Este ��vro fo� pub��c�do por oc�s��o d� expos�ç�o RISO, re���z�d� no Museu d� E�etr�c�d�de, L�sbo�, entre 20 de outubro de 2012 e 17 de m�rço de 2013.
ÍNDICE
13
19 27
37
47 63
73 85 93
INTRODUÇÃO
ACERCA DO RISO R�som� André E. Teodós�o Teodós�o// Te�tro Pr��� Not�s sobre o R�so e � Estét�c� do Cóm�co Antón�o Guerre�ro Humor�st�s Portu�ueses de 1912 � 1920 Antón�o V��dem�r O R�so Homér�co C�rmen So�res A Mu�her sem R�so ou… F*@#In� Women! C��r� Ferre�r� A�ves A Revo�t� Super�or do Esp�r�to Fern�ndo C�br�� M�rt�ns R�so ou Sorr�so? Geor�e Ste�ner D� D�f�c�� Con�u��ç�o do Verbo R�r em H�stór�� d� Arte Jo�n� Cunh� Le��
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105
121
137 147 157 169 181 191 203
223 227
231
Do «Sub��me �s Avess�s» �o « D�v�no Sopro d� Iron��». O R�so entre os A�em�es Jo�o B�rrento Not�s sobre � F��osofi� do R�so e d� Coméd�� Jo�o Const�nc�o Dr. Jerr� & Mr. Lew�s Jo�o Lopes Como � Mús�c� R� Jor�e Rodr��ues O R�so no Cérebro J. L. P�o Abreu O R�so: Fest� e Protesto José Nuno M�tos O R�so como Brech� M��ue� V��e De A�me�d� O Sorr�so do Bud� P�u�o Bor�es Os Am��os do No�vo. O R�so n� Tr�d�ç�o Jud��co-Cr�st� P�u�o P�res Do V��e R�so sem R�so Pedro Mex�� A��um�s Descons�der�ções sobre o Humor Ru� C�rdoso M�rt�ns O R�so N�sce do Medo Ru� Z�nk
INTRODUÇÃO
ACERCA DO RISO R�som� André E. Teodós�o Teodós�o// Te�tro Pr��� Not�s sobre o R�so e � Estét�c� do Cóm�co Antón�o Guerre�ro Humor�st�s Portu�ueses de 1912 � 1920 Antón�o V��dem�r O R�so Homér�co C�rmen So�res A Mu�her sem R�so ou… F*@#In� Women! C��r� Ferre�r� A�ves A Revo�t� Super�or do Esp�r�to Fern�ndo C�br�� M�rt�ns R�so ou Sorr�so? Geor�e Ste�ner D� D�f�c�� Con�u��ç�o do Verbo R�r em H�stór�� d� Arte Jo�n� Cunh� Le��
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FIGURAS DO RISO A�berto P�ment� André Breton And� W�rho� Antón�o Ar�stóf�nes Boc��e Buster Ke�ton C�n�smo Ch�r�es B�ude���re Ch�r��e Ch�p��n Chuck Jones Commed�� De��’Arte D�on�so Eç� de Que�rós Fern�ndo Pesso� Fr�nc�s B�con Fr�nço�s R�be���s Fr�nz K�fk� G�� V�cente G�o�cch�no Ross�n� Gust�ve F��ubert Herm�n José Honoré D�um�er Irm�os M�rx J�cques Offenb�ch J�cques T�t� Je�n-J�cques Sempé Jeff Koons
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Do «Sub��me �s Avess�s» �o « D�v�no Sopro d� Iron��». O R�so entre os A�em�es Jo�o B�rrento Not�s sobre � F��osofi� do R�so e d� Coméd�� Jo�o Const�nc�o Dr. Jerr� & Mr. Lew�s Jo�o Lopes Como � Mús�c� R� Jor�e Rodr��ues O R�so no Cérebro J. L. P�o Abreu O R�so: Fest� e Protesto José Nuno M�tos O R�so como Brech� M��ue� V��e De A�me�d� O Sorr�so do Bud� P�u�o Bor�es Os Am��os do No�vo. O R�so n� Tr�d�ç�o Jud��co-Cr�st� P�u�o P�res Do V��e R�so sem R�so Pedro Mex�� A��um�s Descons�der�ções sobre o Humor Ru� C�rdoso M�rt�ns O R�so N�sce do Medo Ru� Z�nk
Jerr� Se�nfe�d & L�rr� D�v�d Jo�o Cés�r Monte�ro Jon Stew�rt Jon�th�n Sw�ft José V��hen� Joseph H��dn M�nue� Jo�o V�e�r� M�rce� Duch�mp M�rce� Proust M�r�o V�e��s M��ue� de Cerv�ntes M��ue� Esteves C�rdoso M���ôr Fern�ndes Mo��ère Mon� L�s� Mont� P�thon N�co��u Bre�ner Osc�r W��de Peter Se��ers Qu�no R�f�e� Bord��o P�nhe�ro René Gosc�nn� R�c�rdo Ar�ú�o Pere�r� S��v�dor D��� Sócr�tes Te�tro do Absurdo The S�mpsons Totò Umberto Eco
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FIGURAS DO RISO A�berto P�ment� André Breton And� W�rho� Antón�o Ar�stóf�nes Boc��e Buster Ke�ton C�n�smo Ch�r�es B�ude���re Ch�r��e Ch�p��n Chuck Jones Commed�� De��’Arte D�on�so Eç� de Que�rós Fern�ndo Pesso� Fr�nc�s B�con Fr�nço�s R�be���s Fr�nz K�fk� G�� V�cente G�o�cch�no Ross�n� Gust�ve F��ubert Herm�n José Honoré D�um�er Irm�os M�rx J�cques Offenb�ch J�cques T�t� Je�n-J�cques Sempé Jeff Koons
356 357 358 360 362 364
V�sco S�nt�n� & Antón�o S��v� Vo�t��re W�����m Ho��rth W�����m Sh�kespe�re Wood� A��en Wo�f��n� Am�deus Moz�rt
367 383
CRONOLOGIA DE TEXTOS NOTAS BIOGRÁFICAS
307 308 310 311 313 314 316 317 321 324 325 327 328 329 331 332 334 335 339 340 341 343 344 345 347 350 352 353 354
Jerr� Se�nfe�d & L�rr� D�v�d Jo�o Cés�r Monte�ro Jon Stew�rt Jon�th�n Sw�ft José V��hen� Joseph H��dn M�nue� Jo�o V�e�r� M�rce� Duch�mp M�rce� Proust M�r�o V�e��s M��ue� de Cerv�ntes M��ue� Esteves C�rdoso M���ôr Fern�ndes Mo��ère Mon� L�s� Mont� P�thon N�co��u Bre�ner Osc�r W��de Peter Se��ers Qu�no R�f�e� Bord��o P�nhe�ro René Gosc�nn� R�c�rdo Ar�ú�o Pere�r� S��v�dor D��� Sócr�tes Te�tro do Absurdo The S�mpsons Totò Umberto Eco
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V�sco S�nt�n� & Antón�o S��v� Vo�t��re W�����m Ho��rth W�����m Sh�kespe�re Wood� A��en Wo�f��n� Am�deus Moz�rt
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CRONOLOGIA DE TEXTOS NOTAS BIOGRÁFICAS
Com « RISO – Um� Expos�ç�o � Sér�o », � Fund�ç�o
� nós, tr�nspomos � v�d� e estr�nh�mos o mundo.
EDP deu cont�nu�d�de � um� pro�r�m�ç�o, que teve em «Povo/Peop�e» o seu �n�c�o, e que �nterro�� ���uns �r�ndes conce�tos – p���vr�s
Com o r�so, d�zemos � ��berd�de e � opress�o, � �nte���ênc�� e � �mbec���d�de, � tr�nsp�rênc�� e � op�c�d�de, � un�vers���d�de e � p�rt�cu��r�d�de,
– referentes do nosso tempo, exp�or�ndo ne�es
� seme�h�nç� e � d�ferenç�, o novo e o ve�ho.
um� profund�d�de t�nt�s vezes �pen�s pressent�d� e um� comp�ex�d�de n�o r�ro �press�d�mente ��nor�d�. Com est�s p���vr�s v�mos
Com o r�so, escondemos e reve��mos, �firm�mos e ne��mos, �br�mos e fech�mos. Com o r�so, constru�mos um c�mpo m��nét�co de �tr�ções
desenh�ndo um m�p� d� noss� époc� e do seu �m���n�r�o, d�ndo �os que � f�zem, � sofrem e � v�vem um� consc�ênc�� m��s ex��ente e ��ud�
e repu�s�s, est�b���d�des e mud�nç�s. Ao r�so che��mos pe�� fi�osofi�, pe�� �rte, pe�� ��ter�tur�, pe�� h�stór��, pe��, ps�co�o���, pe�� fis�o�o���, pe��
d�qu��o que est� em c�us�. É por �sso que est�s expos�ções tem�t�c�s
soc�o�o���, pe�� po��t�c�, pe�� �eo�r�fi�. Este ��vro reúne ens��os que o�h�m o r�so e
s�o t�mbém oc�s�ões p�r� susc�t�r � �nvest���ç�o, � �nterpret�ç�o e � cr�t�c�. Com e��s,
�s su�s fi�ur�s med��nte d�vers�s �prox�m�ções e � p�rt�r de v�r�os pontos de v�st�. No seu
dese��mos cr��r conhec�mento, �er�r reflex�o,
con�unto, const�tu� um Prontu�r�o do R�so , que,
or���n�r deb�te. Pens�r o r�so, o humor e o
como todos os prontu�r�os, se dest�n� � ser
cóm�co é pens�r ho�e um fenómeno que se tornou �v�ss���dor, demonstr�t�vo, m�ss�fic�do, �nd�c��dor. P�r� ���uns, t��vez �té �nqu�et�nte.
consu�t�do, us�do, descoberto, reencontr�do. A Fund�ç�o EDP quer ��r�decer �o coorden�dor, �os �utores e � ed�tor� o tr�b��ho fe�to.
No r�so, encontr�m-se m�tos, s�ntom�s, perceções, s�n��s que nos seduzem, �ntr���m e torn�m
Est�mos certos de que, com este ��vro, � expos�ç�o que or��n�z�mos, em p�rcer�� com �s
cur�osos. Cód��o de mu�tos s��n�fic�dos, com o r�so m�rc�mos � prox�m�d�de e � d�st�nc�� �os
Produções F�ct�c��s, se comp�et�, �crescent�, enr�quece e perdur�.
outros, reconhecemo-nos e desconhecemo-nos
A FUNDAÇÃO EDP
Com « RISO – Um� Expos�ç�o � Sér�o », � Fund�ç�o
� nós, tr�nspomos � v�d� e estr�nh�mos o mundo.
EDP deu cont�nu�d�de � um� pro�r�m�ç�o, que teve em «Povo/Peop�e» o seu �n�c�o, e que �nterro�� ���uns �r�ndes conce�tos – p���vr�s
Com o r�so, d�zemos � ��berd�de e � opress�o, � �nte���ênc�� e � �mbec���d�de, � tr�nsp�rênc�� e � op�c�d�de, � un�vers���d�de e � p�rt�cu��r�d�de,
– referentes do nosso tempo, exp�or�ndo ne�es
� seme�h�nç� e � d�ferenç�, o novo e o ve�ho.
um� profund�d�de t�nt�s vezes �pen�s pressent�d� e um� comp�ex�d�de n�o r�ro �press�d�mente ��nor�d�. Com est�s p���vr�s v�mos
Com o r�so, escondemos e reve��mos, �firm�mos e ne��mos, �br�mos e fech�mos. Com o r�so, constru�mos um c�mpo m��nét�co de �tr�ções
desenh�ndo um m�p� d� noss� époc� e do seu �m���n�r�o, d�ndo �os que � f�zem, � sofrem e � v�vem um� consc�ênc�� m��s ex��ente e ��ud�
e repu�s�s, est�b���d�des e mud�nç�s. Ao r�so che��mos pe�� fi�osofi�, pe�� �rte, pe�� ��ter�tur�, pe�� h�stór��, pe��, ps�co�o���, pe�� fis�o�o���, pe��
d�qu��o que est� em c�us�. É por �sso que est�s expos�ções tem�t�c�s
soc�o�o���, pe�� po��t�c�, pe�� �eo�r�fi�. Este ��vro reúne ens��os que o�h�m o r�so e
s�o t�mbém oc�s�ões p�r� susc�t�r � �nvest���ç�o, � �nterpret�ç�o e � cr�t�c�. Com e��s,
�s su�s fi�ur�s med��nte d�vers�s �prox�m�ções e � p�rt�r de v�r�os pontos de v�st�. No seu
dese��mos cr��r conhec�mento, �er�r reflex�o,
con�unto, const�tu� um Prontu�r�o do R�so , que,
or���n�r deb�te. Pens�r o r�so, o humor e o
como todos os prontu�r�os, se dest�n� � ser
cóm�co é pens�r ho�e um fenómeno que se tornou �v�ss���dor, demonstr�t�vo, m�ss�fic�do, �nd�c��dor. P�r� ���uns, t��vez �té �nqu�et�nte.
consu�t�do, us�do, descoberto, reencontr�do. A Fund�ç�o EDP quer ��r�decer �o coorden�dor, �os �utores e � ed�tor� o tr�b��ho fe�to.
No r�so, encontr�m-se m�tos, s�ntom�s, perceções, s�n��s que nos seduzem, �ntr���m e torn�m
Est�mos certos de que, com este ��vro, � expos�ç�o que or��n�z�mos, em p�rcer�� com �s
cur�osos. Cód��o de mu�tos s��n�fic�dos, com o r�so m�rc�mos � prox�m�d�de e � d�st�nc�� �os outros, reconhecemo-nos e desconhecemo-nos
Produções F�ct�c��s, se comp�et�, �crescent�, enr�quece e perdur�. A FUNDAÇÃO EDP
INTRODUÇÃO
Este ��vro n�o tem um pr�nc�p�o nem um fim e
todos. A su� n�turez� é de t�� modo �br�n�ente,
serve mu�tos propós�tos. Fund�ment��mente, tr�t�-se de um� tent�t�v� de mostr�r � v�st�d�o do tem� do RISO. O Prontu�r�o do R�so n�o
que �té �que�es sem r�so f�zem p�rte do r�so. C�r�cter�st�c� est� que f�z do r�so um �u��r pr�v��e���do do exerc�c�o d� po��t�c�, d� ��berd�de
pretende percorrer � tot���d�de desse tem�,
e d� c�d�d�n��. Por �sso é que, como escreve
m�s ens���r um� su� topo�r�fi� poss�ve�. N�o é o m�p� de um t erreno se�uro, m�s um con �unto de �prox�m�ções �s co�s�s que f�zem r�r
C��r� Ferre�r� A�ves, o m��s perfe�to ��bor�tór�o de humor do mundo (os EUA) s�o ��u��mente o m��s perfe�to ��bor�tór�o d� ��berd�de.
e �os d�ferentes modos como o homem se tem r�do �o �on�o dos tempos. N�o h� qu��quer pretens�o de f�zer � h�s-
Mu�t�s vezes, o r�so promove um� suspens�o dos cód��os ét�cos, mor��s, soc���s, e �nverte tod�s �s ordens est�be�ec�d�s, m�s �
tór�� do r�so, nem de reun�r �s teor��s soc���s, �ntropo�ó��c�s, ps�co�ó��c�s, fi�osófic�s ou
su� �mb�ç�o n�o é fund�r um� nov� ordem ou um novo cód��o, �ntes esc��recer �s estrutur�s
estét�c�s do r�so, m�s s�m mostr�r o modo como d�ferentes �utores, ut���z�ndo �s su�s
sobre �s qu��s � �nte���ênc��, � sens�b���d�de e � �m���n�ç�o er�uem �s su�s construções
ferr�ment�s, pens�m o que é r�r. Por �sso, este
conceptu��s, �rt�st�c�s ou teór�c�s. É neste
Prontu�r�o do R�so n�o �ssume um� teor�� nem
contexto que José Nuno M�tos, �tr�vés do seu
desenh� um� �ene��o��� do r�so, m�s é um �u��r onde tudo pode ser encontr�do, tod�s �s re��ções e r�m�fic�ções que �ev�m �o r�so ou
ens��o sobre B�kth�ne, mostr� que o r�so e �s su�s pr�t�c�s, desde � époc� med�ev��, n�o só reve��m � ordem soc��� est�be�ec�d�, como
que por e�e s�o provoc�d�s. O fio subterr�neo que une e percorre todos
servem ��u��mente de form� de protesto e �ut� contr� o poder �nst�tu�do.
estes textos é const�tu�do pe�� conv�cç�o de que o r�so é mú�t�p�o e é um� espéc�e de tec�do
Se tudo se perm�te �o r�so, é porque r�r n�o é um �u���mento, m�s, com d�z P�o Abreu, um
comum d� hum�n�d�de que contém tudo e
c�m�nho p�r� vencermos � noss� estup�dez.
13
INTRODUÇÃO
Este ��vro n�o tem um pr�nc�p�o nem um fim e
todos. A su� n�turez� é de t�� modo �br�n�ente,
serve mu�tos propós�tos. Fund�ment��mente, tr�t�-se de um� tent�t�v� de mostr�r � v�st�d�o do tem� do RISO. O Prontu�r�o do R�so n�o
que �té �que�es sem r�so f�zem p�rte do r�so. C�r�cter�st�c� est� que f�z do r�so um �u��r pr�v��e���do do exerc�c�o d� po��t�c�, d� ��berd�de
pretende percorrer � tot���d�de desse tem�,
e d� c�d�d�n��. Por �sso é que, como escreve
m�s ens���r um� su� topo�r�fi� poss�ve�. N�o é o m�p� de um t erreno se�uro, m�s um con �unto de �prox�m�ções �s co�s�s que f�zem r�r
C��r� Ferre�r� A�ves, o m��s perfe�to ��bor�tór�o de humor do mundo (os EUA) s�o ��u��mente o m��s perfe�to ��bor�tór�o d� ��berd�de.
e �os d�ferentes modos como o homem se tem r�do �o �on�o dos tempos. N�o h� qu��quer pretens�o de f�zer � h�s-
Mu�t�s vezes, o r�so promove um� suspens�o dos cód��os ét�cos, mor��s, soc���s, e �nverte tod�s �s ordens est�be�ec�d�s, m�s �
tór�� do r�so, nem de reun�r �s teor��s soc���s, �ntropo�ó��c�s, ps�co�ó��c�s, fi�osófic�s ou
su� �mb�ç�o n�o é fund�r um� nov� ordem ou um novo cód��o, �ntes esc��recer �s estrutur�s
estét�c�s do r�so, m�s s�m mostr�r o modo como d�ferentes �utores, ut���z�ndo �s su�s
sobre �s qu��s � �nte���ênc��, � sens�b���d�de e � �m���n�ç�o er�uem �s su�s construções
ferr�ment�s, pens�m o que é r�r. Por �sso, este
conceptu��s, �rt�st�c�s ou teór�c�s. É neste
Prontu�r�o do R�so n�o �ssume um� teor�� nem
contexto que José Nuno M�tos, �tr�vés do seu
desenh� um� �ene��o��� do r�so, m�s é um �u��r onde tudo pode ser encontr�do, tod�s �s re��ções e r�m�fic�ções que �ev�m �o r�so ou
ens��o sobre B�kth�ne, mostr� que o r�so e �s su�s pr�t�c�s, desde � époc� med�ev��, n�o só reve��m � ordem soc��� est�be�ec�d�, como
que por e�e s�o provoc�d�s. O fio subterr�neo que une e percorre todos
servem ��u��mente de form� de protesto e �ut� contr� o poder �nst�tu�do.
estes textos é const�tu�do pe�� conv�cç�o de que o r�so é mú�t�p�o e é um� espéc�e de tec�do comum d� hum�n�d�de que contém tudo e
Se tudo se perm�te �o r�so, é porque r�r n�o é um �u���mento, m�s, com d�z P�o Abreu, um c�m�nho p�r� vencermos � noss� estup�dez.
13
Um� estup�dez que pode ser v�st� no modo
doenç�, do �mor, d� �nc�p�c�d�de. Todos estes
troc�st�, �p�z��u�dor, s�d�co, h�stér�co, ��s-
dest�s fi�ur�s, �s qu��s se cruz�m com �s
como or��n�z�mos � noss� v�d� quot�d��n�. Por
�spetos reve��m que, us�ndo � formu��ç�o de
c�vo, ���en�do, h�pócr�t�, de condescendênc��,
fi�ur�s presentes n� expos�ç�o «RISO – Um�
�sso nos r�mos qu�ndo, d�z -nos Jo�o Const�nc�o, �nsp�r�do pe��s p���vr�s de N�etzsche, vemos
Ru� C�rdoso M�rt�ns, « o r�so é � �r�nde met���n�u��em do homem ». Um� � �n�u��em p�rt��h�d�
content�mento, super�or�d�de ou v�tór��, e o sorr�so �f�ve�, sedutor, s�rdón�co, terr�fico, de
Expos�ç�o � Sér� o», or��n�z�d� no Museu d� E�etr�c�d�de d� EDP, em L�sbo�, re���z�d� entre
�s h�er�rqu��s e os « termos d� noss� re���d�de quot�d��n� » serem �nvert �dos. M�s s e o r�so �ss�n��� � �nvers�o ou ��ter�ç�o moment�ne�
entre os homens, Bud� e Deus. Os contr�butos de P�u�o Bor�es e P�u�o P�res do V��e s�o dec�s�vos no modo como mostr�m, n� re��ç�o com
ternur� ou content�mento». E é nest� v���em que C�rmen So�res nos conduz �o mundo de Homero. Um� v���em que n�o é � rememor�-
outubro de 2012 e m�rço de 2013, e com�ss�r��d� por José M�nue� dos S�ntos, Jo�o P�nh�r�nd�, Nuno Artur S��v� e Nuno Crespo. E é dess� expo-
d� ordem do quot�d��no �sso deve -se, como nos d�z Antón�o Guerre�ro, �o f�cto de o r�so nos
� tr�nscendênc��, que o r�so se tr�nsform� em ��e�r��, � qu��, � �uz dos ens�n�mentos bud�st�s,
ç�o de um� espéc�e de re��qu�� cu�tur�� e ��ter�r�� qu�se perd�d�, m�s que nos che�� sob o
s�ç�o e do c�t��o�o que � �comp�nhou que este Prontu�r�o é um pro�on��mento. E�e �pro-
« �nst���r n�o no re�no d� n�turez�, m�s no re�no do esp�r�t o». Imed��t�mente, tod�s est�s �prox�m�ções
se pode cons�der�r como qu��quer co�s� en tre o r�so do s�b�o e � ser�ed�de do mundo. Se h� re��ões e tempos m��s férte�s p�r� o
s��no d� �tu���d�de e d� pert�nênc��. Lon�e d� esc�ssez de r�so est�o J�cques T�t� e Buster Ke�ton, de quem Pedro Mex��
fund� e teor�z� �s questões � que � expos�ç�o deu um� form� m�ter���. P�r� o �e�tor, este ��vro serv�r� como �u�� de entr�d� no un�verso denso,
mostr�m que pens�r o r�so é pens�r um �con-
humor, � �tu�� �ndústr�� do r�so é d�sso prov�,
tr�ç� o retr�to. Um r�so espec���, por vezes
comp�exo e r�m�fic�do que é o r�so.
tec�mento hum�no que, d�z-nos Fern�ndo C�br�� M�rt�ns, é tudo menos s�mp�es. A su� �oc���z�ç�o �ncert� entre � �rte e � v�d� f�z com que n�o
como t�mbém �s pr�me�r�s �er�ções de humor�st�s de que Antón�o V��dem�r f�z um� breve e prec�s� �present�ç�o. M�s h� c�mpos
me��ncó��co e tr�ste. E Jo�o Lopes convoc�, p�r� este e�enco de t�pos de r�so, o r�so de Jerr� Lew�s, � su� �en����d�de e � fis�c���d�de �ncon-
Um� p���vr� fin�� de ��r�dec�mento �os �utores, que de um� form� t� o �dm�r�ve� responder�m �o des�fio que �hes fo� ��nç�do;
se poss� ver no r�so um fenómeno �so��do dos outros f�ctos d� v�d�. Pe�o contr�r�o, compreender o r�so – ou, como prefere Ste�ner, o sorr�so
que c�s�m m�� com o r�so: � mús�c� e �s �rtes v�su��s s�o do�s exemp�os. Jor�e Rodr��ues mostr� que o r�so é estr�nho � mús�c�: p�rece
torn�ve�s. Est� exper�ênc�� d� encen�ç�o e d� pr�t�c� do r�so é � b�se de que p�rte André E. Teodós�o p�r� o seu « R�som�».
depo�s, � equ�p� que rev�u, ed�tou, p���nou e desenhou este vo�ume. NUNO CRESPO
– s��n�fic� c ompreender «o supremo m�stér�o d� s�n�u��r�d�de do homem e d� mu�her e c�rcuns-
que, qu�ndo r�, � mús�c� r� m��. E Jo�n� Cunh� Le�� mostr� que, �té � modern�d�de, o r�so e
Se estes ens��os têm sobretudo um� n�turez� especu��t�v�, �p�rentemente t�o contr�-
crever � su� so��d� o n� mu �t�p��c�d�de do v� vo». E o r�so mostr� este m�stér�o, n�o por ser um�
o humor est�ver�m �usentes do un�verso d� h�stór�� d� �rte. Depo�s �bre-se um c�mpo em
r�� �o r�so, e�es s�o constru�dos � p�rt�r de um e�enco de fi�ur�s e person��ens. O r�so n�o é
�m��em ex�t� d�s d�ferentes re��ções entre �s
que � �rte n�o só p�ss� � r�r, como se r� de s�
um� cr��ç�o conceptu��, m�s tem um� n�turez�
estrutur�s soc���s, m�s, como re��ç� M��ue� V��e
própr��. C�so sér�o é o dos ��em�es, que p�re-
p��st�c�, m�ter��� e estét�c�. Ou se��, o r�so tem
de A�me�d�, por ser como um� brech� «que o humor v�s�umbr�, onde o r�so exp�ode e � p�rt�r de onde �s re�r�s �p�recem como convenc�o-
cem n�o s�ber r�r. E Jo�o B�rrento p�rte dess� �p�rente �n�b���d�de p�r� constru�r um� espéc�e de fis�onom�� do r�so ��em�o. Atr�bu�r um�
um nome, um� c�r�, um corpo e um� mod���d�de espec�ficos. Por �sso, � se�und� p�rte deste ��vro �unt� m�� s de s essent� « F��ur�s
n��s e �rb�tr�r��s». Cont�nu�ndo � �m��em de V��e de A�me�d�, �tr�vés d� brech� que o r�so
express�o �o r�so resu�t� n� descobert� de que nem sempre nos r�mos d� mesm� form�.
do r�so ». A esco�h� n �o fo� �rb�tr�r� �, m�s n�o obedece � nenhum� ordem h�stór�c� ou d�sc�-
provoc� t�mbém se vê, como ��ert� Ru� Z�nk, que o r�so n�sce do medo. Podemos �crescen-
O mundo homér�co é fért�� p�r� ess� tent�t�v� de fix�ç�o de um� espéc�e de t�po�o��� do r�so.
p��n�r. For�m conv�d�dos �utores espec����st�s em d�ferentes �re�s do conhec�mento, que
t�r que n�sce de todos os medos: d� morte, d�
N� I���d� e n� Od�sse�� veem-se sur��r «o r�so
contr�bu�r�m p�r� � construç�o do e�enco fin��
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Um� estup�dez que pode ser v�st� no modo
doenç�, do �mor, d� �nc�p�c�d�de. Todos estes
troc�st�, �p�z��u�dor, s�d�co, h�stér�co, ��s-
dest�s fi�ur�s, �s qu��s se cruz�m com �s
como or��n�z�mos � noss� v�d� quot�d��n�. Por
�spetos reve��m que, us�ndo � formu��ç�o de
c�vo, ���en�do, h�pócr�t�, de condescendênc��,
fi�ur�s presentes n� expos�ç�o «RISO – Um�
�sso nos r�mos qu�ndo, d�z -nos Jo�o Const�nc�o, �nsp�r�do pe��s p���vr�s de N�etzsche, vemos
Ru� C�rdoso M�rt�ns, « o r�so é � �r�nde met���n�u��em do homem ». Um� � �n�u��em p�rt��h�d�
content�mento, super�or�d�de ou v�tór��, e o sorr�so �f�ve�, sedutor, s�rdón�co, terr�fico, de
Expos�ç�o � Sér� o», or��n�z�d� no Museu d� E�etr�c�d�de d� EDP, em L�sbo�, re���z�d� entre
�s h�er�rqu��s e os « termos d� noss� re���d�de quot�d��n� » serem �nvert �dos. M�s s e o r�so �ss�n��� � �nvers�o ou ��ter�ç�o moment�ne�
entre os homens, Bud� e Deus. Os contr�butos de P�u�o Bor�es e P�u�o P�res do V��e s�o dec�s�vos no modo como mostr�m, n� re��ç�o com
ternur� ou content�mento». E é nest� v���em que C�rmen So�res nos conduz �o mundo de Homero. Um� v���em que n�o é � rememor�-
outubro de 2012 e m�rço de 2013, e com�ss�r��d� por José M�nue� dos S�ntos, Jo�o P�nh�r�nd�, Nuno Artur S��v� e Nuno Crespo. E é dess� expo-
d� ordem do quot�d��no �sso deve -se, como nos d�z Antón�o Guerre�ro, �o f�cto de o r�so nos
� tr�nscendênc��, que o r�so se tr�nsform� em ��e�r��, � qu��, � �uz dos ens�n�mentos bud�st�s,
ç�o de um� espéc�e de re��qu�� cu�tur�� e ��ter�r�� qu�se perd�d�, m�s que nos che�� sob o
s�ç�o e do c�t��o�o que � �comp�nhou que este Prontu�r�o é um pro�on��mento. E�e �pro-
« �nst���r n�o no re�no d� n�turez�, m�s no re�no do esp�r�t o». Imed��t�mente, tod�s est�s �prox�m�ções
se pode cons�der�r como qu��quer co�s� en tre o r�so do s�b�o e � ser�ed�de do mundo. Se h� re��ões e tempos m��s férte�s p�r� o
s��no d� �tu���d�de e d� pert�nênc��. Lon�e d� esc�ssez de r�so est�o J�cques T�t� e Buster Ke�ton, de quem Pedro Mex��
fund� e teor�z� �s questões � que � expos�ç�o deu um� form� m�ter���. P�r� o �e�tor, este ��vro serv�r� como �u�� de entr�d� no un�verso denso,
mostr�m que pens�r o r�so é pens�r um �con-
humor, � �tu�� �ndústr�� do r�so é d�sso prov�,
tr�ç� o retr�to. Um r�so espec���, por vezes
comp�exo e r�m�fic�do que é o r�so.
tec�mento hum�no que, d�z-nos Fern�ndo C�br�� M�rt�ns, é tudo menos s�mp�es. A su� �oc���z�ç�o �ncert� entre � �rte e � v�d� f�z com que n�o
como t�mbém �s pr�me�r�s �er�ções de humor�st�s de que Antón�o V��dem�r f�z um� breve e prec�s� �present�ç�o. M�s h� c�mpos
me��ncó��co e tr�ste. E Jo�o Lopes convoc�, p�r� este e�enco de t�pos de r�so, o r�so de Jerr� Lew�s, � su� �en����d�de e � fis�c���d�de �ncon-
Um� p���vr� fin�� de ��r�dec�mento �os �utores, que de um� form� t� o �dm�r�ve� responder�m �o des�fio que �hes fo� ��nç�do;
se poss� ver no r�so um fenómeno �so��do dos outros f�ctos d� v�d�. Pe�o contr�r�o, compreender o r�so – ou, como prefere Ste�ner, o sorr�so
que c�s�m m�� com o r�so: � mús�c� e �s �rtes v�su��s s�o do�s exemp�os. Jor�e Rodr��ues mostr� que o r�so é estr�nho � mús�c�: p�rece
torn�ve�s. Est� exper�ênc�� d� encen�ç�o e d� pr�t�c� do r�so é � b�se de que p�rte André E. Teodós�o p�r� o seu « R�som�».
depo�s, � equ�p� que rev�u, ed�tou, p���nou e desenhou este vo�ume. NUNO CRESPO
– s��n�fic� c ompreender «o supremo m�stér�o d� s�n�u��r�d�de do homem e d� mu�her e c�rcuns-
que, qu�ndo r�, � mús�c� r� m��. E Jo�n� Cunh� Le�� mostr� que, �té � modern�d�de, o r�so e
Se estes ens��os têm sobretudo um� n�turez� especu��t�v�, �p�rentemente t�o contr�-
crever � su� so��d� o n� mu �t�p��c�d�de do v� vo». E o r�so mostr� este m�stér�o, n�o por ser um�
o humor est�ver�m �usentes do un�verso d� h�stór�� d� �rte. Depo�s �bre-se um c�mpo em
r�� �o r�so, e�es s�o constru�dos � p�rt�r de um e�enco de fi�ur�s e person��ens. O r�so n�o é
�m��em ex�t� d�s d�ferentes re��ções entre �s
que � �rte n�o só p�ss� � r�r, como se r� de s�
um� cr��ç�o conceptu��, m�s tem um� n�turez�
estrutur�s soc���s, m�s, como re��ç� M��ue� V��e
própr��. C�so sér�o é o dos ��em�es, que p�re-
p��st�c�, m�ter��� e estét�c�. Ou se��, o r�so tem
de A�me�d�, por ser como um� brech� «que o humor v�s�umbr�, onde o r�so exp�ode e � p�rt�r de onde �s re�r�s �p�recem como convenc�o-
cem n�o s�ber r�r. E Jo�o B�rrento p�rte dess� �p�rente �n�b���d�de p�r� constru�r um� espéc�e de fis�onom�� do r�so ��em�o. Atr�bu�r um�
um nome, um� c�r�, um corpo e um� mod���d�de espec�ficos. Por �sso, � se�und� p�rte deste ��vro �unt� m�� s de s essent� « F��ur�s
n��s e �rb�tr�r��s». Cont�nu�ndo � �m��em de V��e de A�me�d�, �tr�vés d� brech� que o r�so
express�o �o r�so resu�t� n� descobert� de que nem sempre nos r�mos d� mesm� form�.
do r�so ». A esco�h� n �o fo� �rb�tr�r� �, m�s n�o obedece � nenhum� ordem h�stór�c� ou d�sc�-
provoc� t�mbém se vê, como ��ert� Ru� Z�nk, que o r�so n�sce do medo. Podemos �crescent�r que n�sce de todos os medos: d� morte, d�
O mundo homér�co é fért�� p�r� ess� tent�t�v� de fix�ç�o de um� espéc�e de t�po�o��� do r�so. N� I���d� e n� Od�sse�� veem-se sur��r «o r�so
p��n�r. For�m conv�d�dos �utores espec����st�s em d�ferentes �re�s do conhec�mento, que contr�bu�r�m p�r� � construç�o do e�enco fin��
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RISOMA ANDRÉ E. TEODÓSIO / TEATRO PRAGA
S: Arno�d? C: N�o és tu? Ent�o sou eu! Esper� ��. Se sou eu, n� o posso est�r � esper� de m�m. N�o f�z sent�do. Gr�m�t�c��mente. N� fr�se. N� v�d�. Sou um� pesso� sem sent�do. Nem person��em nem pesso�. Que medo! Quem é que eu sou? E se �sto é um� coméd��, porque é que eu n�o me estou � r�r? S: N�o é por tu n�o te est�res � r�r que �sto n�o é um� coméd��. Mesmo que n�n�uém se r��, mesmo que n�n�uém se tenh� r�do um� ún�c� vez, cont�nu�s sem poder d�zer que �sto n�o é um� coméd��. É um equ�voco. É � coméd�� que te v���d� � t� e n�o tu que v���d�s � coméd��. A cu�p� é tu� e n�o d� coméd��. R� -te! José M�r�� V�e�r� Mendes, �n Terce�r� Id�de
ADVERTÊNCIA (OU COISAS DE QUE NÃO VAMOS FALAR PORQUE NÃO PROVOCAM RISO): Do r�so, d� coméd��, d� �ron�� e mu�t�s m��s técn�c�s de ��r���h�d� se�undo P��t�o, N�etzsche, Ber�son, B�ude���re, B�kht�n, He�e�, K�erke���rd, J�nké�év�tch, C�ve��, Zup�nč�č, etc.; T�mbém n�o tent�remos en��t�r o r�so como Pf���er, po��t�z�-�o como Escohot�do ou L’Yvonnet, c�tequ�s�-�o com M�rt�n, p�nt�-�o como B��nch�, tr���c�z�-�o como Rosset, met�for�z�-�o como Kunder� e nem mesmo f�zê-�o des�p�recer � �� Ar�stóte�es. PORQUÊ? Porque o r�so n�o é �nte����ve� se�u�ndo �s norm�s �c�dém�c�s v��entes (�o contr�r�o d� estét�c� e dos seus suportes).
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RISOMA ANDRÉ E. TEODÓSIO / TEATRO PRAGA
S: Arno�d? C: N�o és tu? Ent�o sou eu! Esper� ��. Se sou eu, n� o posso est�r � esper� de m�m. N�o f�z sent�do. Gr�m�t�c��mente. N� fr�se. N� v�d�. Sou um� pesso� sem sent�do. Nem person��em nem pesso�. Que medo! Quem é que eu sou? E se �sto é um� coméd��, porque é que eu n�o me estou � r�r? S: N�o é por tu n�o te est�res � r�r que �sto n�o é um� coméd��. Mesmo que n�n�uém se r��, mesmo que n�n�uém se tenh� r�do um� ún�c� vez, cont�nu�s sem poder d�zer que �sto n�o é um� coméd��. É um equ�voco. É � coméd�� que te v���d� � t� e n�o tu que v���d�s � coméd��. A cu�p� é tu� e n�o d� coméd��. R� -te! José M�r�� V�e�r� Mendes, �n Terce�r� Id�de
ADVERTÊNCIA (OU COISAS DE QUE NÃO VAMOS FALAR PORQUE NÃO PROVOCAM RISO): Do r�so, d� coméd��, d� �ron�� e mu�t�s m��s técn�c�s de ��r���h�d� se�undo P��t�o, N�etzsche, Ber�son, B�ude���re, B�kht�n, He�e�, K�erke���rd, J�nké�év�tch, C�ve��, Zup�nč�č, etc.; T�mbém n�o tent�remos en��t�r o r�so como Pf���er, po��t�z�-�o como Escohot�do ou L’Yvonnet, c�tequ�s�-�o com M�rt�n, p�nt�-�o como B��nch�, tr���c�z�-�o como Rosset, met�for�z�-�o como Kunder� e nem mesmo f�zê-�o des�p�recer � �� Ar�stóte�es. PORQUÊ? Porque o r�so n�o é �nte����ve� se�u�ndo �s norm�s �c�dém�c�s v��entes (�o contr�r�o d� estét�c� e dos seus suportes).
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O r�so n�o suport� suportes. Com � h�ster�z�ç�o do mundo � cust�s d� d�fus�o d� ��berd�de tr�nsvers�� � qu�se todos os d�versos s�stem�s de v�d� presentes no r�zom� que cobre � Terr�, o r�so de�xou de ser �n���s�ve� � �uz d� estr�té��� oper�t�v� dos seus modos. P�r� que � ��berd�de �ndom�ve� n�o nos dom�ne ��, convém d�r �ut� � n�turez�, devemos �n���s�r � const�tu�ç�o do r�so com um outro ponto de v�st�. Se �ce�t�rmos � su� const�tu�ç�o como �utónom�, �sto é, for� dos esquem�s �c�dém�cos e cu�tur��s mesmo qu�ndo por e�es provoc�do (m��s � frente veremos que o r�so e��bor� os seus própr�os s�stem�s mut�ntes e tempor�r�os sem qu��quer t�po de fin���d�de), ent�o teremos de �ce�t�r o r�so como sendo re�� e n�o como re���d�de. Re�� como um� c�t�strofe hum�n�, se�� e�� po��t�c� ou �mb�ent��. E o que const�t�mos qu�ndo confront�dos com o re��, �ss�m como com o r�so, é que e�e n�o é dom�n�ve�; e que qu�ndo p�ss� � ser, torn�-se re���d�de! Tendo em cont� que � defin�ç�o de �rte que no Te�tro Pr��� constru�mos é m��s cr��dor� de ethos e menos m�tér�� de ��sthet�kos, m��s re�� do que re���d�de, p�r� nós o r�so é � m�n�fest�ç�o �deo�ó��c� por exce�ênc�� � ��c�nç�r. Porque é � f��t� de esp�r�to cr�t�co, de reflex�o, de deb�te, escut� e �de��s, que o r�so ocup�. TENTEMOS UM PENSAMENTO VERDADEIRO. Se �ce�t�rmos que «coméd��» é « com med�� », ou se��, que � coméd�� se �firm� no processo d� cr��ç�o �utor�� (mesmo que �nvo�unt�r��mente e �té mesmo sem su�e�to �utor « f�s�co»), e que « humor» se reve�� no processo de receç�o d� exper�ênc�� ( mesmo que �nconsc�entemente), podemos �firm�r que é n� �rt�cu��ç�o d�s du�s, d� noss� pred�spos�ç�o de �nvest�r sent�do n�s reve��ções � que nos su�e�t�mos, que se poder� m�n�fest�r o r�so. É por �sso que o r�so n�o pode ser confund�do nem com os proced�mentos técn�cos dos modos oper�t�vos d� construç�o dos �contec�mentos cóm�cos, nem com o humor que os �n���s�. R�so: nem p���vr� nem som mus�c��.
20
É � �ç�o d� própr�� comun�c�ç�o d�st�nc��d� d�s fontes de or��em – comun�c�ç�o sem ��r�nt��s, �crescente-se. Um� ev�dênc�� c�rcunst�nc���, um� �de��, e n�o um� d�que��s « �m��ens fix�d�s » d�sf�rç�d�s de �de�� só��d�, �mut�ve� e etern�. Ass�m como o p��net� Terr�, que tem s�do descr�to como resu�t�nte de um b�� b�n� de mu�t�s estre��s, se �utonom�zou dos seus deton�dores, t�mbém o r�so, proven�ente de mu�t�s or��ens, se�ue ��or� em d�reç�o � n�d�. É certez�, n�o é s�ber: é que h� p���vr�s que se ��m�t�m � ���ment�r becos sem s��d�! Port�nto, �pen�s mud�ndo o voc�bu��r�o, fu��ndo � ��nor�nc�� ex�stenc��� n�o com o conhec�mento d� ex�stênc�� m�s com � certez� d� ex�stênc��, poderemos fu��r �os b�nóm�os t�uto�ó��cos que ���ment�m s�stem�s de observ�ç�o do mundo. R�r é um s�stem� que se tem � s� como fin���d�de, como própr�o fim. PARA EVITAR DESENTENDIMENTOS… N�o é: «R�r e n�d� m��s », nem é: « R�r e est� tudo d�to ». É: R�r e n�d� tudo. É: R�r e est� tudo por d�zer. Um �nfin�to em potênc��, �nfin�t� � potênc�� de um� �de��. Po�s é qu�ndo o �de�� se torn� re��, quer como efe�to secund�r�o quer como resu�t�do d�reto de um� �ç�o, que e�e emer�e como verd�de. O r�so é � verd�de. E verd�de se�� d�t�, n�o h� n�d� que o Te�tro Pr��� tenh� fe�to em que o r�so est�vesse �usente. MAS DE QUE NOS RIMOS? De mu�t�s co�s�s e de mu�t�s form�s. Dependendo d� époc�, d� comun�d�de, d� c�rcunst�nc�� e d� noss� d�spon�b���d�de, est� ú�t�m� dependente d�s cond�ções �nter�ores e de mu�t�s m��s, sur��r� o r�so; p�r� que �conteç�, o r�so depende de cr�tér�os �mb�ent��s est�ve�s (cr�tér�os esses do dom�n�o dos t�o b�d���dos «esp�ço », «tempo » e « est�do d� ps�que ») se��m e�es comuns ou �nd�v�du��s.
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O r�so n�o suport� suportes. Com � h�ster�z�ç�o do mundo � cust�s d� d�fus�o d� ��berd�de tr�nsvers�� � qu�se todos os d�versos s�stem�s de v�d� presentes no r�zom� que cobre � Terr�, o r�so de�xou de ser �n���s�ve� � �uz d� estr�té��� oper�t�v� dos seus modos. P�r� que � ��berd�de �ndom�ve� n�o nos dom�ne ��, convém d�r �ut� � n�turez�, devemos �n���s�r � const�tu�ç�o do r�so com um outro ponto de v�st�. Se �ce�t�rmos � su� const�tu�ç�o como �utónom�, �sto é, for� dos esquem�s �c�dém�cos e cu�tur��s mesmo qu�ndo por e�es provoc�do (m��s � frente veremos que o r�so e��bor� os seus própr�os s�stem�s mut�ntes e tempor�r�os sem qu��quer t�po de fin���d�de), ent�o teremos de �ce�t�r o r�so como sendo re�� e n�o como re���d�de. Re�� como um� c�t�strofe hum�n�, se�� e�� po��t�c� ou �mb�ent��. E o que const�t�mos qu�ndo confront�dos com o re��, �ss�m como com o r�so, é que e�e n�o é dom�n�ve�; e que qu�ndo p�ss� � ser, torn�-se re���d�de! Tendo em cont� que � defin�ç�o de �rte que no Te�tro Pr��� constru�mos é m��s cr��dor� de ethos e menos m�tér�� de ��sthet�kos, m��s re�� do que re���d�de, p�r� nós o r�so é � m�n�fest�ç�o �deo�ó��c� por exce�ênc�� � ��c�nç�r. Porque é � f��t� de esp�r�to cr�t�co, de reflex�o, de deb�te, escut� e �de��s, que o r�so ocup�. TENTEMOS UM PENSAMENTO VERDADEIRO. Se �ce�t�rmos que «coméd��» é « com med�� », ou se��, que � coméd�� se �firm� no processo d� cr��ç�o �utor�� (mesmo que �nvo�unt�r��mente e �té mesmo sem su�e�to �utor « f�s�co»), e que « humor» se reve�� no processo de receç�o d� exper�ênc�� ( mesmo que �nconsc�entemente), podemos �firm�r que é n� �rt�cu��ç�o d�s du�s, d� noss� pred�spos�ç�o de �nvest�r sent�do n�s reve��ções � que nos su�e�t�mos, que se poder� m�n�fest�r o r�so. É por �sso que o r�so n�o pode ser confund�do nem com os proced�mentos técn�cos dos modos oper�t�vos d� construç�o dos �contec�mentos cóm�cos, nem com o humor que os �n���s�. R�so: nem p���vr� nem som mus�c��.
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Poder� �sto su�er�r que um ser hum�no ���en�do de um� qu��quer cu�tur� que o envo�v� é �nc�p�z de se r�r? N�o. Porque h� e h�ver� sempre um re��me de costumes (ét�co, represent�t�vo ou estét�co) de fin���d�des n�tur���z�d�s com que o ser hum�no �nter���r� de m�ne�r� � conse�u�r s�ntom�t�z�r o seu �u���mento, nem que se�� num� estrutur� ��n�u�st�c� un�pesso��, c�so e�� poss� ex�st�r, e nem que se�� o própr�o r�so. PFFFFF, JÁ NÃO ESTAMOS A ACHAR PIADA. DIGAM LÁ QUE RISO É ESSE QUE EMERGE! Um� �ç�o forç�d�. N�o é por �c�so que � p�r d�s p���vr�s de ordem « p�us� » e «choro», « r�so» se�� um� d�s �ções m��s escr�t�s n�s rubr�c�s dos textos de te�tro que se �nscrevem n� form� c�nón�c� d� dr�m�tur���. O r�so é um� �ç�o co���d�, constru�d� e n�o n�tur��. T�o forç�do � ex�st�r como � p�us� e o choro (�sto se �ce�t�rmos que o ser hum�no tem como fin���d�de, como te�os, ���r p�r� sobrev�ver; e se �ce�t�rmos que o ser hum�no t�nto �nfl��e n� cr��ç�o do seu c�r�ter processos de �nduç�o e deduç�o própr�os do �o�os, d� r�z�o, bem como � c�p�c�d�de de se re��c�on�r com � su� cu�tur� sem qu��quer d�st�nc��, pe�o sent�r, pe�op�thos). N�o queremos com est� ú�t�m� �firm�ç�o �nduz�r em erro: n�o defendemos que o r�so é o oposto de choro. O contr�r�o de r�r n�o é chor�r porque o contr�r�o de chor�r é beber ��u�.
RIR NÃO TEM CONTRÁRIO. N�o tem comp�nhe�ro de b�nóm�o. É outr� �ó��c�. Outr� ��n�u��em. N�o é p���vr� m�s t�mbém n�o é som mus�c��. Porque r�r tem mu�t�s or��ens e um só fim, que é e�e própr�o e que se m�n�fest� de �númer�s form�s, defin�mos o mec�n�smo do r�so como sendo um s�stem� « r�som�t�co ». (Ouvem-se r�sos) R�som�t�co; n�o tem fund�mento, n�o tem centro e n�o tem d�reç�o.
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É � �ç�o d� própr�� comun�c�ç�o d�st�nc��d� d�s fontes de or��em – comun�c�ç�o sem ��r�nt��s, �crescente-se. Um� ev�dênc�� c�rcunst�nc���, um� �de��, e n�o um� d�que��s « �m��ens fix�d�s » d�sf�rç�d�s de �de�� só��d�, �mut�ve� e etern�. Ass�m como o p��net� Terr�, que tem s�do descr�to como resu�t�nte de um b�� b�n� de mu�t�s estre��s, se �utonom�zou dos seus deton�dores, t�mbém o r�so, proven�ente de mu�t�s or��ens, se�ue ��or� em d�reç�o � n�d�. É certez�, n�o é s�ber: é que h� p���vr�s que se ��m�t�m � ���ment�r becos sem s��d�! Port�nto, �pen�s mud�ndo o voc�bu��r�o, fu��ndo � ��nor�nc�� ex�stenc��� n�o com o conhec�mento d� ex�stênc�� m�s com � certez� d� ex�stênc��, poderemos fu��r �os b�nóm�os t�uto�ó��cos que ���ment�m s�stem�s de observ�ç�o do mundo. R�r é um s�stem� que se tem � s� como fin���d�de, como própr�o fim. PARA EVITAR DESENTENDIMENTOS… N�o é: «R�r e n�d� m��s », nem é: « R�r e est� tudo d�to ». É: R�r e n�d� tudo. É: R�r e est� tudo por d�zer. Um �nfin�to em potênc��, �nfin�t� � potênc�� de um� �de��. Po�s é qu�ndo o �de�� se torn� re��, quer como efe�to secund�r�o quer como resu�t�do d�reto de um� �ç�o, que e�e emer�e como verd�de. O r�so é � verd�de. E verd�de se�� d�t�, n�o h� n�d� que o Te�tro Pr��� tenh� fe�to em que o r�so est�vesse �usente. MAS DE QUE NOS RIMOS? De mu�t�s co�s�s e de mu�t�s form�s. Dependendo d� époc�, d� comun�d�de, d� c�rcunst�nc�� e d� noss� d�spon�b���d�de, est� ú�t�m� dependente d�s cond�ções �nter�ores e de mu�t�s m��s, sur��r� o r�so; p�r� que �conteç�, o r�so depende de cr�tér�os �mb�ent��s est�ve�s (cr�tér�os esses do dom�n�o dos t�o b�d���dos «esp�ço », «tempo » e « est�do d� ps�que ») se��m e�es comuns ou �nd�v�du��s.
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Como �� deu p�r� perceber, o r�so n�o entretém, nem é nenhum� ter�p�� poss�ve�! T�nto nos r�mos d� fe��c�d�de como d� �nfe��c�d�de. A���s, o r�so r�-se de todos os cr�tér�os du��s. A h�ver um� du���d�de no r�so só pode ser � d� d���ét�c� ne��t�v�, ou de re�ç�o de decompos�ç�o: �s p�rtes têm de coex�st�r �nt�ct�s e n�o podem ser s�ntet�z�d�s num� terce�r� co�s� que �s �n�qu��e. (Pequen� cur�os�d�de: p�r� �nfortún�o dos dese�os de qu��quer he�de��er��no , é cur�oso que et�mo�o��c�mente � p���vr� r�r n�o der�ve de n�d� ou que n�o tenh� outro p�ss�do que n�o o r�r.) TESE: Um� vez que o r�so é forç�do, um� construç�o, como um te�h�do ou um c�n�� de te�ev�s�o, c�be-nos entender o r�so como um� ferr�ment� co�n�t�v� de �prox�m�ç�o � fenómenos. ANTÍTESE: A su� c�p�c�d�de de �u�zo cr�t�co cr�� des�pe�o �fet�vo em re��ç�o � tudo, �té � s� própr�o, tr�nsform�ndo o r�so n� som� de s� e do seu própr�o contr�r�o. Just�mente como o te�h�do ou o c�n�� de te�ev�s�o �nter�ormente menc�on�dos. REAÇÃO DE DECOMPOSIÇÃO: Ass�m sendo, o resu�t�do do des�pe�o � re���d�de que �dvém do �u�zo cr�t�co torn�do poss�ve� pe�o uso d� ferr�ment� co�n�t�v� é n�d� m��s n�d� menos que um� �de��. S�m, �de��, porque �de��, �fin��, é tudo �qu��o que se reve�� e que �� �� est�v�. N�o conhecemos: reconhecemos. R�r é reconhecer um� �de�� e torn�r � �de�� re��: � mesm� �de�� que nos fez r�r. É um momento de c��r�v�dênc��, de construç�o �deo�ó��c�, de reconhec�mento de um� �dent�d�de: eu sou… Contr� tudo e contr� todos r�r é f�zer verd�de. É « F���r verd�de � ment�r». (Outr� pequen� cur�os�d�de: contr� � vont�de de he�de��er��nos e dem��s pesso�s, um� vez que ment�r é um verbo der�v�do de ment�s, mente, � ex�st�r verd�de est� n� �de�� que se f�z e n�o n� �de�� que outro teve!) No r�so, ess� express�o de �u���mento de quem teve um� �de�� �r�ç�s � su� f�cu�d�de de �u�zo cr�t�co, �que�e que r� de�x� de ser fi�ur�nte e �ssume o p�pe� de prot��on�st� num� rede sem fim, e ne�e e com e�e m�rc� f��h�s, t�r� o t�pete, e revê o seu �nt��o est�do.
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Poder� �sto su�er�r que um ser hum�no ���en�do de um� qu��quer cu�tur� que o envo�v� é �nc�p�z de se r�r? N�o. Porque h� e h�ver� sempre um re��me de costumes (ét�co, represent�t�vo ou estét�co) de fin���d�des n�tur���z�d�s com que o ser hum�no �nter���r� de m�ne�r� � conse�u�r s�ntom�t�z�r o seu �u���mento, nem que se�� num� estrutur� ��n�u�st�c� un�pesso��, c�so e�� poss� ex�st�r, e nem que se�� o própr�o r�so. PFFFFF, JÁ NÃO ESTAMOS A ACHAR PIADA. DIGAM LÁ QUE RISO É ESSE QUE EMERGE! Um� �ç�o forç�d�. N�o é por �c�so que � p�r d�s p���vr�s de ordem « p�us� » e «choro», « r�so» se�� um� d�s �ções m��s escr�t�s n�s rubr�c�s dos textos de te�tro que se �nscrevem n� form� c�nón�c� d� dr�m�tur���. O r�so é um� �ç�o co���d�, constru�d� e n�o n�tur��. T�o forç�do � ex�st�r como � p�us� e o choro (�sto se �ce�t�rmos que o ser hum�no tem como fin���d�de, como te�os, ���r p�r� sobrev�ver; e se �ce�t�rmos que o ser hum�no t�nto �nfl��e n� cr��ç�o do seu c�r�ter processos de �nduç�o e deduç�o própr�os do �o�os, d� r�z�o, bem como � c�p�c�d�de de se re��c�on�r com � su� cu�tur� sem qu��quer d�st�nc��, pe�o sent�r, pe�op�thos). N�o queremos com est� ú�t�m� �firm�ç�o �nduz�r em erro: n�o defendemos que o r�so é o oposto de choro. O contr�r�o de r�r n�o é chor�r porque o contr�r�o de chor�r é beber ��u�.
RIR NÃO TEM CONTRÁRIO. N�o tem comp�nhe�ro de b�nóm�o. É outr� �ó��c�. Outr� ��n�u��em. N�o é p���vr� m�s t�mbém n�o é som mus�c��. Porque r�r tem mu�t�s or��ens e um só fim, que é e�e própr�o e que se m�n�fest� de �númer�s form�s, defin�mos o mec�n�smo do r�so como sendo um s�stem� « r�som�t�co ». (Ouvem-se r�sos) R�som�t�co; n�o tem fund�mento, n�o tem centro e n�o tem d�reç�o.
Como �� deu p�r� perceber, o r�so n�o entretém, nem é nenhum� ter�p�� poss�ve�! T�nto nos r�mos d� fe��c�d�de como d� �nfe��c�d�de. A���s, o r�so r�-se de todos os cr�tér�os du��s. A h�ver um� du���d�de no r�so só pode ser � d� d���ét�c� ne��t�v�, ou de re�ç�o de decompos�ç�o: �s p�rtes têm de coex�st�r �nt�ct�s e n�o podem ser s�ntet�z�d�s num� terce�r� co�s� que �s �n�qu��e. (Pequen� cur�os�d�de: p�r� �nfortún�o dos dese�os de qu��quer he�de��er��no , é cur�oso que et�mo�o��c�mente � p���vr� r�r n�o der�ve de n�d� ou que n�o tenh� outro p�ss�do que n�o o r�r.) TESE: Um� vez que o r�so é forç�do, um� construç�o, como um te�h�do ou um c�n�� de te�ev�s�o, c�be-nos entender o r�so como um� ferr�ment� co�n�t�v� de �prox�m�ç�o � fenómenos. ANTÍTESE: A su� c�p�c�d�de de �u�zo cr�t�co cr�� des�pe�o �fet�vo em re��ç�o � tudo, �té � s� própr�o, tr�nsform�ndo o r�so n� som� de s� e do seu própr�o contr�r�o. Just�mente como o te�h�do ou o c�n�� de te�ev�s�o �nter�ormente menc�on�dos. REAÇÃO DE DECOMPOSIÇÃO: Ass�m sendo, o resu�t�do do des�pe�o � re���d�de que �dvém do �u�zo cr�t�co torn�do poss�ve� pe�o uso d� ferr�ment� co�n�t�v� é n�d� m��s n�d� menos que um� �de��. S�m, �de��, porque �de��, �fin��, é tudo �qu��o que se reve�� e que �� �� est�v�. N�o conhecemos: reconhecemos. R�r é reconhecer um� �de�� e torn�r � �de�� re��: � mesm� �de�� que nos fez r�r. É um momento de c��r�v�dênc��, de construç�o �deo�ó��c�, de reconhec�mento de um� �dent�d�de: eu sou… Contr� tudo e contr� todos r�r é f�zer verd�de. É « F���r verd�de � ment�r». (Outr� pequen� cur�os�d�de: contr� � vont�de de he�de��er��nos e dem��s pesso�s, um� vez que ment�r é um verbo der�v�do de ment�s, mente, � ex�st�r verd�de est� n� �de�� que se f�z e n�o n� �de�� que outro teve!) No r�so, ess� express�o de �u���mento de quem teve um� �de�� �r�ç�s � su� f�cu�d�de de �u�zo cr�t�co, �que�e que r� de�x� de ser fi�ur�nte e �ssume o p�pe� de prot��on�st� num� rede sem fim, e ne�e e com e�e m�rc� f��h�s, t�r� o t�pete, e revê o seu �nt��o est�do.
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É um h�c et nunc, �qu� e ��or�, que n�o mud� � re���d�de; qu�ndo se efet�v�, cr�� um outro re��. Ou se��, quer � cond�ç�o em que nos encontr�mos mude ou n�o, se�� e�� m��s só��d� ou m��s ��sos�, é o �de�� torn�do re�� pe�o �to de r�r que é verd�de�ro.
p�sso em frente c��. Se der um p�sso �tr�s fic�r� desprov�do d� poss�b���d�de de usufru�r de t�m�nh� monstruos�d�de. Dom�n�r o seu pos�c�on�mento n�que�� �m��em, e�s o sub��me.
EXEMPLO SEGUIDO DE COMENTÁRIO: Um d�� num� f�mos� c�vern� começ�mos � observ�r os contornos d� noss� sombr� porque nos v�r�mos de cost�s de form� � n�o fic�rmos enc�de�dos pe�� �uz. Ao nos d�rmos cont� des�t�mo-nos � r�r. Podemos ent�o �firm�r que, em ú�t�m� �n���se, �qu��o de que nos r�mos fo� de termos �b�ndon�do � « n�o-pos�ç�o» em que �ce�t�v�mos um� dec�s�o como �rrefut�ve� p�r� p�ss�rmos � um� «(s)�m-pos�ç�o» que t�nto pode ser de d�ferenç�, como de seme�h�nç� ou, em mec�n�smo c�n�co, de �nd�ferenç�. O r�so é contr��ntu�t�vo, mesmo que sur�� por �c�dente ou qu��quer outro �énero de �fet�ç�o. O r�so n�o é o resu�t�do f�s�co d� coméd��, do humor, ou de �nedot�s, per�péc��s e f�bu��s, etc., �.e. n�o é fruto de um excesso de �p�rente Aufk��run� , de esc��rec�mento e conhec�mento (refiro-me � co�s�s como o �osto, o be�o, � estét�c�, � decor�ç�o, o entreten�mento e �s dem��s c�te�or��s �br�n��d�s pe�� técn�c� de « �er�r por métodos comb�n�tór�os o que é d�spon�b���z�do pe�� cu�tur� com � ��r�nt�� de n�o � d�n�fic�r » – c�so contr�r�o és b�n�do); o r�so é, �sso s�m, o resu�t�do f�s�co do reconhec�mento de um� �de��. A h�ver �ntu�ç�o ou �c�dentes que poss�m ter func�on�do como p��cebos p�r� provoc�r o r�so, o que é m�tér�� sub��me* est� no h�nc et nunc em que o r�so �contece, � certez� de que por um� fr�ç�o de se�undos o « su�e�to-que-r�» �b�ndonou � « n�o-pos�ç�o» onde �ce�t�v� o que �he er� d�t�do tendo p�ss�do � ocup�r o �u��r d�que�e que tem um� �de��, e que � �mpõe p�r� constru�r um� ét�c� re��. É por �sso que n�o h� n�d� de m��s tenebroso do que ���uém que r� ou que tent� provoc�r o r�so � tent�r ser sér�o!
BEM, VOU SALTAR! O r�so é sempre um �to �utoprovoc�do.
*Defin�ç�o de sub��me: Num� d�s cé�ebres p�ntur�s de C�sp�r D�v�d Fr�edr�ch, um homem de ben���� encontr�-se no topo de um� f��és��. Cox�nho como é, se der um
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R�mo-nos qu�ndo somos c�p�zes, num d�do momento, de nos observ�r retrospet�v�mente � r�r de qu��quer co�s�s de que �� n�o nos est�v�mos � r�r. O r�so é p�ss�do no presente. Se n�o se p�ssou, n�o pode v�r � p�ss�r-se. E como n�o é n�tur�� – entend�-se « �n�to », « �nst�nt�vo» (como prov�r�m – m�s p�r� que fo� prec�so um� prov�?! – �s exper�ênc��s �num�n�s que cons�st�r�m em ret�r�r bebés �os p��s cr��ndo-�s �so��d�mente e que t�ver�m como resu�t�do seres que chor�v�m com � dor m�s que n�o t�nh�m �prend�do � r�r), como o r�so pode des�p�recer, qu�ndo nos r�mos, r�mo-nos d�qu��o que nos fez r�r e que entret�nto esquecemos ou podemos v�r � esquecer: R�mo-nos do própr�o r�so . Que me�hor exemp�o pode h�ver p�r� o torn�r re�� do que o r�so compu�s�vo? (Ap�rte: R�r é mesmo o me�hor reméd�o p�r� ess� co�s� que é o r�so que, t�� como �contece com ���um�s doenç�s �pen�s poss�ve�s de d���nost�c�r por desp�ste, n�o se s�be o que é e só se deduz que o se�� pe�o que n�o é). Como nos r�mos n�o esquecemos o r�so, e porque n�o o esquecemos é com e�e e ne�e que emer�e o momento de const�t�ç�o. QUE CONSTATAÇÃO É ESSA? Const�t�mo-nos. Confirm�mo-nos. V�mo-nos, t�vemos um� �de�� e como e�� se tornou re�� p�ssou � ser verd�de. H�ver� ���o de m��s ét�co que �sto?
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É um h�c et nunc, �qu� e ��or�, que n�o mud� � re���d�de; qu�ndo se efet�v�, cr�� um outro re��. Ou se��, quer � cond�ç�o em que nos encontr�mos mude ou n�o, se�� e�� m��s só��d� ou m��s ��sos�, é o �de�� torn�do re�� pe�o �to de r�r que é verd�de�ro.
p�sso em frente c��. Se der um p�sso �tr�s fic�r� desprov�do d� poss�b���d�de de usufru�r de t�m�nh� monstruos�d�de. Dom�n�r o seu pos�c�on�mento n�que�� �m��em, e�s o sub��me.
EXEMPLO SEGUIDO DE COMENTÁRIO: Um d�� num� f�mos� c�vern� começ�mos � observ�r os contornos d� noss� sombr� porque nos v�r�mos de cost�s de form� � n�o fic�rmos enc�de�dos pe�� �uz. Ao nos d�rmos cont� des�t�mo-nos � r�r. Podemos ent�o �firm�r que, em ú�t�m� �n���se, �qu��o de que nos r�mos fo� de termos �b�ndon�do � « n�o-pos�ç�o» em que �ce�t�v�mos um� dec�s�o como �rrefut�ve� p�r� p�ss�rmos � um� «(s)�m-pos�ç�o» que t�nto pode ser de d�ferenç�, como de seme�h�nç� ou, em mec�n�smo c�n�co, de �nd�ferenç�. O r�so é contr��ntu�t�vo, mesmo que sur�� por �c�dente ou qu��quer outro �énero de �fet�ç�o. O r�so n�o é o resu�t�do f�s�co d� coméd��, do humor, ou de �nedot�s, per�péc��s e f�bu��s, etc., �.e. n�o é fruto de um excesso de �p�rente Aufk��run� , de esc��rec�mento e conhec�mento (refiro-me � co�s�s como o �osto, o be�o, � estét�c�, � decor�ç�o, o entreten�mento e �s dem��s c�te�or��s �br�n��d�s pe�� técn�c� de « �er�r por métodos comb�n�tór�os o que é d�spon�b���z�do pe�� cu�tur� com � ��r�nt�� de n�o � d�n�fic�r » – c�so contr�r�o és b�n�do); o r�so é, �sso s�m, o resu�t�do f�s�co do reconhec�mento de um� �de��. A h�ver �ntu�ç�o ou �c�dentes que poss�m ter func�on�do como p��cebos p�r� provoc�r o r�so, o que é m�tér�� sub��me* est� no h�nc et nunc em que o r�so �contece, � certez� de que por um� fr�ç�o de se�undos o « su�e�to-que-r�» �b�ndonou � « n�o-pos�ç�o» onde �ce�t�v� o que �he er� d�t�do tendo p�ss�do � ocup�r o �u��r d�que�e que tem um� �de��, e que � �mpõe p�r� constru�r um� ét�c� re��. É por �sso que n�o h� n�d� de m��s tenebroso do que ���uém que r� ou que tent� provoc�r o r�so � tent�r ser sér�o!
BEM, VOU SALTAR! O r�so é sempre um �to �utoprovoc�do.
*Defin�ç�o de sub��me: Num� d�s cé�ebres p�ntur�s de C�sp�r D�v�d Fr�edr�ch, um homem de ben���� encontr�-se no topo de um� f��és��. Cox�nho como é, se der um
R�mo-nos qu�ndo somos c�p�zes, num d�do momento, de nos observ�r retrospet�v�mente � r�r de qu��quer co�s�s de que �� n�o nos est�v�mos � r�r. O r�so é p�ss�do no presente. Se n�o se p�ssou, n�o pode v�r � p�ss�r-se. E como n�o é n�tur�� – entend�-se « �n�to », « �nst�nt�vo» (como prov�r�m – m�s p�r� que fo� prec�so um� prov�?! – �s exper�ênc��s �num�n�s que cons�st�r�m em ret�r�r bebés �os p��s cr��ndo-�s �so��d�mente e que t�ver�m como resu�t�do seres que chor�v�m com � dor m�s que n�o t�nh�m �prend�do � r�r), como o r�so pode des�p�recer, qu�ndo nos r�mos, r�mo-nos d�qu��o que nos fez r�r e que entret�nto esquecemos ou podemos v�r � esquecer: R�mo-nos do própr�o r�so . Que me�hor exemp�o pode h�ver p�r� o torn�r re�� do que o r�so compu�s�vo? (Ap�rte: R�r é mesmo o me�hor reméd�o p�r� ess� co�s� que é o r�so que, t�� como �contece com ���um�s doenç�s �pen�s poss�ve�s de d���nost�c�r por desp�ste, n�o se s�be o que é e só se deduz que o se�� pe�o que n�o é). Como nos r�mos n�o esquecemos o r�so, e porque n�o o esquecemos é com e�e e ne�e que emer�e o momento de const�t�ç�o. QUE CONSTATAÇÃO É ESSA? Const�t�mo-nos. Confirm�mo-nos. V�mo-nos, t�vemos um� �de�� e como e�� se tornou re�� p�ssou � ser verd�de. H�ver� ���o de m��s ét�co que �sto?
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Ao r�r, const�t�mos com o r�so que embor� ho�e tudo � vo�t� tenh� mud�do desde o r�so pr�me�ro, que embor� tenh�mos che��do � outro s�t�o, nós co nt�nu�mos os mesmos: n�d�. E ��or� per�unt�m: m�s se somos n�d� p�r� quê t�nto ��t�m? E �ss�m nos desped�mos com � �r�ç� do �deus.
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NOTAS SOBR E O R ISO E A ESTÉTICA DO CÓMICO ANTÓNIO GUERREIRO
O momento pr�mord���, or���n�r�o, d� fi�osofi� cons�ste num��� que é n�rr�do no Teeteto , de P��t�o, pe�� boc� de Sócr�tes: um d��, o �strónomo T��es de M��eto c�m�nh�v� com o o�h�r e o pens�mento t�o fix�dos sobre �s ��tur�s, p�r� ver �s estre��s, que n�o vê o que est� �os seus pés e c��, com �r�nde �p�r�to, dentro de um poço. A �ss�st�r � cen�, est�v� � su� escr�v� d� Tr�c�� – um� r�p�r��� �ovem – que n�o conteve um r�so sonoro e troc�st�. Enqu�nto durou, �que�e r�so teve o efe�to de �nverter �s h�er�rqu��s: � escr�v� t�nh� conqu�st�do � sober�n�� re��t�v�mente �o seu senhor; � r�p�r��� ��nor�nte t�nh� �dqu�r�do preponder�nc�� em re��ç�o �o c�ent�st� e homem de s�ber. Ass�m ��d�, est� f�bu�� mostr� que o r�so pode co�oc�r o mundo �s �vess�s, como mu�to bem mostrou o ��n�u�st� e fi�ósofo russo M�kh��� B�kht�ne (1895-1975) no seu estudo m���str�� sobre R�be���s e � cu�tur� c�rn�v��esc� n� Id�de Méd�� e no Ren�sc�mento. M�s est� nem sequer é � e��bor�ç�o �nterpret�t�v� m��s comum e m��s �mport�nte dest� h�stór�� �nedót�c�, sobretudo depo�s de o fi�ósofo ��em�o H�ns B�umenber� ter fe�to de�� � f�bu�� do protofi�ósofo, do momento or���n�r�o do n�sc�mento d� fi�osofi�, em que se d� � ver � tens�o e �té � �ncompreens�o entre � teor�� (em �re�o, theor�� s��n�fic� contemp��ç�o) e o mundo d� v�d�. A s�tu�ç�o cóm�c�, o r�d�cu�o que provoc� o r�so d� escr�v� d� Tr�c��, est� no f�cto de o �strónomo est�r t�o concentr�do num� re���d�de �on��nqu� e �n��c�nç�ve� que perde � c�p�c�d�de de ver e dom�n�r o que est� �os seus pés. E�e, que e�ev�v� t�nto o o�h�r que p�rec�� pro�et�r-se n�s ��tur�s, v�u-se de repente, por c�us� d�sso, c��do nos
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Ao r�r, const�t�mos com o r�so que embor� ho�e tudo � vo�t� tenh� mud�do desde o r�so pr�me�ro, que embor� tenh�mos che��do � outro s�t�o, nós co nt�nu�mos os mesmos: n�d�. E ��or� per�unt�m: m�s se somos n�d� p�r� quê t�nto ��t�m? E �ss�m nos desped�mos com � �r�ç� do �deus.
NOTAS SOBR E O R ISO E A ESTÉTICA DO CÓMICO ANTÓNIO GUERREIRO
O momento pr�mord���, or���n�r�o, d� fi�osofi� cons�ste num��� que é n�rr�do no Teeteto , de P��t�o, pe�� boc� de Sócr�tes: um d��, o �strónomo T��es de M��eto c�m�nh�v� com o o�h�r e o pens�mento t�o fix�dos sobre �s ��tur�s, p�r� ver �s estre��s, que n�o vê o que est� �os seus pés e c��, com �r�nde �p�r�to, dentro de um poço. A �ss�st�r � cen�, est�v� � su� escr�v� d� Tr�c�� – um� r�p�r��� �ovem – que n�o conteve um r�so sonoro e troc�st�. Enqu�nto durou, �que�e r�so teve o efe�to de �nverter �s h�er�rqu��s: � escr�v� t�nh� conqu�st�do � sober�n�� re��t�v�mente �o seu senhor; � r�p�r��� ��nor�nte t�nh� �dqu�r�do preponder�nc�� em re��ç�o �o c�ent�st� e homem de s�ber. Ass�m ��d�, est� f�bu�� mostr� que o r�so pode co�oc�r o mundo �s �vess�s, como mu�to bem mostrou o ��n�u�st� e fi�ósofo russo M�kh��� B�kht�ne (1895-1975) no seu estudo m���str�� sobre R�be���s e � cu�tur� c�rn�v��esc� n� Id�de Méd�� e no Ren�sc�mento. M�s est� nem sequer é � e��bor�ç�o �nterpret�t�v� m��s comum e m��s �mport�nte dest� h�stór�� �nedót�c�, sobretudo depo�s de o fi�ósofo ��em�o H�ns B�umenber� ter fe�to de�� � f�bu�� do protofi�ósofo, do momento or���n�r�o do n�sc�mento d� fi�osofi�, em que se d� � ver � tens�o e �té � �ncompreens�o entre � teor�� (em �re�o, theor�� s��n�fic� contemp��ç�o) e o mundo d� v�d�. A s�tu�ç�o cóm�c�, o r�d�cu�o que provoc� o r�so d� escr�v� d� Tr�c��, est� no f�cto de o �strónomo est�r t�o concentr�do num� re���d�de �on��nqu� e �n��c�nç�ve� que perde � c�p�c�d�de de ver e dom�n�r o que est� �os seus pés. E�e, que e�ev�v� t�nto o o�h�r que p�rec�� pro�et�r-se n�s ��tur�s, v�u-se de repente, por c�us� d�sso, c��do nos
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mundos �nfer�ores. A coméd�� do protofi�ósofo mostr� que nem � m��s �r�ve d�s �t�v�d�des é �mune �o r�so, b�st� p�r� �sso que ne�� se ver�fique � co��s�o entre do�s mundos �nt��ón�cos, �ncomp�t�ve�s. Neste c�so, h� um choque v�o�ento – com�c�mente v�o�ento, como nos mostr� � �t�tude d� �ovem escr�v� que o testemunhou – entre do�s conce�tos �ncomp�t�ve�s de re���d�de. O des�p�rec�mento do se�undo ��vro d� Poét�c� de Ar�stóte�es, ded�c�do � coméd��, pr�vou-nos de um� compreens�o d� or��em e do s��n�fic�do do cóm�co e do r�so no pens�mento oc�dent��. Um� vez des�p�rec�do esse ��vro, � tr��éd�� ��nhou um �u��r de pr�m�z��. A�nd� �ss�m, mesmo sem ess� se�und� p�rte d� Poét�c� , Ar�stóte�es é um� fonte �mport�nte p�r� um� teor�� do r�so, em opos�ç�o �o �scet�smo de P��t�o, que re�e�t�v� �mbos os extremos d� emot�v�d�de: o choro e o r�so. Ar�stóte�es rev��or�z� �s p��xões e � corpore�d�de, como est� bem p� tente n� su� conceç�o d� c�t�rse, própr�� d� tr��éd��, enqu�nto despotenc��mento d�s p��xões. Ass�m, t�� como � tr��éd�� é um� pur�fic�ç�o dos sent�mentos do�orosos d� p�ed�de e do terror, � coméd�� é um� pur�fic�ç�o do sent�mento do r�d�cu�o. Em �mb�s – � tr��éd�� e � coméd�� – é necess�r�o reconqu�st�r �o contro�o d� r� z�o �s forç�s emoc�on��s que s�o �s su�s fontes. Neste sent�do, o r�so é um est�do corpóreo-emot�vo que, estet�c�mente tr�nsfi�ur�do, d� or��em �o fenómeno do cóm�co, que é de f�cto o sent�mento do r�d�cu�o pur�fic�do (� c�t�rse est�, por conse�u�nte, �nscr�t� n� m�mes�s). Um� estét�c� do cóm�co remont� po�s, obr���tor��mente, � Ar�stóte�es. E�s um� re�r� fund�ment�� que o �utor d� Poét�c� est�be�ece p�r� o cóm�co: n�o se deve r�r de quem se ode�� nem de quem se tem pen�. T�� como � estét�c� do be�o, como defender� K�nt, é contr�d�tór�� re��t�v�mente � certos dom�n�os (por exemp�o, tudo o que provoc� o �sco), t�mbém n� estét�c� do cóm�co o r�so n�o pode ser de esc�rn�o. E�e é c�t�rt�co, e �sso s��n�fic� que n�o nos �nst��� no esp�ço d� n�turez�, m�s no do esp�r�to. D�� � re��ç�o entre humor e �nte���ênc��, entre o r�so e o �nte�ecto. Ber�son, n� su� teor�� do r�so, formu�� mu�to c��r�mente est� re��ç�o: « O cóm�co ex��e, p�r� produz�r todo o seu efe�to, um� �nestes�� moment�ne� do cor�ç�o: e�e d�r��e-se � pur� �nte���ênc�� ». Se�undo Ber�son, o r�so é um produto exc�us�vo d� �nte���ênc�� e, por conse�u�nte, ne�e d�-se o tr�unfo do �nte�ecto.
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R�r é sempre um r�r de qu��quer co�s� ou de ���uém. Per�unt�-se sempre � quem r� do que é que est� � r�r. Por conse�u�nte, o r�so é essenc���mente um� re��ç�o com o mundo, �sto é, determ�n�-se no encontro com o mot�vo que é � su� or��em. M���n Kunder� é o escr�tor contempor�neo que m��s v��or�zou o r�so, f�zendo de�e um� �rm� poderos� com mu�t�s funções: o r�so que denunc�� e r�d�cu��r�z� � bêt�se tot���t�r�� d� �deo�o���; o r�so que d�sso�ve os �rreb�t�mentos rom�nt�cos e cr�� um� proteç�o contr� o �mor e � p��x�o; o r�so onde se vem ��o��r � crue�d�de do cóm�co, reve��ndo � �ns��n�fic�nc�� de tudo. P�r� Kunder�, o r�so é o m��or �n�m��o dok�tsch e � su� m�n�fest�ç�o tem um v��or de pens�mento, estét�co e cr�t�co, enqu�nto d�mensões �nextr�c�ve�s. N�o �dm�r�, por �sso, que este escr�tor e��bore um� teor�� e um� h�stór�� do rom�nce que têm no seu centro o humor e o r�so. De t�� modo que � morte do r�so s��n�fic�r�� necess�r��mente � morte do rom�nce. R�be���s, Cerv�ntes, Sterne, Vo�t��re – e�s os �r�ndes �nventores do esp�r�to moderno, �sto é, os �nventores do r�so, �� que Kunder� entende que este « n�o é um� pr�t�c� �memor��� » e que est� �ntr�nsec�mente ����do �o n�sc�mento do rom�nce. D�� que, em 1992, tenh� �nterv�ndo no �po�o � S��m�n Rushd�e, contr� � f�tw� ��nç�d� pe��s �utor�d�des re����os�s do Ir�o, com um texto que se �nt�tu��v�: «Le �our où P�nur�e ne fer� p�us r�re ». O d�� em que se des�p�recesse o r�so que vem de P�nur�e – � person��em de R�be���s – e che�� �té nós com um d�spos�t�vo poderoso, ser�� o fim de um tempo (� époc� modern�) e de um� cu�tur�, �ss�m como do �énero ��ter�r�o que �hes corresponde no m��s ��to �r�u: o rom�nce. Um t�� des�p�rec�mento p�rece �nveros�m��, o humor p�rece um� c�te�or�� etern�, m�s Kunder� �ch� que n�o: «O humor n�o est� �� desde sempre, e nem est� �� p�r� sempre. Com �r�nde tr�stez�, penso no d�� em que P�nur�e �� n�o f�r� r�r ». Kunder� t�nh� conhec�do, nos seus tempos de Pr���, um re��me po��t�co que quer�� supr�m�r o r�so, �� que o cons�der�v� – e com tod� � r�z�o – um �n�m��o. O r�so é um �nt�doto contr� tod� � �deo�o���. T�mbém em Pr���, n� se�und� déc�d� do sécu�o XX, um outro escr�to checo, Fr�nz K�fk�, des�fi�-nos � pens�r os en��m�s do humor. Se�undo o testemunho do seu �m��o M�x Brod, e�e �ost�v� de �er em voz ��t�, p�r� os co�e��s do escr�tór�o d� ��ênc�� de se�uros onde tr�b��h�v�, ���um�s d�s su�s « h�stór��s». E cont� que �eu A Met�mor fose, e que r�u mu�to com os co�e��s dur�nte � �e�tur�. S�o mu�t�s e mu�to d�ferentes
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mundos �nfer�ores. A coméd�� do protofi�ósofo mostr� que nem � m��s �r�ve d�s �t�v�d�des é �mune �o r�so, b�st� p�r� �sso que ne�� se ver�fique � co��s�o entre do�s mundos �nt��ón�cos, �ncomp�t�ve�s. Neste c�so, h� um choque v�o�ento – com�c�mente v�o�ento, como nos mostr� � �t�tude d� �ovem escr�v� que o testemunhou – entre do�s conce�tos �ncomp�t�ve�s de re���d�de. O des�p�rec�mento do se�undo ��vro d� Poét�c� de Ar�stóte�es, ded�c�do � coméd��, pr�vou-nos de um� compreens�o d� or��em e do s��n�fic�do do cóm�co e do r�so no pens�mento oc�dent��. Um� vez des�p�rec�do esse ��vro, � tr��éd�� ��nhou um �u��r de pr�m�z��. A�nd� �ss�m, mesmo sem ess� se�und� p�rte d� Poét�c� , Ar�stóte�es é um� fonte �mport�nte p�r� um� teor�� do r�so, em opos�ç�o �o �scet�smo de P��t�o, que re�e�t�v� �mbos os extremos d� emot�v�d�de: o choro e o r�so. Ar�stóte�es rev��or�z� �s p��xões e � corpore�d�de, como est� bem p� tente n� su� conceç�o d� c�t�rse, própr�� d� tr��éd��, enqu�nto despotenc��mento d�s p��xões. Ass�m, t�� como � tr��éd�� é um� pur�fic�ç�o dos sent�mentos do�orosos d� p�ed�de e do terror, � coméd�� é um� pur�fic�ç�o do sent�mento do r�d�cu�o. Em �mb�s – � tr��éd�� e � coméd�� – é necess�r�o reconqu�st�r �o contro�o d� r� z�o �s forç�s emoc�on��s que s�o �s su�s fontes. Neste sent�do, o r�so é um est�do corpóreo-emot�vo que, estet�c�mente tr�nsfi�ur�do, d� or��em �o fenómeno do cóm�co, que é de f�cto o sent�mento do r�d�cu�o pur�fic�do (� c�t�rse est�, por conse�u�nte, �nscr�t� n� m�mes�s). Um� estét�c� do cóm�co remont� po�s, obr���tor��mente, � Ar�stóte�es. E�s um� re�r� fund�ment�� que o �utor d� Poét�c� est�be�ece p�r� o cóm�co: n�o se deve r�r de quem se ode�� nem de quem se tem pen�. T�� como � estét�c� do be�o, como defender� K�nt, é contr�d�tór�� re��t�v�mente � certos dom�n�os (por exemp�o, tudo o que provoc� o �sco), t�mbém n� estét�c� do cóm�co o r�so n�o pode ser de esc�rn�o. E�e é c�t�rt�co, e �sso s��n�fic� que n�o nos �nst��� no esp�ço d� n�turez�, m�s no do esp�r�to. D�� � re��ç�o entre humor e �nte���ênc��, entre o r�so e o �nte�ecto. Ber�son, n� su� teor�� do r�so, formu�� mu�to c��r�mente est� re��ç�o: « O cóm�co ex��e, p�r� produz�r todo o seu efe�to, um� �nestes�� moment�ne� do cor�ç�o: e�e d�r��e-se � pur� �nte���ênc�� ». Se�undo Ber�son, o r�so é um produto exc�us�vo d� �nte���ênc�� e, por conse�u�nte, ne�e d�-se o tr�unfo do �nte�ecto.
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�s fi�ur�s que sob o nome de « K�fk� » puder�m ser �m���n�d�s e e��bor�d�s como ch�ves de �e�tur�. H� ho�e um� mu�t�d�o de « K�fk�s» � d�spos�ç�o dos �e�tores. M�s � fi�ur� do escr�tor cóm�co, que r� d�s su�s própr��s h�stór��s, é t��vez � m��s en��m�t�c� e contr�d�tór�� de tod�s. No ent�nto, �pur�ndo � noss� �tenç�o, n�o ser�o �s h�stór��s e p�r�bo��s k�fk��n�s p�ss�ve�s de ser ��d�s em ch�ve cóm�c�? N�o ser�o e��s � prov� de um� fund�ment�� �mb��u�d�de que o r�so tr�z cons��o e que f�z de�e � express�o de um sent�mento dup�o e �mb��uo? N�o ser� por �sso que um r�so fr�vo�o se ext�n�ue sem se conse�u�r tr�nsfi�ur�r estet�c�mente no cóm�co? O que o r�so n�o suport�, o que o �nu�� �med��t�mente, é � �n���se do que ne�e se m�n�fest�, ou se��, o r�d�cu�o. E ��, qu�ndo e�e se �p���, �p�recem os e�ementos d� v�d� em que e�e se retr�t� e encontr� os seus confins. E�e reve�� ent�o � su� �nt�m� �mb��u�d�de. E�s um� cen� c��ss�c� dess� �mb��u�d�de: um r�so �berto que de repente fic� suspenso e depo�s d� �u��r � m�n�fest�ç�o de um sent�mento do�oroso. É que no r�so est�o em c�us� forç�s d� v�d� que podem opor-se � ��e�r�� e � fe��c�d�de. A propós�to: ���uém d�sse que reflet�r sobre o r�so nos torn� me��ncó��cos. B�ude���re, num texto de 1855, «De �’essence du r�re et �énér��ement du com�que d�ns �es �rts p��st�ques», d�z que o r�so pode ser s�n�� de um� �r�ndez� �nfin�t� ou de um� m�sér�� �nfin�t�: m�sér�� �nfin�t� re��t�v�mente �o Ser �bso�uto; �r�ndez� �nfin�t� re��t�v�mente �os �n�m��s, que n�o conhecem � f�cu�d�de do r�so. A���s, se�undo um� �nt��� m�x�m�, nem Deus nem os �n�m��s r�em. O r�so pertence de m�ne�r� essenc��� e or���n�r�� � ex�stênc�� hum�n�. É porque o r�so é hum�no, dem�s��do hum�no, que e�e se tornou ob�eto de ex�me �pur�do por p�rte dos fis�onom�st�s. O fi�ósofo ��em�o Jo�ch�m R�tter c�t� num ens��o sobre o r�so, �nc�u�do num� reco�h� de ens��os com o t�tu�o �er�� de «Sub�ekt�v�t�t » (1974), um estudo de fis�onom�� de 1533 onde é fe�t� est� c��ss�fic�ç�o: «Os �oucos e os homens que d�spõem de um �r�nde exérc�to r�em mu�t�ss�mo. Quem r� por co�s�s �rre�ev�ntes é ��m�t�do, fr�vo�o, vo�úve�, crédu�o e �n�énuo. Quem em�te só r�r�mente um� breve r�s�d� é est�ve�, sens�to, firme, reserv�do, fie�, ��bor�oso. Quem r� de m�ne�r� troc�st� é �rro��nte, f��so, �r�sc�ve�, ment�roso, des�e�� ». Jo�ch�m R�tter mostr� t�mbém que o r�so compreende mu�t�s v�r�ed�des, como se torn� ev�dente pe�� �on�� ��st� de
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R�r é sempre um r�r de qu��quer co�s� ou de ���uém. Per�unt�-se sempre � quem r� do que é que est� � r�r. Por conse�u�nte, o r�so é essenc���mente um� re��ç�o com o mundo, �sto é, determ�n�-se no encontro com o mot�vo que é � su� or��em. M���n Kunder� é o escr�tor contempor�neo que m��s v��or�zou o r�so, f�zendo de�e um� �rm� poderos� com mu�t�s funções: o r�so que denunc�� e r�d�cu��r�z� � bêt�se tot���t�r�� d� �deo�o���; o r�so que d�sso�ve os �rreb�t�mentos rom�nt�cos e cr�� um� proteç�o contr� o �mor e � p��x�o; o r�so onde se vem ��o��r � crue�d�de do cóm�co, reve��ndo � �ns��n�fic�nc�� de tudo. P�r� Kunder�, o r�so é o m��or �n�m��o dok�tsch e � su� m�n�fest�ç�o tem um v��or de pens�mento, estét�co e cr�t�co, enqu�nto d�mensões �nextr�c�ve�s. N�o �dm�r�, por �sso, que este escr�tor e��bore um� teor�� e um� h�stór�� do rom�nce que têm no seu centro o humor e o r�so. De t�� modo que � morte do r�so s��n�fic�r�� necess�r��mente � morte do rom�nce. R�be���s, Cerv�ntes, Sterne, Vo�t��re – e�s os �r�ndes �nventores do esp�r�to moderno, �sto é, os �nventores do r�so, �� que Kunder� entende que este « n�o é um� pr�t�c� �memor��� » e que est� �ntr�nsec�mente ����do �o n�sc�mento do rom�nce. D�� que, em 1992, tenh� �nterv�ndo no �po�o � S��m�n Rushd�e, contr� � f�tw� ��nç�d� pe��s �utor�d�des re����os�s do Ir�o, com um texto que se �nt�tu��v�: «Le �our où P�nur�e ne fer� p�us r�re ». O d�� em que se des�p�recesse o r�so que vem de P�nur�e – � person��em de R�be���s – e che�� �té nós com um d�spos�t�vo poderoso, ser�� o fim de um tempo (� époc� modern�) e de um� cu�tur�, �ss�m como do �énero ��ter�r�o que �hes corresponde no m��s ��to �r�u: o rom�nce. Um t�� des�p�rec�mento p�rece �nveros�m��, o humor p�rece um� c�te�or�� etern�, m�s Kunder� �ch� que n�o: «O humor n�o est� �� desde sempre, e nem est� �� p�r� sempre. Com �r�nde tr�stez�, penso no d�� em que P�nur�e �� n�o f�r� r�r ». Kunder� t�nh� conhec�do, nos seus tempos de Pr���, um re��me po��t�co que quer�� supr�m�r o r�so, �� que o cons�der�v� – e com tod� � r�z�o – um �n�m��o. O r�so é um �nt�doto contr� tod� � �deo�o���. T�mbém em Pr���, n� se�und� déc�d� do sécu�o XX, um outro escr�to checo, Fr�nz K�fk�, des�fi�-nos � pens�r os en��m�s do humor. Se�undo o testemunho do seu �m��o M�x Brod, e�e �ost�v� de �er em voz ��t�, p�r� os co�e��s do escr�tór�o d� ��ênc�� de se�uros onde tr�b��h�v�, ���um�s d�s su�s « h�stór��s». E cont� que �eu A Met�mor fose, e que r�u mu�to com os co�e��s dur�nte � �e�tur�. S�o mu�t�s e mu�to d�ferentes
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�d�et�vos que servem p�r� qu���fic�-�o: «fr�co ou �mp�o, �eve ou ru�doso, hum��de e cont�do, �é��do, �nterm�tente, �berto, ��udo e estr�dente ou �eve, c��oroso ou s��enc�oso, fr �o e c�ust�co, mesqu�nho, c�ns�do, desenfre�do, esc�rn�nho, tr�ste, s�n�stro ou cord���». M�che� Fouc�u�t conse�u�u que �s su�s f�mos�s ��r���h�d�s entr�ssem n� c��ss�fic�ç�o de um� espéc�e de ethos fi�osófico, com um ��c�nce c�te�or��� t�o �mport�nte como � �ron�� de Sócr�tes ou o r�so sober�no e sem remorsos de N�etzsche. Se�undo um� �nt��� m�x�m�, Deus n�o r�. Nem os �n�m��s r�em. O r�so pertence de m�ne�r� essenc��� e or���n�r�� �o hum�no e est� ����do � ordem do mundo e d� v�d�. O r�so é s�t�n�co, o cóm�co é um e�emento de or��em d��bó��c�: é est� � tese fund�ment�� de B�ude���re, nesse ens��o de 1855. Tem�t�z�ndo � quest�o do r�so em termos mor��s, met�f�s�cos, teo�ó��cos, B�ude���re tr�ç� um� equ�v��ênc�� entre o r�so e o m��. O r�so é, p�r� e�e, o s��no d� cond�ç�o do homem depo�s d� qued�: no p�r��so terrestre, onde tod�s �s co�s�s cr��d�s er�m bo�s, est�v� exc�u�d� � express�o do r�so. N� e��bor�ç�o teór�c� de B�ude���re, o cóm�co só pode ter or��em no �b�smo, no fundo s�t�n�co d� ex�stênc��: «É certo […] que o r�so hum�no est� �nt�m�mente ����do �o �c�dente de um� qued� �nt���, de um� de�r�d�ç�o f�s�c� e mor�� […] No p�r��so terrestre, �sto é, no �mb�ente em que p�rec�� �o homem que tod�s �s co�s�s cr��d�s er�m bo�s, � ��e�r�� n�o est�v� no r�so. N�o tendo nenhum m�� que o �fl���sse, o seu rosto er� s�mp�es, e o r�so que ���t� ��or� �s n�ções n�o deform�v� n�d� os tr�ços d� su� f�ce. O r�so e �s ���r�m�s n�o podem d�r-se � ver no p�r��so d�s de��c��s». P�r� B�ude���re, o r�so é �té, num certo sent�do, m��s terr�ve� do que � dor, porque é �med��t�mente s�t�n�co, n� med�d� em que é um� her�nç� d� cu�p� �uc�fer�n�. O r�so é, de f�cto, um� prov� do or�u�ho desmesur�do do homem que, ne�e, ce�ebr� � su� vont�de de �uto�firm�ç�o e � �de�� d� su� super�or�d�de. O cóm�co é, d�z B�ude���re «um dos numerosos c�roços d� m�ç�». Em B�ude���re, � des�oc�ç�o do r�so p�r� um p��no met�f�s�co e mor�� deve ser v�st� em confronto com �s observ�ções teór�c�s de Sch�e�e�, que t�nh� est�be�ec�do um� re��ç�o entre o fe�o e o r�d�cu�o, �mbos n� or��em d� ener��� que é submet�d� � tr�nsfi�ur�ç�o e � c�t�rse. N� su� conceç�o do r�so, Sch�e�e� confin�-se � um �mb�to estét�co. M�s de enorme �mport�nc��, n� su� teor�� desenvo�v�d� num texto de 1794 sobre os v��ores estét�cos d� coméd�� �re��, é o reconhec�mento do fund�mento �rc��co de
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�s fi�ur�s que sob o nome de « K�fk� » puder�m ser �m���n�d�s e e��bor�d�s como ch�ves de �e�tur�. H� ho�e um� mu�t�d�o de « K�fk�s» � d�spos�ç�o dos �e�tores. M�s � fi�ur� do escr�tor cóm�co, que r� d�s su�s própr��s h�stór��s, é t��vez � m��s en��m�t�c� e contr�d�tór�� de tod�s. No ent�nto, �pur�ndo � noss� �tenç�o, n�o ser�o �s h�stór��s e p�r�bo��s k�fk��n�s p�ss�ve�s de ser ��d�s em ch�ve cóm�c�? N�o ser�o e��s � prov� de um� fund�ment�� �mb��u�d�de que o r�so tr�z cons��o e que f�z de�e � express�o de um sent�mento dup�o e �mb��uo? N�o ser� por �sso que um r�so fr�vo�o se ext�n�ue sem se conse�u�r tr�nsfi�ur�r estet�c�mente no cóm�co? O que o r�so n�o suport�, o que o �nu�� �med��t�mente, é � �n���se do que ne�e se m�n�fest�, ou se��, o r�d�cu�o. E ��, qu�ndo e�e se �p���, �p�recem os e�ementos d� v�d� em que e�e se retr�t� e encontr� os seus confins. E�e reve�� ent�o � su� �nt�m� �mb��u�d�de. E�s um� cen� c��ss�c� dess� �mb��u�d�de: um r�so �berto que de repente fic� suspenso e depo�s d� �u��r � m�n�fest�ç�o de um sent�mento do�oroso. É que no r�so est�o em c�us� forç�s d� v�d� que podem opor-se � ��e�r�� e � fe��c�d�de. A propós�to: ���uém d�sse que reflet�r sobre o r�so nos torn� me��ncó��cos. B�ude���re, num texto de 1855, «De �’essence du r�re et �énér��ement du com�que d�ns �es �rts p��st�ques», d�z que o r�so pode ser s�n�� de um� �r�ndez� �nfin�t� ou de um� m�sér�� �nfin�t�: m�sér�� �nfin�t� re��t�v�mente �o Ser �bso�uto; �r�ndez� �nfin�t� re��t�v�mente �os �n�m��s, que n�o conhecem � f�cu�d�de do r�so. A���s, se�undo um� �nt��� m�x�m�, nem Deus nem os �n�m��s r�em. O r�so pertence de m�ne�r� essenc��� e or���n�r�� � ex�stênc�� hum�n�. É porque o r�so é hum�no, dem�s��do hum�no, que e�e se tornou ob�eto de ex�me �pur�do por p�rte dos fis�onom�st�s. O fi�ósofo ��em�o Jo�ch�m R�tter c�t� num ens��o sobre o r�so, �nc�u�do num� reco�h� de ens��os com o t�tu�o �er�� de «Sub�ekt�v�t�t » (1974), um estudo de fis�onom�� de 1533 onde é fe�t� est� c��ss�fic�ç�o: «Os �oucos e os homens que d�spõem de um �r�nde exérc�to r�em mu�t�ss�mo. Quem r� por co�s�s �rre�ev�ntes é ��m�t�do, fr�vo�o, vo�úve�, crédu�o e �n�énuo. Quem em�te só r�r�mente um� breve r�s�d� é est�ve�, sens�to, firme, reserv�do, fie�, ��bor�oso. Quem r� de m�ne�r� troc�st� é �rro��nte, f��so, �r�sc�ve�, ment�roso, des�e�� ». Jo�ch�m R�tter mostr� t�mbém que o r�so compreende mu�t�s v�r�ed�des, como se torn� ev�dente pe�� �on�� ��st� de
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onde provém � ener��� cóm�c�. Sch�e�e� refere-se, ��, �s s�turn��s e �o c�rn�v��: « Em �er��, � ��berd�de é represent�d� pe�� �bo��ç�o de tod�s �s b�rre�r�s ». Como fo� mostr�do sobretudo por B�kht�ne, o c�rn�v�� define-se como um tempo em que v��or� � �e� d� �usênc�� de �e�. Num �mb�to c�rn�v��esco, o r�so n�sce do sent�mento de que �s ve�h�s �e�s s�o �mpotentes e de que o nomos é tr�ns�red�do e �té des�e��t�m�do. M�s é prec�so que o tempo d� tr�ns�ress�o se�� um �nterv��o, n�o pode ser um� estrutur� perm�nente d� ex�stênc��. Se �ss�m n�o fosse, o r�so perder�� � c�p�c�d�de de tr�ns�ress�o e �nsurre�ç�o. Se � v�d� fosse �nte�r�mente coméd��, torn�r-se-�� �mposs�ve� o �nterv��o, � « cr�se» cóm�c�, � redenç�o que o r�so represent�. Podemos ver �qu� � d�ferenç� entre o c�r�ter de recr��ç�o e re�ener�ç�o, que é própr�o do cóm�co �utênt�co, e o c�r�ter de d�vert�mento � que o cóm�co se ��m�t� qu�ndo o r�so é comp�et�mente soc����z�do e, em vez de �nu��r o nomos, pe�o contr�r�o �té o prote�e d� tr�ns�ress�o. No cóm�co c�rn�v��esco em que pens� Sch�e�e�, tr�t�-se d� com�c�d�de de um est�do de exceç�o. N� su� teor�� sobre � essênc�� do r�so, B�ude���re cr�� do�s conce�tos �nt�tét�cos �mport�ntes: cóm�co s��n�fic�t�vo e cóm�co �bso�uto. De cert� m�ne�r�, e�es recobrem um� ve�h� d�st�nç�o entre � esfer� do cóm�co «puro» (o cóm�co como sub��m�ç�o d� v�d� n� �rte, n� fru�ç�o estét�c� des�nteress�d�) e � esfer� do cóm�co «�nteress�do» (s��no de um� n�o comp�et� �utonom�� d� �rte, de um� d�mens�o estét�c� que tem um fund�mento �ntropo�ó��co). Enqu�nto o r�so do cóm�co s��n�fic�t�vo, o r�so c�us�do pe�o cóm�co de costumes, sempre h�stór�co e cont�n�ente, é um r�so d� �uto�firm�ç�o, d� �mpos�ç�o de h�er�rqu��s e v��ores, e é port�nto um r�so «�mpuro», o cóm�co �bso�uto ou �rotesco é o d� �rr�s�o, é �que�e no qu�� se �ss�ste � um� «pur�fic�ç�o �bso�ut� » do r�so, porque o su�e�to que r�, �ntes de r�r do mundo, r� de s� própr�o. Do ponto de v�st� mund�no, este é um r�so que se qu���fic� como « �bsurdo», m�s p�r� B�ude���re só este r�so �bsurdo que se �utodestró�, só o cóm�co �bso�uto pode rest�be�ecer � cond�ç�o d� hum��d�de, �ev�ndo �que�� « s��ez�» c�p�z de red�m�r os tr�ços de�x�dos pe�o pec�do or���n��: « o r�so c�us�do pe�o �rotesco tem em s� ���o de profundo, de �x�om�t�co e de pr�m�t�vo que se �prox�m� d� v�d� �nocente e d� ��e�r�� �bso�ut� mu�to m��s do que o r�so c�us�do pe�o cóm�co de costumes ».
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�d�et�vos que servem p�r� qu���fic�-�o: «fr�co ou �mp�o, �eve ou ru�doso, hum��de e cont�do, �é��do, �nterm�tente, �berto, ��udo e estr�dente ou �eve, c��oroso ou s��enc�oso, fr �o e c�ust�co, mesqu�nho, c�ns�do, desenfre�do, esc�rn�nho, tr�ste, s�n�stro ou cord���». M�che� Fouc�u�t conse�u�u que �s su�s f�mos�s ��r���h�d�s entr�ssem n� c��ss�fic�ç�o de um� espéc�e de ethos fi�osófico, com um ��c�nce c�te�or��� t�o �mport�nte como � �ron�� de Sócr�tes ou o r�so sober�no e sem remorsos de N�etzsche. Se�undo um� �nt��� m�x�m�, Deus n�o r�. Nem os �n�m��s r�em. O r�so pertence de m�ne�r� essenc��� e or���n�r�� �o hum�no e est� ����do � ordem do mundo e d� v�d�. O r�so é s�t�n�co, o cóm�co é um e�emento de or��em d��bó��c�: é est� � tese fund�ment�� de B�ude���re, nesse ens��o de 1855. Tem�t�z�ndo � quest�o do r�so em termos mor��s, met�f�s�cos, teo�ó��cos, B�ude���re tr�ç� um� equ�v��ênc�� entre o r�so e o m��. O r�so é, p�r� e�e, o s��no d� cond�ç�o do homem depo�s d� qued�: no p�r��so terrestre, onde tod�s �s co�s�s cr��d�s er�m bo�s, est�v� exc�u�d� � express�o do r�so. N� e��bor�ç�o teór�c� de B�ude���re, o cóm�co só pode ter or��em no �b�smo, no fundo s�t�n�co d� ex�stênc��: «É certo […] que o r�so hum�no est� �nt�m�mente ����do �o �c�dente de um� qued� �nt���, de um� de�r�d�ç�o f�s�c� e mor�� […] No p�r��so terrestre, �sto é, no �mb�ente em que p�rec�� �o homem que tod�s �s co�s�s cr��d�s er�m bo�s, � ��e�r�� n�o est�v� no r�so. N�o tendo nenhum m�� que o �fl���sse, o seu rosto er� s�mp�es, e o r�so que ���t� ��or� �s n�ções n�o deform�v� n�d� os tr�ços d� su� f�ce. O r�so e �s ���r�m�s n�o podem d�r-se � ver no p�r��so d�s de��c��s». P�r� B�ude���re, o r�so é �té, num certo sent�do, m��s terr�ve� do que � dor, porque é �med��t�mente s�t�n�co, n� med�d� em que é um� her�nç� d� cu�p� �uc�fer�n�. O r�so é, de f�cto, um� prov� do or�u�ho desmesur�do do homem que, ne�e, ce�ebr� � su� vont�de de �uto�firm�ç�o e � �de�� d� su� super�or�d�de. O cóm�co é, d�z B�ude���re «um dos numerosos c�roços d� m�ç�». Em B�ude���re, � des�oc�ç�o do r�so p�r� um p��no met�f�s�co e mor�� deve ser v�st� em confronto com �s observ�ções teór�c�s de Sch�e�e�, que t�nh� est�be�ec�do um� re��ç�o entre o fe�o e o r�d�cu�o, �mbos n� or��em d� ener��� que é submet�d� � tr�nsfi�ur�ç�o e � c�t�rse. N� su� conceç�o do r�so, Sch�e�e� confin�-se � um �mb�to estét�co. M�s de enorme �mport�nc��, n� su� teor�� desenvo�v�d� num texto de 1794 sobre os v��ores estét�cos d� coméd�� �re��, é o reconhec�mento do fund�mento �rc��co de
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C�t�ndo um� fr�se de Bossuet, «Le s��e ne r�t qu’en tremb��nt », B�ude���re coment� est� sever�d�de do pens�mento de Bossuet, d�zendo: « O s�b�o treme por ter r�do; o s�b�o rece�� o r�so, �ss�m como rece�� os espet�cu�os mund�nos e � concup�scênc��. E�e detém-se � be�r� do r�so como � be�r� d� tent�ç�o. H� port�nto, se�undo o s�b�o, um� cert� contr�d�ç�o secret� entre o seu c�r�ter de s�b�o e o c�r�ter pr�mord��� do r�so». A fi�ur� do s�b�o como �que�e que n�o r� (m�s t�mbém n�o chor�) est� n� or��em de outr� �firm�ç�o de B�ude���re, � pr�me�r� v�st� desconcert�nte, se�undo � qu��, no «�rotesco», « o r�so é � express�o d� �de�� de super�or�d�de, �� n�o do homem sobre o homem, m�s do homem sobre � n�turez�». A super�or�d�de sobre � n�turez� s��n�fic�, �qu� o dese�o de s��r de um� cond�ç�o n�tur�� e p�ss�r p�r� o re�no do esp�r�to. P�r� �preender est� re��ç�o entre cóm�co �bso�uto e �firm�ç�o �nt�n�tur�� do esp�r�to, b�st� record�r � re��ç�o entre cr�me e n�turez�, por um ��do, v�rtude e �rt�f�c�o, por outro, que encontr�mos num escr�to poster�or: Le pe�ntre d� �� v�e moderne. P�rt�cu��rmente s��n�fic�t�v� é t�mbém � re��ç�o que B�ude���re est�be�ece entre o cóm�co �bso�uto e o dom�n�o d� «�rte pe�� �rte». Confront�ndo o cóm�co �bso�uto com o cóm�co s��n�fic�t�vo, «h� entre esses do�s r�sos, �bstr��ndo-nos d� quest�o d� ut���d�de, � mesm� d�ferenç� que ex�ste entre � esco�� ��ter�r�� �nteress�d� e � esco�� d� �rte pe�� �rte ». A �rte pe�� �rte é o re�no d� �rte desv�ncu��d� d� n�turez�, d� �rte n�o como �m�t�ç�o, m�s como cr��ç�o, remet�d� p�r� s� mesmo e, port�nto, ��bert� d� m�ss�o soc��� que � submeter�� tot��mente �o dom�n�o d� cont�n�ênc�� h�stór�c� �n�m��� d� be�ez�. Est�mos �qu� mu�to �on�e de Sch�e�e�, � p�rt�r do momento em que o r�so c�rn�v��esco, � d�mens�o or���n�r�� do r�so, �� n�o é v�sto como fonte ener�ét�c� �nd�ferenc��d� do processo cóm�co. A d�st�nç�o b�ude���r��n� entre cóm�co s��n�fic�t�vo e cóm�co �bso�uto pro�on�� de cert� m�ne�r� du�s �r�ndes ��nh�s teór�c�s re��t�v�s � c�te�or�z�ç�o do cóm�co. H�, por um ��do, como or��em do r�so, � ��nh� c�t�rt�c�, d� seren�d�de e d� ��e�r��, que vê no cóm�co � reso�uç�o e � super�ç�o d� confl�tu���d�de. É � tr�d�ç�o «s��v�fic�», n� qu�� se �nscrevem, � v�r�os t�tu�os, � �ron�� de Sócr�tes, o cóm�co c�rn�v��esco de R�be���s, o r�so como fim de um est�do de tens�o, em K�nt. Ao contr�r�o do c��ss�c�smo, que exc�u�u o cóm�co do seu hor�zonte teór�co, � estét�c� do �de���smo ��em�o confer�u-�he p�en� �e��t�m�d�de, �o tent�r res��t�r estet�c�mente o n�o be�o ou mesmo o fe�o
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onde provém � ener��� cóm�c�. Sch�e�e� refere-se, ��, �s s�turn��s e �o c�rn�v��: « Em �er��, � ��berd�de é represent�d� pe�� �bo��ç�o de tod�s �s b�rre�r�s ». Como fo� mostr�do sobretudo por B�kht�ne, o c�rn�v�� define-se como um tempo em que v��or� � �e� d� �usênc�� de �e�. Num �mb�to c�rn�v��esco, o r�so n�sce do sent�mento de que �s ve�h�s �e�s s�o �mpotentes e de que o nomos é tr�ns�red�do e �té des�e��t�m�do. M�s é prec�so que o tempo d� tr�ns�ress�o se�� um �nterv��o, n�o pode ser um� estrutur� perm�nente d� ex�stênc��. Se �ss�m n�o fosse, o r�so perder�� � c�p�c�d�de de tr�ns�ress�o e �nsurre�ç�o. Se � v�d� fosse �nte�r�mente coméd��, torn�r-se-�� �mposs�ve� o �nterv��o, � « cr�se» cóm�c�, � redenç�o que o r�so represent�. Podemos ver �qu� � d�ferenç� entre o c�r�ter de recr��ç�o e re�ener�ç�o, que é própr�o do cóm�co �utênt�co, e o c�r�ter de d�vert�mento � que o cóm�co se ��m�t� qu�ndo o r�so é comp�et�mente soc����z�do e, em vez de �nu��r o nomos, pe�o contr�r�o �té o prote�e d� tr�ns�ress�o. No cóm�co c�rn�v��esco em que pens� Sch�e�e�, tr�t�-se d� com�c�d�de de um est�do de exceç�o. N� su� teor�� sobre � essênc�� do r�so, B�ude���re cr�� do�s conce�tos �nt�tét�cos �mport�ntes: cóm�co s��n�fic�t�vo e cóm�co �bso�uto. De cert� m�ne�r�, e�es recobrem um� ve�h� d�st�nç�o entre � esfer� do cóm�co «puro» (o cóm�co como sub��m�ç�o d� v�d� n� �rte, n� fru�ç�o estét�c� des�nteress�d�) e � esfer� do cóm�co «�nteress�do» (s��no de um� n�o comp�et� �utonom�� d� �rte, de um� d�mens�o estét�c� que tem um fund�mento �ntropo�ó��co). Enqu�nto o r�so do cóm�co s��n�fic�t�vo, o r�so c�us�do pe�o cóm�co de costumes, sempre h�stór�co e cont�n�ente, é um r�so d� �uto�firm�ç�o, d� �mpos�ç�o de h�er�rqu��s e v��ores, e é port�nto um r�so «�mpuro», o cóm�co �bso�uto ou �rotesco é o d� �rr�s�o, é �que�e no qu�� se �ss�ste � um� «pur�fic�ç�o �bso�ut� » do r�so, porque o su�e�to que r�, �ntes de r�r do mundo, r� de s� própr�o. Do ponto de v�st� mund�no, este é um r�so que se qu���fic� como « �bsurdo», m�s p�r� B�ude���re só este r�so �bsurdo que se �utodestró�, só o cóm�co �bso�uto pode rest�be�ecer � cond�ç�o d� hum��d�de, �ev�ndo �que�� « s��ez�» c�p�z de red�m�r os tr�ços de�x�dos pe�o pec�do or���n��: « o r�so c�us�do pe�o �rotesco tem em s� ���o de profundo, de �x�om�t�co e de pr�m�t�vo que se �prox�m� d� v�d� �nocente e d� ��e�r�� �bso�ut� mu�to m��s do que o r�so c�us�do pe�o cóm�co de costumes ».
C�t�ndo um� fr�se de Bossuet, «Le s��e ne r�t qu’en tremb��nt », B�ude���re coment� est� sever�d�de do pens�mento de Bossuet, d�zendo: « O s�b�o treme por ter r�do; o s�b�o rece�� o r�so, �ss�m como rece�� os espet�cu�os mund�nos e � concup�scênc��. E�e detém-se � be�r� do r�so como � be�r� d� tent�ç�o. H� port�nto, se�undo o s�b�o, um� cert� contr�d�ç�o secret� entre o seu c�r�ter de s�b�o e o c�r�ter pr�mord��� do r�so». A fi�ur� do s�b�o como �que�e que n�o r� (m�s t�mbém n�o chor�) est� n� or��em de outr� �firm�ç�o de B�ude���re, � pr�me�r� v�st� desconcert�nte, se�undo � qu��, no «�rotesco», « o r�so é � express�o d� �de�� de super�or�d�de, �� n�o do homem sobre o homem, m�s do homem sobre � n�turez�». A super�or�d�de sobre � n�turez� s��n�fic�, �qu� o dese�o de s��r de um� cond�ç�o n�tur�� e p�ss�r p�r� o re�no do esp�r�to. P�r� �preender est� re��ç�o entre cóm�co �bso�uto e �firm�ç�o �nt�n�tur�� do esp�r�to, b�st� record�r � re��ç�o entre cr�me e n�turez�, por um ��do, v�rtude e �rt�f�c�o, por outro, que encontr�mos num escr�to poster�or: Le pe�ntre d� �� v�e moderne. P�rt�cu��rmente s��n�fic�t�v� é t�mbém � re��ç�o que B�ude���re est�be�ece entre o cóm�co �bso�uto e o dom�n�o d� «�rte pe�� �rte». Confront�ndo o cóm�co �bso�uto com o cóm�co s��n�fic�t�vo, «h� entre esses do�s r�sos, �bstr��ndo-nos d� quest�o d� ut���d�de, � mesm� d�ferenç� que ex�ste entre � esco�� ��ter�r�� �nteress�d� e � esco�� d� �rte pe�� �rte ». A �rte pe�� �rte é o re�no d� �rte desv�ncu��d� d� n�turez�, d� �rte n�o como �m�t�ç�o, m�s como cr��ç�o, remet�d� p�r� s� mesmo e, port�nto, ��bert� d� m�ss�o soc��� que � submeter�� tot��mente �o dom�n�o d� cont�n�ênc�� h�stór�c� �n�m��� d� be�ez�. Est�mos �qu� mu�to �on�e de Sch�e�e�, � p�rt�r do momento em que o r�so c�rn�v��esco, � d�mens�o or���n�r�� do r�so, �� n�o é v�sto como fonte ener�ét�c� �nd�ferenc��d� do processo cóm�co. A d�st�nç�o b�ude���r��n� entre cóm�co s��n�fic�t�vo e cóm�co �bso�uto pro�on�� de cert� m�ne�r� du�s �r�ndes ��nh�s teór�c�s re��t�v�s � c�te�or�z�ç�o do cóm�co. H�, por um ��do, como or��em do r�so, � ��nh� c�t�rt�c�, d� seren�d�de e d� ��e�r��, que vê no cóm�co � reso�uç�o e � super�ç�o d� confl�tu���d�de. É � tr�d�ç�o «s��v�fic�», n� qu�� se �nscrevem, � v�r�os t�tu�os, � �ron�� de Sócr�tes, o cóm�co c�rn�v��esco de R�be���s, o r�so como fim de um est�do de tens�o, em K�nt. Ao contr�r�o do c��ss�c�smo, que exc�u�u o cóm�co do seu hor�zonte teór�co, � estét�c� do �de���smo ��em�o confer�u-�he p�en� �e��t�m�d�de, �o tent�r res��t�r estet�c�mente o n�o be�o ou mesmo o fe�o
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que o c��ss�c�smo t�nh� expu�s�do comp�et�mente. Lembremo-nos do e�o��o que W�ncke�m�nn, o�h�ndo p�r� � �rte �re�� como mode�o de um� estét�c� �po��n�c�, fez d� «qu�et� �r�ndez� e h�rmon�� seren� » que er� p�r� e�e � m�rc� de todo o c��ss�c�smo. A se�und� ��nh� �� n�o é � d� �e��t�m�ç�o do cóm�co pe�� tr�nsfi�ur�ç�o estét�c�, m�s � que o reduz � mero momento v�t��. É �qu�, se�u�ndo est� ��nh�, que v�mos encontr�r, �� no sécu�o XX, �s teor��s de Ber�son e de Freud. Ber�son qu�se n�o d� �tenç�o �o v��or estét�co do cóm�co. P�r� e�e, tr�t�-se de um t�po de �rte �nfer�or, de « qu�se-�rte », que se b�se�� n� �m�t�ç�o reprodut�v�, m��s do que n� cr��ç�o. O dom�n�o d� com�c�d�de, p�r� Ber�son, pertence � v�d� e só num� pequen� p�rte � �rte. A m�n�fest�ç�o estét�c� do r�so, no �mb�to d� modern� coméd�� de c�r�teres, que é o ún�co t�po de cóm�co tem�t�z�do por Ber�son, é um produto d� �nte���ênc�� e v�r�do p�r� � �nte���ênc��. Ex�ste em Ber�son um� espéc�e de c��ss�c�d�de n� conceç�o d� �rte, um� �nt�rrom�nt�smo que se torn� ev�dente no modo como e�e co�oc� o �cento no e�emento «�de��» como momento const�tut�vo do v��or estét�co. Por �sso, o cóm�co é p�r� e�e ���o como um dr�m� �nterno � �nte���ênc��. E �sso est� �mp��c�to n� su� fórmu�� se�undo � qu�� o cóm�co é ���o � me�o c�m�nho entre � �rte e � v�d�. Em opos�ç�o � époc� em que v�veu e � su� fr�quez�, B��z�c proc��m� o « p�nt��rue��smo» e f�z �pe�o �o esp�r�to-�u�� de R�be���s. H� époc�s com um teor m��s e�ev�do de humor e outr�s com um teor m��s b��xo, Do sécu�o XIX, por exemp�o, temos um� �de�� de que se tr�t� de um sécu�o re��t�v�mente dest�tu�do de humor. Pe�o contr�r�o, �s v�n�u�rd�s �rt�st�c�s do �n�c�o do sécu�o XX for�m, em �r�nde med�d�, bem-humor�d�s e recuper�r�m o r�so como �rm�. Se�undo � perspet�v� de N�etzsche, ex�ste o r�so nobre e o r�so v��. O r�so v�� é �que�e do qu�� se pode d�zer: «É só p�r� r�r ». Este r�r por r�r é o contr�r�o do r�so sober�no e corresponde � um reb��x�mento �o n�ve� d�s co�s�s sem �r�v�d�de. No extremo oposto temos o ��to r�so de um K�fk� e de um Beckett, mostr�ndo que o tr���co moderno �c�bou por se confund�r com o cóm�co. Contemos � h�stór�� de um encontro pouco p��us�ve� entre do�s mundos que r�r�mente se ter�o cruz�do: � fi�osofi� e � cr�m�n���d�de; ou de como um cr�m�noso �me�ç� reso�ver � t�ro um d�ferendo fi�osófico.
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A h�stór�� p�ss�-se num� pr�s�o de Bo�onh�, no �n�c�o dos �nos 50 do sécu�o p�ss�do, com um pr�s�one�ro que, enqu�nto chefe de um b�ndo, t�nh� esp��h�do o terror n� re���o e m�t�do ���um�s pesso�s. O nome do b�nd�do é P�o�o C�s�ro�� e, conden�do � pr�s�o perpétu�, obteve em 1979 � ��berd�de por bo� condut� e morreu em 1993. P�rece que o �nteresse reve��do, no c�rcere, pe�� fi�osofi�, fo� um �r�umento � que � �ust�ç� �t����n� fo� perme�ve� p�r� o ��bert�r. M�s ��nd� nos pr�mórd�os do seu enc�rcer�mento, o b�nd�do mostrou-se um �e�tor tem�ve� – �sto é, ���uém p�r� quem � �e�tur� é um �nc�t�mento � p�ss��em �o �to – e um d��, depo�s de ter ��do um ��vro de Benedetto Croce, escreve �o fi�ósofo est� c�rt�: I�ustre e Honr�do Senhor: L� �tent�mente os seus coment�r�os cr�t�cos �o tr�t�do de ped��o��� e d�d�t�c� de K�nt. Des�provo e dep�oro � su� enf�t�c� b�zófi� dup��mente dep�or�ve� pe�o f�cto de que den��re um defunto […]. A su� �nvet�v� é feroz e r�d�cu�� �o mesmo tempo […] A�ém d�sso, soube que se sent�u d�m�nu�do n� su� d��n�d�de de fi�ósofo de me�� -t��e�� porque n�o �he conceder�m o Prém�o Nobe� […] Qu�ndo s��r d�qu�, tr�t�r -�he-e� do pe�o. Cumpr�mentos P. C�s�ro��
O que const�tu� o cóm�co, neste c�so, é o f�cto de no �nter�or do ún�co p��no sem�nt�co s�mp�esmente e �nequ�voc�mente �dm�ss�ve� se �nser�r, de m�ne�r� d�ret� e ostens�v�, um outro p��no sem�nt�co que o pr�me�ro exc�u� em �bso�uto porque �he é hetero�éneo. Re�ress�ndo � f�bu�� do b�nd�do e do fi�ósofo: e se Croce n�o t�vesse morr�do em 1952 e C�s�ro�� t�vesse pod�do s��r d� pr�s�o p�r� reso�ver, d� m�ne�r� promet�d�, �s su�s d�scord�nc��s com o fi�ósofo � propós�to de K�nt? O desfecho f�t�� �nu��r�� todos os �ntecedentes cóm�cos? A tr��éd�� �bo��� � coméd��? O choro d�sso�ver�� o r�so?
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que o c��ss�c�smo t�nh� expu�s�do comp�et�mente. Lembremo-nos do e�o��o que W�ncke�m�nn, o�h�ndo p�r� � �rte �re�� como mode�o de um� estét�c� �po��n�c�, fez d� «qu�et� �r�ndez� e h�rmon�� seren� » que er� p�r� e�e � m�rc� de todo o c��ss�c�smo. A se�und� ��nh� �� n�o é � d� �e��t�m�ç�o do cóm�co pe�� tr�nsfi�ur�ç�o estét�c�, m�s � que o reduz � mero momento v�t��. É �qu�, se�u�ndo est� ��nh�, que v�mos encontr�r, �� no sécu�o XX, �s teor��s de Ber�son e de Freud. Ber�son qu�se n�o d� �tenç�o �o v��or estét�co do cóm�co. P�r� e�e, tr�t�-se de um t�po de �rte �nfer�or, de « qu�se-�rte », que se b�se�� n� �m�t�ç�o reprodut�v�, m��s do que n� cr��ç�o. O dom�n�o d� com�c�d�de, p�r� Ber�son, pertence � v�d� e só num� pequen� p�rte � �rte. A m�n�fest�ç�o estét�c� do r�so, no �mb�to d� modern� coméd�� de c�r�teres, que é o ún�co t�po de cóm�co tem�t�z�do por Ber�son, é um produto d� �nte���ênc�� e v�r�do p�r� � �nte���ênc��. Ex�ste em Ber�son um� espéc�e de c��ss�c�d�de n� conceç�o d� �rte, um� �nt�rrom�nt�smo que se torn� ev�dente no modo como e�e co�oc� o �cento no e�emento «�de��» como momento const�tut�vo do v��or estét�co. Por �sso, o cóm�co é p�r� e�e ���o como um dr�m� �nterno � �nte���ênc��. E �sso est� �mp��c�to n� su� fórmu�� se�undo � qu�� o cóm�co é ���o � me�o c�m�nho entre � �rte e � v�d�. Em opos�ç�o � époc� em que v�veu e � su� fr�quez�, B��z�c proc��m� o « p�nt��rue��smo» e f�z �pe�o �o esp�r�to-�u�� de R�be���s. H� époc�s com um teor m��s e�ev�do de humor e outr�s com um teor m��s b��xo, Do sécu�o XIX, por exemp�o, temos um� �de�� de que se tr�t� de um sécu�o re��t�v�mente dest�tu�do de humor. Pe�o contr�r�o, �s v�n�u�rd�s �rt�st�c�s do �n�c�o do sécu�o XX for�m, em �r�nde med�d�, bem-humor�d�s e recuper�r�m o r�so como �rm�. Se�undo � perspet�v� de N�etzsche, ex�ste o r�so nobre e o r�so v��. O r�so v�� é �que�e do qu�� se pode d�zer: «É só p�r� r�r ». Este r�r por r�r é o contr�r�o do r�so sober�no e corresponde � um reb��x�mento �o n�ve� d�s co�s�s sem �r�v�d�de. No extremo oposto temos o ��to r�so de um K�fk� e de um Beckett, mostr�ndo que o tr���co moderno �c�bou por se confund�r com o cóm�co. Contemos � h�stór�� de um encontro pouco p��us�ve� entre do�s mundos que r�r�mente se ter�o cruz�do: � fi�osofi� e � cr�m�n���d�de; ou de como um cr�m�noso �me�ç� reso�ver � t�ro um d�ferendo fi�osófico.
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2006 – ~ [TV] T�n� Fe�, 30 Rock (Rockefe��er 30 ) 2006 [Ens��o] J�mm� C�rr, Luc� Greeves, The N�ked J�pe: Uncover�n� the H�dden Wor�d of Jokes
A h�stór�� p�ss�-se num� pr�s�o de Bo�onh�, no �n�c�o dos �nos 50 do sécu�o p�ss�do, com um pr�s�one�ro que, enqu�nto chefe de um b�ndo, t�nh� esp��h�do o terror n� re���o e m�t�do ���um�s pesso�s. O nome do b�nd�do é P�o�o C�s�ro�� e, conden�do � pr�s�o perpétu�, obteve em 1979 � ��berd�de por bo� condut� e morreu em 1993. P�rece que o �nteresse reve��do, no c�rcere, pe�� fi�osofi�, fo� um �r�umento � que � �ust�ç� �t����n� fo� perme�ve� p�r� o ��bert�r. M�s ��nd� nos pr�mórd�os do seu enc�rcer�mento, o b�nd�do mostrou-se um �e�tor tem�ve� – �sto é, ���uém p�r� quem � �e�tur� é um �nc�t�mento � p�ss��em �o �to – e um d��, depo�s de ter ��do um ��vro de Benedetto Croce, escreve �o fi�ósofo est� c�rt�: I�ustre e Honr�do Senhor: L� �tent�mente os seus coment�r�os cr�t�cos �o tr�t�do de ped��o��� e d�d�t�c� de K�nt. Des�provo e dep�oro � su� enf�t�c� b�zófi� dup��mente dep�or�ve� pe�o f�cto de que den��re um defunto […]. A su� �nvet�v� é feroz e r�d�cu�� �o mesmo tempo […] A�ém d�sso, soube que se sent�u d�m�nu�do n� su� d��n�d�de de fi�ósofo de me�� -t��e�� porque n�o �he conceder�m o Prém�o Nobe� […] Qu�ndo s��r d�qu�, tr�t�r -�he-e� do pe�o. Cumpr�mentos P. C�s�ro��
O que const�tu� o cóm�co, neste c�so, é o f�cto de no �nter�or do ún�co p��no sem�nt�co s�mp�esmente e �nequ�voc�mente �dm�ss�ve� se �nser�r, de m�ne�r� d�ret� e ostens�v�, um outro p��no sem�nt�co que o pr�me�ro exc�u� em �bso�uto porque �he é hetero�éneo. Re�ress�ndo � f�bu�� do b�nd�do e do fi�ósofo: e se Croce n�o t�vesse morr�do em 1952 e C�s�ro�� t�vesse pod�do s��r d� pr�s�o p�r� reso�ver, d� m�ne�r� promet�d�, �s su�s d�scord�nc��s com o fi�ósofo � propós�to de K�nt? O desfecho f�t�� �nu��r�� todos os �ntecedentes cóm�cos? A tr��éd�� �bo��� � coméd��? O choro d�sso�ver�� o r�so?
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2009 [Rom�nce] Ad�ob� Tr�c�� Nw�ub�n�, I Do Not Come to You B� Ch�nce 2009 – ~ [TV] Demetr� M�rt�n, Import�nt Th�n�s w�th Demetr� M�rt�n
2006 [F��me] Jon�th�n D��ton, V��er�e F�r�s, L�tt�e M�ss Sunsh�ne (Um� F�m���� � Be�r� de um At�que de Nervos, 2006)
2009 [F��me] Todd Ph����ps, The H�n�over (A Ress�c� , 2009)
2006-08 [TV] J�me� Debbouze, J�me� Comed� C�ub
2010 [St�nd-up ] Anthon� Jese�n�k, Sh�kespe�re
2007 [Po�ém�c�] Chr�stopher H�tchens, Wh� Women Aren’t Funn�?
2010 – ~ [TV] Lou�s C.K., Lou�e 2011 [Ens��o] H�rve� M�ndess. L�u�hter �nd L�ber�t�on
2007-12 [TV] S�r�h S��verm�n, Rob Schr�b, D�n H�rmon, The S�r�h S��verm�n Pro�r�m 2007 – ~ [TV] J�mes Bob�n, Bret McKenz�e, Jem��ne C�ement, F���ht of the Conchords
2011 [F��me] O��v�er N�k�che, Er�c To�ed�no, Les Intouch�b�es (Am��os Improv�ve�s, 2012) 2011 [Mus�c��] Tre� P�rker, Robert Lopez, M�tt Stone, The Book of Mormon
2007 [Crón�c�s] R�c�rdo Ar�ú�o Pere�r�, Boc� do Inferno 2011 [St�nd-up ] R�finh� B�stos, A Arte do Insu�to 2008-09 [TV] Produções F�ct�c��s, Os Contempor�neos 2011 [TV] Bruno No�ue�r�, Ú�t�mo � S��r 2008 [TV] M�nue� Jo�o V�e�r�, Um Mundo C�t�t� 2011 – ~ [TV] Produções F�ct�c��s, Est�do de Gr�ç� 2008 [Anto�o���] Nuno Artur S��v�, Inês Fonsec� S�ntos, Anto�o��� do Humor Portu�uês
2011 [St�nd-up ] Lou�s C.K., L�ve �t the Be�con The�ter
2008 [Ens��o] A�enk� Zup�nč�č, The Odd One In, On Comed�
2012 [S�t�r�] Jo�n R�vers, I H�te Ever�one, St�rt�n� W�th me
2008 – ~ [TV] GANA, O Pro�r�m� do A�e�xo
2012 [Ens��o] Fr�nço�s L’Yvonnet, Homo com�cus ou �’�nté�r�sme de �� r��o��de
2009 – ~ [TV] Steven Lev�t�n, Chr�stopher L�o�d, Modern F�m��� (Um� F�m���� Mu�to Modern�)
2012 [F��me] Quent�n T�r�nt�no,D��n�o Unch��ned (D��n�o L�bert�do , 2013)
2009 [Á�bum de Mús�c�] The Lone�� Is��nd, Incred�b�d
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2006 – ~ [TV] T�n� Fe�, 30 Rock (Rockefe��er 30 ) 2006 [Ens��o] J�mm� C�rr, Luc� Greeves, The N�ked J�pe: Uncover�n� the H�dden Wor�d of Jokes
2009 [Rom�nce] Ad�ob� Tr�c�� Nw�ub�n�, I Do Not Come to You B� Ch�nce 2009 – ~ [TV] Demetr� M�rt�n, Import�nt Th�n�s w�th Demetr� M�rt�n
2006 [F��me] Jon�th�n D��ton, V��er�e F�r�s, L�tt�e M�ss Sunsh�ne (Um� F�m���� � Be�r� de um At�que de Nervos, 2006)
2009 [F��me] Todd Ph����ps, The H�n�over (A Ress�c� , 2009)
2006-08 [TV] J�me� Debbouze, J�me� Comed� C�ub
2010 [St�nd-up ] Anthon� Jese�n�k, Sh�kespe�re
2007 [Po�ém�c�] Chr�stopher H�tchens, Wh� Women Aren’t Funn�?
2010 – ~ [TV] Lou�s C.K., Lou�e 2011 [Ens��o] H�rve� M�ndess. L�u�hter �nd L�ber�t�on
2007-12 [TV] S�r�h S��verm�n, Rob Schr�b, D�n H�rmon, The S�r�h S��verm�n Pro�r�m 2007 – ~ [TV] J�mes Bob�n, Bret McKenz�e, Jem��ne C�ement, F���ht of the Conchords
2011 [F��me] O��v�er N�k�che, Er�c To�ed�no, Les Intouch�b�es (Am��os Improv�ve�s, 2012) 2011 [Mus�c��] Tre� P�rker, Robert Lopez, M�tt Stone, The Book of Mormon
2007 [Crón�c�s] R�c�rdo Ar�ú�o Pere�r�, Boc� do Inferno 2011 [St�nd-up ] R�finh� B�stos, A Arte do Insu�to 2008-09 [TV] Produções F�ct�c��s, Os Contempor�neos 2011 [TV] Bruno No�ue�r�, Ú�t�mo � S��r 2008 [TV] M�nue� Jo�o V�e�r�, Um Mundo C�t�t� 2011 – ~ [TV] Produções F�ct�c��s, Est�do de Gr�ç� 2008 [Anto�o���] Nuno Artur S��v�, Inês Fonsec� S�ntos, Anto�o��� do Humor Portu�uês
2011 [St�nd-up ] Lou�s C.K., L�ve �t the Be�con The�ter
2008 [Ens��o] A�enk� Zup�nč�č, The Odd One In, On Comed�
2012 [S�t�r�] Jo�n R�vers, I H�te Ever�one, St�rt�n� W�th me
2008 – ~ [TV] GANA, O Pro�r�m� do A�e�xo
2012 [Ens��o] Fr�nço�s L’Yvonnet, Homo com�cus ou �’�nté�r�sme de �� r��o��de
2009 – ~ [TV] Steven Lev�t�n, Chr�stopher L�o�d, Modern F�m��� (Um� F�m���� Mu�to Modern�)
2012 [F��me] Quent�n T�r�nt�no,D��n�o Unch��ned (D��n�o L�bert�do , 2013)
2009 [Á�bum de Mús�c�] The Lone�� Is��nd, Incred�b�d
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AFONSO RAMOS (n. L�sbo�, 1987). L�cenc��do em H�stór�� d� Arte pe�� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� e Mestre em H�stór�� d� Arte pe�o Un�vers�t� Co��e�e London, Re�no Un�do. Co��bor� com o CAM d� Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n e é �utor e �nvest���dor em h�stór�� d� �rte e cu�tur� v�su�� contempor�ne�. ANA GODINHO É doutor�d� e docente de F��osofi�, �nvest���dor� em pós-doc no Inst�tuto de F��osofi� d� L�n�u��em (FCSH-UNL). Tr�b��h� sobretudo no c�mpo d� estét�c�. Pub��cou entre outros: L�nh�s do Est��o – estét�c� e onto�o��� em G���es De�euze n� Re�ó��o D’Á�u� e O Humor e � �ó��c� dos ob�etos de Duch�mp , (Com José G��) Re�ó��o D’Á�u�/IFL ANDRÉ E. TEODÓSIO (n. L�sbo�, 1977) É membro do Te�tro Pr���, � comp�nh�� m��s me���ops�qu�c�™ de todos os tempos. Frequentou o Conserv�tór�o N�c�on�� de Mús�c�, � Esco�� Super�or de Mús�c� e � Esco�� Super�or de Te�tro e C�nem�, �oc��s onde �prendeu mu�to pouco. Tem �present�do os seus espet�cu�os em �números te�tros em Portu��� e n� Europ�. Encen�, escreve e ed�t� te�tro, óper�, b���et e op�n�ões sobre tod�s �s co�s�s. Fo� cons�der�do em 2012 pe�o �orn�� Expresso um� d�s cem pesso�s m��s �nfluentes do p��s. ANTÓNIO GUERREIRO É ��cenc��do em L�n�u�s e L�ter�tur� Modern�s e fo� �orn���st� e cr�t�co ��ter�r�o no �orn�� Expresso , desde 1989 �té �o fim de 2012. Pub��cou um ��vro de ens��os sobre estét�c� e ��ter�tur�, �nt�tu��doO Acento A�udo do Presente (Cotov��, 2000; prém�o de ens��o do PEN-c�ub). Coed�tou e co��borou no vo�ume Enc�c�opéd�� e H�pertexto (L�sbo�, ed�ções Du�rte Re�s, 2006), um tr�b��ho desenvo�v�do no �mb�to do pro�eto de �nvest���ç�o
« Enc�c�opéd�� e H�pertexto », fin�nc��do pe�� FCT dur�nte os �nos de 1999-2002. Tem co��bor�ç�o d�spers� em rev�st�s cu�tur��s e ��ter�r��s, e c�t��o�os, sobre poes�� portu�ues� e cu�tur� e �rte contempor�ne�s. O seu tr�b��ho nos ú�t�mos �nos tem �nc�d�do sobretudo sobre W��ter Ben��m�n e Ab� W�rbur�. ANTÓNIO VALDEMAR Jorn���st�,�nvest���dor,o��s�pó�r�fo, d�n�m�z�dor cu�tur��. pres�dente d� Ac�dem�� N�c�on�� de Be��s Artes. A p�r de �ntens� �t�v�d�de profiss�on��, tem pub��c�do, desde o fim dos �nos 50, textos sobre �rte, expos�ções, museus, h�stór�� de �rte e p�tr�món�o. Entrev�stou ���uns dos m��s represent�t�vos �rt�st�s d�s pr�me�r�s �er�ções do modern�smo. Com e�es t�mbém pr�vou mu�tos �nos. D�r���u, n� déc�d� de 80, � G��er�� do D��r�o de Not�c��s, no Ch��do BERNARDO FUTSCHER PEREIRA É d�p�om�t�. In�c�ou � su� v�d� profiss�on�� no �orn���smo. Em 2012, pub��cou A D�p�om�c�� de S���z�r (1932-1949). É �utor de v�r�os �rt��os sobre re��ções �ntern�c�on��s. Exerce �tu��mente o c�r�o de emb��x�dor de Portu��� em Dub��n. CARLA HILÁRIO QUEVEDO É co�un�st� dos �orn��s So� e � . Co��bor� re�u��rmente n� �mprens� portu�ues� desde 1998, tendo escr�to p�r� O Independente, D��r�o de Not�c��s, Expresso , At��nt�co , Metro , entre outros. É mestre em Estudos C��ss�cos e est� � conc�u�r o doutor�mento em Teor�� d� L�ter�tur�, n� F�cu�d�de de Letr�s de L�sbo�. V�veu em tempos n� Gréc��. V�ve em L�sbo�. CARMEN SOARES (n. Co�mbr�, 1970) É professor� �ssoc��d� com ��re��ç�o d� F�cu�d�de de Letr�s d� Un�vers�d�de de Co�mbr� e membro do Centro de Estudos C��ss�cos e Hum�n�st�cos. Os seus estudos e tr�duções
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AFONSO RAMOS (n. L�sbo�, 1987). L�cenc��do em H�stór�� d� Arte pe�� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� e Mestre em H�stór�� d� Arte pe�o Un�vers�t� Co��e�e London, Re�no Un�do. Co��bor� com o CAM d� Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n e é �utor e �nvest���dor em h�stór�� d� �rte e cu�tur� v�su�� contempor�ne�. ANA GODINHO É doutor�d� e docente de F��osofi�, �nvest���dor� em pós-doc no Inst�tuto de F��osofi� d� L�n�u��em (FCSH-UNL). Tr�b��h� sobretudo no c�mpo d� estét�c�. Pub��cou entre outros: L�nh�s do Est��o – estét�c� e onto�o��� em G���es De�euze n� Re�ó��o D’Á�u� e O Humor e � �ó��c� dos ob�etos de Duch�mp , (Com José G��) Re�ó��o D’Á�u�/IFL ANDRÉ E. TEODÓSIO (n. L�sbo�, 1977) É membro do Te�tro Pr���, � comp�nh�� m��s me���ops�qu�c�™ de todos os tempos. Frequentou o Conserv�tór�o N�c�on�� de Mús�c�, � Esco�� Super�or de Mús�c� e � Esco�� Super�or de Te�tro e C�nem�, �oc��s onde �prendeu mu�to pouco. Tem �present�do os seus espet�cu�os em �números te�tros em Portu��� e n� Europ�. Encen�, escreve e ed�t� te�tro, óper�, b���et e op�n�ões sobre tod�s �s co�s�s. Fo� cons�der�do em 2012 pe�o �orn�� Expresso um� d�s cem pesso�s m��s �nfluentes do p��s. ANTÓNIO GUERREIRO É ��cenc��do em L�n�u�s e L�ter�tur� Modern�s e fo� �orn���st� e cr�t�co ��ter�r�o no �orn�� Expresso , desde 1989 �té �o fim de 2012. Pub��cou um ��vro de ens��os sobre estét�c� e ��ter�tur�, �nt�tu��doO Acento A�udo do Presente (Cotov��, 2000; prém�o de ens��o do PEN-c�ub). Coed�tou e co��borou no vo�ume Enc�c�opéd�� e H�pertexto (L�sbo�, ed�ções Du�rte Re�s, 2006), um tr�b��ho desenvo�v�do no �mb�to do pro�eto de �nvest���ç�o
« Enc�c�opéd�� e H�pertexto », fin�nc��do pe�� FCT dur�nte os �nos de 1999-2002. Tem co��bor�ç�o d�spers� em rev�st�s cu�tur��s e ��ter�r��s, e c�t��o�os, sobre poes�� portu�ues� e cu�tur� e �rte contempor�ne�s. O seu tr�b��ho nos ú�t�mos �nos tem �nc�d�do sobretudo sobre W��ter Ben��m�n e Ab� W�rbur�. ANTÓNIO VALDEMAR Jorn���st�,�nvest���dor,o��s�pó�r�fo, d�n�m�z�dor cu�tur��. pres�dente d� Ac�dem�� N�c�on�� de Be��s Artes. A p�r de �ntens� �t�v�d�de profiss�on��, tem pub��c�do, desde o fim dos �nos 50, textos sobre �rte, expos�ções, museus, h�stór�� de �rte e p�tr�món�o. Entrev�stou ���uns dos m��s represent�t�vos �rt�st�s d�s pr�me�r�s �er�ções do modern�smo. Com e�es t�mbém pr�vou mu�tos �nos. D�r���u, n� déc�d� de 80, � G��er�� do D��r�o de Not�c��s, no Ch��do BERNARDO FUTSCHER PEREIRA É d�p�om�t�. In�c�ou � su� v�d� profiss�on�� no �orn���smo. Em 2012, pub��cou A D�p�om�c�� de S���z�r (1932-1949). É �utor de v�r�os �rt��os sobre re��ções �ntern�c�on��s. Exerce �tu��mente o c�r�o de emb��x�dor de Portu��� em Dub��n. CARLA HILÁRIO QUEVEDO É co�un�st� dos �orn��s So� e � . Co��bor� re�u��rmente n� �mprens� portu�ues� desde 1998, tendo escr�to p�r� O Independente, D��r�o de Not�c��s, Expresso , At��nt�co , Metro , entre outros. É mestre em Estudos C��ss�cos e est� � conc�u�r o doutor�mento em Teor�� d� L�ter�tur�, n� F�cu�d�de de Letr�s de L�sbo�. V�veu em tempos n� Gréc��. V�ve em L�sbo�. CARMEN SOARES (n. Co�mbr�, 1970) É professor� �ssoc��d� com ��re��ç�o d� F�cu�d�de de Letr�s d� Un�vers�d�de de Co�mbr� e membro do Centro de Estudos C��ss�cos e Hum�n�st�cos. Os seus estudos e tr�duções
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desenvo�vem-se n� �re� c�ent�fic� de Estudos C��ss�cos, foc�ndo-se nos se�u�ntes dom�n�os espec�ficos: h�stor�o�r�fi� (Heródoto), fi�osofi� (P��t�o), tr��éd�� (Eur�p�des), f�m����, d�et� e ���ment�ç�o. CLARA FERREIRA ALVES (n. 1956) É um� escr�tor� e �orn���st� portu�ues�. L�cenc��d� em D�re�to pe�� Un�vers�d�de de Co�mbr�, trocou � �dvoc�c�� pe�o �orn���smo e � escr�t�. Fo� ed�tor� e red�tor� pr�nc�p�� do �orn�� Expresso onde �ss�n� � co�un� « P�um� C�pr�chos� » e cont�nu� � co��bor�r com re�u��r�d�de. Co��bor� e co��borou em d�vers�s pub��c�ções, tendo-se ded�c�do dur�nte �nos �o exerc�c�o d� cr�t�c� ��ter�r��, �ss�n�do d�versos tr�b��hos como �r�nde repórter e fe�to �orn���smo de �uerr�. Fo� d�retor� d� C�s� Fern�ndo Pesso� e d� rev�st� ��ter�r�� T�b�c�r�� . Inte�rou o conse�ho d�ret�vo do Centro Cu�tur�� de Be�ém. Em te�ev�s�o, é �utor� de v�r�os pro�r�m�s cu�tur��s e co�utor� dos pro�r�m�s « O C�m�nho f�z-se C�m�nh�ndo », com M�r�o So�res, e do pro�r�m� de coment�r�o po��t�co « E�xo do M�� ». É �utor� de do�s document�r�os sobre do�s escr�tores portu�ueses, José S�r�m��o e José C�rdoso P�res. É membro do �úr� do Prém�o Pesso�, o m��s �mport�nte prém�o portu�uês de Artes, C�ênc��s e Hum�n�d�des. Pub��cou um� co�eç�o de crón�c�s, P�um� C�pr�chos� , e �s ficções P�ss��e�ro Assed��do e M��� de Senhor� . FERNANDO CABRAL MARTINS Professor n� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo�. Pub��cou �nto�o���s e ��vros de ens��o sobre ��ter�tur� e p�ntur�. Or��n�zou v�r��s ed�ções de poet�s modernos. Coordenou um D�c�on�r�o de Fern�ndo Pesso� e do Modern�smo Portu�uês em 2008. Pub��cou ��vros de ficç�o, ú�t�mo em d�t� Os F�nt�sm�s de L�sbo� , 2012.
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INÊS FONSECA SANTOS (n. L�sbo�, 1979) É �orn���st� e �utor�. T�rou o curso de D�re�to e fez o mestr�do em L�ter�tur� Portu�ues� Modern� e Contempor�ne�. N� te�ev�s�o, tr�b��hou como �orn���st� nos pro�r�m�sSoc�ed�de d�s Be��s Artes, L�bor�tór�o (SIC Not�c��s), C�m�r� C��r� e D��r�o C�m�r� C��r� (RTP 2), do qu�� fo� ��nd� ed�tor� e �present�dor�. Escreveu o ens��o A Poes�� de M�nue� Antón�o P�n� – O Encontro do Escr�tor com o seu S��ênc�o (Dep. Estudos Rom�n�cos d� FLUL); � b�o�r�fi�Produções F�ct�c��s – 13 Anos de Insucessos (Ofic�n� do L�vro); e o ��vro de poes�� As Co�s�s (Ab�smo). Fo� coorden�dor� do pro�r�m� de r�d�o A H�stór�� Dev�d� (Anten� 1/ PF) e or��n�zou com Nuno Artur S��v� � Anto�o��� do Humor Portu�uês (Texto). JOANA CUNHA LEAL É professor� �ux����r do Dep�rt�mento de H�stór�� d� Arte d� FCSH – Un�vers�d�de Nov� de L�sbo�. É subd�retor� do Inst�tuto de H�stór�� d� Arte (IHA) d� mesm� Un�vers�d�de e respons�ve� pe�� su� ��nh� de �nvest���ç�o teor�� d� �rte e pr�t�c�s d�sc�p��n�res em h�stór�� d� �rte. Bo�se�r� Fu�br��ht de �nvest���ç�o em 2010 e bo�se�r� do Stone Summer Theor� Inst�tute em 2010 e 2011. Coed�tor� do número d� rev�st� de h�stór�� d� �rte – Pr�t�c�s d� Teor�� (2012). É �utor� de v�r�os �rt��os e coed�tor� dos ��vros Arte & P��s��em (2006) e Arte & Poder (2008). JOANA SIMÕES HENRIQUES (n. 1980) L�cenc��d� em Comun�c�ç�o Soc��� e Cu�tur�� pe�� Un�vers�d�de C�tó��c� Portu�ues�, espec����z�ndo-se em Comun�c�ç�o Cu�tur�� pe�� L�ber� Un�vers�t� M�r�� SS Assunt�, Rom�, It����. Co��borou com o dep�rt�mento de cur�dor�� e �est�o d� Co�eç�o e com o dep�rt�mento de educ�ç�o �rt�st�c� do CAM, Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n, com � G��er�� P�u�o Am�ro Contemp��r� �rt. e desde 2010
co��bor� com � Fund�ç�o EDP n�s �re�s de �nvest���ç�o, cur�dor�� e pro�r�m�ç�o educ�t�v� em museus. JOÃO BARRENTO (n. A�ter do Ch�o, 1940) Ens��st� e tr�dutor. Professor (�posent�do) de L�ter�tur� A�em� e Comp�r�d� d� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo�. Pub��cou cerc� de v�nte ��vros de ens��o, cr�t�c� ��ter�r�� e crón�c�, e tr�duz�u ��ter�tur� de ��n�u� ��em� do sécu�o XVII � �tu���d�de. Co��bor�dor do �orn�� Púb��co (1990-2006) e d� m��or p�rte d�s rev�st�s ��ter�r��s portu�ues�s. V�ce-pres�dente do PEN C�ube Portu�uês (1990-2006). Atu��mente é pres�dente d� D�reç�o do Esp�ço L��nso�-Assoc��ç�o de Estudos L��nso���nos, respons�ve� pe�o espó��o d� escr�tor� M�r�� G�br�e�� L��nso�. Recebeu os m��s �mport�ntes prém�os portu�ueses p�r� ens��o, crón�c� e tr�duç�o, e ��nd� o Prém�o D. D�n�s, � Cruz de Mér�to A�em� (1991) e � Med��h� Goethe (1998). JOÃO CONSTÂNCIO Ens�n� F��osofi� n� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� desde 1996. Conc�u�u o seu doutor�mento em 2005, com um� tese sobre P��t�o. Entre �s su�s pub��c�ções m��s recentes, cont�m-se do�s �rt��os n� rev�st� N�etzsche-Stud�en e � coor��n�z�ç�o de du�s co�eções de ens��os, N�etzsche on Inst�nct �nd L�n�u��e e As the Sp�der Sp�ns: Ess��s on N�etzsche’s Use �nd Cr�t�que of L�n�u��e, �mb�s pub��c�d�s em Ber��m e Boston pe�� ed�tor� W��ter de Gru�ter. É t�mbém �utor de três curt�s-metr��ens. JOÃO LOPES (n. C��d�s d� R��nh�, 1954). Cr�t�co de c�nem� do D��r�o de Not�c��s e d� SIC Not�c��s. Ar�ument�st�, re���z�dor do document�r�o «Fern�ndo Lop es Prov�ve�mente ». Autor dos ��vros Te�ed�t�dur� – D��r�o de um Espect�dor (1995) e Poem�s de Guerr� (2002). Professor
d� Esco�� Super�or de Te�tro e C�nem�. Respons�ve� pe�� pro�r�m�ç�o de C�nem� de Gu�m�r�es 2012 – C�p�t�� Europe�� d� Cu�tur�. JOÃO PINHARANDA (n. Moç�mb�que, 1957) L�cenc�ou-se em H�stór��, n� F�cu�d�de de Letr�s de L�sbo� term�n�ndo o Mestr�do em H�stór�� d� Arte, n� Un�vers�d�de Nov� em 1985. Atu��mente é consu�tor �rt�st�co, com�ss�r�o d� Co�eç�o de Arte e pro�r�m�dor d� Fund�ç�o EDP, desde 2001. Exerceu cr�t�c� de �rte entre 1984 e 2001 em ór��os n�c�on��s (JL, Púb��co , Expresso , Artes e Le��ões, Arte Ibér�c� , etc.) e �ntern�c�on��s (F��sh Art , Sp�z�o Um�no , Aren� , etc.). Fo� com�ss�r�o d� represent�ç�o ofic��� d�s ���er��s portu�ues�s n� Fe�r� Arco, M�dr�d (1998) e n� Fe�r� Est�mp�, M�dr�d (2005). Deu �u��s como professor �ux����r conv�d�do do dep�rt�mento de Arqu�tetur� d� UAL, entre 1997 e 2012. Fo� pres�dente d� secç�o portu�ues� d� Assoc��ç�o Intern�c�on�� de Cr�t�cos de Arte (AICA) no tr�én�o 2004-2007 e d�retor de pro�r�m�ç�o do Museu de Arte Contempor�ne� de E�v�s – Co�eç�o Antón�o C�cho�� entre 2007 e 2010. Or��n�zou numeros�s expos�ções n�c�on��s e �ntern�c�on��s, �nd�v�du��s e co�et�v�s desde 1985 n� Fund�ç�o de Serr��ves, Porto, CAM/ Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n, L�sbo�, Museo Ibero Amer�c�no de Arte Contempor�neo, B�d��oz (Esp�nh�), Museu de Arte Contempor�ne� do R�o de J�ne�ro e P�n�cotec� de S. P�u�o (Br�s��), L�bor�tor�o Arte A��med�, C�d�de do Méx�co (Méx�co) e NCCA, Moscovo (Rúss��), Museu d� C�d�de, L�sbo�, Museu de E�etr�c�d�de, L�sbo�, G��er�� d� Fund�ç�o EDP, Porto. É �utor de numerosos textos em obr�s co�et�v�s de que se dest�c�m, entre outros: Contempor�r� Portu��� , d�r. Antón�o Cost� P�nto, St�ndford Un�vers�t� Press, 2nd ed�t�on, 2011; H�stor�� d� Arte Portu�ues� , d�r. D����� Rodr��ues, Fubu ed�tores, Porto, 2009; H�stór��
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desenvo�vem-se n� �re� c�ent�fic� de Estudos C��ss�cos, foc�ndo-se nos se�u�ntes dom�n�os espec�ficos: h�stor�o�r�fi� (Heródoto), fi�osofi� (P��t�o), tr��éd�� (Eur�p�des), f�m����, d�et� e ���ment�ç�o. CLARA FERREIRA ALVES (n. 1956) É um� escr�tor� e �orn���st� portu�ues�. L�cenc��d� em D�re�to pe�� Un�vers�d�de de Co�mbr�, trocou � �dvoc�c�� pe�o �orn���smo e � escr�t�. Fo� ed�tor� e red�tor� pr�nc�p�� do �orn�� Expresso onde �ss�n� � co�un� « P�um� C�pr�chos� » e cont�nu� � co��bor�r com re�u��r�d�de. Co��bor� e co��borou em d�vers�s pub��c�ções, tendo-se ded�c�do dur�nte �nos �o exerc�c�o d� cr�t�c� ��ter�r��, �ss�n�do d�versos tr�b��hos como �r�nde repórter e fe�to �orn���smo de �uerr�. Fo� d�retor� d� C�s� Fern�ndo Pesso� e d� rev�st� ��ter�r�� T�b�c�r�� . Inte�rou o conse�ho d�ret�vo do Centro Cu�tur�� de Be�ém. Em te�ev�s�o, é �utor� de v�r�os pro�r�m�s cu�tur��s e co�utor� dos pro�r�m�s « O C�m�nho f�z-se C�m�nh�ndo », com M�r�o So�res, e do pro�r�m� de coment�r�o po��t�co « E�xo do M�� ». É �utor� de do�s document�r�os sobre do�s escr�tores portu�ueses, José S�r�m��o e José C�rdoso P�res. É membro do �úr� do Prém�o Pesso�, o m��s �mport�nte prém�o portu�uês de Artes, C�ênc��s e Hum�n�d�des. Pub��cou um� co�eç�o de crón�c�s, P�um� C�pr�chos� , e �s ficções P�ss��e�ro Assed��do e M��� de Senhor� . FERNANDO CABRAL MARTINS Professor n� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo�. Pub��cou �nto�o���s e ��vros de ens��o sobre ��ter�tur� e p�ntur�. Or��n�zou v�r��s ed�ções de poet�s modernos. Coordenou um D�c�on�r�o de Fern�ndo Pesso� e do Modern�smo Portu�uês em 2008. Pub��cou ��vros de ficç�o, ú�t�mo em d�t� Os F�nt�sm�s de L�sbo� , 2012.
INÊS FONSECA SANTOS (n. L�sbo�, 1979) É �orn���st� e �utor�. T�rou o curso de D�re�to e fez o mestr�do em L�ter�tur� Portu�ues� Modern� e Contempor�ne�. N� te�ev�s�o, tr�b��hou como �orn���st� nos pro�r�m�sSoc�ed�de d�s Be��s Artes, L�bor�tór�o (SIC Not�c��s), C�m�r� C��r� e D��r�o C�m�r� C��r� (RTP 2), do qu�� fo� ��nd� ed�tor� e �present�dor�. Escreveu o ens��o A Poes�� de M�nue� Antón�o P�n� – O Encontro do Escr�tor com o seu S��ênc�o (Dep. Estudos Rom�n�cos d� FLUL); � b�o�r�fi�Produções F�ct�c��s – 13 Anos de Insucessos (Ofic�n� do L�vro); e o ��vro de poes�� As Co�s�s (Ab�smo). Fo� coorden�dor� do pro�r�m� de r�d�o A H�stór�� Dev�d� (Anten� 1/ PF) e or��n�zou com Nuno Artur S��v� � Anto�o��� do Humor Portu�uês (Texto). JOANA CUNHA LEAL É professor� �ux����r do Dep�rt�mento de H�stór�� d� Arte d� FCSH – Un�vers�d�de Nov� de L�sbo�. É subd�retor� do Inst�tuto de H�stór�� d� Arte (IHA) d� mesm� Un�vers�d�de e respons�ve� pe�� su� ��nh� de �nvest���ç�o teor�� d� �rte e pr�t�c�s d�sc�p��n�res em h�stór�� d� �rte. Bo�se�r� Fu�br��ht de �nvest���ç�o em 2010 e bo�se�r� do Stone Summer Theor� Inst�tute em 2010 e 2011. Coed�tor� do número d� rev�st� de h�stór�� d� �rte – Pr�t�c�s d� Teor�� (2012). É �utor� de v�r�os �rt��os e coed�tor� dos ��vros Arte & P��s��em (2006) e Arte & Poder (2008). JOANA SIMÕES HENRIQUES (n. 1980) L�cenc��d� em Comun�c�ç�o Soc��� e Cu�tur�� pe�� Un�vers�d�de C�tó��c� Portu�ues�, espec����z�ndo-se em Comun�c�ç�o Cu�tur�� pe�� L�ber� Un�vers�t� M�r�� SS Assunt�, Rom�, It����. Co��borou com o dep�rt�mento de cur�dor�� e �est�o d� Co�eç�o e com o dep�rt�mento de educ�ç�o �rt�st�c� do CAM, Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n, com � G��er�� P�u�o Am�ro Contemp��r� �rt. e desde 2010
co��bor� com � Fund�ç�o EDP n�s �re�s de �nvest���ç�o, cur�dor�� e pro�r�m�ç�o educ�t�v� em museus. JOÃO BARRENTO (n. A�ter do Ch�o, 1940) Ens��st� e tr�dutor. Professor (�posent�do) de L�ter�tur� A�em� e Comp�r�d� d� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo�. Pub��cou cerc� de v�nte ��vros de ens��o, cr�t�c� ��ter�r�� e crón�c�, e tr�duz�u ��ter�tur� de ��n�u� ��em� do sécu�o XVII � �tu���d�de. Co��bor�dor do �orn�� Púb��co (1990-2006) e d� m��or p�rte d�s rev�st�s ��ter�r��s portu�ues�s. V�ce-pres�dente do PEN C�ube Portu�uês (1990-2006). Atu��mente é pres�dente d� D�reç�o do Esp�ço L��nso�-Assoc��ç�o de Estudos L��nso���nos, respons�ve� pe�o espó��o d� escr�tor� M�r�� G�br�e�� L��nso�. Recebeu os m��s �mport�ntes prém�os portu�ueses p�r� ens��o, crón�c� e tr�duç�o, e ��nd� o Prém�o D. D�n�s, � Cruz de Mér�to A�em� (1991) e � Med��h� Goethe (1998). JOÃO CONSTÂNCIO Ens�n� F��osofi� n� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� desde 1996. Conc�u�u o seu doutor�mento em 2005, com um� tese sobre P��t�o. Entre �s su�s pub��c�ções m��s recentes, cont�m-se do�s �rt��os n� rev�st� N�etzsche-Stud�en e � coor��n�z�ç�o de du�s co�eções de ens��os, N�etzsche on Inst�nct �nd L�n�u��e e As the Sp�der Sp�ns: Ess��s on N�etzsche’s Use �nd Cr�t�que of L�n�u��e, �mb�s pub��c�d�s em Ber��m e Boston pe�� ed�tor� W��ter de Gru�ter. É t�mbém �utor de três curt�s-metr��ens. JOÃO LOPES (n. C��d�s d� R��nh�, 1954). Cr�t�co de c�nem� do D��r�o de Not�c��s e d� SIC Not�c��s. Ar�ument�st�, re���z�dor do document�r�o «Fern�ndo Lop es Prov�ve�mente ». Autor dos ��vros Te�ed�t�dur� – D��r�o de um Espect�dor (1995) e Poem�s de Guerr� (2002). Professor
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d� Arte Portu�ues� , d�r. P�u�o Pere�r�, C�rcu�o Le�tores/ Tem�s e Deb�tes,L�sbo�, 1995. JORGE RODRIGUES (n. 1961) Fo� �ss�stente de C�r�os Av��ez, P�o�o Trev�s�, G�no Bech�, E��� De�fosse, Fred H�rtm�nn no S�o C�r�os, �ntes de �n�ress�r no coro do mesmo te�tro, corpo �rt�st�co � que ��nd� pertence. M�nteve co��bor�ç�o d��r�� com o D��r�o de Not�c��s, como coment�dor mus�c��, e de 1989 � 2007 fo� co��bor�dor d� Anten� 2 , onde fo� �utor e �present�dor de « P��cos de Óper� »; « C�ntores do P�ss�do »; « A P���vr� Aos Mús�cos »; « Vozes do S�o C�r�os »; « P�r� � H�stór�� d� Óper� Rom�nt�c� It����n�», « Óper�m�n��» e «R�torne��o ». Estreou-se como encen�dor em 2004 e �� d�r���u óper�s de Purce��; Don�zett�; Sc�r��tt�; S���er�; Per�o�es�, bem como � estre�� em Portu��� de « Don Qu�chote chez �� Duchesse » de Bo�smort�er. Encenou ��nd� « Memór�� dos An�os » no Fr����-Lux em 2008. Apresent�-se re�u��rmente em v�r��s c�d�des do p��s como coment�dor em concertos. Entre 2007 e 2009 d�r���u o c�c�o « Escu�p�r � Mús�c� » n� C�s� Museu Te�xe�r� Lopes, em G���. Em 2009 fo� co�utor (em p�rcer�� com An� P�u�� Lemos) do pro�r�m� « Esfer�s» (CSB-R�d�o). É �utor dos ��vros O Port�dor de A�e�r��s e Bento XVI – pe�� Mús�c� e pe�� Or�ç�o . É h� três ed�ções consecut�v�s Coment�dor e Anfitr��o do Fest�v�� Ao L�r�o. JOSÉ LUÍS PIO ABREU (n. 1944) É méd�co ps�qu��tr� no Centro Hosp�t���r d� Un�vers�d�de de Co�mbr� e Professor d� F�cu�d�de de Med�c�n�, onde é respons�ve� pe�� c�de�r� de Ps�qu��tr��. Dur�nte � su� �t�v�d�de profiss�on��, exerceu e or�entou �nvest���ç�o n�s �re�s d� Ps�cop�to�o���, Ps�qu��tr�� B�o�ó��c�, Ps�coter�p��s e F��osofi� d� Mente, com v�r��s dezen�s de �rt��os pub��c�dos em rev�st�s c�ent�fic�s portu�ues�s, br�s��e�r�s
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d� Esco�� Super�or de Te�tro e C�nem�. Respons�ve� pe�� pro�r�m�ç�o de C�nem� de Gu�m�r�es 2012 – C�p�t�� Europe�� d� Cu�tur�. JOÃO PINHARANDA (n. Moç�mb�que, 1957) L�cenc�ou-se em H�stór��, n� F�cu�d�de de Letr�s de L�sbo� term�n�ndo o Mestr�do em H�stór�� d� Arte, n� Un�vers�d�de Nov� em 1985. Atu��mente é consu�tor �rt�st�co, com�ss�r�o d� Co�eç�o de Arte e pro�r�m�dor d� Fund�ç�o EDP, desde 2001. Exerceu cr�t�c� de �rte entre 1984 e 2001 em ór��os n�c�on��s (JL, Púb��co , Expresso , Artes e Le��ões, Arte Ibér�c� , etc.) e �ntern�c�on��s (F��sh Art , Sp�z�o Um�no , Aren� , etc.). Fo� com�ss�r�o d� represent�ç�o ofic��� d�s ���er��s portu�ues�s n� Fe�r� Arco, M�dr�d (1998) e n� Fe�r� Est�mp�, M�dr�d (2005). Deu �u��s como professor �ux����r conv�d�do do dep�rt�mento de Arqu�tetur� d� UAL, entre 1997 e 2012. Fo� pres�dente d� secç�o portu�ues� d� Assoc��ç�o Intern�c�on�� de Cr�t�cos de Arte (AICA) no tr�én�o 2004-2007 e d�retor de pro�r�m�ç�o do Museu de Arte Contempor�ne� de E�v�s – Co�eç�o Antón�o C�cho�� entre 2007 e 2010. Or��n�zou numeros�s expos�ções n�c�on��s e �ntern�c�on��s, �nd�v�du��s e co�et�v�s desde 1985 n� Fund�ç�o de Serr��ves, Porto, CAM/ Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n, L�sbo�, Museo Ibero Amer�c�no de Arte Contempor�neo, B�d��oz (Esp�nh�), Museu de Arte Contempor�ne� do R�o de J�ne�ro e P�n�cotec� de S. P�u�o (Br�s��), L�bor�tor�o Arte A��med�, C�d�de do Méx�co (Méx�co) e NCCA, Moscovo (Rúss��), Museu d� C�d�de, L�sbo�, Museu de E�etr�c�d�de, L�sbo�, G��er�� d� Fund�ç�o EDP, Porto. É �utor de numerosos textos em obr�s co�et�v�s de que se dest�c�m, entre outros: Contempor�r� Portu��� , d�r. Antón�o Cost� P�nto, St�ndford Un�vers�t� Press, 2nd ed�t�on, 2011; H�stor�� d� Arte Portu�ues� , d�r. D����� Rodr��ues, Fubu ed�tores, Porto, 2009; H�stór��
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e �ntern�c�on��s. Tem nove ��vros pub��c�dos, ���uns dos qu��s tr�duz�dos e d�str�bu�dos t�mbém no Br�s��, Amér�c� L�t�n�, Esp�nh� e It����. Do�s destes ��vros, bem como um� tr�duç�o que coordenou, for�m prem��dos em Portu��� e em It����. Desde sempre exerceu �t�v�d�de c�v�c�, �nc�u�ndo co�un�s e �rt��os de op�n��o em �orn��s de �mb�to n�c�on��. JOSÉ MANUEL DOS SANTOS (n. L�sbo�, 1955) Escr�tor e pro�r�m�dor cu�tur��, é �tu��mente d�retor cu�tur�� d� Fund�ç�o EDP. De 1986 � 2006, desempenhou �s funções de �ssessor cu�tur�� do Pres�dente d� Repúb��c�. Fo� �utor de pro�r�m�s de te�ev�s�o sobre tem�s ��ter�r�os e co�un�st� de v�r�os ór��os de comun�c�ç�o soc���, nome�d�mente do �orn�� Expresso , tendo receb�do o Prém�o Jo�o C�rre�r� Bom p�r� o Me�hor Cron�st� do Ano. É �utor d� obr� poét�c� O L�vro dos Re��stos e tem co��bor�do em ��vros, c�t��o�os e rev�st�s sobre tem�s cu�tur��s, �rt�st�cos e ��ter�r�os. Com�ss�r�ou e or��n�zou mu�t�s expos�ções em Portu��� e no estr�n�e�ro. É um dos com�ss�r�os d� expos�ç�o RISO. Fez p�rte do conse�ho �er�� de « Gu�m�r�es 2012 – C�p�t�� Europe�� d� Cu�tur� ». Inte�r� � d�reç�o d� Tr�en�� de Arqu�tetur� de L�sbo�. É membro de v�r��s �nst�tu�ções cu�tur��s, entre �s qu��s � Ac�dem�� N�c�on�� de Be��s Artes e o PEN C�ube portu�uês. JOSÉ NUNO MATOS Mestre em C�ênc�� Po��t�c� pe�o ISCSP-UTL, é doutor�ndo em Soc�o�o��� no Inst�tuto de C�ênc��s Soc���s d� Un�vers�d�de de L�sbo� (ICS-UL), onde se encontr� � desenvo�ver um� �nvest���ç�o em torno d� evo�uç�o do d�scurso d� �est�o de recursos hum�nos em Portu���. Os seus estudos têm-se centr�do n�s questões do tr�b��ho e dos mov�mentos soc���s. Neste �mb�to, coordenou recentemente, �unt�-
mente com Nuno Dom�n�os, o ��vro Novos Pro�et�r�os: � prec�r�ed�de entre � c��sse méd�� . MARIA MANUEL STOCKER Soc�ó�o��, �orn���st�, b�o��er , �nvest���dor� de co�s�s terren�s e dos orbes ce�estes, etc. Am��� dos �n�m��s e dos �m��os, fi�h�, m�e, m�dr�st� e espos� ded�c�d�, �m�nte d� n�turez�, �e�tor� compu�s�v� e coz�nhe�r� entus��st�. MIGUEL VALE DE ALMEIDA Professor �ssoc��do de Antropo�o��� no ISCTE-IUL. Com tr�b��ho de c�mpo em Portu���, Br�s�� e Esp�nh�, tem tr�b��h�do sobre �énero e sexu���d�de, bem como etn�c�d�de, r�ç� e pós-co�on����smo, com v�r�os ��vros pub��c�dos em Portu���, EUA, Re�no Un�do e Br�s��. A�ém de cron�st� e b�o��er , tem s�do �t�v�st� dos d�re�tos LGBT e fo� Deput�do � Assemb�e�� d� Repúb��c�. NUNO CRESPO (n. L�sbo�, 1975) É ��cenc��do e doutor�do em F��osofi� pe�� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� e é �nvest���dor do Inst�tuto de H�stór�� d� Arte d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� e professor no dep�rt�mento de Arqu�tetur� d� Un�vers�d�de Autónom� de L�sbo�. Como cur�dor fo� respons�ve�, ent re outr�s, pe��s expos�ç ões « F�nt�sm�s » de Nuno Cer� no CCB (L�sbo �), « Corpo Impo ss�ve� » com Adr��n� Mo�der, Noé Send�s, Ru� Ch�fes e V�sco Ar�ú�o no P���c�o de Que�uz, «Encontro M�rc�do» de Adr��n� Mo�der no Museu de Be��s Artes de Ov�edo (Esp�nh�), pe�� expos�ç�o �nto�ó��c� de P�res V�e�r� no Museu d� C�d�de de L�sbo�, « Imponder�ve�» M��ue� Ân�e�o Roch�, «Invo�uc�o» de Ru� Ch�fes n� C�s�-Museu Te�xe�r� Lopes (V��� Nov� de G���), « Serr��ves» de Jo�o Lu�s C�rr��ho d� Gr�ç� (App�etonSqu�re), « Fr��mentos. Arte Contempor�ne� n� Co�eç�o Ber�rdo » (Museu de
Arte Contempor�ne� de E�v�s), « A�res M�teus. Vo�ds» (App�etonSqu�re), R�so (Museu d� E�etr�c�d�de) entre outr�s. Fez p�rte do co�et�vo de com�ss�r�os do Prém�o EDP – Novos Art�st�s (2006-2011) e BESPhoto (2007-2009). É cr�t�co de �rte e membro do conse�ho ed�tor��� do Íps��on (sup�emento cu�tur�� do �orn�� Púb��co ). A su� �t�v�d�de de �nvest���ç�o tem s�do ded�c�d�, pr�nc�p��mente, �o cruz�mento entre �rte, �rqu�tetur� e fi�osofi� e � �utores como K�nt, W�tt�enste�n, W��ter Ben��m�n, Peter Zumthor e Ado�f Loos. D�s su�s pub��c�ções podem dest�c�r-se tr�b��hos sobre Adr��n� Mo�der, A�res M�teus, Axe� Hütte, Bernd e H���� Becher, C�nd�d� Höffer, C�rr��ho d� Gr�ç�, D�n�e� B��ufuks, F�ssb�nder, Gerh�rd R�chter, LuÍs� Cunh�, M��ue� Ân�e�o Roch�, Nuno Cer�, P�u�o D�v�d, Ru� Ch�fes, V�sco Ar�ú�o, entre outros e o ��vro « W�tt�enste�n e � Estét�c�» ed�t�do pe�� Ass�r�o & A�v�m. PAULO BORGES (n. L�sbo�, 1959) Professor d� Un�vers�d�de de L�sbo�. Pres�dente d� Un��o Bud�st� Portu�ues�. D�retor d� rev�st� Cu�tur� ENTRE Cu�tur�s. Autor de dezen�s de obr�s, de entre �s qu��s se dest�c�m �s m��s recentes: Um� V�s�o Arm���r do Mundo, 2010; Descobr�r Bud� , L�sbo�, Âncor� Ed�tor�, 2010; A�ost�nho d� S��v�: penseur, écr�v��n, éduc�teur , 2010; O�h�res Europeus sobre Fern�ndo Pesso� , 2010; O Te�tro d� V�cu�d�de ou � Imposs�b���d�de de Ser Eu , 2011. PAULO PIRES DO VALE (n. Br���nç�, 1973) L�cenc��do e Mestre em F��osofi� pe�� FCSH-UNL. Doutor�ndo em F��osofi� ness� mesm� Un�vers�d�de, com � d�ssert�ç�o A cond�ç�o h�stór�c� d� �dent�d�de pesso�� em P�u� R�coeur . Lec�on� n� Esco�� Super�or de Educ�dores de Inf�nc�� M�r�� U�r�ch e n� Un�vers�d�de C�tó��c� Portu�ues�. Pub��cou Tudo é outr� co�s� . O dese�o n� Fenomeno�o���
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d� Arte Portu�ues� , d�r. P�u�o Pere�r�, C�rcu�o Le�tores/ Tem�s e Deb�tes,L�sbo�, 1995. JORGE RODRIGUES (n. 1961) Fo� �ss�stente de C�r�os Av��ez, P�o�o Trev�s�, G�no Bech�, E��� De�fosse, Fred H�rtm�nn no S�o C�r�os, �ntes de �n�ress�r no coro do mesmo te�tro, corpo �rt�st�co � que ��nd� pertence. M�nteve co��bor�ç�o d��r�� com o D��r�o de Not�c��s, como coment�dor mus�c��, e de 1989 � 2007 fo� co��bor�dor d� Anten� 2 , onde fo� �utor e �present�dor de « P��cos de Óper� »; « C�ntores do P�ss�do »; « A P���vr� Aos Mús�cos »; « Vozes do S�o C�r�os »; « P�r� � H�stór�� d� Óper� Rom�nt�c� It����n�», « Óper�m�n��» e «R�torne��o ». Estreou-se como encen�dor em 2004 e �� d�r���u óper�s de Purce��; Don�zett�; Sc�r��tt�; S���er�; Per�o�es�, bem como � estre�� em Portu��� de « Don Qu�chote chez �� Duchesse » de Bo�smort�er. Encenou ��nd� « Memór�� dos An�os » no Fr����-Lux em 2008. Apresent�-se re�u��rmente em v�r��s c�d�des do p��s como coment�dor em concertos. Entre 2007 e 2009 d�r���u o c�c�o « Escu�p�r � Mús�c� » n� C�s� Museu Te�xe�r� Lopes, em G���. Em 2009 fo� co�utor (em p�rcer�� com An� P�u�� Lemos) do pro�r�m� « Esfer�s» (CSB-R�d�o). É �utor dos ��vros O Port�dor de A�e�r��s e Bento XVI – pe�� Mús�c� e pe�� Or�ç�o . É h� três ed�ções consecut�v�s Coment�dor e Anfitr��o do Fest�v�� Ao L�r�o. JOSÉ LUÍS PIO ABREU (n. 1944) É méd�co ps�qu��tr� no Centro Hosp�t���r d� Un�vers�d�de de Co�mbr� e Professor d� F�cu�d�de de Med�c�n�, onde é respons�ve� pe�� c�de�r� de Ps�qu��tr��. Dur�nte � su� �t�v�d�de profiss�on��, exerceu e or�entou �nvest���ç�o n�s �re�s d� Ps�cop�to�o���, Ps�qu��tr�� B�o�ó��c�, Ps�coter�p��s e F��osofi� d� Mente, com v�r��s dezen�s de �rt��os pub��c�dos em rev�st�s c�ent�fic�s portu�ues�s, br�s��e�r�s
e �ntern�c�on��s. Tem nove ��vros pub��c�dos, ���uns dos qu��s tr�duz�dos e d�str�bu�dos t�mbém no Br�s��, Amér�c� L�t�n�, Esp�nh� e It����. Do�s destes ��vros, bem como um� tr�duç�o que coordenou, for�m prem��dos em Portu��� e em It����. Desde sempre exerceu �t�v�d�de c�v�c�, �nc�u�ndo co�un�s e �rt��os de op�n��o em �orn��s de �mb�to n�c�on��. JOSÉ MANUEL DOS SANTOS (n. L�sbo�, 1955) Escr�tor e pro�r�m�dor cu�tur��, é �tu��mente d�retor cu�tur�� d� Fund�ç�o EDP. De 1986 � 2006, desempenhou �s funções de �ssessor cu�tur�� do Pres�dente d� Repúb��c�. Fo� �utor de pro�r�m�s de te�ev�s�o sobre tem�s ��ter�r�os e co�un�st� de v�r�os ór��os de comun�c�ç�o soc���, nome�d�mente do �orn�� Expresso , tendo receb�do o Prém�o Jo�o C�rre�r� Bom p�r� o Me�hor Cron�st� do Ano. É �utor d� obr� poét�c� O L�vro dos Re��stos e tem co��bor�do em ��vros, c�t��o�os e rev�st�s sobre tem�s cu�tur��s, �rt�st�cos e ��ter�r�os. Com�ss�r�ou e or��n�zou mu�t�s expos�ções em Portu��� e no estr�n�e�ro. É um dos com�ss�r�os d� expos�ç�o RISO. Fez p�rte do conse�ho �er�� de « Gu�m�r�es 2012 – C�p�t�� Europe�� d� Cu�tur� ». Inte�r� � d�reç�o d� Tr�en�� de Arqu�tetur� de L�sbo�. É membro de v�r��s �nst�tu�ções cu�tur��s, entre �s qu��s � Ac�dem�� N�c�on�� de Be��s Artes e o PEN C�ube portu�uês. JOSÉ NUNO MATOS Mestre em C�ênc�� Po��t�c� pe�o ISCSP-UTL, é doutor�ndo em Soc�o�o��� no Inst�tuto de C�ênc��s Soc���s d� Un�vers�d�de de L�sbo� (ICS-UL), onde se encontr� � desenvo�ver um� �nvest���ç�o em torno d� evo�uç�o do d�scurso d� �est�o de recursos hum�nos em Portu���. Os seus estudos têm-se centr�do n�s questões do tr�b��ho e dos mov�mentos soc���s. Neste �mb�to, coordenou recentemente, �unt�-
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do Esp�r�to de He�e� (L�sbo�: Ed. Co��br�, 2006); tem ens��os pub��c�dos em vo�umes co�et�vos e rev�st�s espec����z�d�s, sobre fi�osofi� d� cu�tur�, hermenêut�c�, ét�c�, fi�osofi� d� re�����o e estét�c�; é �utor de textos p�r� c�t��o�os de expos�ções co�et�v�s e �nd�v�du��s (sobre � obr� de An� H�ther��, A�berto C�rne�ro, An� V�e�r�, C�r�os No�ue�r�, M�rt� Wen�orov�us, Fern�nd� Fr���te�ro, Ru� Ch�fes, V�sco Ar�ú�o, entre outros). D� su� �t�v�d�de como cur�dor s�o exemp�os recentes �s expos�ções e c�t��o�os de Jo�o J�c�nto, Tend�s no Deserto , Fund�ç�o C�rmon� e Cost� (2010); � retrospet�v� de An� V�e�r�, Muros de �br��o , Museu C�r�os M�ch�do (2010) e CAM – Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n (2011); � expos�ç�o de Ru� Ch�fes, Inferno (� m�nh� fr�quez� é mu�to forte) , G��er�� Jo�o Esteves de O��ve�r� (2011) e � expos�ç�o T�ref�s �nfin�t�s. Qu�ndo � �rte e o ��vro se ��m�t�m , no Museu C��ouste Gu�benk��n (2012). PEDRO FARO (n. L�sbo�, 1976) Cr�t�co e h�stor��dor d� �rte. Form�do em H�stór�� d� Arte, pe�� FCSH-UNL, e em Comun�c�ç�o Empres�r���, pe�� Esco�� Super�or de Comun�c�ç�o Soc��� de L�sbo�. Co��borou n� rev�st� L+�rte (de 2006 � 2011). Fo� consu�tor de �rtes v�su��s do pro�r�m� de te�ev�s�o C�m�r� C��r�, n� RTP 2 (de 2010 � 2012). Tem desenvo�v�do e co��bor�do em v�r��s �t�v�d�des e pro�etos de �nvest���ç�o, d�vu���ç�o, cr�t�c� e produç�o no �mb�to d� �rte contempor�ne�. Inte�r� � secç�o portu�ues� d� AICA (Assoc��ç�o Intern�c�on�� de Cr�t�cos de Arte), desde 2009, e � Assoc��ç�o Portu�ues� de H�stor��dores d� Arte, desde 2010. PEDRO MEXIA (n. L�sbo�, 1972) L�cenc�ou-se em D�re�to pe�� Un�vers�d�de C�tó��c�. É cr�t�co e cron�st� no sem�n�r�o Expresso e escreve mens��mente n� rev�st� Ler . Pub��cou se�s ��vros de poem�s, �nto�o���dos em «Menos por Menos» (2011), três vo�umes de d��r�os (o
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mente com Nuno Dom�n�os, o ��vro Novos Pro�et�r�os: � prec�r�ed�de entre � c��sse méd�� . MARIA MANUEL STOCKER Soc�ó�o��, �orn���st�, b�o��er , �nvest���dor� de co�s�s terren�s e dos orbes ce�estes, etc. Am��� dos �n�m��s e dos �m��os, fi�h�, m�e, m�dr�st� e espos� ded�c�d�, �m�nte d� n�turez�, �e�tor� compu�s�v� e coz�nhe�r� entus��st�. MIGUEL VALE DE ALMEIDA Professor �ssoc��do de Antropo�o��� no ISCTE-IUL. Com tr�b��ho de c�mpo em Portu���, Br�s�� e Esp�nh�, tem tr�b��h�do sobre �énero e sexu���d�de, bem como etn�c�d�de, r�ç� e pós-co�on����smo, com v�r�os ��vros pub��c�dos em Portu���, EUA, Re�no Un�do e Br�s��. A�ém de cron�st� e b�o��er , tem s�do �t�v�st� dos d�re�tos LGBT e fo� Deput�do � Assemb�e�� d� Repúb��c�. NUNO CRESPO (n. L�sbo�, 1975) É ��cenc��do e doutor�do em F��osofi� pe�� F�cu�d�de de C�ênc��s Soc���s e Hum�n�s d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� e é �nvest���dor do Inst�tuto de H�stór�� d� Arte d� Un�vers�d�de Nov� de L�sbo� e professor no dep�rt�mento de Arqu�tetur� d� Un�vers�d�de Autónom� de L�sbo�. Como cur�dor fo� respons�ve�, ent re outr�s, pe��s expos�ç ões « F�nt�sm�s » de Nuno Cer� no CCB (L�sbo �), « Corpo Impo ss�ve� » com Adr��n� Mo�der, Noé Send�s, Ru� Ch�fes e V�sco Ar�ú�o no P���c�o de Que�uz, «Encontro M�rc�do» de Adr��n� Mo�der no Museu de Be��s Artes de Ov�edo (Esp�nh�), pe�� expos�ç�o �nto�ó��c� de P�res V�e�r� no Museu d� C�d�de de L�sbo�, « Imponder�ve�» M��ue� Ân�e�o Roch�, «Invo�uc�o» de Ru� Ch�fes n� C�s�-Museu Te�xe�r� Lopes (V��� Nov� de G���), « Serr��ves» de Jo�o Lu�s C�rr��ho d� Gr�ç� (App�etonSqu�re), « Fr��mentos. Arte Contempor�ne� n� Co�eç�o Ber�rdo » (Museu de
Arte Contempor�ne� de E�v�s), « A�res M�teus. Vo�ds» (App�etonSqu�re), R�so (Museu d� E�etr�c�d�de) entre outr�s. Fez p�rte do co�et�vo de com�ss�r�os do Prém�o EDP – Novos Art�st�s (2006-2011) e BESPhoto (2007-2009). É cr�t�co de �rte e membro do conse�ho ed�tor��� do Íps��on (sup�emento cu�tur�� do �orn�� Púb��co ). A su� �t�v�d�de de �nvest���ç�o tem s�do ded�c�d�, pr�nc�p��mente, �o cruz�mento entre �rte, �rqu�tetur� e fi�osofi� e � �utores como K�nt, W�tt�enste�n, W��ter Ben��m�n, Peter Zumthor e Ado�f Loos. D�s su�s pub��c�ções podem dest�c�r-se tr�b��hos sobre Adr��n� Mo�der, A�res M�teus, Axe� Hütte, Bernd e H���� Becher, C�nd�d� Höffer, C�rr��ho d� Gr�ç�, D�n�e� B��ufuks, F�ssb�nder, Gerh�rd R�chter, LuÍs� Cunh�, M��ue� Ân�e�o Roch�, Nuno Cer�, P�u�o D�v�d, Ru� Ch�fes, V�sco Ar�ú�o, entre outros e o ��vro « W�tt�enste�n e � Estét�c�» ed�t�do pe�� Ass�r�o & A�v�m. PAULO BORGES (n. L�sbo�, 1959) Professor d� Un�vers�d�de de L�sbo�. Pres�dente d� Un��o Bud�st� Portu�ues�. D�retor d� rev�st� Cu�tur� ENTRE Cu�tur�s. Autor de dezen�s de obr�s, de entre �s qu��s se dest�c�m �s m��s recentes: Um� V�s�o Arm���r do Mundo, 2010; Descobr�r Bud� , L�sbo�, Âncor� Ed�tor�, 2010; A�ost�nho d� S��v�: penseur, écr�v��n, éduc�teur , 2010; O�h�res Europeus sobre Fern�ndo Pesso� , 2010; O Te�tro d� V�cu�d�de ou � Imposs�b���d�de de Ser Eu , 2011. PAULO PIRES DO VALE (n. Br���nç�, 1973) L�cenc��do e Mestre em F��osofi� pe�� FCSH-UNL. Doutor�ndo em F��osofi� ness� mesm� Un�vers�d�de, com � d�ssert�ç�o A cond�ç�o h�stór�c� d� �dent�d�de pesso�� em P�u� R�coeur . Lec�on� n� Esco�� Super�or de Educ�dores de Inf�nc�� M�r�� U�r�ch e n� Un�vers�d�de C�tó��c� Portu�ues�. Pub��cou Tudo é outr� co�s� . O dese�o n� Fenomeno�o���
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m��s recente é «Est�do C�v�� », 2009), qu�tro co�et�ne�s de crón�c�s (� ú�t�m� é «O Mundo dos V�vos», 2012) e um peç� de te�tro («N�d� de Do�s», 2009). Or��n�zou um vo�ume de ens��os de A�ust�n� Bess�-Lu�s.Tr�duz�u Robert Bresson e Tom Stopp�rd (que t�mbém encenou). Fo� subd�retor e d�retor �nter�no d� C�nem�tec� Portu�ues�. Qu�nto � �m��em, pode ser de qu��quer um dos fi�mes c�t�dos (s�o 4), t��vez os do Ke�ton se��m m��s �cón�cos. Depende do que houver. RUI ZINK (n. L�sbo�, 1961) É professor do dep�rt�mento de Estudos Portu�ueses d� FCSH-UNL e membro do Inst�tuto de Estudo de L�ter�tur� Tr�d�c�on��. É t�mbém membro d� �ssemb�e�� �er�� d� Assoc��ç�o Wences��u de Mor�es e v�ce-pres�dente d� Assoc��ç�o de C�d�d�os Automob���z�dos. No �mb�to do humor, dest�c�-se � su� d�ssert�ç�o de mestr�do sobre O Humor de Bo�so de José V��hen� (Ce�t� 2000), e � su� tese de doutor�mento sobre � re��ç�o entre os com�cs e � ��ter�tur� (L�ter�tur� Gr�fic�, Ce�t� 1999). Em 2012 fechou o c�c�o de conferênc��s sobre « L�ter�tur� e r�so» no Inst�tuto C�mões de M�puto, Moç�mb�que, e pub��cou um ��vro de n�o-ficç�o e bom humor – Luto pe�� fe��c�d�de dos portu�ueses (P��net�) e outro de ficç�o e m�u humor – A �nst���ç�o do medo (Teodo��to).
do Esp�r�to de He�e� (L�sbo�: Ed. Co��br�, 2006); tem ens��os pub��c�dos em vo�umes co�et�vos e rev�st�s espec����z�d�s, sobre fi�osofi� d� cu�tur�, hermenêut�c�, ét�c�, fi�osofi� d� re�����o e estét�c�; é �utor de textos p�r� c�t��o�os de expos�ções co�et�v�s e �nd�v�du��s (sobre � obr� de An� H�ther��, A�berto C�rne�ro, An� V�e�r�, C�r�os No�ue�r�, M�rt� Wen�orov�us, Fern�nd� Fr���te�ro, Ru� Ch�fes, V�sco Ar�ú�o, entre outros). D� su� �t�v�d�de como cur�dor s�o exemp�os recentes �s expos�ções e c�t��o�os de Jo�o J�c�nto, Tend�s no Deserto , Fund�ç�o C�rmon� e Cost� (2010); � retrospet�v� de An� V�e�r�, Muros de �br��o , Museu C�r�os M�ch�do (2010) e CAM – Fund�ç�o C��ouste Gu�benk��n (2011); � expos�ç�o de Ru� Ch�fes, Inferno (� m�nh� fr�quez� é mu�to forte) , G��er�� Jo�o Esteves de O��ve�r� (2011) e � expos�ç�o T�ref�s �nfin�t�s. Qu�ndo � �rte e o ��vro se ��m�t�m , no Museu C��ouste Gu�benk��n (2012). PEDRO FARO (n. L�sbo�, 1976) Cr�t�co e h�stor��dor d� �rte. Form�do em H�stór�� d� Arte, pe�� FCSH-UNL, e em Comun�c�ç�o Empres�r���, pe�� Esco�� Super�or de Comun�c�ç�o Soc��� de L�sbo�. Co��borou n� rev�st� L+�rte (de 2006 � 2011). Fo� consu�tor de �rtes v�su��s do pro�r�m� de te�ev�s�o C�m�r� C��r�, n� RTP 2 (de 2010 � 2012). Tem desenvo�v�do e co��bor�do em v�r��s �t�v�d�des e pro�etos de �nvest���ç�o, d�vu���ç�o, cr�t�c� e produç�o no �mb�to d� �rte contempor�ne�. Inte�r� � secç�o portu�ues� d� AICA (Assoc��ç�o Intern�c�on�� de Cr�t�cos de Arte), desde 2009, e � Assoc��ç�o Portu�ues� de H�stor��dores d� Arte, desde 2010.
m��s recente é «Est�do C�v�� », 2009), qu�tro co�et�ne�s de crón�c�s (� ú�t�m� é «O Mundo dos V�vos», 2012) e um peç� de te�tro («N�d� de Do�s», 2009). Or��n�zou um vo�ume de ens��os de A�ust�n� Bess�-Lu�s.Tr�duz�u Robert Bresson e Tom Stopp�rd (que t�mbém encenou). Fo� subd�retor e d�retor �nter�no d� C�nem�tec� Portu�ues�. Qu�nto � �m��em, pode ser de qu��quer um dos fi�mes c�t�dos (s�o 4), t��vez os do Ke�ton se��m m��s �cón�cos. Depende do que houver. RUI ZINK (n. L�sbo�, 1961) É professor do dep�rt�mento de Estudos Portu�ueses d� FCSH-UNL e membro do Inst�tuto de Estudo de L�ter�tur� Tr�d�c�on��. É t�mbém membro d� �ssemb�e�� �er�� d� Assoc��ç�o Wences��u de Mor�es e v�ce-pres�dente d� Assoc��ç�o de C�d�d�os Automob���z�dos. No �mb�to do humor, dest�c�-se � su� d�ssert�ç�o de mestr�do sobre O Humor de Bo�so de José V��hen� (Ce�t� 2000), e � su� tese de doutor�mento sobre � re��ç�o entre os com�cs e � ��ter�tur� (L�ter�tur� Gr�fic�, Ce�t� 1999). Em 2012 fechou o c�c�o de conferênc��s sobre « L�ter�tur� e r�so» no Inst�tuto C�mões de M�puto, Moç�mb�que, e pub��cou um ��vro de n�o-ficç�o e bom humor – Luto pe�� fe��c�d�de dos portu�ueses (P��net�) e outro de ficç�o e m�u humor – A �nst���ç�o do medo (Teodo��to).
PEDRO MEXIA (n. L�sbo�, 1972) L�cenc�ou-se em D�re�to pe�� Un�vers�d�de C�tó��c�. É cr�t�co e cron�st� no sem�n�r�o Expresso e escreve mens��mente n� rev�st� Ler . Pub��cou se�s ��vros de poem�s, �nto�o���dos em «Menos por Menos» (2011), três vo�umes de d��r�os (o
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FUNDAÇÃO EDP Conse�ho de Adm�n�str�ç�o Antón�o de A�me�d� Antón�o Mex�� Sér��o F��ue�redo D�retor Cu�tur�� José M�nue� dos S�ntos D�retor do Museu d� E�etr�c�d�de Edu�rdo Mour� D�retor� de Comun�c�ç�o C�t�r�n� Se�x�s
EXPOSIÇÃO RISO Com�ss�r�os José M�nue� dos S�ntos Jo�o P�nh�r�nd� Nuno Artur S��v� Nuno Crespo EDIÇÃO Coorden�ç�o, Ed�ç�o e Or��n�z�ç�o Nuno Crespo Textos Afonso R�mos
Ed�ç�o, Rev�s�o e Des��n Gr�fico Edições Tinta-da-china www.tintadachina.pt
FUNDAÇÃO EDP Conse�ho de Adm�n�str�ç�o Antón�o de A�me�d� Antón�o Mex�� Sér��o F��ue�redo D�retor Cu�tur�� José M�nue� dos S�ntos D�retor do Museu d� E�etr�c�d�de Edu�rdo Mour� D�retor� de Comun�c�ç�o C�t�r�n� Se�x�s
EXPOSIÇÃO RISO Com�ss�r�os José M�nue� dos S�ntos Jo�o P�nh�r�nd� Nuno Artur S��v� Nuno Crespo EDIÇÃO Coorden�ç�o, Ed�ç�o e Or��n�z�ç�o Nuno Crespo Textos Afonso R�mos An� God�nho André E. Teodós�o Antón�o Guerre�ro Antón�o V��dem�r Bern�rdo Futscher Pere�r� C�r�� H���r�o Quevedo C�rmen So�res C��r� Ferre�r� A�ves Fern�ndo C�br�� M�rt�ns Inês Fonsec� S�ntos Jo�n� Cunh� Le�� Jo�n� S�mões Henr�ques Jo�o B�rrento Jo�o Const�nc�o Jo�o Lopes Jo�o P�nh�r�nd� Jor�e Rodr��ues José Lu�s P�o Abreu José M�nue� dos S�ntos José Nuno M�tos M�r�� M�nue� Stocker M��ue� V��e de A�me�d� Nuno Crespo P�u�o Bor�es P�u�o P�res do V��e Pedro F�ro Pedro Mex�� Ru� Z�nk
Ed�ç�o, Rev�s�o e Des��n Gr�fico Edições Tinta-da-china www.tintadachina.pt Pré-�mpress�o, Impress�o e Ac�b�mento Gu�de, Artes Gr�fic�s ISBN 978-989-671-153-5 1.ª Ed�ç�o, M�rço de 2013 Exemp��res 1000 Depós�to Le��� 356 600/13 © Fund�ç�o EDP Todos os d�re�tos reserv�dos. Est� obr� n�o pode ser reproduz�d�, no todo ou em p�rte, por qu��quer form� ou qu��squer me�os e�ectrón�cos, mec�n�cos ou outros, �nc�u�ndo fotocóp��, �r�v�ç�o m��nét�c� ou qu��quer processo de �rm�zen�mento ou s�stem� de recuper�ç�o de �nform�ç�o, sem prév�� �utor�z�ç�o escr�t� dos ed�tores.
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