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POEMAS VISUAIS NA ANTIGUIDADE GREGA O primeiro poema visual de que se tem notícia, no mundo ocidental data de 300 a. C., no reinado de Ptolomeu I. Em uma pequena ilha chamada Simi, a nordeste de Rodes, o poeta Simmias de Rodes construiu um poema em forma de ovo cuja leitura imprime simultaneidade à mensagem. O poema foi chamado de O Ovo, o texto fala do nascimento de Eros a partir de um ovo primordial, o Caos
O Ovo, de Simmias de Rodes
Asas de Eros, de Simmias de Rodes
O Machado, de Símias de Rodes
Ainda na antiguidade grega há dois poetas que experimentaram com a visualidade da palavra, Julius Vestinus, Dosíadas, Teócrito.
O Altar, de Julius Vestinus
Poema de Dosíadas
Poema de Teócrito
POEMA VISUAL NA FRANÇA – SÉCULO XIX Guillaume Apollinaire (1898 - 1918) representou um marco na literatura francesa, como um dos vanguardistas da poesia visual. A expressão caligramas designa poemas escritos representando imagens, valendo-se da noção de "caligrafia" e de "ideograma", tendo sido empregada pela primeira vez por Apollinaire. A escrita de Apollinaire propõe motivos clássicos, elegíacos e líricos, combinados à modernidade de sua época, urbana e industrial. Nesse contexto, o autor cria uma poética que dialoga com o passado e com o presente, ora para homenagear o primeiro, ora para aventurar-se no segundo, incorporando à sua poesia plasticidade, melodia e uma disposição espacial inovadora. Em seus caligramas, Apollinaire convida o leitor não somente a ler, mas a conversar com a obra. O lirismo visual de seus poemas sugere uma exaltação ao novo, preservados os sentimentos de melancolia e solidão. Vejamos dois caligramas de Apollinaire:
E o caligrama "A gravata", nas versões original e traduzida:
POESIA E GRAFISMO NO BRASIL Essa exploração do grafismo na poesia chega ao Brasil nos primeiros decênios do século XX, inspirando poetas brasileiros na conformação da Poesia Concreta, que iria afirmar-se como movimento a partir da década de 1950. Os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari definiriam a poesia concreta como uma "tensão de palavras-coisas no espaço-tempo" (ver o ensaio "A escrita icônica", de Marina Eller Caetano), referindo-se à conformação de uma arte poética calcada não mais no verso, mas, sim, na palavra. Essa ruptura com a poesia versificada promoveu o enriquecimento de uma "poética da linguagem" em oposição a uma "poética da língua", sublinhando a imagética como elemento fundamental nas produções concretistas. Dos temas da poesia concreta brasileira, observamos a conciliação entre humor e crítica social, tal como nos exemplos a seguir: o primeiro ("Beba coca cola") de Décio Pignatari, e o segundo ("De sol a sol") de Haroldo de Campos.
Referências: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/poesia-visual-de-apollinaire-aos-concretistas.htm http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8170