Poluição do rio Verruga, em Vitória da Conquista, é destaque negativo em estudo nacional. A fundação SOS Mata Atlântica revelou que todos os 69 rios e lagos analisados estão poluídos. A análise foi feita em 15 estados. A fundação SOS Mata Atlântica divulgou, nesta sexta-feira (07), o resultado de uma pesquisa sobre dezenas de rios e lagos brasileiros. Todos que os que tiveram a água analisada estão poluídos. Uma paisagem tão bonita e uma água tão suja. O lago da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, é um dos mais poluídos do Brasil, assim como o Rio Verruga ( foto), de Vitória da Conquista, na Bahia. Eles estão entre os 69 rios e lagos pesquisados pela fundação SOS Mata Atlântica nos últimos dois anos. A análise foi feita em 70 cidades de 15 estados brasileiros mais o Distrito Federal. O resultado é desanimador. A qualidade da água é péssima em 4% das amostras, ruim em 28%, regular em 68%. E não há nenhum caso de água boa ou ótima. Vinte anos atrás, a poluição dos rios brasileiros era principalmente industrial, produtos químicos, metais pesados, elementos cancerígenos. Hoje, esse tipo de poluição está mais controlado e foi substituído por outro: agora 70% dos poluentes vêm do esgoto doméstico e os outros 30% vêm basicamente do lixo. Ou seja, nós, moradores das cidades, somos os vilões. A presença dos urubus às margens do Tietê, em São Paulo, já indica a situação do Rio, que teve a água classificada como ruim. Montanhas de lixo foram tiradas do fundo e há toneladas mais abaixo. Um trabalho sem fim. Também foi classificada como ruim a água dos rios Meia Ponte, em Goiânia; Maranguapinho, em Fortaleza; Paraibuna, em Juiz de Fora, e o Santa Maria, em Vitória. “A água é um recurso essencial à vida. E a gente não pode fazer dos rios essa lata de lixo, esse canal pra escoar tudo aquilo que não nos serve. Cada cidadão tem que exigir saneamento básico. Aquelas obras que a gente pensa que não dão voto, que não aparecem, trarão grandes resultados para as atuais e futuras gerações”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora de projetos da SOS Mata Atlântica.
Vinte anos atrás, a poluição dos rios brasileiros era principalmente industrial, produtos químicos, metais pesados, elementos cancerígenos. Hoje, esse tipo de poluição está mais controlado e foi substituído por outro: agora 70% dos poluentes vêm do esgoto doméstico e os outros 30% vêm basicamente do lixo. Ou seja, nós, moradores das cidades, somos os vilões. A presença dos urubus às margens do Tietê, em São Paulo, já indica a situação do Rio, que teve a água classificada como ruim. Montanhas de lixo foram tiradas do fundo e há toneladas mais abaixo. Um trabalho sem fim. Também foi classificada como ruim a água dos rios Meia Ponte, em Goiânia; Maranguapinho, em Fortaleza; Paraibuna, em Juiz de Fora, e o Santa Maria, em Vitória. “A água é um recurso essencial à vida. E a gente não pode fazer dos rios essa lata de lixo, esse canal pra escoar tudo aquilo que não nos serve. Cada cidadão tem que exigir saneamento básico. Aquelas obras que a gente pensa que não dão voto, que não aparecem, trarão grandes resultados para as atuais e futuras gerações”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora de projetos da SOS Mata Atlântica. O Rio Rio Verr Verrug uga, a, ún únic icoo rio rio de Vitó Vitóri riaa da Co Conq nqui uist sta, a, foi foi cita citado do em um umaa ma maté téri riaa apresentada pelo Jornal Nacional sobre a qualidade da água dos rios brasileiros. A pesquisa foi realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica e analisou a água de dezenas de lagos e rios brasileiros. Todos que foram analisados estavam poluídos. O rio conquistense está entre os 69 rios e lagos pesquisados pela fundação nos últimos dois anos. O estudo aconteceu em 70 cidades e 15 estados brasileiros mais o Distrito Federal. A qualidade da água foi qualificada como péssima em 4% das amostras, ruim em 28%, regular em 68%. Não houve nenhum caso em que a água era boa ou ótima. Há anos atrás o principal motivo da poluição dos rios brasileiros eram as indústrias que depositavam produtos químicos, metais pesados e elementos cancerígenos no leito dos rios. Hoje o problema é outro: 70% dos poluentes vêm do esgoto doméstico e
os outros 30% vêm basicamente do lixo. Os grandes vilões agora somos nós, moradores.
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Moradores do final da rua Expedicionários convivem com o incômodo e medo de morar ao lado do Rio Verruga. O muro do Edifício Residencial Maranata está a dois metros da encosta do Rio. As pessoas que residem no local temem pelo que pode acontecer se as chuvas de verão continuarem fortes. As águas da chuva, que escoam pela Avenida Jonas Hortélio no Bairro Recreio, descem direto para o Rio Verruga, que passa entre o fundo da Comercial Ramos e a lateral da Biblioteca Municipal. A maior preocupação é em relação à estrutura do Edifício Residencial, que está sendo comprometida pela erosão. “Esse buraco só está cedendo. Lá em cima está um buraco enorme e já está chegando aqui no prédio”, afirma Joana D’arc. O prédio, que segundo os moradores teve alvará de construção há três anos (época da obra), já tem rachaduras no muro da garagem. “Graças a Deus, por enquanto a rachadura só está no muro e não atingiu o prédio”, mostra Dona Joana. Ela também conta que o mau cheiro, as muriçocas e os insetos atormentam diariamente os moradores do prédio. “Aqui no prédio tem três crianças recémnascidas, e há um foco de mosquito bem perto. Não tem quem durma! O cachorro da vizinha morreu por ter comido um escorpião.”, conta a aposentada Edna Damasceno. De acordo com os moradores, mais de três ofícios já foram enviados para a Prefeitura Municipal, e até o momento nenhuma providência foi tomada. “Já enviamos outra carta para o prefeito, na semana passada, com fotos. Aí os engenheiros da Prefeitura vêm aqui, param os carros, olham lá e tchau!”, conta Dona Edna. Dona Joana diz que enfrentou todo este incômodo quando estava “operada do coração” e logo após enfrentou um câncer. “O fedor, o mau cheiro. E a gente nem sabia que o cano da
Embasa passava pelo esgoto (o canal do Rio Verruga), ainda bebíamos e tomávamos banho com aquela água”. Dona Joana também se preocupa com as tradicionais chuvas de verão. “O pessoal só toma providência quando acontece alguma coisa. Deus-livre-guarde de não acontecer nada, mas eles só fazem quando acontece. Aí vai ser tarde.”
Resposta da Prefeitura Em nota, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista comunicou que: A Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Infraestrutura Urbana já realizou vistoria técnica nas proximidades de um dos trechos do Rio Verruga, no bairro Recreio, e está buscando solucionar o problema de drenagem da área o mais breve possível. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com o Instituto de Gestão das Águas e Clima/Ingá, está desenvolvendo um projeto de Recuperação de Mata Ciliar e das Nascentes do Rio Verruga, iniciativa que terá um positivo impacto socioambiental.
Segundo SOS Mata Atlântica, Rio Verruga não suporta volume de resíduos Na última semana, a Fundação SOS Mata Atlântica divulgou uma pesquisa que inclui o Rio Verruga, único rio de Vitória da Conquista, entre aqueles que possuem água de péssima qualidade. O projeto da instituição, “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, percorreu 43 municípios (das regiões Sudeste e Nordeste), mais o Distrito Federal, no ano de 2010. Além de levar educação e conscientização ambiental para os lugares onde ocorre o Bioma Mata Atlântica, também coletou amostras de águas dos rios e lagos das cidades por onde passou, para análise de qualidade. Segundo a coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Maria Luisa Borges, a espuma encontrada no Rio Verruga representa produtos de uso doméstico,
como detergentes, shampoo, dentre outros. Na região próxima à Uesb, onde foi coletada a amostra, pode ser notada uma grande quantidade de espuma: “Isso está ocorrendo porque o córrego (Rio Verruga) é pequeno e não consegue dispersar todo o volume do esgoto despejado nele. O volume de resíduos despejado é maior do que a capacidade do rio”, explica a coordenadora. Ela ainda evidencia que o problema ocorre em consequência da falta de tratamento de esgoto. A gerente de projetos da Secretaria do Meio Ambiente de Vitória da Conquista, Priscila Dantas, disse que, mesmo antes da divulgação da pesquisa, a secretaria já havia pedido a avaliação das nascentes do Rio Verruga. “Nós solicitamos o laudo, e ele está sendo avaliado pelos nossos técnicos responsáveis pelo projeto da recuperação das nascentes do Rio Verruga”, conta.
Priscila Dantas, gerente de projetos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O projeto de revitalização das nascentes foi aprovado em meados do ano passado, e acontece em parceria com o Instituto das Águas e do Clima do Governo do Estado. O projeto, orçado em R$ 50 mil reais – incluindo a contrapartida do município – visa a recuperar as três principais nascentes do Rio: duas estão localizadas na reserva do Poço Escuro, e a outra está situada no alto do bairro Nossa Senhora Aparecida. “Uma está muito bem preservada, a outra possui um estado de conservação razoável. No entanto, a do Nossa Senhora Aparecida é a que apresenta o maior problema, pois são 50 anos de degradação”, destaca Priscila. Em primeiro momento, haverá o cercamento das áreas das três nascentes, em um raio de 50 metros. A partir do cercamento, será iniciada a reestruturação destes pontos, que inclui o reflorestamento – a princípio serão plantadas aproximadamente três mil mudas de árvores. Porém, esta é a parte mais complicada e a mais demorada. De acordo com a gerente, não se trata de algo que se resolverá com o piscar dos olhos, mas sim, de um processo lento que só terá resultado, no mínimo, em 20 anos.
Rio Verruga qualificado como péssimo em relação à poluição. Foto: Zé Silva A gerente acredita que os cuidados que estão sendo tomados são o primeiro passo para que a água do Rio Verruga melhore sua qualidade: “A partir do momento em que a gente reflorestar, cercar e proteger aqueles locais, o rio, naturalmente, vai ampliar a sua capacidade. Ampliando sua capacidade, será necessário um outro projeto para que este volume seja recebido da melhor forma possível. E aí a importância da preservação para que ele fique limpo”. Para a coordenadora da rede das Águas, Maria Luisa, é preciso coletar e tratar os esgotos: “É necessário que haja tratamento dos esgotos, para que não sejam despejados nos rios de ‘qualquer jeito’. A sociedade precisa pressionar o poder público para implantar estações de tratamento de esgoto, porque rios doentes resultam numa
população doente “.
Campanhas de Conscientização na Proteção do Meio Ambiente Um outro ponto do projeto da Secretaria do Meio Ambiente de Conquista diz respeito à conscientização ambiental. “Estamos planejando campanhas de conscientização, principalmente para as comunidades do entorno destes locais, porque são as pessoas dessas comunidades que fazem uso das águas dessas nascentes”, diz Priscila Dantas. E completa: “São cerca de 30 mil pessoas utilizando esta água, inclusive produtores da Lagoa das Flores.”
Rio Verruga entre os mais poluídos do Brasil - BA
Verr uga: o único rio de Vitória da Conquista, BA
A fundação SOS Mata Atlântica revelou que todos os 69 rios e lagos analisados estão poluídos. A qualidade da água é péssima em 4% das amostras, ruim em 28% e regular em 68%, dentre eles o Verruga, o único rio de Vitória da Conquista. Essas avaliações têm por objetivo checar a qualidade da água dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água nas cidades por onde passa o projeto e, desta forma, alertar a população sobre a real situação do local onde vive. Entre os 43 corpos d’água monitorados, 70% ficaram dentro do nível REGULAR, 25% dentro do nível RUIM e 5% dentro do nível PÉSSIMO. As análises que tiveram o melhor resultado foram as do Rio Doce, em Linhares (ES), e a da Lagoa Maracajá, localizada na cidade de Lagoa dos Gatos (PE), ambas com 34 pontos, classificadas no nível REGULAR. Por outro lado, as análises mais baixas vieram do Rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), resultante em apenas 17 pontos; e a do Lago do Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, resultante em 19 pontos, ambas classificadas no nível PÉSSIMO. Nenhum dos pontos de coleta de água destes 43 corpos d’água pode ser classificado com índices bons ou ótimos, o que aponta a grande necessidade de ações de mobilização da sociedade para melhoria da qualidade da água em todos os estados.
Rio Verruga agoniza Segundo pesquisadores, se pudéssemos reduzir toda a água do planeta a 1 litro teríamos as seguintes relações: 250ml de água doce e dessa água doce apenas 8 gotas, é isto mesmo, 8 gotas seriam de água potável. O único rio que nasce em Vitória da Conquista, na reserva florestal da Serra do Piripiri, fica com este nível de poluição depois de percorrer 8 Kms. Uma Ação Civil Pública foi impetrada por Dr. Beneval Santos Mutim, por provocação do Movimento Contra a Morte Prematura, cuja Petição foi recebida e protocolada pelo MP, em 07 de janeiro de 2009. Com relação ao MCMP, devemos render homenagens ao trabalho do ativista André Cairo que realiza um trabalho em defesa da cidade que nem todo político com mandato faz.
Transmissão de doenças A água poluída pode causar diversos efeitos prejudiciais à saúde humana, tais como: febre
tifóide,
cólera,
disenteria,
meningite
e
hepatites
A
e
B.
Pode ser igualmente por vetores de contaminação por doenças transportadas por mosquitos, como paludismo, dengue, malária, doença do sono, febre amarela. Pode conter parasitas como verminoses, enquanto a escassez da água pode gerar ou potenciar
doenças
como
a
lepra,
tuberculose,
tétano
e
difteria.
As águas poluídas por efluentes líquidos industriais podem causar contaminação por metais pesados que geram tumores hepáticos e de tiróide, alterações neurológicas, dermatoses, rinites alérgicas, disfunções gastrointestinais, pulmonares e hepáticas. No caso de contaminação por mercúrio, podem ocorrer anúria e diarreia sanguinolenta. A dengue é uma doença que se propagam somente na água. Porém, essa água tem que estar parada e limpa para a criação do inseto.
Projeto propõe a revitalização das nascentes do rio Verruga Ações vão contribuir para melhorar a qualidade das águas e promover um ganho em biodiversidade
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com o Instituto de Gestão das Águas e Clima/Ingá, está desenvolvendo o projeto “Restauração das Nascentes do Rio Verruga”. Estão sendo investidos mais de R$ 60 mil para a recuperação de três importantes nascentes do rio: uma localizada nas proximidades do bairro Nossa Senhora Aparecida e outras duas dentro da Reserva Ambiental do Poço Escuro. O projeto prevê a recomposição da vegetação, com o plantio de três mil espécies nativas adaptadas à área, a melhoria da qualidade da água das nascentes e um seminário de avaliação e discussão sobre questões pertinentes ao rio. A nascente localizada no Bairro Nossa Senhora Aparecida sofreu durante mais de 50 anos com a degradação do homem e, nesse local, a Prefeitura desenvolverá um trabalho de recomposição do solo. A estimativa é que 30 mil pessoas, cerca de 7 mil famílias, vivam nas proximidades das três nascentes, e estão diretamente vinculadas aos recursos hídricos e patrimônio ecológico local. As atividades do projeto já foram iniciadas e seguem até julho de 2011. O levantamento fitossociológico das áreas que serão reflorestadas está em andamento. A avaliação da qualidade da água das nascentes foi realizada e atestou que, nesses locais, a qualidade da água está dentro dos limites aceitáveis pela Legislação Federal. Entretanto, a poluição do Rio Verruga ganha força nos seus corredores e, por conta disso, uma das metas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente é desenvolver intervenções específicas para melhorar as condições do rio, ao longo de seu curso. As ações de Educação Ambiental são feitas com frequência e serão intensificadas, pois esse é um instrumento importante no sentido de mudar comportamentos, levar informação e contribuir para que toda comunidade conquistense seja beneficiada dentro do âmbito das questões ambientais. A restauração das nascentes do rio Verruga terá um grande impacto ambiental para a sociedade, pois a conservação dos leitos dos rios mantém a qualidade das águas e, além disso, promove um ganho em biodiversidade, pois as regiões que margeiam os rios podem ser consideradas verdadeiros “corredores de vida”, já que são habitat para diversas espécies animais e servem de caminho para o transporte de sementes.
O velho Verruga Ele nasce em Vitória em Conquista, desce a serra do Marçal e deságua no rio Pardo. Este é o rio Verruga, que dava nome a Itambé nos tempos em que a cidade era apenas uma vila Atualmente, basta uma pequena olhada no Verruga para perceber a situação grave em que se encontra. O rio está poluído há tempos, e uma publicação feita pela ONG S.O.S Mata Atlântica, no início de 2011, deu a dimensão do problema, posicionando o rio Verruga entre os mais degradados do Brasil. Esta infeliz classificação reacende a discussão em torno da poluição do rio, que é maltratado com esgotos caindo em seu leito, lixo jogado em suas margens e destruição da sua mata ciliar. Todos esses processos contribuem para a sua morte. Antigamente as pessoas usavam suas águas tranquilamente, para afazeres domésticos e para banho. Hoje essas coisas parecem impossíveis de se fazer, dada a gravidade do caso. Ainda assim, muita gente se arrisca a contrair doenças, lavando roupas, limpando tripas de animais e até mesmo mergulhando. O rio Pardo também é afetado pelos efeitos da poluição, já que é o destino final do Verruga Diante desta realidade, é necessário um esforço conjunto para a recuperação do rio Verruga, que tanto serviu ao desenvolvimento de Itambé. A população fazendo a sua parte, evitando jogar lixo nas águas e cobrando melhorias aos governante que por sua vez, devem estar engajados nesta luta em prol da comunidade e da natureza. Abaixo um vídeo mostra a atual situação do rio.
Ministério Público acionará Embasa e Prefeitura de Vitória da Conquista por poluição no rio Verruga A Fundação S.O.S. Mata Atlântica, uma organização não-governamental, analisou a qualidade da água de 43 rios brasileiros. O rio Verruga, que nasce em Vitória da Conquista, foi classificado como nível “péssimo”. A degradação e os problemas no leito do rio são visíveis. O choque começa agora: Vejamos, Conquista tem mais de 80.000 carros (ñ considerando onibus, camiões, motos). Se os 80,000 carros forem lavados 1x mês,com consumo médio de 200 l água/carro (a média é de mais de 400 l carro), quer dizer que mensalmente são retirados do subsolo (raramente da rede) mais de 16.000.000 l(dezasseis milhões ) água que serão devolvidos à rede altamente poluídos com metais pesados, não degradáveis e outros. É urgente agir !!!
A fundação SOS Mata Atlântica revelou que todos os 69 rios e lagos analisados estão poluídos. A qualidade da água é péssima em 4% das amostras, ruim em 28% e regular em 68%, dentre eles o Verruga, o único rio de Vitória da Conquista. Essas avaliações têm por objetivo checar a qualidade da água dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água nas cidades por onde passa o projeto e, desta forma, alertar a população sobre a real situação do local onde vive. Entre os 43 corpos d’água monitorados, 70% ficaram dentro do nível REGULAR, 25% dentro do nível RUIM e 5% dentro do nível PÉSSIMO. As análises que tiveram o melhor resultado foram as do Rio Doce, em Linhares (ES), e a da Lagoa Maracajá, localizada na cidade de Lagoa dos Gatos (PE), ambas com 34 pontos, classificadas no nível REGULAR. Por outro lado, as análises mais baixas vieram do Rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), resultante em apenas 17 pontos; e a do Lago do Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, resultante em 19 pontos, ambas classificadas no nível PÉSSIMO. Nenhum dos pontos de coleta de água destes 43 corpos d’água pode ser classificado com índices bons ou ótimos, o que aponta a grande necessidade de ações de mobilização da sociedade para melhoria da qualidade da água em todos os estados.
Aproveitando a proximidade da semana do meio ambiente, divulgo aqui hoje parte de uma carta do ambientalista Paulo Nunes, escrita em 2009, em defesa do Rio Verruga, pequeno curso d'água que corta a cidade de Vitória da Conquista, parcialmente canalizado e que depois emerge, já totalmente poluído. Como tantas cidades brasileiras, Conquista transformou seu pequeno rio em um esgoto, sem dar a menor atenção para o seu único curso d'água, tão importante na fundação da cidade e hoje esquecido e maltratado. Rio Verruga, um rio histórico de Vitória da Conquista, ganha movimento MCMP - Movimento Contra a Morte Prematura Em Vitória da Conquista, o Rio Verruga que nasce na Mata do Poço Escuro, já nasce contaminado! Descendo rio abaixo, recebe outra quantidade de esgotos livres, formando um enorme canal a céu aberto, com lixo em abundancia na Av. Bartolomeu de Gusmão. Segue seu curso agonizante , contamina pequenos afluentes, córregos e mananciais, desemboca no Rio Pardo em Itambé, destruindo toda vida biológica, com uma grande quantidade de germes patogênicos, além de produtos químicos.
Em 1996 o Poço Escuro e a Serra do Peri Peri, “pais” do Rio Verruga, foram Tombados como Patrimônio Ecológico, a pedido do Movimento Contra a Morte Prematura - MCMP. Pelo visto, as autoridades ainda não conscientizaram quanta a importância significativa deste Rio, servindo aos Índios Mongoiós, que habitavam na margem direita do Verruga até 1782, quando foram massacrados pelos Bandeirantes, hoje Pça. Tancredo Neves, onde queremos uma escavação arqueológica no local do massacre, entre outras localidades, para registros históricos e esclarecimentos óbvios. Diferente da década de 50, o Verruga, com água límpida e cristalina, servia a 15 mil habitantes, abastecia uma Barragem com 5 metros de profundidade que existia no Poço Escuro, tendo ainda uma diversidade de pássaros, árvores e animais, até mesmo onça suçuarana, que bebia água pura no Bebedouro da Onça, detrás da Serra, que até hoje abastece a Lagoa da Pedra Branca, apenas com um pequeno filete de água, devido a devastação da Serra. Na época, a água do Rio Verruga era um líquido insípido, inodoro e incolor, hoje tem gosto, cheiro e cor, prejudicando e destruindo espécies animais e vegetais, além de transmitir doenças para o homem. Na década de 40, seu curso era perfeitamente perceptível, mas, as autoridades foram canalizando para debaixo da terra, mudando seu curso e a beleza de sua existência. (...) Até quando as autoridades municipais e estaduais vão continuar fechando os olhos para esta situação? Não seria o caso da Câmara de Vereadores local tomar uma iniciativa, criando um programa para despoluir e recuperar esse rio tão importante para a cidade?
REFLORESTAMENTO PARTICIPATIVO DO RIO VERRUGA EM VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
Alcides Pereira Santos Neto¹; Marayana Prado Pinheiro²; Joilson Silva Ferreira³
¹Graduando em Engenharia Florestal, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Departamento de Ciências Naturais, Laboratório de Ecologia, Estrada do Bem Querer, Km 4 – Caixa Postal 95, tel. (77) 3425-9340, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil,
[email protected]. ²Bióloga, mestre em desenvolvimento regional e meio ambiente, docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
[email protected] . ³Engenheiro florestal, doutor em agronomia, docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
[email protected]
RESUMO A conservação e melhoria dos recursos hídricos constituem-se prioridades na agenda ambiental da atualidade. Neste sentido, projetos com abrangência local representam estratégias capazes de combater diversos problemas socioambientais. A partir destas premissas, o projeto de extensão Reflorestamento Participativo do Rio Verruga, executado e financiado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, tem como objetivo promover ações educativas e de capacitação com vista a restaurar a mata ciliar do Rio Verruga no entorno da Vila Bem Querer, município de Vitória da Conquista, Bahia. O envolvimento dos diversos segmentos sociais da localidade é premissa básica para realização das ações. O projeto encontra-se em andamento desde abril de 2010, estando estruturado em três etapas: 1) educação e mobilização da comunidade quanto às condições sócio-ambientais da localidade; 2) capacitação de jovens para a produção de mudas florestais; 3) restauração da mata ciliar com a participação dos moradores da Vila Bem Querer. Desta maneira, a comunidade beneficiada torna-se protagonista das transformações socioambientais na localidade.
Palavras-chaves: Educação Ambiental; Restauração Florestal.
RESUMEN La conservación y mejora de los recursos hídricos se está constituyendo una prioridad en la agenda ambiental en la actualidad. En este sentido, los proyectos con cobertura local representan una estrategia de lucha contra los diversos problemas socioambientales. A partir de estos supuestos, el proyecto de Reforestación Participativa del río Verruga, ejecutado y financiado por la Universidad Estatal del Sudoeste de la Bahía, tiene como objetivo promover actividades educativas y de capacitación para
restaurar el medio ambiente ribereño del rio Verruga, en la comunidad Vila Bem Querer, municipio de Vitoria da Conquista, Bahia. La participación de los diversos segmentos sociales de la localidad es la premisa básica para llevar a cabo tales actividades. El proyecto está en marcha desde abril de 2010 y está estructurado en tres etapas: 1) educación y movilización de la comunidad a cerca de las condiciones socio-ambientales de la localidad, 2) formación de los jóvenes para la producción de plantulas forestales, 3) restauración del bosque de ribera con la participación de los habitantes de Vila Bem Querer. Desta manera, la comunidad se convierte en la protagonista de las transformaciones sociales y ambientales de la localidad.
1. INTRODUÇÃO O território de Vitória da Conquista, localizado no Sudoeste da Bahia, é marcado por várias problemáticas ambientais, entre elas destaca-se a degradação de seus recursos vegetais, a exemplo da mata ciliar, acarretando a perda de grande parte da biodiversidade e da qualidade dos seus recursos hídricos. Segundo Maia (2005), a relação sociedade/natureza no município está caracterizada por grandes desequilíbrios, que têm se revertido, normalmente, em problemas que afetam diretamente à sociedade. Assim, torna-se essencial pensar, implementar e manter soluções capazes de pagar uma dívida histórica, assegurando o desenvolvimento sustentável da região e promovendo a educação ambiental. A qualidade do meio ambiente está estreitamente ligada a diversos aspectos sociais, como saúde e economia. De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, no Capítulo I do Meio Ambiente, art. 225, todos têm direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida. Paradoxalmente a este direito, a realidade encontrada em diversas localidades do Brasil tem evidenciado a má gestão dos recursos naturais, assim como sua degradação desenfreada. Como exemplo deste processo de degradação, Soares Filho (2000) constatou que a cobertura de vegetação original no município de Vitória da Conquista (BA) não ultrapassa os 10%. A redução da biodiversidade no município é causada pelo intenso desmatamento e a substituição dos ecossistemas por áreas agrícolas, áreas de pastagens e áreas urbanas, além da constante intervenção e pressão humana sobre os remanescentes. Este processo tem provocado, dentre outras conseqüências, a perda de espécies e a descaracterização das formações florestais mais atingidas (SOARES FILHO, 2000). Vitória da Conquista está inserida em um trecho de ecótono entre os biomas Caatinga e Mata Atlântica, sendo sua vegetação predominante denominada Floresta Estacional Semidecidual Montana, também conhecida como mata de cipó. Esta formação vegetal é de fundamental importância para a manutenção da qualidade das bacias hidrográficas da região, como as Bacias do Rio Verruga, Rio Pardo e Rio Caculé, os quais beneficiam grande parte da população da região sudoeste baiana. Ao realizar diagnóstico ambiental da bacia hidrográfica do Rio Verruga, Santos et al. (2008) alertam para os problemas acarretados pelo adensamento populacional próximo aos cursos d’água, fazendo com que qualidade ambiental da bacias se deteriore. Os mesmos pesquisadores esclarecem que para enfrentar tal situação é preciso realizar medidas de proteção ambiental com planejamentos regionais,
nacionais e internacionais, envolvendo a obtenção do conhecimento científico e o esclarecimento de toda a população. Diante do aumento dos processos de degradação das formações vegetais nativas, especialmente aquelas situadas próximas a corpos d’água, nota-se que é crescente o interesse do poder público e privado em implantar projetos no sentido de restaurar áreas degradadas. A restauração florestal da paisagem pode ser definida como um processo planejado que almeja recuperar a integridade ecológica e melhorar o bem-estar humano em paisagens desflorestadas ou degradadas (WWF INTERNATIONAL, 2007). Portanto, é consenso no meio acadêmico a realização de programas de restauração ambiental, mas é preciso salientar que para o sucesso de qualquer projeto de recuperação de área degradada e outros ecossistemas remanescentes é imprescindível a conscientização dos diferentes segmentos da sociedade sobre a importância desses ecossistemas (MARTINS, 2009). Partindo deste pressuposto, criase o “Projeto Reflorestamento Participativo do Rio Verruga (RPRV), em Vitória da Conquista, Bahia”, visando desenvolver ações educativas e de capacitação com vista a restaurar trechos da mata ciliar deste curso d’água no entorno da Vila Bem Querer. O Projeto tem caráter extensão, tendo como público alvo a comunidade da própria Vila. O RPRV encontra-se em andamento desde abril de 2010, sendo desenvolvido por docentes e discentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Neste cenário dinâmico de participação comunitária na restauração florestal, este trabalho tem como objetivo descrever as estratégias de ação do projeto RPRV, enfatizando a melhoria da qualidade sócio-ambiental para a localidade.
2. DESENVOLVIMENTO O Projeto de Reflorestamento Participativo do Rio Verruga (RPRV) estrutura-se em três principais etapas: 1) educação e mobilização da comunidade local quanto às condições sócio-ambientais da Vila Bem Querer; 2) capacitação de jovens para a produção de mudas florestais; 3) restauração de trechos mata ciliar com a participação dos moradores. De forma mais específica, o RPRV tem como objetivos envolver a comunidade da Vila Bem Querer, localizada no município de Vitória da Conquista – BA, em um processo de tomada de consciência e atitudes sobre as condições socioambientais a nível local e global, capacitar jovens na produção de mudas de espécies vegetais nativas, recuperar trechos da mata ciliar do rio com participação da população local, além de criar espaços de debate sobre a realidade local com o intuito do desenvolvimento de mecanismos de articulação social, fortalecendo as práticas comunitárias sustentáveis e garantindo a participação da população nos processos decisórios sobre a gestão dos recursos ambientais. O RPRV é um projeto de extensão da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, e conta com a participação de docentes e discentes dos cursos de Engenharia Florestal, Biologia e Engenharia Agronômica. Pautado na via de mão-dupla (comunidade acadêmica/população), o projeto sinaliza a oportunidade da troca de saberes sistematizados: o acadêmico e o popular, tendo como conseqüências a
produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade.
2.1 A Bacia Hidrográfica do Rio Verruga e a Vila Bem Querer Localizado na região sudoeste da Bahia, o Rio Verruga é um afluente do Rio Pardo e o curso de suas águas tem como limites a região correspondente aos municípios de Vitória da Conquista e parte da cidade de Itambé, representando uma área total de 970,32 km². Semelhantemente a vários rios baianos, o Rio Verruga passa por sérios processos de deterioração. Santos et al. (2008) relatam que o histórico de degradação deste rio é bastante extenso. Sabe-se que desde o ano de 1780 havia na região de suas nascentes aglomeradas humanos, que se desenvolveram lentamente devido ao comércio do algodão e a passagem de boiadas originadas do interior em direção a capital, tendo o município de Vitória da Conquista como ponto de passagem. Assim, o crescimento urbano acompanha o leito do rio Verruga, sendo possível, desta forma, avaliar os inúmeros problemas gerados ao meio ambiente. A presença de área urbana próxima aos mananciais, além de gerar elementos poluentes as águas do rio, como a construção de cisternas em locais impróprios, pode ocasionar uma interferência na dinâmica natural do curso d’água. A vegetação ciliar original foi quase que totalmente substituída por pastagens ou o solo exposto com níveis preocupantes de erosão. Em seu trajeto até o Rio Pardo, o Verruga passa pela Vila Bem Querer. Esta localidade situa-se na periferia sul do município de Vitória da Conquista. Apesar de inserida em perímetro urbano, a Vila possui características de ambiente rural, com pequenos proprietários de terra, os quais possuem plantios de subsistência e até pequenos cultivos comerciais de hortaliças e frutas. Nessa Vila está localizado o campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), a qual emprega também diversos moradores daquela localidade. O rio foi fator crucial para o estabelecimento da Vila Bem Querer. No entanto, não houve um planejamento quanto a alocação das residências em relação ao rio e muito menos a conservação da mata ciliar. Assim, nas proximidades da Vila, o rio Verruga encontra-se em estado avançado de degradação, exigindo intervenções urgentes. Além da ausência de mata ciliar nativa, é possível evidenciar processos de assoreamento e despejo de resíduos no afluente. A presença da mata ciliar em corpos d’água é assegurada pela Legislação Federal, devido ao fato de apresentar fundamental papel na conservação da qualidade dos recursos hídricos. Nos aspectos florístico e estrutural, a mata ciliar é uma formação florestal bastante variável e está diretamente relacionada a um conjunto de fatores condicionantes, dentre os quais estão a fertilidade e estrutura do solo, umidade do solo e do ar, profundidade do lençol freático, freqüência de alagamentos, condições do microclima, disponibilidade de oxigênio no solo, relevo, traçado dos cursos d'água, etc. (MARTINS, 2007).
Assim, as principais funções das matas ciliares são a redução de perdas de solo decorrentes de processos erosivos, fornecimento de locais de refúgios e fontes de alimentação para a fauna silvestre e aquática, proteção dos cursos d'água de impactos decorrentes de transporte de defensivos, corretivos e fertilizantes, melhoria da qualidade e aumento da quantidade de água para consumo humano e uso agrícola, entre outras.
2.2 Ações do Projeto Para promover ações educativas e de capacitação com vista a restaurar trechos a mata ciliar do Rio Verruga, através da participação dos moradores da Vila Bem Querer, inicialmente realizou-se a caracterização da comunidade como um todo, por meio da aplicação de questionários a pessoas das mais diversas faixas etárias. Aplicou-se um total de 100 questionários, através dos quais foi possível constatar a percepção da população da vila acerca do Rio e das problemáticas socioambientais a ele associadas. Por meio de entrevistas a pessoas que residem na localidade a mais de 20 anos, foi possível notar que, há aproximadamente duas décadas atrás, era comum a pesca e atividades recreativas no rio, assim como a existência do componente arbóreo nas suas proximidades e da presença de um grande número de animais silvestres nativos da região. Estes moradores afirmaram que com o passar do tempo a supressão da vegetação e o despejo de efluentes domésticos e industriais tornaram o rio um verdadeiro “esgoto a céu aberto”. Os mesmos mostraram-se interessados em receber e participar de ações capazes de restaurar a localidade. Para o desenvolvimento do Projeto, firmou-se uma importante parceria com a Associação de Moradores da Vila Bem Querer. O contato com os moradores, por meio do apoio da Associação, tornou-se mais organizado e eficiente. O Projeto está presente nas reuniões da vila, momento em que se realizam palestras e oficinas de cunho ambiental. Entre os temas envolvidos, destaca-se a relevância da mata ciliar para a manutenção da qualidade do rio, reutilização e reciclagem de materiais, meio ambiente e saúde, práticas diárias de proteção a natureza, entre outras. Assim, buscase sempre trazer o morador para o centro das discussões sobre o próprio ambiente. O enfoque “participativo” do planejamento e da implementação do RPRV merece destaque. Autores como FREIRE (1983) e DEMO (1994) distinguem a importância da participação como o cerne da sociedade democrática; sendo assim, a participação civil e a participação política são formas de construção do desenvolvimento que atualmente, mais do que nunca, deve estar baseado nas dimensões humanas e ambientais. A próxima etapa do projeto consiste na capacitação de jovens da Vila Bem Querer para produção de mudas de essências florestais a serem utilizadas em restauração florestal. Nesta fase, haverá a seleção de adolescentes que estão regularmente matriculados em escolas públicas, com o objetivo de aprenderem técnicas que vão desde a coleta de sementes, plantio e manutenção em viveiros, até o estabelecimento das mudas no campo. Concomitantemente, os jovens receberão uma formação humanística, pautada nos princípios de conservação ambiental e
desenvolvimento sustentável. Esta capacitação pode representar uma oportunidade profissional ao indivíduo. Além do uso na restauração florestal de trechos da mata ciliar do rio Verruga, as mudas produzidas pelos adolescentes poderão ser utilizadas na arborização da vila, em ruas, quintais ou praças, por exemplo. Para Martins (2009), a contribuição dos jovens na restauração florestal propriamente dita, ainda que de pequenas áreas, torna o processo altamente educativo, uma vez que, ao plantarem mudas em áreas degradadas, eles são estimulados à reflexão sobre a importância deste ato para o meio ambiente e para qualidade de vida da população. A culminância do Projeto no ano de 2010 se dará pelo plantio de trechos do Rio Verruga de essências florestais nativas da região. A restauração será executada pelos próprios moradores da Vila Bem Querer, o que torna ainda mais real o enfoque “participativo” do Projeto. O método de restauração será o plantio ciliar em faixas, proposto por Crestana (2004). No esquema têm-se duas faixas de plantio, uma na zona de influência da umidade do solo, beirando o curso d’água onde a linha d’água é superficial – faixa marginal – e outra distante, na área seca, denominada faixa complementar. Na faixa complementar o espaçamento usual é 3m x 3m e na faixa marginal o espaçamento entre as plantas é de 2m x 2m, mais adensado, devendo-se, portanto, plantar mudas de espécies exclusivas da mata ciliar, resistentes a variações de umidade do solo.
3. CONCLUSÃO O Projeto Reflorestamento Participativo do Rio Verruga mostra-se um importante meio de participação coletiva para tomada de consciência e intervenções acerca dos problemas ambientais da Vila Bem Querer. Desta forma, cada cidadão é protagonista na melhoria do meio em que vive, promovendo o desenvolvimento sustentável da sua localidade e, consequentemente, do Planeta Terra. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÍFICAS CRESTANA, M. S. M. – Florestas: Sistemas de Recuperação com Essências Nativas, Produção de Mudas e Legislações . 2 ª Ed. Campinas, 2004. 216p. DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas . Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro, 1994. FREIRE, P. Extensão ou comunicação? 7ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MAIA, M. R. Zoneamento geoambiental do município de Vitória da Conquista BA: um subsídio ao planejamento. 2005. 169f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.
MARTINS, S. V. Recuperação de Áreas Degradadas – Ações de Preservação Permanente, Voçorocas, Taludes Rodoviários e de Mineração . Viçosa, Aprenda Fácil, 2009. 270 p. MARTINS, S.V. Recuperação de matas ciliares . Viçosa, Aprenda Fácil, 2001. 143p. SANTOS, F. S. et al. Diagnóstico Ambiental e Plano de Manejo da Bacia Hidrográfica do Rio Verruga. Instituto Construir e Conhecer. Biosfera da Terra. Goiânia, 2008. 9 p. SOARES FILHO, A. O. Estudo Fitossociológico de Duas Florestas em Região Ecotonal no Planalto de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. 2000, 147 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. WWF International. Five years of implementing forest landscape restoration – lessons to date. Nigel Dudley and Mark Aldrich Eds . 2007.
Revitalização do rio Verruga é tema de audiência pública na Câmara Notícia Postada em 17/07/2009 as 00:00:00
O secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Marques, participou na última quarta-feira (15) da audiência pública que discutiu a revitalização do Rio Verruga. A atividade foi articulada pelo mandato do vereador Beto Gonçalves, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Poder Legislativo, e teve como objetivo dar destaque ao tema, "para que políticas públicas efetivas de preservação ambiental sejam elaboradas e colocadas em prática para a preservação do rio", disse o vereador. Na abertura doa trabalhos, o prof. Dr. Adalberto Brito fez uma explanação sobre a sustentabilidade ambiental da bacia do rio Verruga. Também participaram da atividade o representante da Embasa, Walter Barros, o promotor público, Dr. Bemeval Mutim, o presidente do Movimento Contra a Morte Prematura, André Cairo, o coordenador do Programa Polos Florestais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Alexandre Tavares, além de ambientalistas da região. O secretário de Meio Ambiente, Ricardo Marques, afirmou que o Município de Vitória da Conquista vem, desde 1997, desenvolvendo uma série de ações de preservação ambiental. Citou, como exemplo, a Serra do Periperi, cuja prioridade dada pela Prefeitura foi a principal responsável pelo fim do processo de degradação que vinha sofrendo a principal área de preservação ambiental da cidade. "O prefeito Guilherme Menezes tem manifestado, permanentemente, sua preocupação quanto à preservação de nossos sítios, por isso os nossos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente têm priorizado o trabalho de educação ambiental, envolvendo toda a comunidade em uma luta que deve ser de todos".