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”
–
GABRIELA FREITAS
“
SABER VER A
ARQUITETURA
”
(Capítulo 2)
FICHAMENTO Fichamento do segundo capítulo do livro: “Saber ver a arquitetura” de Bruno Zevi, apresentado como requisito avaliativo parcial à disciplina História da Arte e Arquitetura do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Professor Guilherme Moerbeck
Petrópolis, 2016
O AUTOR Bruno Zevi
Roma, Itália (1918-2000); Arquiteto e Urbanista; Formação: Graduate School of Design da Universidade de Harvard; Tendência: Arquitetura Organicista
O ESPAÇO, PROTAGONISTA DA ARQUITETURA
Ao início do capítulo 2 (p.17), o autor destaca a ausência de uma his tória da arte satisfatória como resultado de uma deficitária compreensão do espaço pelos homens aliada ao “insucesso dos historiadores e críticos da arquitetura na aplicação de um método coerente para o estudo espacial dos edifícios”(p.17-l.3-4).
Mais adiante, Zevi fala sobre o “caráter essencial da arquitetura”, destacando-a assim das outras expressões artísticas. Essa distinção se dá pelo fato de a obra arquitetônica - ao contrário das outras artes em que as pessoas são meras espectadoras - contar ativamente com a participação do homem. [“A arquitetura é como uma grande escultura escavada, em cujo i nterior o homem penetra e caminha”(p.17- l.3-14)].
Definindo o volume arquitetônico, ou seja, plantas, fachadas e cortes, o autor ressalta que a supervalorização dos métodos representativos é a fonte da “falta de educação espacial”, pois apesar de serem métodos de expressão arquitetônica, não são propriamente a arquitetura. Ela (a arquitetura) é relacionada ao espaço e a sua utilização pelo homem. Para reforçar essa ideia, são feitas analogias com a pintura e a poesia, de forma que fica claro que é inválido considerar as suas partes separadamente. Sendo assim, nem mesmo o estudo de elementos de debate de arquitetura, como ritmo, escala, equilíbrio e massa ,pode definir todo o valor da mesma.
“Já dissemos que as quatro fachadas de uma cas a, de uma igreja ou de um palácio, por mais belas que sejam, constituem apenas a caixa dentro da qual encerrada a joia arquitetônica.”(p.20) O autor critica a supervalorização e a preocupação em demasia com o “invólucro”, o continente no qual está contido o que de fato é importante, o espaço.
(p.20-21) Passando pela história, desde a descoberta da perspectiva e a possibilidade de representação de três dimensões durante o Renasc imento, Zevi chega até a tendência modernista cubista, e a exploração da quarta dimensão( dada pela sobreposição de imagens de um objeto visto de diversos pontos), o que para ele, “independente da avaliação estética” é uma grande conquista.
A quarta dimensão → O elemento tempo na arquitetura. Ainda que a quarta dimensão seja importante e que com ela é possível compreender o volume arquitetônico, não é suficiente para a compreensão do espaço. “(...) a essência da arquitetura- transcende os limites da quarta dimensão.” (p.23)
Definições às perguntas imediatas à crítica arquitetônica (p.24):
Bela arquitetura: “Tem um espaço interior que nos atrai, nos eleva, nos subjuga
espiritualmente.”
Arquitetura Feia: “Tem um espaço interior que nos aborrece e nos repele.”
(P. 24) Separação de “ plástica em grande escala” de arquitetura: Obeliscos, monumentos,
fontes, ainda que citadas em livros de história da arquitetura, não são arquitetura, pois “tudo o que não tem espaço interior não é arquitetura.”
Erros de raciocínio:
Que só seria possível experimentar a
Explicação
A experiência espacial arquitetônica
arquitetura no interior de uma construção, amplia-se por “onde quer que a obra do excluindo o valor do espaço urbanístico.
homem haja limitado vazios”, sendo assim, em parques, praças, etc. (espaço urbanístico)
Que o espaço esgota a experiência
“Cada edifício caracteriza-se por uma
arquitetônica, e que sua interpretação ser pluralidade de valores: econômicos, suficiente para avaliar uma obra.
sociais, técnicos, funcionais, artísticos, espaciais e decorativos”(p.26)
“ A falta de decoração” não pode ser um ponto programático de arquitetura alguma, a não ser em base polêmica e, portanto, efêmera,” (p.27) Apesar de a decoração ser um elemento acessório, fácil de ser mudado, tem relevância. (Mas não como o espaço, obviamente, uma vez que, tratando-se de valor arquitetônico, a decoração é um adjetivo de um substantivo que é o espaço.
“(...)
a arquitetura não é apenas arte nem só imagem de vida histórica ou de vida vivida por nós
e pelos outros; é sobretudo, o ambiente, a cena onde vivemos nossa vida. ” (p.28)
ZEVI, Bruno Saber ver a arquitetura. 5ª edição, São Paulo: Martins Fontes, 1996.