UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP PRÓ-REITORIA ACADÊMICA ESCOLA DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
MARIANA DE QUEIROZ SILVA
ANTEPROJETO DE UM CENTRO ARTÍSTICO SENSORIAL PARA A CIDADE DO NATAL - RN
NATAL 2015
MARIANA DE QUEIROZ SILVA
ANTEPROJETO DE UM CENTRO ARTÍSTICO SENSORIAL PARA A CIDADE DO NATAL - RN
Plano de Trabalho apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I.
Professora: Dra. Eunádia Silva Cavalcanti Orientadora: Esp. Mônica Rosario Alves
NATAL 2015
SUMÁRIO 1 2 3 3.1 3.2 4 5 6
TEMA .................................................................................................................. 3 OBJETO DE ESTUDO ....................................................................................... 3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 3 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 4 METODOLOGIA ................................................................................................. 8 CRONOGRAMA ................................................................................................. 9 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 10
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1 TEMA Centro artístico sensorial.
2 OBJETO DE ESTUDO Anteprojeto de um centro artístico sensorial para a cidade do Natal – RN.
3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Propor um espaço para a apreciação artísticas e de lazer buscando-se evidenciar a arquitetura contemporânea sensorial. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Criar espaços com flexibilidade de uso por meio de elementos estruturais e de
vedação;
Estudar técnicas de iluminação e de isolamento acústico que auxiliem na
criação de ambientes sensoriais;
Promover a criação de ambientes internos que busquem a percepção pela
integração com fatores naturais externos.
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4 JUSTIFICATIVA O espaço edificado é o lugar mais utilizado pelo homem nos dias atuais e este consegue influenciar no humor e nas emoções que as pessoas sentem quando estão inseridas em determinados lugares. Tal fato é decorrente das sensações hápticas, visuais e auditivas que os ambientes despertam no ser humano e é visando este despertar de sensações que a arquitetura sensorial surge. Considerada de vanguarda, a arquitetura sensorial busca romper com a arquitetura voltada apenas para a função e que impedem as pessoas de perceberem o ambiente. O enfoque desta é interromper o contato do homem com ambientes urbanos agitados e trazê-los para um espaço que pode ser vivenciado em sua totalidade através dos sons, aromas, texturas e oscilações da luz, fazendo com que essa experiência sensorial alcance uma conexão profunda com o íntimo de quem está utilizando o edifício e traga para estes povos memórias de lugares, cheiros que marcaram, toques e luzes que os fazem lembrar dos acontecimentos de suas vidas. Pensando-se em otimizar a experiência das pessoas em um centro artístico afim de permitir que elas não apenas vejam, mas sintam e interajam com o ambiente, buscar-se-á a utilização da arquitetura sensorial, para que por meio desta seja possível alcançar um nível de satisfação pessoal que não é atingível quando se visita uma edificação de modo efêmero para a utilização de um serviço ou nos prédios em que se trabalha, onde estamos o tempo todo envolvidos com as atividades a serem desenvolvidas e não temos como contemplar aquele espaço. Hoje, estamos em uma crise. Arquitetura constitui a maior amplitude do ambiente construído; nossos edifícios ainda estão causando estresse fisiológico e mental para o público. A arquitetura está lentamente definhando em um campo onde a eficiência é mais importante do que a finalidade e a praticidade. Perdemos o foco do componente humano. Felizmente, se a arquitetura virar e começar a projetar intuitivamente para envolver os sentidos do público através de hábitos inatos, podemos reduzir o estresse causado pelo "contra sentidos" e projetar para os convidados cansados. (JOHNSON, 2013, p.2)
É finalidade desta monografia projetar espaços em que as pessoas possam se sentir parte da obra. O centro artístico sensorial deve ser projetado para envolver, despertar memórias adormecidas, possibilitar o surgimento de sensações que não são sentidas em ambientes austeros e para que traga a população emoções, assim como, crie zonas de interação social e zonas que permitam o encontro com o próprio íntimo.
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O objetivo é agradar o corpo, satisfazer a mente e criar espaços saudáveis. Isso é feito através dos sentidos, hábitos e memórias que os seres humanos trazem consigo. A utilização da arquitetura de forma poética e significativa trará nossa era moderna da tecnologia para uma geração maior de felicidade e propósito. ((JOHNSON, 2013)
Diante disso, Juhani Pallasmaa (2006), enfatiza que o que deve mudar não é a tecnologia que tem sido aplicada à arquitetura, mas a abordagem utilizada pelos arquitetos. Ele acredita que o papel da arquitetura não é alienar uma r elação sensual com o mundo, mas fortalecê-la. O elemento voluptuoso da arquitetura é representado pelo toque: o sentido que o convida para juntar-se e ser tocado pelo o meio ambiente. Não obstante, o centro artístico sensorial tem a função não apenas de permitirse ser sentido pelos visitantes, mas de fazer transcender fatores externos para dentro da edificação, admitindo que estes por si só criem atmosferas acolhedoras e ajudem as pessoas a se conectarem com o mundo natural, com elas próprias e com o entorno. O espaço apenas terá vida quando as pessoas entrarem nele. Assim, o importante papel que a arquitetura pode desempenhar, e que o espaço desempenha dentro dessa arquitetura, é incentivar a interação entre pessoas, entre pessoas e as ideias que estão sendo apresentadas nas pinturas e esculturas, e mais importante, entre as próprias pessoas.” (ANDO, 2012).
Com o intento de aprofundar as relações entre pessoas e espaços por meio das sensações, a Royal Academy of Arts de Londres promoveu em janeiro de 2014 uma exposição denominada “Espaços sensoriais: arquitetura reimaginada,” a qual contou
com trabalhos de 7 arquitetos que propuseram espaços para serem sentidos e que as pessoas vissem a arte com outros sentidos, não somente de modo visual. Assim sendo, o espaço tem grande influência sobre o ser humano e a forma como nos relacionamos com o mundo, de tal modo, o arquiteto tem a função de criar mecanismos que possibilitem esta interação e uma delas é utilizando os elementos naturais na construção, como o próprio Tadao Ando diz, a luz natural é o fator controlador em todos os seus trabalhos. Nas antigas civilizações, a Grécia, considerada berço das artes, foi uma das principais civilizações responsáveis pelo desenvolvimento artístico, visto que utilizavam as artes como culto aos deuses. Dentre 550 a.C. e 220 a.C. o teatro surgiu como um meio de celebrar a Dionísio, deus do vinho, e tinha como marca grandes procissões e a utilização de máscaras.
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Todavia, o teatro grego não era como os que temos hoje, eles eram em áreas abertas e o comparecimento da população era considerado um compromisso, assim, ir ao teatro era um ato cívico. Não apenas o teatro, mas também a música, a pintura, a escultura e a arquitetura ganharam grande destaque na cultura grega. Já no Império Romano, a forma de entretenimento da sociedade eram os circos e estes por sua vez eram caracterizados por corridas de cavalos, batalhas e espetáculos. Com o advento da Revolução Industrial no final do século XVIII, surgiram as Exposições Universais, ou Feiras Mundiais, que tinham como foco mostrar ao mundo o avanço da metalurgia e expor os materiais em ascensão, ferro e vidro. A primeira grande Exposição ocorreu em Londres no ano de 1851, onde foram exibidas obras de arte e novos modelos de locomotivas, porém esta ganhou destaque devido ao Palácio de Cristal, no qual foi sediado o evento. Muitas outras Exposições aconteceram nos anos seguintes, mas ganham destaque as Exposições Universais em Paris, 1878 e 1889, que deixaram como legado, respectivamente, a Estátua da Liberdade e a Torre Eiffel. Em decorrência da apreciação artística pelos povos, os centros culturais, artísticos e de exposições, também conhecidos como performing arts centers1, têm crescido exponencialmente nos últimos anos e um dos fatores determinantes para este sucesso é o aumento do interesse da população por atividades ligadas as artes. Em virtude da busca por entretenimento no âmbito cultural e tentando conciliar um contingente de atividades em um mesmo lugar, os centros artísticos têm se ressaltado no contexto da cidade, principalmente nas metrópoles. A nível mundial destaca-se o Walt Disney Concert Hall , projetado por Frank Gehry e inaugurado em outubro de 2003 na cidade de Los Angeles. A obra marca o cenário da cidade com sua fachada curvilínea em aço inoxidável e pela harmonia encontrada por Gehry entre natureza e edificação ao criar um jardim interno, com uma fonte em forma de rosa e com as colunas do Concert Hall remetendo às arvores. Não somente, a obra distingue-se no cenário não apenas devido sua exuberância, mas pela qualidade acústica que ela dispõe, visto que é imperceptível a existência de uma linha férrea próxima a sua localidade. No Brasil, as representações artísticas tiveram início com os índios, que pintavam seus corpos e realizavam os rituais em grandes terreiros. Com o passar do 1 Um
espaço multiuso que se destina a ser utilizado por vários tipos de representações artísticas, incluindo dança, música e teatro.
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tempo, as tradições foram se modificando e novas formas de representação artística foram surgindo. As festas folclóricas que a princípio ocorriam nas ruas, atualmente são realizadas em lugares fechados, como teatros, para retratar os costumes da culturais do passado, embora, em alguns estados essas festas continuem sendo realizadas do mesmo modo de quando foram criadas. São nos grandes polos urbanos que localizam-se os empreendimentos voltados à arte, estes impactam as cidades não apenas pelos serviços oferecidos, mas pela qualidade arquitetônica das edificações. Entretanto, muitas vezes estas obras arquitetônicas promovem apenas ambientes amplos, que impressionam por sua imponência, mas esquecem da escala humana, de se relacionar com o contexto urbano, e o mais importante, de integrar os usuários daquele recinto com o ambiente. Um exemplar da arquitetura contemporânea voltada as artes no Brasil é o, ainda em fase de construção, novo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, projeto do escritório Renfro + Diller Scofidio. O edifício tem como objetivo resgatar as memórias da sociedade carioca e integrar a população com o que a cidade tem de melhor. Sua forma faz referência a calçada de Copacabana e tenta trazer a paisagem natural para dentro do museu, visto que a fachada é toda em vidro, deixando transparecer à praia que fica em frente. Ganha destaque também o espaço voltado para teatro ou cinema a céu aberto, que busca lembrar a relação que o carioca tem em apreciar a cultura e cultuar as belezas naturais. Mediante o exposto, ao analisar os serviços oferecidos na cidade do Natal percebe-se que embora existam alguns espaços destinados a música, teatro e arte como um todo, ainda é notável a carência de um recinto que abarque grande parte dessas atividades e que ofereça, ao mesmo tempo, um ambiente acolhedor para a troca de experiências dos usuários. Do mesmo modo, é perceptível que nem todo s os públicos frequentam os espaços existentes voltados a cultura devido serem, em alguns casos, de difícil acesso. Assim, almeja-se com a proposta de um Centro Artístico Sensorial oferecer uma opção de lazer e entretenimento de vanguarda a população natalense, buscando resgatar suas memórias e fazer com que usem todos os sentidos ao adentrar a edificação. Para a proposta do anteprojeto do centro artístico sensorial será utilizado o terreno localizado na Avenida Bernardo Vieira com a Avenida Xavier da Silveira, bairro de Lagoa Nova.
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5 METODOLOGIA A metodologia abordada é de cunho qualitativo descritivo e se dará tanto por meio de estudos de casos de obras já existentes, quanto por meio de referencial teórico e de visitas in loco a centros culturais regionais. A priori, o trabalho será concebido em quatro partes principais que dispõem-se suprir os requisitos para o desenvolvimento de uma proposta de Centro Artístico Sensorial. A primeira baseia-se na análise bibliográfica referente ao assunto, visando maior aprofundamento sobre a importância e concepção de um centro artístico, assim como, seus precedentes históricos, não menos importante, deve-se observar quais as formas adotadas pela arquitetura para que o usuário utilize dos sentidos cinestésico, visual e auditivo na edificação. Por conseguinte, serão realizadas visitas de campo nas quais busca-se a identificação dos mecanismos supra citados pelos arquitetos nas referências arquitetônicas estudadas anteriormente e a identificação de pontos favoráveis e desfavoráveis quanto ao uso desta tipologia de edifícios. A terceira parte condiz com a definição do metaprojeto, onde serão realizadas: análise do terreno, estudo das condicionantes climáticas, acessos viários, estudos topográficos e de legislação (plano diretor e código de obras). Realizar-se-á o processo projetual de definição do plano de necessidades, zoneamento, matrizes de relações, pré-dimensionamento e estudo da forma/volume. Por meio da realização destes e de como eles podem impactar de forma favorável a edificação e o entorno, passar-se-á a etapa posterior. Por fim, após os resultados obtidos nesta última fase, teremos o desenvolvimento do anteprojeto de um centro artístico sensorial para a cidade do Natal.
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CRONOGRAMA
ATIVIDADE/PERÍODO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2 ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
Elaboração do plano de trabalho Elaboração do referencial teórico Elaborar referencial arquitetônico e visitas in loco Entrega do metapro jeto
Analisar topogragia e legislação Medição e estudo volumétrico Elaboração de cartas solares Pesquisa de materiais acústicos Elaborar plantas e cortes Fachadas Volumetria Entrega do anteprojeto - pré-banca Pré-banca Alteração e impressão Entrega final Defesa do TCC
Legenda Atividade em desenvolvimento Entrega para análise final da orientadora Entregas finais
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REFERÊNCIAS GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. JOHNSON, Jeremiah Isaiah. The intuitive & Architecture. 2013. 222 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Architecture, Architecture And Landscape Architecture, North Dakota State University, Fargo, 2013. KROLL, Andrew. AD Classics: Church of the Light / Tadao Ando. Archdaily. 06 de janeiro de 2011. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2015. SVEIVEN, Megan. Flashback: Modern Art Museum of Fort Worth / Tadao Ando.
Archdaily. 02 de março de 2012. Disponível em: . Acesso em: 11 de abril de 2015. ZABALBEASCOA, Anatxu. La arquitectura de hoy no es par a la gente. El País, Espanha. 12 de agosto de 2006. Disponível em: . Acesso em: 10 de abril de 2015.