Resumo do Livro: O Corpo Fala de Pierre Weil e Roland Tompakow O corpo tem várias formas de se comunicar, não só através da fala, mas também pela linguagem corporal, no entanto, ao contrário da comunicação verbal, o corpo sempre mostrará a verdade. Sendo a comunicação tão fundamental para o convívio entre os seres humanos, é de suma importância que seja compreendida como um todo, por isso a linguagem corporal se torna essencial, pois sabendo-se interpretar, será possível analisar e concluir se uma determinada pessoa está mentindo ou realmente falando a verdade. No entanto a linguagem corporal, assim como a escrita deve ser aprendida, para que não sinais não sejam interpretados de forma equivocada e errônea. No livro O Corpo Fala, o autor inicia o leitor fazendo uma analogia do corpo humano comparado a uma esfinge, que por sua vez é divida em quatro partes: corpo de boi, tórax de leão, asas de águia e cabeça de homem. Nas antigas tradições, cada um desses animais representava uma parte do homem, sendo: Boi abdômen: vida instintiva e vegetativa; – Leão tórax: vida emocional; – Águia cabeça: vida mental (intelectual e espiritual); – Homem – conjunto: consciência e domínio dos três inconscientes anteriores. Ao aplicar esta teoria para a linguagem corporal, pode-se dizer que, o boi, “localizado” na região abdominal, em algumas situações é possível
observar em uma pessoa que gosta de boas refeições, o avanço do abdômem, já no plano sexual, pode ser utilizado como uma provocação para o sexo oposto no caso das mulheres seria o requebrar, já para os homens seria o enganchar dos dedos no cinto. O leão, por sua vez evidencia-se no tórax, que é onde mora o coração, os sentimentos, o centro da emoção, para os especialistas em expressão corporal, o leão pode ser considerado o centro do “EU”, dependendo da posição em que está o tórax da pessoa, pode -se interpretar que é uma pessoa muito vaidosa, egocêntrica ou até mesmo pessoas tímidas ou submissas naquele momento em questão. A águia é evidenciada na cabeça, nos indica o estado de controle do corpo e da mente, por exemplo, cabeça erguida significa hipertrofia do controle mental, já uma cabeça baixa significa que o individuo é controlado por estímulos externos. A cabeça ainda pode ser divida nesses mesmos três animais citados anteriormente, sendo o boi, representando pela boca por onde entram os alimentos, o leão, representado pelo nariz onde entra o oxigênio para os pulmões e a águia, representada pelos olhos que são o espelho da mente.
Existem inúmeras ações que o próprio corpo é capaz de reproduzir, muitas até anteriores a própria espécie, como por exemplo, os movimentos intestinais. Ou então ao visualizar uma ima gem “visualmente poluída”, como aquelas de onde existem varias propagandas competindo entre si, apesar do ser humano ser capaz de ver todas essas imagens, irá guardar na mente apenas as que são interessantes.
Outro ponto importante na comunicação corporal é a inclinação do corpo do individuo, esta inclinação pode vir a demonstrar várias intenções do mesmo, por exemplo, se uma pessoa estiver conversando com a outra e esta inclinarse um pouco para trás, pode indicar que ela está apenas relaxando, mas se está com os braços cruzados, músculos tensos pode indicar que não está aceitando a opinião da outra pessoa ou ainda, está tentando defender o seu EU, neste caso o Leão. Um ponto importante muito bem demonstrado é o fato do corpo sempre falar o que está na mente, ou seja, enquanto o individuo tenta esconder enquanto fala, o corpo irá demostrar suas verdadeiras intenções. Talvez a partir deste ponto a mente interprete de forma inconsciente as informações recebidas através da linguagem corporal e sinta simpatia ou antipatia por uma pessoa. O autor também fala sobre a energia que o corpo humano, que como um carro, a energia do corpo é armazenada sob a forma química, no entanto esta energia é divida entre os animais, boi, leão e águia, sendo que o boi irá consumir uma boa parte dela para a realização do trabalho constante dos músculos que não se movimentam conforme a vontade do dono, exemplo disso é o coração. Já o leão, a emoção, torna tudo mais intenso, contagiando o boi e águia, por exemplo, quando se está em uma situação difícil, o individuo começa a respirar mais rápido e seu coração começa a bater mais forte e
rápido. Em relação à águia, não costuma sobrar muita energia para ela, já que os outros animais tem um consumo mais alto, já que precisam preparar o corpo para situações conflitantes, mas ela costuma lembrar o individuo sobre certos ensinamentos da infância. Ao ler a fala corporal, precisam-se levar em consideração três regras, a presença do individuo que analisa a situação, que não podemos reduzir gente viva a estruturas mortas sem aprender algo de essencial que é a própria vida e por fim o contexto da situação a decodificar. - A presença do individuo:
Quando o indivíduo que analisa a situação “esquece” que está presente
e começa a avaliar outras pessoas, o mesmo acaba invadindo os espaços alheios causando um mal estar entre as partes. - Não podemos reduzir gente viva a estruturas mortas sem aprender algo de essencial que é a própria vida:
Ao se observar uma fotografia, o decodificar precisa levar em consideração que por ser uma imagem parada, não irá emitir sinais como uma pessoa viva, muito menos interpretar o que está querendo dizer. - O contexto da situação a decodificar: quando o individuo que analisa a situação esquece de levar em conta o contexto, pode-se chegar a conclusões erradas e bem diferentes do que está acaontecendo, por exemplo, não é porque a pessoa que está ouvindo está de braços cruzados que está discordando de algo, ela pode apenas estar pensando no que está ouvindo e decidindo entre seus animais se concorda ou não com a situação. Após uma introdução de como é feita a analogia entre o corpo e cada animal (Boi, leão e águia), o autor inicia uma explicação mais detalhada sobre os sinais emitidos pelo corpo em determinadas situações como medo, ternura, tensão, desiteresse entre outras que podem levar o individuo a sentir um ou mais desses sentimentos em determinados momentos. Por exemplo: ao falar sobre ternura o autor demonstra como é a “conversa entre os corpos” para tal
sentimento.
Na situação acima o casal está se expressando através das mãos e do rosto, não há falas através de suas bocas, apenas de seus corpos. Neste caso os rostos expressam sentimentos relacionados ao amor e como ambos ostentatam a mesma emoção, pode-se dizer que o sentimento é mútuo. Já as
mãos dela e a esquerda dele percorre o corpo um do outro, como se quisessem ter conhecimento de sua presença sendo a mão esquerda dele, a mão do sentimento, já a direita, a mão da ação está tentando aproximá-la mais. No entanto o abdômen de ambos não se tocam, ou seja, não há nada relacionado a sexo nesta situação ( o boi), apenas a emoção (leão) aliada ao apreço (águia). Conclusão Após ler este livro e possível conlcuir que quando o individuo está conversando com alguém , antes mesmo das primeiras palavras serem ditas o corpo já demonstrou o que achou do individuo, analisou os sinais recebidos e interpretou como sendo bons ou não, negativos ou positivos. A comunicação vai muito além das palavras ditas, pode-se dizer que ao se cumprimentar uma pessoa com um forte aperto significa que não há restrições, uma pessoa segura, já uma pessoa que cumprimenta com a mão frouxa, pode ser um sinal de medo de se envolver naquela situação ou com aquela pessoa. O corpo sempre irá buscar formas de demonstrar aquilo que relamente pensa, mesmo que a boca diga outra coisa, o corpo sempre irá dizer a verdade, se há desconforto , se está feliz, se sente ternura ou medo, no entanto tanto a comunicação verbal quanto a corporal devem caminhar no mesmo sentido para que haja coerência. Outro ponto a considerar é o contexto da conversa para que sinais não sejam interpretados de f orma errada.
Referência: WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O Corpo Fala. Ed. Vozes.
