UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO UNIRIO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – CCH CCH ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA – EB EB RESUMO SOBER, Elliott. O que é conhecimento? O texto de Elliott Sober discute o problema do conhecimento a partir da análise de sentenças, em seguida apresenta as condições necessárias que fazem considerar um conhecimento necessariamente verdadeiro ou suficientemente verdadeiro, então, põe em questão a teoria CVJ. O autor explica que o conhecimento de interesse da epistemologia (ou da teoria do conhecimento, dependendo do posicionamento filosófico) é o conhecimento proposicional. Segundo Elliott existem três tipos de conhecimento: conhecimento: conhecimento por contato, conhecimento de aptidões e conhecimento proposicional. Ele usa três exemplos: 1. S sabe andar de bicicleta. 2. S conhece o Presidente dos EUA. 3. S sabe que a Serra da Estrela fica em Portugal. O terceiro exemplo é o conhecimento proposicional, pois o objeto do verbo é uma coisa verdadeira ou falsa. Apesar de Elliot não oferecer maiores esclarecimentos sobre a estrutura lógica do argumento, é possível entender que seu foco é uma sentença que ergue pretensão de verdade . Dizer que “S sabe que a Se rra da Estrela fica em Portugal” é o equivalente a dizer que “S” conhece uma coisa verdadeira, ou seja, “S” conhece que “SUJEITO” é “PREDICADO”.
As sentenças que não possuem essa estrutura tem outra denominação. O
exemplo 1 se refere ao conhecimento por aptidão e o 2 ao conhecimento por contato. Daqui por diante Elliott trabalha com proposições. As proposições que ele usa no exemplo a seguir possuem certo grau de refinamento e parecem organizadas com o propósito de demonstrar que é possível verificar se de fato as sentenças sentenças expressam conhecimento de algo. Elliott exemplifica: Para qualquer S , S é é solteiro se e somente se: 1. S é um adulto, 2. S é homem, 3. S não é casado
Nesse caso, o conjunto de proposições serve como condição necessária ou suficiente para se saber se algum indivíduo é solteiro. O autor não chega a apresentar de maneira clara a diferença entre condição necessária e condição suficiente, porém, dá uma pista de que o conhecimento e algo exige um conjunto de afirmações. Mas essas afirmações, segundo Elliott devem ser justificadas, não podem ser afirmações advindas de superstição, mito, ou algo do tipo, é preciso encontrar na pura razão ou na realidade justificativa para elas. – A partir dessa analise o autor chega a teoria CVJ, que diz que é preciso haver uma crença verdadeira justificada. Esse teoria é rebatida por Gettier que procura apresentar contra-exemplo para indicar que a teoria CVJ não é suficiente para saber se há conhecimento de algo. O contra-exemplo recai sobre a questão dos que se tem sobre o objeto que se diz conhecer, que não são infalíveis. Sendo ele falíveis a justificativa não é capaz de sustentar uma crença como verdadeira. Parece ser esse o ataque de Gettier a teoria CVJ. Porém, Elliott deixa o debate em aberto, ele considera que nem sempre os dados que justificam uma crença precisam ser infalíveis, mas admite a critica de Gettier que diz que somente a crença justificada não é suficiente para o conhecimento.
RESUMO
HESSEN, Johannes. A origem do conhecimento. In:_____. Teoria geral do conhecimento . São Paulo: Martins Fontes, 2003. No senso comum costuma-se dizer que fulano saber ou conhece determinada coisas, mas sabemos que para a Teoria do Conhecimento, apenas dizer saber algo não é suficiente para concluir que verdadeiramente se conhece algo. É preciso que haja um conjunto de argumentos verdadeiros que justificam o conhecimento. Outro aspecto que também interessa a essa disciplina é a origem do conhecimento. Afinal, se existe conhecimento verdadeiro, de onde ele vem? Em qual lugar começa? A origem do conhecimento é tema abordado no capítulo II da obra de Hessen, que apresenta um panorama das diferentes correntes de pensamento sobre a origem do conhecimento. A disputa entre elas se constrói, basicamente, a partir de duas fontes do conhecimento, a lógica e psicológica. A primeira diz respeito ao pensamento, a segunda a experiência. De Hessen é possível entender que o racionalismo considera o pensamento como a principal fonte do conhecimento, mais especificamente a razão. A forma mais antiga de racionalismo estaria em Platão, que dizia existir um mundo supra-sensível, o mundo das ideias, onde existem os conceitos das coisas. O mundo terreno seria o mundo sensível onde ocorrem as experiências, porém como esse mundo é mutável a maneira de acessar o conhecimento verdadeiro é pela razão, a partir da contemplação, que faz a consciência rememorar o mundo das ideias já conhecido anteriormente pela alma. Esse é o chamado racionalismo transcendente. Outras explicações racionalistas surgirem a respeito da origem do conhecimento. Plotino dizia que mundo das ideias estava no Espirito Pensante, o Nous, sendo que o espirito humano teria surgido a partir do Nous. Nesse caso, o conhecimento ocorre quando espirito recebe as ideias de Nous. Agostinho modificou essa concepção substituindo Nous por Deus. Na Modernidade surgiram outras concepções dentro da corrente racionalista, mas algumas delas Hessen não fornece muitos detalhes, como por exemplo, o ontologismo e teognosticismo. Uma concepção do racionalismo destacada por Hessen é o inatismo presente em Descartes e Leibniz. O primeiro considerava que conceitos fundamentais são inatos ao homem, ou seja, eles nascem com ele na própria razão. Já o segundo dizia que as ideias nascem na razão apenas em germe, e não como conceitos prontos. Se para os racionalistas o conhecimento tem origem no pensamento, para os empiristas, explica Hessen, o conhecimento começa na experiência. Os primeiros a apresentar essa corrente oposta ao racionalismo foram os sofistas, os estoicos e os epicuristas. De modo
geral, o empirismo defende a ideia de que é através das experiências externas (sentidos) e internas (reflexão) que se aprendem o conhecimento. Segundo essa corrente, sem as experiências a mente humana é como um a “tábua rasa”, sem conteúdos apriorísticos da razão. Na modernidade, entre os séculos XVII e XVIII, o empirismo recebe sistematização principalmente a partir de Locke e Hume. Locke combateu a teoria das ideias inatas e afirmou que a alma é um papel em bra nco”, tal como disseram os estoicos da antiguidade. Para ele as experiências são responsáveis por fornecer as ideias a mente, das ideias mais simples às mais complexas. A partir dessa concepção Hume desenvolve outra teoria. Hume dizia que existem impressões de sensação e as impressões de reflexão, sendo que as primeiras é resultado da experiência sensível (visão, audição, tato e paladar) e a segunda da memória e da fantasia. Surgiram ainda outras teorias, como a de Condillac e de John Stuart Mill, mas o se pode dizer em geral é essas concepções empiristas se inclinam para o ceticismo metafísico, ou seja, para a crença de fora do mundo físico não há conhecimento. Hessen avança na exposição apresentado o intelectualismo como uma corrente que busca congregar o racionalismo e o empirismo. O intelectualismo afirma que a consciência retira da experiência as ideias, dando origem ao conhecimento. Outra proposta de equilíbrio é o apriorismo. Para essa corrente há elementos a priori na consciência, mas diferente dos inatistas esses elementos não são conteúdos e sim formas. As formas recebem então os conteúdos na experiência. Kant foi fundador do apriorismo. Ao fim do capítulo Hessen se posiciona criticamente em relação as explicações para a origem do conhecimento e considera que tanto lógica quanto a psicologia se beneficiam das correntes apresentadas, seja demostrando a necessidade de validade que provem do racionalismo quanto a relação entre cognição e experiência.