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através de todas as mediações, até chegar ao universal concreto que é o universo. Este é o terceiro princípio de meu projeto de sistema, o princípio da coerência universal. (CIRNE LIMA, 2000, p. 229)
Cirne Lima tanto em Dialética para Principiantes quanto em Ética de Coerência Dialética, procura mostrar os limites do imperativo categórico kantiano quanto os da ética do discurso, A roda do discurso... ...perdeu um pouco de sua importância, entretanto, não foi descartada. Muito pelo contrário. ...ela continua indispensável. Neste ponto estou de pleno acordo com Apel e Habermas. Minha divergência está no fato de que a coerência universal, como a penso, perpassa todo um sistema, lógica, natureza e espírito; isto Apel e Habermas não aceitam de maneira alguma. Habermas disse, com muita elegância, que meu projeto é por demais ambicioso (zu ehrgeizig). (CIRNE LIMA, 2000, p. 229)
A posição da certeza do absoluto, é uma posição que subjaz em Marcuse, a Lógica do Protesto supõe a luta contra a destruição, é uma luta pela salvação do ser. O protesto existe porque sua posição está fundada na certeza mesmo que provisória da decisão enquanto afirmação ou enquanto negação ou mesmo enquanto síntese. O processo pode ser eterno na sua formalidade, está previsto que sua forma se comporta desta maneira, mas está totalmente aberto quanto ao conteúdo sobre o qual deve-se posicionar, aberto às contingências históricas. 1.3 TESTEMUNHOS DO MARXISMO HEGELIANO Douglas Kellner é o grande testemunho de Herbert Marcuse, da importância do objetivo de Marcuse em construir uma dialética que responda a exigências libertárias emergentes do capitalismo tardio. Sua análise da obra “Razão e Revolução” confirma a importância de Hegel para a construção de uma dialética que se contrapõe à civilização da unidimensionalidade. Denúncia de que a organização social, política e cultural distancia-se do questionamento da instrumentalização do desempenho das capacidades humanas pela lógica do desempenho econômico, como o valor essencial, como a unidimensionalidade a se considerar do humano. Russel Rockwell é com Kellner, dos pesquisadores atuais que mostram como Marcuse se destaca como um teórico crítico na explicação dos textos de Hegel. Rockwell destaca a relevância sociológica das categorias-chave nas secções finais, as mais complexas, do trabalho mais complexo de Hegel: