CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO PÓS-GR ADUAÇÃO L A T O S E N S U INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA
APOSTILA RELAÇÕES INTERPESSOAIS E ÉTICA PROFISSIONAL
MINAS GERAIS
2
DESCREVENDO SOBRE A ÉTICA
Conhecer os princípios básicos que norteiam estes tempos de globalização e Reestruturação competitiva é de grande valia para o desenvolvimento das empresas que se preocupam com a ética e, que conseguem transformar sua preocupação em práticas efetivas, mostrando-se mais capazes de competir. Sabe-se que o exercício de qualquer profissão é submetido a normas éticas e estas, são responsáveis pela inclusão ou exclusão do indivíduo na sociedade. Segundo Moreira (2002), Ética, enquanto filosofia é o estudo da conduta humana, essencial à vida em todos os aspectos, seja no pessoal, familiar, social ou profissional. Ela envolve os estudos de aprovação e desaprovação da ação dos homens, levando em consideração o valor do que poderia ser real nas ações honestas. Desta forma, numa definição geral, ética se refere à teoria ou aos estudos sobre a pratica moral, mor al, analisando e criticando fundamentos e princípios que or ientam ou justificam determinados conjuntos de valores morais. Enfatiza a virtude como prática do bem, como promotora da felicidade, seja individual ou coletiva, avaliando o desempenho humano sempre em relação às normas comportamentais. Então, ainda segundo o autor acima citado, a ética é a educação de nosso caráter, temperamento ou vontade pela razão, em busca de uma vida justa, bela e feliz, que estamos destinados por natureza, ou seja, ética é o processo consciente que nos ajuda a escolher entre vícios e virtudes, entre o bem e o mal. É a predisposição habitual, motivada pela vontade de fazer o bem. Segundo os autores Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), os conceitos éticos são extraídos da experiência e do conhecimento da humanidade, sendo que
3
existem cinco teorias a respeito da formação dos conceitos éticos: a teoria do fundamentalismo, a teoria do tilitarismo, a teoria Kantiana, a teoria contratualista e a do relativismo, as quais serão descritas a seguir. A Teoria do Fundamentalismo Fundamentalismo se baseia no preceito de que a ética seja obtida de fontes externas ao ser humano, podendo ser um livro, uma bíblia, ou outro ser, permitindo, que o ser humano encontre o certo e o errado por si mesmo. A Teoria do Utilitarismo propõe que o conceito ético deve deve ser elaborado diante de cada fato e o ser humano para escolher o que será mais ético, deverá analisar o que trará maior bem para a sociedade, levando em conta o tamanho do bem, e não o número de pessoas beneficiadas. A Teoria Kantiana sugere que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais, todavia, sua crítica é a de que existe uma grande dificuldade para entrar em um consenso sobre quais seriam os princípios universais. A Teoria Contratualista parte do pressuposto de que o ser humano assumiu com seus semelhantes à obrigação de se comportar de acordo com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Sendo assim, os conceitos éticos seriam extraídos das regras morais que conduzissem a concretização da harmonia no grupo social. A Teoria do Relativismo é aquela que informa os princípios éticos, posto que segundo ela cada pessoa devesse decidir sobre o que é ou não ético, com base nas suas próprias convicções, na sua própria concepção sobre o bem e o mal, mostrando assim, que o que é ético para um pode não ser para outro. Segundo Sá (2000), após observamos as teorias que permeiam os princípios éticos, é significante fazer uma reflexão acerca de conduta ética, posto que se refere a uma resposta que ocorre a partir de um determinado acontecimento, podendo variar conforme as circunstâncias e as condições vivenciadas. Vale ressaltar, que o conceito de conduta se diferencia do comportamento em virtude do último ocorrer sempre da mesma forma tratando-se de uma constante, e a conduta alterasse de acordo com a variedade de efeitos.
4
Desta forma, através do motivo de tal conduta dar-se-á, a busca pelo conhecimento do que promove a satisfação, o prazer, a felicidade, o bem-estar, procurando ideais imaginados para o bem. O importante é a prática que o indivíduo utiliza para executar suas atividades profissionais de forma ética. Para que esta prática possa ocorrer é relevante que o indivíduo tenha clareza de sua consciência ética, e esta resulta da relação íntima do homem consigo mesmo. Para Sá (2000, p.58), ―como uma das partes da psique, ela [consciência ética] representa para os cientistas da mente, nosso mais direto contato com o mundo exterior, sendo uma relação entre a reflexão própria e a realid ade (...)‖. Pode-se dizer que a consciência é construída a partir das influências ambientais, dos ensinamentos e das informações que adquirimos, estando disponível na prática de nossas condutas no dia-a- dia. Para Sá (2000, p.58), ―só podemos pagar se possuirmos um fundo em dinheiro; só podemos agir eticamente se tivermos uma consciência ética formada e em atividade plena ‖. Assim, a formação ética precisa de um ambiente sadio, com condutas espelhada em práticas do bem. Todavia, esta condição nem sempre ocorre, em virtude do desleixo dos poderes com má qualidade de idéias, tendo, o indivíduo que deseja conservar seus valores e suas origens éticas que proteger-se contra situações de prenúncio. Sendo assim vale ressaltar, que para a conduta ser considerada do bem, é necessário o indivíduo ter a qualidade de viver a vida de acordo com sua própria essência, sem produzir malefícios a si nem a seus semelhantes, tendo uma ética fundamentada no respeito. Para Teixeira (1998, p.91), ―O homem vive em sociedade significa que o homem está unido a outros homens e o ato dessa ligação implica em que ele tem de estabelecer regras de convivência, regras de conduta ‖. Segundo Sá (2000), cada um possui sua própria identidade, muito embora exista semelhança entre as pessoas, nunca poderemos ser idênticos, caracterizando assim, o que pode ser chamado de caráter. Segundo Teixeira (1998), na empresa ou na escola, a diversidade de caráter dificulta a relação interpessoal, sendo necessário que a cultura da empresa
5
predomine, estabelecendo padrões, normas, valores, que possam reger tais comportamentos. Para que exista uma interação ética é necessário ainda, que haja transparência nas relações é preciso que cada parte dê exatamente o que está disposta a dar e o que deseja receber. Sá (2000) ressalta que, no mundo em que vivemos geralmente ocorrem fatos que são frutos de influências que ferem a ética, em virtude de forças de diversas naturezas. Tais fatos podem oferecer um exterior ético, porém, na essência, não são condutas que contribuem para a virtude, nem são aceitáveis, pois são derivados da força de capitais, de poderes, dificultando a liberdade individual ou ameaçando a integridade dos indivíduos, não sendo conhecimentos constituídos pela verdade. Por ser injustificáveis, distorcerem o que é eticamente desejável e, embora Mascarando-se como ética empresarial, são na verdade frutos das especulações, do egoísmo, da inveja e das trapaças. A emoção é um fator importantíssimo e que, não pode ser deixado externo a ética, afinal, trata-se de um sentimento que advém de estados biológicos e psicológicos que podem motivar o primeiro impulso para a ação. É de grande variedade o número de emoções e diferentes são seus efeitos nos indivíduos, podendo influenciar positiva ou negativamente a qualidade ética. Para Sá (2000, p.102), ―Razão e sentimento são independentes, mas precisam estar harmonizados para a eficácia da conduta ‖. O emocional pode sofrer perturbações e, caso isso ocorra, se sucede como um tóxico, podendo gerar três grandes males na formação e na evolução de uma consciência ética, que são: a raiva, a ansiedade e a depressão. Todavia, a emoção precisa ser controlada para que se possa desenvolver a vontade. Neste contexto, as intenções são relevantes no campo profissional. Sabe-se que o indivíduo honesto não tem intenção de prejudicar quem quer que seja, entretanto, existe a prática desonesta que é diferente da intenção, pois está apenas na coragem e na oportunidade dos indivíduos. Todavia, não basta à intenção de desejar ser honesto, a pessoa tem que ser honesta, pois o profissional honesto torna-se digno de confiança e cresce em conceito, valorizando e respeitando sua categoria.
6
Segundo Sá (2000), o profissional tem dever ético de ser honesto integralmente, porém, se transgredir os princípios da honestidade não prejudica só seu cliente, mas pode prejudicar as pessoas que lhe rodeiam, influenciando negativamente. Ao praticar atos desleais, o indivíduo desvaloriza uma comunidade. Isto porque, não se pode chamar de honesto aquele que falta com a lealdade, e lealdade exige solidariedade, fidelidade, sinceridade e cumplicidade. Quanto à importância ética do segredo entre as pessoas na organização, verifica-se um papel de ―guardar‖ algo que é confiado, sendo obrigatório manter o sigilo. O segredo pode até não ter sido pedido, mas, por parecer óbvio, se for violado, enfraquece o vínculo estabelecido e o valor do profissional. Sendo assim, o ideal é a completa reserva sobre tudo o que se torna conhecimento na prática da profissão. Segundo Sá (2000), os casos mais graves são os que se processam com a intenção de tirar proveito próprio. O rompimento de sigilo, nas áreas tributária são criminosos, podendo levar a proventos pecuniários, maculando a honra de quem rompe o silêncio, sendo neste caso, a infração ética notória, e a personalidade dessa pessoa de muito baixa qualificação. No que se refere à competitividade nas organizações privadas, vale ressaltar que a virtude essencial na vida dos seres é atribuir a seus semelhantes o mesmo valor que a si se atribui, pois, o colega de profissão é geralmente aquela pessoa que se identifica conosco, estando na mesma prática, sujeitos aos mesmos problemas e as mesmas alegrias decorrentes da eficácia no desempenho. Segundo Moreira (2002), é de vital importância que as empresas, ao decidirem assumir uma postura ética, coloquem em vigor um documento interno, cuja denominação, segundo o mesmo autor, é código de ética.
...O Código de Ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. A existência do código de ética evita que os julgamentos subjetivos deturpem, impeça, ou restrinjam a aplicação plena dos princípios... (MOREIRA, 2002, p. 33).
Vale ressaltar, que segundo Sá (2002), a implantação do código de ética interno confronta com a concorrência antiética de forma positiva, diminuindo os
7
conflitos interpessoais, posto que nele existe disciplina evitando assim, que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria. Então, eticamente faz-se necessário exercer a virtude do coleguismo com fraternidade profissional, solidariedade, dentro dos preceitos da moral. Tendo para com eles atitude de lealdade, sinceridade, honestidade, compreensão, cooperação, tolerância, cordialidade, ou seja, tudo que for amor fraterno, evitando assim ver nele um adversário, que é o que acontece quando se desrespeita a ética.
ÉTICA E EDUCAÇÃO
Um dos problemas que se coloca na sociedade brasileira contemporânea é o do como educar para o respeito às diferenças e para o respeito a todos os seres humanos, sem violência. Essa questão é central para ética. Nas escolas, atualmente, não são incomuns ações de violência e desrespeito sob todas as formas: agressões, uso de drogas, ameaças, discriminações, desrespeito aos professores e aos alunos... Como a ética pode nos auxiliar a construção uma educação contra a violência? O artigo 2º da LDB considera que, inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, é finalidade da educação nacional o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O artigo 1o diz que a educação abrange os processos
8
formativos que se desenvolvem em várias esferas (família, convivência, trabalho, escola, movimentos sociais etc). A educação para a cidadania, e os programas educacionais voltados para esse fim, pressupõe a crença na tolerância, a marca do bom senso, da razão e da civilidade que faz com que os homens possam se relacionar entre si. Pressupõe, também, a crença na possibilidade de formar este homem, ensinando a tolerância e a civilidade dentro do espaço e do tempo da escola. Nesse sentido, ser ético para a maioria dos educadores é estar aberto ao diálogo, uma vez que acreditam que ele é uma poderosa ferramenta para a formação de cidadãos
conscientes,
críticos
e
responsáveis. Esse estado de ser ético, também possibilita ao educador atuar de forma digna na execução de sua profissão construindo saberes no seu cotidiano. A ética é a responsável pela possibilidade atribuída à escola de conduzir o ser à condição de crítico e responsável pelos seus atos, no entanto, ela entrelaça a estas condições a capacidade de definir o que seja justo e injusto, moral e imoral, uma vez que atribui valores às atitudes dos educandos e os vigia, como se a qualquer momento pudessem fazer, falar ou sentir algo que não é permitido eticamente. Respeitar a liberdade do outro é conhecer os direitos e deveres de cada um dos atores do ambiente escolar. Para Kant, na escola ninguém tem privilégios, mas apenas direitos. Ela corporifica assim, o local privilegiado que permite ao ser reconhecer a sua função social no mundo, compreendendo sua posição, se de explorado ou de explorador, mediatizado ou mediatizador.
9
PRESSUPOSTOS VINCULADOS À ÉTICA
Todos têm direitos e deveres no meio em que vivem. Cabe a escola questionar como eles se apresentam. Até que ponto a comunidade onde se está inserido não está abnegando estes direitos, cada um cumpre com os seus deveres para cobrar os seus direitos? Questões que podem ser levantadas constantemente pela escola. Alguns pressupostos estão vinculados à ética como a justiça, a solidariedade, o respeito mútuo e o diálogo. Temas importantes para serem inseridos nas aulas de diferentes disciplinas de maneira transversal, permitindo desmitificar a questão ética como sendo restrita à área da Filosofia. A justiça já era uma preocupação dos filósofos gregos, pois Platão em sua República já pensava como deveria ser tratado um ato justo, qual a relação entre justiça e injustiça. No entanto, há de ser questionado
como
despertar
no
educando a noção de justiça. A escola pode propiciar situações onde seja exercitada a criticidade do educando oportunizando-lhe a distinção entre um ato justo e um injusto. Fazer essa distinção na escola faz com que o educando reflita sobre a diferença e possa a partir de suas vivências criar relações que exemplifiquem tais questões. A escola pública possui uma diversidade cultural, étnica, religiosa, sexual e social muito grande. Nesse contexto, a solidariedade assume um lugar de comprometimento com o aprendizado. Ser solidário no ambiente escolar é respeitar as diferenças que constituem os atores educacionais, não ocultando a sua existência, mas trabalhando estas diferenças no coletivo. Solidariedade. A partir dela, os educadores sentiram-se mais confiantes no que realmente podem ser enquanto profissionais da educação comprometidos com a vida de cada um de seus educandos. Faz-se necessário superar as barreiras do Capitalismo, do corre-corre
10
diário, de competição desenfreada, onde a vantagem está em primeiro lugar, para triunfar a solidariedade, a compreensão e o respeito. Respeito mútuo. Sem ser unilateral. Respeitar com reciprocidade. E ainda, dialogar. Manter o diálogo em sala de aula é uma atividade muito importante para criar condições de discussão, sobre temas relacionados a questões sociais, políticas e econômicas. Essas discussões criam conceitos ou os reformulam, ou até mesmo constroem outros a partir da vivência de cada um.
ÉTICA PROFISSIONAL DO EDUCADOR
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, publicado em 1997, a ética além de ser considerada um dos temas mais trabalhados pelo pensamento filosófico contemporâneo, é também um tema presente no cotidiano de cada um, fazendo parte do vocabulário conhecido por quase todos. Leia-se: A reflexão ética traz á luz a discussão sobre a liberdade de escolha. A ética interroga sobre a legitimidade de práticas e valores consagrados pela tradição e pelo costume. Abrange tanto a crítica das relações entre os grupos, dos grupos nas instituições e perante elas, quanto à dimensão das ações pessoais (p. 29-30).
Vivemos, pois, numa época que muito se fala em ética. Ética na política, ética na religião, ética no esporte, ética nas mais diferentes profissões, muitas delas já
11
com seu código de valores definido. E o professor já possui o seu código de ética? Sabemos que ainda não, mas não podemos esquecer de que a profissão de educar também exige posturas éticas bem definidas, pois os professores representam um ―modelo‖ para seus educandos e para a sociedade em geral.
Desnecessário dizer que viver em sociedade implica em certas normas de convivência. Para tanto, se faz necessário a busca de pontos em comum. É justamente na busca desses pontos em comum capazes de nortear a existência e de serem assumidos por toda uma sociedade, que surge a ética. Segundo Vázquez, A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano. A nossa definição sublinha, em primeiro lugar o caráter científico desta disciplina; isto é, corresponde à necessidade de uma abordagem científica dos problemas morais. De acordo com esta abordagem, a ética se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade humana que chamamos moral, constituído (..) por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos. Como ciência, a ética parte de certo tipo de fatos visando descobrir-lhes os princípios gerais. (...) Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar a racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis (VASQUEZ, 1997, p. 12-13).
Logo, toda ética deve visar o bem comum, no seu amplo sentido, conciliando os interesses individuai com os interesses sociais. Ela tem o intuito de privilegiar o bem comum e estabelecer princípios gerais. E orientadora, sendo que seu maior intuito é a defesa de um determinado princípio, ou benefício para todas as pessoas. A ética propõe princípios para a práxis nos mais diferentes campos da ação humana. Se para cada atividade existem normas específicas, pode- se dizer que não há um único enquadramento ético geral. Não se fala mais da ética, mas sim de éticas, pois se vive num mundo complexo e em constante transformação. Ela é fundamental para se compreender as relações estabelecidas na escola que, por serem sociais, envolvem a questão da distribuição do poder e do saber. Como escreve Sonia Kramer,
12
Precisamos pôr na ética nossas mãos e nosso coração. Não uma ética supostamente tecida na solidão de um sujeito individual (...) nem, tampouco, uma ética definida na crueza de normas predeterminadas (..) mas uma ética que, tecendo-se nos confrontos e se desenhando a partir da diversidade de vida comum não abdica nunca de si mesma (...) trata-se pois de uma nova forma ética política (..) uma ética que concretiza, assim sua ligação visceral com a educação (‗KRAMER, 1993, p. 170-17]).
A ética, pensada desde a perspectiva do professor, implica um compromisso com a justiça social, tendo em vista não a mera conservação de tradições e da ordem social; mas sim, a formação de novas gerações, herdeiras de um presente estruturado em um passado cultural que não pode ser esquecido. Isso nos sugere que o professor, como norteador do processo de ensino aprendizagem, serve de ―modelo‖ e inspiração de procedimentos sóciomorais positivos. Sugere também que
deve inspirar confiança, tanto para os alunos e para suas famílias como para a sociedade em geral. A ética profissional do educador pode ser apreciada através das suas relações com a sociedade, com a escola, com o aluno, com os colegas, com o trabalho
escolar
que
desenvolve
e
também consigo mesmo. Na relação com a
sociedade
cabe
ao
professor
a
responsabilidade de ajudar o educando a se tornar parte integrada e ativa do mundo social. Ele precisa estar consciente de que, hoje, num mundo transformado pela ciência e tecnologia, é difícil prever o que será da vida de seus alunos no futuro. O comportamento social do professor exige uma característica de sobriedade, moderação e equilíbrio em todos os setores da vida, mantendo-se longe de vícios, tão
divulgados em nossos dias, como o jogo, a bebida, as drogas e outras
vicissitudes, pois seus passos, seus atos e ações, publicas e particulares têm repercussão social, que se refletem na confiança que a sociedade lhe deposita. O professor é um representante da família e da sociedade na educação das gerações ainda em formação. É o representante da família por que os pais nem sequer possuem condições sócio- econômico culturais para oferecer esta educação
13
em casa, outorgando assim poderes para que os professores continuem e ampliem a educação dada no lar. O professor não pode deste modo, desconhecer a família do aluno nos seus aspectos afetivo, social e cultural.
Cabe ao professor cuidar de sua apresentação pessoal, não necessariamente Chegando ao requinte da última moda, mas também, não podendo e não devendo apresentar-se como um maltrapilho. A postura do profissional da educação em sociedade implica atitudes que geram clima de confiança nas relações humanas e sociais. É preciso analisar-se constantemente de forma clara e consciente para verificar se não está sendo retrógrada ou comodista. Ao estimular mudanças, ele deve também analisar se não está traindo os princípios fundamentais da sociedade a que serve e se as idéias de renovação não repudiam uma linha lógica de evolução desta mesma sociedade. A escola é uma instituição contextualizada, isto é, sua realidade, seus valores, sua configuração variam segundo as condições histórico-sociais que a envolvem. Há toda uma confluência de fatores que condicionam seu perfil e suas manifestações. O professor em relação à escola é, ao mesmo tempo, condicionante e condicionado Seu modo de agir e de ser recebe influência do ambiente escolar e vice-versa. Ele tem obrigações morais para com a escola que milita. A colaboração entre a direção e seu quadro de professores é fundamental para o sucesso da instituição escolar. Os esforços de ambos devem convergir para o mesmo objetivo, que é a educação e o crescimento do aluno. Para que haja um bom entendimento entre os professores e seus colegas, faz-se necessário uma ação unificada entre os mesmos. Existem normas de
14
comportamento cuja observação ajuda os educadores a se relacionarem com seus colegas para haver maior entendimento entre eles e melhor interação e integração com os alunos. É importante que cada educador no supervalorize a sua disciplina menosprezando as outras. Esta é uma atitude que a ser combatida, pois todas as disciplinas contribuem para alcançar os objetivos da escola. É abominável professores ridicularizarem ou fazer referencia a colegas de trabalho em sala de aula. As críticas negativas feitas junto aos alunos favorecem um ambiente de fofoca e mexericos, podendo os alunos se aproveitarem da situação e jogarem um professor contra o outro. Nesse sentido Moretto escreve que o professor deve ―... estar sempre disposto a ressaltar os méritos de seus colegas, suas iniciativas. sua competência e sua dedicação ao ensino, o que muito favorecerá a tarefa educativa dos col egas” (1995, p. 8).
Sempre que tiver oportunidade, compete ao professor referir-se a outras disciplinas de maneira global, valorizando assim todas as disciplinas e os seus respectivos professores. Ele precisa estar atento para evitar que os alunos façam complôs contra colegas de trabalho ou provocar reações negativas contra as decisões destes. As determinações combinadas em reuniões, as conversas sigilosas e as trocas de informações que obtiverem com a direção dizem respeito somente aos docentes. A ética no permite comentários desnecessários com o corpo discente. Assuntos pendentes resolvem-se diretamente com a direção de modo franco sem a intromissão de educandos. É recomendado não comentar fora da escola os problemas relacionados com a direção ou com o estabelecimento de forma depreciativa. Estes comentários favorecem o desenvolvimento de um clima de desconfiança e descrédito para a escola. Para haver ambiente favorável aos educadores, se faz necessário o cumprimento das normas estabelecidas pela escola, valorizando a profissão e incentivando o intercambio entre todo o corpo diretivo, docente e demais funcionários da escola.
15
É fundamental para a educação o bom relacionamento entre professor e aluno. O estabelecimento de laços de simpatia e amizade entre ambos são também fundamentais para que sejam alcançados os objetivos propostos. São muitos os aspectos do comportamento do professor com relação ao aluno, e capazes de influir em suas relações, que fica difícil discriminar todos. Citarei alguns apontados por Moretto que exigem, por parte do professor, ponderação quanto a sua conduta:
a) Cultivar atitude de justiça e trato igualitário para com seus alunos. b) Abster-se de assumir atitudes racistas, quer em relação á cor, ou nacionalidade. c) Ao chamar a atenção do aluno, fazê-lo franca e lealmente, não invocando nunca razões de defeitos físicos, deficiências de inteligência, raça ou nacionalidade. A admoestação deve dizer respeito ao que dependa da própria ação do aluno. d) Não revelar, em classe, aspectos da vida particular da família do aluno. e) Não comentar as provas dos alunos em público. Não é ético também, ridicularizar alunos em face de seus erros. f) Evitar expressões e modismos lingüísticos vulgares. g) Abster-se de assumir posição político-partidária. h) Cumprir sempre o que prometeu a seus alunos. i) Evitar que sempre prevaleça a sua opinião. j) Esforçar-se para tomar-se amigo de seus alunos (1995, p. 4-8). A relação do professor com a sociedade, com a escola, com os alunos e com os colegas, depende fundamentalmente da maneira como este professor se autodefine. Os problemas de conduta que implicam as relações do professor consigo mesmo, no são relações unicamente subjetivas porque, de acordo com elas, os resultados objetivos podem aparecer negativa ou positivamente.
16
Para haver ambiente favorável aos educadores, se faz necessário o cumprimento das normas estabelecidas pela escola, valorizando a profissão e incentivando o intercambio entre todo o corpo diretivo, docente e demais funcionários da escola. Acreditar na educação é não fazer de sua atividade profissional, mera forma de ganhar a vida. É necessário também que o professor acredite na disciplina que leciona. Atitudes desta natureza propiciam ao educando perceber que o mestre possui a convicção necessária para educar. É grande a responsabilidade do educador como agente influenciador de mentalidade em formação. É de sua obrigação elaborar o plano de curso de sua disciplina, selecionar conteúdos significativos,programar técnicas para que este conteúdo seja assimilado de forma agradável, não esquecendo de que o bom plano de aula favorece significativamente a aprendizagem e é sinal de respeito para com o aluno.
Outro aspecto importante na relação do professor consigo mesmo é a sua atualização permanente, buscando sempre inovações para melhorar o seu desempenho profissional. Ser autodidata é uma virtude que todos os educadores devem prezar. O aperfeiçoamento tem de ser entendido em sentido amplo, procurando atualizar não só os conhecimentos sobre a matéria que leciona, mas também os conhecimentos sobre sua disciplina e inteirar-se dos progressos da didática e da sociedade de maneira geral. O professor consciente desenvolve seu
17
espírito de autocrítica e avalia constantemente sua postura e sua própria conduta. É importante, freqüentemente, examinar as situações conflitivas em que se esteve envolvido, certificando-se assim se sua ação foi positiva ou negativa. A maturidade também é uma qualidade essencial dos verdadeiros educadores. Sendo eles social, intelectual e emocionalmente maduros, serão com certeza os grandes transformadores da sociedade, os agentes equilibrados que enfrentarão com sabedoria todos os desafios inerentes a sua profissão. A educação precisa de mestres competentes, equilibrados, destemidos, ousados, críticos, éticos, capazes de lutar por uma sociedade mais igualitária e solitária. O professor tem compromisso com os estado social atual, tem compromisso também com a evolução, com a modificação, com o progresso social. Em suma, o novo milênio exige um profissional que direcione o seu olhar para o futuro. Exercitando a imaginação e a fantasia de seus alunos na tentativa de solucionar problemas ou situações que os novos tempos trazem. É importante que ele seja provocador e desafiador, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e autônomos. Ele tem como compromisso: cultivar no aluno o espírito inquiridor, ensiná-lo a expressar adequadamente as suas idéias, a aprender com os erros e a enfrentar obstáculos, levá-lo a acreditar em si e a descobrir seus talentos e potencialidades, despertando o desejo pelo saber.
O professor com visão de futuro amplia o seu campo de ação educacional, o que proporciona ao aluno descobrir o funcionamento e o significado do que lhe é proposto, sabendo o porquê do ensinar e o porquê do aprender. O professor
18
necessário nessa nova realidade é aquele que atende as necessidades impostas pela sociedade contemporânea e que não tem medo de usar o saber e ousar com este saber. Ele transporta a realidade para a educação inventando uma nova forma de ensinar. Este professor, afirma Biz, ―não pode ser movido somente pela inteligência, mas também pela emoção. Sem ela, como desempenhar com alegria, uma tarefa desgastante, muitas vezes, pouco compreendida pelos pais, autoridades e alunos entediados? Sua missão não é de facilitador, mas de animador. Viver como um intelectual transformador (2000,p. 8)‖.
Cumpre aos educadores se questionarem constantemente sobre o tipo de sociedade para qual devem preparar os educandos, que serão responsáveis pelo rumo do país no alvorecer de um novo século. Dentro do contexto educacional, o papel dos professores é talvez o mais significativo da realidade global, capaz de interferir na modificação do ser humano a desenvolver-se como ser integral, nas suas potencialidades cognitivas, afetivas, psicomotoras e sociais, criando condições favoráveis para o aluno conhecer e compreender o mundo em que vive e, assim, poder construir-se dando oportunidade ao educando de delinear seu papel como ser pensante, consciente, criador, livre e participante — transformador da sua realidade. Acompanhando sua trajetória, percebemos que a figura do educador passou por uma metamorfose, e continua se transformando. O novo milênio exige que os professores tenham competência, sejam humanos e que exerçam o seu papel com ética. A formação do indivíduo se dá através da interação do educando com a presença viva do professor. No com autoritarismo, mas com coerência, com bom senso, sendo exigente sim, na busca da verdade. A verdade se constrói no diálogo, e com postura de humildade.
19
AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Tudo que fazemos na vida, seja no âmbito pessoal ou profissional, requer a interação entre os indivíduos. Isso porque, vivemos em sociedade e se tornaria inviável o fato de vivermos isoladamente, sem que necessitássemos manter contato com os outros. Segundo Tourinho (1982), para que as relações interpessoais sejam estabelecidas dentro de uma organização, faz-se necessário a existência de um contato entre aqueles que nela trabalham, uma percepção entre e sobre os indivíduos. A partir do momento em que percebemos o outro, não apenas em suas características físicas, mas também em seus processos mais íntimos, passamos a nos relacionar com ele de forma positiva ou negativa, baseados em preceitos éticos ou não. O estabelecimento de um contato com o outro indivíduo torna-se então, uma questão de fundamental importância no âmbito das relações interpessoais, isto por que o estabelecimento de um contato empobrecido favorecerá a permanência de relações também empobrecidas e fracas , fato que pode acarretar em emissões de comportamentos anti-éticos e hostis para com os outros; enquanto que bons contatos desencadearão, na grande maioria das vezes, relações baseadas em mútuo respeito e cordialidade entre os funcionários.
20
Ainda segundo o autor, dentro de uma organização, as relações estabelecidas entre os funcionários devem ser mediadas da melhor forma possível. Boas relações trazem à tona, maior motivação, melhor produtividade e, conseqüentemente, um ambiente de trabalho favorável. Francis apud Tourinho (1982), presidente da General Foods, expressa de forma bastante clara e realista essa idéia . Ele nos diz que: ―O problema da produtividade individual é principalmente um problema de Relações Humanas‖. Os relacionamentos estabelecidos e concretizados dentro das organizações podem assumir diferentes formas e ser classificados da seguinte maneira: Relacionamento Vertical para cima; Relacionamento Horizontal e Relacionamento Vertical para baixo.
Segundo Moscovici (2001), o relacionamento vertical para cima, é compreendido através das relações entre os clientes internos e seus superiores, os quais podem apresentar-se de formas variadas, dentre elas, como uma pessoa generosa ou autoritária, um indivíduo afetuoso ou intolerante e assim por diante. O relacionamento horizontal é compreendido através de um mesmo padrão hierárquico, ou seja, é a interação entre os funcionários da empresa, os chamados ―colegas de trabalho‖. Os tipos mais comuns são: o complexado, o fraterno, o
presunçoso, o falador e o amargurado. E por fim, o relacionamento Vertical para baixo, o qual compreende as relações interpessoais estabelecidas com os subordinados, o s quais freqüentemente se apresentam como relapsos, bajuladores, revoltados, incapazes ou atenciosos. A partir do exposto, torna-se importante ressaltar que em qualquer tipo de relação interpessoal estabelecida com outros indivíduos, a humanização é uma
21
questão de vital importância, isto é, o respeito, a empatia, a cordialidade, a solidariedade, a mútua ajuda entre os indivíduos que compõem o corpo técnico da organização, fazem-se necessários para que essas relações sejam consolidadas e fortalecidas com caráter positivo, tornando assim o ambiente de trabalho, um local não mais de discussões, mas sim um ambiente pacífico e tranqüilo, onde os funcionários
possam
estabelecer
laços
de
afetuosidade,
fraternidade
e
principalmente onde, os comportamentos éticos sejam uma constante.
O DIA-A-DIA NA ESCOLA (ORGANIZAÇÃO) E SUAS DIFICULDADES
Segundo Moscovici (2000), ao introduzir-se na organização, o indivíduo está cheio de esperanças, tudo é novidade, o interesse pelo trabalho é grande. No início, a pessoa faz planos, sonha com formas de se realizar, idealizando uma carreira invejável, todavia, aos poucos, com o convívio adentro da mesma, vai conhecendo uma realidade diferente, observando que será mais difícil do que imaginou concretizar seus sonhos. As relações interpessoais começam a se corroer, as outras pessoas designam dificuldades, as chefias começam a mostrar seu lado não apoiador como pareciam nos primeiros contatos, ao apresentar -lhe o serviço a ser executado. Desta forma, começam a surgir os obstáculos, atravessando o indivíduo uma fase de perplexidade e insegurança, sem entender as incomunicações, as
22
linguagens usadas nas organizações, revelando um fato cerceante sobre sua vontade de trabalhar bem, de fazer coisas novas, de tomar iniciativa e obter sucesso. Assim, o indivíduo percebe a complexidade conflitiva e frustrante da vida na organização, diminuindo seu entusiasmo inicial. Isto tudo ocorre, em virtude da qualidade de vida na organização atual deixar muito a desejar. Nas organizações sociais é usado um modelo burocrático, onde o que predomina é o controle sobre as pessoas. O programa de recompensa é o estimulador, o encorajador da competição nas relações interpessoais, propiciando o comportamento de só ―olhar para cima‖ e ―parecer o melhor‖, no sentido de tentar
ocupar uma posição de destaque. ... surge a dúvida: permanecer ou sair da organização? Como em qualquer relação intrapessoal, este é um período de grande tensão, insatisfação e ansiedade, podendo ser acompanhado de insônias, distúrbios gastrointestinais, entre outros sofrimentos psicossomáticos... (MOSCOVICI, 2000, p.4).
Agora, depende do indivíduo que presenciar este tipo de situação, decidir qual deverá ser sua postura a partir dos acontecimentos ocorridos, caso deseje continuar na empresa, se irá se acomodar e obedecer aos padrões que regem o funcionamento interno, ou, se irá seguir as regras do jogo (incluindo as menos nobres), a fim de alcançar sucesso pessoal e fazer carreira, mesmo que isto lhe custe a abdicação de certos valores.
23
O meio de obter carreira envolve uma fase de tensão até a decisão. À distância entre as duas opções abarca atitudes e valores, algo além da capacitação profissional. Desta forma, aproveitar a oportunidade, ou criar a oportunidade depende mais de atributos pessoais do que de fatores externos. Então, será necessário saber reconhecer uma oportunidade, para agir no momento certo com atributos da personalidade e da dinâmica pessoal. Segundo Moscovici (2000), a vida no trabalho é considerada composta de cinco fases: o choque da realidade; a socialização e crescimento; a crise do meio da carreira; a aceitação; a pré-aposentadoria. Cada fase possui uma faixa etária da vida do indivíduo, desde 20-25 anos até o final da carreira 65-70 anos. Estas etapas mostradas acima divulgam como o indivíduo vive nas organizações em relação a satisfação, o que será descrito a seguir: de 20- 25 anos o indivíduo deverá estar vivendo a fase do choque da realidade, estando completamente insatisfeito com seu cargo e com a organização, se agüentar esta fase, persistindo em continuar na mesma empresa passará para a fase dos 26-35 anos, onde ele está em fase de socialização e crescimento, começando a se adaptar as dificuldades e encontrando saída para os conflitos interpessoais, estando muito satisfeito com o cargo e com a organização, afinal começou a se ajustar. Todavia, surge a fase de crise do meio da carreira de 36-45 anos, momento em que o indivíduo também se encontra em crise na vida pessoal, posto que vários fatores biológicos, psicológicos, sociais e situacionais convergem para um estado de insatisfação difusa. É um período difícil, de reconhecimento forçado, da inevitável diminuição da capacidade física, perda da juventude (ou chegada da velhice), maior preocupação com a saúde. Isto tudo propicia uma insuficiente satisfação com o cargo e com a organização. Ainda segundo a autora, posteriormente, surge a fase da aceitação, de 46-55 anos, onde o profissional começa a aceitar as mudanças que ocorreram em sua vida, reiniciando a sintonia com o cargo ocupado e com a organização da qual faz parte. Desta forma, o indivíduo poderá atingir a pré-aposentadoria entre 56-65 anos, muito insatisfeito com a organização e, cheio de satisfação com o cargo ocupado todos estes anos de sua vida profissional. Após os dados descritos, observa-se que na maioria das fases, o indivíduo está insatisfeito com a organização e isto se dá, pelo fato de a mesma se preocupar mais com o aumento da produtividade, esquecendo de propiciar qualidade de vida
24
aos trabalhadores. A velocidade do avanço tecnológico geralmente não acompanha a qualidade de vida. A competição está cada vez mais acirrada, é preciso vencer, é preciso ter sucesso, ficar sempre a frente dos outros, em direção ao topo. Nesta corrida contra o tempo, e contra os outros, o indivíduo vai exigindo cada vez mais de si, chegando a comprometer sua saúde e sua produtividade. A ansiedade que acompanha este estado de esforço poderá levar a uma síndrome de stress. Observando o dia-a-dia do indivíduo na organização percebe-se que ninguém se importa com quem é o indivíduo e sim com o que o indivíduo faz. Para Moscovici (2000, p.10), ―o Fazer é mais valorizado do que Ser. Geralmente a referência a uma pessoa é em relação ao que faz: ―Fulano é engenheiro‖ . O papel organizacional passa a ser a identidade social e, isto é muito frustrante para o indivíduo, aumentando sua ansiedade, afinal se trata da perda de sua identidade. Esta valorização do fazer em detrimento do ser está ligada a concepção mecanicista da organização representada pela estrutura burocrática.
A organização atual de valores mecanicistas/burocrático, recomenda um ritmo inteiramente ligado ao trabalho, reservando intervalos mínimos, sem levar em consideração as necessidades humanas de interação consigo mesmo e com os outros, e nem as necessidades de atividades espontâneas, ficando o indivíduo com pouca qualidade de vida, posto que o trabalho em excesso é tão maléfico quanto qualquer doença.
25
Desta forma, os dias úteis, o lazer, os exercícios físicos passam a ser inúteis, ficando o indivíduo volúvel a intoxicação pelo trabalho, devido o excesso de dedicação que pode até se transformar em patológico. Todavia, estes indivíduos muitas vezes são tidos como exemplos aserem imitados, pois trabalham exaustivamente, chegando cedo e saindo após o término do expediente. Segundo Moscovici (2000), estes males modernos, desenvolvem juntamente com o desenvolvimento industrial e tecnológico a prosperidade econômica, o conforto material, a fartura de alimentação elementos essenciais em sociedades competitivas, onde o stress é a variável constante na luta pelo sucesso, na carreira profissional e na vida pessoal.
CULTURA ORGANIZACIONAL
A vida dentro da Organização apresenta para o indivíduo momentos de luz e momentos sombrios. Aquilo que permanece na claridade, geralmente é o que a organização e seus componentes focalizam, acreditam e valorizam; já o lado sombrio, compreende aquilo que eles ignoram e desvalorizam (MOSCOVICI, 2000). A organização, apesar de não admitir, grande parte das vezes, acaba se entregando a sistemas de valores diferentes daqueles que são sustentados dentro do ambiente de trabalho, aceitando a competição, a mútua agressão e violência entre os funcionários; utilizando-se da coerção, através de ameaças, punições e privações. Estes fatores, na realidade, apresentam-se como grandes influenciadores
26
para a não permanência da ética no estabelecimento das relações entre os indivíduos que compõem a Organização e a partir daí, as relações podem se dar através da claridade ou da escuridão. A interação entre as pessoas dentro da organização pode também ser estudada a partir da Cultura Organizacional estabelecida por ela uma vez que, a mesma é formada por pessoas e a Cultura é caracterizada por um sistema de valores, crenças e comportamentos compartilhados, os quais orientam a forma de agir dos seus componentes. Ainda segundo a autora, cada organização estabelece e molda a sua cultura, por isso as culturas estabelecidas são diferentes umas das outras.Para S hermerhorn & Hunt & Osborn (1999, p. 196), ―Assim como não há duas pessoas com a mesma personalidade, não existem duas culturas organizacionais perfeitamente idênticas‖ . Entretanto, existem alguns aspectos em comum entre elas, como por exemplo a questão de que toda cultura organizacional é composta de três dimensões: a dimensão material, que compreende o sistema produtivo, ou seja, a estrutura das organização de trabalho, o ambiente físico e os recursos materiais; a dimensão psicossocial ou política, que corresponde a estrutura funcional e de poder, isto é, a relação das pessoas entre si e as relações formais e informais mantidas e, por fim a dimensão ideológica, a qual compreende a relação dos indivíduos com os valores, normas, filosofia e outros elementos afins. As organizações tendem a estabelecer e implantar a sua cultura, a partir da somatória
de
habilidades
apresentadas
(técnicas,
humanas,
políticas
e
administrativas), e das cargas psicossociais, as quais são provenientes de fatores humanos individuais, de relacionamentos grupais e das relações interpessoais mantidas. Ao
se
analisar
as
relações
interpessoais na organização, verifica-se as características culturais,posto que, as mesmas mostram o grau de formalidade e
de
informalidade
existentes
nos
ambientes organizacionais, ocasionando numa maior ou menor flexibilidade nas relações (KANAANE, 1999).
27
A cultura corporativa, como também é chamada a cultura organizacional, é capaz de fornecer respostas para vários eventos que possam vir a ocorrer dentro da empresa e um exemplo disso é que na grande maioria das vezes, oferece respostas que levam soluções para lidar com os comportamentos considerados anti-éticos ou para o caso das relações interpessoais serem conduzidas de forma negativa. Para Srour (1998, p. 174), ―A cultura é aprendida, transmitida e partilhada. Não decorre de uma herança biológica ou genética, porém, resulta de uma aprendizagem socialmente condicionada‖.
O processo de integração interna, geralmente começa quando se estabelece uma única identidade para o grupo, ou seja, quando cada conjunto e cada subcultura estabelecem uma única definição de si mesmo; a partir da caracterização dos membros do grupo, este irá tomando as suas características próprias, podendo a partir de então ser situado como rígido ou maleável, cheio de oportunidades ou competitivo e assim por diante. Segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), a cultura organizacional é dividida em grupos e para que se tenha uma dimensão e conhecimento da forma como ela funciona, faz-se necessário o conhecimento de cada grupo que a compõe. As subculturas são pequenos grupos de indivíduos que possuem um padrão especial de valores e filosofia. Para Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999, p. 197), ―As subculturas são grupos de pessoas com um padrão especial de valores e filosofia...‖ . As subculturas são inevitáveis em qualquer organização, elas podem se
dar de forma harmônica ou gerar conflitos, trazendo, neste caso alguns problemas de integração de esforços produtivos. As pessoas tendem a agrupar-se a partir de características individuais próximas, isto é, a partir do momento em que se assemelham, a facilidade é maior para que elas se tornem uma subcultura. É comum dentro das organizações, que os indivíduos estabeleçam aliança e lealdade com aqueles que lhes são mais próximos, o fato de muitas vezes existirem amigos em comum entre os funcionários, de se ter funcionários nascidos na mesma cidade, que já fizeram cursos juntos entre outros exemplos, acabam formando as culturas de origem. Essas subculturas podem apresentar-se como um impedimento para a integração com os demais Quando falamos em Cultura Organizacional, nos remetemos a alguns termos e elementos, os quais são indispensáveis para o aprofundamento do assunto, para a definição do tipo de cultura implantada e conseqüentemente para a forma como as relações interpessoais são estabelecidas .
28
As Organizações são cheias de histórias e narrativas de eventos que já ocorreram, os quais podem acarretar em reforço dos comportamentos existentes e enfatizar o ajustamento destes comportamentos no ambiente organizacional. Segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), talvez uma das histórias de maior importância seja a história da empresa, isso porque, grande parte das vezes, ela contém lições de atos heróicos de quem a fundou. Estes Heróis, geralmente, são pessoas intuitivas, que têm visão e fazem seu próprio tempo, porém, o inverso também é verdadeiro e, ao contrário do que se espera, eles podem apresentar-se como sendo pessoas de difícil convívio e insensíveis, nestes casos, os relacionamentos podem tornar-se negativos e comprometidos . Os Ritos e os Rituais , são elementos mais óbvios da Cultura Organizacional; o primeiro termo refere-se as atividades de natureza expressiva, elaboradas com intuito de reiterar traços característicos de uma cultura; já o segundo termo se caracteriza como sendo o sistema dos ritos. Para Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999, p. 199), ―os ritos são atividades padronizadas e repetitivas usadas em épocas
especiais para influenciar o comportamento e entendimento dos membros da Organização‖.
Geralmente, a cultura organizacional de uma empresa especifica o comportamento que seria considerado adequado para que os indivíduos se enquadrem no sistema social da Organização; estes elementos são conhecidos como regras e papéis culturais, os quais aparecem como forma de controle diário e, de certa forma, influenciam nas relações mantidas entre os funcionários. A partir destas regras, os indivíduos são recompensados ou punidos e dependendo da organização, a violação de regras condizentes ao comportamento ético pode acarretar em sérias conseqüências.
29
A filosofia que a empresa segue, segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), conecta os aspectos relacionados com os objetivos e colaborações. Uma filosofia bem desenvolvida define as fronteiras de forma clara para todos os membros da empresa, mostrando que onde acaba o limite e o espaço de um, começa o do outro; e assim sendo, vai privilegiar o comprometimento ético nas relações estabelecidas. Os tabus organizacionais, cumprem o papel de orientar o comportamento, colocando em nítida evidencia o aspecto disciplinar da Cultura com ênfase no nãopermitido. Os tabus geralmente estão ligados a questões que podem abalar o comprometimento das boas relações interpessoais, em que grandes partes das vezes ligam-se a questões discriminatórias que ocorrem no âmbito Organizacional. A comunicação é um elemento importantíssimo quando se dá ênfase as relações interpessoais. Sabemos que as pessoas interagem através da comunicação e por isso ela deve ser estabelecida da forma mais clara possível para que não haja mal entendidos. Ainda segundo o autor, a precisão da linguagem torna-se uma solução plausível para os crônicos problemas de comunicação. Muitas mensagens explícitas encerram outras implícitas, na maioria das vezes, discordantes, as quais exigem habilidade para fugir do conteúdo aparente e decifrar o que está contido mais profundamente no psicológico. Os valores compartilhados dentro da organização, são elementos de vital importância, pois referem-se as noções compartilhadas daquilo que os indivíduos que a compõe têm do que é importante ou acessível para o grupo a que pertencem . Dependendo da forma como esses valores são compartilhados, surgirão comportamentos moralmente aceitos ou não, pois quando eles são compartilhados de forma total entre os indivíduos, as chances de se cometer comportamentos antiéticos decai e conseqüentemente o clima de harmonia entre os funcionários prevalece. Os valores geram uma identidade corporativa forte e acabam melhorando o comprometimento coletivo. Todavia, essa situação pode transformar-se numa arma obscura que acaba impedindo a realização de mudanças. Quando uma cultura é fortemente estabelecida e mantida, a mudança tornase algo de difícil aceitação. As pessoas não estão acostumadas a lidar com elas, repensar seus valores, suas crenças e atitudes e outro fator de grande influência, é que os indivíduos nem sempre estão dispostos a mudar. Não raro, isso acontece quando uma organização adquire outra e as culturas
30
estabelecidas são fortes o suficiente para gerar contraculturas. Estas contraculturas, referem-se a grupos de pessoas que vão de encontro com a cultura que se pretende estabelecer dentro da organização. Esse tipo de comportamento, costuma ser prejudicial, uma vez que acaba impedindo a manutenção de boas relações interpessoais com os novos membros da empresa.
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
Para que a organização tenha um desenvolvimento saudável é importante o equilíbrio no comportamento dos integrantes da mesma, nas suas ações e reações, sendo de primordial importância tomar conhecimento primeiramente do que é comportamento por definição e posteriormente, qual sua influencia nos conflitos que ocorrem dentro das organizações. Segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), comportamento é um conjunto de operações materiais e simbólicos, entendido como um processo dialético e significativo em permanente interação, o qual, permite ao indivíduo o surgimento de novas instâncias de comportamento. Comportamento pode ainda ser definido como as reações dos indivíduos e as respostas que este apresenta a dado estímulo, sendo determinado pelo conjunto de características ambientais (adquiridas) e hereditárias (genéticas), com absorção de
31
pressões exercidas no meio ambiente, estando constantemente em estado de adaptação aos determinantes sócio-organizacionais. Entender o comportamento na organização é vital, uma vez que, o fator humano está vinculado a toda tarefa realizada sendo um impulsionador do sistema organizacional e da sociedade como um todo. Então, ao considerar o processo de desenvolvimento organizacional, é importante desenvolver nos dirigentes e subordinados a reflexão sobre os valores, normas, padrões estabelecidos e regras presentes na organização. Este agrupamento está associado à educação no sentido de que os indivíduos que fazem parte da organização deverão aprender a essência de suas condutas, dos comportamentos e dos processos cognitivos e emocionais envolvidos em sua ação no contexto socioprofissional. Existe um velho provérbio que diz: ―As aparências enganam‖ , logo, é
importante compreender que não se pode trabalhar com dados invisíveis, sendo necessário conhecer os aspectos aparentes e subjacentes do comportamento, e o que eles podem alterar nas ações e reações, a fim de diminuir os conflitos nos agrupamentos organizacionais. Ainda segundo o autor nos aspectos aparentes encontramos os objetivos e as missões a serem cumpridas, os recursos materiais a serem utilizados, a comunicação formal e informal utilizada, as normas explícitas e os valores declarados. Nos aspectos subjacentes temos as emoções, os sentimentos, as atitudes, o mecanismo de defesa e o inconsciente coletivo.
32
Destes todos citados acima, vale ressaltar a emoção, posto que, são reações automáticas. O agir impulsivamente geralmente traz resultados negativos. Então, é importante conhecer suas próprias emoções para que se tenha mais capacidade de decisão, saber lidar com a mesma para livrar-se de ansiedades e irritabilidades e, saber reconhecer as emoções nos outros, ou seja, ter empatia, a fim de conseguir reconhecer os sinais sociais que indicam do que os outros precisam ou o que querem.
Segundo
Fritz
(1997),
existem
diferentes
concepções
do
termo
comportamento, ou seja, comportamento individual, comportamento grupal e comportamento organizacional. O comportamento individual retrata as reações inerentes ao indivíduo e suas condutas no contexto organizacional. O comportamento grupal refere-se a gama de reações dos indivíduos que compõem um grupo. Vale ressaltar, que as ações emergentes do comportamento grupal retratam as várias influências decorrentes da dinâmica existente, incluindo as pessoas, a interação, o sentimento, as atividades (tarefas), a comunicação e os objetivos. Entretanto, o comportamento organizacional se diferencia dos dois outros citados acima, em virtude, das manifestações emergentes no contexto das organizações, indicando os controles, o processo decisório e os esquemas técnicoadministrativo assumidos num dado momento organizacional. É de grande valia ter conhecimento que, embora estes comportamentos apresentem definições distintas, são interdependentes.
33
A estrutura comportamental produz dois tipos de comportamento, o decisório e o oscilatório. O primeiro citado anteriormente remete a movimentação de algo de um lugar para outro, enquanto o segundo remete a movimentação de um lugar para outro, retornando a posição original. Nas organizações observamos que muitas ações movimentam-se de um estado real (a situação atual) para um estado deseja do (objetivos e aspirações). A ação é inicialmente gerada e, então chega ao final, uma vez que o resultado desejado é atingido, ocorrendo um comportamento decisório, ou seja, na organização as ações de cada pessoa contam e contribuem para a energia e talento da empresa toda. A grosso modo, pode-se exemplificar o comportamento decisório como o movimento de um carro de brinquedo, que ao empurrarmos para onde acabar sua força, não retorna ao local inicial. Já o comportamento oscilatório pode ser exemplificado por uma cadeira de embalo, que ao ser empurrada vai para trás, mas retorna a posição inicial. O sucesso muitas vezes é conduzido ao fracasso, e por isso, dá-se ênfase ao estudo do comportamento nas organizações, ressaltando o mesmo como uma das mais valiosas possibilidades e perspectivas para a implantação de programa de qualidade. Portanto, é importante fazer o indivíduo repensar constantemente seus atos e atitudes, valores e crenças, a fim de contribuir para a ética organizacional, respeitando as regras de interesse comum e interagindo saudavelmente nas relações interpessoais.
34
BIBLIOGRAFIA
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2005. BRANDEN, N. Auto-Estima no Trabalho. Rio de Janeiro: Campus, 1999. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas Transversais. Brasília: MEC/SEF, 1997. CHAUI, Marilena (1998). Ética e Violência. [Palestra apresentada no Colóquio Interlocuções com Marilena Chaui, São Paulo]. CHAUI, Marilena . (1997). Convite à Filosofia. 8ª ed. São Paulo, Ática. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos humanos nas CUNHA, Maria Izabel. O Bom Professor e sua Prática. 4ª ed. São Paulo: Papirus, 1994. DOUZI, Johannes Hubertus. O Professor no Brasil Hoje: Entre a Conduta Ética e a Culturada Razão Cínica. Revista da Educação – AEC, Brasília, n. 84, p. 32-38, out. dez. 1992.
35
EIZIRIK, Marisa. Michel Foucault: um pensador do presente. UNIJUÍ: Ijuí, 2002. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Brasileiro da Língua FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 31. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. FRITZ, R. Estrutura e Comportamento Organizacional . São Paulo: Pioneira, 1997. GRAMIGNA, M. R. Liderança, o caminho do guerreiro. Disponível em: (http\\ www. Rh.com.br .Acesso em: 01 jul. 2002). GUDSDORF, Georges. Professores Para Quê? Para uma Pedagogia. São Paulo: MartinsFontes, 1987. JAEGER, Werner (1986). Paidéia. São Paulo, Martins Fontes. KANAANE, R. Comportamento Humano nas Organizações: o homem rumo ao
século XXI. 2a.ed. São Paulo: Atlas, 1999. KRAMER, Sonia. Por Entre as Pedras: Arma e Sonho. São Paulo: Ática, 1993. LEI n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. MENEGOLA, Maximiliano. E Agora Professor? Porto Alegre: Mundo Jovem, 1987. MIGLIORI, F. R. Et al. Ética, Valores Humanos e transformação. 3a.ed. São Paulo: Fundação Petrópolis, v.1. MILIONI, B. Comportamento Gerencial: o poder em questão. São Paulo: Nobel, 1990. MOREIRA, J. M. Ética Empresarial no Brasil. 1a.ed. São Paulo: Pioneira, 2000.