UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA DISCIPLINA DE DISPOSIÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PROFESSORA GABRIELI GADENS ALUNA FERNANDA FERNAN DA RAYE RAYE RESENHA LAYRARGUES, Philippe Pomier. O cinismo ! "#cic$!%#m& o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implica!es para a educa"o am#iental. Educa"o am#iental$ repensando o espao da cidadania. S"o Paulo$ %orte&, p. '()*++, ++.
-o artigo, o autor apresenta uma asta refle/"o a cerca da real inten"o da política de educa"o am#iental, adotada a partiir da pedagodia dos tr0s R1s 2redu&ir, reutili&ar e reciclar3, em contraste com a atual con4utura política, social e econ5mica. A idealidade dos tr0s tr0s R1s, R1s, atua atua como como mode modelo lo para para a!e a!ess efic efica& a&es es no em#a em#ate te ao e/ce e/cess ssoo de li/o li/o e, conse6uentemente, a presera"o am#iental. 7aseado no lema de 8redu&ir, reutili&ar e reciclar9, pedagogicamente efica&, a id:ia : de 6ue pode*se redu&ir a produ"o de li/o com o consumo e6uili#rado, ou se4a, consumindo de modo menos e/or#itante e mais 6ualitatio, reutili&ar produtos ao in:s de descartar precocemente e restituí*lo ao seu ciclo de produ"o. A concep"o dos tr0s R1s : diidida em dois discursos ecológicos distintos. Para o autor, o mais representatio, utili&ado no ensino escolar e em programas de conscienti&a"o, : o discurso ecológico oficial. -esta ertente, : o#serada a argumenta"o da pro#lem;tica principal como sendo o consumo insustentael desenfreado, no 6ual a sociedade compra muito e desperdia muito. Assim, sumariamente, a solu"o encontrada seria a priori&a"o da reciclagem, fa&endo com 6ue o ciclo de produ"o permanecesse atio ' sendo sustentado nos produtos reciclados. < segundo discurso : dito discurso ecológico alternatio. -ele, : e/plícitado uma seera crítica = cultura da sociedade capitalista, 6ue e/erce um consumismo desenfreado de forma forma sup:rf sup:rfula ula e desnec desnecess; ess;ria ria,, incorp incorporan orando* do*aa como como a pro#lem pro#lem;ti ;tica ca princi principal pal a ser com#atida. Este consumo em larga escala : sustentado pelos interesses de grandes empresas 6ue, como : de se esperar, isam o lucro acima de tudo. til, o#rigando o consumidor a comp compra rarr o mesm mesmoo prod produt utoo noa noame ment nte, e, e a prop propag agan anda da mass massan ante te de 8ino 8inoa a! !es es tecnológicas9, 6ue tornam os produtos ad6uiridos constantemente o#soletos, o 6ue lea o consumidor a procurar pelo mesmo produto só 6ue em ers"o atuali&ada. ?esse modo, o discu discurs rsoo prior priori& i&aa a redu redu" "oo e a reuti reutili& li&a a"o "o,, por: por:m, m, isto isto nece necessi ssita tari riaa uma uma mudan mudana a comportamental da popula"o consumidora. La@r La @rar argu gues es eid eiden enci ciaa 6ue 6ue o disc discur urso so ecol ecológ ógic icoo alte altern rnat ati ioo n"o n"o : adot adotad adoo oficialmente, por ser totalmente su#ersio e radical, uma e& 6ue tange os maiores interesses do sistema capitalista. < discurso ecológico alternatio fere o ponto ital do capitalismo$ o capital. em fun"o disso 6ue o discurso ecológico oficial : o >nico difundido em escolas e programas de conscienti&a"o popular. Bal discurso apresenta uma car;ter comportamental e n"o refle/io como premissa alternatia, tornando a pedagogia dos tr0s R1s uma pedagogia de um R só$ o da reciclagem. < discurso ecológico oficial aliena a popu popula la" "oo e prop propor orci cion onaa uma uma sens sensa a"o "o de segu segura ran naa ao des desia iarr as crít crític icas as ao consumismo.
tomada como e/emplo a campanha da reciclagem do alumínio. A partir deste ponto, o autor tece uma harmoniosa discuss"o, desmistificando os argumentos cl;ssicos de ordem sócioeconomica, política e cultural da pedagogia da reciglagem. < autor apresenta os noos mecanismos e a hipocrisia do discurso do 8espetacular índicie #rasileiro de reciclagem de alumínio9, de (CD, estar em primeiro lugar no mundo. Pelo argumento de alor am#iental, tem*se a diminui"o de li/o em aterros, energia e mat:ria*prima. La@rargues coloca em pauta o ine/pressio adindo desta reciclagem de aluminio, 6ue resulta na su#tra"o de míseros 'D do li/o produ&ido no país, e ,'()D de mat:ria*prima. < autor salienta 6ue a atual política de reciclagem n"o passa de um mecanismo de e/pans"o capitalisa e n"o possui enga4amento algum com os pro#lemas am#ientais. sto acontece por6ue a iniciatia : tomada por empressas cu4os interesses diergem dos interesse am#ietais. A 6uest"o dee ser tratada por medidas t:cnicas e políticas p>#licas, para impedir 6ue essa e/plora"o do traalho pelo capital aance, e a redu"o e a reutili&a"o dees ser priori&adas. A crítica ao sistema de ensino : mantida, isto 6ue nele, : desirtuada a forma"o de cidad"os refle/ios, serindo como meio de domina"o e fortalecendo a ciranda da sociedade consumista. A id:ia de 6ue a redu"o e a reutili&a"o s"o mais importantes : ;lida. -o entanto, as complica!es para 6ue isso ocorra "o al:m do aumento da participa"o de políticas p>#licas e t:cnicas, solu"o proposta por La@rargues. %omo o próprio autor e/plana, o pro#lema remete a uma 6uest"o cultural da sociedade, desse modo, : 6uase utópico di&er 6ue #asta o goerno tomar a frente a 6uest"o no lugar das empresas, 4; 6ue como : sa#ido, os goernantes, em sua maioria, possuem interesses com as itórias empresarias. r contra os interesses de grandes empresas : cortar uma rela"o de mutualismo, na 6ual as mesmas retirariam seu capital da nacionalidade, o 6ue poderia ir a pre4udicar a ideologia desenolimentista. Logo, para solucionar essa 6uest"o : necess;rio uma completa reolu"o de todas as esferas da sociedade. Uma migra"o para uma postura consciente e diferente da atual. < sistema educacional : a melhor ia para o início desta reolu"o, pois o 6ue precisamos : de uma reeduca"o.