Impactos gerados pela instalação de usinas de álcool no MS EXPERIENCIA COM SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE CANA DE AÇÚCAR NO ESTADO DE SÃO PAULO Engº Agrº Oswaldo Siroshi Tanimoto CATI – ARAMINA-SP
EDR-ORLÂNDIA
OUTUBRO / 2005
Usinas de alcool e de açúcar atualmente compreendem a utilização das mais modernas tecnologias de produção do mundo. Usinas proporcionam a maior eficiencia na conversão da matéria prima – cana-de-açúcar – em alcool e em açúcar. Os processos químicos, físicos e biológicos envolvidos geram resíduos já preparados para aplicação na agricultura como fonte de nutrientes e matéria orgânica. Os processos agronômicos de produção de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) no entanto, continuam os mesmos utilizados durante vários séculos em estados onde a cultura encontra-se em um estádio bastante avançado, como o Estado de São Paulo. É no Estado de São Paulo que se encontram os processos mais avançados e conservacionistas de cultivo da cultura. Por esta razão, está sendo incluido um estudo bastante detalhado sobre os processos agronomicos em utilização. Com base neste estudo, pode-se tomar a decisão sobre o melhor sistema de manejo a ser utilizado na região próxima à Bacia do Alto Paraguai no complexo do
Estudo dos sistemas de produção utilizados no Estado de São Paulo: 01- Sistema Convencional 02 – Sistema de Plantio Semi Direto 03- Sistema de Plantio Direto Mecanizado 04 – Sistema de Plantio de Cana Orgânica
01- Sistema Convencional (2 gradagens pesadas, 1 subsolagem e 2 gradagem intermediária) Desde o descobrimento do Brasil, pelos senhores de engenho até nos dias de hoje são utilizados pelas Usinas e grandes grupos de produtores de cana de açúcar e defendido por alguns pesquisadores que ainda não acreditam em sistemas mais econômicos e que proporcionam a sustentabilidade da agricultura e proteção ao meio ambiente, provocando assim a degradação do solo e danos ao meio ambiente ( Erosões, destruição das áreas de reserva legal e assoreamento dos lagos e rios).
02 – Sistema de Plantio Semi Direto Neste sistema de produção da cana de açúcar em São Paulo, utilizado por produtores de cana e grãos, desde a década de 1970, se preconiza por ocasião da renovação r enovação dos canaviais, o cultivo de culturas graníferas com os objetivos de gerar receita e proporcionar os benefícios da rotação de culturas. Normalmente, são mais indicados espécies leguminosas, procurando além do fornecimento de nitrogênio, melhorar as características físicas e biológicas do solo e
Predomina o cultivo de soja e amendoim por proporcionar receitas, como podemos comprovar em estudos realizados por pesquisadores do IAC Nas regiões produtoras de cana de açúcar, que ocupam uma área e de outros:
de aproximadamente 3 milhões de hectares em São Paulo, existem grandes produtores de grãos, capacitados que diminuíram ou deixaram de plantar grãos para plantar cana de açúcar, devido aos altos custos de preparo do solo e a alta rentabilidade economicamente economicamente da cultura de cana de açúcar, principalmente nesta região N/NE do Estado de São Paulo. Desde a safra de 1997/1998, alguns técnicos produtores desta região como pioneiros por meio de observações de campo, vem conseguindo conseguin do a cada ano, ótimos resultados com a cultura de soja, por ser considerado a principal cultura na sucessão/rot sucessão/rotação ação no sistema sistema de produção da da cana-de-açúcar cana-de-açúcar nesta nesta região do Estado de São Paulo. Nos últimos anos, a legislação ambiental tem direcionado para redução de queimadas de canaviais, forçando o aumento da colheita de cana-de-açúcar mecanizada, sem despalha à fogo e que deixa sobre a superfície do solo cerca de 15 t/ha de M.S., formando uma camada de 10
nua men e s o renova os aprox ma amen e m a e canav a s sem queimar, nos quais o Sistema de Plantio Direto da soja surge como uma técnica expressiva e inovadora, que confere maior lucro ao agricultor e sustentabilidade ao ambiente agrícola. Neste contexto, contexto, desde o ano agrícola 98/99 no município de Aramina/SP, o produtor Eng.º Agrº Oswaldo Siroshi Tanimoto, da CATI – Aramina – acompanhado do pesquisador do IAC, Eng.º Agrº Denizart Bolonhezi, vem adotando esta técnica tanto em áreas comerciais quanto em experimentos, interagindo as informações. A técnica consiste na substituição das operações mecânicas de preparo do solo pela destruição química da soqueira de cana-de-açúcar, aplicando-se de 5-6 L/ha de glifosate, quando a brotação estiver uniforme e antes da formação de colmos, podendo ser realizado o plantio da soja até 24 horas da dessecação. É importante para melhorar a performance da semeadora, a utilização de disco de corte com 20 polegadas e disco desencontrado na distribuição do adubo e semente. Deve-se considerar na escolha da cultivar de soja; ciclo mais precoce com inserção de vagens acima de 11 cm, crescimento indeterminado, rústica e com sistema radicular agressivo. As recomendações sobre população de plantas, espaçamento e adubação podem ser as mesmas preconizadas no sistema convencional.
A produção obtida na média das cultivares testadas tem variado entre 40 e 57,8 sc/ha, com redução no custo de produção de soja de 10 a 15%; além dos benefícios tanto para cultura da cana como para o
02 – Sistema de Plantio Semi Direto
Redução no Custo de Formação do Canavial A receita da produção de soja, amendoim, feijão e girassol, até na safra de 2003/2004, tem ajudado economicamente nas despesas de mãode-obra e óleo diesel no plantio da nova cultura e com acrécimos na produtividade de cana de açúcar de 4% até 22%, dependendo da leguminosa em rotação.
BENEFÍCIOS DA ROTAÇÃO DE CULTURAS BENEFÍCIOS NA RENOVAÇÃO DO CANAVIAL
Número de colmos, produção de cana e de açúcar durante três anos em Sales de Oliveira, SP, Brasil. Tratamento
Nº de Colmos
Toneladas de Cana
Incremento nas Safras (84/85, 85/86 e 86/87)
Pousio
68.561 c
123 c
14,1 c
Pousio + N
74.583 b
132 b
15,2 b
Soja
75.055 a
128 bc
14,7 bc
Mucuna preta
80.585 a
148 a
17,3 a
Crotalária juncea
80.383 a
150 a
17,1 a
C.V. (%)
5,5
5,7
5,7
Obs.: Os acréscimos médios na produtividade de cana-de-açúcar em relação aos tratamentos sem adubo verde foram de 4%, 7%, 20% e 22%, após, respectivamente, Soja, Pousio+N, Mucuna preta e Crotalária .
Fornecimento de Adubo Residual O plantio da cana em sucessão com culturas de leguminosas (soja), beneficia-se muito da adubação feita na cultura anterior, e que parte dessa não foi totalmente absorvida durante o seu ciclo. Além do fósforo, potássio, cálcio e magnésio, que ficou no solo, após a colheita dos grãos, as leguminosas (soja) deixam mais de 100 Kg/ha de nitrogênio no solo, que é indispensável para a cultura da cana-de-açúcar.
Quantidade de nutrientes N, P2 O5 e K 2O a serem incorporados ao solo pela massa verde de quatro leguminosas. Nutrientes C. Juncea *
Soja *
Mucuna *
Lablade **
Nitrogênio - N
313
261
147
135
Fósforo – P2O5
78
51
39
30
353
269
236
40
Potássio – K 2O
Obs.: Estas apresentam elevados valores de N e K 2O que poderão proporcionar a total substituição da fertilização mineral para a cana-deaçúcar, pelo menos até o primeiro corte (Glória et al. 1980 e
CUSTO DA ADUBAÇÃO VERDE Em termos de produtividade: Crotalária juncea – O custo de produção em áreas de reforma equivale a, no máximo, 10t/ha de cana-de-açúcar. MASCARENHAS et al. (1994) mostraram que o sistema utilizando adubo verde proporciona, em média, um aumento de produtividade de 27 toneladas, restando 17 toneladas de lucro líquido parade o agricultor.. Em termos produtividade: 15 a 17 toneladas/ha Em termos de Dinheiro: US$ 144,00 + custo de aplicação
POTENCIAL DE USO DESTA PRÁTICA São reformados por ano, no estado de São Paulo, 250 mil hectares de cana de açúcar que poderiam entrar nesse sistema de produção Custos de produção de cana em monocultivo (US$) Custos totais................................................................ 688,93 Receita de venda ......... .................. ................. .................. ................... ................. ...........1.341,12 ...1.341,12 Lucro líquido ........ ................. .................. .................. .................. .................. ................. .......... .. 652,19 Custos de produção de cana após soja (US$) Custos totais................................................................ 849,45 Receita de venda ......... .................. ................. .................. ................... ................. ...........1.630,16 ...1.630,16 Lucro líquido ........ ................. .................. .................. .................. .................. ................. .......... .. 780,71 Custos de produção de cana após mucuna-preta (US$) Custos totais................................................................ 778,58 Receita de venda ......... .................. .................. .................. .................. ................. ...........1.503,68 ...1.503,68 Lucro líquido ............................................................... 725,10 Custos de produção de cana após crotalária (US$) Custos totais................................................................ 811,59 Receita de venda ......... .................. .................. .................. .................. ................. ...........1.525,00 ...1.525,00 Lucro líquido ............................................................... 712,41 Em termos de Dinheiro US$: cana de açúcar após crotalária gera um lucro líquido de US$ 60,22 por hectare, quando comparado com monocultivo da cana, cana, US$ 72,91 por hectare após mucunamucuna-preta preta e US$ 128,56 por hectare a pós soja. após soja Observações: Sabe-se que tanto a crotalária como a mucuna-preta têm ação
No caso do cultivo de soja na renovação da cana de açúcar, após a colheita de soja ou amendoim às vezes se utilizam de uma gradagem leve, com a finalidade de se fazer uma capina, quando a lavoura de soja ou amendoim foi mal conduzida e houve grande infestação de ervas daninhas, ou cana tiguera para não contaminar a reforma seguinte se for implantar uma nova variedade de cana. Na maioria das vezes o plantio da cana é feito diretamente sobre a palhada da soja, amendoim.
PLANTIO MANUAL DE CANA-DE-AÇÚCAR SEM O PREPARO DO SOLO É VIÁVEL? Sim: Também com o P.D.P. de grãos em renovação da canade-açúcar, que já vem sendo utilizado no N/NE do Estado de São Paulo, com grandes vantagens e benefícios
P.D.P. DE SOJA EM ÁREAS REAS DE CANA CRUA MECANIZADA VANTAGENS: As áreas já são sistematizadas e extensas; Inicia-se com muita palhada, em torno de 15 a 2 t/ha de palha; Controle total da erosão. Permite uma excelent rotação de cultura; Diminui e estabiliza a temperatura do sol (principalmente em solo arenoso); Permite o plantio de soja sem interrupção, por falt de umidade no solo; Obtêm-se um melhor Stand da lavoura; Dispensa o uso de herbicidas de pós-emergência d cultura (devido a grande camada de palha da cana também, devido aos cuidados dirigidos à lavoura d
P.D.P. DE SOJA EM ÁREAS REAS DE CANA CRUA MECANIZADA VANTAGENS: Melhor fluxo de caixa (no convencional, colhe a can e já começa a gastar); Melhor aproveitamento da frota de tratore possibilitando plantar área maior (3 a 4 vezes mais); Maior vida útil das máquinas (trabalho sem poeiras) Menor custo operacional e maior rendimento da frota; Tratores com menor potência ( 100 a 120 c.v.); Redução no custo de produção: custo operacional = 11% consumo de Diesel = 71% frota de máquinas = 44%
P.D.P. DE SOJA EM ÁREAS REAS DE CANA CRUA MECANIZADA DESAFIOS:
Solo argiloso (Latossolo Roxo) maior compactação;
Dificuldade
no
plantio
com
facão
ou
botinh
(embucha e exige maior potência do trator); Custo alto das plantadoras ( plantadora tem que s
pesada e resistente e própria para plantio direto); Risco com fogo na palhada em períodos secos n
início do desenvolvimento da cultura; Exige maior conhecimento e tecnificação do produto
Comparativo de Custo de Produção de 1 Ha da Cultura de Soja em Área de Sucessão com a Cultura de Cana-de-Açúcar. Cana-de-Açúcar. Aramina – SP. SP. 25/04/2005 25/04/2005 SISTEMAS DE PLANTIO
Plantio Convencional Cana Crua
Plantio Convencional Cana Queimada *
ESPECIFICAÇÕES
VALOR DO ITEM
VALOR DO ITEM
Plantio Direto Cana Queimada * VALOR DO ITEM
693,05
563,80
293,05
VALOR DO ITEM 280,55
Preparo do Solo(aplic. Corret. e herb.)
442,00
312,75
42,00
42,00
Plantio + trat. Sementes
36,75
36,75
36,75
36,75
64,00
64,00
64,00
51,50
101,70
101,70
101,70
101,70
48,60
48,60
48,60
48,60
B – Insumos/Materiais
922,70
922,70
1.017,56
882,95
Corretivos
56,00
56,00
56,00
56,00
Sementes
138,00
138,00
138,00
138,00
Fertilizantes
370,70
370,70
370,70
370,70
Defensivos
358,00
358,00
452,86
318,25
C – Outros (juros banc. 8,75%)
141,38
130,07
114,68
101,80
1.757,13
1.616,57
1.425,29
1.265,31
Redução de custo
0%
8% e 0% *
18,9 e 11,8% *
28,0%
Para prod. de 45 sacos/Ha Custo / Saco (R$)
39,05
35,92
31,68
28,12
Ponto de Equilíbrio (U$ 11,00 – U$ 1,00 = R$ 2,55 U$ 11,00/saco/60kg = R$ 28,05 sc
62,64
57,63
50,8
45,1
9
9
9
9
71,64
66,63
59,80
54,10
A – Operações
Tratos Culturais Colheita Transportes (transp. Interno e prod.)
TOTAL A + B + C
Arrendamento = 20% (sacos/60KG) Produção p/ cobrir os custos em áreas arrendadas (sacos/60Kg)
OBS.: * Direto.
Plantio Direto Cana Crua
Redução no culto da cultura de soja em área de cana queimada, comparando Sistema Convencional X Plantio
Produção de algumas variedades de soja plantadas no sistema de P.D.P. de cana-de-açúcar de 96/97 à 02/03 na Região Norte de São Paulo. Variedades Plantadas
97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 Sist. De Ciclo96/97 PlHa Prod. Ciclo PlHa Prod. Ciclo Prod. Prod. Ciclo Prod. Prod. Ciclo Prod. PlHa Ciclo PlHa PlHa Ciclo PlHa PlHa Plantio (dias (xmil (sc/H (dias (xmil (sc/H (dias (sc/Há (sc/Há (dias (sc/Há (sc/Há (dias (sc/Há (xmil) (dias) (xmil) (xmil) (dias) (xmil) (xmil) ) ) á) ) ) á) ) ) ) ) ) ) ) )
Unesp/J 5 FT-Estrela PDP ab 5 Unesp/J 4,5 FT-Estrela Conv. ab 2,5 Primavera PDP Faz.Sta.Isabel/Gua riba FoscarinPDP Dumont 31 FoscarinUsina PDP MB/M.Agudo 31 FoscarinConv. Usina MB/M.Agudo 31 FoscarinS.V.Paraíso/Ara PDP mina 31 FoscarinS.V.Paraíso/Ara Conv. mina 31 Conquista PDP S.V.Paraíso/Ara mina IAC-15-I e PDP Fda.S.Junq./Ara mina II IAC-15-I e Conv. Fda.S.Junq./Ara mina II IAC-15-I e PD cq Fda.S.Junq./Ara mina II Vencedora PDP Fda.S.Junq./Ara mina Vencedora Conv. Fda.S.Junq./Ara mina IAC-18 PDP Fda.S.Junq./Ara mina IAC-18 Conv. Fda.S.Junq./Ara mina Codetec PDP Fda.S.Junq./Ara mina 201 Engopa PDP Fda.S.Junq./Ara mina 316 M-Soy PDP Fda.S.Junq./Ara mina 2002 BRS - 133 PDP Fda.S.Junq./Ara mina M-Soy PDP Fda.S.Junq./Ara mina 7901 M-Soy PDP Fda.S.Junq./Ara mina 8001 PDP
11 9 11 8 11 2 10 0 -
68 9 42 2 42 2 -
1 7,4 4 9,6 4 7,2 30 -
-
-
-
11 3 4 444 119 404 - 115 301 52 6 9,2 7,3 10 2 4 200 116 316 - 110 396 37 5 0,6 3,8 12 4 444 - 130 354 49 8 3,4 5 12 4 - 128 368 358 121 335 54 7,8 1 9,7 - 122 265 51 5 - 125 347 4,4 5 12 5 - 130 326 422 128 368 68 7,8 2 4,7 12 5 304 126 284 62 2 3,3 - 122 299 56 4 10 4 - 118 526 403 116 364 56 9,6 4 3,9 12 4 387 120 299 59 0 8,5 11 5 437 125 301 63 6 1,5 12 4 426 121 366 57 0 5,1 - 125 345 66 - 129 347 63
11 6 12 3 12 3 12 3 11 9 12 5 12 5 12
385 366 352 318 349 362 326 -
62 52 65 63 59 63 55 -
P.D.P. DE CANA-DE-AÇÚCAR EXISTE?
Sim: com o Preparo Reduzido a Cana Crua ou Queimada, e substituindo a subsolagem mecânica pela cultura de leguminosas (crotalária) em sucessão, com grandes vantagens de reciclagem de nutrientes e proporcionando aumentos na produção de 22 a 47%, o que representa um
acréscimo de até 5 t/ha de açúcar
CANA DE AÇÚCAR EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO (S.P.D) Introdução: O Plantio Direto na Palha (PDP) é uma tecnologia de ponta que proporciona lucro, proteção ambiental, sustentabilidade da agricultura e segurança na produção de alimentos.
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
O Sistema Plantio Direto de Soja ou Crotalária na Palhada de Cana de Açúcar em sucessão/rotação viabiliza o plantio direto mecanizado da cana-deaçúcar após a colheita das leguminosas, sem grandes mobilizações de solo, praticamente dispensando a operação de cultivo de quebra lombo da cultura de cana de açucar:
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR empresário rural Alexandre Jorge Saquy Neto, ex produtor de algodão e atualmente produtor de cana de açúcar na região de Ribeirão Preto (Jardinópolis) e Diretor da Canoeste de Sertãozinho é um produto fornecedor de cana que está no 2º ciclo de cultivo de cana colhida crua.
Sr. Alexa Alexandre ndre Jorge Saqu Saquy y Neto afirma estar satisfeito com a sua produção agrícola de cana de açúcar depois da proibição da queima de cana para colheita, em uma de suas fazendas onde predomina o solo de cerrado de textura média, com + – 20% de argila. a rgila. A sua produtividade teve um acréscimo de ± 20% na produção média de 5 a 6 cortes. Possui hoje cana com 6 cortes produzindo em torno de 100 ton/ha - esta produção no
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
Quanto ao ataque de pragas e doenças, os problemas são menores, tendo o ataque de cigarrinhas em algumas variedades. Quanto às pragas de solo - nematóides e elasmo - quando ocorre, pode ser minimizado ou pelo menos mantendo a população dessas pragas estável no solo com a rotação de culturas na renovação da cana de açúcar no sistema de colheita de cana crua e cultura intercalar (consorciado) cana/crotalária, como está sendo observado pelos produtores. pr odutores. É possível a convivência com as pragas de solo sem prejuízos para a cultura.
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
Também é possível o Sistema Plantio Direto na Palha de leguminosas: soja, crotalária e até mesmo braquiária brizantha. A seguir, trabalhos do Dr. Fernando P. Cardoso- Agrisus e do Engº Agrº Oswaldo Siroshi Tanimoto e técnicos das Usinas São Martinho e Alta Mogiana.
3 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
3 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
Faz. Aparecida – 03/05 – C. júncea 100 1 00 d
3 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
Umidade do Solo 7 dia iass ap após ch chu uva Palhada Cana Crua de 8,7 t.ha-1 Umidade (%) PD CM PC
0-12 cm 39,0 30,3 31,5 +8%
0-20 cm 38,3 23,8 26,0 + 12 %
04/01/2002 às 14:00 horas
Evolução Área de Colheita Mecanizada e Crua no Brasil Anos
: Nunes Junior citado por Ripoli Ripoli (2004) São PauloFonte Centro-Sul Brasilpor Ripoli Área&Colhida
Área
(%)
(%)
(%)
Mecanicamente
Colhida Crua
1994
----
----
----
128.300
1.026
1997
21,3
21,4
20,3
498.300
101.650
1998
40,3
35,1
33,5
917.700
307.358
1999
42,5
34,6
34,9
943.700
329.348
2000
42,0
44,4
40,7
910.700
370.650
Lei n.o 11.241 de 19/09/2002
Eliminação Gradativa das Queimadas
Potencial Centro-Sul : 70% das áreas
Fluxo maior que PD
9,0 t.ha-1 de CO2
3,5 t.ha-1 de CO2
Bolonhezi et al. (2004) – CLACS - Colômbia
FAZ. APARECIDA – MOGI MIRIM/SP FITOMASSA 2005 CANA EM RENOVAÇÃO – Q. 1A e 1B MS e Nutrientes Contidos (colmo + raiz = planta) – k/ha Amostragem Florescimento
B.b-MARANDU+MILHO 89 d 90 d
B.b-MARANDU 96 d 90 d
B.b-XARAÉS 95 d 135 d
COLMO - MS
19.845
14.580
14.340
RAIZES - MS
5.089
4.333
3.838
PLANTA
24.943
18.913
18.178
N
238+39=277
136+31=167
146+30=185
P
22+2=24
12+2=14
10+2=12
K
232+44=276
185+24=209
248+33=281
Ca
36+6=42
41+4=45
29+2=31
Mg
37+5=42
50+5=55
37+3=40
35:1 – 36:1
45:1 – 42:1
41:1 – 39:1
Rel. C:N
Obs. 1 – Plantio início de Dezembro 2004 ( 0,4m entre entre linhas ) com 45-70-90 k/ha N-P2O5-K2O, 40 k/ha, semente de milho e 10 k/há de semente de B.briz. misturada no adubo . 2 – Amostragem em Março de 2005 de 1 m linear em 10 pontos ao acaso. Peso médio x 25.000
FAZ. APARECIDA – MOGI MIRIM / SP III-DECOMPOSIÇÃO Biomassa B. brizantha Plantio 27.11.02-Q5B (0.4m entre linhas) Kg/ ha
Verde(1) 97 d.veget.
Data da coleta Coleta(10 amost.) Seco ao sol
kg kg
Biomassa – MS
kg
Decomp.(2) 298 d
Decomp.(2) 385 d
04.03.03 50.000 13.000 11.440
26.12.03 10.800 9.040 8.300
23.03.04 8.000 7.000 6.360
12% 5.130 (44,8%) 128 (1,12%)
8,3% 91,5 (0,88%)
9,2%
40/1 172 (1,50%) 13 (0.11%)
116,6 (1,40%) -
Laboratório Umidade% Carbono – C Nitrogênio – N
kg kg
Relação C/N Potássio – K kg Fósforo – P kg Observações: (1) média 9 amostras de 1m linear (x 25.000). (2)
"
10
"
de 0,5 m2 (x 20.000)
Resumo CANA SOB PD Menores gastos Melhoria da fertilidade Possível maior produtividade Variedades Adatadas Equipamento Adatado Adatação ecológica
04. SISTEMA DE PLANTIO DE CANA ORGÂNICA
Este sistema teve início na década de 80, iniciando em 1986 pela Usina São Francisco Fr ancisco de Sertãozinho-SP, Sertãozinho-S P, com projeto de Cana Verde, em 1994 então dando início a produção de cana orgânica para produção orgânica de açúcar assim surgiram outras empresas como Usina Univale, Usina Sto Antônio, etc. Todas com grande sucesso, principalmente após o aparecimento e a exigência da colheita de cana c ana crua sem queima com colhedoras modernas e perfeitas para terrenos não muito acidentadas.
PERMITE O RETORNO DE MAMÍFEROS, RÉPTEIS E AVES A USINA DO INTERIOR PAULISTA Relato feito ao jornal Folha de São Paulo em 16 de março de 2004
Cana orgânica "devolve" animais em extinção A qualidade dos produtos orgânicos já é conhecida, mas os efeitos da produção desses alimentos sobre a natureza começam a se mostrar surpreendentes. Dez pesquisadores, entre eles biólogos, analistas de solo, especialistas em ecologia e até estatísticos, foram a campo para conferir. Escolheram a Usina São Francisco, de Sertãozinho (SP), que, em 1986, 1986 , iniciou o Projeto Cana Verde, Verde, cujo objetivo era diminuir a
Satélite, da Universidade de São Paulo e da ONG Ecoforça - Pesquisa e Desenvolvimento, estão surpresos com o que vêm constatando através do levantamento cientifico da biodiversidade da usina que foi iniciado há três anos. Já circulam pela área da usina 247 espécies de vertebrados, entre eles vários animais que estavam em extinção: onça-parda, jacaré-coroa, sucuris, jibóias, tamanduás, lobos-guará, veados e aves de rapina, como falcões e gaviões.
Os 13,5 mil hectares dedicados ao cultivo de cana orgânica são uma porção mínima de espaço em relação ao total do Estado de São Paulo, mas já abrigam 33% de todas as espécies de aves encontradas em território paulista. O levantamento detectou também a presença de 38 tipos de mamíferos na área das fazendas que compõem a usina, muitos dos quais não se
Os pesquisadores da Embrapa dizem que esse aumento de espécies ocorre porque o processo de cultura orgânica permite a formação de uma cadeia alimentar a mais natural possível e facilita o aumento da biodiversidade (a riqueza em espécies de um ambiente). O processo de produção orgânica elimina todos os produtos químicos, tanto no solo como no combate às pragas. O fim do uso desses produtos permite a sobrevivência de várias espécies antes eliminadas. Os fungos, fungos, por exemplo, que antes eram eliminados com o uso de produtos químicos, agora alimentam insetos,, que alimentam pequenos répteis, insetos répteis, que alimentam aves aves,, que alimentam animais maiores. maiores. E assim forma-se uma
O aumento do número de animais serve, inclusive, para combater as próprias pragas na lavoura. Leontino Balbo Júnior, diretor comercial da Native, a empresa que comercializa os produtos orgânicos do grupo Balbo, diz que; só "inseto não é praga passa a ser quando sai do equilíbrio". Quando isso ocorre, são criados nos laboratórios da usina outros predadores desses insetos para que se restabeleça o equilíbrio.
Inventário ecológico Os pesquisadores afirmam que três coisas são essenciais para o desenvolvimento do reino animal:: alimentos, abrigo e condições para animal procriação.. Essas três caraterísticas são procriação encontradas na cultura orgânica da cana, o que não ocorre nas lavouras tradicionais. Nos canaviais tradicionais, tradicionais, os produtos químicos já eliminam grande parte das espécies. Outras são eliminadas pelo sistema de colheita. O fogo cruzado - vem de todos os lados, para evitar grandes incêndios- não permite a fuga de animais e elimina toda a possibilidade de procriação.
cana tem apenas duas espécies de formigas, e uma delas é a saúva, que tem seu habitat bem abaixo do nível do solo, o que lhe dá proteção. Em um canavial orgânico, o número de espécies de formigas sobe para 20. O aumento na quantidade de espécies não significa, no entanto, uma elevação no total de formigas no canavial. Elas disputam espaço e algumas, inclusive, são predadoras de outras. Os pesquisadores dizem que está sendo feito um inventário ecológico de espaço e de tempo, no qual são verificadas a existência e a quantidade de animais na área e quais deles estão adaptados ou apenas "de passagem". Essa investigação de tempo quer verificar, por exemplo, porque aumentou o número de animais migratórios para a fazenda, principalmente o de aves. Quer verificar,
garant gara ntid ida a tam tamb b m pelo pelos s cuid cuidad ados os implantados nas fazendas da usina. Foi feito um reflorestamento de 1 milhão de árvores, há a conservação das matas ciliares e a preservação dos lagos e das nascentes de água. A manutenção de animais nessa área é facilitada, ainda, pelo aumento das matas nativas -são 186 hectares atualmente, 270% a mais do que em 1987. Corredores interligando as matas dão maior mobilidade aos animais. Já que o elo final da cadeia predadora é o homem, a fazenda teve de colocar 40 quilômetros de cerca para impedir a entrada de caçadores e de pescadores.
As pri princ ncip ipai ais s liç liç es ap apre rend ndid idas as pe pelo los s pesquisadores são como uma monocultura orgânica pode ter uma biodiversidade tão grande e como é grande o número de animais que são capazes de se alimentar da cana.. As matas vizinhas aos canaviais têm cana rastos de folhas de cana transportadas por animais, principalmente os macacos-prego. Outro fator intrigante é que os grandes carnívoros, que vieram de remanescentes florestais, também estão se adaptando a essas áreas de canaviais. As câmaras colocadas pelos pesquisadores na área da usina já captam muitos animais acompanhados acompanhado s pelos filhotes. Isso mostra que eles não estão aí por acaso, mas que já
Sistema aumenta a produtividade A Usina São Francisco não vê crescer apenas o número de espécies de animais em extinção com a plantação de cana orgânica, mas também a produtividade das fazendas. No ano passado foram produzidas 98 toneladas de cana por hectare, 15% mais do que a média do Estado de São Paulo. Chegar a essa produtividade, no entanto, custou investimentos que já somam R$ 32 milhões. Na passagem da cana tradicional para a orgânica, a produtividade despencou porque o canavial perdeu os benefícios da cultura tradicional, mas ainda não tinha os da orgânica, diz Leontino Balbo Júnior. "Era de perder o sono." Foram cinco anos para o desenvolvimento de máquinas e caminhões que não compactassem
Essas máquinas máquinas,, quando entram no canavial, têm os pneus praticamente esvaziados, aumentando a área de absorção na terra e diminuindo a compactação. A não-utilização de produtos químicos fez as fazendas desenvolverem predadores naturais para as pragas. Esses predadores são criados em laboratórios e, em alguns períodos do ano, até 1 milhão deles são liberados por dia nas lavouras. A usina tem altos custos, ainda, na obtenção de certificações. Para cada mercado que opera é necessário provar que o produto é orgânico, que há segurança alimentar e que a produção está es tá dentro dos padrões éticos, inclusive com os próprios funcionários. A São Francisco é a maior produtora mundial de açúcar orgânico, orgânico, distribuído com a marca Native. Café e suco de laranja também já fazem parte da linha Native de orgânicos. Os preços externos para esses produtos são bons, mas as dificuldades nas
ex erno e . as esse pro u o s c ega Europa por US$ 900. Só de impostos -leia-se barreiras comerciais- são US$ 541. Além disso, os custos de exportação e das certificações exigidas são elevados. O mercado externo de açúcar orgânico é de 70 mil toneladas e o produto é basicamente utilizado em processos industriais. O potencial de produção já chega a 200 mil toneladas. No mercado interno, a principal barreira para o aumento do consumo de orgânicos são as grandes margens dos supermercados, que tratam esses produtos como "um nicho", diz o diretor da Native. No caso do suco de laranja, esses estabelecimentos chegam a colocar uma margem média de 70%. Em alguns casos, a margem é de até 110%, o que encarece encarec e muito o produto para o consumidor final. "Essa referência de preços está errada. Não fomos nós [os produtores] que a fixamos", fi xamos", acrescenta. acrescenta.
Benefícios - Para o Agricultor Aumento na produção das duas culturas Redução nos custos de produção das duas culturas Diversificação da atividade produtiva Produtores mais capitalizados Maior estabilidade agricultor
econômica
para
o
Benefícios - Para a Sociedade em Geral O setor está diminuindo o emprego (está acabando com a bandeira social), devido ao uso das colhedoras de cana crua. Esse sistema promove o desenvolvimento e a sustentabilidade do setor rural, produzindo mais alimentos, gerando mais renda na cadeia produtiva do agronegócio, evitando assim o êxodo rural Maior geração de empregos: Diretos na propriedade e Indiretos- no comércio, na indústria e serviços. Proteção ao meio ambiente: água limpa (eliminando assoreamento de rios e represas,
CURRICULUM VITAE - Engº Agrônomo Oswaldo Siroshi Tanimoto, é formado pela UNESP-JABOTICABAL – SP, em 1976. Hoje responsável pela CATI – ARAMINA-SP, desde Janeiro /1997; através do Convênio da Municipalização da SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO com a PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAMINA, e Secretário da Agricultura do Município de Aramina, pela terceira vez. vez . - É Produtor de soja e cana de açúcar, nos município de Aramina e Igarapava, e vem Plantando, e montando ensaios para avaliar ao nível de produtor, o Sistema de Plantio Direto de Soja na Palha de Cana de Açúcar, desde 1998, sempre com respaldo de órgãos de pesquisas (IAC, EMBRAPA, ETC.). - Foi vencedor do 3º Concurso Técnicas de Plantio Direto Brasil, no tema Plantio Direto de Soja sobre Palhada de Cana de Açúcar, durante o 8º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha em Águas de Lindóia, promovido pelo GPD, com apoio da FEBRAPDP. -È Diretor na Associação de Lavradores e Fornecedores de Cana de Igarapava, desde Março/1993. -È Diretor Secretário Adjunto da APDC, desde o 5º ENPDC de Dourados-MS em 2001, até 2005.