política com a ideologia da Se gunda Inte Intern rnac aciional onal. . Ela demarc marco ou os revo revollu cion cionár ário ios s e os refo reform rmis ista tas. s. Mas a esta rupt ruptur ura a pol políti ítica ca não não se segui eguiu u, com com radi radica calilida dade de e con con seqü seqüên ênci cia, a, uma uma ruptura ruptura teórica (que (quem m trab trabal alho hou u neste sent sentid ido, o, como como Lukác kács, acabo cabou u isol isolad ado) o). . Substa Substanc ncial ialme mente nte, , o marxism marxismo o institucio institucionali nalizado zado pela Terc Tercei eira ra Intern Internaci aciona onall é a mesma cons conste tela la ção teór teóriica da Segunda Inte Intern rnac acio iona nal, l, com com a dife difere renç nça a cruc crucia iall de funcio funcionar nar como como legi legiti tima maçã ção o de um pode poder r de Estado e de inco incorp rpor orar ar como como esse essenc ncia iall a contribuiçã contr ibuição ode de Lênin. Lênin. Investido Investido na qualida qualidade de de retórica de um poder poder esta estata tal,l, o marxis marxismo mo da Terce Terceir ira a Interna Internacio cional nal não não sótendeaperderrapidamenteseusconteúdoscríti cos cos e a adquirir adqu irir oscontornos deum discursovulga discursovulgar r e repetitivo. repetitivo. Mais aind ainda: a: ele também também se torna um material ideológico sub submet metido dir diretam etame ente nte à propag propagan anda da e à agita agitação ção, , manipu manipuláve lávell segu segund ndo o as exig exigên ênci cias as do moment momento. o. Por Por outro lado lado, , a incor incor
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0 mat materia eriallismo smo dial dialét étic ico o é uma teor teoriia geral do ser que, em cont contrrapos aposiição ção à "metafí "metafísi sica" ca", , privil privilegi egia a o movimento movimento e as contra contradi diçõe ções s e toma o mundo mundo mate materi rial al como como o dado dado primári primário o que, que, na cons onsciência, dado ado secu secund ndár áriio, aparece como como refle reflexo xo. . O mate materi rial aliismo hist histór óric ico o é a aplica licaçção dos dos princípios do materialismo materialismo dialético aoestudo oestudo dasociedade. Nessa angulação, o confli conflito to cent centra raii da filo filo sofi sofia a é post posto o como o da luta luta entre entre o idea idealilism smoe oe o mate materi rial alis ismo mo, , este sempre ident identif ific icado ado como como expre express ssão ão de forças forças socialme socialmente nte prog progre ress ssis ista tas. s. O métod método o dial dialét étic ico o surge como como o mais apto apto para o estud estudo o da natur naturez eza a e da soci socied edad ade, e, reduzido reduzido a uma paut pauta a que que cont contem empl pla a um cert certo o núme número ro de "leis " (a coexi coexistê stênci ncia a e a unid unidade ade doscontrá doscontrário rios, s, a transformação transformação da quantidadeemquali quantidadeemqualidade dadeetc.). etc.). Aplic Aplicado ado à soci ociedade, exam examin ina a as inst instit itui uiçõ ções es soci sociai ais s como determin determinadas adas, , "em última instância", instância", pelainfra-estruturaeconômica. Com Com a oper operaç ação ão stali stalini nist sta, a, a teoria teoria marx marxia iana na é situ situad ada a como uma uma ciên ciênci cia a geral ral do ser (o mate mate rialismo dialético) que pode pode seresten serestendid dida a à socie socie dade dade (o materia materialis lismo mo histórico histórico). ). É compre compreend endida ida como como variáv riáve el de um méto método do dial dialét étic ico o (do (do qual estão estão ause ausente ntes s as preocupaç preocupaçõescom õescom a práxis, com a medi mediaç ação ão, , a totali totalidade dade e a nega negati tivi vida dade de, , bem como como as ten tensões entre entre o suje sujeit ito o e o objeto) objeto) que que estab tabelec lece uma filos filosofi ofia a mate materi rial alis ista ta, , dete determi rmi nista ista e fina finalilist sta a da hist histór ória ia (o soci social alis ismo mo é uma
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poração de Lêni ênin igual gualme ment nte e se fez conf confor orme me interessespolíticosdeterminados. Não está em causa, natu natura ralme lment nte, e, a rele relevâ vân n cia de Lênin nin na hist histór ória ia, , polít polític ica a e teór teóriica, ca, do mar marxismo. smo. Mas cabe realçar que o seu contri contri b ut uto não f oi oi assimilado com o um dentre vá rio rios comp compon onen ente tes s de um larg argo elenco. Ao con con trári trário: o: uma leit leitur ura a parti particul cular ar de Lêni Lênin, n, a leit leitur ura a real realiz izad ada a pela pela autocrac autocracia ia stalinist stalinista, a, o situou como uma cont contri ribui buição ção canô canôni nica ca, , de valo valor r univ unive ersa rsal, à obra de Marx Marx — pret preten ende dend ndo o que fosse Lêni Lênin n oúnicocontinuadorlegítimodeMarx. Este é o marxismo inst nstituci tucion onal aliizado zado pela Terceira Inte Intern rnac acio iona nal: l: o marxismo-leninismo, que rec recebeu a sua formul formulaç ação ão "clá "cláss ssic ica” a” sob a chan chance cela la pessoal de Stalin, Stalin, num texto da segun egun da metad tade dos anos 30, 30, publ public icad ado o como como parte arte da História do Partido Comunista (Bolchevique) da URSS. Apoiando-senuma Apoiando-senuma perspect perspectivaçã ivaçãop op ositi osi ti vist vista a de Marx, vale valend ndoo-se se parcialmen parcialmente te de Enge Engels ls (o Engels do Anti-Duhring e da Dialética da Na tureza) e de Lênin (o Lênin de Materialismo e Staliin, que desde 1924 sus Empirocriticismo), Stal ten tentav tava a exist xistê ência ncia do leninismo, cons consid ide era o marx marxis ismomo-le leni nini nismo smo como como uma uma doutrina, " c o n cepção do mund mundo o científica científica da classe oper operár ária ia”” e "teor "teoria ia geral do part partid ido o marx marxis ista ta-l -len eniinist nista" a". . Esta doutrina comporta dois dois blocosde blocosdesab saber erin in ter ligados ligados: : o materialismo dialético e o materialismo histórico.
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"nec "neces essi sida dade de objeti objetiva va inelutáve inelutável") l"). . A imple implemen men tação tação desta desta concep concepção ção, , porque tambémvinculada tambémvinculada à justi justifi ficaçã cação o ideo ideoló lógi gica ca de um apar aparel elho ho esta estata tal, l, redu redund ndou ou em proc proced edim imen ento tos s dogm dogmát átic icos os: : hipó hipó tes teses marx marxia iana nas s passaram ram a ser ser ques questõ tões es de fé e a rela relaçã ção o entre a teoria e a prática prática foi desna desnatur turada ada em manipulação dos pri princí ncípios pios para servir à apol apolog ogia ia das inic inicia iati tivas vas estat statai ais s - o pragmatismo invad invade e o marxismo. E o uso uso de citaçõ citações es dos "clás sicos" (com Stali alin colocado no mesmo nível de Marx, Enge Engels ls e Lênin), conveniente convenientementeesc menteesco o lhid lhidas as, , conv conver erte teuu-se se num suce sucedâ dâne neo o da reflexão reflexão crítica. Essa doutri doutrina, na, que apres resentav tava o lega legado do de Marx Marx como como um a-bê-cê facil facilment mente e manu manual aliz izáv ável el, , moldou o esqu esquem ema a mental mental de milhões milhões de homens homens, , comu comuni nist stas as ou não. Esta Estab belec elecen endo do dico dicoto tomi mias as do tipo "ciê "ciênci ncia a burgu rguesa x ciê ciência ncia prolet proletári ária", a", vulg vulgar ariz izan ando do fórmu fórmula las s unil unilat ater erai ais s do gênero nero "a reli religi gião ão é o ópio ópio do povo", povo", cond conduz uzin indo do a defor defor maçõe açõesde sde toda a ordem ordem (como o "realismo socia socia lista lista" " de Zdha Zdhano nov v ou a "gen "genét étic ica a de cia ciasse" sse" de Lyse Lysenk nko) o), , ela constitui constitui a hera heranç nça a ideo ideoló lógi gica ca da Terc Tercei eira ra Inte Interna rnaci ciona onall e delimitou delimitou o camp campo o prin cipa cipall onde onde, , por cerca rca de trinta ano anos, afluíram afluíram as elab elabor oraç açõ ões dos dos comu comuni nist stas as. . E, aind ainda a hoje hoje, , lastrei treia a boa boa part parte e da polê polêmi mica ca que que se trav trava a em tor no de Marx. Impost Imposta a por meio meios s pers persua uasi sivo vos, s, mas igual igualmen mente te por métod métodos os repr repre essiv ssivos os (os (os diss dissid iden en tes teór teóriicos cos ou eram obrig rigados dos ao sil silênci êncio o ou
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0 mat materia eriallismo smo dial dialét étic ico o é uma teor teoriia geral do ser que, em cont contrrapos aposiição ção à "metafí "metafísi sica" ca", , privil privilegi egia a o movimento movimento e as contra contradi diçõe ções s e toma o mundo mundo mate materi rial al como como o dado dado primári primário o que, que, na cons onsciência, dado ado secu secund ndár áriio, aparece como como refle reflexo xo. . O mate materi rial aliismo hist histór óric ico o é a aplica licaçção dos dos princípios do materialismo materialismo dialético aoestudo oestudo dasociedade. Nessa angulação, o confli conflito to cent centra raii da filo filo sofi sofia a é post posto o como o da luta luta entre entre o idea idealilism smoe oe o mate materi rial alis ismo mo, , este sempre ident identif ific icado ado como como expre express ssão ão de forças forças socialme socialmente nte prog progre ress ssis ista tas. s. O métod método o dial dialét étic ico o surge como como o mais apto apto para o estud estudo o da natur naturez eza a e da soci socied edad ade, e, reduzido reduzido a uma paut pauta a que que cont contem empl pla a um cert certo o núme número ro de "leis " (a coexi coexistê stênci ncia a e a unid unidade ade doscontrá doscontrário rios, s, a transformação transformação da quantidadeemquali quantidadeemqualidade dadeetc.). etc.). Aplic Aplicado ado à soci ociedade, exam examin ina a as inst instit itui uiçõ ções es soci sociai ais s como determin determinadas adas, , "em última instância", instância", pelainfra-estruturaeconômica. Com Com a oper operaç ação ão stali stalini nist sta, a, a teoria teoria marx marxia iana na é situ situad ada a como uma uma ciên ciênci cia a geral ral do ser (o mate mate rialismo dialético) que pode pode seresten serestendid dida a à socie socie dade dade (o materia materialis lismo mo histórico histórico). ). É compre compreend endida ida como como variáv riáve el de um méto método do dial dialét étic ico o (do (do qual estão estão ause ausente ntes s as preocupaç preocupaçõescom õescom a práxis, com a medi mediaç ação ão, , a totali totalidade dade e a nega negati tivi vida dade de, , bem como como as ten tensões entre entre o suje sujeit ito o e o objeto) objeto) que que estab tabelec lece uma filos filosofi ofia a mate materi rial alis ista ta, , dete determi rmi nista ista e fina finalilist sta a da hist histór ória ia (o soci social alis ismo mo é uma
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"exc "excom omun unga gado dos" s" das file fileiiras ras comu omunist nistas as)), ela congelou e congela a cri criativ ativiidade dade intel ntelec ectu tual al. . Identi Identific ficada ada suma sumari riam amen ente te como como "o marxismo" marxismo", , fazas fazasdelíciasdosoponentesd delíciasdosoponentesde eMarx. Marx. Seria um engano, tod todavia, imaginar que a camisa camisa-d -dee-for força ça do marxismo-leninis marxismo-leninismo mo conse consegu guiu iu trava travar r inte inteir irame amente nte o pens pensam amen ento to insp inspir irad ado o em Mar Marx. Até Até mesmo no seio da Terc Terce eira ira Inte Intern rna a ciona ional l se registram esforços de compreensão efetiva do m ov ovim en en to to real. Um exem pl plo é o trabal trabalho ho de Dimitrov para ente entend nder er o fenô fenômen meno o fascista, defi defini nido do por por eie como omo dita ditadu dura ra terr terro o rist rista a dos dos segm segmen ento tos s mais ais reac reacion ionár ários ios do capi capital tal financeiro. financeiro. Outro é ointe nto doinglê doinglêsJ. sJ. D. Bern Bernal al para para estuda estudar r as rela relaçõ ções es entre as ciênci ciências as da natu reza e o desen esenvo vollvime viment nto o social. E polêmicas vivas se veri verifi fica cara ram m nos anos 30 e 40, 40, depois recu recupe pera rada dass — como a que, que, sobr sobre e arte arte e moder moder nidade nidade, , envolv envolveu eu Lukács Lukács, , Brecht Brecht e Bloch. Bloch. Luká Lukács cs, , aliás aliás, , mesm mesmo o tão coagido coagido pelaautocraciastalinista, pelaautocraciastalinista, prod produz uziu iu neste perío período do análises fund fundam amen enta taiis sobre Hege Hegell e a literat lite ratura ura cláss clássica ica.. O apo apogeu geu do marxismo marxismo-le -lenin ninismo ismo, , coincidin coincidindo do com com a vigên igênccia da auto autocr crac acia ia stali stalini nist sta a e esten ten- dendo dendo-se -se de mead meados os da déca década da de 30 aos aos anos anos 50, 50, conviv conviveu eu com tentativas tentativas marg margina inais is de pres preser erva vaçã ção o dos impu impuls lsos os crítico críticos. s. São cons consta tatá táve veis is iniciati iniciati vas que, que, despr esprez ezad adas as ou igno ignora rada das s na époc época, a, se riam riam valo valori riza zada das s quando quando do cola colaps pso o da ideo ideolo logi gia a da Tercei Terceira ra Internacional. Internacional. NaInglaterra,Cristopher aInglaterra,Cristopher
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"nec "neces essi sida dade de objeti objetiva va inelutáve inelutável") l"). . A imple implemen men tação tação desta desta concep concepção ção, , porque tambémvinculada tambémvinculada à justi justifi ficaçã cação o ideo ideoló lógi gica ca de um apar aparel elho ho esta estata tal, l, redu redund ndou ou em proc proced edim imen ento tos s dogm dogmát átic icos os: : hipó hipó tes teses marx marxia iana nas s passaram ram a ser ser ques questõ tões es de fé e a rela relaçã ção o entre a teoria e a prática prática foi desna desnatur turada ada em manipulação dos pri princí ncípios pios para servir à apol apolog ogia ia das inic inicia iati tivas vas estat statai ais s - o pragmatismo invad invade e o marxismo. E o uso uso de citaçõ citações es dos "clás sicos" (com Stali alin colocado no mesmo nível de Marx, Enge Engels ls e Lênin), conveniente convenientementeesc menteesco o lhid lhidas as, , conv conver erte teuu-se se num suce sucedâ dâne neo o da reflexão reflexão crítica. Essa doutri doutrina, na, que apres resentav tava o lega legado do de Marx Marx como como um a-bê-cê facil facilment mente e manu manual aliz izáv ável el, , moldou o esqu esquem ema a mental mental de milhões milhões de homens homens, , comu comuni nist stas as ou não. Esta Estab belec elecen endo do dico dicoto tomi mias as do tipo "ciê "ciênci ncia a burgu rguesa x ciê ciência ncia prolet proletári ária", a", vulg vulgar ariz izan ando do fórmu fórmula las s unil unilat ater erai ais s do gênero nero "a reli religi gião ão é o ópio ópio do povo", povo", cond conduz uzin indo do a defor defor maçõe açõesde sde toda a ordem ordem (como o "realismo socia socia lista lista" " de Zdha Zdhano nov v ou a "gen "genét étic ica a de cia ciasse" sse" de Lyse Lysenk nko) o), , ela constitui constitui a hera heranç nça a ideo ideoló lógi gica ca da Terc Tercei eira ra Inte Interna rnaci ciona onall e delimitou delimitou o camp campo o prin cipa cipall onde onde, , por cerca rca de trinta ano anos, afluíram afluíram as elab elabor oraç açõ ões dos dos comu comuni nist stas as. . E, aind ainda a hoje hoje, , lastrei treia a boa boa part parte e da polê polêmi mica ca que que se trav trava a em tor no de Marx. Impost Imposta a por meio meios s pers persua uasi sivo vos, s, mas igual igualmen mente te por métod métodos os repr repre essiv ssivos os (os (os diss dissid iden en tes teór teóriicos cos ou eram obrig rigados dos ao sil silênci êncio o ou
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O espólio marxiano não tem valor uniforme e nem nem todas as reflexões reflex ões de Marx se mostram, hoje, hoje, igualmente válidas.
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"exc "excom omun unga gado dos" s" das file fileiiras ras comu omunist nistas as)), ela congelou e congela a cri criativ ativiidade dade intel ntelec ectu tual al. . Identi Identific ficada ada suma sumari riam amen ente te como como "o marxismo" marxismo", , fazas fazasdelíciasdosoponentesd delíciasdosoponentesde eMarx. Marx. Seria um engano, tod todavia, imaginar que a camisa camisa-d -dee-for força ça do marxismo-leninis marxismo-leninismo mo conse consegu guiu iu trava travar r inte inteir irame amente nte o pens pensam amen ento to insp inspir irad ado o em Mar Marx. Até Até mesmo no seio da Terc Terce eira ira Inte Intern rna a ciona ional l se registram esforços de compreensão efetiva do m ov ovim en en to to real. Um exem pl plo é o trabal trabalho ho de Dimitrov para ente entend nder er o fenô fenômen meno o fascista, defi defini nido do por por eie como omo dita ditadu dura ra terr terro o rist rista a dos dos segm segmen ento tos s mais ais reac reacion ionár ários ios do capi capital tal financeiro. financeiro. Outro é ointe nto doinglê doinglêsJ. sJ. D. Bern Bernal al para para estuda estudar r as rela relaçõ ções es entre as ciênci ciências as da natu reza e o desen esenvo vollvime viment nto o social. E polêmicas vivas se veri verifi fica cara ram m nos anos 30 e 40, 40, depois recu recupe pera rada dass — como a que, que, sobr sobre e arte arte e moder moder nidade nidade, , envolv envolveu eu Lukács Lukács, , Brecht Brecht e Bloch. Bloch. Luká Lukács cs, , aliás aliás, , mesm mesmo o tão coagido coagido pelaautocraciastalinista, pelaautocraciastalinista, prod produz uziu iu neste perío período do análises fund fundam amen enta taiis sobre Hege Hegell e a literat lite ratura ura cláss clássica ica.. O apo apogeu geu do marxismo marxismo-le -lenin ninismo ismo, , coincidin coincidindo do com com a vigên igênccia da auto autocr crac acia ia stali stalini nist sta a e esten ten- dendo dendo-se -se de mead meados os da déca década da de 30 aos aos anos anos 50, 50, conviv conviveu eu com tentativas tentativas marg margina inais is de pres preser erva vaçã ção o dos impu impuls lsos os crítico críticos. s. São cons consta tatá táve veis is iniciati iniciati vas que, que, despr esprez ezad adas as ou igno ignora rada das s na époc época, a, se riam riam valo valori riza zada das s quando quando do cola colaps pso o da ideo ideolo logi gia a da Tercei Terceira ra Internacional. Internacional. NaInglaterra,Cristopher aInglaterra,Cristopher
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O espólio marxiano não tem valor uniforme e nem nem todas as reflexões reflex ões de Marx se mostram, hoje, hoje, igualmente válidas.
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Caud Caudwel welll esboç sboça ava uma uma comp compre reen ensã são o inova inovador dora a da poes poesia ia. . Gordon Gordon Childe Childe proc procur urav ava a os cami caminh nhos os de uma antr antrop opol olog ogia ia cultu cultura ral l orig origin inal al, , Mauri aurice ce Dobb anali nalisa sava va a história história fatual fatual do capita capitalis lismo mo e o exil exilad ado o Isaac Deutsch tscher er reco recons nstr truí uía a a saga bolchevi bolchevique. que. Na Franç França, a, aind ainda a nos nos anos anos 30, Henri Henri Lefe Lefebv bvre re desto stoava da dogm dogmát átic ica a de G. Polit Politzer zer e, com N. Guterman Gutermann, n, rede redesc scob obri ria a preo preocu cupa paçõ ções es marx marxia iana nas. s. Nos Nos Esta Estado dos s Unido Unidos, s, Paul M. Swee Sweezy zy pesquisava a dinâ dinâmi mica ca eco econômi nômica ca do sist istema capi capita talilist sta. a. Isol Isolad ado o na pri prisão fas fascis cista, ta, Gramsci ela elabora orava, va, ass assiste istem matic aticam ame ente nte, o eixo eixo do seu pensa ensame ment nto. o. Cent Centra ran ndo-s do-se e esp especia eciallmente ente nos cham chamad ados os "fenômenos "fenômenos superest superestrutu ruturai rais", s", o revo revo luci lucion onár áriio sardo enfati fatiza zava va as relações entre tre cult cultur ura a e políti política, ca, observava a funç função ão dos inte inte lectuais lectuais e as conexões conexõesdo do Estad Estado o com asociedad sociedade. e. Pens Pensan ando do as condições condições da revolução revolução em estruturas estruturas sociais iais comp comple lexa xas s como como as do Ocid Ociden ente te indu indus s tria trialiliza zado do, , Gramsci red redimens mensiionou onou o papel do parti partido do revo revolu luci cion onár ário io (o "inte "intelec lectua tual l coleti coletivo" vo") ) e tratou tratou da ques questã tão o da hege hegem monia onia no proc rocesso social. Na seqüência da derr derrot ota a nazi azifas fascista ista e da li bert berta ação ção póspós-19 194 45, o marx marxis ismo mo ofici oficial al começa a expe experi rime ment ntar ar seu declí declíni nio o (re (recorde-se -se que a Ter Terceira ira Int Interna ernaci cion onal al foi exti extint nta a em 1943 1943). ). A construçã construção o das nova novas s soci socied edad ades es, , nos nos país países es em que que os comu comuni nist stas as assu assumi mira ram m o pode poder, r, colo coloco cou u a questã estão o das vias nacionais para a transição
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soci social aliista. sta. A expe experi riên ênci cia a chi chinesa, bem como como a viet vietna nami mitta, não teve inic nicialmen mente grande im im pacto cto neste processo. O mesmo não ocor ocorrreu com com a Iugo Iugosl sláv ávia ia: : sob a lide lidera ranç nça a de Tito e KarKardelj, delj, os iugo iugosl slav avos os recu recusa sara ram m a vali valide dez z univ univer ersa sall do "model "modelo o sovi soviét étic ico" o" e enveredaram por por um camin minho peculiar, embasado na autogestão: "excomu "excomungad ngada" a" oficia oficialmen lmente, te, a opçã opção o iug iugoslava lava teve teve importantes importantes conse conseqü qüênc ência ias s teóric teóricas, as, repondo repondo no deba debate te marx marxis ista ta temá temáti tica cas s elem lementare taress em Marx, como a aliena alienação ção, , a práxis práxis e o humanism humanismo. o. Inte Intens nsas as disc discus ussõ sões es se travaram travaram então então na Polô nia, ia, na Hung Hungri ria, a, na Tch Tchecos ecoslo lová váqu quia ia e na Ale Ale manh manha a acerc cerca a da nova democracia — estava em jog jogo o o orde ordena name ment nto o sociop sociopolí olíti tico co da tran transi siçã ção, o, mais mais tarde cristalizado cristalizado aí nasdenomin sdenominada adas s demo cracias populares. Na Europa cap italista, um prot protag agon onis ista ta important importante e desses deba ebates tes foi Palmiro miro Togliat Togliatti ti, , que teor teoriz izav ava a sobre a "democ "democra ra ciaprogressiva". O peso do marx marxis ismo mo inst instit ituc ucio iona nalilizad zado, o, con con tudo tudo, , barrava a inci ncidênc dênciia dessas e de outra utras s elab elabor oraç açõe ões. s. Só mesm mesmo o com a sua fratura fratura — cujo cujo proc proces esso so público público é aberto aberto em fevere fevereiro iro de 1956 1956, , com com o XX Congres resso do PCUS sendo ndo o cená cenári rio o da denú denúnc ncia ia da autoc utocra raci cia a stal stalin inis ista ta - é que as ten tensões exis existe tent ntes es viri viriam am à tona tona. . E a segunda metade metade dos anos anos 50 nãoas não assi sist steape eapena nas s à remoção remoção de boa boa parte parte dos dos supo suporte rtes s políticos do marxis marxismo mo oficial, com os desdobrame desdobramentos ntos da desmisti desmistifica ficação ção
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Caud Caudwel welll esboç sboça ava uma uma comp compre reen ensã são o inova inovador dora a da poes poesia ia. . Gordon Gordon Childe Childe proc procur urav ava a os cami caminh nhos os de uma antr antrop opol olog ogia ia cultu cultura ral l orig origin inal al, , Mauri aurice ce Dobb anali nalisa sava va a história história fatual fatual do capita capitalis lismo mo e o exil exilad ado o Isaac Deutsch tscher er reco recons nstr truí uía a a saga bolchevi bolchevique. que. Na Franç França, a, aind ainda a nos nos anos anos 30, Henri Henri Lefe Lefebv bvre re desto stoava da dogm dogmát átic ica a de G. Polit Politzer zer e, com N. Guterman Gutermann, n, rede redesc scob obri ria a preo preocu cupa paçõ ções es marx marxia iana nas. s. Nos Nos Esta Estado dos s Unido Unidos, s, Paul M. Swee Sweezy zy pesquisava a dinâ dinâmi mica ca eco econômi nômica ca do sist istema capi capita talilist sta. a. Isol Isolad ado o na pri prisão fas fascis cista, ta, Gramsci ela elabora orava, va, ass assiste istem matic aticam ame ente nte, o eixo eixo do seu pensa ensame ment nto. o. Cent Centra ran ndo-s do-se e esp especia eciallmente ente nos cham chamad ados os "fenômenos "fenômenos superest superestrutu ruturai rais", s", o revo revo luci lucion onár áriio sardo enfati fatiza zava va as relações entre tre cult cultur ura a e políti política, ca, observava a funç função ão dos inte inte lectuais lectuais e as conexões conexõesdo do Estad Estado o com asociedad sociedade. e. Pens Pensan ando do as condições condições da revolução revolução em estruturas estruturas sociais iais comp comple lexa xas s como como as do Ocid Ociden ente te indu indus s tria trialiliza zado do, , Gramsci red redimens mensiionou onou o papel do parti partido do revo revolu luci cion onár ário io (o "inte "intelec lectua tual l coleti coletivo" vo") ) e tratou tratou da ques questã tão o da hege hegem monia onia no proc rocesso social. Na seqüência da derr derrot ota a nazi azifas fascista ista e da li bert berta ação ção póspós-19 194 45, o marx marxis ismo mo ofici oficial al começa a expe experi rime ment ntar ar seu declí declíni nio o (re (recorde-se -se que a Ter Terceira ira Int Interna ernaci cion onal al foi exti extint nta a em 1943 1943). ). A construçã construção o das nova novas s soci socied edad ades es, , nos nos país países es em que que os comu comuni nist stas as assu assumi mira ram m o pode poder, r, colo coloco cou u a questã estão o das vias nacionais para a transição
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da era stal stalin inis ista ta. . Ass Assiste iste tamb também ém à cri crise desse marxi marxismo smo: : a dogm dogmát átic ica a enfe enfeix ixad ada a no marx marxis ismo mo- - leni lenini nism smo o mostra-s ra-se e inca incap paz de dar dar cont conta a das inqu inquiietud etudes es intel ntelec ectu tuai ais s emergentes, é pobr obre dian diante te da comp comple lexi xida dade de dos novos vos fenô fenôme meno nos s post postos os pelo pelo dese desenv nvol olvi vime ment nto o do capit capital alism ismo o no pós-guerra e pelos movi movime ment ntos os de libert berta ação ção nacional, nacional, para para não não falarjá dos dos proble problemas mas próprios aos países que haviam romp rompid ido o com com a ordem rdem burguesa. O marx marxis ismo mo dos manuais entr entra a em colap olapso so: : suas fórmula fórmulas s começ começam am a ser recu recusa sad das, as, mesm mesmo o que ele ele continue pretendendo pretendendo apre aprese sent ntar ar-se -se como a autê autênt ntic ica a inte interp rpre reta taçã ção o de Marx Marx e rec reclam lame o monopóliodasverdades. Sime Simetr tric icam amen ente te à críti crítica ca da auto autocr crac acia ia stal stali i nist nista, a, surge rge um dupío dupío movime movimento nto que que confi configu gura ra a crise do mar marxism xismoo-le leni nini nism smo, o, seu coro corolá lári rio o ideo ideoló lógi gico co: : ou seus herd herdei eiro ros, s, dece decepc pcio iona nado dos, s, aband bandon onam am a trad tradiç ição ão revo revolu luci cion onár ária ia que vem vem de Marx Marx para para empree empreend nder er um novo novo revisi revisioni onismo smo, , reen reenco cont ntra rand ndo o o velh velho o cami caminh nho o refo reform rmis ista ta pro pro posto pela pela social social-de -democ mocrac racia, ia, ou se armam armam — com uma relei eleitu tura ra críti crítica ca de Marx Marx — para enfr enfren enta tar r o marxismo marxismo-le -lenin ninismo ismo, , acer acerta tar r as conta contas s com com ele eultrapassá-locriticamente. Essa última alterna alternativ tiva a (par (para a a qual qual contribuiu, sem dúvidas, trab trabal alho ho de estud tudiosos de Marx Marx afast fastad ados os do movim moviment ento o comu comuni nist sta) a), , dese desenv nvol ol vend vendoo-se se dos dos finais finais dos anos anos 50 aos diasde diasde hoje, hoje,
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soci social aliista. sta. A expe experi riên ênci cia a chi chinesa, bem como como a viet vietna nami mitta, não teve inic nicialmen mente grande im im pacto cto neste processo. O mesmo não ocor ocorrreu com com a Iugo Iugosl sláv ávia ia: : sob a lide lidera ranç nça a de Tito e KarKardelj, delj, os iugo iugosl slav avos os recu recusa sara ram m a vali valide dez z univ univer ersa sall do "model "modelo o sovi soviét étic ico" o" e enveredaram por por um camin minho peculiar, embasado na autogestão: "excomu "excomungad ngada" a" oficia oficialmen lmente, te, a opçã opção o iug iugoslava lava teve teve importantes importantes conse conseqü qüênc ência ias s teóric teóricas, as, repondo repondo no deba debate te marx marxis ista ta temá temáti tica cas s elem lementare taress em Marx, como a aliena alienação ção, , a práxis práxis e o humanism humanismo. o. Inte Intens nsas as disc discus ussõ sões es se travaram travaram então então na Polô nia, ia, na Hung Hungri ria, a, na Tch Tchecos ecoslo lová váqu quia ia e na Ale Ale manh manha a acerc cerca a da nova democracia — estava em jog jogo o o orde ordena name ment nto o sociop sociopolí olíti tico co da tran transi siçã ção, o, mais mais tarde cristalizado cristalizado aí nasdenomin sdenominada adas s demo cracias populares. Na Europa cap italista, um prot protag agon onis ista ta important importante e desses deba ebates tes foi Palmiro miro Togliat Togliatti ti, , que teor teoriz izav ava a sobre a "democ "democra ra ciaprogressiva". O peso do marx marxis ismo mo inst instit ituc ucio iona nalilizad zado, o, con con tudo tudo, , barrava a inci ncidênc dênciia dessas e de outra utras s elab elabor oraç açõe ões. s. Só mesm mesmo o com a sua fratura fratura — cujo cujo proc proces esso so público público é aberto aberto em fevere fevereiro iro de 1956 1956, , com com o XX Congres resso do PCUS sendo ndo o cená cenári rio o da denú denúnc ncia ia da autoc utocra raci cia a stal stalin inis ista ta - é que as ten tensões exis existe tent ntes es viri viriam am à tona tona. . E a segunda metade metade dos anos anos 50 nãoas não assi sist steape eapena nas s à remoção remoção de boa boa parte parte dos dos supo suporte rtes s políticos do marxis marxismo mo oficial, com os desdobrame desdobramentos ntos da desmisti desmistifica ficação ção
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inst instau aurra um rena renasc scim ime ento nto da refl reflex exão ão compr compro o meti metid da com Mar Marx e romp rompe e com a ilusão (e/ou a pretensão) da exist xistê ência cia de um mar marxism xismo, o, únic único, o, conc conclu lusi sivo vo, , "puro ” .
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da era stal stalin inis ista ta. . Ass Assiste iste tamb também ém à cri crise desse marxi marxismo smo: : a dogm dogmát átic ica a enfe enfeix ixad ada a no marx marxis ismo mo- - leni lenini nism smo o mostra-s ra-se e inca incap paz de dar dar cont conta a das inqu inquiietud etudes es intel ntelec ectu tuai ais s emergentes, é pobr obre dian diante te da comp comple lexi xida dade de dos novos vos fenô fenôme meno nos s post postos os pelo pelo dese desenv nvol olvi vime ment nto o do capit capital alism ismo o no pós-guerra e pelos movi movime ment ntos os de libert berta ação ção nacional, nacional, para para não não falarjá dos dos proble problemas mas próprios aos países que haviam romp rompid ido o com com a ordem rdem burguesa. O marx marxis ismo mo dos manuais entr entra a em colap olapso so: : suas fórmula fórmulas s começ começam am a ser recu recusa sad das, as, mesm mesmo o que ele ele continue pretendendo pretendendo apre aprese sent ntar ar-se -se como a autê autênt ntic ica a inte interp rpre reta taçã ção o de Marx Marx e rec reclam lame o monopóliodasverdades. Sime Simetr tric icam amen ente te à críti crítica ca da auto autocr crac acia ia stal stali i nist nista, a, surge rge um dupío dupío movime movimento nto que que confi configu gura ra a crise do mar marxism xismoo-le leni nini nism smo, o, seu coro corolá lári rio o ideo ideoló lógi gico co: : ou seus herd herdei eiro ros, s, dece decepc pcio iona nado dos, s, aband bandon onam am a trad tradiç ição ão revo revolu luci cion onár ária ia que vem vem de Marx Marx para para empree empreend nder er um novo novo revisi revisioni onismo smo, , reen reenco cont ntra rand ndo o o velh velho o cami caminh nho o refo reform rmis ista ta pro pro posto pela pela social social-de -democ mocrac racia, ia, ou se armam armam — com uma relei eleitu tura ra críti crítica ca de Marx Marx — para enfr enfren enta tar r o marxismo marxismo-le -lenin ninismo ismo, , acer acerta tar r as conta contas s com com ele eultrapassá-locriticamente. Essa última alterna alternativ tiva a (par (para a a qual qual contribuiu, sem dúvidas, trab trabal alho ho de estud tudiosos de Marx Marx afast fastad ados os do movim moviment ento o comu comuni nist sta) a), , dese desenv nvol ol vend vendoo-se se dos dos finais finais dos anos anos 50 aos diasde diasde hoje, hoje,
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inst instau aurra um rena renasc scim ime ento nto da refl reflex exão ão compr compro o meti metid da com Mar Marx e romp rompe e com a ilusão (e/ou a pretensão) da exist xistê ência cia de um mar marxism xismo, o, únic único, o, conc conclu lusi sivo vo, , "puro ” .
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A ULTRAPASSAGEM DO MARXISMO A segunda meta metade de dos dos anos 50 — e o marc marco o evidente evidente é o XX Congre Congresso sso do PCUS PCUS e sua suasconse sconse qüênc üência ias s polít política icas s e ideo ideoló lógi gica cas s — assina inala o co co laps lapso o do marxismo marxismo oficial, instituci institucionali onalizado. zado. Isto Isto não não signific significa a que as suas conc concep epçõ ções es tenham tenham sido sido supe supera rada das s (ante (antes, s, muitas dela delas s ainda ainda têm vigên vigência cia no gros rosso do moviment movimento o comu comuni nist sta a e revolu revolucio cio nário ário). ). No enta entant nto, o, a part partir ir de entã ntão, surgem e/ou e/ou res ressurg surge em tend tendênc ência ias s alter alternat nativa ivas s de pens pensa a mento e reflexão reflexão que encontram encontram ress resson onân ânci ciatanto atanto entr entre e os comu comuni nisstas tas e seus part partiidos dos como como em outros outros meios eios intel intelect ectua uais is. . Se, sob tutela tutela do mar mar xismo oficial, essas tendên tendência cias s eram eram rapidam rapidamente ente desqualificadas em nome ome do "ver "verda dade deiiro mar mar xismo” xismo” (o marxi marxismo smo-l -len enin inis ismo) mo), , agora já não não se sustentam sustentam facilmente as tentativas de salvag salvaguar uardar dar a"purezada "purezadadoutrina” doutrina” .
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A históri história a resp respon onde de por esta muda mudanç nça, a, queva quevaii altera alterar, r, mais uma uma vez, vez, o perfil das interp interpret retaç ações ões e anál anális ises es da obra obra de Marx. É a história história dasexpe sexpe riê riência ncias s de tran transi siçã ção o soci social aliista, sta, a hist histór ória ia das luta lutas s oper operár ária ias s no Ocid Ociden ente te, , a hist históri ória a dos dos movi movi ment mentos os de libe libert rtaç ação ão dos povos que sofr sofria iam m a opre opress ssão ão e a exploração exploração coloniais coloniais e neocol neocoloni oniais. ais. Não Não é prec precis iso o ress ressal alta tar r que que o marxis marxismo mo institu cionali cionalizado zado não não dava ava conta conta da riqu riquez eza a e da com plexid plexidade ade do mundo mundo emer emerge gent nte e no segu segund ndo o pós- ós- guer guerra ra. . Coma crítica da autocrac autocracia ia stalinist stalinista a — ela tamb também ém produto produto da dinâ dinâmic mica a hist históri órica ca da soci socie e dade dade soviética soviética — , abrem abrem-se -seas as comportasquerepre savam as tend tendên ênci cias as que, que, entr entre e os herd herdei eiro ros s de Marx, Marx, apon aponta tava vam m para a anális álise e dos fenô fenôme meno nos s em curs curso. o. Veja Vejamo mos, s, muito brev brevem emen ente te, , como como as questõ estões es hist históri órico co-co -conc ncre reta tas s vão reperc repercuti utir, r, nos anos anos segu seguin inte tes s a 1956, 1956, no redimensi redimensionament onamento o da tradiçãomarxista. A ques questã tão o das expe experi riên ência cias s de transi transição ção soci socia a lista lista coloca colocava va vário vários s proble problemas mas. . De um lado, lado, havi havia a que que expli explicar car por por que que a evol evoluç ução ão sovi soviét étic ica a desa guar guara a na autocra autocracia cia stalinista; stalinista; de outro, havia havia que compreender os caminhos dos dos Estad Estados osc construído onstruído s após um proc rocesso de tran transf sfor orma maçõ ções es revolu revoluci cio o nária nárias s diferentedosoviético diferentedosoviético (porexemplo,a (porexemplo,a Iugos Iugos lávi lávia a, a Chin China a e, depo depois is, , Cub Cuba). a). Assi Assim, m, a crítica crítica ao stali stalinis nismo mo se faz faz para parale lela lame ment nte e à anális lise de proc proces esso sos s revolucionári revolucionários os dive divers rsos os. . E, nos nos últimos 25 anos, a bibl biblio iogr graf afia ia dos marx marxis ista tas s regi regisstrou trou
0 que é marxismo marxismo
A ULTRAPASSAGEM DO MARXISMO A segunda meta metade de dos dos anos 50 — e o marc marco o evidente evidente é o XX Congre Congresso sso do PCUS PCUS e sua suasconse sconse qüênc üência ias s polít política icas s e ideo ideoló lógi gica cas s — assina inala o co co laps lapso o do marxismo marxismo oficial, instituci institucionali onalizado. zado. Isto Isto não não signific significa a que as suas conc concep epçõ ções es tenham tenham sido sido supe supera rada das s (ante (antes, s, muitas dela delas s ainda ainda têm vigên vigência cia no gros rosso do moviment movimento o comu comuni nist sta a e revolu revolucio cio nário ário). ). No enta entant nto, o, a part partir ir de entã ntão, surgem e/ou e/ou res ressurg surge em tend tendênc ência ias s alter alternat nativa ivas s de pens pensa a mento e reflexão reflexão que encontram encontram ress resson onân ânci ciatanto atanto entr entre e os comu comuni nisstas tas e seus part partiidos dos como como em outros outros meios eios intel intelect ectua uais is. . Se, sob tutela tutela do mar mar xismo oficial, essas tendên tendência cias s eram eram rapidam rapidamente ente desqualificadas em nome ome do "ver "verda dade deiiro mar mar xismo” xismo” (o marxi marxismo smo-l -len enin inis ismo) mo), , agora já não não se sustentam sustentam facilmente as tentativas de salvag salvaguar uardar dar a"purezada "purezadadoutrina” doutrina” .
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uma uma substa substanci nciai ai ampliaçã ampliação o das das pesq pesqui uisa sas s sobre sobre o pape papell dos dos Esta Estado dos s pós-revolu pós-revolucioná cionários, rios, da gest gestão ão da econ econom omia ia no período período da tran transi siçã ção o e das vias ias naci nacion onai ais s para para o comunismo comunismo, , é nest nesta a persp perspect ectiva iva que que surg surgem em estud estudos os sobre sobre o Estad Estado o da autocraci autocracia a stali stalinis nista ta e as suas lutas lutas de clas lasses (Bettelhei (Bettelheim, m, Bahro, Bahro, Ellens Ellenstei tein), n), sobr sobre e a racion racionali alidade dade da nova nova econo economia mia (Libermann (Libermann, , Lang Lange, e, Sik) Sik) e sobr sobrea ea orga orga niz nização ação dos novo novos s Esta Estad dos (Kard (Kardel elj, j, Mao Mao Tsétung,Gomulka). Quanto Quanto às luta lutas s operá operári rias as no Oci Ocident dente, e, o ponto fundam fundament ental al res residia idia na comp compre reen ensã são o de por que o movim movimen ento to socia ocialilissta enco encont ntra rava va crescentes tes obstá obstácu culos los para se expr expres essa sar r de forma revoluci revolucio o nári nária. a. Três Três orde ordens ns de prob proble lema mas s devi deviam am ser en frentadas para para elucidar estepo esteponto nto: :a as modificações na organi organiza zação ção econômica econômica capitalista, capitalista, os meca mecanis nis mos mos de inse inserç rção ão política do proletariad proletariado o na soci socie e dade burguesa e o papel desempenhado pelo Esta Estado do burg urguês uês. Na anál anális ise e destas tas quest uestõe ões, s, a polêmicafoiecontinuaacesa. Todos Todos os pesq pesqui uisa sad dores res conc concor ordam dam em que que a econo conomi mia a capi capita talilist sta a arti articul culou ou inst instru rumen mento tos s de auto-r auto-regu egulaç lação ão descon desconhec hecido idos s por Marx. O dilema dilema está na identificação identificação dest destes es meca mecanis nismos mos e da sua eficác eficácia ia para para alterar o caráter caráter das cris crises es ineren inerentes tes ao sist sistem ema. a. Econom Economist istas as sovié soviétitico cos s (Chepr (Cheprako akov, v, Rudenk Rudenko) o) e fran france cese ses s (Boc (Bocca cara ra) ) insi insiste stem m em que que o capita capitalis lismo mo monopolis monopolista ta ingr ingres esso sou u numa numa etapa tapa em queo queo Esta Estado do tornoutornou-se se o centro centro nevrá nevrálgi lgico co da
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A históri história a resp respon onde de por esta muda mudanç nça, a, queva quevaii altera alterar, r, mais uma uma vez, vez, o perfil das interp interpret retaç ações ões e anál anális ises es da obra obra de Marx. É a história história dasexpe sexpe riê riência ncias s de tran transi siçã ção o soci social aliista, sta, a hist histór ória ia das luta lutas s oper operár ária ias s no Ocid Ociden ente te, , a hist históri ória a dos dos movi movi ment mentos os de libe libert rtaç ação ão dos povos que sofr sofria iam m a opre opress ssão ão e a exploração exploração coloniais coloniais e neocol neocoloni oniais. ais. Não Não é prec precis iso o ress ressal alta tar r que que o marxis marxismo mo institu cionali cionalizado zado não não dava ava conta conta da riqu riquez eza a e da com plexid plexidade ade do mundo mundo emer emerge gent nte e no segu segund ndo o pós- ós- guer guerra ra. . Coma crítica da autocrac autocracia ia stalinist stalinista a — ela tamb também ém produto produto da dinâ dinâmic mica a hist históri órica ca da soci socie e dade dade soviética soviética — , abrem abrem-se -seas as comportasquerepre savam as tend tendên ênci cias as que, que, entr entre e os herd herdei eiro ros s de Marx, Marx, apon aponta tava vam m para a anális álise e dos fenô fenôme meno nos s em curs curso. o. Veja Vejamo mos, s, muito brev brevem emen ente te, , como como as questõ estões es hist históri órico co-co -conc ncre reta tas s vão reperc repercuti utir, r, nos anos anos segu seguin inte tes s a 1956, 1956, no redimensi redimensionament onamento o da tradiçãomarxista. A ques questã tão o das expe experi riên ência cias s de transi transição ção soci socia a lista lista coloca colocava va vário vários s proble problemas mas. . De um lado, lado, havi havia a que que expli explicar car por por que que a evol evoluç ução ão sovi soviét étic ica a desa guar guara a na autocra autocracia cia stalinista; stalinista; de outro, havia havia que compreender os caminhos dos dos Estad Estados osc construído onstruído s após um proc rocesso de tran transf sfor orma maçõ ções es revolu revoluci cio o nária nárias s diferentedosoviético diferentedosoviético (porexemplo,a (porexemplo,a Iugos Iugos lávi lávia a, a Chin China a e, depo depois is, , Cub Cuba). a). Assi Assim, m, a crítica crítica ao stali stalinis nismo mo se faz faz para parale lela lame ment nte e à anális lise de proc proces esso sos s revolucionári revolucionários os dive divers rsos os. . E, nos nos últimos 25 anos, a bibl biblio iogr graf afia ia dos marx marxis ista tas s regi regisstrou trou
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orga rganiz nização ação econ econô ômica mica — o capi capita talilism smo o mono mono polist ista de Estado (CME CME). Nout Noutra ra persp rspectiva, va, Sweezy e Baran decla claram ram que, que, para o ente entend ndi i mento mento do capital capitalismo ismo contemp contemporâ orâneo neo, , o deci decisi sivo vo é o estu estudo do da destina tinaçã ção o social ial do exce exced dente ente econ econôm ômic ico. o. E Mand Mandei ei, , um dota dotado do inve invest stiigado gador r trotski trotskista sta, , temat tematiz iza a o que que cham chama a de capit capital alis ismo mo tardi tardio, o, dete determ rmin inan ando do a imin iminên ênci cia a de uma série de crises eco econômi nômica cas s dist distin inta tas s das conh conhe ecida idas atéosanos60. No que toca toca ao papel revo revolu luci cion onár ário io do pro pro letariado, igualmente há diss dissen ençõ ções es. . Alguns pens pensa a dores dores cheg chegara aram m a sugeri sugerir r que este ste pape papell se trans feriu feriu para outros outros seg segment mento os da popu popula laçã ção, o, com com a clas lasse operári operária a integr integrand ando-s o-se e à ordem burg burgue uesa sa (num (num certo certo moment momento o da sua trajetór trajetória, ia, Marcu rcuse atri atribui buiu u a inic inicia iati tiva va revo revolu luci cion onár áriia aos “ excluí excluí dos": jove jovens ns, , minori minorias as etc.). etc.). A maior maior parte parte deles les, porém orém, , susten tenta que cont contin inua ua vál válida ida a "mis "missã são o histó históri rica" ca" do prol prolet etar aria iado do, , desde que se levem em conta as nova novas s categori categorias as de trabalhadores trabalhadores que que a revo revolu luçã ção o científica e técni técnica ca — anal analis isad ada, a, entre entre outros, por R. Richta— Richta— engendr engendrou. ou. A abor aborda dage gem m do Esta Estado do, , na angu angula laçã ção o exig exigid ida a pelas novas cond condiç içõe ões, s, supera o esqu esquem emat atis ismo mo do marxis marxismo mo oficial. oficial. Mesm Mesmo o com gran grande des s diferen diferen ças entr entre e si, os marx marxis ista tas s proc procur uram am ente entend ndêê-llo não só como como instr instrumen umento to de coer coerçã ção o (o "comitê execu xecuttivo ivo dos interesses da burg burgue uesi sia" a"), ), mas ainda — na mel melhor hor tra tradiçã dição o marxiana — como a »
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uma uma substa substanci nciai ai ampliaçã ampliação o das das pesq pesqui uisa sas s sobre sobre o pape papell dos dos Esta Estado dos s pós-revolu pós-revolucioná cionários, rios, da gest gestão ão da econ econom omia ia no período período da tran transi siçã ção o e das vias ias naci nacion onai ais s para para o comunismo comunismo, , é nest nesta a persp perspect ectiva iva que que surg surgem em estud estudos os sobre sobre o Estad Estado o da autocraci autocracia a stali stalinis nista ta e as suas lutas lutas de clas lasses (Bettelhei (Bettelheim, m, Bahro, Bahro, Ellens Ellenstei tein), n), sobr sobre e a racion racionali alidade dade da nova nova econo economia mia (Libermann (Libermann, , Lang Lange, e, Sik) Sik) e sobr sobrea ea orga orga niz nização ação dos novo novos s Esta Estad dos (Kard (Kardel elj, j, Mao Mao Tsétung,Gomulka). Quanto Quanto às luta lutas s operá operári rias as no Oci Ocident dente, e, o ponto fundam fundament ental al res residia idia na comp compre reen ensã são o de por que o movim movimen ento to socia ocialilissta enco encont ntra rava va crescentes tes obstá obstácu culos los para se expr expres essa sar r de forma revoluci revolucio o nári nária. a. Três Três orde ordens ns de prob proble lema mas s devi deviam am ser en frentadas para para elucidar estepo esteponto nto: :a as modificações na organi organiza zação ção econômica econômica capitalista, capitalista, os meca mecanis nis mos mos de inse inserç rção ão política do proletariad proletariado o na soci socie e dade burguesa e o papel desempenhado pelo Esta Estado do burg urguês uês. Na anál anális ise e destas tas quest uestõe ões, s, a polêmicafoiecontinuaacesa. Todos Todos os pesq pesqui uisa sad dores res conc concor ordam dam em que que a econo conomi mia a capi capita talilist sta a arti articul culou ou inst instru rumen mento tos s de auto-r auto-regu egulaç lação ão descon desconhec hecido idos s por Marx. O dilema dilema está na identificação identificação dest destes es meca mecanis nismos mos e da sua eficác eficácia ia para para alterar o caráter caráter das cris crises es ineren inerentes tes ao sist sistem ema. a. Econom Economist istas as sovié soviétitico cos s (Chepr (Cheprako akov, v, Rudenk Rudenko) o) e fran france cese ses s (Boc (Bocca cara ra) ) insi insiste stem m em que que o capita capitalis lismo mo monopolis monopolista ta ingr ingres esso sou u numa numa etapa tapa em queo queo Esta Estado do tornoutornou-se se o centro centro nevrá nevrálgi lgico co da
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orga rganiz nização ação econ econô ômica mica — o capi capita talilism smo o mono mono polist ista de Estado (CME CME). Nout Noutra ra persp rspectiva, va, Sweezy e Baran decla claram ram que, que, para o ente entend ndi i mento mento do capital capitalismo ismo contemp contemporâ orâneo neo, , o deci decisi sivo vo é o estu estudo do da destina tinaçã ção o social ial do exce exced dente ente econ econôm ômic ico. o. E Mand Mandei ei, , um dota dotado do inve invest stiigado gador r trotski trotskista sta, , temat tematiz iza a o que que cham chama a de capit capital alis ismo mo tardi tardio, o, dete determ rmin inan ando do a imin iminên ênci cia a de uma série de crises eco econômi nômica cas s dist distin inta tas s das conh conhe ecida idas atéosanos60. No que toca toca ao papel revo revolu luci cion onár ário io do pro pro letariado, igualmente há diss dissen ençõ ções es. . Alguns pens pensa a dores dores cheg chegara aram m a sugeri sugerir r que este ste pape papell se trans feriu feriu para outros outros seg segment mento os da popu popula laçã ção, o, com com a clas lasse operári operária a integr integrand ando-s o-se e à ordem burg burgue uesa sa (num (num certo certo moment momento o da sua trajetór trajetória, ia, Marcu rcuse atri atribui buiu u a inic inicia iati tiva va revo revolu luci cion onár áriia aos “ excluí excluí dos": jove jovens ns, , minori minorias as etc.). etc.). A maior maior parte parte deles les, porém orém, , susten tenta que cont contin inua ua vál válida ida a "mis "missã são o histó históri rica" ca" do prol prolet etar aria iado do, , desde que se levem em conta as nova novas s categori categorias as de trabalhadores trabalhadores que que a revo revolu luçã ção o científica e técni técnica ca — anal analis isad ada, a, entre entre outros, por R. Richta— Richta— engendr engendrou. ou. A abor aborda dage gem m do Esta Estado do, , na angu angula laçã ção o exig exigid ida a pelas novas cond condiç içõe ões, s, supera o esqu esquem emat atis ismo mo do marxis marxismo mo oficial. oficial. Mesm Mesmo o com gran grande des s diferen diferen ças entr entre e si, os marx marxis ista tas s proc procur uram am ente entend ndêê-llo não só como como instr instrumen umento to de coer coerçã ção o (o "comitê execu xecuttivo ivo dos interesses da burg burgue uesi sia" a"), ), mas ainda — na mel melhor hor tra tradiçã dição o marxiana — como a »
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inst instru rumen mento to de organ rganiz izaç ação ão do consenso polípolítico, que que reproduz reproduz, , em todos todos os nívei níveis, s, as contra contra diçõessociais(Togiiatti,Claudin,Miliband). De todo todos s esses enfo enfoqu ques es, , o que que resu resuit ita a clar claro o é que o processo revo revolu luci cion onár ário io no Oci Ocidente desen desenvo volv lvido ido não não segue as via vias que que a revo revolu luçã ção o percor percorreu reu no "elo mais mais fraco da corrente” corrente” . Quase nenhum nenhum marxista marxista sério, sério, hoje, duvida duvida que osmode losque losque vingar vingaram, am, por exemplo,na UniãoSovié UniãoSoviétic tica a (partid (partido o único, único, Esta Estado do hipertrof hipertrofiado iado identi identific ficado ado e fundido com com o partido partido etc. etc.) ) ou na Chin China a (gue (guer r rilh rilha a prol prolon onga gad da, zonas libe iberada adas etc. etc.), ), são in in viáv viávei eis s nos nos país países es capitali capitalistas stas avan avança çado dos. s. Mesm Mesmo o que que se criti critiquem quem como insu insufi fici cien ente tes s ou asseme lhad lhadas as à social social-de -democr mocraci acia a as alternat alternativas ivas já apre apre sentad tadas, como como aquela uelass envo envolv lvid idas as nas denomi denomi nadas propostas euroc urocom omun uniistas tas (Ber (Berllingu inguer er, , Ingrao rao, Car Carril rillo), o), o fato fato é que a realidade do capit capital alism ismo o dese desenv nvol olvi vido do exig exige e dos revol revoluci ucioná oná rios rios estr estrat atég égia ias s que, que, até até agor agora, a, estã estão o em aber aberto. to. Enfim, Enfim, mais prob proble lema mas s se colo coloca cara ram m com com as luta lutas s de liber liberta taçã ção o naci nacion onal al dos povo povos s da Ásia, ia, Ãfrica e América América Latina, configu configurada radas s no segu segund ndo o pós-g pós-gue uerra rra e em proc proces esso so até hoje. hoje. É um conjunto de dile dilema mas s desc descon onhe heci cido do pelo pelo pens pensam amen ento to mar mar xist xista a tradicional tradicional, , todo ele centra centrado do na disc iscussão são das soc socieda iedade des s capita capitalilista stas s euro europé péia ias s — trat trataa-se se do elen elenco co de ques questõ tões es rela relaci cion onad adas as à esco escolh lha a de um camin aminho ho nlonlo-cap capit ital alis ista ta por por socied iedades em que que as rela relaçções socia ciais têm pouc pouco o a ver ver com com os
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padr padrõe ões s burgu rgueses "cláss "clássic icos" os". . No limite, limite, o pro pro blem blema a é imple implemen mentar tar um projet projeto o soci social alis ista ta revo revo lucion lucionári ário o sem contar contar com com a real realid ida ade hist histór óric ica a da naçã nação o e das cla classes soci sociai ais s constituídasa partir da industr industrial ializa ização ção e da urba urbaniz nizaç ação ão. . No enfren enfren tamen tamento to desta prob proble lemá máti tica ca, , as cont contri ribu buiições ções não-e o-europé opéias ias fora foram m de vulto vulto (Amílcar (Amílcar Cabral, Ernesto Guevara) e não estão devidamente avaliadas). Toda Toda essa efervescência polít polític ica, a, cult cultur ural al e teór teóric ica a corr corre e bali baliza zada da por dois ois fenô fenôme meno nos s que têm de ser cons consid ider erad ados os. . De uma uma parte parte, , as novas frat fratur uras as no seio do movime moviment nto o revo revolu luci cion onár ário io, , tipi tipifi fica cadas das no conflito conflito sino sino-s -sov ovié iéti tico co e repr reprod odu u zid zidas larg largam amen ente te entre entre os comu comuni nist stas as, , termina terminam m por por cri cristal staliizar zar uma outr outra a divisão entre ntre as cor cor rente rentes s renov renovad adora oras s da tradição marxista marxista e aque aquela las s apeg apegad ada as a um novo dogmatismo dogmatismo (a vers versão ão inicial inicial do maoísmo, maoísmo, as carica caricatura turas s alban lbane esas sas e, no plano plano teórico teórico mais ais sofist sofistica icado, do, o marxis marxismo mo impre impregn gnad ado o de neop neopos osiitivi tivism smo, o, como omo o de Alth Althus usse ser) r). . De outra, outra, a aproxi aproximaçã mação o ao lega legado do de Marx Marx de movi movi ment mentos os de insu insurg rgên ênci cia a de orig origem em nãonão-pr prol olet etár ária ia — baseados espe especi cial alme ment nte e em camadas médias ias urban rbanas as ou pequ pequen enoo-b burgu urgues esa as, inte intele lect ctua uais is ou de insp inspir iraç ação ão reli religi gios osa a — , que que utilizam utilizam cate catego gori rias as marxi rxiana anas num quad quadro ro de refe referê rênc ncia ia que nada temavercomateoriasocialdeMarx. Os componentes que acabo de mencionar conv conver erge gem, m, desde o final final dos anos 50, 50, para um
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inst instru rumen mento to de organ rganiz izaç ação ão do consenso polípolítico, que que reproduz reproduz, , em todos todos os nívei níveis, s, as contra contra diçõessociais(Togiiatti,Claudin,Miliband). De todo todos s esses enfo enfoqu ques es, , o que que resu resuit ita a clar claro o é que o processo revo revolu luci cion onár ário io no Oci Ocidente desen desenvo volv lvido ido não não segue as via vias que que a revo revolu luçã ção o percor percorreu reu no "elo mais mais fraco da corrente” corrente” . Quase nenhum nenhum marxista marxista sério, sério, hoje, duvida duvida que osmode losque losque vingar vingaram, am, por exemplo,na UniãoSovié UniãoSoviétic tica a (partid (partido o único, único, Esta Estado do hipertrof hipertrofiado iado identi identific ficado ado e fundido com com o partido partido etc. etc.) ) ou na Chin China a (gue (guer r rilh rilha a prol prolon onga gad da, zonas libe iberada adas etc. etc.), ), são in in viáv viávei eis s nos nos país países es capitali capitalistas stas avan avança çado dos. s. Mesm Mesmo o que que se criti critiquem quem como insu insufi fici cien ente tes s ou asseme lhad lhadas as à social social-de -democr mocraci acia a as alternat alternativas ivas já apre apre sentad tadas, como como aquela uelass envo envolv lvid idas as nas denomi denomi nadas propostas euroc urocom omun uniistas tas (Ber (Berllingu inguer er, , Ingrao rao, Car Carril rillo), o), o fato fato é que a realidade do capit capital alism ismo o dese desenv nvol olvi vido do exig exige e dos revol revoluci ucioná oná rios rios estr estrat atég égia ias s que, que, até até agor agora, a, estã estão o em aber aberto. to. Enfim, Enfim, mais prob proble lema mas s se colo coloca cara ram m com com as luta lutas s de liber liberta taçã ção o naci nacion onal al dos povo povos s da Ásia, ia, Ãfrica e América América Latina, configu configurada radas s no segu segund ndo o pós-g pós-gue uerra rra e em proc proces esso so até hoje. hoje. É um conjunto de dile dilema mas s desc descon onhe heci cido do pelo pelo pens pensam amen ento to mar mar xist xista a tradicional tradicional, , todo ele centra centrado do na disc iscussão são das soc socieda iedade des s capita capitalilista stas s euro europé péia ias s — trat trataa-se se do elen elenco co de ques questõ tões es rela relaci cion onad adas as à esco escolh lha a de um camin aminho ho nlonlo-cap capit ital alis ista ta por por socied iedades em que que as rela relaçções socia ciais têm pouc pouco o a ver ver com com os
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padr padrõe ões s burgu rgueses "cláss "clássic icos" os". . No limite, limite, o pro pro blem blema a é imple implemen mentar tar um projet projeto o soci social alis ista ta revo revo lucion lucionári ário o sem contar contar com com a real realid ida ade hist histór óric ica a da naçã nação o e das cla classes soci sociai ais s constituídasa partir da industr industrial ializa ização ção e da urba urbaniz nizaç ação ão. . No enfren enfren tamen tamento to desta prob proble lemá máti tica ca, , as cont contri ribu buiições ções não-e o-europé opéias ias fora foram m de vulto vulto (Amílcar (Amílcar Cabral, Ernesto Guevara) e não estão devidamente avaliadas). Toda Toda essa efervescência polít polític ica, a, cult cultur ural al e teór teóric ica a corr corre e bali baliza zada da por dois ois fenô fenôme meno nos s que têm de ser cons consid ider erad ados os. . De uma uma parte parte, , as novas frat fratur uras as no seio do movime moviment nto o revo revolu luci cion onár ário io, , tipi tipifi fica cadas das no conflito conflito sino sino-s -sov ovié iéti tico co e repr reprod odu u zid zidas larg largam amen ente te entre entre os comu comuni nist stas as, , termina terminam m por por cri cristal staliizar zar uma outr outra a divisão entre ntre as cor cor rente rentes s renov renovad adora oras s da tradição marxista marxista e aque aquela las s apeg apegad ada as a um novo dogmatismo dogmatismo (a vers versão ão inicial inicial do maoísmo, maoísmo, as carica caricatura turas s alban lbane esas sas e, no plano plano teórico teórico mais ais sofist sofistica icado, do, o marxis marxismo mo impre impregn gnad ado o de neop neopos osiitivi tivism smo, o, como omo o de Alth Althus usse ser) r). . De outra, outra, a aproxi aproximaçã mação o ao lega legado do de Marx Marx de movi movi ment mentos os de insu insurg rgên ênci cia a de orig origem em nãonão-pr prol olet etár ária ia — baseados espe especi cial alme ment nte e em camadas médias ias urban rbanas as ou pequ pequen enoo-b burgu urgues esa as, inte intele lect ctua uais is ou de insp inspir iraç ação ão reli religi gios osa a — , que que utilizam utilizam cate catego gori rias as marxi rxiana anas num quad quadro ro de refe referê rênc ncia ia que nada temavercomateoriasocialdeMarx. Os componentes que acabo de mencionar conv conver erge gem, m, desde o final final dos anos 50, 50, para um
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reno renovad vado o inte intere ress sse e por Marx, Marx, que que derivou, derivou, aind ainda, a, de um dupl duplo o estí estímul mulo. o. Prim Primei eiro ro, , a insa insati tissfaçã fação o de muitos intele intelectu ctuais ais com o esta estado do das ciên ciênci cias as sociais iais lev levou-os -os a busc busca ar na heran rança de Marx Marx elem elemen ento tos s para uma revi revita taliliza zaçã ção o de suas disc disci i plin plinas as ou espec specia ialilida dade des s (ilu (ilust stra ram m este proced procedi i mento, na filosofia, Sartre Sartre e, nasociologia, asociologia, Wright Mill Mills) s). . Uma das conseqüências disso foi uma mais ais forte inse inserç rção ão das idéi idéias as de Marx Marx no interior dos debates tes acadêmicos. Depois — fato fato muito muito import important ante e — , em funç função ão das novas exigê igências ias do confront confronto o ideo ideoló lógi gico co, , os marx marxiistas stas se vira viram m compe compelilidos dos a uma uma post postur ura a crítica crítica mais profun profunda da em face face das conqu conquist istas as e cons constru truçõ ções es do pensa ensa men mento desvincula ulado de compromi romiss sso os com a revolu revolução ção (como a psic psican análi álise se, , o neopositivismo, neopositivismo, o estrutura estruturalismo lismo, , o exist existenci enciali alismo smo, , a lingüístic lingüística, a, a fenomenologia). Como Como se inf infere, ere, tanto tanto as realidades econômico mico-p -pol olííticas cas quant uanto o as condições cultu ultura raiis do mundo mundo em que que os marx marxis ista tas s se move movem, m, após o cola colap pso do marx marxis ismo mo inst instit ituc ucio ional naliz izado ado, , são compli mpliccadas adas e iné inéditas. as. Os que se limit limitam am às cita citaçõ ções es dos "clássic "clássicos" os" e à repeti repetição ção das velh velha as fórm fórmul ulas as caem, necessariamente, te, no folc folclo lore re ideo ideoló lógi gico co. . E a histó históri ria a mesma que que passa a exi gir um "retomo "retomo a Marx" Marx" ou — sob a inspiração não não de suas conc conclu lusõ sões es, , mas de seu método método — o que Lukács deno denomi min nou de "renas enasci cime ment nto o do marxismo".
Nesse movi movime ment nto, o, muito muito do que se prod produz uziu iu em contra contraste ste com com o marxis marxismo-l mo-leni eninis nismo mo é res resga tado tado, , revalorizando-se cont contri ribu buiições ções que, no período da autoc autocrac racia ia stali stalinis nista, ta, eram eram igno ignora rada das s ou desa desacr cred edititad adas as. . Assi Assim m se expli explica ca o inte intere ress sse e pelos pelos escritos escritos mais mais antigos antigos de Lukács Lukács, , pela pelas s elabo rações raçõesde de Blochsobre Bloch sobreau autopi topia a eaesperanç aesperançae aepe pela las s disc discus ussõ sões es sobr sobre e a cultura contempo contemporân rânea ea dese desen n volv volvid idas as por pensa ensado dore res s como como Walte Walter r Benja Benjamin min.. Parte Parte integrant integrante e desse movimento é o ingr ingres esso so de nova novas s temát temátic icas as no horizonte horizonte teórico datradi ção marx marxiista: sta: o univer iversso da vida ida coti cotidi dian ana a (Le (Le febv febvre re, , A. Hell Heller er), ), o prob proble lema ma da pers person onal alid idad ade e (L. Sèv Sèvre), re), a quest uestã ão urba urbana na (Lef (Lefeb ebvr vre) e). . No seu interior, a polê polêmi mica ca com outra outrasvert sverten entes tes teóri teórica cas s e disci discipli plinas nas espe especi cial aliz izad ada as se enriq enriquec uece: e: com com a feno fenome meno nolo logi gia a (Luk (Lukác ács, s, Kosi Kosic) c), , com com o estrut estrutura ura lismo lismo (Lefebvre, (Lefebvre, Goldmann, Goldmann, Luporini, Thompson), com a semâ semânt ntic ica a (Schaf (Schaff), f), com com o existe existenci nciali alismo smo (Mészá (Mészáros ros). ). E tanto se retomam preocup preocupaçõe açõesest sesté é tica ticas s (Luká (Lukács, cs, deli delia a Volpe) Volpe) quanto quanto inve invest stig igaç açõe ões s de reconstru reconstrução ção histórica histórica (Kofler, Hobsbawm, Hobsbawm, An- derso derson), n), incl inclus usiv ive e refe referi rida das s à própria própria elab elabor oraç ação ão da teor teoria ia social por por Marx Marx (M. (M. Rossi, Bottig Bottigel ellili, , Lápine, Lápine, R. Rosdolski). Rosdolski). O "ren "renas asci cime ment nto o do marxi marxismo smo", ", poré porém, m, não se verificou verificou e verifi verifica ca some soment nte e no confronto com as nova novas s real realid idad ades es históric históricas as e com as propos propostas tas teór teóric icas as dele desvin svincu cula lada das. s. Realiz liza-se -se atra través vés de inúmeras polêmicas que distinguem e até
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reno renovad vado o inte intere ress sse e por Marx, Marx, que que derivou, derivou, aind ainda, a, de um dupl duplo o estí estímul mulo. o. Prim Primei eiro ro, , a insa insati tissfaçã fação o de muitos intele intelectu ctuais ais com o esta estado do das ciên ciênci cias as sociais iais lev levou-os -os a busc busca ar na heran rança de Marx Marx elem elemen ento tos s para uma revi revita taliliza zaçã ção o de suas disc disci i plin plinas as ou espec specia ialilida dade des s (ilu (ilust stra ram m este proced procedi i mento, na filosofia, Sartre Sartre e, nasociologia, asociologia, Wright Mill Mills) s). . Uma das conseqüências disso foi uma mais ais forte inse inserç rção ão das idéi idéias as de Marx Marx no interior dos debates tes acadêmicos. Depois — fato fato muito muito import important ante e — , em funç função ão das novas exigê igências ias do confront confronto o ideo ideoló lógi gico co, , os marx marxiistas stas se vira viram m compe compelilidos dos a uma uma post postur ura a crítica crítica mais profun profunda da em face face das conqu conquist istas as e cons constru truçõ ções es do pensa ensa men mento desvincula ulado de compromi romiss sso os com a revolu revolução ção (como a psic psican análi álise se, , o neopositivismo, neopositivismo, o estrutura estruturalismo lismo, , o exist existenci enciali alismo smo, , a lingüístic lingüística, a, a fenomenologia). Como Como se inf infere, ere, tanto tanto as realidades econômico mico-p -pol olííticas cas quant uanto o as condições cultu ultura raiis do mundo mundo em que que os marx marxis ista tas s se move movem, m, após o cola colap pso do marx marxis ismo mo inst instit ituc ucio ional naliz izado ado, , são compli mpliccadas adas e iné inéditas. as. Os que se limit limitam am às cita citaçõ ções es dos "clássic "clássicos" os" e à repeti repetição ção das velh velha as fórm fórmul ulas as caem, necessariamente, te, no folc folclo lore re ideo ideoló lógi gico co. . E a histó históri ria a mesma que que passa a exi gir um "retomo "retomo a Marx" Marx" ou — sob a inspiração não não de suas conc conclu lusõ sões es, , mas de seu método método — o que Lukács deno denomi min nou de "renas enasci cime ment nto o do marxismo".
Nesse movi movime ment nto, o, muito muito do que se prod produz uziu iu em contra contraste ste com com o marxis marxismo-l mo-leni eninis nismo mo é res resga tado tado, , revalorizando-se cont contri ribu buiições ções que, no período da autoc autocrac racia ia stali stalinis nista, ta, eram eram igno ignora rada das s ou desa desacr cred edititad adas as. . Assi Assim m se expli explica ca o inte intere ress sse e pelos pelos escritos escritos mais mais antigos antigos de Lukács Lukács, , pela pelas s elabo rações raçõesde de Blochsobre Bloch sobreau autopi topia a eaesperanç aesperançae aepe pela las s disc discus ussõ sões es sobr sobre e a cultura contempo contemporân rânea ea dese desen n volv volvid idas as por pensa ensado dore res s como como Walte Walter r Benja Benjamin min.. Parte Parte integrant integrante e desse movimento é o ingr ingres esso so de nova novas s temát temátic icas as no horizonte horizonte teórico datradi ção marx marxiista: sta: o univer iversso da vida ida coti cotidi dian ana a (Le (Le febv febvre re, , A. Hell Heller er), ), o prob proble lema ma da pers person onal alid idad ade e (L. Sèv Sèvre), re), a quest uestã ão urba urbana na (Lef (Lefeb ebvr vre) e). . No seu interior, a polê polêmi mica ca com outra outrasvert sverten entes tes teóri teórica cas s e disci discipli plinas nas espe especi cial aliz izad ada as se enriq enriquec uece: e: com com a feno fenome meno nolo logi gia a (Luk (Lukác ács, s, Kosi Kosic) c), , com com o estrut estrutura ura lismo lismo (Lefebvre, (Lefebvre, Goldmann, Goldmann, Luporini, Thompson), com a semâ semânt ntic ica a (Schaf (Schaff), f), com com o existe existenci nciali alismo smo (Mészá (Mészáros ros). ). E tanto se retomam preocup preocupaçõe açõesest sesté é tica ticas s (Luká (Lukács, cs, deli delia a Volpe) Volpe) quanto quanto inve invest stig igaç açõe ões s de reconstru reconstrução ção histórica histórica (Kofler, Hobsbawm, Hobsbawm, An- derso derson), n), incl inclus usiv ive e refe referi rida das s à própria própria elab elabor oraç ação ão da teor teoria ia social por por Marx Marx (M. (M. Rossi, Bottig Bottigel ellili, , Lápine, Lápine, R. Rosdolski). Rosdolski). O "ren "renas asci cime ment nto o do marxi marxismo smo", ", poré porém, m, não se verificou verificou e verifi verifica ca some soment nte e no confronto com as nova novas s real realid idad ades es históric históricas as e com as propos propostas tas teór teóric icas as dele desvin svincu cula lada das. s. Realiz liza-se -se atra través vés de inúmeras polêmicas que distinguem e até
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antago antagoniza nizam m os próprios pens pensad adore ores s que se consi consi deram ram marx marxiistas stas. . Isto Isto é visí visíve vel l não apenas nas conc concepç epçõe ões s que que eles les têm do lega legado do de Marx— por exempl exemplo: o: para para Luká Lukács cs, , uma uma teoria teoria da produçã produção o e da repr reprod oduç ução ão do ser soci social al; ; para Althu Althuss sser er, , um disc discur urso so epis episte temol mológ ógic ico o de novo novo tipo; para VázVázquez quez, , uma uma filosofia filosofia da práxis práxis. . É sobretudo sobretudo visí visíve vell em três grande grandes s controvérsias, controvérsias, elas las mesm mesmas as conec tada tadas s entre entre si, que que percor percorrem rem os anos anos 60 e estã estão o pres presen ente tes s aind ainda a hoje; hoje; os deba debate tes s sobr sobre e a rela relaçã ção o entr entre e Marx Marx e Hegel, sobr sobre e a natu nature reza za do método método dialét alétiico empregado por por Marx e sobre as di di mensões huma human nista istas s do seu pens pensa ament mento. o. Tais disc iscussões, esta estab belec elece endo ndo ou nega negand ndo o "cortes” "cortes” entr entre e Marx Marx e Hegel, divo divorc rcia iand ndo o ou inte integr gran ando do humanism humanismo o e ciênci ciência, a, não eram eram nem nem são quer querel elas as acad acadêm êmic icas as: : elas las incidem diretamente diretamente na interpre tação do pensamento marx marxia iano no e rebatem tem de modo indireto indireto nas opçõ opções es e apre apreci ciaç açõe ões s políticas políticas mais maisimediatas imediatas.. Na cond conduçã ução o e no desdob desdobram rament ento o dessas e de outras outras polê polêmi mica cas, s, as posi posiçõ ções es se diferenc diferenciam iam e o leg legado de Marx Marx deix deixa a de ser um território nitida nitida mente mente demarc demarcado ado para para se colocar colocar como um espe espec c tro muito rico em matize matizes s e varia variaçõ ções es. . E seconso conso lida lidam m matri atrizzes com com cara caract cter erís ísti tica cas s muito muito parti parti cula culare res: s: algu alguns ns pens pensad ador ores es desen desenvol volvem vem imposta imposta- - ções epis episte temo moló lógi gica cas s (Alt (Althu huss sser er, , os sovi sovié ético ticos s Kopn Kopniin e Chap Chaptu tullin); n); o velho Lukács tri trilha lha o caminho de uma ontolog ia ia do ser social; as
O que é marxismo
IMTERHATIONAl! •VV JVA 11 T E R Z Â IHTERNABOHAIE COMMUNISM
IS LEBE D ll ÔRITTE Ip U îllO T E INTERNÂilOHAtt!
% A 11Internacional Intern acional deu origem ao marxismo. AIIIInternacional institucionalizou-o.
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antago antagoniza nizam m os próprios pens pensad adore ores s que se consi consi deram ram marx marxiistas stas. . Isto Isto é visí visíve vel l não apenas nas conc concepç epçõe ões s que que eles les têm do lega legado do de Marx— por exempl exemplo: o: para para Luká Lukács cs, , uma uma teoria teoria da produçã produção o e da repr reprod oduç ução ão do ser soci social al; ; para Althu Althuss sser er, , um disc discur urso so epis episte temol mológ ógic ico o de novo novo tipo; para VázVázquez quez, , uma uma filosofia filosofia da práxis práxis. . É sobretudo sobretudo visí visíve vell em três grande grandes s controvérsias, controvérsias, elas las mesm mesmas as conec tada tadas s entre entre si, que que percor percorrem rem os anos anos 60 e estã estão o pres presen ente tes s aind ainda a hoje; hoje; os deba debate tes s sobr sobre e a rela relaçã ção o entr entre e Marx Marx e Hegel, sobr sobre e a natu nature reza za do método método dialét alétiico empregado por por Marx e sobre as di di mensões huma human nista istas s do seu pens pensa ament mento. o. Tais disc iscussões, esta estab belec elece endo ndo ou nega negand ndo o "cortes” "cortes” entr entre e Marx Marx e Hegel, divo divorc rcia iand ndo o ou inte integr gran ando do humanism humanismo o e ciênci ciência, a, não eram eram nem nem são quer querel elas as acad acadêm êmic icas as: : elas las incidem diretamente diretamente na interpre tação do pensamento marx marxia iano no e rebatem tem de modo indireto indireto nas opçõ opções es e apre apreci ciaç açõe ões s políticas políticas mais maisimediatas imediatas.. Na cond conduçã ução o e no desdob desdobram rament ento o dessas e de outras outras polê polêmi mica cas, s, as posi posiçõ ções es se diferenc diferenciam iam e o leg legado de Marx Marx deix deixa a de ser um território nitida nitida mente mente demarc demarcado ado para para se colocar colocar como um espe espec c tro muito rico em matize matizes s e varia variaçõ ções es. . E seconso conso lida lidam m matri atrizzes com com cara caract cter erís ísti tica cas s muito muito parti parti cula culare res: s: algu alguns ns pens pensad ador ores es desen desenvol volvem vem imposta imposta- - ções epis episte temo moló lógi gica cas s (Alt (Althu huss sser er, , os sovi sovié ético ticos s Kopn Kopniin e Chap Chaptu tullin); n); o velho Lukács tri trilha lha o caminho de uma ontolog ia ia do ser social; as
IMTERHATIONAl! •VV JVA 11 T E R Z Â IHTERNABOHAIE COMMUNISM
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IS LEBE D ll ÔRITTE Ip U îllO T E INTERNÂilOHAtt!
% A 11Internacional Intern acional deu origem ao marxismo. AIIIInternacional institucionalizou-o.
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O que é marxismo
sugestõe tões histo histori rici cista stas s ganha nham um novo novo alen alento to (Goldmann,Markovic). Neste movim movimen ento to, , em curs urso nos dias ias atua tuais e que, que, como como todo pro process cesso o de inve invest stig igaç ação ão, , não corr corre e line linear ar nem isent sento o de equív quívoc ocos os, , o que se destroç destroça a éahipótes ahipóteseda edaexistê existênci nciado ado "ma rxism o". O que que emerge rge não não é um corpo corpo de doutrina, doutrina, mas um complexo complexo de cate catego gori rias as cada vez vez mais mais abra abran n gente — e sempre in co com pl pleto — para conhe cer cer e direc direcio iona nar, r, em algu alguma ma medi medida da, , a dinâ dinâmi mica ca social. A articulação articulação dessas categ categori orias as numa numa estrutura estrutura glob global al indis indiscut cutíve ívell e únic única a (num (numa a conc concep epçã ção o de mund mundo) o) não enco encont ntra ra sup suporte orte no pensamento cont contem empo porâ râne neo; o; a div diversi ersida dad de anal analít ític ica a que se inst instau auro rou u entr entre e os marx marxis ista tas s é de tal tal orde ordem m que não não pode, pode, sob sob nenhum nenhum pretexto, sersuprimida sersuprimida da exploraçãoteórica. Isso Isso, , naturalmente, naturalmente, não não signific significa a que que as diferen tes tes abor aborda dage gens ns tenham tenham a mesma vali valide dez z ou que que seja ejam compl compleme ementa ntare res. s. Signi Signific fica, a, apena enas, que que a verd verdad ade e do ser soci social al — como como, , aliá liás, Marx Marx acre acre ditav ditava a — não não está pronta, acab acaba ada, dada dada na reali reali dade dade para para logo logo ser apre apreen endi dida da pelo pelo pens pensam amen ento to. . Mais Mais exatame exatamente: nte: a verda verdadedo dedo sersoc sersocia iall não não está cons consti titu tuíd ída a — é constituinte e, portan portanto to, , da sua correta apree apreens nsão ão participam , neces necessar sariam iament ente, e, as difere diferença nças s e os erros erros. . A verd verdad ade e do sersoc sersocia iall não não é um result resultado ado: : é um proc proces esso so, , do qual qual o fals falso o é ummomento.
Recu Recupe pera rand ndo o a radi radica calilida dade de crítica crítica e o direito direito à dife difere rença nça, , o pens pensam amen ento to que se pret preten ende de her her deir deiro o de Marx torna-se tant tanto o mais comp compat atíível vel com com a sua insp inspir iraç ação ão quanto quanto mais deix deixa a de pro por-s por-se e como umsist umsistem emafech afechado— ado— comodo utrina, seja "ma rxista", "marxista-leninista",ou "marxista-leninista",ou qualquer qualquer outr outro o "ista" "ista" — e se restaura como indagação teórica teórica do mundo mundo burg burguê uês s para para negá negá-l -lo o enquant enquanto o práticadehojeeamanhã. Esse trajeto trajeto necess essário rio da refl reflexã exão o conduz conduz à ultrapassagem mesma do "marxis "marxismo" mo" — não à "ult "ultra rapa pass ssag agem em" " neol neolib iber eral al, , como como a que acena o ex-marx arxista Col Collett lettii, ou à "ultrapas apassa sage gem" m" soci social al-d -dem emoc ocra rata ta, , prete pretend ndid ida a pelas las viúva iúvas s e ór fãos do stalinismo, masà asà ultrap ultrapass assag agemda emda herança herança de Mar Marx no exato sen sentido tido de realizá-la como omo projetoteóricoepráticorevolucionário.
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sugestõe tões histo histori rici cista stas s ganha nham um novo novo alen alento to (Goldmann,Markovic). Neste movim movimen ento to, , em curs urso nos dias ias atua tuais e que, que, como como todo pro process cesso o de inve invest stig igaç ação ão, , não corr corre e line linear ar nem isent sento o de equív quívoc ocos os, , o que se destroç destroça a éahipótes ahipóteseda edaexistê existênci nciado ado "ma rxism o". O que que emerge rge não não é um corpo corpo de doutrina, doutrina, mas um complexo complexo de cate catego gori rias as cada vez vez mais mais abra abran n gente — e sempre in co com pl pleto — para conhe cer cer e direc direcio iona nar, r, em algu alguma ma medi medida da, , a dinâ dinâmi mica ca social. A articulação articulação dessas categ categori orias as numa numa estrutura estrutura glob global al indis indiscut cutíve ívell e únic única a (num (numa a conc concep epçã ção o de mund mundo) o) não enco encont ntra ra sup suporte orte no pensamento cont contem empo porâ râne neo; o; a div diversi ersida dad de anal analít ític ica a que se inst instau auro rou u entr entre e os marx marxis ista tas s é de tal tal orde ordem m que não não pode, pode, sob sob nenhum nenhum pretexto, sersuprimida sersuprimida da exploraçãoteórica. Isso Isso, , naturalmente, naturalmente, não não signific significa a que que as diferen tes tes abor aborda dage gens ns tenham tenham a mesma vali valide dez z ou que que seja ejam compl compleme ementa ntare res. s. Signi Signific fica, a, apena enas, que que a verd verdad ade e do ser soci social al — como como, , aliá liás, Marx Marx acre acre ditav ditava a — não não está pronta, acab acaba ada, dada dada na reali reali dade dade para para logo logo ser apre apreen endi dida da pelo pelo pens pensam amen ento to. . Mais Mais exatame exatamente: nte: a verda verdadedo dedo sersoc sersocia iall não não está cons consti titu tuíd ída a — é constituinte e, portan portanto to, , da sua correta apree apreens nsão ão participam , neces necessar sariam iament ente, e, as difere diferença nças s e os erros erros. . A verd verdad ade e do sersoc sersocia iall não não é um result resultado ado: : é um proc proces esso so, , do qual qual o fals falso o é ummomento.
Recu Recupe pera rand ndo o a radi radica calilida dade de crítica crítica e o direito direito à dife difere rença nça, , o pens pensam amen ento to que se pret preten ende de her her deir deiro o de Marx torna-se tant tanto o mais comp compat atíível vel com com a sua insp inspir iraç ação ão quanto quanto mais deix deixa a de pro por-s por-se e como umsist umsistem emafech afechado— ado— comodo utrina, seja "ma rxista", "marxista-leninista",ou "marxista-leninista",ou qualquer qualquer outr outro o "ista" "ista" — e se restaura como indagação teórica teórica do mundo mundo burg burguê uês s para para negá negá-l -lo o enquant enquanto o práticadehojeeamanhã. Esse trajeto trajeto necess essário rio da refl reflexã exão o conduz conduz à ultrapassagem mesma do "marxis "marxismo" mo" — não à "ult "ultra rapa pass ssag agem em" " neol neolib iber eral al, , como como a que acena o ex-marx arxista Col Collett lettii, ou à "ultrapas apassa sage gem" m" soci social al-d -dem emoc ocra rata ta, , prete pretend ndid ida a pelas las viúva iúvas s e ór fãos do stalinismo, masà asà ultrap ultrapass assag agemda emda herança herança de Mar Marx no exato sen sentido tido de realizá-la como omo projetoteóricoepráticorevolucionário.
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CONCLUSÃO: APENAS UMA INTRODUÇÃO Imagin ginemos a seguinte situaçã uação o: existe iste um conjun conjunto to de regras e princí princípi pios os defi defini nido dos, s, acei tos tos consensualmen mente como como just ustos — e isso se chama " o m ar arx is is mo mo ". ". Este c on on ju ju nt nto é p ro prie pried dade ade de um grup grupo o de pessoas, que se dis dis ting tingue ue das demais pela sua posse e util utiliz izaç ação ão. . Qual Qualiifica ficado do "o marx marxiismo" smo", , se encontrar raria um instrum en ento (o " m a rx rx ím ím e tr tr o" o" ) para q u an an titif ii cá-l cá-lo o e aval avalia iar, r, entr entre e aquelas las pessoas, quem quem e' mais ou menos "marxis "marxista" ta". . E, em torno torno de um dete determ rmin inad ado o índi índice ce (pon (pontu tuad ado o pelo elo uso de cer er tos conce conceititos os e noçõ noções es, , implem implement entaçã ação o de cert certas as ideia ideias s e práticas) práticas), , se fixaria a linha linha divisória divisória entre entre "marxi "marxismo" smo" e "não "não-ma -marx rxis ismo" mo". . Então, tão, se ter teria um refe refere renc ncia ial l seguro para clas classi sifi fica car r e rotul rotular ar obra bras, autor utore es e inic inicia iati tiva vas s teór teóric icas as, , cult cultur urai ais, s, políticasetc.
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See e essa ssa situação fosse veross ver ossími ímil, l, as coisasseriam bemfáceis.Masnãoé. Em primeiro primeiro luga lugar, r, "o marxismo"éumafi marxismo"éumaficção. cção. Não há nada nada que, consensua consensualmen lmente, te, se poss possa a reco nhec nhecer er como tal. A partir das indi indica caçõ ções es contid contidas as nos nos capítulos capítulos prec preced eden ente tes, s, o leitorpode leitorpode concluir, concluir, legi legiti tima mamen mente te, , que "o marxismo" marxismo" é uma uma séri série e de interp interpret retaçõ ações es e acré acrésc scim imos os vari variad ados os da obra obra de Marx, Marx, cond condic icio ionad nados os, , cada um deles les, por inju injun- n- çõeshistóricas,culturais,políticasetc. Em segu segund ndo o luga lugar, r, quer o pensa pensamen mento to deMarx, deMarx, quer os seus seus desdobramentos no curso dasuce dasucess ssão ão dos dos marxi marxismo smos, s, não são monopólio de quais quaisque quer r grup grupos os ou inst instit itui uiçõe ções. s. Se dura durant nte e muito tempo tempo o leg legado de Marx Marx estev teve confin confinado ado às fronte fronteira iras s do movimento movimento operár operário io (princip (principalmen almente te aos seus segmentos mais avançados, os comu comuni nist stas as), ), a verda rdade é que hoje mui muitas tas das suas prop roposta ostas s empo empolg lgam am vastos tos setore tores s sociais iais. . De fato, esse fenômen fenômeno, o, demons demonstra trando ndo a atual atualida idade de e o poten cial ial do pens pensam amen ento to de Marx, Marx, não é sing singul ular ar: : as grand randes es idel idelas as-f -for orça ça de uma uma époc época a histór histórica ica ten dem dem semp empre a desb desbor orda dar r os seus quad quadro ros s origi origi nais. O que, ue, aliás, foi bem capt captad ado o por Sart Sartre re, , quan quando do pensou sou o marxi marxism smo o como como "o espírito espírito do nossotempo". Se essa linh linha a de refl reflex exão ão é corr corret eta, a, entã então o a resposta à perg ergunta unta "o que é marxi marxismo smo?" ?" deve cond conduz uzir ir a uma críti crítica ca da próp própri ria a indagação. Com Com efeito, efeito, a perg pergun unta ta, , em larga medi medida da, , supõe põe
0 que é marxismo
CONCLUSÃO: APENAS UMA INTRODUÇÃO Imagin ginemos a seguinte situaçã uação o: existe iste um conjun conjunto to de regras e princí princípi pios os defi defini nido dos, s, acei tos tos consensualmen mente como como just ustos — e isso se chama " o m ar arx is is mo mo ". ". Este c on on ju ju nt nto é p ro prie pried dade ade de um grup grupo o de pessoas, que se dis dis ting tingue ue das demais pela sua posse e util utiliz izaç ação ão. . Qual Qualiifica ficado do "o marx marxiismo" smo", , se encontrar raria um instrum en ento (o " m a rx rx ím ím e tr tr o" o" ) para q u an an titif ii cá-l cá-lo o e aval avalia iar, r, entr entre e aquelas las pessoas, quem quem e' mais ou menos "marxis "marxista" ta". . E, em torno torno de um dete determ rmin inad ado o índi índice ce (pon (pontu tuad ado o pelo elo uso de cer er tos conce conceititos os e noçõ noções es, , implem implement entaçã ação o de cert certas as ideia ideias s e práticas) práticas), , se fixaria a linha linha divisória divisória entre entre "marxi "marxismo" smo" e "não "não-ma -marx rxis ismo" mo". . Então, tão, se ter teria um refe refere renc ncia ial l seguro para clas classi sifi fica car r e rotul rotular ar obra bras, autor utore es e inic inicia iati tiva vas s teór teóric icas as, , cult cultur urai ais, s, políticasetc.
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exat exatame ament nte e aquela uela situ situaç ação ão absu absurd rda a imag imagiinada nada no pri primei meiro parágrafo. A questão, pois, está fals falsea eada da à partida pela pela press pressup upos osiç ição ão de uma uma res res posta dete deterrmin minada; ada; só a formu formula la quem quem, , igual men mente, te, tem tem a expe expect ctat atiiva “ do marxi marxismo smo". ". Des feita feita a expe expect ctat ativ iva a — para o que espe spero ter con con tribuíd o ao long longo o deste ensai saio — , a perg pergun unta ta se modif modific ica a subs substa tanc nciialme alment nte. e. E pod pode ser desdo sdo brad brada a em outros outros sent sentid idos os e dire direçõ ções es. . 0 esclare lare cimento cimento poss ossíve ível das dúvi dúvida das s que entã então o se colo colo cam cam é factível factí vel a partir pa rtirdas dasobs observ ervaçõ ações es que sumario sumario aseguir. A obra de M ar arx f un un do do u um m od odo original de pens pensar ar a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa e a sua dinâmica dinâmica, , que que inclui inclui nece necess ssar aria iame ment nte e a altern alternati ativa va da revo revo lução socialista. Tend Tendo o como como marco o pensa ment mento o marx marxia iano no, , desenvolveu-se -se uma uma trad tradiição ção mar marxist xista, a, dos anos 80 do século passado aos nossos dias dias. . No bojo bojo desta sta tradiç tradição ão se entrec entrecruruzaram zaram e se entrecruza entrecruzam m propos propostas tas divers diversifi ificad cadas, as, conq conqui uist stan ando do alte altern rnad adam amen ente te a hege hegemo mon nia no interior interior desse leito leito histór histórico ico graç raças a razões di vers versa as (des (desde de o seu apelo apelo intelectual intelectual à suafu suafu ncio nali nalida dade de políti política). ca). Res Respond ponden endo do, , bem ou mal, mal, aos desa desafio fios s históricos históricos em face face dos dos quai quais s se foram erigindo, tais tais proposta propostas s tanto alarg alargar aram am ouniverso ouniverso temático temático da tradi tradiçã ção o marx marxis ista ta quant quanto o se vincu vincula la ram ram sele seletiv tivam amen ente te a alg algumas umas dim dimensõ ensões es do pen pen same sament nto o de Marx. Marx. Em pouc poucas as pala palavr vras as: : a obra obra de Marx Marx (qu (que chamam mamos de marxiana) forneceu a
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See e essa ssa situação fosse veross ver ossími ímil, l, as coisasseriam bemfáceis.Masnãoé. Em primeiro primeiro luga lugar, r, "o marxismo"éumafi marxismo"éumaficção. cção. Não há nada nada que, consensua consensualmen lmente, te, se poss possa a reco nhec nhecer er como tal. A partir das indi indica caçõ ções es contid contidas as nos nos capítulos capítulos prec preced eden ente tes, s, o leitorpode leitorpode concluir, concluir, legi legiti tima mamen mente te, , que "o marxismo" marxismo" é uma uma séri série e de interp interpret retaçõ ações es e acré acrésc scim imos os vari variad ados os da obra obra de Marx, Marx, cond condic icio ionad nados os, , cada um deles les, por inju injun- n- çõeshistóricas,culturais,políticasetc. Em segu segund ndo o luga lugar, r, quer o pensa pensamen mento to deMarx, deMarx, quer os seus seus desdobramentos no curso dasuce dasucess ssão ão dos dos marxi marxismo smos, s, não são monopólio de quais quaisque quer r grup grupos os ou inst instit itui uiçõe ções. s. Se dura durant nte e muito tempo tempo o leg legado de Marx Marx estev teve confin confinado ado às fronte fronteira iras s do movimento movimento operár operário io (princip (principalmen almente te aos seus segmentos mais avançados, os comu comuni nist stas as), ), a verda rdade é que hoje mui muitas tas das suas prop roposta ostas s empo empolg lgam am vastos tos setore tores s sociais iais. . De fato, esse fenômen fenômeno, o, demons demonstra trando ndo a atual atualida idade de e o poten cial ial do pens pensam amen ento to de Marx, Marx, não é sing singul ular ar: : as grand randes es idel idelas as-f -for orça ça de uma uma époc época a histór histórica ica ten dem dem semp empre a desb desbor orda dar r os seus quad quadro ros s origi origi nais. O que, ue, aliás, foi bem capt captad ado o por Sart Sartre re, , quan quando do pensou sou o marxi marxism smo o como como "o espírito espírito do nossotempo". Se essa linh linha a de refl reflex exão ão é corr corret eta, a, entã então o a resposta à perg ergunta unta "o que é marxi marxismo smo?" ?" deve cond conduz uzir ir a uma críti crítica ca da próp própri ria a indagação. Com Com efeito, efeito, a perg pergun unta ta, , em larga medi medida da, , supõe põe
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bas base para para inúmeros inúmeros desenvolvimentos desenvolvimentos (as (ascorrentes marxistas) que, que, nosei noseio o de um blocoteóri blocoteórico-cult co-cultu- u- ral ral dife diferen renci ciado ado (a tradição marxista), ofere oferece cem m trata tratament mentos os comp comple leme ment ntar ares es, , altern alternat ativ ivos os e/ou e/ou excl exclud uden ente tes s para os pro proble blemas mas que se fora foram m e vão vão colocando colocando no mundo burg burguê uês s e nassua ssuas ultra passagens revolucio revolucionári nárias. as. Se se rotula esta sta trad i ção de “ marxi marxismo smo", ", corre-se o risc risco o de perd perder er de vista vista a sua sua enorme enorme heter heteroge ogenei neidad dade e — porque, porque, se exist xistem em fios fios condu onduttores ores que a iden identi tifi fica cam m enqu enquan anto to uma trad tradiç ição ão, , exis existe tem m igual gualme ment nte, e, e com a mesm mesmarelevâ arelevânci ncia,componentesquepeculia a,componentesquepeculia- - riza rizam m as numerosa rosas s prop propos osta tas s que a compõ compõem. em. Entre Entreta tant nto, o, esse não é um probl roblem ema a mera ment mente e de nomencl nomenclatur atura: a: junto ao nome nome de Marx, Marx, osufixo ismo não e' nada nada inocente inocente — seu empreg emprego o conduz, conduz, quase uase compulsori compulsoriamente, amente, a circun circunscr screve ever r de form forma a arbi arbitr trár áriia a trad tradiç ição ão marx marxis ista ta a lin linhas de força força que que vari variam am conforme conforme os critérios critérios (cla (claro ros s ou táci tácito tos) s) de quem uem o utili utiliza. za. A noção do mar mar xism xismo o redu reduzz a trad tradiç ição ão marx marxis ista ta àqui àquilo lo que que um invest investig igado ador r ou uma uma instituiç instituição ão reco reconh nhec ece e como como tal tal e obst obstac acul uliiza a sua compr ompre eensão como como um espec spectr tro o dife difere renc ncia iado do de análises e prop propos osta tas. s. Trat Trataa-se se de uma uma terminolog terminologia ia comprometid comprometida a com com uma visão muito muito parti particul cular ar do legado de Marx Marx: : aque aquela la que que se cond conden ensa sa em torno doseu doseu entendi mentocomoconcepçãodomundo. 0 que que a deno denomi mina naçã ção o marxi marxismo smo traz traz cons consig igo, o, é o como como um contr contrab aband ando o ideo ideoló lógi gico co, , aban abandon dono o
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exat exatame ament nte e aquela uela situ situaç ação ão absu absurd rda a imag imagiinada nada no pri primei meiro parágrafo. A questão, pois, está fals falsea eada da à partida pela pela press pressup upos osiç ição ão de uma uma res res posta dete deterrmin minada; ada; só a formu formula la quem quem, , igual men mente, te, tem tem a expe expect ctat atiiva “ do marxi marxismo smo". ". Des feita feita a expe expect ctat ativ iva a — para o que espe spero ter con con tribuíd o ao long longo o deste ensai saio — , a perg pergun unta ta se modif modific ica a subs substa tanc nciialme alment nte. e. E pod pode ser desdo sdo brad brada a em outros outros sent sentid idos os e dire direçõ ções es. . 0 esclare lare cimento cimento poss ossíve ível das dúvi dúvida das s que entã então o se colo colo cam cam é factível factí vel a partir pa rtirdas dasobs observ ervaçõ ações es que sumario sumario aseguir. A obra de M ar arx f un un do do u um m od odo original de pens pensar ar a soci socied edad ade e burg burgue uesa sa e a sua dinâmica dinâmica, , que que inclui inclui nece necess ssar aria iame ment nte e a altern alternati ativa va da revo revo lução socialista. Tend Tendo o como como marco o pensa ment mento o marx marxia iano no, , desenvolveu-se -se uma uma trad tradiição ção mar marxist xista, a, dos anos 80 do século passado aos nossos dias dias. . No bojo bojo desta sta tradiç tradição ão se entrec entrecruruzaram zaram e se entrecruza entrecruzam m propos propostas tas divers diversifi ificad cadas, as, conq conqui uist stan ando do alte altern rnad adam amen ente te a hege hegemo mon nia no interior interior desse leito leito histór histórico ico graç raças a razões di vers versa as (des (desde de o seu apelo apelo intelectual intelectual à suafu suafu ncio nali nalida dade de políti política). ca). Res Respond ponden endo do, , bem ou mal, mal, aos desa desafio fios s históricos históricos em face face dos dos quai quais s se foram erigindo, tais tais proposta propostas s tanto alarg alargar aram am ouniverso ouniverso temático temático da tradi tradiçã ção o marx marxis ista ta quant quanto o se vincu vincula la ram ram sele seletiv tivam amen ente te a alg algumas umas dim dimensõ ensões es do pen pen same sament nto o de Marx. Marx. Em pouc poucas as pala palavr vras as: : a obra obra de Marx Marx (qu (que chamam mamos de marxiana) forneceu a
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da hist histor oric icid idad ade e da contr contrib ibui uição ção de Marx Marx e dos que que o suce sucede dera ram: m: induzindo à idéi idéia a de uma uma linha linha cont contíínua nua entre o pensamento mar marxian xiano o e os projet projetos os nele insp inspir irad ados os, , obsc obscur ure ece os condicio condicio namento namentos s históricos históricos, , teóricos, teóricos, culturais culturais e políticos que que resp respon onde dem m pelas las vári várias as interp interpret retaçõ ações, es, sub sub traç traçõe ões s e adiç adiçõe ões s real realiz izad adas as em tom o da obra obra de Marx. Marx. Na verd verdad ade, e, é muito difícil desv desvin incu cula lar r da noção de marx marxiismo smo a prob probllemát emátiica posta por por uma uma história intelectual montada montada artificiosamente, artificiosamente, na qual qual a rela relaçã çãodo odos"discípulos s"discípulos "como"me stre" se defi define ne por por "desv "desvio ios" s", , "def "deform ormaçõ ações" es" ou, ou, em troca , " fifid el elid ad ad e" e" . E, com e fe fe itito , há fortes conotaç conotações ões sectá sectária rias s na mística do marxismo, marxismo, que que podem fa ci cilit ar ar procedim en entos m ui uit o pouco cong congru rue entes ntes com com a insp inspir iraç ação ão teór teóric ica a de Marx Marx. . É nesse sent sentid ido, o, aliá liás, que que o pro process cesso o da ultra ultra passagem do marxismo marxismo adqu adquir ire e a sua rele relevâ vânc ncia ia mais mais óbvia. óbvia. Cabe destac tacar, aind ainda, a, dois dois pont pontos os import importan an tes. O prime iro remete à gêne gênese se dasdiferenciaç dasdiferenciações ões const constatá atávei veis s natradição marxist marxista. a. Elas las têm origem origem meno menos s nas inte interp rpre reta taçõ ções es que que pode podem m ser ser feit feitas as da obra marxiana marxiana e mais mais nas exig exigênc ência ias s colo coloca cada das s pelo pelos s contex contextos tos hist históri órico cos s em que se situ situam am os marx marxis istas tas. . Às própri próprias as dema demand ndas as práti prática cas s que que se põem õem aos marx marxis ista tas s se debi debita tam m boa parte arte das difer iferen ença ças: s: a tend tendên ênci cia a usual é a de extrai extrair r de Marxaquiloque, num momento momento histórico histórico prec precis iso, o, é melhor instrumentalizável instrumentalizável. . 0 passo fatal cons consis iste te
O que é marxismo
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bas base para para inúmeros inúmeros desenvolvimentos desenvolvimentos (as (ascorrentes marxistas) que, que, nosei noseio o de um blocoteóri blocoteórico-cult co-cultu- u- ral ral dife diferen renci ciado ado (a tradição marxista), ofere oferece cem m trata tratament mentos os comp comple leme ment ntar ares es, , altern alternat ativ ivos os e/ou e/ou excl exclud uden ente tes s para os pro proble blemas mas que se fora foram m e vão vão colocando colocando no mundo burg burguê uês s e nassua ssuas ultra passagens revolucio revolucionári nárias. as. Se se rotula esta sta trad i ção de “ marxi marxismo smo", ", corre-se o risc risco o de perd perder er de vista vista a sua sua enorme enorme heter heteroge ogenei neidad dade e — porque, porque, se exist xistem em fios fios condu onduttores ores que a iden identi tifi fica cam m enqu enquan anto to uma trad tradiç ição ão, , exis existe tem m igual gualme ment nte, e, e com a mesm mesmarelevâ arelevânci ncia,componentesquepeculia a,componentesquepeculia- - riza rizam m as numerosa rosas s prop propos osta tas s que a compõ compõem. em. Entre Entreta tant nto, o, esse não é um probl roblem ema a mera ment mente e de nomencl nomenclatur atura: a: junto ao nome nome de Marx, Marx, osufixo ismo não e' nada nada inocente inocente — seu empreg emprego o conduz, conduz, quase uase compulsori compulsoriamente, amente, a circun circunscr screve ever r de form forma a arbi arbitr trár áriia a trad tradiç ição ão marx marxis ista ta a lin linhas de força força que que vari variam am conforme conforme os critérios critérios (cla (claro ros s ou táci tácito tos) s) de quem uem o utili utiliza. za. A noção do mar mar xism xismo o redu reduzz a trad tradiç ição ão marx marxis ista ta àqui àquilo lo que que um invest investig igado ador r ou uma uma instituiç instituição ão reco reconh nhec ece e como como tal tal e obst obstac acul uliiza a sua compr ompre eensão como como um espec spectr tro o dife difere renc ncia iado do de análises e prop propos osta tas. s. Trat Trataa-se se de uma uma terminolog terminologia ia comprometid comprometida a com com uma visão muito muito parti particul cular ar do legado de Marx Marx: : aque aquela la que que se cond conden ensa sa em torno doseu doseu entendi mentocomoconcepçãodomundo. 0 que que a deno denomi mina naçã ção o marxi marxismo smo traz traz cons consig igo, o, como como um contr contrab aband ando o ideo ideoló lógi gico co, , é o aban abandon dono o
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em, a partir partir desta escolha lha, se estab tabelec lecer uma interpretaçãoglobaldeMarx. O segundo,que segundo,que noslevaa noslevaa umplano um planodedisc dediscuss ussão ão bem mais complex complexo, o, se rela relaci cion ona a à legi legiti timi mida dade de das vári várias as propos propostas tas marxis marxistas tas em face face do pens pensa a men mento mar marxian xiano o. A existência fatu atual de uma plura pluralilidad dade e de prop propos osta tas s insp inspir ira adas das em Marx Marx e' indiscutível; indiscutível; outro proble problema ma é o da sua compati compati bilidad bilidade e com a obra obra de Marx tomada tomada na sua intei reza reza. . Esta sta ques questã tão o não não pode pode ser reso resolv lvid ida a reco recorrrend rendo-s o-seà eà letrade letradeum um ouou tro texto marxiano;só marxiano;só deve ser equa equaci cio onad nada consi onsid derando ndo-se -se todo todo o projeto projeto teórico teórico e revol revoluci ucioná onári rio o de Marx, Marx, assen tado tado em hip hipótes ótese es que se verif verific icam am (ou (ou não) não) na prática prática histórico-soci histórico-social. al. Se esse projeto projeto é vist visto o como como uma conc concep epçã ção o de mund mundo, o, o trân trânsi sito to ao dogm dogma atism tismo o é quase inev inevit itáv ável el. . Se é apre apreen end dido como como um simples model modelo o de pesquisa isa, pode pode deri deriva var r no ceti cetici cismo smo teórico teórico e prátic prático. o. Em troca, troca, se o toma tomamo mos s como como inve invest stiigaçã gação o revo revolu luci cion onár áriia do movi movimen mento to real da socieda sociedade de burgu burguesa esa, , à base de categori categorias as infe ri das do exa exame do seu próprio próprio objeto objeto (ca (catego tegori rias as que que jama jamais is o esgo esgota tam m ou exaur exaurem), em), então então e' pos pos síve sívell compree compreende nder r que que a dúvi dúvida da metód metódic ica a não não se degra degrada da no relativismo, mas se testa testa na construção de uma uma teoria teoria semp sempre re abert aberta a à confront confrontação ação com com os novos process processos osemerge emergentes. ntes.É É ness nessa a perspectiva perspectiva que que a tradição marxista marxista pode pode deixar de serfocada serfocada como como série de "erros" "erros" e/ou e/ou "ace "acert rtos os” ” para ser
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da hist histor oric icid idad ade e da contr contrib ibui uição ção de Marx Marx e dos que que o suce sucede dera ram: m: induzindo à idéi idéia a de uma uma linha linha cont contíínua nua entre o pensamento mar marxian xiano o e os projet projetos os nele insp inspir irad ados os, , obsc obscur ure ece os condicio condicio namento namentos s históricos históricos, , teóricos, teóricos, culturais culturais e políticos que que resp respon onde dem m pelas las vári várias as interp interpret retaçõ ações, es, sub sub traç traçõe ões s e adiç adiçõe ões s real realiz izad adas as em tom o da obra obra de Marx. Marx. Na verd verdad ade, e, é muito difícil desv desvin incu cula lar r da noção de marx marxiismo smo a prob probllemát emátiica posta por por uma uma história intelectual montada montada artificiosamente, artificiosamente, na qual qual a rela relaçã çãodo odos"discípulos s"discípulos "como"me stre" se defi define ne por por "desv "desvio ios" s", , "def "deform ormaçõ ações" es" ou, ou, em troca , " fifid el elid ad ad e" e" . E, com e fe fe itito , há fortes conotaç conotações ões sectá sectária rias s na mística do marxismo, marxismo, que que podem fa ci cilit ar ar procedim en entos m ui uit o pouco cong congru rue entes ntes com com a insp inspir iraç ação ão teór teóric ica a de Marx Marx. . É nesse sent sentid ido, o, aliá liás, que que o pro process cesso o da ultra ultra passagem do marxismo marxismo adqu adquir ire e a sua rele relevâ vânc ncia ia mais mais óbvia. óbvia. Cabe destac tacar, aind ainda, a, dois dois pont pontos os import importan an tes. O prime iro remete à gêne gênese se dasdiferenciaç dasdiferenciações ões const constatá atávei veis s natradição marxist marxista. a. Elas las têm origem origem meno menos s nas inte interp rpre reta taçõ ções es que que pode podem m ser ser feit feitas as da obra marxiana marxiana e mais mais nas exig exigênc ência ias s colo coloca cada das s pelo pelos s contex contextos tos hist históri órico cos s em que se situ situam am os marx marxis istas tas. . Às própri próprias as dema demand ndas as práti prática cas s que que se põem õem aos marx marxis ista tas s se debi debita tam m boa parte arte das difer iferen ença ças: s: a tend tendên ênci cia a usual é a de extrai extrair r de Marxaquiloque, num momento momento histórico histórico prec precis iso, o, é melhor instrumentalizável instrumentalizável. . 0 passo fatal cons consis iste te
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em, a partir partir desta escolha lha, se estab tabelec lecer uma interpretaçãoglobaldeMarx. O segundo,que segundo,que noslevaa noslevaa umplano um planodedisc dediscuss ussão ão bem mais complex complexo, o, se rela relaci cion ona a à legi legiti timi mida dade de das vári várias as propos propostas tas marxis marxistas tas em face face do pens pensa a men mento mar marxian xiano o. A existência fatu atual de uma plura pluralilidad dade e de prop propos osta tas s insp inspir ira adas das em Marx Marx e' indiscutível; indiscutível; outro proble problema ma é o da sua compati compati bilidad bilidade e com a obra obra de Marx tomada tomada na sua intei reza reza. . Esta sta ques questã tão o não não pode pode ser reso resolv lvid ida a reco recorrrend rendo-s o-seà eà letrade letradeum um ouou tro texto marxiano;só marxiano;só deve ser equa equaci cio onad nada consi onsid derando ndo-se -se todo todo o projeto projeto teórico teórico e revol revoluci ucioná onári rio o de Marx, Marx, assen tado tado em hip hipótes ótese es que se verif verific icam am (ou (ou não) não) na prática prática histórico-soci histórico-social. al. Se esse projeto projeto é vist visto o como como uma conc concep epçã ção o de mund mundo, o, o trân trânsi sito to ao dogm dogma atism tismo o é quase inev inevit itáv ável el. . Se é apre apreen end dido como como um simples model modelo o de pesquisa isa, pode pode deri deriva var r no ceti cetici cismo smo teórico teórico e prátic prático. o. Em troca, troca, se o toma tomamo mos s como como inve invest stiigaçã gação o revo revolu luci cion onár áriia do movi movimen mento to real da socieda sociedade de burgu burguesa esa, , à base de categori categorias as infe ri das do exa exame do seu próprio próprio objeto objeto (ca (catego tegori rias as que que jama jamais is o esgo esgota tam m ou exaur exaurem), em), então então e' pos pos síve sívell compree compreende nder r que que a dúvi dúvida da metód metódic ica a não não se degra degrada da no relativismo, mas se testa testa na construção de uma uma teoria teoria semp sempre re abert aberta a à confront confrontação ação com com os novos process processos osemerge emergentes. ntes.É É ness nessa a perspectiva perspectiva que que a tradição marxista marxista pode pode deixar de serfocada serfocada como como série de "erros" "erros" e/ou e/ou "ace "acert rtos os” ” para ser
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trat tratad ada a como um comp compllexo exo de aproximações sucessivas, mais ou men menos exit exitos osas as, , a uma uma ver ver dade que se const constit itui ui no processo mesmo da sua sua descoberta descoberta.. Tais Tais consid considera eraçõe ções s parec parecem em — e de fato osã osão — muito muito pouco conclusivas. Afin Afinal al de contas, a cada insta nstant nte, e, se exige a defi defini niçã ção o não só do ''mar ''marxi xismo smo" " e do "não "não-m -mar arxi xismo smo", ", mas ainda a determ determin inaçã ação o das fronteira fronteiras s entre entre as vári várias as cor rent rentes es marx marxist istas as. . Se o leitor me acomp acompanh anhou ou até até aqui e não não se sente sente em condições condições de esboça esboçar re essas demarcações, ótimo ótimo: : este livr livriinho nho foi escrito exatam exatament ente e para para mostrar mostrar que que tais tais divis divisóri órias, as, para para sere serem m minimamente minimamente séri sérias as, , reclam reclamam am uma anál anális ise e extrem extremame ament nte e cuid cuidad ados osa a e uma uma inve invest stig igaç ação ão de fundoresponsável. A minh minha a conc onclus lusão, ão, pois pois, , não quer quer ser mais que o fec fecho de uma ten tentati tativa va para intr introd oduz uziir o leitor leitor na ine inesgo sgotáve tável l prob proble lemá máti tica ca de Marx Marx e da tradição marxista. marxista. Como Lukács Lukács observ observoucert oucerta a feita, feita, o cami caminh nho o acabou — e, por isto isto mesmo, a viagemapenascomeça.
INDICAÇÕES PARA LEITURA O cami caminho nho mais válid válido o para ara se aproxi aproximar mar do pensa nsa mento mento de Marx Marx e de seus segu eguido idores res conti continua nua send sendo o a leit leitur ura a de suas próp própri rias as obra obras s — na ver verdade dade, , nenh nenhum uma a inte interp rpre reta taçã ção o ou resu resum mo pod pode subst substit itui uir r o exame xame dos textos textos marxi marxiano anos s e marx marxis ista tas. s. E part parte e signi signific ficati ativa va dest deste e materi material al já é aces acessí sívvel ao leitor brasi brasilei leiro, ro, aind ainda a que em traduçSesnemsempreconfiáveis. De Marx e Engel ngels s há vári várias as ediç ediçõe ões s em portug português uês d'/í Ideologia Alemã e do Manifesto do Partido Comunista. De Marx, Marx, entr entre e outros outros títulos, títulos, estão tão dispo disponí nívei veis: s: Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, A Questão Judaica, Manuscrito s de 184 1844, 4, Miséria da Filosofia, O 18 Brumário de L uí s Bonaparte, As Lu tas de Class Classe e na França (1848(18481850), Para a Crítica da Economia Política, Cartas a Kugelmann, Crítica ao Programa de Gotha, O Capital e Teorias da Mais-Valia. De Enge ngels, ls, estã estão o edit editad ados os: : A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, Inglaterra, A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Anti-
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trat tratad ada a como um comp compllexo exo de aproximações sucessivas, mais ou men menos exit exitos osas as, , a uma uma ver ver dade que se const constit itui ui no processo mesmo da sua sua descoberta descoberta.. Tais Tais consid considera eraçõe ções s parec parecem em — e de fato osã osão — muito muito pouco conclusivas. Afin Afinal al de contas, a cada insta nstant nte, e, se exige a defi defini niçã ção o não só do ''mar ''marxi xismo smo" " e do "não "não-m -mar arxi xismo smo", ", mas ainda a determ determin inaçã ação o das fronteira fronteiras s entre entre as vári várias as cor rent rentes es marx marxist istas as. . Se o leitor me acomp acompanh anhou ou até até aqui e não não se sente sente em condições condições de esboça esboçar re essas demarcações, ótimo ótimo: : este livr livriinho nho foi escrito exatam exatament ente e para para mostrar mostrar que que tais tais divis divisóri órias, as, para para sere serem m minimamente minimamente séri sérias as, , reclam reclamam am uma anál anális ise e extrem extremame ament nte e cuid cuidad ados osa a e uma uma inve invest stig igaç ação ão de fundoresponsável. A minh minha a conc onclus lusão, ão, pois pois, , não quer quer ser mais que o fec fecho de uma ten tentati tativa va para intr introd oduz uziir o leitor leitor na ine inesgo sgotáve tável l prob proble lemá máti tica ca de Marx Marx e da tradição marxista. marxista. Como Lukács Lukács observ observoucert oucerta a feita, feita, o cami caminh nho o acabou — e, por isto isto mesmo, a viagemapenascomeça.
INDICAÇÕES PARA LEITURA O cami caminho nho mais válid válido o para ara se aproxi aproximar mar do pensa nsa mento mento de Marx Marx e de seus segu eguido idores res conti continua nua send sendo o a leit leitur ura a de suas próp própri rias as obra obras s — na ver verdade dade, , nenh nenhum uma a inte interp rpre reta taçã ção o ou resu resum mo pod pode subst substit itui uir r o exame xame dos textos textos marxi marxiano anos s e marx marxis ista tas. s. E part parte e signi signific ficati ativa va dest deste e materi material al já é aces acessí sívvel ao leitor brasi brasilei leiro, ro, aind ainda a que em traduçSesnemsempreconfiáveis. De Marx e Engel ngels s há vári várias as ediç ediçõe ões s em portug português uês d'/í Ideologia Alemã e do Manifesto do Partido Comunista. De Marx, Marx, entr entre e outros outros títulos, títulos, estão tão dispo disponí nívei veis: s: Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, A Questão Judaica, Manuscrito s de 184 1844, 4, Miséria da Filosofia, O 18 Brumário de L uí s Bonaparte, As Lu tas de Class Classe e na França (1848(18481850), Para a Crítica da Economia Política, Cartas a Kugelmann, Crítica ao Programa de Gotha, O Capital e Teorias da Mais-Valia. De Enge ngels, ls, estã estão o edit editad ados os: : A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, Inglaterra, A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Anti-
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Duhring, Ludwíg Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Uma boafo boafo nte, ainda, ainda, são Alemã e Dialética da Natureza. Uma os três três volum volumes es das Obras Escolhidas de Marx e Engels,
com pelo pelo meno menos s duas duas ediç ediçõe ões s no Bras Brasilil (a primeir primeira, a, dos dos anos anos 60, 60, pela pela Editori Editorial al Vitória, Vitória, do Rio Rio de Janeir Janeiro; o; a se gund gunda, a, de 1977 1977, , pelas las Ediç Ediçõe ões s Soci Sociai ais, s, de São Paul Paulo) o).. Quem Quem dese deseja jar r um contato direto com textos marxia marxianos nos e marx marxis ista tas s sele seleci cion ona ados, dos, pode pode reco recorr rrer er às anto antolo logi gias as prepar preparada adas s por Nelson Nelson Werneck Werneck Sodré Sodré sobostítu sobostítu los Fun damentos do Materialismo Dialético, Fundamentos do Materialismo Histórico, Fundamentos da Economia Mar xista e Fundamentos da Estética Marxista (todos (todos lanç lançad ados os
pela pela Editora Editora Civil Civiliz izaçã ação o Brasi Brasile leir ira, a, do Rio de Janeir Janeiro,em o,em 1968). 1968). Outra Outra antolo antologia gia inte intere ress ssan ante te, , direci direciona onada da diferen diferen tement temente e e perm permea eada da de argu arguto tos s comen comentá tári rios os críti críticos, cos, é a orga organi niza zada da por C. Wright Wright Mill Mills, s, Os Marxistas (Edit (Editora ora Zaha Zahar, r, Rio Rio de Janei Janeiro ro, , 1968). 1968). Aind Ainda a em se trata tratando ndo de antolo antologi gias, as, menç menção ão espe especi cial al mere merece cem m as cole coletâ tâne neas as da cole coleçã ção o "Gran "Grandes des Cien Cienti tist stas as Socia Sociais is", ", coor coorde dena nada da por por Flor Flores esta tan n Fern Ferna andes ndes para a Edito Editora ra Ática Ática (São Pau Paulo) lo) — dentr dentre e seus vári vários os volu volume mes, s, foram foram publi publicad cados os os de Marx, Enge Engels ls, , Lênin, Lênin, Stalin, Stalin, Mao TséTsé-tun tung, g, Trotski, GueGuevara, ra, Mari Mariát áteg egui ui,, Luká Lukács cs,, deli delia a Volp Volpe e etc. etc., , com text textos os precedid precedidosde osdeuma uma introduçãocrítico-analítica. Como Como enqua enquadr dram ament ento o glob global al da evol evoluç ução ão de Marx Marx e das das modifica modificações ções sofridas sofridas peio peio seu iega iegado do na constituição constituição da tradiçã tradição o marxis marxista ta, , é indi indisp spen ensá sáve vell uma uma refer referênc ência ia his his tórica abrang abrangent ente. e. Cumpre Cumpre este este pape pape! ! a excelent excelente e História organi niza zada da por Eric Eric J. Hobs Hobsba bawm wm, , cujo cujos s do Marxismo, orga prime primeir iros os volu volume mes s estã estão o send sendo o publ public icad ados os desde 1979 1979 (Editor (Editora a Paz e Terr Terra, a, Rio Rio de Jane Janeir iro) o). . Uma Uma import important ante e anál análiise hist histór óric ico-c o-crí ríti tica ca de par parte da trad tradiç ição ão marx marxiista sta
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cont contemp empor orâne ânea, a, que que recl reclam ama a leit leitur ura a aten atenta ta (emb (embor ora a su pondo pondo já um públic público o mini minimam mament ente e informa informado), do), é a que que Perry Perry Anderson Anderson reali realizou zou nas suas suci sucint ntas as Considerações sobre o Marxismo Ocidental (Edi (Edito tora ra Afro Afront ntame ament nto, o, Port Porto, o, s/d) /d) e no ensaio A Crise da Crise do Marxismo Marxi smo (Editora Brasilie Brasiliense, nse,Sã SãoPaulo,1984). oPaulo,1984). Para o leitor leitor inici iniciant ante, e, há uma uma infi infindá ndáve vel l bibli bibliogra ografi fia a que fornece preciosa preciosas s indicações indicações quer sobreo sobreo pensament pensamento o de Marx, quer sobr sobre e os princi principai pais s elem element entos os da tradiçã tradição o marxista. É impossível impossível registráregistrá-laaqui, laaqui, masvalem asvalemas asseguin seguin tes tes suge sugest stõe ões: s: H. Lefebvre Lefebvre, , O Marxismo (Difel, São Paul Paulo, o, 1979 1979) ) e Para Compreender o Pensamento de Karl Marx (Edi (Ediçõ ções es 70, Lisb Lisboa oa, , 1981); 1981); E. Fischer Fischer/F. /F. Marek, Marek, O Que (Editora Civi Civililiza zação ção Bras Brasililei eira, ra, Rio Rio Marx Realmente Disse (Editora de Janei Janeiro, ro, 1970 1970). ). E nesta col coleção eção Primeiros Passos há toda toda uma uma série de títulos que, que, sob ótic óticas as dife difere renc ncia iada das, s, temat tematiz izam am impo import rtan ante tes s e espe especcífi íficas cas que questões da tra dição dição marx marxis ista ta (ve (veja, ja, nes neste volu volume me, , a list lista a dos dos livr livros os já publicados). O leitor que pretender pretender uma uma visã visãosumá osumári ria a do marxismo marxismo dese desenv nvol olvi vido do pela ela Seg Segunda unda Inte Intern rnac acio iona nal l deve reco recorr rrer er (alé (além m do "clássi "clássico" co" de Engel ngelss, Anti-Duhríng, já cita citado do) ) aos quat quatro ro pri primei meiros ros art artigos gos - "Karl "Karl Marx Marx,, "Frie "Friedr dric ich h Enge Engels ls", ", "As três rês font fontes es e as três rês parte rtes cons consti titu tuti tiva vas s do marxismo", marxismo", "Marxismo "Marxismo e revis revisio ionis nismo" mo" — do primei primeiro ro volumedas Obras EscolhidasdeLênin(EditoraAvante/Edi toria l Progre Progresso sso, , Lisboa/Moscou, 1978). Nomesmosentido, Nomesmosentido, recom recomend enda-s a-se, e, de Kautsky, As Três Três Fontes do Marxismo (Textos Margi Marginai nais, s, Porto, 1975). 1975). TrataTrata-se sede de um conjunto detextosdefácilleitura. Para o conheci conheciment mento o do marxis marxismomo-len lenini inismo smo — afor afora a os divulgados manuais manuais de G. Politzer e,mais e,maisrecentement recentemente, e,
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Duhring, Ludwíg Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Uma boafo boafo nte, ainda, ainda, são Alemã e Dialética da Natureza. Uma os três três volum volumes es das Obras Escolhidas de Marx e Engels,
com pelo pelo meno menos s duas duas ediç ediçõe ões s no Bras Brasilil (a primeir primeira, a, dos dos anos anos 60, 60, pela pela Editori Editorial al Vitória, Vitória, do Rio Rio de Janeir Janeiro; o; a se gund gunda, a, de 1977 1977, , pelas las Ediç Ediçõe ões s Soci Sociai ais, s, de São Paul Paulo) o).. Quem Quem dese deseja jar r um contato direto com textos marxia marxianos nos e marx marxis ista tas s sele seleci cion ona ados, dos, pode pode reco recorr rrer er às anto antolo logi gias as prepar preparada adas s por Nelson Nelson Werneck Werneck Sodré Sodré sobostítu sobostítu los Fun damentos do Materialismo Dialético, Fundamentos do Materialismo Histórico, Fundamentos da Economia Mar xista e Fundamentos da Estética Marxista (todos (todos lanç lançad ados os
pela pela Editora Editora Civil Civiliz izaçã ação o Brasi Brasile leir ira, a, do Rio de Janeir Janeiro,em o,em 1968). 1968). Outra Outra antolo antologia gia inte intere ress ssan ante te, , direci direciona onada da diferen diferen tement temente e e perm permea eada da de argu arguto tos s comen comentá tári rios os críti críticos, cos, é a orga organi niza zada da por C. Wright Wright Mill Mills, s, Os Marxistas (Edit (Editora ora Zaha Zahar, r, Rio Rio de Janei Janeiro ro, , 1968). 1968). Aind Ainda a em se trata tratando ndo de antolo antologi gias, as, menç menção ão espe especi cial al mere merece cem m as cole coletâ tâne neas as da cole coleçã ção o "Gran "Grandes des Cien Cienti tist stas as Socia Sociais is", ", coor coorde dena nada da por por Flor Flores esta tan n Fern Ferna andes ndes para a Edito Editora ra Ática Ática (São Pau Paulo) lo) — dentr dentre e seus vári vários os volu volume mes, s, foram foram publi publicad cados os os de Marx, Enge Engels ls, , Lênin, Lênin, Stalin, Stalin, Mao TséTsé-tun tung, g, Trotski, GueGuevara, ra, Mari Mariát áteg egui ui,, Luká Lukács cs,, deli delia a Volp Volpe e etc. etc., , com text textos os precedid precedidosde osdeuma uma introduçãocrítico-analítica. Como Como enqua enquadr dram ament ento o glob global al da evol evoluç ução ão de Marx Marx e das das modifica modificações ções sofridas sofridas peio peio seu iega iegado do na constituição constituição da tradiçã tradição o marxis marxista ta, , é indi indisp spen ensá sáve vell uma uma refer referênc ência ia his his tórica abrang abrangent ente. e. Cumpre Cumpre este este pape pape! ! a excelent excelente e História organi niza zada da por Eric Eric J. Hobs Hobsba bawm wm, , cujo cujos s do Marxismo, orga prime primeir iros os volu volume mes s estã estão o send sendo o publ public icad ados os desde 1979 1979 (Editor (Editora a Paz e Terr Terra, a, Rio Rio de Jane Janeir iro) o). . Uma Uma import important ante e anál análiise hist histór óric ico-c o-crí ríti tica ca de par parte da trad tradiç ição ão marx marxiista sta
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cont contemp empor orâne ânea, a, que que recl reclam ama a leit leitur ura a aten atenta ta (emb (embor ora a su pondo pondo já um públic público o mini minimam mament ente e informa informado), do), é a que que Perry Perry Anderson Anderson reali realizou zou nas suas suci sucint ntas as Considerações sobre o Marxismo Ocidental (Edi (Edito tora ra Afro Afront ntame ament nto, o, Port Porto, o, s/d) /d) e no ensaio A Crise da Crise do Marxismo Marxi smo (Editora Brasilie Brasiliense, nse,Sã SãoPaulo,1984). oPaulo,1984). Para o leitor leitor inici iniciant ante, e, há uma uma infi infindá ndáve vel l bibli bibliogra ografi fia a que fornece preciosa preciosas s indicações indicações quer sobreo sobreo pensament pensamento o de Marx, quer sobr sobre e os princi principai pais s elem element entos os da tradiçã tradição o marxista. É impossível impossível registráregistrá-laaqui, laaqui, masvalem asvalemas asseguin seguin tes tes suge sugest stõe ões: s: H. Lefebvre Lefebvre, , O Marxismo (Difel, São Paul Paulo, o, 1979 1979) ) e Para Compreender o Pensamento de Karl Marx (Edi (Ediçõ ções es 70, Lisb Lisboa oa, , 1981); 1981); E. Fischer Fischer/F. /F. Marek, Marek, O Que (Editora Civi Civililiza zação ção Bras Brasililei eira, ra, Rio Rio Marx Realmente Disse (Editora de Janei Janeiro, ro, 1970 1970). ). E nesta col coleção eção Primeiros Passos há toda toda uma uma série de títulos que, que, sob ótic óticas as dife difere renc ncia iada das, s, temat tematiz izam am impo import rtan ante tes s e espe especcífi íficas cas que questões da tra dição dição marx marxis ista ta (ve (veja, ja, nes neste volu volume me, , a list lista a dos dos livr livros os já publicados). O leitor que pretender pretender uma uma visã visãosumá osumári ria a do marxismo marxismo dese desenv nvol olvi vido do pela ela Seg Segunda unda Inte Intern rnac acio iona nal l deve reco recorr rrer er (alé (além m do "clássi "clássico" co" de Engel ngelss, Anti-Duhríng, já cita citado do) ) aos quat quatro ro pri primei meiros ros art artigos gos - "Karl "Karl Marx Marx,, "Frie "Friedr dric ich h Enge Engels ls", ", "As três rês font fontes es e as três rês parte rtes cons consti titu tuti tiva vas s do marxismo", marxismo", "Marxismo "Marxismo e revis revisio ionis nismo" mo" — do primei primeiro ro volumedas Obras EscolhidasdeLênin(EditoraAvante/Edi toria l Progre Progresso sso, , Lisboa/Moscou, 1978). Nomesmosentido, Nomesmosentido, recom recomend enda-s a-se, e, de Kautsky, As Três Três Fontes do Marxismo (Textos Margi Marginai nais, s, Porto, 1975). 1975). TrataTrata-se sede de um conjunto detextosdefácilleitura. Para o conheci conheciment mento o do marxis marxismomo-len lenini inismo smo — afor afora a os divulgados manuais manuais de G. Politzer e,mais e,maisrecentement recentemente, e,
J o sé Pa u l o N e t t o
de Marta Harnecker, Harnecker, todos desimplesdi desimplesdigestã gestão o — ,o recurso recurso deve deve ser ser à sua vers versão ão enciclopédica: enciclopédica:o o enorme enorme compêndio, redigidosoba direçãodo direçãodo acadêmi acadêmicosovi cosoviético ético 0 . V. Kuuci- nen, Fundamentos do Marxismo-Lêninismo (Edi (Edito tori rial al Vitória , RiodeJ RiodeJaneiro, aneiro, 1962). Elementoscrític os em face dess dessad ad ogmática, elaborados elaborados com angu angula laçõ ções es muito diferen diferentes, tes, mas supondo supondo razo razoâv âv':':! ! informação, o leitor encontraem:R.Garaudy, encontraem:R.Garaudy, 0 Marxismo Marxismo Terra, RiodeJanei RiodeJaneiro,1967); ro,1967); do Século Século X X (Editora Paz e Terra, I. Fetsc Fetscher her, , Marx e os Marxismos (idem); H. Lefe Lefebv bvre re, , Problemas Atuais do Marxismo (Editora (Editora Fronteira, Fronteira, Lisb Lisboa oa, , 1977 ); L. Colle Collett tti, i, Ultrapassando o Marxismo (Edi (Edito tora ra Forense, Forense, RiodeJaneiro,1983.
m m m m
SobreoAutor A primeiros fi cha e retrato primeirosPasso s pede ficha do autor. autor. Não tenho culpa: só po sso encur tar a primeira, e aí va i ela. Nas ci nas Minas Gerais (Juiz de Fora), no remoto 1947. Freqüentando ótimas escolas de burguesia, foi inevitável que eu escolhesse esco lhesse companhias melhores, e deu no que deu; entre outras outras coisas, forçaram-me (não as companhias, é claro) a um turismo no exterior. A ortodoxia de gabinete gabinete foi destroçada destroçada pela vida: as minhas minhas verdades de bolso não suportaram o exílio. Mineiramente des confiado da teoria necessária e da política compulsória e contin gente entre entre as quais me m e divido, só tenho conseguido, ao longo do tempo, ser fie l à minha convicção de que o verdadeiro problema, problema, o mais central de todos, se co loca na alternativa entre entre o comunis mo e a barbárie. O resto é decorrência. No mais, come ti ensaios e livros (pela (p ela Brasiliense Brasili ense,, este é o quarto), traduzi gente fina (Marx, Engels, Lênin, Lukás) e lecionei (na Europa, Europa, América Centra Centrall e na PUC-SP). Fui editorialistado seminário Vozda Unidade. Nestes mais de 37 anos, com o bonde de Drummond, perdi muita coisa - menos a esperança, que o pessimismo tom a impera tiva. Por isso, continuo resistindo e apostando. Com paix ão.
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de Marta Harnecker, Harnecker, todos desimplesdi desimplesdigestã gestão o — ,o recurso recurso deve deve ser ser à sua vers versão ão enciclopédica: enciclopédica:o o enorme enorme compêndio, redigidosoba direçãodo direçãodo acadêmi acadêmicosovi cosoviético ético 0 . V. Kuuci- nen, Fundamentos do Marxismo-Lêninismo (Edi (Edito tori rial al Vitória , RiodeJ RiodeJaneiro, aneiro, 1962). Elementoscrític os em face dess dessad ad ogmática, elaborados elaborados com angu angula laçõ ções es muito diferen diferentes, tes, mas supondo supondo razo razoâv âv':':! ! informação, o leitor encontraem:R.Garaudy, encontraem:R.Garaudy, 0 Marxismo Marxismo Terra, RiodeJanei RiodeJaneiro,1967); ro,1967); do Século Século X X (Editora Paz e Terra, I. Fetsc Fetscher her, , Marx e os Marxismos (idem); H. Lefe Lefebv bvre re, , Problemas Atuais do Marxismo (Editora (Editora Fronteira, Fronteira, Lisb Lisboa oa, , 1977 ); L. Colle Collett tti, i, Ultrapassando o Marxismo (Edi (Edito tora ra Forense, Forense, RiodeJaneiro,1983.
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SobreoAutor A primeiros fi cha e retrato primeirosPasso s pede ficha do autor. autor. Não tenho culpa: só po sso encur tar a primeira, e aí va i ela. Nas ci nas Minas Gerais (Juiz de Fora), no remoto 1947. Freqüentando ótimas escolas de burguesia, foi inevitável que eu escolhesse esco lhesse companhias melhores, e deu no que deu; entre outras outras coisas, forçaram-me (não as companhias, é claro) a um turismo no exterior. A ortodoxia de gabinete gabinete foi destroçada destroçada pela vida: as minhas minhas verdades de bolso não suportaram o exílio. Mineiramente des confiado da teoria necessária e da política compulsória e contin gente entre entre as quais me m e divido, só tenho conseguido, ao longo do tempo, ser fie l à minha convicção de que o verdadeiro problema, problema, o mais central de todos, se co loca na alternativa entre entre o comunis mo e a barbárie. O resto é decorrência. No mais, come ti ensaios e livros (pela (p ela Brasiliense Brasili ense,, este é o quarto), traduzi gente fina (Marx, Engels, Lênin, Lukás) e lecionei (na Europa, Europa, América Centra Centrall e na PUC-SP). Fui editorialistado seminário Vozda Unidade. Nestes mais de 37 anos, com o bonde de Drummond, perdi muita coisa - menos a esperança, que o pessimismo tom a impera tiva. Por isso, continuo resistindo e apostando. Com paix ão.
O marxismo é uma fascinante construção cultural, uma aventura que conjuga o pensar e o fazer, já que a herança de Marx exige a reflexão crítica e a ação revolucionária. Sua obra original é necessária, mas não suficiente para entender e revolucionar o mundo contemporâneo. Assim, não existe “o marxismo”, mas “os marxismos”, vertentes de uma mesma tradição teórico -política. Incentivando o questionamento e a crítica, este livro facilita os “primeiros passos” para reflexões mais sérias.
O marxismo é uma fascinante construção cultural, uma aventura que conjuga o pensar e o fazer, já que a herança de Marx exige a reflexão crítica e a ação revolucionária. Sua obra original é necessária, mas não suficiente para entender e revolucionar o mundo contemporâneo. Assim, não existe “o marxismo”, mas “os marxismos”, vertentes de uma mesma tradição teórico -política. Incentivando o questionamento e a crítica, este livro facilita os “primeiros passos” para reflexões mais sérias.
Área de interesse: História, Política
editora brasiliense