Organização de
Mônica Maria Guimarães Savedra Barretto Ana Claudia Peters Salgado
Sociolinguística no Brasil uma contribuição dos estudos sobre línguas e m/de contato
{
homenagem ao professor
J ü r g e n H e y e
Organização de
Mônica Maria Guimarães Savedra Barretto Ana Claudia Peters Salgado
Sociolinguística no Brasil uma contribuição dos estudos sobre línguas e m/de contato
{
homenagem ao professor
J ü r g e n H e y e
sumário
Aprsnação I nconro inrnacional do gt d sociolinuísica sociolinuísica Mônica Maria Guimarães Guimarães Savedra Savedra Barretto & Jürgen Walter Bernd Heye Heye
5
Línuas m conao – um panorama da psquisa no Brasil Paulino Vandresen
6
gt d sociolinuísica da Anpoll: passado, prsn uuro Suzana Alice Marcelino Cardoso
17
O /s/ m coda silábica: anális d dados do projo Alib Jacyraa Andrade Jacyr Andrade Mota
21
Sobr o /s/ m coda silábica no Rio d Janiro: alas cula popular Dinah Callou & Silvia Figueiredo Brandão
27
A ricaiva m posição d coda: coda: anális onolóica Cláudia Regina Brescancini & Valéria Neto de Oliveira Monaretto
35
Rumos qu sum as ricaivas coronais no poruuês brasiliro Dermeval da Hora & Juliene Lopes R. Pedrosa
46
A qusão qusão do “ncai “ncaiamn amnoo” da mudança mudança o parâm parâmro ro do do sujio sujio nulo nulo Maria Eugenia Eugenia Lamoglia Duarte Duarte
54
Nhnau poruuês rional: línuas m conao na Amazônia na liraura oral do século xIx José Ribamar Ribamar Bessa Freire Freire
60
Fnômnos d usos linuísicos: alrnância d códio Fnômnos Clarice Nadir von Borstel
68
A hisória das modalidads scrias: scrias: um caso d conao linuísico? linuísico? Pierre Guisan
80
Sociolinuísica olinuísica: uma prspciva hisórica Silvia Figueiredo Brandão
88
Sociolinuísica olinuísica no Brasil: caminhos nconros Jacyraa Andrade Jacyr Andrade Mota
93
A olinuísica pluridimnsional pluridimnsional no Brasil: hisórico, modoloias modoloias sáio aual Vanderci de Andrade Aguilera
99
Rão sobr rcícios d ororafa m eJA Maria Cecilia de Magalhães Magalhães Mollica Mollica & Fernando Fernando Cardoso Cardoso Loureiro Loureiro
111
O pso das línuas Louis-Jean Calvet
116
O Dicionário de Variantes do Alemão : cola d dados sismáica da variação nacional rional do almão padrão Ulrich Ammon
127
Mudança social radical su ro sociolinuísico nos risros silos d brlinnss do ls do os dpois da runifcação almã Norbert Dittmar
134
app r e s e n ta ç ã o i e n c o n t r o i n t e r n a c i o n a l a do gt de sociolinguística
O I Encontro Internacional de Sociolinguística realizado pelo GT de Socio-
linuísica da ANPOLL v como objivo aprsnar discuir a máica aual da ára m âmbio nacional inrnacional. es vno oi pnsado a parir d projos d psquisa d coopração inrnacional coordnados por mmbro do gt vins no biênio 2006-2008. es enconro, ralizado m aoso d 2007 na Poniícia Univrsidad Univrsidad Caólica do Rio d Janiro, conou com o omno da Faprj, Caps, do DAAD do Consulado gral da França no Rio d Janiro. Os os aqui runidos oram aprsnados dbaidos nas sssõs máicas do enconro.
Mônica Maria Guimarães Guimarães Savedra Savedra Barretto Jürgen Walter Bernd Heye Heye
5
línguas em contato contato – um panorama da pesquisa no brasil Paulino Vandresen é douor m linuísica la PUC-
RS (1971). É prossor iular aposnado da UFSC , aualmn, é prossor ivo do Prorama d Pós-raduação m Lras da Univrsidad Caólica d Ploas (UCPl). Sua ára principal d auação é a “sociolinuísica” d “anális linuísica linuísica aplicada”. e-mail: paulinov@rra.com.br
resumo
abs a bs t r ac actt
1. introdução: um panorama das pesquisas
país, lvando a população a inviávis conaos linuísicos. em época d lobalização mos ainda o nômno do dslocamno d populaçõs m busca d mpro m riõs indusrializadas. Assim. mos rands comunidads d alans d Poruuês (brasiliros poruuss) nos eUA, Canadá, Japão vários paíss uropus. Por ouro lado, o Brasil ambém rcb imirans, alans d dirns línuas. Com a lobalização mos minorias linuísicas msmo m paíss ans considrados “monolínu”, como Porual, Holanda, Almanha c. Como rsulado, mos pssoas aprndndo novas línuas, com novas siuaçõs d bilinuismo, mprésimos, mudanças linuísicas, msmo a mor d línuas minoriárias (Wolram, 2002).
Nsa comunicação aprsnamos as principais conribuiçõs dos mmbros do gt d Sociolinuísica da ANPOLL, nas psquisas da subára da “línua m conao”. Dmos spcial ênas às psquisas rlacionadas às línuas minoriárias dos imirans ao conao do poruuês com o rancês spanhol m áras roniriças. Aprsnamos, ambém, rsulados parciais d numa psquisa m uma comunidad bilínu, na rião d Ploas, procurando dscrvr as unçõs das línuas m conao os aors sociais qu drminam os padrõs d scolha nr o Pomrano (dialo almão) o Poruuês nas inraçõs comunicaivas. Aprsnamos, ambém, as prspcivas d dsnvolvimno dsa subára do gt d sociolinuísica, ndo m visa a proposição d projos a srm dsnvolvidos nos próimos anos.
1.1. É diícil azr uma simaiva sobr o númro d línuas aladas ns início do século xxI. As difculdads prpassam plo sudo dscrição insufcins das línuas d muias riõs do mundo plos criérios linuísicos ou políicos para disinuir línuas dialos. Assim, o Pomranoo alado no Brasil orc difculdads d Pomran inrcomprnsão com o almão padrão, mas por criérios mais políicos qu linuísicos é considrado um dialo do almão, sm status d línua. As simaivas sobr o númro d línuas aladas (nos aproimadamn 200 paíss do plana rra) piram m orno d 6.0000 (Crysal, 1987). Iso daria uma média d 30 línuas por
In his papr w prsn an valuaion o h las fv yars acadmic work dvloppd by mmbrs o ANPOLL ANPOLL’’s sociolinuisics rsarch roup. A spcial anion was ivn o rsarch dlod o minoriy immiran lanuas and o lanua conac bwn Poruus and Spanish or Frnch a bordr aras. W also prsn a dscripion o a lanua conac siuaion a Arroio do Padr, a bilinual communiy sld by grman immirans, spakrs o h Pomranian dialc. th aims o his sudy ar h dscripion o lanuas uncions and o h social acors ha ar rsponsibl or h choic o Poruus or Pomranian in communicaiv inracions. W also prsn a prspciv o uur dvlopmn o h lanua conac ara, in consqunc o rsarch projcs ha ar bin proposd by dirn mmbrs o our Sociolinuisics workin roup.
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1.2. No Brasil, os projos d psquisa dos mmbros do gt d sociolinuísica na ára d línuas m conao êm priorizado sudos sobr as línuas minoriárias d imirans mais rcnmn sudos sobr o conao do poruuês com o spanhol o rancês nas áras roniriças. Com rlação às línuas indínas, abr-s um vaso campo d sudos sobr o conao com o Poruuês, mas crca d 3.000 scolas indínas bilínus com aproimadamn 120.000 alunos. em São gabril da Cachoira – AM – rês línuas indínas – o ukano, o baniwa o nhnau – oram dclaradas línuas ofciais por rm rand vialidad imporância naqul município. Por ouro lado, alumas línuas indínas são m alo risco d dsaparcimno, pois a ração jovm já não aprnd ala as línuas d su rupo énico. Com rlação às línuas aricanas m mrcido dsaqu o sudo d línuas crioulas d bas poruusa a inuência das línuas aricanas na ormação do léico do poruuês brasiliro.
marnas dos imirans, a parir da diadura ulisa, sablcndo uma políica linuísica d uso clusivo do Poruuês m odo o rriório brasiliro. A dsconinuidad no nsino das línuas d imirans (msmo na rad curricular d línuas sraniras) criou um vácuo d rrência ala d aualização lical para os dialos almãs, ialianos c., qu oram mpobrcndo su léico com mprésimos do poruuês práicas mais rquns d alrnância d códio. A prda d unçõs o mpobrcimno na compência linuísica vm causando avaliaçõs d baio prsíio simaização dos dialos plos próprios alans, uma das causas para su radual dsaparcimno ou mor mor (Wolram, 2002). Dois sudos rcns sobr o impaco da políica linuísica d Varas Varas sobr s obr a rprssão às línuas minoriárias (d Favri, 2005 Campos, 2006) lançam uma nova luz sobr as causas do dsaparcimno radual dssas línuas.
1.4. As prspcivas para o dsnvolvimno da 1.3. Os rsulados das psquisas dos mmbros do subára d línuas m conao do gt d sociogt d sociolinuísica nos úlimos anos são pr- linuísica da ANPOLL são posiivas, m ac da sns m publicaçõs (rvisas colânas) m isência dsa linha d psquisa m inúmros dissraçõs ss produzidas m cursos d pós- proramas d pós-raduação. Além disso, são raduação fliados à ANPOLL. Dnr as publica- m curso projos inrinsiucionais (com nvolçõs, dsacamos o volum máico sobr línuas vimno d univrsidads sraniras) com m conao, da rvisa Palavra , 2003, n.11, ora- prspcivas d fnanciamno, como o Projo nizada plos sociolinuisas Jürn Hy Mônica “ALMA” (Alas Linuísico-Conaual das MinoSavdra. Ouro volum, rsulan d um ncon- rias Almãs da Bacia do Praa: Hunsrükisch), qu ro do gt d sociolinuísica, oi oranizado por sá sndo dsnvolvido sob a coordnação dos Romcarai Abraçado (2003), sob o íulo: Portu- pros prossors sors Dr. Clo V. V. Alnhon Alnho n (UFRgS) do guês Brasileiro: contato linguístico, heterogeneidade Dr. Harald thun (Univ. Kil, Almanha). e história . Além disso, ivmos a publicação das O projo já sá m dsnvolvimno com colânas d Zills (2005), Cardoso et al . (2006), oranização d qusionários, sisma d scria para Vandrsn (2006) gorski Colho (2006). o Hunsrükisch a paricipação d rês msrandos Dvmos ralçar ainda as psquisas m orma quaro douorandos. esá abranndo ambém o d dissraçõs ss na ára d conao linuísico sudo dos dialos Wsaliano (Rosan Wrkhaunr poruuês línuas d imirans m vários sn Lursn) o Plaudich ou Mnonia (elvin proramas d pós-raduação, indicados m nossas Simns Dück), alados nos sados do Sul. rrências biblioráfcas. Apsar dos rsulados No sudo do Pomrano alado no espírio posiivos alcançados é ncssário rssalar a urên- Sano, mos a conribuição do Pro. Ismal trsscia d mais psquisas m comunidads bilínus, mann, qu acaba d publicar um dicionário Pomm ac da prda radual das línuas minoriárias, rano-Poruuês, junamn com uma proposa spcialmn nas aias árias mais jovns. ororáfca para a rafa ds dialo almão. As causas dssas prdas são liadas a aos O dialo pomrano cona ambém com ahisóricos qu criminalizaram o uso das línuas lans m uma vasa ára oráfca na rião d paulino vandresen | línguas em contato
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Ploas-RS, qu oi objo d sudo rcn na 2.2. Com or radição scolar, os imirans Univrsidad Caólica d Ploas (UCPl), cujos pomranos criaram scolas énicas, qu nsinavam rsulados aprsnamos a suir. m almão padrão aé a época da Sunda gurra Mundial. Criou-s aí uma siuação d dilossia no snido clássico d Fruson (1959), m qu 2. o bilinguismo pomeranoo almão padrão ra usado nas siuaçõs ormais português em arroio do padre (no culo na scola), o dialo pomrano no lar nas siuaçõs inormais. 2.1. Nsa scção aprsnamos uma dscrição do Aé 1937, início da Campanha d Nacionalibilinuismo Pomrano-Poruuês m Arroio do zação do ensino no govrno d gúlio Varas, Padr, uma comunidad d colonização almã, as comunidads pomranas s manivram rlana Rião d Ploas. O objivo dsa dscrição é ivamn isoladas orafcamn, com poucos discuir o procsso d manunção /ou dsloca- conaos com alans do Poruuês. esa siuação mno das unçõs das línuas m conao nsa z com qu muias dlas (como Arroio Arroi o do Padr) comunidad: o Pomrano, dialo almão dos prmancssm monolínus por moivos culuimirans, o Poruuês. rais rliiosos. Os imirans pomranos ram Além disso, prnd prnd-s -s ambém idnif idnifcar car majoriariamn prosans. esa siuação os os aors sociais qu são avorcndo o ds- isolava das comunidads lusoalans caólicas, locamno d unçõs ou msmo a subsiuição difculando conaos linuísicos casamnos do dialo pomrano. O início da colonização inrénicos. almã nsa rião s du m 1858, a parir d A parir da sunda mad do século xx, São Lournço do Sul. Fia prdominanmn com o chamno das scolas énicas, o domínio por mirans Pomranos, oi rsulado d um do almão padrão vai dsaparcndo , dvido à mprndimno idalizado coordnado por scola m línua poruusa, o poruuês assum Jacob Rhinan Rhinanz, z, m ára comprada do não o papl d línua scolhida para as siuaçõs orovrno imprial na Srra dos taps. taps. O compro- mais, coninuando o Pomrano como a línua do misso do colonizador com o ovrno imprial ra risro inormal, spcialmn como línua inroduzir no mínimo 1.400 imirans uropus do lar. em nrvisas com prossors m scona rião adquirida, não par do município las do município d Arroio do Padr confrmoud Ploas. No fnal do século xIx, com a ch- s qu o Pom Pomrano rano é, ivamn, a línua usada ada d novos colonos a procura d rras plos no cono amiliar, d al orma qu ainda isflhos das primiras lvas d imirans, a colô- m crianças qu iniciam a scolarização sm alar nia pomrana oi-s sndndo para Arroio do o Poruuês. Por ouro lado, o Poruuês alado Padr (1887) Morro Rdondo (1892) (Kollin, plos alunos das séris iniciais m or inr2000, p.12). rência da Línua Marna, spcialmn na dis Arroio do Padr é um dos mais novos inção nr consoans surdas sonoras, vibran municípios do Rio grand do Sul, oriinário simpls múlipla as voais dionos nasais. do 10o Disrio do município d Ploas. Cona com uma população d 2.563 habians, m 2.3. Ns sudo do bilinuismo Pomrano/ sua rand maioria ariculors, disribuídos m Poruuês não adoamos a dfnição clássica d 588 pqunas propridads, a maioria (87,38%) Bloomfld (1933, p.56): “Naivlik conrol o com mnos d 25 ha. O município sá dividido wo lanuas” (conrol como alan naivo d m pqunas comunidads, srvidas por irja, duas línuas) por sr muio cludn. Sabmos scola pquno comércio. Msmo a sd do hoj qu o domínio qu muios alans êm d município não aprsna um rand conlo- duas ou mais línuas pod variar quano às habimrado d casas, podndo-s afrmar qu oda lidads (nndr, alar, alar, lr scrvr), bm como a rião do município m um prdomínio d quano ao uso compência linuísica ao lono caracrísicas rurais. da vida, criando assim o concio d bilinualipaulino vandresen | línguas em contato
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dad, variação da compência linuísica ao lono da vida do indivíduo (Hy, 2003, p. 37). Por ss moivo considramos bilínu ambém o indivíduo qu nha conhcimno passivo d uma das línuas m conao possa dssa orma orma inrair com ouros bilínus m siuaçõs rais d comunicação. Com o inuio d alcançar os objivos proposos para a dscrição das unçõs das línuas m conao as aiuds linuísicas dos alans, nrvisamos uma amosra d 150 inormans m Arroio do Padr, abranndo várias comunidads scolars do município. A amosra oi sraifcada m rupos ários d aé 24 anos, d 25 a 50 mais d 51 anos. em cada rupo ário, oi nrvisado iual númro d rprsnans para o so masculino minino. Na aplicação dos qusionários pariciparam rês bolsisas d iniciação cinífca da UCPl, UCPl, odos bilinus. O ao d aluns psquisadors alarm o Pomrano srm rconhcidos como mmbros da comunidad linuísica rliiosa aciliou o acsso aos inormans a obnção dos dados para s rabalho. Além disso, nrvisamos prossoras d séris iniciais, auoridads ducacionais rliiosas rupos amiliars para avaliar a scolha das línuas nas rds d comunicação.
2.4. Um dos aspcos psquisados nas duas comunidads oi o conhcimno uso d línuas assumidos plos inormans. Vrifcou-s qu odos os 150 inormans alam o poruuês qu ivram sa línua como mio objo d insrução na scola. O Pomrano é alado nndido por odos os inormans nrvisados. No qusionário incluímos pruna sobr o conhcimno do almão padrão, ndo m visa o hisórico d su nsino nas scolas da rião su vnual uso no culo liura da bíblia. Com rrência ao almão padrão, dos 150 inormans, apnas 6% dclararam nndr alar sa línua, aprndida no cono rliioso vanélico-lurano. ess alans s concnram na aia ária d mais d 51 anos. 2.5. A manunção do dialo pomrano sá liada, paricularmn, ao su uso com os pais pai s no ambin amiliar. em Arroio do Padr (qu caracrizamos como ára isolada rural) o pomrano é a línua mais usada nas rlaçõs amiliars. Como podmos consaar na tabla 1, 92,6% dos 150 inormans usam “quas smpr” o Pomrano nas rlaçõs comunicaivas com os pais. Somn na aia ária mais jovm há alrnância d uso nr Pomrano Poruuês ns cono.
Tabela 1 – Uso do Pomerano no lar, em Arroio do Padre Uso do Pomerano com Familiares Com os pais
Com os irmãos/ parns
Com s sposo(a)
Com flhos(as)
Quas smpr Às vzs Nunca Quas smpr Às vzs Nunca Quas smpr Às vzs Nunca Quas smpr Às vzs Nunca
Faixa etária Até 24 anos (%) (%) 84
25 a 50 anos (%) 98
Mais de 50 anos (%) (%) 96
Total (%) 92,6
16 0 72
2 0 86
4 0 96
7,4 0 84,7
28 0 -
14 0 88
4 0 98
15,2 0 93
-
12 0 80
2 0 90
7 0 85
-
20 0
10 0
15 0
paulino vandresen | línguas em contato
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Analisando os ouros dados da tabla 1 qu 50% dos jovns nunca usam o Pomrano ns(sposo(a) flhos(as)), vrifca-s qu m Arroio as unçõs. do Padr, m nnhuma siuação o Pomrano sá Gráfco 2 – Funçõs inrnas no uso do Pomrano cluído aparc com prcnuais lvados d (rzar, canar, sonhar, azr conas, inar...) 93% com sposo(a) 85% com flhos(as). É prciso obsrvar qu os inormans aé 24 Quase sem pre anos oram slcionados m rupos d jovns (solÀs vezes iros), não havndo por isso inormaçõs sobr Nunca inração com sposos(as) flhos(as), ns rupo. ARROIO DO PADRE
50%
2.6. Uso do Pomerano na comunidade. Ns cono, o uso do Pomrano ou Poruuês mosra uma dirnça mais acnuada nr as aias árias. Obsrvando os dados do gráfco 1 vmos qu o Pomrano é quas smpr usado por 74% dos inormans acima d 51 anos, nas inraçõs ora do lar. Gráfco 1 – Uso do Pomrano na comunidad (amios, vizinhos, comércio, ...) Quase sem pre Às vezes Nunca
ARROIO DO PADRE
80% 60% 40% 20% 0% At é 24 ano s
25 a 50 ano s
M ais de 50 an os
Na aia ária d 25 a 50 anos, a siuação é basan smlhan aos mais idosos, com pquna quda prcnual no uso do Pomrano. No rupo mais jovm (aé 24 anos), há uma clara diminuição no uso do Pomrano: 8% dclaram nunca usar o Pomrano ns cono 44% só o usam às vzs. Iso sinifca qu mais d 50% dos jovns jov ns s com comuni unica ca hab habiu iualm almn n m m Poru Poruuê uês. s.
40% 30% 20% 10% 0% Até 24 anos
25 a 50 anos
Mais de 50 anos
2.8. Atitude Linguística. Os dados apurados nos qusionários ambém nas nrvisas livrs mosraram uma aiud avorávl ao uso manunção do Pomrano m Arroio do Padr. Vrifcou-s a isência d rras ácias para uso do pomrano no lar,, com pssoas mais vlhas msmo com crianças lar m idad pré-scolar, “pois, las prcisam aprndr o Pomrano m casa”. Mas, nconramos ambém alumas manisaçõs conrárias sob a alação d qu o uso do Pomrano no lar prjudicaria a aprndizam do poruuês na scola ou d qu ra “um dialo qu nm os almãs nndm”. Mas os rsulados dos qusionários mosram qu 81% dos inormans insism ou insisirão no uso do Pomrano como mosra o gráfco 3. Gráfco 3 – Insis no uso do Pomrano m casa (Aiud Linuísica) 19%
2.7. Funções internas. Fazr conas, rzar, rza r, sonhar, inar... são classicadas por Macky (2000 p. 36) como unçõs inrnas, plas quais ambém com81% pm as línuas m conao, numa siuação d bilinuismo. Conorm mosra o gráfco 2, m Arroio do Padr o uso do Pomrano Pomrano é dominan 2.9. A pcaiva sobr as chancs d o Pomrano apnas na aia ária acima dos 51 anos. Nas sub- coninuar a sr alado é posiiva, m Arroio do squns, su uso diminui radualmn, sndo Padr. A maioria dos inormans (93%) acrdia paulino vandresen | línguas em contato
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qu o Pomrano coninuará a sr alado na comunidad, conorm mosra o gráfco 4.
uísica avorávl a sua manunção. esa aiud ou laldad linuísica ao Pomrano m aranido sua manunção, raças à localização da comuniGráfco 4 – O Pomrano coninuará a sr dad dnro d uma ilha i lha linuísica Pomrana, m alado na comunidad? qu praicamn odas as pssoas são bilínus , por rcrm aividads arícolas, suas rds d Sim comunicação são chadas dnsas, avorcndo a Não Não rsisência a orças inovadoras, como a roca plo poruuês. Como vimos nos dados, msmo na aia d 25 aos 50 anos, prvalc o uso do dialo pomrano no lar, apsar d sa ração a mais vlha (mais d 51 anos) rm rqunado scolas m línua poruusa. Dsa orma, o isolamno oráfco plica, m par, os padrõs d scolha das línuas, m unção dos inrlocuors. Para mlhor drmi2.10. Como já inormamos anriormn, pro- nar o uso do Pomrano do Poruuês m Arroio curou-s vrifcar quais as línuas aladas por cada do Padr dfnimos doz ipos d inrlocuors inorman a prrência d su uso na ala. soliciamos a oio alans bilínus d cada aia Pod-s inrir qu a línua prrida é aqula ária para dfnirm sus padrõs d scolha. Além m qu o inorman s auoaribui maior com- disso, adoamos uma órmula saísica usada por pência linuísica. Os rsulados mosrados no gal (1979, p.159) para calcularmos o índic d uso gráfco 5 mosram prrência plo Almão m do dialo Pomrano m Arroio do Padr. Usamos um pquno prcnual d inormans (6%). “A” (d Almão) para Pomrano (qu é um dialo Conorm inormaçõs colhidas juno a lidran- almão) “P” (para Poruuês). A órmula para calças rliiosas sa compência m almão padrão cular o índic A (Dialo Pomrano) é : pod r sido adquirida com pais qu rquna A + AP ram scola almã ou na scola dominical vanéíndice A = ___________ A + AP + P lico-lurana. Quano aos dados sobr Pomrano Poruuês vrifcou-s, novamn, uma clara prrência plo Pomrano (81%). Uilizando a órmula d gal, oi calculada a proporção d uso poncial do Pomrano (índic Gráfco 5 – Prrência d uso na ala (Aiud Linuísica) A) m cada cada um dos 24 inormans, m cada uma das 12 siuaçõs inracionais. Dssa orma, podmos ordnar nossos inormans conorm su índice A – Dialeto Po Pomerano merano. Da msma orma, calculamos o índic sprado, plos padrõs da scolha, para cada ipo d inrlocuor. O rsulado é uma mariz qu lva m cona a orma dirnciada d cada inorman azr suas scolhas linuísicas habiuais. A tabla tabla 2 dá inormaçõs imporans sobr o uso das línuas m conao. Na abla prcbs, por mplo, qu o Pomrano s maném no cono amiliar. Os primiros cinco inrlocu2.11. O papel dos atores sociais e das redes de ors ponciais – avós sua ração, pais sua comunicação. O uso do Pomrano no lar na ração, sposo(a), flhos irmãos – aprsnam comunidad é prdominan há uma aiud lin- índice A de uso do dialeto Pomerano muio paulino vandresen | línguas em contato
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lvado. “Amios vizinhos” ambém êm índics lvados. Mas os inrlocuors ponciais (d 7 a 12) aprsnam índics rlaivamn baios. A abla mosra, porano, uma clara oposição oposi ção d
uso Pomrano/Poruuês nr os 6 primiros os 6 úlimos inrlocuors ponciais: Pomrano com índics A d 1.00 a .83. Mas nos sis primiros é d apnas .50 .10 nos sis úlimos.
Tabela 2 – Padrõs d scolha da línua m Arroio do Padr
Interlocutores Potenciais In. Idade 1 15 2 24 3 11 4 13 5 19 6 24 7 16 8 17 9 49 10 34 11 39 12 40 13 42 14 41 15 33 16 47 17 71 18 62 19 64 20 64 21 59 22 73 23 58 24 62 ÍNDICe A
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A 1.00
2 AP A AP AP AP A AP AP A A A A A A A A A A A A A A A A 1.00
3 AP A A A AP AP A AP A A A A AP A AP A 1.00
4 AP AP AP AP AP AP AP A A AP AP A AP A AP A 1.00
5 AP AP P P AP AP P P AP AP AP AP AP AP AP A A AP AP AP AP A AP AP .83
Inrlocuors ponciais: 1. Avós sua ração 2. Pais sua ração (ios) 3. esposo(a) 4. Filhos sobrinhos 5. Irmãos primos. 6. Amios, vizinhos da msma ração (-colas d scola).
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6 AP AP AP P P AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP AP .91
7 P AP P P AP AP AP AP AP P P P AP AP P AP AP P P P P AP P AP .50
8 P AP P P AP AP P P P AP P P P AP AP P P A P P P P A P P .29
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11 P AP P P P AP P P AP P P P AP P P AP A AP A AP P A P A .45
12 Índice A .44 P .80 .22 .22 .66 P .70 .44 P .40 AP .91 P .50 P .50 P .50 P .75 P .66 P .50 AP .91 AP 1.00 P .66 P .66 P .66 P .58 AP 1.00 P .50 P .75 ..21
7. Vnddors (lojas, vnda, suprmrcados), caias d banco c. 8. Prossor(a) (aora ou quando sv na scola, coléio). 9. Médico, nrmira, an d saúd. 10. Pasor (inormans são odos prosans). 11. Dus (oraçõs). 12. Auoridads (priura, sado...).
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Oura inormação inrssan da tabla 2 é mosrar as dirnças linuísicas nr as rês aias árias. O índic médio d scolha do Pomrano é .84 para os mais vlhos, .54 para a aia ária d 25 a 50 anos d .48 para os mais jovns. Como nos ráfcos anriors, vê-s qu o Pomrano prd unçõs para o Poruuês nas raçõs mais jovns qu conam com crscn scolarização maior posição aos mios d comunicação, qu avorçam o uso do Poruuês. A tabla 2 aprsna, ambém, inormaçõs sobr o rau d compência no Pomrano PorPoruuês (já comnado anriormn), qu mosra um dcréscimo nracional, principalmn nr os mais vlhos as aias árias d 25 a 50 aé 24 anos. Os índics mais baios d scolha do Pomrano na ração mais jovm podm sar liados à crscn scolarização. Msmo os flhos d ariculors são ndo condiçõs d rqunar o nsino básico aé a 8a séri, raças ao ranspor scolar, m uma scola andida por prossors vindos d Ploas. também já oi criado, ormalmn, um curso d nsino médio no município. Com o aumno do rau d scolaridad com os mios d comunicação m línua poruusa passa a ocorrr uma nova prssão pla scolha do Poruuês, associada a assunos ou ópicos da convrsação para a qual os bilínus não conhcm o léico m Pom Pomrano. rano.
nção do Pomrano, qu é viso, ainda, como or lmno d hrança énica culural nsa comunidad. O Poruuês lva vanam na inraçõs ora do lar, principalmn com inrlocuors qu rprsnam a socidad dominan, como prossors, médicos, fscais, dlados c. É noávl, ambém, o avanço do Poruuês no aor diaracional. A oscilação do Índic A (dialo Pomrano) d .84 no rupo mais idoso para .48 no rupo jovm mosra a orça do Poruuês nando dslocar o Pomrano, ajudado pla orça da scolarização dos mios d comunicação. 3. língua s em contato em regiões ronteiriças
3.1. Um novo oco d psquisas na subára d línuas m conao sá surindo m áras roniriças. O Brasil m 12.864 quilômros d ronira com paíss qu êm o spanhol como línua ofcial. Boa par dsa ronira m baia dnsidad dmoráfca, inrmdiada, muias vzs, por ára indínas, como é o caso das roniras com a Vnzula, Colômbia, Pru boa par da Bolívia. Na ronira cnro-os sul há maior conao, mas por séculos as rlaçõs nr o colonizador spanhol poruuês oram marcadas por conios pla poss d rriórios. Hoj mos inúmras cidads roniriças, umas sparadas por rios, ouras não. Na ron2.12. Conclusões. Arav Aravés és da dscri dscrição ção aprs aprsnn- ira com a Bolívia as mais anias são Cácrs/ ada sobr a siuação do bilinuismo Pomrano- San Maias Corumbá Puro Suarz; com o Poruuês,vrifcamos qu o dialo Pomrano apr- Parauai: Foz Foz do Iuaçu Ciudad dl Ls com sna índics lvados d manunção m Arroio a Arnina; Dionísio Crquira/Brnardo da Inido Padr. esa siuação dv-s, sundo nossa aná- orn, São Borja/San tomé Uruuaiana/Paso d lis, ao ao d sr uma comunidad homoêna los Librs; , fnalmn, com o Uruuai mos m qu quas odos são bilínus êm uma ai- uma vasa ronira sca, dsacando-s as cidaud linuísica avorávl ao uso quas clusivo do ds d Livramno/Rivra, Jauarão/Rio Branco Pomrano nas inraçõs amiliars. esa laldad Chuí/Chuy, como as d maior conao linuíslinuísica ao Pomrano cria as condiçõs mínimas ico. A siuação roniriça nsja rlaçõs comrpara qu as novas raçõs adquiram o Pomrano ciais sociais qu lvam ao conao linuísico como línua marna. Msmo ora do lar, o alan ao bilinuismo. No caso das cidads d Livrapod opar na scolha nr as duas línuas, com ou mno Rivra mos um sudo clássico sobr o sm alrnância d códio, pois são siuados m bilinuismo spanhol/poruuês io por Hnsy uma ilha linuísica Pomrana. (1972). Um ao novo m rlação a alumas dssas esas rds d comunicação amiliars comu- cidads roniriças é a possibilidad d aprndr niárias são rsponsávis pla ransmissão manu- o Poruuês ou o spanhol m scolas bilínus d paulino vandresen | línguas em contato
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ronira, m projo dsnvolvido plos ovrnos do Brasil Arnina, numa priência d prmia d prossors. O convênio oi frmado, no cono da políica linuísica ducacional do Mrcosul, nr os minisros da educação Danil Firmos (Arnina) tarso gnro (Brasil), m 9 d junho d 2004. No ano suin, m 4 d março d 2005, já ra implmnada a priência m scolas d Dionísio Crquira (SC) Brnardo d Irioin (Missions). A obsrvação dos rsulados na aquisição/aprndizam do spanhol/poruuês é sm dúvida uma ara inrssan para os sociolinuisas. 3.2. Mas o conao spanhol/poruuês não s limia a rlaçõs sporádicas na ronira. els vão para além da ronira, com a imiração d colonos brasiliros (planadors d soja milho) para o inrior do Parauai mais rcnmn para a Bolívia. O comporamno linuísico dos “Brasiuaios” m su conao com o spanhol uarani já oi objo d várias psquisas sociolinuisas como a d Marins (1996) anos ouras. Rcnmn, muios flhos d “Brasiuaios” são rornando ao Brasil, nrnando novas priências linuísicas como as dscrias por tis (2005).
concros. Dclaraçõs d auoridads uruuaias mosram a procupação com o problma linuísico, como sa do Cl. Laorr ...hay pueblos orientales como Cerro Largo, Tacuarembó, Maldonado, Rivera y Salto, em donde los niños no saben hablar el idioma nacional y en donde los maestros enseñan en portugués” (Dclaração do Coronl Laorr, apud echniqu, 1977, p. 45).
es ipo d procupação aparc ambém na Câmara d Dpuados m Monvidéu: en esta localidad (el norte del Rio Negro) tan importante de la República, puede decirse que ya no hay Estado Oriental: los usos, costumbres, el idioma , el modo de ser, todo es brasilero; puede decirse, como continuación del Rio Grande del Sur” (Câmara dos Dpuados d Monvidéu, 1860, apud Carbajal, 1948, p. 85).
Como consquência, m 1877 é aprovado um “Rlamno d Insrucción Pública”, sablcndo scolarização obriaória m spanhol. Basados m Bhars (2004) podmos rsumir da suin orma a siuação d bilinuismo spanhol/poruuês no Uruuai: a) Século xIx – Bilinuismo sm dilossia (espanhol Poruuês usados m insância ofciais pariculars); b) A parir d 1877 – dilossia no snido d Fishman (1967), 3.3. Mas, provavlmn, a siuação mais in- spanhol nsinado na scola como varidad ala rssan d conao linuísico nr espanhol DPU (Dialos Poruuss do Uruuai) como Poruuês é a vivida pla população do Nor do varidads baias; c) A diadura miliar (décadas Uruuai, objo d dispua nr as coroas por- d 70 80) comba pliciamn o uso do poror ma d “pnración idiomáuusa spanhola por muias décadas. Poru- uuês como uma orma al undou a cidad d Colônia do Sacramno, ica a ravés d la lvisión brasilña” (Bhars, m 1680. A espanha rvidou com a undação d 2004, p.13); d) Mrcosul – ensino bilínu m Monvidéu m 1724. gurras raados muda- aluns dparamnos. Para sudar sa inrssan siuação d conao ram rqunmn a jurisdição sobr a chamada linuísico são sndo dsnvolvidos vários proj“Banda Orinal”. O ao rlvan é qu o povoamno do r- os inrinsiucionais. O BDS–Pampa (Banco d riório uruuaio s z com alans d spanhol Dados Sociolinuísico da Fronira do Pampa d poruuês. Com a criação do sado uruuaio gaúcho) sá colando dados m cidads aúchas a scolha do spanhol como línua ofcial, comça na aia d ronira com o Uruuai Arnina. A uma políica d pansão do spanhol por odo o cola d dados sá sndo ia por psquisadors rriório nacional. Inicialmn, d 1830 a 1862, da UFPl UCPl. Para complmnar os dados o ovrno dsnvolv uma políica d undação ns continuum linuísico o “Projo DPU” d povoados com alans d spanhol para rar cola dados com alans uruuaios dos Dialos o avanço do poruuês. As auoridads noam, Poruuss do Uruuai, sob a rsponsabilidad nrano, qu sa políica não dá rsulados da UCPl Univrsidad d la Rpública. Finalpaulino vandresen | línguas em contato
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mn, o ADDU (Alas Linuísico Didaópico Diasráico dl Uruuay), coordnado por Adolo elizarucin (Univ. (Univ. d la Rpública) Harold thun (Univ. Kil) aprsna um quadro lucidaivo da siuação d conao nr o poruuês spanhol m rriório uruuaio. Com dados dsss projos são sndo dsnvolvidas uma séri d psquisas, paricularmn na UCPl na Univrsidad d la Rpública, m Monvidéu. Com o dsnvolvimno rcn d priências d ducação bilínu poruuês/spanhol (no Uruuai, Brasil Arnina) com o incrmno do nsino do spanhol no Brasil há uma pcaiva d um númro crscn d psquisas sobr vários aspcos do conao nr poruuês spanhol. O conrsso da Alal m Monvidéu m 2008 dvrá sr um pono d rrência para a aprsnação d rsulados d psquisa nsa ára. 3.4. Oura ára qu sá dsprando inrss para a psquisa sociolinuísica é a ronira do Brasil com a guiana Francsa, no sado do Amapá. Uma quip do Prorama d Pós-raduação m Linuísica da PUC-RJ sá dsnvolvndo psquisas sobr o conao Poruuês/Francês, acompanhando, ambém, as políicas linuísicas acordadas nr o sado do Amapá a guiana. Do lado rancês ambém há psquisas, como a d Lélis (2004), volada principalmn para as práicas pdaóicas aiuds d crianças scolarizadas m zonas roniriças. reerências bibliográicas AULeR, Maria Luisa e. O code switching no discurso bilíngue em Ivoti, RS. Dissração d Msrado. São Lopoldo (RS). UNISINOS, 2002, 104p. BAtIStI, elisa al. Dicionário de italianismo. Caias do Sul: eDUCS, 2006. BeHAReS, Luis ernso. Portugués del Uruguay y educación ronteiriza . Monvidéu: ANeP-CODICeN, 2004. BeRgAMASCHI, Maria Crisina Z. Bilinguismo de dialeto mitaliano-português: atitudes linguísticas . Dissração d Msrado. Caias do Sul: UCS, 2006. BLOOMFIeLD, L. Language . Nw York: York: Hol, Rinhar Ri nhar and Winson, 1933.
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gt de sociolinguística da anpoll: p assado, presente e uturo Suzana Alice Marcelino Cardoso é Prossora
Associada da Univrsidad Fdral da Bahia Psquisadora CNPq, Douora m Línua Poruusa, com auação nos campos da Dialcoloia Sociolinuísica, spcifcamn do poruuês. Diri o Projo Alas Linuísico Sergipe-II . do Brasil é auora do Atlas Linguístico de Sergipe-II e-mail: suzalic@uba.br suzalic@uba.br..
resumo
abs a bs t r ac actt
Com o íulo panorâmico “gt d Sociolinuísica da Wih h panoram panoramic ic il il GT de Sociolinguística da ANPOLL: ANPOLL: ANPOL L: passado, passado, prsn prsn uuro” uuro” não s vai raar didi- passad passado, o, presen presente te e utur uturoo (ANPOLL’S Sociolinuisics work damn d cada uma dssas rês apas, mas omar dlas o fo roup: pas, prsn and uur) w will no discuss in dail da hisória com isso azr uma rão sobr o qu omos, ach o hs hr phass. Indd, w will rac is hisory in o qu somos para ond vamos ou ond qurmos char, ordr o rc on wha w wr, wha w ar, whr w will nquano rupo d rabalho. As considraçõs s iniciam a o and whr w innd o o, as a work roup. W will parir da concpção d gt pla ANPOLL a qu s suirão sar by considrin ANPOLL’s concpion o work roup, (i) uma rão sobr o qu m sido o gt d Sociolinuís- plus i) a rcion on wha h Sociolinuisics work roup ica, (ii) como nndr o su uncionamno (iii) qu prs- has bn, ii) how on can undrsand is uncionin, and iii) pcivas podm sr vislumbradas para coninuidad do su wha prspcivs hr ar or h coninuiy o is work. W rabalho. Para isso, par-s do concio d gt, sundo o will us h concp o work roup accordin o ANPOLL’s esauo da ANPOLL, para concluir-s qu o nosso gt, no sau o conclud ha our work roup, in h cours o is curso da sua hisória, m-s comporado m pria harmo- hisory, has obyd all sauory drminaions: i ahrs nia com as drminaçõs sauárias: rún psquisadors da rsarchrs o h variaion lin linkd o radua prorams, linha da variação vinculados aos Proramas d Pós-gradua- has promod dbas, and, consqunly, h valuaion o ção, m promovido o dba , consqunmn, a avalia- projcs in his ara and, in a crain way, has conribud o ção dos projos da ára , d cro modo, conribuído para a h dfniion o hmaic lins ha sprad in h acadmic dfnição d linhas máicas qu s diundm no mio aca- fld, hus apparin as a lar work roup, jus as h hm dêmico, aprsnando-s como um rupo d rabalho amplo, ha moivas i – lanua variaion – is. como a própria máica qu o moiva – a variação linuísica – o é por ssência.
Di a sa paricipação um íulo panorâmico Coordnação do nosso gt d Sociolinuísica – passado, prsn uuro –, , obviamn, não da ANPOLL pla iniciaiva ds enconro vou m ocupar didamn d cada uma dssas Inrnacional aradcr o convi para pari- rês apas, mas quro apnas omar dlas o fo da cipar dsa msa-rdonda volada para a nossa hisória com isso azr uma rão sobr o qu hisória, orcndo-m a smpr raifcan omos, o qu somos para ond vamos ou ond oporunidad d m runir com os colas Pau- qurmos char, plo mnos na visão qu posso lino Vandrsn Cláudia Roncarai, com os aprsnar. quais, m divrsos momnos, já m ocupi, A hisória do nosso gt gt,, a cada momno m paricularmn, das rilhas suidas plo nosso qu s az ncssário, vm sndo conada d orma rupo d rabalho. minudn. e nss snido rporo-m a um dos Inicialmente, quero congratular a atual
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mais rcns complos rlaos ios, o qu oi aprsnado plo nosso cola Paulino Vandrsn, Vandrsn, Brasileiro.Contato Linguíspublicado m Português Brasileiro.Contato tico, heterogeneidade e história , cuja oranização s dv às nossas colas Cláudia Roncarai Jussara Abraçado, a qu q u s somam as duas aprsnaçõs qu, hoj, m prcdram. Inicio, assim, as minhas considraçõs, a parir da concpção d gt pla ANPOLL a qu s suirão (i) uma rão sobr o qu m sido o nosso gt, (ii) como nndr o su uncionamno (iii) qu prspcivas podm sr vislumbradas para coninuidad do su rabalho.
ssência. e m qu m consisido s lasério do su nndimno? eaamn no ipo d psquisa qu ara, nas linhas, ou sublinhas da variação qu rún na impossibilidad, no mu nndr, d sr d oura manira. No gt d Sociolinuísica são conidos os sudos variacionisas ocados sob dirns bass óricas, sudos dialais mais spcifcamn olinuísicos odo o vaso campo dos sudos sociolinuísicos. Disso dcorr o carár d “associação” “associação” qu aora m suas aividads, como por mplo, nos nconros nacionais, os quais ivmos a rsponsabilidad d iniciar, m 1993, aora clbramos s primiro d carár inrnacional. e romo sss aspcos aqui lvanados, a comçar do úlimo aprsnado.
o gt na concepção da anpoll
O esauo da ANPOLL, nos Ars. 15 16 com sus paráraos, dfn o qu é um rupo r upo d rabalho aprsna as suas aribuiçõs. Dsaco, para ssas considraçõs, os suins aspcos assinalados no o lal: A naurza da sua criação; “criados “criados para a conscução dos objivos rlacionados à psquisa” (Ar. 15). A sua composição: “Srão inrados por psquisadors vinculados a insiuiçõs d pós-raduação stricto sensu d psquisa” (Ar. 15). três dos objivos a qu s propõ: (i) “slcionar dfnir linhas máicas para o dsnvolvimno d psquisas, no campo das Lras da Linuísica”; (ii) “pr “promovr omovr o dba dba a avaliação avaliação dos projos d psquisa m andamno”; (iii) “dcidir sobr a coninuidad, alração ou inção d suas aividads” (Ar. 16).
somos uma espécie de “associação”
O snido srio d rupo d rabalho qu maném sob conrol psquisas dsnvolvidas no âmbio da sua linha não s vê concrizado m nosso gt. gt. Nm podria. A variação é, prmiamp rmiamm o plonasmo, rmamn “variada”: “variada”: sja nas áras m qu s risra, sja nos nívis ní vis d abordam da línua m qu é ocalizada, sja, ainda, na prspciva das orias m qu s mbasa. e, acima d udo, insian nssa sua vrsailidad d possibilidads d ação d noqus. Com uma pluralidad d ormas d am, com a muliacada línua poruusa com a qual nos dbamos no Brasil, orna-s quas impossívl nar carrar inrsss para um polo único ou para um rsrio conjuno d ocalizaçõs. Com isso quro dizr qu o “dfnir linhas máicas para o dsnvolvimno d psquisas”, como consa do sauo da ANPOLL, não podrá sr nndido como O nosso gt, no curso da sua hisória, m-s rsriivo ou como dlimiador d um conjuno comporado m pria harmonia com as dr- d possibilidad. A variação m nosso gt dv minaçõs sauárias: rún psquisadors da linha sr nndida como ampla, ral, irrsria, como, da variação vinculados aos Proramas d Pós-gra- aliás, o m rvlado a nossa radição d rabalho duação, m promovido o dba , consqun- m rupo. Isso não qur dizr qu s sablça mn, a avaliação dos projos da ára , d cro um caos acadêmico nm uma dsordm no raar aamodo, conribuído para a dfnição d linhas má- mno d dados na prspciva cinífca. icas qu s diundm no mio acadêmico. tm-s tm-s Quro, no nano, chamar a anção para o comporado, no âmbio da ANPOLL, como um ao d qu ss aspco d ampliud qu assinala o rupo d rabalho amplo, como a própria má- nosso gt fnda por lh aribuir, ipso acto, um caráica qu o moiva – a variação linuísica – o é por r mio d associação qu vm a nu nos nconros s u z a n a a l i c e m a r c e l i n o c a r d o s o | g t d e s o c i o l i n g u í s t ic ic a d a a n p o l l
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nacionais nss primiro nconro inrnacional, como orma d dar vazão a oda rão qu não nconra luar, luar, nm podria com ais dimnsõs, no âmbio srio das runiõs nacionais da ANPOLL. e não vjo nisso nm um dsrspio ao sauo da nidad, nm uma ua dos sus princípios. Os nconros, sss nconros, s ornam, assim, locais d divulação dos mais dirns rabalhos na ára, momnos d discussão d açõs mais rais. e isso é imporan dv, no mu nndr, sr aribuo d gt com as spcifcidads do nosso, sm dúvida, sobrudo porqu m ais momnos s pod nconrar caminhos d conrar projos propiciar a circulação da psquisa produzida.
rns nívis az com qu o nosso gt nconr áras d inrscção com ouros gts qu procur, muias vzs, as inracs dssa rlação. e isso é ácil d s vrifcar nas próprias proramaçõs da ANPOLL, como s vê com sss dois mplos qu rao para ilusração: mmbro do gt d Sociolinuísica azr-s prsn m msa do gt d Fonéca para alar da variação onéica na prspciva diaópica ou d psquisador do gt d Licoloia vir raar da variação lical m msa d oranização sob nossa rsponsabilidad. S a sparação nr gts qu propõm o noqu spcífco d um drminado nívl da línua nm smpr é ão radical, diícil para mim s orna imainar uma sparação Dialcoloia/ Sociolinuísica m dois rupos d rabalho disum grupo de trabalho amplo sociados, como m aluns momnos já s lvanou ssa possibilidad. S nos momnos m qu S acabo d nos comparar a uma spéci d “asso- ssa qusão oi lvanada ui smpr conra a sua ciação”, quro, a parir d aora, dsacar as pos- concrização, hoj, com mais clarza rafrmo a uras óricas qu s vidnciam no caminhar do posição. e jusifco o porquê. nosso gt. gt. Rfro-m às duas linhas máicas qu Primiramn, o “casamno” Dialcoloia/ êm convivido no su inrior: a Dialcoloia Sociolinuísica é bm mais anio do qu s pod a Sociolinuísica. S narmos azr uma rpr- imainar. Formalizada por primiro como um snação ráfca da oranização da ANPOLL, para dos ramos dos sudos linuísicos volados para a salinar a prsnça do gt d Sociolinuísica, variação, a Dialcoloia dsd os sus primórdios podríamos, assim, concbê-la: sv ana às variávis sociais. A procupação com a idad dos inormans, por mplo, já aparc no Abé Rousslo qu, an po ll m 1891, chamava a anção para o ao d qu “O conhcimno da idad dos alans obsrvagrupos de trabalho dos é indispnsávl para qu s possam comparar as divrências isns nr o alar dos jovns gt de sociolinguística aqul dos idosos, drminar o su pono d orim” (apud POP, 1950, p. 43) 1. objeto: a variação Procupação na msma linha é manisada pouco mpo dpois, 1910, por Millard, qu sociolinguística dialectologia l inormans d várias idads para “risrar ao vivo, no msmo país, na msma amília, diprojetos - divulgação rns apas d uma ransormação linuísica” (apud POP, 1950, p. 325) 2. Como s prcb dssa sinla ormalização, sou assumindo a posição d qu Dialcoloia Sociolinuísica dvm sr indissociávis m nosso gt. e passo a arumnar m avor dssa minha posição, qu não m é clusiva. em primiro luar, omo uma qusão bm mais ral. A abordam da línua nos sus di-
“La connaissanc d l’â ds sujs obsrvés s indispnsabl afn d pouvoir comparr ls divrncs isan nr l parlr ds juns clui ds viillards, dérminr lur poin d dépar.” 2 “Saisir sur l vi, dans l mêm pays, la mêm amill, diérns éaps d’un ransormaion linuisiqu.” 1
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Ao lad ladoo das di dirn rnças ças á árias rias,, o ên ênro ro s con consisiui, ambém, m procupação inrss dos dialcóloos dsd os primórdios dos sudos dialais – sou, proposiadamn, razndo mplos apnas dos comços da Dialcoloia –, o qu conduziu a qu os usos linuísicos d homns mulhrs s ornassm objo d documnação. É o qu s vê, por mplo, no At Atlas las Lin Linguis guistiqu tiquee de la Fra France nce qu, mbora m proporção pouco sinifcaiva para as mulhrs – 60 inormans do ênro minino num oal d crca d 700 dos qu oram inquiridos –, documna mulhrs az dlas, m 52 localidads, o inorman principal (POP, 1950, p. 128). Inrpração do sinifcado do ênro az gaucha, já m 1905, ao procdr à comparação nr a pronúncia dos homns a das mulhrs, lvando-o a admiir, a propósio d casos d inovação risrados na linuam minina, conorm comnários d Pop, qu
Não há, para ss caso, uma rrência dira ao rau d insrução, mas a mnção a classs sociais disinas, às quais s rlacionam usos dirnciados da línua, dia vr qu a variação diasráica s azia rconhcida considrada. Por qu aço sa brv viam no mpo? eaamn para arumnar m avor da minha posição: o “casamno” Dialcoloia/Sociolinuísica é bm mais anio, não aora apnas aora com a procupação pluridimnsional qu vm aando a modoloia dialal na aualidad, prcd, como os mplos da hisória aqui rmmorados dmonsram, à própria consrução da Sociolinuísica como ramo dos sudos da linuam. para concluir
Uma vz qu a mulhr aciou a inovação, é do su uso qu passará à linuam da juvnud, porqu as crianças sum, principalmn, o mplo das mulhrs qu passam muio mais mpo m casa, m socidad, a cozinhar, a lavar, qu alam mais do qu os homns, nvolvidos com o rabalho do campo, no mio dos quais s aprsnam aciurnos muias vzs isolados duran oda a jornada. (POP, 1950, p. 194) 3
Com isso, já m proponho concluir, quro dizr qu do fo da hisória a qu d início m rri qu m propunha romar, acho qu posso fsar duas brvs conclusõs: • Onosso OnossoGTé GTéum umgrupode grupodetrabalhoespecial trabalhoespecial pla sua abranência, nm por isso dia d sr um gt nos molds sauários da ANPOLL. ANPOL L. O Abbé Rousslo, m 1891, já aribuía impor- • Em Embor bora a se co con ngu gure rem m na su sua a in indi divid vidua uali liância à condição social por rconhcr podrm dad m dois ramos disinos priamn isir, m um msmo luar, dois usos dirnciadlimiávis, Dialcoloia Sociolinuísic Sociolinuísica a dos “clui du pupl clui ds mssiurs” ( apud plas imbricaçõs inracs qu nr las POP, 1950, p. 43), assim s prssando: s sablcm, não dvm consiuir-s m gts disinos, mas coninuarm num “casaÉ prciso r cuidado para não os conundir. con undir. O “paois” “paois” mno” duradouro, aé ond vislumbro, dos snhors dá plicação para cras anomalias qu indissolúvl. s nconram na linuam do povo, mosra, ambém, d qu lado vêm as inuências sraniras qu auam sobr os “paois”. Mas l não é o “paois” do país. 4
reerências “Un ois qu la mm a accpé l’innovaion, c’s d son lana qu cll-ci passra dans l lana d la junss, parc qu ls nans suivn pluô l’mpl ds mms, qui passn baucoup plus d mps à la maison, n sociéé, à cuisinr, à lavr qui parln plus qu ls homms, pris par ls ravau d la campan, au miliu dsquls on ls voi aciurns, souvn isolés ou la journé.” 4 “Il au bin s ardr d ls conondr. L paois ds mssiurs donn l’plicaions d crains anomalis qui s rnconrn dans l lana du pupl; il monr aussi d qul côé vinnn ls inuncs éranèrs qui aissn sur ls parois. Mais il n’s pas l paois du pays.” 3
POP, Svr. La dialectologie. Aperçu historique et méthodes d’enquêtes linguistiques, v. 1 2. Louvain: Chz l’Auur; gmblou, Duculo, 1950. RONCARAtI, RONCARA tI, Cláudia; ABRAÇADO, Jussara (Or.). Português Brasileiro. Conao linuísico, hronidad hisória. Rio d Janiro: 7Lras, 2003. ISBN 85-7577-023-3.
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o /s/ em coda silábica: an a nálise de dad os do projeto alib Jacy Ja cy ra An dr ad e Mo Mota ta é douora m Línua Por-
uusa. Prossora Associada. Psquisadora CNPq. Insiuo d Lras da Univrsidad Fdral da Bahia. Ára d psquisa: Sociolinuísica Dialcoloia. Coauora do Atlas Linguístico de Sergipe (1997). Paricipou, dsd a sua implanação (1969), do Projo NURC. Dirora ecuiva do Projo Alas Linuísico do Brasil (Projo ALiB, 1996). e-mail: jacymoa@uba.br jacymoa@uba.br.. Si do ALiB: www.alib.uba.br.
resumo
abs a bs t r ac actt
1. introdução
Nacional Caminhos Prspcivas para a golinuísica no Brasil, roma um anio dsjo dos psquisadors brasiliros liados à ára dos sudos dialcolóicos: a ralização d um alas
Considrando qu a ralização alvolar ou palaal das rica- Considrin ha h alvolar or palaal acualizaion o h ivas coronais (/s, z/), m coda silábica, m vocábulos como coronal ricaivs (/s, z/), in syllabic coda, in words such as sta smo o, trê s s, é um dos aos caracrizadors sta, smo, o, trê s s, is on o h aurs ha characriz pa s t a , me s m t a, me s m carac rizadors d subáras pa s charac riz som dialais brasiliras, como m sido obsrvado por divrsos Brazilian dialcal aras, as i has bn poind ou by various psquisadors, aprsnam-s, nsa comunicação, dados do rsarchrs, his work is inndd o prsn daa collcd by corpus do Projo ALiB, risrados m cinco capiais: Salva- h corpus o Projeto ALiB , rcordd in fv capials: Salvador dor, Aracaju, Rci, Mació João Pssoa. and Aracaju – ha, accordin o Nascns (1953) orm h O Projo ALiB, m dsnvolvimno dsd 1996, roma so-calld alar baiano (Bahian spokn lanua) – and Rci, um anio dsjo dos psquisadors brasiliros liados à ára Mació and João Pssoa, which rprsn h alar nordest nordestino ino dos sudos dialcolóicos: a ralização d um alas linuís- (norhasrn spokn lanua). ico do Brasil, no ocan à línua poruusa. th Project ALiB, carrid ou sinc 1996, rsums h achiForam analisadas, sparadamn, as ocorrências do /S/ m vmn o a Brazilian linuisic alas, in wha concrns h coda silábica dian d consoan (runindo-s a posição Poruus lanua. mdial a fnal d vocábulo) dian d pausa. As ocorrên- th occurrncs o /S/ in syllabic coda wr analyzd in isolacias oram submidas ao paco d Proramas VARBRUL ion bor a consonan (runiin h middl and fnal posipara anális saísica. ion o h word) and bor a paus. th occurrncs wr Os aors qu s rvlaram mais imporans para a ralização undron h packa o VARBRUL VARBRUL Prorams or a saisic palaal do /S/ m coda silábica oram o cono subsqun analysis. a variação diaópica. th mos imporan acors or h palaal acualizaion o /S/ Com rlação ao cono subsqun, como já obsrvado ob srvado m in syllabic coda wr h subsqun con and h diaopic rabalhos anriors, a prsnça da oclusiva dnoalvolar //, variaion. spcialmn quando ralizada como aricada palaal, avo- In rlaion o h subsqun con, as i has bn obsrvd rc ormn a ocorrência da varian palaalizada. in prvious works, h prsnc o h dnal-alvolar occluQuano à variação diaópica, Rci Salvador dsacam-s siv //, spcially whn acualizd as a palaal arica, sronna prrência plas varians palaais. em Aracaju, Mació ly nhancs h occurrnc o h palaalizd varian. João P Pssoa ssoa prdomi prdominam nam as alvol alvolars. ars. As or h diaop diaopic ic variaion, variaion, Rci and Salvador Salvador prr h Os dados analisados mosram ambém qu s aribum valo- palaal varians. In Aracaju, Mació and João Pssoa h alvrs dirns às varians palaais, m cada uma dssas cida- olar ricaivs prvail. ds, considrando-as, ou não, como varians d prsíio. th daa show ha h palaal varians ar assind dirn valus in ach o h ciis, and hy ar considrd or no as varians o prsi.
O Projo ALiB, iniciado m 1996, na Univrsidad Fdral da Bahia, duran o Sminário
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linuísico do Brasil, no ocan à línua poruusa. No momno aual, o Projo ALiB s nconra com mais da mad do su corpus consiuído (130 das 250 localidads qu inram a sua rd d ponos, o qu quival a 52% do oal prviso), incluindo-s nss prcnual odas as capiais d esado (à cção d Brasília d Palmas, no tocanin tocaninss1) qu dvrão orncr os dados para a laboração do 1º. volum d caras. Ao lado do rabal rabalho ho d campo campo,, ncss ncssário ário à consiuição do corpus , iniciam-s ambém as primiras análiss, ndo m visa o objivo d s aprsnar um alas linuísico não só com o mapamno dos dados, mas ambém com sudos d aos rprsnaivos das dirnças ossociolinuísicas obsrvadas no poruuês do Brasil, como os alas hoj idnifcados como “d 2ª. ração”. enr os aos caracrizadors d subáras dialais brasiliras nconra-s a ralização alvolar ou palaal do /S/ m coda silábica, m vocábulos como pa s s ta smo o, trê s s , obsrvada por divrsos ta , me s m psquisadors, como, nr ouros, Callou Marqus (1975), Moa Rollmbr (1986, 1994, 1995), Canovas (1991), Callou Moras (1995, 1996), Brandão (1997), Hora (1999), Schrr Macdo (2000), grynr Macdo (2000), Carvalho (2000), Moa (2002, 2006). Aprsn Apr snam am-s, -s, ns nsa a com comuni unicaç cação, ão, os rs rsul ulaados obidos com a anális do /S/ m coda silábica m dados d cinco capiais do Nords brasiliro: Salvador Aracaju – qu, sundo Nascns (1953), inram o chamado al alar ar bai baiano ano – Rci, Mació João Pssoa, rprsnans do al alar ar nor nordes destino tino. As varians loais o zro onéico não oram aqui considrados, ndo m visa o númro rduzido d ocorrências o su carár marcadamn diaásico diasráico. Dia-s d considrar ambém o zro morêmico m sinamas no plural, d baia ocorrência, m ac dos ipos d qusionário uilizados: o qusionário onéico-onolóico (QFF) o qusionário smânico-lical (QSL). O corpus aqui analisado é consiuído por 40 inquérios, oio m cada uma das cinco capiais. Os inormans, d acordo com a modoloia do Pro joo ALiB, j ALiB, são sr sraif aifcad cados os quan quano o ao ao so, so, à idad idad Por srm capiais d undação mais rcn, Brasília Palmas não oram incluídas na rd d ponos do ALiB. 1
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– duas aias árias, uma mais jovm, d 18 a 30 anos, oura mais vlha, d 50 a 65 anos – à scolaridad – quaro inormans com o curso undamnal incomplo quaro com nívl univrsiário. 2. análise dos dados
Para a anális dos dados, considraram-s, sparadamn, as ocorrências do /S/ m coda silábica dian d consoan (runindo-s a posição mdial a fnal d vocábulo), como, por mplo, m strada s de São João, dian d pausa, como e s t rada , mê s m arroz , colega s s. A runião dos dois conos dian d consoan oi ncssária m virud do rduzido númro d ocorrências m fnal d vocábulo, dvido à sruura do QFF do QSL, uma vz qu não oram incluídos os dados da par m qu o inorman é lvado a alar mais livrmn duran mais mpo sobr um ma qu lh é proposo (um ao marcan d sua vida, o su rabalho, um prorama d lvisão, um ao ocorrido com uma oura pssoa). As ocorrências oram codifcadas codifcadas submidas ao paco d Proramas VARBRUL para anális saísica dos dados, as qu conou com a paricipação das bolsisas d Iniciação Cinífca, Djanic d Almida Bssa Cláudia Sanos d Jsus.
2.1. Fatores Fatores avorecedores avorecedores Dsacam-s como avorcdors o cono subsqun, no caso das ocorrências dian d consoan, a variação diaópica. Com rlação ao cono subsqun, como já obsrvado m rabalhos anriors, a prsnça da oclusiva dnoalvolar // avorc ormn a ocorrência da varian palaalizada, spcialmn quando ralizada como aricada palaal, risrando-s, nss cono, o prcnual d 87% o pso rlaivo d 0,94. Dian da ralização oclusiva dnoalvolar, risram-s 75% 0,83 d pso rlaivo. A corrspondn sonora (/d/), no nano, avorc a ocorrência das alvolars, risrandos a varian palaal m, apnas, 33% dos casos, com o pso rlaivo d 0,41, indpndnmn d sua ralização como oclusiva ou como aricada, como s obsrva obsr va na tabla, tabla, a suir: 22
Tabela 1: Varians palaais sundo a consoan subsqun Variantes palatais Variantes N°/ Total % Peso Relativo
Consoantes subsequentes
/ / ralizado como 90/103 aricada palaal / / ralizado como oclusiva dno473/629 alvolar /d/ 10/30 /k/ 147/544 // 09/64 /p/ 31/174 // 06/39 /v / 02/44 // 01/02 /m/ 13/91 /n/ 6/44 (Sinifcância= 0,007)
87
0,94
75
0,83
33 27 14 18 15 5 50 14 14
0,41 0,30 0,12 0,21 0,17 0,04 0,56 0,12 0,17
Do pono d visa da variação diaópica, Rci Salvador s dsacam na prrência plas varians palaais, ano dian d consoan subsqun, quano dian d pausa. No primiro cono, Rci aprsna 65% d ocorrências pso rlaivo d 0,80, Salvador, 54% 0,65 d pso rlaivo (C. abla 2). No sundo, risram-s os psos rlaivos d 0,81 para Salvador 0,76 para Rci (C. abla 3). em Aracaju, Mació João Pssoa, prdominam as alvolars, ndo s risrado um númro insinifcan d ocorrências palaais. Tabela 2: Varians palaais dian d consoan: variação diaópica Locali Loc alidad dades es
Vari ariant antes es palata palatais is diante diante de cons consoan oante te Nº. / Total
%
Peso Relativo
Rci
253/392
65
0,80
Salvador
217/405
54
0,65
Aracaju
139/381
36
0,42
Mació
132/381
35
0,38
João Pssoa Pssoa
51/300
17
0,17
(Sinifcância: 0,007)
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Tabela 3: Varians palaais dian d pausa: variação diaópica Loca Lo cali lida dade dess
Aracaju
Var aria iant ntes es pal palat atai aiss dian diante te de de paus pausa a Nº. / Total % Peso Relativo 100/254 39 0,81 83/253 33 0,76 13/202 06 0,29
Mació
13/195
07
0,31
João Pssoa Pssoa
9/229
04
0,19
Salvador Rci
(Sinifcância: 0,005)
2.2. Variação geossociolinguística tndo m visa vis a a dirnça nr as localidads considradas, opou-s plo cruzamno nr o rupo d aors olinuísicos os d aors sociolinuísicos (so, aia ária scolaridad do inorman), obndo-s os rsulados aprsnados a suir.
2.2.1. Variação diatópica e diagenérica diagenérica O conrono nr a diaopia o ênro do inorman rvlou dirnça sinifcaiva nr o comporamno linuísico d homns mulhrs m Salvador, Salvador, principalmn dian d consoan subsqun (m posição mdial ou fnal d vocábulo), cono m qu os homns aprsnaram lvados índics prcnuais (0,70) d pso rlaivo (0,82), nquano as mulhrs alcançaram apnas 31% 0,37 d pso rlaivo. em fnal dian d pausa, os maiors índics d varians palaais s nconram na ala dos inormans masculinos, m odas as localidads, ano naqulas m qu os índics d pso rlaivo siuams acima d 0,50, como Rci (0,85 para os homns 0,72, para as mulhrs) Salvador (0,93, para os homns 0,65, para as mulhrs), como naqulas m qu os índics são baios, como Aracaju (0,52, para os homns 0,17, para as mulhrs), Mació (0,54, para os homns 0,19, para as mulhrs) João Jo ão Pssoa Pssoa (0,41, (0,41, para os hom homns ns 0,0 0,06, 6, para as mulhrs) – localidad m qu, m um oal d 228 ocorrências m fnal d vocábulo dian d pausa, s risram apnas nov casos da varian palaal, oio na ala dos inormans masculinos um na dos mininos, como s obsrva obsr va na tabla/gráfco tabla/gráfco 4. A maior prsnça das varians palaais na ala d inormans masculinos oi ambém obsr23
vada m Salvador m anális anrior (c. MOtA, MOtA, 2002), basada na ala d inormans univrsiá-
rios do Projo NURC, risrados nas décadas d 1970 d 1990.
Tabela 4: Variação diaópica dianérica (Sinifcância: 0,038 para “dia “dian n d consoan”; 0,010 para “dian “dian d pausa pausa”) ”) Localidades
Salvador Rci
Sexo
Masculino
Variantes palatais Diante de consoante Nº/toal % 165/236 70 52/169 31 140/234 60 113/158 72 60/155 39 79/226 35 56/153 37 76/228 33 27/155 17
Fminino
24/145
Masculino Fminino Masculino Fminino
Aracaju
Masculino Fminino
Mació
Masculino Fminino
João Pssoa Pssoa
2.2.2 Variação diatópica e diageracional diageracional Dian d consoan subsqun, não s obsrvam dirnças sinifcaivas nr as duas aias árias. em fnal d vocábulo dian d pausa, dsacas Rci com maior índic d pso rlaivo na aia I (0,85), o qu pod sr um indício da vialidad ou do prsíio das varians palaais naqula cidad. em Salvador m Mació, são os inormans d aia II qu aprsnam índics mais lvados d pso rlaivo nss cono (0,90 0,54, rspcivamn).
17
0,87 0,47 0,37 0,43 0,33 0,15
Diante de pausa Nº/to. % 74/124 60 26/131 20 49/123 40 32/128 25 10/86 12 3/116 03 10/79 13 3/116 03 8/97 08
0,54 0,19 0,41
0,18
1/131
0,06
p. r. 0,82 0,37 0,76
01
p. r. 0,93 0,65 0,85
0,72 0,52 0,17
Nas ouras localidads, os índics são pouco sinifcaivos, obsrvando-s ambém rduzido númro d ocorrências. Os dados d Salvador da década d 1990, anriormn rridos, ambém mosram prsnça mnos sinifcaiva das palaais nr os inormans mais jovns, ao inrprado por Moa (2002) como indicador d mudança m curso, m dirção às varians alvolars, cujo prsíio, m Salvador, s aribuiu à inuência da mídia às mudanças socioconômicas-culurais porqu passou ssa capial nr os anos 70 90 do século passado.
Tabela 5: Variação diaópica diaracional (Sinifcância: 0,006 para “dian d consoan”; 0, 005 para “dian d pausa”) pausa”) Localidades
Salvador Rci Aracaju Mació João Pssoa Pssoa
Faixa etária I II I II I II I II I II
Variantes palatais Variantes Diante de consoante Nº./toal % 80/171 47 137/234 59 138/207 67 115/185 62 69/172 40 70/209 33 59/188 31 73/193 38 22/148 15 29/152 19
j ac y r a a n d r a d e m ot a | o / s / e m c o d a s i l á b i c a
p. r. 0,63 0,67 0,80 0,80 0,51 0,36 0,32 0,44 0,12 0,21
Diante de pausa Nº./toal % 20/90 22 80/165 48 42/106 40 39/145 27 3/93 03 10/109 09 1/108 01 12/87 14 2/88 02 7/140 05
p. r. 0,65 0,90 0,85 0,73 0,18 0,43 0,06 0,54 0,12 0,28
24
2.2.3. Variação diatópica e diastrática diastrática Dian d consoan, dsacam-s Rci Mació, com índics d psos rlaivos mais lvados nr os univrsiários do qu nr os indivíduos d nívl undamnal: 0,91, m Rci; 0,54, m Mació. Isso s vrifca ambém m João PsPssoa, mbora o índic aí sja pouco sinifcaivo (0,21). em Aracaju, são os inormans d nívl undamnal qu aprsnam índic d pso rlaivo mais lvado, ambém pouco sinifcaivo (0,51). em fnal dian d pausa, obsrva-s, obsr va-s, m Salvador Rci, rand dirnça nr os inormans
d nívl univrsiário os d nívl undamnal: m Salvador, os inormans d nívl undamnal aprsnam pso rlaivo bm mais lvado do qu os univrsiários; m Rci, ao conrário, são os d nívl univrsiário qu aprsnam pso rlaivo mais lvado (0,84) do qu os d scolaridad undamnal (0,64), o qu parc mosrar qu a varian palaal m valors dirns m cada uma dssas capiais. em João Pssoa, são ambém os inormans d nívl undamnal qu aprsnam índic mais lvado, mbora pouco sinifcaivo (0,32). C. tabla 6.
Tabela 6: Variação diaópica diasráica (Sinifcância: 0,012 para “di “dian an d consoan”; 0,017 para “dia “dian n d pausa pausa”). ”). Localidades
Salvador Rci Aracaju Mació João Pssoa Pssoa
Escolaridade
Fundamnal
Variantes palatais Diante de consoante Nº/to. % 106/206 51 111/199 56
Univrsiária
137/175
Fundamnal
116/217
Univrsiária Univrsi ária
p. r.
70/218
78 53 32
0,65 0,64 0,91 0,66 0,37
Fundamnal
69/163
42
Univrsiária
82/198
41
Fundamnal
50/183
27
Univrsiáriaa Univrsiári
34/165
21
Fundamnal
17/135
13
Univrsiária
Diante de pausa Nº/to. % 61/183 33 39/72 54
p. r.
0,77 0,91 0,84
50/132
38
31/119
26
9/139
6
0,64 0,31
0,51
4/63
6
0,28
0,54 0,22 0,21 0,12
10/120
8
0,38
3/75
4
0,23
2/114
2
0,08
7/114
6
0,32
Dss modo, as ricaivas coronais m coda silábica não confrmam, com os dados auais, a A ocorrência d varians palaais m coda silá- divisão proposa m 1950 por Nascns, uma vz bica é, como vimos, basan rduzida m Ara- qu os dados d Salvador não coincidm com os caju, Mació , principalmn, m João Pssoa, d Aracaju os d Rci dirm ambém dos d risrando-s, nssas capiais, principalmn (ou Mació João Pssoa. Uma oura obsrvação rlaciona-s ao ao quas clusivamn) dian do cono avorcdor rprsnado pla oclusiva dnoalvolar d, m Rci, as varians palaais aprsnarm, surda //, qu, nssas áras, m ral, consrva a no risro dos alans d nívl univrsiário, os ariculação dnal, não s palaalizando dian da lvados psos d 0,91, para o cono pré-consonânico, 0,84, para as ocorrências dian d voal /i/. Salvador Rci aasam-s, porano, das pausa, nquano os índics rrns aos indivídmais capiais do Nords, aprsnando índi- duos d nívl undamnal s siuam nr 0,66 cs sinifcaivos d palaais, dsacando-s Rci, 0,64, rspcivamn, nos dois conos, o qu parc mosrar o prsíio dssa varian, m com 0,80 d pso rlaivo. 3. considerações inais
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Rci. em Salvador, ao conrário, as varians gRYNeR, Hlna; MACeDO, Alzira t. d. “A pronúncia do s pós-vocálico na rião d Cordiro – RJ”. In: palaais s nconram mais ormn na ala dos MOLLICA, Maria Ccília; MARteLOttA, Mário indivíduos d nívl undamnal, spcialmn eduardo (Ors.). Análises linguísticas: a contribuição no cono fnal dian d pausa. de Alzira Macedo. Rio d Janiro: UFRJ, 2000. p. Considrando o rduzido númro d dados aé 26-51. não analisados, spra-s qu o prossuimno da HORA, Drmval. “Procsso d Palaalização das ricaipsquisa com visas à laboração do Alas Linuísico vas na Línua Poruusa”. Revista do GELNE , Forado Brasil vnha a razr novos dados sobr a divrlza, 14. Ano 1, n. 2, p. 34-36, 1999. sidad dialal do poruuês no Brasil, dlinando, MOtA, Jacyra Andrad. “Áras dialais brasiliras”. In: CARDOSO, Suzana Alic Marclino da Silva; com maior prcisão, as áras dialais brasiliras. reerências bibliográicas BRANDÃO, Sílvia Fiuirdo. “Aspcos sociolinuísicos d um dialo rural”. In: HORA, Drmval da (Or.). Diversidade linguística no Brasil . João Pssoa: Idia, 1997, p. 61-69. CALLOU, Dinah Maria Isns; MARQUeS, Maria Hlna Duar. “O -s implosivo na linuam do Rio d Janiro Jan iro”. ”. Littera , Rio d Janiro, n. 14, p. 9-137, 1975. CALLOU, Dinah; LeIte, Yonn; MORAeS, João. “Variação Dialal no Poruuês do Brasil: Aspcos onéicos morossináicos”. Revista Internacional de Língua Portuguesa , Lisboa, v. 14, p. 106-118, 1995. CALLOU, Dinah; MORAeS, João Anonio d. “A norma d pronúncia do S R pós-vocálicos: Disribuição por áras rionais”. In: CARDOSO, Suzana Alic Marclino da Silva (Or). Diversidade Linguística e Ensino: Anais do Sminário Nacional Sobr Divrsidad Linuísica ensino da Línua Marna. Salvador: eDUFBA, 1996. p. 133-147. CANOVAS, Maria Irn. Variação Variação ônica do /S/ pós-vocálico e de /v, z, j / cabeça de sílaba na ala de Salvador . Salvador: Univrsidad Fdral da Bahia, 1991. Dissração d Msrado. CARVALHO, Rosana Siquira. Variação do /S/ pós-vocálico na ala de Belém . Blém: Univrsidad Fdral do Pará, 2000. Dissração d Msrado.
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sobre o /s/ em coda silábica no rio de janeiro: alas culta culta e po pular Dinah Callou é Prossora tiular d Línua Poru-
usa da UFRJ Psquisadora I-A do CNPq, com pósdouorado m Linuísica pla UCSB/eUA. Coordna, aualmn, no Rio d Janiro, o Projo Par Paraa uma história do português brasileiro: 500 anos de língua portuguesa. trabalha nas áras da Sociolinuísica da Linuísica Hisórica, nos campos da onéica/onoloia da morossina. e-mail: dinah@lras.urj.br Silvia Figueiredo Brandão é Prossora Associada
d Línua Poruusa da UFRJ, auando na graduação no Prorama d Pós-raduação m Lras Vrnáculas. Dsnvolv psquisas nas áras da Sociolinuísica da Dialcoloia, m spcial nos campos da FonéicaFonoloia da Morossina. e-mail: silvia.brandao@rra.com.br
resumo
abs a bs t r ac actt
Ns o, ocaliza-s o /S/ m coda c oda silábica nas alas cula popular do Rio d Janiro, bm como a dionação dian dss smno. Aprsnam-s rsulados d psquisas ralizadas nas prspcivas da Sociolinuísica Variacionisa da golinuísica, d modo a mosrar não só a rquência das varians alvolar palaalizada m dirns áras do esado, mas ambém os aors qu drminam sua implmnação.
In his papr, w ocus on /S/ in coda posiion in sandard and subsandard variis o h spch o Rio d Janiro, as wll as h diphonaion bor his smn. W prsn rsuls rom rsarchs dvlopd undr h prspciv o h Linuisic Variaion thory and undr h prspciv o golinuisics, in ordr o show no only h rquncy o h h alvolar and palaalizd varians in dirn aras o h Sa bu also h consrains ha rula hir implmnaion.
Sundo Vrny (1746), a palaalização do /S/ m coda silábica dv r ido início, m línua poruusa, no fnal do século xVI comço do xVII. No Brasil, é mblmáica da ala carioca. Silva No (1956) afrma qu a pronúncia não ra acia plas normas da “boa pronúncia” do cano rudio, por r su uso rsrio a uma única ára dialal. Na linuam do aro, sundo Révah (1958), não sria mais simaizada, alvz por corrspondr ao poruuês uropu padrão. No poruuês do Brasil, é ainda Silva No (op. cit .) .) qu diz sr diícil sabr s ssa pronúncia consiui um nômno rlacionado ao dialopadrão d Lisboa ou rprsna um procsso local indpndn. O ao social hisórico a sr lvado m cona é a chada da Família Ral ao Rio d Janiro, no comço do do século xIx, qu lvanaria lvanaria
a hipós d a ralização palaal rprsnar a adoção d uma norma d prsíio, rna ao alar da comunidad. A ralização palaalizada do /S/ sria, assim, considrada, inicialmn, uma pronúncia nobr – por r sido razida pla cor poruusa para o Rio d Janiro –, rsria, d início, ao dialo carioca, dpois sndida ao Nords, rião para a qual o alar alar carioca rprsnava uma norma d prsíio. Marroquim (1934) rr-s a ssa pronúncia palaal m Alaoas Prnambuco Silva No (1950) snd-a ao Cará, m conos ônicos spcífcos: dian d // /d/: e[S] te, de[Z]de. A hipós d a palaalização do /S/ consiuir uma mudança d cima para baio apoia-s m vidências racas, porquano o procsso d pansão da rra não sja asado hisoricamn. D 27
odo modo, a ralização alvolar maném-s m ára nsa do país, mbora a pronúncia palaal s diunda m zonas considradas cicians.
Figura 1 – Palaalização do S no Rio d Janiro, m mpo ral d cura duração. 70 90
100%
82%
79%
83%
80%
ala culta
76%
67%
74%
60%
40%
esudos na linha da sociolinuísica quaniaiva laboviana (Labov 1994), m mpo aparn m mpo ral (ndência), a parir d dados do pro jo NURC NURC,, das décadas d 70 90, mosraram qu, no Rio d Janiro, na ala cula, o procsso Ouro procsso auan no dialo carioca é d palaalização sá quas complo, m coda silábica inrna – a[S]o – mais qu na rna o da dionação da voal suida d / S/, ndên– lapi[S], como s pod vr na tabla tabla 1, adapada cia basan or, principalmn quando ocorr palaalização (mê[ y ]s ], ], rapa[ j ]z ), ), mbora a impld Callou et alii (2000). mnação do lid possa ocorrr com qualqur das varians (tabla 2). Tabela 1 – Ralização do S no Rio d Janiro, 20%
0%
1
2
3
m mpo ral, por cono.
Década 70 RJ palaal alvolar aspirada apaamno
Interno 8 5% 3% 3% 9%
Tabela 2 – Dionação da voal d acordo com o ipo d ralização ônica do arquionma
Década 90 Final 72% 23% 1% 3%
Interno 91% 4%% 1% 3%
Final 76% 19 % 1% 4%
Década 70 Década 90
[s] 23% 15%
[S] 75% 80%
[h] 2% 1%
[Ø] 4% 3%
Bisol (1994), dnro da prspciva da onoNo rabalho pioniro d Callou & Marqus loia auossmnal, propõ, na ormalização do (1975) oram analisadas 2.579 ocorrências m arquionma, qu o nódulo vocálico pod ou não indivíduos d rês nívis d scolaridad, homns sar prsn, sndo consqunmn possí mulhrs, moradors d sis áras da cidad do vl havr varians dionadas não dionadas, Rio d Janiro. O prcnual ral d palaalização indpndnmn d o arquionma ralizarra d 85%, mas podia variar m unção d aluns s como palaal. em s raando d um procsso condicionamnos: nívl d scolaridad, ênro variávl, a ormação do diono dv sr consid local d rsidência do alan. No nívl médio, rada um procsso onéico, não sndo como al risrou-s maior variabilidad, com prcnual rprsnado na ranscrição onêmica, uma vz mais baio d palaalização (76%). A ralização qu s raa d um also diono não d diono não palaal (alvolar) é mais rqun na ala das vrdadiro. Révah (1958), ao raar da volução da promulhrs (12%) qu na dos homns (6%) na Zona Sul, ára m qu é mais acnuada a inração i nração núncia m Porual no Brasil, afrma qu ss socioculural spacial, há maior rau d oscilação, procsso s limia à posição fnal acnuada confrmando a ncssidad d sudar a inuência consiuiria um raço d oposição nr o poruda ala d indivíduos procdns d ouras riõs uês brasiliro o poruuês uropu. Sundo o auor,, a pronúncia ra simaizada, dvndo sr auor do país sobr a linuam do Rio d Janiro; Quando s comparam os dados das décadas viada na ala cula. Sousa da Silvira (1964) Silva No (1956) rsd 70 90, apnas d ala cula, por aia ária, pod-s obsrvar qu há uma variação sávl nas salam qu ssa ralização ocorrria mais rqunmn no dialo não padrão podria sr dcorrn duas décadas (Fiura 1).
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da palaalização do S no Rio d Janiro. O procsso d dionação é asado aé msmo na posia, m uis / l uz uz / jamais / / vor az . vor az rimas do ipo: az uis A criação dss diono acarra uma uma nuralização nr os conrass qu s risram na línua scria, como mas (conjunção) mais (advérbio), pôs (3a pssoa do vrbo pôr) pois (conjunção). embora a dionação possa ocorrr m posição mdial d palavra, ssa ocorrência é rara. Nos nossos dados, isso s dá apnas m oio vocábulos, smpr com o S palaalizado: me[Z]mo, de[Z]de , tran[S]ormado, re[S]ponsável , re[S]trita , entusia[Z] mado. Obsrv-s qu apnas no úlimo mplo a insrção não ocorr m sílaba inicial d vocábulo, sílabas qu, m poruuês, rcbm prrncialmn o acno scundário. Apnas m dois casos risrados (mesmo desde ) o procsso s dá na sílaba qu rcb o acno. A tabla 3 mosra qu (i) as sílabas ônicas ambém as não ônicas aprsnam um pso rlaivo mais alo d aplicação da rra d dionação quando rcbm o acno rasal (ii) o pso rlaivo é baio quando não incidm sobr la os acnos lical rasal. Tabela 3 – Insrção d [j], lvando m cona o acno lical rasal. +tôn +ac +tôn -ac -tôn +ac -tôn -ac
82% 75% 77% 43%
.72 .64 .67 .30
À smlhança d muios ouros nômnos, parc sar auando ambém o princípio da saliência ônica: a insrção do [j] ocorr prioriariamn m vocábulos monossilábicos: pa[j]z, a[j]z, tra[j]z, pá[j]s. Tabela 4 – Dionação no Rio d Janiro, m 70 90, dimnsão do vocábulo sílabas uma duas rês ou mais
70 65% 48% 41%
.63 .45 .39
90 62% 27% 19%
.70 .41 .32
ala popular
Fora da capial do esado, no âmbio da ala ala popular, o /S/ oi ocalizado m alumas poucas localidads. Na prspciva olinuísica, m quaro municípios da Rião Mropoliana; sob o noqu sociolinuísico variacionisa, m rz comunidads das Riõs Nor Noros (Brandão, 1997; Rodrius, 2001) m Cordiro (grynr & Macdo, 2000) na Rião Srrana. No mapa a suir, m azul, indicam-s as 13 comunidads do Nor do Noros; m vrmlho, a localidad d Cordiro; m amarlo, os quaro municípios da Rião Mropoliana , na msma cor, m amanho maior, a capial do esado.
Mapa 1 – Áras do esado do Rio d Janiro já ocalizadas do pono pono d visa linuísico
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na Rião Mropoliana. Nssas áras, m qu oram risradas as varians [s z S Z h] o cancNo AFBg (Lima, 2006), pod-s obsrvar, com lamno, prdominam as ralizaçõs palaais, m bas m 58 caras onéicas (31 rrns à coda um oal 1212 ocorrências, 633 rrns ao coninrna 27, à rna), o qu ocorr na ala d o inrno 579 ao rno (369 [-mórfco] Maé, Duqu d Caias, Nova Iuaçu Iaboraí, 210 [+mórfco]), conorm a Fiura 1, a suir. região metropolitana
Tabela 5 – Com bas na abla 14 d Lima (2006)
Variante Variante Oco Perc.
Contexto Interno [s z] [S Z ] 63 52 3 10% 82.6%
[h] 47 7.4%
[ø] 0 0%
Contexto Externo [- mórfco] [s z] [S Z] [h] 49 299 05 13.2% 1.3% 81%
O prcnual d palaais é praicamn o msmo m cono inrno rno (sm valor mórfco), rspcivamn 82% 81%, só baiando drasicamn quando o –S é marca d númro, siuação m qu ssas varians ocorrm com o msmo índic qu q u o canclamno (47%), não prsn m cono inrno. Como, no AFBg, lvaram-s m cona as variávis ênro aia ária, orna-s possívl vrifcar a produividad das varians não só do pono d visa diaópico, mas ambém diasráico. No cono inrno no rno sm valor mórfco (c. Fiuras 2 3), nos dois municípios mais próimos da capial (Nova Iuaçu, 31 km; Duqu d Caias,18 km), o índic d varians alvolars é maior do qu m Maé (57 km) Iaboraí (46 km), alvz por srm os qu, na aualidad, aprsnam os mais sinifcaivos índics d mirans d ouras áras do país, nr as quais, Paraíba Minas grais. Figura 2 – Dados do AFBg (Lima: 2006) Disribuição prcnual das varians d -S m cono inrno por localidad
[ø] 16 4.4%
[+ mórfco] [s z] [S Z] 12 99 6% 47%
[h] 0 0%
[ø] 99 47%
Figura 3 – Dados do AFBg (Lima: 2006) Disribuição prcnual das varians d -S [mórfco] m cono rno por localidad
No qu oca às variávis ênro aia ária, aqui considradas m conjuno, vrifca-s qu, m cono inrno, os indivíduos mais jovns do ênro masculino só concrizaram o –S como palaalizado (88%) ou loal. As mulhrs dssa aia ária são, por sua vz, as qu aprsnam maior prcnual d alvolars (21%), mbora o prcnual rrn à ricaiva loal sja iual ao dos homns (12%). A rquência d palaalizadas palaalizadas é idênica idênica (88%) nr os homns mais jovns mais vlhos, nquano, nr as mulhrs, o mnor índic d palaalizadas s nconra na primira aia ária. Nas aias 2 3, os índics são basan próimos, rspcivamn, 83% 81%. Figura 4 – Dados do AFBg (Lima: 2006) Disribuição prcnual da varian palaizada d -S por cono ênro/aia ária
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Quando o -S consiui marca d plural, o quadro é dirn. em odas as localidads, as ricaivas pós-alvolars o canclamno são as varians m concorrência, com índics aproimados. Há ambém um comporamno dirnciado d Nova Iuaçu Duqu d Caias m rlação a Maé Iaboraí. Nas duas primiras localidads, prdomina a concrização do –S, nquano, nas úlimas, su canclamno. Não há risro d varian aspirada, dirnmn do qu ocorru m rlação a –S sm valor mórfco, m qu s compuaram cinco ocorrências dssa varian. Figura 5 – Dados do AFBg (Lima: 2006) Disribuição prcnual das varians d -S [+ mórfco] por localidad
Figura 6 – Dados do AFBg (Lima: 2006) Regiões Norte e Noroeste Disribuição prcnual das varians d -S [+ mórfco] por ênro/aia ária
Rodrius (2001) ocalizou o –S m rz comunidads dos municípios d São Francisco do Iabapoana, São João da Barra, Campos, Macaé, Iaocara, Cambuci, São Fidélis Iapruna, com bas na ala d indivíduos do so masculino, analabos ou scolarizados aé a quara séri do Nívl Fundamnal, disribuídos por rês aias árias, ndo risrado os índics prcnuais posos na Fiura 7. Figura 7 – Dados d Rodrius (2001) Varians d -S m coda c oda silábica mdial fnal d vocábulo
A Fi iur uraa 6 mo mos sra ra qu, na a aia ia 1, as varian varian ss palaalizadas o canclamno são m concorrência ano na ala dos homns (50%) quano na das mulhrs (39%), qu, por sua vz, ibm o maior índic d alvolars. Na aia 2, o comporamno por ênro é bm dirnciado: os homns (56%) canclam o smno bm mais do qu as mulhrs (28%), qu, ns caso, supram o ênro masculino m rmos r mos d palaalização. Na aia 3, o comporamno d ambos os ênros é bm parcido: 55% d canclamno nr os homns 57%, nr as mulhrs, índics, por sinal, smlhans aos risrads na ala dos indivíduos mais jovns. Loo, pod-s ormular a hipós d qu o canclamno d –S, marca d plural, é sávl, considrando-s as quaro comunidads.
Quando s cononam apnas as varians alvolars pós-alvolars, a palaalização m cono mdial é mais produiva (30%) do qu m cono fnal (18%), mas, m ambos os casos, nr as variávis qu s mosraram mais salins para a implmnação da rra, dsacam-s o modo e ponto de articulação do segmento subsequente a área geográca .
Tabela 6 – Dados d Rodrius (2001) Contexto Percentual Input da regra Variáveis V ariáveis condicionadoras
Palatalização de –S em coda silábica Medial Final 30 % 18% .24 .21 Cono subsqun Cono subsqun Ára oráfca oráfca Ára oráfca oráfca Cono ancdn Nívl d insrução tonicidad da sílaba Faia ária
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Nos dois conos, sobrssam como condicionadoras da palaalização as aricadas as oclusivas dnais, mbora, na posição fnal, ambém as oclusivas vlars a laral alvolar s nham mosrado rlvans. Figura 8 – Dados d Rodrius (2001) Inuência da variávl cono subsqun para a implmnação da varian palaizada
(p. r. 55) –, a sílaba ônica vocábulos d rês ou mais sílabas são os aors mais salins para a s implmn a palaalização. Tabela 7 – Ouros aors condicionans da palaalização d /S/, sundo Rodrius (2001) Posição medial Contexto [i] [u]: antecedente p.r. .62
Posição fnal Nívl escolarizados: d insrução p.r. 55
[a]: p.r. 61 tonicidad tônica: p. r. .56 Faixa etária C. ráfco 9 da sílaba Dimnsão três ou mais sílabas: do vocábulo p.r. 64
Quano à ára oráfca, é nas comunidads mais urbanizadas – aqulas com raço [- rural], qur inrioranas, qur liorânas – qu mais s obsrva o procsso, alvz dvido ao ao d, nssas localidads, os indivíduos rm mais oporunidad d ravar conao com alans provnins sobrudo da cidad do Rio d Janiro, m qu a palaal consiui norma.
embora apnas slcionada para a posição fnal, a auação da variávl aixa etária (c. Fiura 10) é muio smlhan m ambos os conos, surindo um discro quadro d mudança no snido da posriorização do smno, ndência comum, na ala da rião, ambém a /R/ /L/ m coda silábica (Brandão, 1995; Quand, 2004). Figura 10 – Dados d Rodrius (2001) Diusão da varian palaal d -S na ala das dirns raçõs sundo a posição do vocábulo
Figura 9 – Dados d Rodrius (2001) Diusão da varian palaal d -S por ára posição no vocábulo
Como s vrifca pla abla a suir, m posição mdial, mosraram-s rlvans a aia ária, , no qu s rr ao cono subsqun, as voais ariculaoriamn mais disans – as alas a cnral baia – com psos rlaivos praicamn idênicos. em posição fnal, além do nívl d insrução – m qu s dsacam, com p.r. próimo à nuralidad, os indivíduos scolarizados
Com bas nos rsulados concrnns a aixa aixa etária área geográca , pod-s afrmar qu, no qu oca à posição mdial d vocábulo, as varians alvolars palaalizadas são polarizadas, uma vz qu as primiras são mais rquns na ala dos indivíduos mais vlhos das comunidads d prfl rural, nquano as úlimas, na dos mais jovns m comunidads d ição mais urbanizada. No mapa 2, procura-s rprsnar al quadro por mio d duas linhas, uma rprsnaiva das varians alvolars (m vrd), oura das palaalizadas (m vrmlho). em ambos os casos, o ipo d raço rr-s a um maior (conínuo) ou mnor (dsconínuo) índic prcnual d ocorrência.
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Assim, a linha vrd, vrd, qu simboliza a concritabla 4); (ii) m qu aua o princípio d zação alvolar, rún as comunidads liorânas d saliência ônica: quano mnor a dimnsão da Barra do Iabapoana (BIt), guaindiba (gUA), palavra, maior a possibilidad d havr o progaraú (gAR), (g AR), Aaona Aa ona (AtA), (AtA), Farol d São Sã o tomé tomé csso d dionação. (FSt) s inrioriza na dirção d Pona grossa (b) Na Rião Mropoliana, o índic d palados Fidalos (PgF), passando por São Bndio alização obsrvado na ala popular é muio (SBe) aé char a Cambuci (CAM), nas duas smlhan ao qu s risra na ala da cidad úlimas aprsnando a varian mnors índics do Rio d Janiro, ond o procsso é ral m d rquência do qu nas dmais. ambas as varidads. A linha vrmlha, qu rprsna a ralização (c) no Nor no Noros do esado, à smpalaalizada, conra São João da Barra (SJB), lhança do qu ocorr na Rião Srrana, Macaé (MAC), Iaocara (ItO), São Fidélis (SFI) prdomina a ralização alvolar, sando a Iapruna (ItA), as rês úlimas com mnors varian palaalizada rsria àquls conos índics d ocorrência dssa varian. marcados, rridos ns rabalho m sudos radicionais sobr o Poruu Poruuês ês do Brasil. Mapa 2 – Isóonas das varians alvolar (d) coninua m abro a qusão sobr a impl palaalizada d –S pós-vocálico mnação da pronúncia palaal a sua orim (mudança d cima para baio?). Para fnalizar, à uisa d comparação da ala do Rio d Janiro com ouros alars do país, aprsna-s, no mapa 3, a disribuição das varians palaalizada alvolar d /S/ m dirns riõs do país. Mapa 3 – Disribuição das varians alvolar palaalizada no Poruuês do Brasil.
considerações inais
(a) Na cidad do Rio d Janiro, é ral a palaalização d –S m coda silábica indpndnmn do nívl d scolaridad, ênro aia ária; na ala cula, a insrção do [j] dian d –S é um nômno (i) qu ocorr no nívl da palavra, mbora dva sr lvado m cona o acno rasal, dada a scalaridad na conjuação dos aors acno rasal acno lical: +ac +ôn > +ac -ôn > -ac +ôn > -ac -ôn (C. dinah callou & silvia igueiredo brandão | sobre o /s/ em coda silábica no rio de janeiro
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reerências bibliográicas
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a r i c at i va e m p o s i ç ã o d e c o d a : an a n á l i s e o n o l ó g i c a Cláudia Regina Brescancini é Prossora do Pro-
rama d Pós-graduação m Lras da Poniícia Univrsidad Caólica do Rio grand do Sul. Mmbro do ProPro jo VARSUL (V (Variação ariação Linuísica Urbana na Rião Sul), aualmn dsnvolv psquisa sobr variação onéico-onolóica no poruuês alado na rião Sul do Brasil. e-mail: br
[email protected] Valéria Neto de Oliveira Monaretto é Pro-
ssora do Prorama d Pós-graduação m Lras da Univrsidad Fdral do Rio grand do Sul. Coordnadora do Projo VARSUL/UFRgS VARSUL/UFRgS (Variação Linuísica Urbana na Rião Sul), aualmn dsnvolv psquisa sobr variação onéico-onolóica no poruuês scrio anio no RS na ala na rião Sul do Brasil. e-mail: monar@rra.com.br
resumo
es sudo m por objivo obj ivo rlacionar rsulados d variação rrns à ricaiva m posição d coda no poruuês brasiliro com oria onolóica. Inicialmn, aprsnarmos rsulados da anális variacionisa rrns ao poruuês d inuência açoriana alado m Florianópolis (SC) (Brscancini, 2002). em suida, abordarmos proposas d rprsnação lical dsss smnos à luz da Fonoloia Não Linar, mais spcifcamn da gomria d traços (Clmns Hum, 1995), discuirmos proposas d anális ralizadas pla toria toria da Oimidad.
abs a bs t r ac actt
this work aims a rlain variaion rsuls concrnin h ricaiv in coda posiion in Brazilian Poruus Poruus wih phonoloical hory. Firsly w will prsn variaionis analysis rsuls abou h Azoran Poruus spokn in Florianópolis, Sana Caarina (Brscancini, 2002). Scondly Scondly,, w will alk abou Non-Linar Phonoloy proposals abou lical rprsnaions o hs smns, spcifcally hos undr Faur gomry (Clmns and Hum, 1995) and hn w will approach h analyss conducd undr Opimaliy thory.
embora a produção palaalizada d /S/ aproim o alar do lioral caarinns dos alars carioca nordsino, dirncia-s das varians A ricaiva palaoalvolar s az prsn como produzidas m msma posição nos sados vizivarian d /S/ m posição d coda no lioral do nhos do Rio grand do Sul do Paraná d riõs esado d Sana Caarina, m rião dnominada do inrior do próprio sado d Sana Caarina. por Furlan (1989, p.104) como o alar do centro Com rlação spcifcamn ao Rio grand do Sul, do esado, qu inclui Florianópolis, Iajaí, São a ransrência d açorianos d Sana Caarina para José, Paulo Paulo Lops ensada do Brio. Brio. ss esado, nr 1752 1754 (c. Widrspahn, A imiração açoriana iniciada m 1748, qu 1979) parc não r propiciado a diusão da prdurou aé 1753, é comumn aponada como varian nr os aúchos1. um dos principais lmnos qu jusifcam jusi fcam a prsnça da varian na rião caarinns. Soma-s a ss ao, o lono conao nr Florianópolis, aravés do Poro d Dsrro, ouros cnros 1 Sundo Callou Moras (1996), a produção palaoalvolar irradiadors d pronúncia palao alvolar, a sabr m Poro Alr, Rio grand do Sul, é d 3% m posição fnal 23% m posição mdial (dados NURC/Brasil). Lisboa, Rio d Janiro Rci. 1. a ricativ ricativaa palatoalveolar palatoalveolar na região Sul do Brasil
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embora a ricaiva palaoalvolar sja a produção prdominan m Florianópolis (83% d aplicação), conorm aponam os rsulados aprsnados por Brscancini (2002) (vr gráfco 1), são risradas ainda na rião a ricaiva alvolar (12%), ricaiva larína (1%) o apaamno (2%). Gráfco 1 – Frquência global: varians d /S/
em cono suin, a varian palaoalvolar nd a sr mais avorcida por conos dorsal coronal [- anrior] (apnas 3% dos dados, como m es[tS]ica ). ). Ao considrar al rsulado junamn ao obido para a variávl Cono Prcdn, consaamos qu os conos circundans induors à palaoalvolar são os qu promovm a rração do corpo da línua o lvanamno dss ariculador (vr gráfco 3). À luz da proposa órica da gomria d traços traços (Clmns Hum, 1995), al ao consiui um arumno a mais para a prsnça do nó dorsal na rprsnação das consoans palaoalvolars, ao qu discuirmos m 2.1. Gráfco 3 – Cono Suin
Como principais condicionadors linuísicos da varian palaoalvolar são aponados o cono suin [-voz], as sílabas prônicas ônicas a posição mdial. Obsrva-s qu a ricaiva palaoalvolar s mosra avorcida quando /S/ assimila o raço[-voz], ambin do pono d visa saísico alamn induor, d um cono or suin, o qu sinifca srm as sílabas prônicas smpr mais induoras ao procsso do qu as ônicas. Quando ao cono circundan à ricaiva palaoalvolar, m-s qu, m cono prcdn, conorm mosra o gráfco 2 a suir, a voal dorsal /a/ as voais labiais surm como as saisicamn mais rlvans. Os conos vocálicos coronais, radicionalmn considrados como os maiors induors do nômno d palaalização, aprsnam-s pouco avorcdors, qur sjam na sruura subjacn (como m con[i]scar, min[i]stro), qur sjam oriinados por procssos d nuralização ([i]stado), harmonização vocálica ([i]stica ),), pêns (sub[i]stituto) ou dionação (rap[aj]s). Gráfco 2 – Cono Vocálico Prcdn
2. análise onológica
2.1. Fonologia Fonologia não linear – Geometria Geometria de traços traços A rprsnação da aividad ariculaória por mio d consriçõs do rao oral, rsponsávis pla drminação da orma do sinal acúsico , consqunmn, pla prcpção do som, é a bas da proposa d Clmns Hum (1995) para a gomria d traços, traços, basicamn o úlimo sáio na nsão dos princípios da Fonoloia Auossmnal. Por Por ssa oranização o ranização hirárquica d raços, da cavidad oral rai-s o nó Pono-C, qu s dsmmbra m raço d consoan m um nó-vocálico, possibiliando rprsnar procssos onolóicos como alrnâncias onéicas nr sons consonanais vocálicos, dnr ouros. Com bas m al modlo, a ricaiva palaoalvolar rcbu basicamn duas inrpraçõs, a sabr, com uma omria d consoan compla, aprsnando ano o nó d Pono-C quano o d
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Pono-V, como dnd Hrnadorna (1994) a parir d dados d aquisição da línua poruusa, com uma omria d consoan simpls , dfnida plo raço coronal su dpndn [- anrior]. Considramos qu a inadquação da rprsnação d [S, Z] no primiro caso sá jusamn na caracrização da ariculação scundária como [i] ou [j]. Os arumnos conrários rcbm supor ano da dscrição ariculaória dssas consoans quano d dados mpíricos. Do pono d visa onéico, a ariculação d [S, Z] nvolv uma confuração do rao oral d cro modo parida, m qu a consrição s raliza nr a lâmina da línua a rião pós-alvolar , por rás dla, o corpo da línua assum um ormao abobadado, considrado por Ladod Maddison (1996) como indicaivo d cro rau d palaalização. Dirm, pois, nss snido, das consoans palaais, produzidas com uma consrição lona praicamn ininrrupa d oda par laminal prédorsal da línua, muio mais parcidas com voais ronais “consonanais”, já qu a línua maném o ormao obsrvado na produção da voal [i]2. Além disso, com rlação ao sisma sis ma do poruuês, s admiíssmos qu o raço d palaalização para palaoalvolars oss quivaln à voal [i] ou ao lid ronal [j], auomaicamn insriríamos ais consoans no rupo das consoans complas palaais laral [´] nasal [ø]. tal ao, no nano, não rcb supor mpírico. A runião d /´/ /ø/ no rupo das consoa consoanns complas com ariculação scundária vocálica é jusifcada por uma séri d alrnâncias. No poruuês coloquial, a nasal palaal /ø/ é ralizada como [jâ ], como m ba[ø]a ~ ba[j â ]a, ]a, para banha , cami[ø]o ~ cami[jâ ]o, ]o, para caminho . essa simplifcação s plica plo dsliamno d [coronal] sob Pono-C . Na ala popular s obsrva muias vzs a ralização d /´/ como [j] ou, mnos comumn, como [l], como m f[´]o ~ f[j]o, para lho lho, mu[´] r ~ mu[je] ~ mu[le], para mulher . A sunda alrA divisão classifcaória nr palaoalvolars palaais é confrmada ainda por Caliari (1974) com bas na anális d palaoramas. Mosra o auor qu, apsar da smlhança prcpual nr ssas consoans dvido à ormação d uma cavidad rssoadora anrior, a rularidad obida nos rsulados vidncia qu a consrição principal m palaoalvolars ocorr quas qu clusivamn na linha divisória nr as riõs alvolar prépalaal, dirnmn, porano, das palaais. 2
nância, como m mu[‘le], s jusifca pla manunção na rprsnação d Pono-C plo dsliamno do ariculador [coronal] m Pono-V. Pono-V. As consoans palaoalvolars, no nano, não aprsnam ais ipos d simplifcaçõs, já qu não há risros d casos como so[j]a ou so[s]a para soja ou a [j] [j]o ou a [z] [z]o para acho, qualqur qu sja a posição na palavra considrada. O ipo d alrnância nr [Z] [j], vrifcado m dados como [j]anla para janela janela , ou nr [S] [s], m [s]ave para chave , conorm Hrnadorna (1994), parc azr par apnas da as anrior à aquisição plna d [S, Z], dsaparcndo por complo na ala adula, varidad popular ou coloquial. Possivlmn, consiui um nômno rsrio à aquisição, sm ros onolóicos. Diacronicamn, obsrva-s ainda qu, mbora /´, ø/ /S, Z/ consiuam inovaçõs oriinadas na passam do sisma consonanal laino para o sisma da línua poruusa, as soans palaais são mais suramn drivadas por um procsso d palaalização sorido pla consoan nasal alvolar pla laral alvolar m ambin d [i] ou [j] do qu as palaoalvoalars. Com rlação inclusiv aos clusters gn gl , kl , aponados ambém como on da laral palaal m línua poruusa, prvm-s sáios inrmdiários com a prsnça do lid ronal, como m ocu&lum > i nuênoylo > olho, m uma rrência clara a sua inuência na consiuição fnal d /´/. As palaoalv palaoalvolars, olars, mbora oriinadas a parir d procssos d palaalização disparados pla voal ou lid ronal (s laino dian d [i]), do msmo modo vrifcado para as palaais nasal laral, nvolvm ambém conusõs d pronúncia, como a vrifcada na squência –ss- suida por /i/, como m uessi#cam > bexiga , causada pla sria similaridad nr o /s/ cacuminal dialal [S] (Williams, 1961, p. 85), plo apaamno do oclusiva m [S], provnin das squências consonanais cl , pl f pla squência s laino [k]. Vê-s, porano, qu os aos hisóricos corroboram a anális d /´, ø/ como smnos complos com uma ariculação scundária vocálica d [i], mas diam dúvidas com rlação à msma inrpração para as palaoalvolars. Oura vidência conra a admissão d palaoalvolars como consoans complas com nó vocálico sus dpndns sá na isência d
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conras lical nr /sj / /Sj /, obsrvado m moksha mordviniano (HALL, 1997, p. 65) nr /S/ /Sj/ /Z/ /Zj/ m r lapp (línua fnno-uric) (p. 75). Na linha d Clmns Hum (1995), não é possívl rprsnar uma consoan com dois nós vocálicos sus dpndns. A inadquação dss ipo d rprsnação é comprovada pla ausência d conrass do ipo /ø/ /øj/ ou /´/ /´j/ nas línuas do mundo. D acordo com Hall (1997, p. 73), ssa impossibilidad ariculaória é asada onoloicamn aé msmo m línuas m qu odas as consoans, ou plo mnos um subconjuno prvisívl, possum quivalns palaalizados, já qu nnhuma línua com ss sisma oi nconrada plo auor m qu a uma consoan plana corrspondss uma palaal palaalizada. Dss modo, o supor mpírico aliado aos aos d hisória da línua aos aos ariculaórios, undamnais m um modlo órico qu visa a aproimar aspcos da anaomia do rao vocal rprsnaçõs onolóicas, ornc vidências para a não adoção do raço d palaalização (doravan [+ P]) como quivaln ao nó vocálico sus dpndns Pono-V [coronal] abrura ([- abro1, - abro2, - abro 3]) para as palaoalvolars. A sunda inrp inrpração, ração, na qual palaoal palaoal-volars são nndidas como rprsnadas com uma omria d consoan simpls, dfnida plo raço [coronal] su dpndn [- anrior] (Say, 1986, 1990; Lahiri evrs, 1991; Msr Iô, 1989; Clmns Hum, 1995; Jacobs Wijr, W ijr, 1992), ambém rcb críicas. É qusionávl omar como vrdadira a afrmação d qu [-anrior] impliqu smpr o nvolvimno do corpo da línua na ariculação. ar iculação. A quivalência nr [-anrior] [+corpo da línua] não é confrmada, por mplo, plas consoans rroas, pois, mbora sjam [- anrior], podm não nvolvr o corpo da línua m sua ariculação , nos casos m qu o nvolvm, o dorso da línua s aproima do palao mol, m um indício claro d vlarização. O valor naivo do raço [anrior] é inrprado como dfnidor da msma class d consoans ormadas por uma obsrução ralizada plo corpo da línua, dfnida no sisma d raços do SPe plo raço [ posrior]. Quando a obs-
rução não nvolv o corpo da línua, [+ anrior] é uilizado. tal quivalência nr corrlaos consonanais vocálicos d raços é considrada por Say (1990, p. 108, noa 17) apnas como uma inrpração práica do raço [anrior] , nss snido, dia d rir adquadamn o ao d qu nas palaoalvolars, s idas apnas como [anrior], o dorso da línua sá auando conjunamn com o lvanamno d sua lâmina. D modo análoo, no modlo basado na consrição (Clmns Hum,1995), rras qu spraiam [- posrior] são rinrpradas como nvolvndo [coronal] su dpndn [- anrior] rras qu spraiam [+ posrior], como nvolvndo [dorsal]. Ouro aspco rr-s ao ao d qu a idnifcação d [+ P] como [- anrior] não s adqua à rprsnação d consoans rroas [§, 1/2], ambém coronais [- anrior], mas não palaalizadas (Hall, 1997, p. 82-83). Por rás da consrição coronal, o corpo da línua pod não dsmpnhar papl aivo na produção dsss sons rroos, como o vrifcado m lardil (alado m Qunsland, Ausrália) (c. Hall, 1997, p. 49). Quando s noa nvolvimno do corpo da línua, o ormao d línua qu s confura assum um carár claramn vlarizado, ao comprovado onoloicamn m línuas dravidianas, m qu cras voais, [i] [], por mplo, s rram para [m] [F], rspcivamn, ans d consons rroas (Hall, 1997, p. 48), m várias línuas do ls ausraliano, ond uma oclusiva rroa sá m disribuição complmnar com a oclusiva alvolar, d al orma qu [ÿ] s suprfcializa apnas após [u], mas como [] nos dmais casos (c. HALL, 1997, p. 48). Brscancini (2002) propõ, dss modo, qu a ricaiva palaoalvolar sja inrprada como uma consoan compla, rprsnada plo raço [coronal] sob Pono-C plo raço [dorsal] sob Pono-V, conorm aprsna a Fiura 1 a suir. A moivação ariculaória para o raço vocálico [dorsal] sá na localização mais rcuada do ormao cupulado assumido plo corpo da línua por rás da consrição nr lâmina da línua borda da arcada alvolar. alvolar. A moivação onolóica sá na afnidad nr [S, Z] o raço [dorsal] m várias línuas. Wijr (1994, p. 111), m concordância com ssa proposa, propõ qu ssas consoans
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ibam m sua rprsnação uma spéci d mismis ura, dnominada por l “misura d cor”, nvolvndo os lmnos dsinadors d pono d ariculação I A, inrprados, rspcivamn, como coronal dorsal.
A idn idnif ifcaç cação ão d um amb ambin in pal palaa aaliza lizan n como [u] o raço [dorsal] sá para Pullyblank (1989, p. 180) no ao d qu ssa voal combina prousão dos lábios lvanamno do corpo da línua m dirção ao palao-mol, dss modo, dv combinar os raços do ariculador [labial] [dorsal]. Palaoalvolar como Figura 1 – Rprsnação da Fricaiva Palaoalvolar Conclui-s, porano, qu as palaoalvolars, consoan coronodorsal assim como as palaais (como [´, ø]), inclum-s no nômno ral d palaalização a parir da comprnsão d qu não só um ormao d línua ronal alo, quivaln à voal [i], consiui um indicaivo do nômno, mas ambém um ormao d línua cupulado qu s localiza por rás da consrição coronal. Sob ssa prspciva, a palaalização é visa como um “rmo róulo” (Lahiri evrs, 1991) para uma séri d procssos com caracrísicas dirnciadas, cujo dnominador comum é o movimno d aproimação do corpo da línua m dirção à ára corrspondn ao palao-duro. A parir parir dssa dssa prspc prspciva iva,, diz-s diz-s qu m línua línua poruusa, as ricaivas palaoalvolars palaoalvolars /S5ÛÛ, Z/ só ism subjacnmn m posição d aaqu. em posição d coda, surm apnas no componn componn embora a palaoalvolar [S] oriin-s prin- pós-lical, como consquência d uma rra opciocipalmn a parir d procssos nvolvndo a nal d palaalização. A aplicação s dá no modo d ricaiva coronal /s/, oram ambém consaadas prnchimno d raço, aravés da opração lpalaoalvolars oriinadas a parir d procssos mnar d insrção: o raço d palaalização quinvolvndo as vlars //, como no slovaco (Cl- valn ao Nó Vocálico su dpndn Pono-V mns; Hum, 1995) no polonês polo nês (Wijr, 1994), [dorsal] passa a compor uma consoan idnifcada /k/, como no noruuês nor uuês (Bha, 1978). como [coronal] sob Pono-C, mas subspcifcada Com rlação ao ambin induor, vrifca- para o raço [anrior] (c. Fiura 2). s m divrsas línuas qu nm só uma voal coronal consiui um ambin propício para a Figura 2 – Opração d Insrção do raço [+ P] assimilação d [voz] ormação d [S, Z], como s obsrva obsr va no corano (Nld, 1973), 1973), ond /s/ s orna [S] dian d [i] []. O movimno d posriorização do corpo /S/ [S, Z] da línua vrifcado na produção dssas consoans é asado ambém como um ambin induor na passam d /s/ a /S/ m bálico indo-ariano (c. Hall, 1997), ond s risra qu a rra opra quando /s/ prcd /u/, /k/ /r/ (uma consoan [+ ala]). Bha (1978, p. 76) cia ainda o paiu do sul, m qu /S/ ocorr m cono d voal posrior /c/, por ouro lado, m cono d voal ronal, o procsso m qu /s/ s orna /S/ dian d /i/ /u/, iualmn vrifcado no proo-iraniano (p. 55), ola (p. 66) macui (p. 66). cláudia regina brescancini & valéria neto de oliveira monaret to | a ricativa em posição de coda
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A produção alvolar alvolar,, prdominan no PB ambém prsn nos dialos qu palaalizam, é rprsnada na prsn proposa pla insrção do raço [+ anrior] sob o nó [coronal], conorm aprsna a Fiura 3 a suir. Figura 3 – Opração d Insrção do raço [+ anrior] assimilação d [voz]
/S/
[s, z]
Indpndnmn d sr a ralização da consoan na coda alvolar ou palaoalvolar, a consoan /S/, subspcifcada ambém para o raço [voz], oma-o por assimilação da consoan suin (com m me[zm]o me[Zm]o ou na[s k]asas na[S k]asas). Caso não haja cono suin, o raço [-voz], univrsalmn não marcado para as obsruins, é insrido por rra daul. Passmos à dscrição da rlação d compição nr as varians d /S/ à luz da toria da Oimidad.
2.2. Teoria da Otimidade Ouras proposas para a comprnsão d aspcos variávis no âmbio da oria onolóica êm surido nos úlimos anos, com a prspciva da toria toria da Oimidad, qu m como pono básico rabalhar com rsriçõs univrsais qu avaliam ormas d output a parir d um drminado input (c. Princ Smolnsky Smolnsky,, 1993). Dirnmn da abordam não linar, a tO é um modlo ormal mais vanajoso no snido d sr mais conômico,
ao uilizar rsriçõs no luar d princípios, rras flros, além d orcr uniormidad d anális. As rsriçõs são violávis d sua oranização dpnd a ramáica d uma línua, qu as mapia m uma hirarquia a fm d s char a um candidao óimo. A scolha d um output ocorr plo ranquamno dssas rsriçõs qu auam m conjuno, comparando candidaos slcionando a orma qu vnc os ouros candidaos, por violar rsriçõs mnos imporans m uma hirarquia. A variação, conudo, parc sr um problma para a toria toria Clássica da Oimidad, pois varians d uma só orma podm sr considradas candidaos óimos, ou sja, um dado input pod scolhr duas ou mais ormas onéicas, criandos candidaos com o msmo rau d oimização. Além disso, há, pla anális d d rra variávl laboviana, outputs qu dpndm saisicamn d condicionadors sociais /ou linuísicos, com papéis qu podm variar conorm a comunidad linuísica. Como um modlo ormal podria dar cona dsss aspcos? Dirns proposas sobr o raamno da variação pla tO êm sido uilizadas na naiva d plicar a variação linuísica aravés d dscriçõs ormais, qu vão dsd inrpraçõs sobr s obr o noqu das análiss aé a unção do mcanismo d avaliação eVAL. eVAL. O nômno nômno variávl ambém é plicado na liraura por compição nr ramáicas, aravés da slção d um drminado ranquamno, conorm posula Kiparsky (1994). esudos como o d Zubrisskaya (1995), Anila (1997) Nay Rynolds (1997), nr ouros, raam a variação plo ranquamno variávl d rsriçõs. Por ssas proposas, a variação é raada rspcivamn pla anális d outputs , com ordnamno parcial nr as rsriçõs, m qu o domínio nr duas rsriçõs adjacns não é ordnado , sob ouro pono d visa, como o rsulado d rsriçõs uuans, sm posição dfnida m rlação a ouras. Já, para Coz (2006), eV eVAL AL az mais do qu simplsmn slcionar o mlhor candidao. ess componn az disinçõs nr candidaos como mais ou mnos bm-ormados. enr um conjuno d prddors impõ um rordnamno para um conjuno poncial d candidaos, orn-
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cndo assim inormação sobr a rlação nr os prddors. Nssa proposa, o conjuno d rsriçõs sá dividido m dois sraos: um srao qu rún rsriçõs para a scolha do mlhor output na prcpção da tO clássica, cluindo candidaos não ramaicais, ouro srao qu raz rsriçõs sobr candidaos possívis, ou sja, sobr ormas varians d output , qu são ramaicais. Os dois sraos são sparados por uma unção cut-o , qu indica a posição d rsriçõs alamn ranquadas (as qu são acima do cut-o , ou sja, à squrda m um ablau) as qu são abaio (à diria da linha cut-o ). Há, m conraparida às proposas sboçadas anriormn, nndimnos d qu ios d prcpção d rinrpração do ouvin sjam cruciais na oimização da ramáica. Nsa linha, nconramos os rabalhos d Hol (1997), d Olivira L (2006) Borsma (2006), nr ouros, qu propõm um modlo m qu a produção prcpção sariam junas para a dscrição d aos da variação. Conorm Olivira L ( op. cit., p.13), o alan domina uma séri d princípios rais. Aluns dsss princípios são rraários à ação d ouros princípios nquano ouros são sujios a princípios scundários. No qu s rr à produção, os princípios mnors dfnm a orma onéica adoada plo alan a sua ação sá sujia à aplicação individual lical. Como s pod obsrvar, as dirns proposas d raamno da variação sob prspciva da tO rvlam procupação na rprsnação ormal da sismaicidad da variação, já qu aors inrnos podm condicionar a rra variávl. Por ouro lado, as dirns inrpraçõs raamnos dirnciados podm não modifcar prssuposos da tO standard , mas, alumas abordans aprsnam problmas conciuais mpíricos qu as nraqucm como proposas ormais rais conômicas. Qusõs dos sudos variação, como a naurza da ramáica; a disinção nr scolhas inradialais; inrpração quaniaiva, prvisibilidad d padrõs asados, c, são abordadas sob dirns prspcivas qu divrm conorm o noqu da anális. Apsar das naivas d aproimar sudos d variação com a tO mrirm cada vz mais divrsifcadas, há uma séri d qusõs qu carcm d uma toria toria Fonolóica Fono lóica d Variação. Anilla Anill a (1997, p. 210) raz aluns assunos, ais como:
a. o luar da da variação – por qu a variação variação ocorr m aluns ambins não m ouros? b. os raus d variação – por qu alumas alrnâncias onolóicas são obriaórias, mas m ouras, são opcionais? c. a marcação – por qu s scolh scolh uma varian mnos marcada? d. inrac – como plicar plicar casos d variação qu dmonsram padrõs onolóicos m dirns classs d palavras ou mpros m aluns ins licais? . aors rnos – como s dá dá a inração nr aors rnos inrnos dnro da ramáica? . mudança linuísica – por qu aluns casos casos d variação prsism por séculos sm mudarm, nquano ouros movm-s m dirção a uma rsolução caórica? Para Anilla (op. cit.), é ncssário nconrar uma sruura ormal qu sja capaz, no mínimo d dscrvr o nômno variávl m sus aspcos quaniaivos. As proposas d anális onolóica com variação podm sr avaliadas na adquação dscriiva. em suas palavras: O próimo passo é avaliá-las m rmos d sua rsriividad, iso é, s las clum aluma coisa , s las o azm, s clum ipos sranhos linuisicamn ormas sismaicamn não asadas; s prmim ormas plausívis linuisicamn , m paricular, ormas vrdadiramn asadas d variação (Anilla, 1997, p. 213)3
O noqu ds rabalho não é sboçar dalhadamn as proposas da tO sobr a variação ou d discui-las, mas d romar aluns aspcos problmáicos qu, às vzs, são squcidos ou proposiadamn diados d lado quando oria dados são conmplados. espcifcamn com rlação às proposas óricas d tO rlacionadas a consoans ricaivas no poruuês brasiliro, há, dnr ouros, os rabalhos d L (2002) o d Barbosa (2005) sobr a oscilação d comporamno das ricaivas coronais /s/ th n sp is o valua hm in rms o hir rsricivnss, i.. whhr hy clud anyhin, and i hy do, whhr hy clud h linuisically bizarr and hnc sysmaically unasd yp o variaion and allow h linuisically plausibl and, in paricular, h acually asd yps o variaion. (Anilla, 1997, p. 213) 3
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/z/ inrvocálicas na borda diria d morma, como m /ds+midu/ /dz+usado/. Para sss auors, rsriçõs d marcação d fdlidad dão cona das dirns ralizaçõs dsa ricaiva m fnal d morma no output , nndida subjacnmn como vozada /z/. enr os sudos d variação d ricaivas na coda, há o d Hora (2002), qu analisa o nômno variávl da ricaiva coronal /s/ no poruuês brasiliro, basado na idia d rsriçõs uuans d Rynolds (1994, apud Hora, 2002). em 2007, Pdrosa Hora analisam o comporamno variávl do /s/ no alar paraibano, sob pono d visa d oura proposa d Coz (2006). Pdrosa Hora (2007) dscrvm as varians da ricaiva coronal /s/ – alvolar, palaoalvolar, aspirada zro, como, por mplo, m m[z]mo ~m[Z]mo ~m[h]mo ~ m[0]mo –, por mio da proposa d Coz (2006), qu sablc hirarquia nr os candidaos não óimos por nova avaliação d eVAL, advinda d um ranquamno d rsriçõs pla rquência d aplicação d uma varian. Quano mais ala a posição qu um candidao (varian) ocupar na ordm d ranquamno, mais provávl srá scolhido plo alan. Os candidaos, ordnados harmonicamn, são nndidos como varians mais bm-ormadas d uma variávl, sua ordm na abla drmina a rquência rlaiva obsrvada como varian output . A ramáic ramáicaa na propos proposa a d Coz (2006) é ormada por dois sraos, rprsnados por uma linha d cor ( cut-o ), qu divid a abla m duas pars. À squrda, nconram-s rsriçõs na linha da tO clássica, a qual slciona, a parir d um conjuno d rsriçõs, um único candidao óimo clui os dmais como aramaicais. À diria, há rsriçõs qu, dirnmn das rsriçõs à squrda, não clum candidaos, pois ss, apsar d não óimos, são outputs possívis. Por sa proposa, é possívl raar inputs qu aprsnam duas ou mais ormas possívis d outputs . Tableau 1 – A Variação na proposa d Coz (2006) R1 i.cand 1 ii.cand 2 iii.cand 3 iv.cand 4
R2
R3
F
*
F
*! *!
R4 *
Na abla 1, o cut-o é indicado por uma linha vrical rossa, os candidaos bm-ormados são indados por numrais subscrios. esss índics rprsnam o ranquamno harmônico qu eVAL impõ sobr o conjuno d candidaos a parir da rquência obsrvada para as varians. Obsrvamos qu o candidao 1 é o mlhor output ormado, o candidao 2, o sundo bm-ormado. Inrprando s tablau, os candidaos 1 2 violam as rsriçõs R3 R4, rspcivamn. Como ssas violaçõs são abaio do cut-o , sss candidaos não são liminados, confurando-s, pois, como opus possívis. O candidao 1, por violar R4, a mais baia no rankin, é a orma prrida, ou sja, a com maior rquência nos dados, o candidao 2, por violar R3, é o sundo prrido. Já os candidaos 3 4 violam rsriçõs acima d cut-o , o qu os orna aramaicais , por isso, nunca ralizávis como output d uma línua. Pdroza Hora (2007) uilizam-s ds modlo órico para analisar a ala paraibana, na rião nordsina do Brasil. Os rsulados dsa psquisa mosram qu a rquência d mpro das varians da ricaiva coronal /s/ é drminada pla posição inrna rna da consoan na palavra. em coda mdial, a varian coronal alvolar a ricaiva palaoalvolar aprsnam maior rquência, m coda fnal, a varian zro ocorr m sundo luar. essa rquência d uso drminará a hirarquia nr rsriçõs. Para dar cona do papl da sílaba na variação da ricaiva, Pdroza Hora uilizam a rsrição univrsal NoCoda, qu proíb coda na sílaba com spcifcaçõs d raços qu idnifcam smno. Assumm ambém qu sílabas com coda são marcadas m rlação às sílabas sm coda. Dss modo, assumm qu: NOCODA [+con., +cor., +an.] " viar coda [s,z] NOCODA [+con., +cor., –an.] " viar coda [S, 3] NOCODA [+con., -cor., -an.] " viar coda [h] Rsriçõs d fdlidad são usadas para a manunção no output d propridads prsns no input :
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Idn-IO: smnos/raços do output êm corrspondns idênicos no input Ma-IO (d Maximality ): ): smnos/raços do input êm corrspondns idênicos no output
IDeNts " idnidad nr o númro d sílabas do input do output . MAx (codamdial) " não apaar a coda mdial. MAx (codafnal) " não apaar a coda fnal.
espcifcamn, m rlação ao candidao caórico aos candidaos varians, são ncssárias as rsriçõs:
Vjamos as análiss d Pdroza Drmval (op.cit.) plas ablas 2 3, para a coda mdial para coda fnal, rspcivamn:
Tabela 2 – /S/ m Coda Mdial /mesmo/ 1 [‘mz.mu] 2 [‘m3.mu] 3 [‘mh.mu] 4 [‘mØ.mu] [‘m.si.mu]
Ident s
Max (codamedial)
NoCoda [+cont., +cor., –ant.] NoCoda [+cont., +cor., +ant.] NoCoda [+cont., -cor., -ant.] * * *
* *!
Tabela 3 – /S/ m Coda Final /onibus/ 1 [‘õ.ni.bus] 2[‘õ.ni.buØ] 3[‘õ.ni.buh] 4 [‘õ.ni.bu ∫ ] [õ.ni.´bu.si]
Ident s
NoCoda [+cont., +cor., –ant.]
NoCoda [+cont., -cor., –ant.] Max (codafnal)
NoCoda [+cont., +cor., +ant.] *
* * * *!
Plas ablas 2 3 pod-s obsrvar qu as ormas mesmo ônibus são ralizadas, na ala d Paraíba, prrncialmn como [mzmu] [‘õni.bus] com ricaiva coronal [+anrior]. As varians possívis são quaro ralizaçõs, ordnadas conorm o ranquamno das rsriçõs, qu é dirn na coda mdial na coda fnal. em rlação à ala do Sul do Brasil, mais spcifcamn na comunidad d Florianópolis, capial do sado d Sana Caarina, os rsulados d anális da rra variávl rvlam, conorm aprsnado m 2.1, qu a varian prdominan, dirnmn d João Pssoa, é a palaoalvolar, m primiro luar, com 83% das ocorrências. Além da posição na sílaba, a ricaiva ri caiva palaoalvolar é condicionada plo cono prcdn voal dorsal voais labiais. O cono suin [-voz], [dorsal] o acno mosram-s ambém rlvans. Assim a palavra casca , por
mplo, é ralizada como [‘kaSka] na maioria dos casos. Como aliar sss condicionadors m uma rprsnação ormal? A toria toria da Oimidad, como modlo modlo órico da Fonoloia, busca uma orma apropriada d rprsnação. Não rsam dúvidas d qu a tO é vanajosa para a variação, pois, m um só ablau, podmos discuir qusõs como: • con condici diciona onador dores, es, rep repres resent entado ados s por res restri trições ções (tO clássica); • papéis papéisinibidoresde inibidoresdecondicionadores,por condicionadores,pormeio meio d violaçõs (proposas para a variação); • pr pref efer erên ênci cias as po por r ce certo rtos s outputs , plo ordnamno harmônico d candidaos não óimos pla rquência d rsriçõs(Coz, 2006); • an anál álise ise de ca cand ndida idato tos spos possív sívei eis, s, ma mas s nã não o ót ótiimos, pla unção cutt-o (Coz, (Coz, 2007).
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A qusão qu não pod calar ns momno é: qual proposa d tO proporciona maior conomia nralidad para a variação? No caso da ricaiva na ala orianopoliana, propomos um rcício d anális prliminar pla tO, suindo o modlo d Coz (2006). Drnos-mos na coda mdial, como pono inicial, já qu é o ambin mais condicionan. Assumimos qu a ricaiva é rprsnada como /s/ no input . Rommos aluns dados rsulados. A ricaiva mdial raliza-s prrncialmn m Florianópolis como coronal vozada com cono suin coronal vozado, como, m desde [dzdi], suido por [‘dZdi], por mplo, como palaoalvolar dsvozada, como m casca [‘kaSka], prdominanmn, suida pla ralização [‘kaska]. A ralização da ricaiva dpnd, pois, nr ouros aspcos, do raço [dorsal] da consoan suin, principalmn. S a consoan suin or [coronal], a ricaiva srá coronal ambém. As ormas estica casca , por mplo, aprsnam a suin ordm por rquência d ralização: (1) Ralizaçõs d Fricaivas Dsvozadas Mdiais conorm o cono suin dorsal coronal: /sika/ 1. sika 4 2. Sika 3. hika *0ika
/kaska/ 1. kaSka 2. kaska 3. kahka *ka0ka
A palaalização da ricaiva coronal é comumn aponada na liraura sobr o assuno como uma rra d oralcimno a aspiração, d nraqucimno. em cono suido por smno dsvozado o apaamno é pouco avorcido, ao conrário da aspiração, qu é avorcida plo vozamno do cono suin. Uma anális prliminar, pla tO, da ricaiva mdial, nconrada na ala d inormans d Florianópolis, na rião do sul do Brasil, dv: • estabe estabelecer leceroor oordenam denamento entode decandida candidatos, tos,con conorm análiss saísicas; • de denirrest nirrestriçõ riçõesde esde del delida idadee dee demarca demarcação ção conorm os condicionadors linuísicos; • ex expr press essar ar,, po por r me meio io de re repr prese esent ntaçã ação o for forma mal,l, a plicação para a scolha d um candidao sobr ouro, ndo m visa uma hirarquia hir arquia d rsriçõs. Concluindo, a oria anális onolóica podm prssar rprsnar ormalmn o comporamno variávl da ricaiva no poruuês brasiliro. Rsa apnas vrifcar qu modlo pod sr mais apropriado para dar cona dos aspcos variávis d línua. reerências bibliográicas
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Como ilusra (1), a ricaiva dsvozada é condicionada pla consoan suin, o apaamno não ocorr com a dsvozada, no caso dos mplos slcionados. Uma hirarquia pod sr sablcida plo valor d pso rlaivo aribuído para cada ralização.
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cláudia regina brescancini & valéria neto de oliveira monaret to | a ricativa em posição de coda
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rumos que seguem as ricativas coronais no português brasileiro Dermeval da Hora é douor m Linuísica Aplicada
pla PUC-RS Pós-Douor pla Univrsidad Livr d Amsrdam. Amsr dam. Pro Prossor ssor da Univrsid Univrsidad ad Fd Fdral ral da da Paraíba, Paraíba, coordnador do Prorama d Pós-graduação m Linuísica psquisador do CNPq. Aua na ára d Linuísica (Línua Poruusa), nos mas: onoloia, sociolinuísica variacionisa aquisição da linuam. Prsidn da ABRALIN dlado dlado da ALFAL ALFAL no Brasil. e-mail: ho_ra@homail.com
Juli Ju li en e Lo pe pess R. Pe dr os a é msr m Lras pla
Univrsidad Fdral da Paraíba. Prossora iular da Univrsidad esadual da Paraíba. tm priência na ára d Lras , com ênas m Línua Poruusa. Auando principalmn nos suins mas: toria Fonolóica, Variação. e-mail: julinp
[email protected]
resumo
A tori toriaa da Oimal Oimalida idad d Clássi Clássica ca (PRINC (PRINCe; e; SMOLeNSK SMOLeNSKY Y, 1993; McCARtHY; PRINCe, 1993) sablc disinção nr o candidao óimo os dmais. A proposa d Coz (2004), conudo, propõ um ordnamno harmônico para o conjuno complo dos candidaos, d orma qu os prddors ambém sjam ordnados nr si, prmiindo considrar nômnos não caóricos. D poss dssa prspciva, objivamos sablcr uma provávl hirarquia para a ralização da ricaiva coronal m coda mdial fnal m uma línua paricular, a comunidad paraibana. Indicarmos, dssa orma, não só o candidao óimo, mas ambém a ordnação dos dmais candidaos, ou sja, daquls qu são varians. Para a ralização dss rabalho, uilizamos rsulados da coda mdial (HORA, 2003) fnal (RIBeIRO, 2006), raídos do corpus do Projo Variação Linuísica no esado da Paraíba – VALPB (HORA; PeDROSA, 2001), qu oi colado à luz da modoloia laboviana. Propormos, assim, o raamno d um procsso variávl sob uma prspciva ormal, conribuindo para um rpnsar da proposa órica, além d ivar um sudo dalhado d inqusionávl imporância para a comunidad paraibana.
abs a bs t r ac actt
th Classic Opimaliy thory (PRINCe; SMOLeNSKY, 1993; McCARtHY; PRINCe, 1993) amps o disinuish h opimal candida rom h ohrs. o hrs. Bsids rvalin h opimal candida, Coz’s proposal (2004) sablishs a candida rankin, considrin all h varians involvd. takin his ino accoun, our aim is o o rank h coronal ricaiv syllabic coda in h spch o Paraíba, in ohr words, all is varians. In ordr o do his, w us h middl (HORA, 2003) and fnal coda rsarch (RIBeIRO, 2006), basd on h daa rom Projo Variação Linuísica no esado da Paraíba (HORA; PeDROSA, 2001), which uss a sociolinuisic mhodoloy. So, w could ra a variabl procss accordin o a ormal prspciv and prorm a daild and imporan sudy o h Paraíba communiy spch.
A toria toria da Oimalidad (Ot), conudo, m sua vrsão clássica (PRINCe SMOLeNSKY, As discus discussõs sõs sobr a variaç variação ão linu linuísica ísica a parir 1993; McCARtHY PRINCe, 1993), não rabad uma oria ormal êm sido bm mais proícuas. lha com a variação inradialal. Nssa prspciva, Dsd a década d 60, com o avanço da oria ra- o avaliador (eVAL) disinu o candidao óimo iva, ssncialmn volada para a compência dos dos candidaos prddors, mas al disinção não alans, a ncssidad d s nndr dsinar um s dá nr os candidaos prddors, colocando m um msmo parâmro candidaos possívis d luar para a variação ornou-s ainda maior. introdução
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s ralizarm (varians) candidaos impossívis d s ralizarm na línua analisada ( non-sense ). ). A proposa d Coz (2004) dnd qu o eVAL eV AL procda d orma dirn, qu sablça um ordnamno harmônico das ormas hirarquizadas para o conjuno complo dos candidaos, d orma qu os prddors sjam ambém ordnados nr si. Assim, s modlo prmi considrarmos nômnos não caóricos, a mplo dos rlacionados à variação. Para a ralização dss rabalho, uilizamos o corpus do Projo Variação Linuísica no esado da Paraíba – VALPB VALPB (HORA; PeDROSA, Pe DROSA, 2001), colado à luz da modoloia laboviana raado saisicamn aravés do gOLDVARB. gOLDVARB. Nosso objivo é sablcr uma provávl hirarquia para a ralização do /S/ na coda mdial fnal do alar pssons, a mplo d: doi[s] : doi[ ∫ ] : doi[z] : doi[3] : doi[h] : doi[Ø], m[z]mo : m[ 3] mo : m[h]mo : m[Ø]mo, pa[s]a : pa[ ∫ ]a; ]a; indicando não só o candidao óimo, mas ambém a ordnação dos dmais candidaos nr si. Com isso, ivarmos o casamno nr a Sociolinuísica a Oimalidad, conribuindo para um sudo dalhado d um nômno d inqusionávl imporância para a comunidad paraibana, qu ambém orc conribuiçõs para um rpnsar da proposa órica d orma mais ral.
No caso da proposa d Slkirk (1982), a sruura da sílaba é oranizada m dois nívis. No primiro, são o aaqu a rima; , no sundo, a rima sá subdividida m núclo coda, como podmos visualizar no squma a suir:
(2)
s (= sílaba)
Aaqu
Rima Núclo
Coda
Por ssa sruura, fca plício qu a rlação nr o núclo a coda é mais inrínsca do qu nr o aaqu o núclo. As posiçõs d aaqu núclo não prcisam sar smpr prnchidas, nquano a d núclo é considrada o coração da sílaba, não podndo, pois, fcar vazia. Acrdiamos, assim, qu ssa proposa dmonsra com mais propridad a rlação nr os consiuins silábicos, por isso a omarmos como bas para a nossa discussão. Passando ao prnchimno dos consiuins silábicos, obsrvamos qu, no Poruuês Brasiliro (PB), odas as consoans podm furar na primira posição do aaqu, a sunda posição, conudo, só pod sr prnchida plas consoans /r/ /l/ para ormar os rupos consonanais, a mplo d [pr], [bl], [], [vr]. No caso do núclo, as voais são as rsponsávis plo su prnchimno. Bisol (1989) afrma, discutindo a sílaba no nano, qu os dionos lvs ou alsos1 são liados a um único lmno V, ou sja, voais Os rabalhos d Hoopr (1976) Kahn (1976) smivoais são liadas ao núclo, mas unicapropiciaram aciar a sílaba como unidad onoló- mn nss caso. ica , consqunmn, como objo d sudo Na posição d coda, apnas as consoans /r, para o nndimno da onoloia das línuas. l, n, s/ as smivoais podm aparcr, sas orem linhas rais, duas proposas oram lança- mando o diono vrdadiro. Ouro pono qu das para dar cona da sruura inrna da sílaba, a pod sr dprndido a parir da proposa d d Kahn (1976) a d Slkirk (1982). Slkirk(1982) é o ao d qu a coda é a posição A proposa d Kahn(1976) propõ qu os mais débil da sruura silábica, por isso, é bassmnos, indpndns nr si, são liados an suscívl à variação m qualqur qu sja diramn ao nó da sílaba. Assim, ríamos a a sua posição dnro da palavra, acnuando-s suin sruura: ainda mais na posição fnal.
(1)
s (= sílaba) Para Bisol (1989), dionos lvs ou alsos surm dian d consoan palaal, podndo aprsnar variação com monoonos. 1
m
a
s
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Rorçamos, dssa orma, qu os padrõs silábicos do PB s ncaiam na sruura (C) V(C), sndo o aaqu a coda não obriaórios. É consnso na liraura sobr a sílaba a ndência univrsal das línuas ao padrão CV, sndo confrmada plo apaamno das consoans m posição d coda, a mplo da ricaiva coronal /S/, como vrmos a suir na dscrição dos dados.
Passmos primiramn ao comporamno da coda mdial. Sundo Hora (2003), o /s/ m coda mdial aprsna maior uso da ricaiva coronal alvolar (6164/9517), suida da ricaiva coronal palaal (2661/9517). A ricaiva loal aprsna pouca produividad (583/9517), sando rsria aos ins msmo ~ m[h]mo dsd ~ d[h]d. O apaamno ambém é pouco produivo (109/9517) limia-s ao im msmo ~ m[Ø]mo. Para mlhor visualizarmos as rquências d uso d cada varian, vjamos o gráfco 1.
descrição do /s/ em coda: alar paraibano
Como vimos, a coda silábica é basan propícia à variação dialal, principalmn por sr a posição mais débil da sruura silábica, não dirindo quando do su prnchimno plo /S/. No alar paraibano, obsrvamos qu nos vários conos, s coda mdial ou fnal, como m 1, o /S/ s aprsna variávl, ora como alvolar, ora como palaal, como loal , aé msmo, sorndo apaamno. Há, no nano, qu rssalar qu o comporamno das varians s modifca a dpndr da posição da sílaba na palavra.
(1) Coda medial pas.a ds.d as.ma as.no s.ra ras.o cus.p rs.vala cas.ca
Coda fnal mais lápis arroz ônibus alvz paz vz iz dpois
Coda medial e fnal mas.ruz cus.cuz
Para dscrvrmos dalhadamn ssa coda, uilizarmos os rabalhos sociolinuísicos d Hora (2003) Ribiro (2006) sobr a coda mdial a fnal, rspcivamn. Os dados uilizados oram raídos do corpus do Projo Variação Variação Linuísica Linuís ica no esado da Paraíba – VALPB (HORA; PeDROSA, 2001), consiuído d 60 inormans sraifcados socialmn m so, aia ária anos d scolarização.
Gráfco 1: Rsulados do /S/ m Coda Mdial 6%
1%
me0mo
28%
Alveolar Palatal 65%
mehmo/dehde
É imporan salinar qu a varian palaal, m coda mdial, sá rsria ao cono suin /,d/. Nos dmais conos suins, é a coda alvolar qu aparc, como mosram os mplos m 2:
(2)
pa[ ∫ ]a ]a *ma[3]da alpi[ ∫ ] ] d[3]d d[3]dém ca[ ∫ ]o ]o
ca[s]ca ra[z]o [s]ra r[z]vla a[z]ma a[z]no
Passmos, não, ao comporamno da coda fnal. O /S/ nssa posição ambém aprsna as varians alvolar, palaal, loal o apaamno. Mas, dirn da coda mdial, as varians mais produivas são a alvolar (4462/7034) a varian zro (1718/7034). As varians loal (434/7034) palaal (420/7034) são pouco produivas. No caso da coda fnal obsrvamos qu a oposição s dá ivamn nr a rquência d uso da alvolar a varian zro, como o gráfco 2 plicia: Gráfco 2: Rsulado do /S/ m Coda Final 5%
6% 24% Apagamento Alveolar Palatal
65%
Glotal
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É inrssan obsrvar qu a varian loal v a msma rquência m posição mdial fnal (6%), mosrando pouca produividad nas duas posiçõs. A rquência da varian alvolar (65%) ambém é a msma nas duas posiçõs, além d manr-s, indpndn da posição, com a msma média d disância m rlação à sunda varian: 28% para a varian zro 24% para varian palaal, indicando, dssa orma, a prdominância da ricaiva coronal alvolar na coda silábica. Ouro ao inrssan é qu as varians palaal zro êm comporamno invrso a dpndr da posição da coda. em coda mdial, a varian palaal é a sunda mais rqun (28%), ornando-s a mnos produiva quando a coda é fnal (5%). A varian zro, por sua vz, é muio pouco produiva na posição mdial (1%), ornando-s a sunda mais produiva na posição fnal (24%). teoria da otimalidade e variação
As concpçõs óricas qu ancdram a toria toria da Oimalidad (tO) buscavam propor ormular rras para dar cona dos procssos onolóicos o nolóicos isns nas línuas. O rabalho d Chomsky Hal (1968) ornou-s um dos mais proícuos, srvindo d bas para ouras orias basadas m rras, a mplo da toria toria Auossmnal (gOLDSMItH,1976), a toria da Sílaba (HOOPeR, 1976; KAHN, 1976; SeLKIRK, 1982), dnr ouras. A tO, dsnvolvida por Alan Princ, Paul Smolnsky John McCarhy (PRINCe; SMOLeNSKY,1991 MCCARtHY; PRINCe, 1993), 1993) , orna-s a primira abordam não drivacional. A parir dssa abordam suriu a convicção d qu as ormas d supríci são radas d acordo com cras rsriçõs univrsais d boaormação. A sua idia cnral é qu a línua é um sisma d orças conians, prssas aravés d rsriçõs d fdlidad marcação qu azm iência sobr alum aspco das ormas dos outputs ramaicais. Para a tO, tO, as línuas dirm não m invnário d rsriçõs, mas no ordnamno d ais rsriçõs. Assim, a variação nr línuas é plicada, d orma simpls, plo ordnamno dirnciado
das rsriçõs-chav. A onoloia, não, podria sr caracrizada como um conjuno univrsal d rsriçõs hirarquicamn disposas com bas m línua spcífca, ou sja, a dpndr do ordnamno das rsriçõs, srá obida a sruura onolóica d uma línua m paricular. A rlação nr o input o output é submida a rês componns: geN, qu ra os outputs possívis para cada input , CON, qu possui o conjuno univrsal d rsriçõs não ordnadas AV A VAL, qu avalia qual é o output óimo dnr os possívis, obsrvando a hirarquia das rsriçõs. Assim, odos os outputs possívis são rados avaliados d acordo com o rankin d rsriçõs da línua aé s nconrar o output óimo. A ramáica consis, não, d um conjuno d rsriçõs d boa-ormação. essas rsriçõs, qu são violávis, s aplicam simulanamn a rprsnaçõs d sruuras. Além disso, as rsriçõs são poncialmn conians, inclusiv dvido à sua naurza d fdlidad d marcação, ss conjuno d rsriçõs é comparilhado por odas as línuas, ormando par da gramáica Univrsal. As línuas spcífcas, como mncionado, classifcam ssas rsriçõs univrsais d manira dirn, d orma qu as rsriçõs qu ocupam a posição mais ala no rankin êm domínio oal sobr aqulas qu ocupam posição mais baia. Os outputs rados para cada orma subjacn são avaliados por mio do ordnamno das rsriçõs o qu mlhor saisaz as rsriçõs mais alas é o candidao óimo srá a orma ralizada. É imporan salinar qu odos os candidaos violam aluma rsrição, o qu propicia a scolha do AVAL é jusamn o ao d o candidao violar as rsriçõs mais baias no ordnamno para aqula línua, sndo, porano, o scolhido como óimo. Os rlvans princípios da tO tO são a univrsalidad (as rsriçõs são univrsais); a violabilidad vio labilidad (as rsriçõs são violávis) o ordnamno (as rsriçõs são ordnadas hirarquicamn com bas m línua spcífca a violação é dfnida com bas nss ao), porano, uma ramáica d uma línua é um ordnamno do CON. A tO tO consu dar cona da variação nr as línuas d orma basan simpls. Isso s modi-
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fca, conudo, quando a variação é inradialal. A vrn clássica da tO raa as duas variaçõs da msma manira, aribuindo uma ramáica para cada orma varian, o qu sria pouco conômico, ou ainda, qu alumas rsriçõs não sjam classifcadas nr si, abrindo spaço para a idia d qu a variação é um caso d opcionalidad alaória m um sisma sáico. Uma proposa com bas na tO qu m s aprsnado consisn para o raamno da variação inradialal é a d Coz (2004). Por ssa prspciva, uma ramáica aprsna as rsriçõs hirarquizadas para qu o avaliador slcion não só o output óimo, mas ambém os candidaos qu são varians, ordnando-os nr si. Sundo Coz (2004), is uma linha d cor, adquirida na comunidad d ala, qu divid as rsriçõs qu dão cona dos candidaos non sense das qu ordnam os candidaos qu são varians. O ordnamno das varians é obido aravés da rquência d uso na comunidad d ala, propiciando a corrlação do social com a variação linuísica. O inrssan nssa prspciva é o ao ao d qu la não vai d nconro ao princípio d riquza d bas dndido pla tO Clássica, qu propõ qu o geN ra um númro infnio d outputs , d ond srá slcionado plo AVAL o candidao óimo, ou ainda, as varians. O modlo órico é prsrvado, não havndo disinção nr as concpçõs básicas dndidas pla tO Clássica, o qu a orna uma oria or. Ouro pono a avor do proposo por Coz(2004) é o ao d qu é uma proposa basan conômica, já qu não prssupõ uma ramáica para cada variação, rsolvndo a qusão da aquisição da línua da variação inradialal. app li c an d o a t e o r i a à co d a a
A nossa anális sobr o /S/ m posição d coda rá por bas os dados rais d ala dscrios na sção anrior. Como raarmos d variação inradialal, uilizarmos a tO, sob a prspciva d Coz (2004), como supor órico, já qu acrdiamos qu la propicia uma anális onolóica basan fcaz m rlação à variação.
Ans, porém, d adnrarmos na anális m si, a fm d mlhor sclarcrmos as dirnças nr as proposas da tO Clássica (PRINCe; SMOLeNSKY, 1993 MCCARtHY ; PRINCe, 1993) a d Coz (2004), pormos aluns ponos cruciais qu undamnam as duas: proposta 1: a. pr i nc e e p. s m o le ns k y, 1 99 3; j. m cc ar arth th y e a. pr i nc e, 19 9 3 "Há
hirarquia para as rsriçõs "Não há hirarquia para os candidaos (só slciona o candidao óimo) proposta 2: a. w. coetzee, coetzee, 2004 "Há
hirarquia para as rsriçõs "Há hirarquia para os candidaos (co para os nonsense ) Como podmos dprndr do poso, no modlo clássico, os inputs são avaliados d acordo com o rankin das rsriçõs daqula ramáica, sparando o output óimo dos dmais, ou sja, os ouros candidaos sariam m um msmo nívl. Coz (2004), por ouro lado, propõ qu o AVAL vol sablça dnr os candidaos dscarados o mlhor candidao assim procssaria aé hirarquizar odas as varians. essa hirarquia ambém sria sablcida d acordo com o rankin das rsriçõs. Um pono qu mrc rssalva é o ao d qu a rquência d uso sria uilizada para spcifcar a probabilidad d aciação daqul candidao plo alan, rlacionando o dsmpnho à compência linuísica. e isso disinuiria os inputs qu s caracrizam como varians daquls qu são possívis, mas nunca provávis d aconcr aconcr.. an a n a li sa n do a co d a
Ans d passarmos à anális das codas mdial fnal, considramos rlvan discuir um pouco sobr as rsriçõs qu uilizarmos: IDeNt-IO, MAx-IO NOCODA.
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Sundo Archanli (1997), as rsriçõs d fdlidad przam pla rlação fl nr o input o output , buscando, assim, mosrar a corrspondência inrínsca nr a orma subjacn a orma óima qu srá produzida. São rsriçõs d fdlidad:
mos obsrvar, m dado momno, as codas mdial fnal na msma abla: IDeNts " idnidad nr o númro d sílabas do input do output . MAx (codamdial) " não apaar a coda mdial. MAx (codafnal) " não apaar a coda fnal. NOCODA [+con., +cor., +an.] " viar coda [s,z] NOCODA [+con., +cor., –an.] " viar coda [ ∫ , 3] NOCODA [+con., -cor., -an.] " viar coda [h]
IDeNt-IO " qu prvê qu os smnos do output sjam corrspondns aos do input , ou sja, o input o output prcisam sr iuais. MAx-IO " qu prvê qu odo lmno do input nha um corrspondn no output , ou sja, Acrdiamos, dssa orma, qu as conuavia o apaamno d smnos no output . lizaçõs aribuídas por nós às rsriçõs IDeNt, MAx NOCODA consiam dar cona do pro Já as rsriçõs d marcação, las lidam com csso m anális. a qusão do qu é univrsal (mnos marcado) o qu é paricular (mais marcado) nas línuas Coda Medial (ARCHANgeLI, 1997). Por isso, a rsrição NOCODA saria aqui inclusa, já qu prvê a Romando os dados da sção 2, obsrvamos a ndência a não isirm codas nas línuas, sndo suin ordm d rquência d uso para a ricaa sua violação uma qusão d línua paricular, iva m posição d coda mdial: 65% para [s,z], ou sja, uma orma mais marcada. 28% para [ ∫ ,3], 6% para [h] 1% para [Ø]. Isso nos É imporan salinar qu as rsriçõs, mui- daria a suin ordm d rsriçõs para o /S/ m as vzs, são spcifcadas quano ao cono, a coda mdial: max (codamdial) (1%)>> nocoda [+con., fm d mlhor darm cona dos procssos. Aqui, -cor., -an.] (6%) >> nocoda [+con., +cor., –an.] (28%) >> armos uso dssas spcifcaçõs, já qu prcisar- nocoda [+con., +cor., +an.] (65%). Tabela 1: /S/ m Coda Mdial /mesmo/
Idents Max (codamedial) NoCoda [+cont., -cor., -ant.]
NoCoda [+cont., +cor., –ant.]
*
[‘mz.mu]
?
*
[‘m3.mu]
?
*
[‘mh.mu]
?
*
[‘mØ.mu]
?
[‘m.si.mu]
NoCoda [+cont., +cor., ant.]
*!
Obsrvamos na abla 1 qu o candidao [´m. si.mu] viola aalmn, já qu a rsrição sá ans outputs non non sense da linha d cor, qu spara os outputs dos candidaos varians. Os dmais candidaos, por srm varians, sarão ordnados quano à rquência d uso. Apsar d ‘msm ‘msmo’ o’ sr o único im lical a apaar m coda mdial, nndmos qu a linha d cor sará ans d MAx (codamdial) porqu acrdiamos havr uma ndência ao aumno da rquência d uso com ss im, i m, abranndo, inclusiv, ouros ins, como [dyØd], já obsrvado
na comunidad d ala m sudo m siuaçõs inormais.
Coda Final Ainda,, s Ainda sun undo do os da dado doss da sç sção ão 2, o co comp mpor oraamno da ricaiva m posição coda fnal aprsna a suin rquência d uso: 65% para [s,z], 24% para ∫ ,3], o qu nos rmria ao [Ø], 6% para [h] 5% d [ ∫ suin ordnamno das rsriçõs: nocoda [+con., +cor., max x (codafnal) (5%) >> nocoda [+con., -cor., –an.] (6%) >> ma –an.] (24%) >> nocoda [+con., +cor., +an.] (65%).
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Tabela 2: /S/ m Coda Final /onibus/
Idents
NoCoda [+cont.,+cor., -ant.]
NoCoda [+cont.,-cor.,-ant.] Max (codafnal)
NoCoda [+cont.,cor.,+ant.] *
[‘õ.ni.bus]
?
*
[‘õ.ni.buØ]
?
*
[‘õ.ni.buh]
?
*
[‘õ.ni.bu ∫ ]
?
[õ.ni.´bu.si]
*!
Como visualizamos na abla 2, o candidao [õ.ni.´bu.si] viola aalmn a rsrição Idn s qu sá ans da linha d cor, sndo, porano, o candidao non sense ; já os dmais candidaos são ordnados sundo as rsriçõs após a linha d cor.
Codas Medial e Final Passmos, aora, à anális d um im qu aprsna ano coda mdial quano fnal, para buscarmos uma ordnação única das rsriçõs, basada na rquência d uso d cada uma dlas.
Sundo os rsulados das codas m sparado, as varians [s,z] [h] aprsnam a msma rquência indpndndo da posição mdial ou fnal, 65% 6%, rspcivamn. Já as varians [ ∫ ,3] [Ø] êm rquência invrsa, dpndndo da posição mdial ou fnal: 28% 5% para [ ∫ ,3] 1% 24% para [Ø], rspcivamn. essas rquências nos dariam a suin ordm d rsriçõs: max (codamdial) (1%) >> nocoda (fnal)[+con., +cor., -an.] (5%) >> nocoda [+con., -cor., -an.] (6%) >> max (codafnal)(24%) >> nocoda [+con., +cor., -an.] (28%) >> nocoda [+con., +cor., +an.]
(65%).
Tabela 3: /S/ m Coda Mdial Final /kuskus/
Idents NoCoda (fnal) NoCoda [+cont.,-cor.,-ant.] Max (codafnal) NoCoda [+cont.,+cor.,-ant.] NoCoda [+cont.,+cor.,+ant] [+cont.,+cor.,-ant.]
**
[kus.‘kuys]
?
*
[ku ∫ .‘kuys] .‘kuys]
?
*
[kus.‘kuyØ]
?
* *
[kuh.‘kuys]
*
*
[kus.‘kuyh]
*
*
?
?
*
[kus.‘kuy ∫ ]
?
[ku. si..‘kuys]
*!
Obsrvamos na abla 3 qu o im [ku. si.‘kuys] viola aalmn a rsrição IDeNts. Os Os ouros candidaos são ordnados d acordo com a rquência d uso, aranida pla ordm das rsriçõs.
*
* *
Por qusõs d mlhor visualização, não colocamos a rsrição MAx (codamdial), mas salinamos qu sa rsrição sria a primira dpois da linha d cor, sndo violada por qualqur candidao qu apau a coda mdial (cu[Ø]cuz), dvido à sua baia rquência d uso.
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considerações inais
reerências bibliográicas
A tO m s mosrado basan fcin na anális do uncionamno das línuas, sablcndo uma rlação nr o univrsal o paricular nr las. O raamno da variação, conudo, a prspciva Clássica não objiva dar cona. A proposa d Coz (2004) suriu como possibilidad d raar a variação. Aprsna uma ramáica simpls conômica, bm fl a tO Clássica, rspiando sus princípios a sruura dndida por la. Aprsna como lmno dirncial a disinção nr os candidaos non sense daquls qu são varians, ornando possívl um ordnamno nr as varians com bas na sua rquência d uso. Os rabalhos sobr a ricaiva coronal m coda mdial (HORA, 2003) fnal (RIBeIRO, 2006) confrmaram um procsso m variação, m qu a coda pod assumir as ormas alvolar, palaal, loal zro nas duas posiçõs. Consaamos qu, indpndnmn da posição qu a coda ocup, a varian alvolar é a mais rqun a loal, pouco produiva. As varians palaal zro êm comporamno invrso m rlação à posição mdial ou fnal. A coda palaal é a sunda mais rqun na posição mdial, ornando a mnos produiva na posição fnal, a varian zro aprsna-s d orma invrsa. A prspc prspciva iva d Coz Coz (2004) (2004) raifc raifcou ou qu a rquência d uso auilia no raamno do /S/ m coda, propiciando, a parir disso, o ordnamno das rsriçõs das varians: max (codamdial) (1% coda mdial zro) >> nocoda (fnal)[+con., +cor., -an.] (5% - coda fnal palaal) >> nocoda [+con., -cor., -an.] (6% - codas mdial fnal loal) >> max (codafnal)(24% - coda fnal zro) >> nocoda [+con., +cor., -an.] (28% coda fnal palaal) >> nocoda [+con., +cor., +an.] (65% - codas mdial fnal alvolar). Há, ainda, muio a sr proposo para o raamno da ricaiva coronal m coda silábica, mas nndmos qu as considraçõs susciadas aqui são d rma rlvância para al, srvindo como pono d parida para discussõs mais aproundadas.
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a q u e s t ã o d o “e n c a i x a m e n t o” d a m u d a n ç a e o p arâmetro do sujeito nulo* Maria Eugenia Lamoglia Duarte é Prossora
Associada Associa da da Faculdad Faculdad d Lras da UFRJ. Aua na ára d Sociolinuísica, com spcial inrss m mudanças sináicas rlacionadas ao sisma pronominal, qu prmim caracrizar o poruuês brasiliro como uma linua parcialmn orinada para o discurso. e-mail: u
[email protected]
resumo
O o invsia o ncaiamno da mudança rlaiva à rmarcação do Parâmro do Sujio Nulo no poruuês brasiliro, ou sja, busca mosrar qu ouros nômnos variávis noados no PB não são casuais, mas sim subproduos sriamn liados a ssa mudança mais ampla no sisma.
abs a bs t r ac actt
th aricl invsias h mbddin o h chan rlad o h r-sin o h Null Subjc Paramr in Brazilian Poruus, ha is, i shows ha ohr variabl phnomna obsrvd in BP ar no du o chanc, bu ar dply mbddd in a widr chan in h sysm.
es ario amina o ncaiamno da mudança na marcação do Parâmro do Sujio Nulo, bus Winric W inrich, h, Labo Labovv & Hrz Hrzo o (1968 [2006:110]), [2006:110]), cando idnifcar os possívis “ios colarais” ao aprsnarm o problma do “ncaiamno” rsulans dss procsso m dirção aos sujios da mudança, do inlês “mbd “mbddin”, din”, afrmam qu pronominais prssos no poruuês brasiliro “os linuisas nauralmn dsconfam d qual- (PB). Na sção suin aprsnamos brvmn qur plicação da mudança qu di d mosrar aluns rsulados qu asam a prrência por a inuência do ambin sruural sobr o raço sujios rrnciais (dfnidos arbirários) prsm qusão: é razoávl prsumir qu ss raço sos, bm como o aparcimno d sruuras com sja ncaiado numa mariz linuísica qu muda sujios dslocados à squrda (De), uma conscom l”1. em ouras palavras, odo sudo d um rução incompaívl com línuas d sujio nulo, procsso d mudança dvria nar rspondr a como o ialiano, o spanhol o poruuês urosuin qusão: “Qu ouras mudanças são pu (Pe), a primira vidência do ncaiamno associadas a uma drminada mudança d um da mudança. A sção 3 raa da rprsnação dos modo qu não pod sr aribuído ao acaso?” (W, (W, L sujios não rrnciais ou plivos, ocalizando sraéias qu prmim viar um sujio pl& H. 2006: 36) 2. ivo nulo, mais um io colaral da mudança. Finalmn, m 4, cmos alumas considraçõs * Os rsulados aqui rsumidos são ruo do dsnvolvimno sobr as vanans d associar prssuposos óricos d dois projos ralizados com o apoio d bolsa d produividad CNPq (Proc. 350731/99-3). Uma vrsão prliminar s da toria d Princípios Parâmros (Chomsky, 1981) à anális da mudança dsnvolvida nos molnconra publicada m Duar (2004). 1 Do oriinal “linuiss ar naurally suspicious o any accoun o ds do modlo órico proposa m Winrich, chan which ails o show h inunc o h srucural nviron- Labov & Hrzo (1968 [2006]) com a modomn upon h aur in qusion” (W, L & H 1968:172). loia da Sociolinuísica Quaniaiva, uma vz qu 2 Do oriinal “wha ohr chans ar associad wih a ivn chan in a mannr which canno b aribud o chanc?” a primira pod uiar o lvanamno d hipóss, o sablccimno d aors sruurais na (W, L & H 1968:101) 1. introdução
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busca a idnifcação d sraéias dcorrns da arbirária (os indrminados) ndm iualmn i ualmn mudança, ajudando a rspondr à pruna apr- a sr onicamn ralizados, aravés do uso d ormas pronominais nominaivas, prrncialsnada no parárao anrior. anr ior. mn você a gente , como m (3,4): (1) D rpn ela sab qu ela quando criança 2. mudança paramétrica em progresso fcava mio ris por isso. (2) A casa virou um flm quando ela v d ir 2.1. Os sujeitos reerenciais reerenciais abaio. Você ocê quando você viaja, você passa a sr (3) V Os rsulados diacrônicos d Duar (1993), com urisa. enão você passa a azr coisas qu bas m pças d aro d carár popular, scri você nunca aria no Brasil. as nos séculos xIx xx, mosram um procsso (4) Hoj m dia, quando a gente lvana as coid mudança m dirção a sujios pronominais d sas, é qu a gente vê udo o qu aconcu. rrência dfnida prssos, o qu sinifca dizr Mas na época a gente não podia acrdiar acrdiar.. A qu houv uma rmarcação no valor do Parâmro gente não acrdiava nisso, primiro porqu do Sujio Nulo m PB – d línua posiivamn a gente ra novo. para línua naivamn marcada m rlação a l. essa mudança, sundo a anális d Duar, Uma comparação nr o PB o Pe mosra acompanhou a mudança no nosso sisma prono- rsulados oposos ano m rlação aos sujios minal, qu lvou a uma crscn simplifcação rrnciais dfnidos quano arbirários. Vjam-s no quadro ional vrbal. D um sisma com os rsuladps nconrados por Duar (2000) para sis ormas disinivas, passamos a quaro, quando a ala cula nas duas varidads: você é prrido a tu ou ambos os pronoms são Figura 1. Sujios prnchidos d rrência usados com a msma orma vrbal com morma dfnida m Pe PB zro para númro pssoa. A nrada d a gente , para rrência à primira pssoa do plural, qu ambém s combina com a orma vrbal não marcada, lva a uma rdução ainda maior. Podmos dizr qu o paradima ional do PB aprsna rês ormas ionais disinivas, qu podm passar a duas s o alan não uilizar a marca d concordância para a sunda rcira pssoas do plural. Os rsulados para a úlima sincronia analisada por Duar (1993) oram confrmados m análiss Figura 2. Sujios d rrência arbirária m Pe PB da ala sponâna carioca m suas varidads cula (Duar, 1995) popular (Duar, 2003a). D um modo ral, os índics d sujios prssos fcam nr 70% 80%, ou sja, índics incompaívis com línuas posiivamn marcadas m rlação ao PSN. Um primiro aspco a sr noado ns procsso é o ao d a mudança, qu comça plos rrns com o raço [+a animado], como ilusra (1), ainir ambém, mbora mais lnamn, os sujios com o raço [-animado], como s vê m (2), uma caracrísica d línuas [-sujio nulo], Os rsulados prcnuais não diam dúvida como o inlês o rancês. Além disso, não só os sujios d rrência dfnida mas os d rrência quano ao comporamno oposo nas duas varimaria eugenia lamoglia duarte | a questão do “encaixamento” da mudança e o parâmetro do sujeito
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dads: nquano o Pe s compora como uma línua m qu a orma não marcada é o sujio nulo, no PB o rsulado é o invrso.
2.2. Os sujeitos deslocados deslocados à esquerda Uma oura consquência da mudança aqui ocalizada é o aparcimno das consruçõs com o sujio dslocado à squrda (De). D ao ais sruuras, primiramn noadas por Pons (1987) Dca (1989), aponadas como um dos ipos d consruçõs a dnunciar a orinação do PB para o discurso, são rquns no rancês oral (Barns, 1986 Blanch-Bnvnis, 1993), línua [-sujio nulo]. Por ouro lado, são incompaívis com as línuas românicas [+sujio nulo], como o ialiano (Durani & Ochs, 1979), o spanhol (Rivro, 1980) o poruuês uropu (I. Duar, 1987). Uma consrução d De nssas línuas só ocorr sm adjacência sináica com valor d oco. Um am d ocorrências do PB, nrano, rvla qu ais consruçõs não sorm qualqur rsrição, podndo aparcr sm ou com pausa, sm ou com lmno inrvnin nr o lmno dslocado a snnça comnário (5-6), m raízs ou ncaiadas (7); o lmno dslocado pod sr dfnido ou indfnido (8), quanifcado (9) ou msmo um pronom d rrência dfnida ou arbirária (10-11):3 Clarinha nha ela cozinha qu é uma maravilha. (5) A Clari (6) A minha flha [quando ra pquna], ela smpr dscu, smpr brincou lá. (7) eu acho [qu o povo brasileiro ele m uma rav donça]. (8) eu acho qu um trabalho sérioi elei ria qu comçar por aí. (9) Qualquer pessoa i qu vai praicar um spor ela i m qu s prparar prparar... ... (10) Eu [às vzs eu pço a l pra ir comprar o jornal pra mim...
Com bas m ais vidências, Kao (1999) propôs qu, assim como o rancês o inlês, o PB dsnvolvu um sisma com duas séris d pronoms, uma or, qu ocupa uma posição rna à snnça, uma raca, qu subsiui o pronom nulo sujio, sm dúvida um subproduo da mudança m curso. Dirnmn do inlês ou rancês, nrano, os pronoms ors do PB êm a orma nominaiva (M, I don´’ lik bans/ eu, u não oso d ijão). 3
Você ocê, [no Canadá, você pod sr o qu você (11) V quisr. em dcorrência da crscn subsiuição d nós por a gente , o consqun dsuso da ão <-mos>, os sujios composos com lmnos na primira pssoa do sinular dsncadiam uma consrução d De, paricularmn na ala d raçõs mais jovns (abaio d 35 na nossa amosra), como s vê m (12-13): (12) Eu e a Paula , a gente fcava dizndo: “Hrods inha razão!” (13) Eu e o Mário a gente vai casar loo. 3. e os sujeitos não reerenciais?
S lvarmos m cona o ncaiamno da mudança m curso, dvmos a s pono nos prunar: s o PB s ncaminha para sujios rrnciais prssos não dvria iualmn prnchr a posição dos sujios não rrnciais ou plivos? Vanc (1989) nos cona qu o rancês anio admiia o proexpl pleut / proexpl sujio nulo não rrncial ( pro semble que ...), ...), mas dsnvolvu um plivo lical ao s ornar uma línua [-sujio nulo] ( il pleut / il semble que ...). ...). Não sria não naural sprar qu, como consquência da mudança na marcação do Parâmro do Sujio Nulo no PB, suriss no sisma um plivo lical ele, como parc sar ocorrndo no spanhol da Rpública Dominicana? Sundo toribio (1996:418-422), ssa varidad do spanhol passou a prnchr não só os sujios rrnciais mas dsnvolvu um plivo ello para prnchr a posição dos sujios não não rrnciais com prdicados impssoais (14a,b,c) inacusaivos (d,): (14) a. Ello hay muchos manos s año. b. Ello quir llovr. c. Ello parc qu no hay azúcar. d. Ello s vnd arroz. . Ello llan uaas hasa allá. A invsiação d sruuras com sujios plivos, no nano, rvla qu o PB d ao comça a viar o plivo nulo, mas lança mão d soluçõs dirns: uma dlas diz rspio à
maria eugenia lamoglia duarte | a questão do “encaixamento” da mudança e o parâmetro do sujeito
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ndência d pssoalizar as oraçõs isnciais, uma solução aciliada pla prrência d ter sobr haver . Duar (2003b) mosra qu as snnças isnciais m (a) a suir são m variação com (b), sndo o pronom você o prrido para ralizar onicamn o sujio plivo: (15) a. Não é como no Rio d Janiro, qu m cada squina, proexpl tem um bar pra você lanchar. b. Não é como no Rio d Janiro, qu você m cada squina, você você te tem m um bar pra você lanchar. (16) a. Hoj proexpl tem um rupo, uma par da irja, qu sá compromida. b. Hoj a gente tem um rupo, uma par da irja, qu sá compromida. Uma sunda solução s rr ao alçamno d consiuins para a posição do plivo, viando, mais uma vz, a posição d sujio vazia. enr ssas sruuras, vjamos as consruçõs com vrbos d alçamno, qu slcionam apnas um arumno inrno sob a orma d oração, ndo disponívl uma posição à squrda, já qu não slcionam arumno rno. em (17) vmos rês sruuras com parecer , a primira sm alçamno, a sunda com o alçamno-padrão (o movimno do sujio da ncaiada para a posição disponívl d sujio da mariz) a rcira, raada como consrução d hipralçamno (c. Marins & Nuns 2005 no prlo): (17) a. proexpl Parc qu u vou plodir d raiva. b. eui pareço plodir i d raiva. c. Eu pareço qu eu vou vou plodir d raiva. Hoj o PB oral aprsna uma concorrência nr a sruura m (a) a sruura m (c), com o vrbo da oração ncaiada ionado su sujio iualmn prsso (Duar, 2007a), uma consrução qu m su crscimno asado no sudo diacrônico d Hnriqus (2008). A consr consrução ução m (b), praicam praicamn n ina na ala, sá m variação com (a) na scria (c. Duar, 2007b), m índics basan prssivos. Com os dmais vrbos d alçamno, como demorar , custar , levar , qu slcionam uma com-
pliva rduzida, o alçamno-padrão é quas caórico na ala: (18) a. proexpl Dmorou pra ela dcidir pra casar com l. b. Ela i demorou pra t i dcidir casar com l. Quano aos vrbos inacusaivos qu slcionam um arumno inrno rprsnado por um SN, o PB aprsna ao lado da consrução com um plivo nulo, o alçamno do SN ou d par dl, ou ainda d um locaivo, ocupando a posição do sujio, sraéias primiramn noadas por Pons (1987) Dca (1989): (19) proexpl Nascu o flho da Maria [O flho da Maria ]i nascu i (20) proexpl esão nascndo [os dninhos dos êmos]. Os gêmeosi são nascndo [os dninhos i] (21) proexpl Não ocorrram acidns [nssas localidads]. Essas localidades não ocorrram acidns i. Ouros vrbos impssoais aprsnam iualmn a movimno viso acima ou a insrção d um dmonsraivo, o qu prmi viar o plivo nulo: (22) a. Vê s proexpl ‘á chovndo [por aqulas janlas].. janlas] b. Vê s aquelas janelasi ão chovndo i. (23) a. proexpl Chov muio [m Própolis]. b. Petrópolis i chov muio i (24) a. proexpl era m orno d dz pssoas. b. Isso ra m orno d dz pssoas. (25) a. proexpl Fazia uns dois raus. b. Aquilo azia uns dois raus. Como plicar ssa prrência por lmnos rrnciais no PB? Uma consula ao clássico o d Li & thompson (1976) sclarc ainda mais o quadro qu acabamos d dsnhar m linhas rais: o PB, sndo uma línua orinada, ainda qu parcialmn, para o discurso, não pod lançar mão d lmnos plivos lexicais. esa é uma das propridads das línuas d orinação para o discurso,
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nr as lncadas por Li & thompson (1976) – línuas d ópico não possum lmnos licais sem conúdo smânico. Daí o PB lançar mão d opraçõs d alçamno ou insrção d lmnos rrnciais para a posição d sujio ou prrir snnças isnciais pssoais (nr ouras sraéias) para viar uma posição d sujio vazia Assim, a rsposa parc sar na orinação do PB para o discurso, uma ndência lvanada por Pons (1987), invsiada mpiricamn m Dca (1989), Orsini & Vasco (2007), oricamn m sudos como os d galvs (1987; 1998; 2001), Kao (1989, 1998), Nrão Vioi (2000) nr ouros.
A nrada d sraéias aponadas para a ala vai s dando muio lnamn nos ênros mnos ormais, como as crônicas (c. Duar 2007b). A invsiação do prcurso da mudança m prossuido, aravés do rfnamno das análiss na naiva d dscrvr as apas dss procsso qu consis no dsnvolvimno d sraéias para viar o vrbo m posição inicial (c. Kao & Duar, 2003; 2005; Cavalcan & Duar, no prlo; Duar, a sair). reerências bibliográicas
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nheengatu e português regional: línguas em contato na amazônia na literatura litera tura oral do século xix Jo sé Ri ba ma r Be ss a Fr Frei ei re é prossor da Pós-
graduação m Mmória Social da Univrsidad Fdral do esado do Rio d Janiro (UNI-Rio) prossor da UeRJ, ond coordna o Prorama d esudos dos Povos Indínas da Faculdad d educação. Minisra cursos d ormação d prossors indínas m dirns riõs do Brasil. Dsnvolv psquisas na ára d Hisória, com ênas m Hisória Social da linuam, auando principalmn nos suins mas: mmória, liraura oral, parimônio, ons hisóricas, hisória indína, Amazônia, línuas indínas.
Acutipuru ipurú nerupecê nerupecê Cimitanga-miri uquerê uaruma
No momno m qu o romanismo naivisa comçava a dar sinais visívis d soamno, s oamno, podmos dsacar plo mnos cinco sudiosos qu s procuparam m colar ranscrvr manisaçõs d liraura oral – dnominada aualmn por aluns auors como noliraura – qu circulavam m Línua gral na Amazônia:
proundo, ralizando plo mnos dz rands vians, quando aprndu a Línua gral. Sua obra mais conhcida – O Selvagem, com alumas diçõs m poruuês (1876, 1913, 1975) – oi raduzida diada m várias línuas: rancês, inlês, almão ialiano. Rún rês nsaios: um sudo noráfco sobr as nias do Brasil cnral, qu já havia sido publicado sparadamn dois anos ans; um curso d upi-línua ral um con juno dnominado plo auor d lndas upis coladas duran suas vians (MAgALHÃeS, 1876b, pp. 64 90-81).
1. José Viira Couo d Maalhãs (1837-1898), nascido m Diamanina (Mg), numa aznda d ado d su avô, oi mbalado m sua inância – como l lmbra muio bm – por “lndas ocans poéicas, mad crisãs, mad indínas”. Cursou dirio m São Paulo , uma vz ormado, 2. Charls Frdrick Har (1840-1878), óloo oi nomado prsidn d várias províncias: órao canadns, aluno do nauralisa Louis goiás (1862-63), Pará (1864-65), Mao grosso Aassiz, com qum vio ao Brasil pla primira (1866-1868), fnalmn, São Paulo (1888). vz (1865) na missão qu sudou a auna icioDpois d procurar “as cors do país” m arquivos lóica da bacia amazônica. Volou várias vzs bibliocas, oi buscá-las nos roõs do Brasil ao país, quando oi nomado ch da Comissão golóica do Império (1875). Diriiu o Musu 1 Canção d ninar m Línua gral, canada plas mulhrs Nacional (1876). Aprndu o Nhnau , m apuias caboclas da Amazônia, conorm risro do côno suas vians, colou os mios amazônicos sobr Francisco Brnardino d Souza, rsponsávl pla radução a ararua. Morru no Rio d Janiro (HARtt ao poruuês: “Acutipuru, me empresta o teu sono, para minha criança também dormir” (SOUZA 1873, p.213). O acuipuru 1885 1938). é um mamíro rodor d cauda comprida niada, qu dorm o dia odo, dpois d passar a noi m plna aividad. Vários rupos do rio Nro acrdiam qu é sob a orma d acuipuru qu a alma das pssoas sob ao céu, loo qu o corpo acaba d apodrcr (StRADeLLI 1929, p. 362).
3. João Barbosa Rodrius (1842-1909), flho d um comrcian poruuês d Minas grais. esudou no Coléio Pdro II, no Rio d Janiro, d 60
Foi uma rvlação. eu não havia lido nada mais dliond oi ambém prossor. Viajou para Manaus cioso. era um idioma novo. A linuam inha, às m 1872, ond rsidiu diriiu o Musu Boânico. vzs, uma randiosidad bíblica. No su mundo, as eplorou aluns rios, incluindo a ára dos índios árvors alavam. O sol andava d um lado para ouro. conhcidos na época como Jauapri, hoj WaimiriOs flhos do rovão lvavam, d vz m quando, o Aroari. Aroa ri. Aprnd Aprndu u o Nh Nhnau nau colou colou narra narraiivrão para o ouro lado do rio. vas orais, conos canias nssa línua, publicadas no Poranduba Amazonns. Com a proclamação da Rpública, oi dmiido do Musu m Manaus a li t e r at atu u ra o ra l : assumiu a dirção do Jardim Boânico, no Rio d couto de magalhães Janiro Jan iro (RODRIg (RODRIgUeS UeS 1888, 1888, 1890 1905). 1905).
Te mandei um passarinho, / Patuá miri pupé Pintadinho de amarelo, / Iporanga ne iaué. 2
4. Cond ermano Sradlli (1852-1926). Nascu na Iália, d amília nobr. Vio para o Brasil m mados d 1879. No ano suin, viajou plo rio A liraura oral risrada por sss sudiosos Purus dpois plo Rio Nro muios ouros rvla, d um lado, a prmanência viorosa d rios da rião. trabalhou inicialmn como narraivas indínas m Línua gral, qu conauiliar d Barbosa Rodrius. Vivu duran 47 inuavam circulando oralmn no século xIx anos no Amazonas, ond aprndu o Nhnau m alumas áras como a bacia do rio Nro do colou mios indínas. Morru m Manaus. alo Solimõs, d ouro, m cidads como Blém eis uma biorafa dl, ia por Câmara Cas- Manaus, uma siuação d bilinuismo Línua cudo. Dpois d sua mor, o IHgB publicou o gral-poruuês, basan nralizada, porém dicionário d sua auoria Nhnau-Poruuês inorada plos hisoriadors da rião. Poruuês-Nhnau, com uma vrsão do mio Dos cinco colors d narraivas indínas, do Jurupari (StRADeLLI 1929). Couo d Maalhãs – suramn o mais avançado d odos, do pono d visa pismolóico 5. Anônio Brandão d Amorim (1865-1926) – mrc um raamno à par. Inrssa, aqui, nascu m Manaus, flho d um rico comrcian dsacar suas obsrvaçõs mpíricas sobr a rajporuuês radicado no Amazonas, criador da ória ano do poruuês como da Línua gral mprsa qu z a navação dira d Livrpool a na rião, m sua dimnsão lirária. A viam d Manaus. esudou o curso scundário no Poro o sudos por l ralizada m 1873-74 plos rios univrsiário m Coimbra. Foi scrário d Bar- da Amazônia, com o objivo d psquisar dmobosa Rodrius, no Musu Boânico d Manaus. rafa línuas indínas, prmiiu-lh colar no Dono d srinal, colou radição oral no Rio Pará um rico marial d liraura oral, ploNro, publicando 35 rlaos m dição bilínu. rando os dados linuísicos nl conidos. A parir Morru m Blém do Pará (AMORIM 1987). dss corpus , ralizou um conjuno d obsrvaçõs audas para rcorar uma ralidad sociolinuís A imporância dsss auors na hisória da ica daquilo qu l próprio já dnominava como liraura brasilira ainda não oi dvidamn ava- “língua posta em contato com outra” , qu só muio liada, apsar d isirm alumas vidências sobr mais ard, na década d 1950-60, sria objo d o papl dsmpnhado por ls como inspiradors sudo da linuísica conmporâna. Procupado do movimno modrnisa, não só para a linua- com as modifcaçõs soridas plas línuas m m, como ambém para a rama d suas obras pioniras. Mário d Andrad, com Macunaíma , 2 D uma canção rcolhida no Pará por Couo d Maalhãs m Raul Bopp, com Cobra Norato, alvz nham sido 1874, quando ainda ra canada com muia rquência. traatraaos scriors qu mais dívidas conraíram com s d um o bilínu poruuês-nhnau, ond ambas ls, conorm o dslumbramno manisado línuas conviviam m siuação d bilinuismo coordnado, sm qu houvss prdomínio d uma ou oura (Maalhãs por Bopp, quando dscobriu os mios amazônicos 1876:89). Sinifca: “Te mandei um passarinho, dentro de uma colados por Brandão Amorim (1987, p. 9): gaiolinha, pintadinho de amarelo, e bonito como você.” você.” jo sé ri ba ma r b es sa r ei re | nh ee ng at u e po rt ug uê s re gi on a l
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conao, l sablcu rês príodos marcans das rlaçõs nr o poruuês a Línua gral, qu l dnomina nhnau:
padrõs onolóicos sináicos. O auor idnifcou alumas quadras d posia popular, ond “os vocábulos da língua absorvida desaparecem na língua absorvente”, prmancndo, no nano, períodoo de justap justaposição osição, ao qual prnc a lra aluns vsíios da primira: “O estilo, as compa1. O períod da canção m píra, canada plas populaçõs rações, algumas ormas gramaticais e algumas altemsiças do inrior do Pará. O auor rcolhu rações de sons.” emplifca com uma oada, cuja ouras cançõs como ssa, odas las caracrizadas lra sá m poruuês, porém a música, canada por “versos compostos simultaneamente nas duas lín- plos índios há quinhnos anos, “quase não soreu guas” guas ” , ou sja, com os bilínus – alrnando alteração”. Cia ainda uma vrsão, rcolhida por simricamn poruuês Línua gral – m qu l m 1861, m Ouro Pro (Mg), qu coném a mérica a rima azm par consiuiva da uni- um sisma similar d imans ao da quadra rcodad ual. Concluiu qu las oram produzidas lhida no Pará (MAgALHÃeS 1876b, p. 90): numa época m qu ambas as línuas ram “popuVamos dar a despedida, / Como deu a pintassilva; lares” conviviam m siuação d bilinuismo, Adeus, coração de prata, prata, / Perdição da minha vida! l ínguas entram na composição, com seus pois “as duas línguas Vamos dar a despedida, /Como deu a saracura, vocábulos puros, sem que estes soram modicação” . Foi andando, oi dizendo: / Mal de amores não tem cura. (MAgALHÃeS 1876b, pp.89-90). esa priodização ia por Couo d Maa2. O sundo príodo é caracrizado pla pro- lhãs é produo d um diáloo qu l manv dução d vários os bilínus d inspiração com as ciências naurais com as ciências sociais popular, ainda na prspciva do auor, nos quais nascns. A sua abordam da línua, da oralidsaparc a simria nr as duas línuas, como dad dos mios s aproima basan dos procna suin quadra, rcolhida ambém no Pará: dimnos qu oram adoados posriormn pla linuísica pla anropoloia. el romou, por Vamos dar a despedida, mandu sarará mplo, as rprsnaçõs d línua do romanComo deu o passarinho, mandu sarará ismo almão, m spcial d Humbold (1767Bateu asa, oi-se embora, mandu sarará 1835), qu considra cada línua como doada d Deixou a pena no ninho, mandu sarará 3 uma sruura própria, ro do pnsamno Ns caso, o dsnvolvimno máico do da culura d cada povo , porano, um lmno poma sá m poruuês, prmancndo m Lín- crucial d idnidad coliva. Sua oriinalidad, ua gral apnas o sribilho. Couo d Maa- porém, consisiu no ao d qu l sndu ssa rprsnação para as línuas indínas, o qu prlhãs obsrva aí uma ndência, ond miiu obsrvar as siuaçõs hisóricas d línuas pouco a pouco uma línua prdomina só fcam da m conao aé não inoradas, possibiliou oura alumas palavras qu, ou não êm corrspon- abordar o bilinuismo como orma d idnidn na línua qu nd a absorvr a oura, ou são dad rional, omando um cro disanciamno mais suavs para o sisma audiivo da raça qu vai da concpção d línua nacional, hmônica sobrvivndo (MAgALHÃeS 1876b, p. 90). na época. Dsa orma, indpndnmn dos prssuposos românicos, os dados qu l colou 3. No rciro príodo, o o é monolínu, m nos prmim azr oura liura da qusão. poruuês, mas sá imprnado d marcas da lín A priod priodizaçã izaçãoo por l sab sablc lcida ida oi ruo ua qu dsaparcu, incluindo mprésimos d da obsrvação das divrsas comunidads qu oi nconrando ao lono do rio Amazonas. A rivindi3 todoro Sampaio risra mandu como sndo uma av cação d um status lirário para a produção dssas pquna, da amília das Bucconina; sarará como uma spéci vrsõs bilínus é o rconhcimno d qu sas d mariposa ambém como um pássaro (SAMPAIO 1955, alas misas não são produzidas por “semilíngues”, pp. 278-313). jo sé ri ba ma r b es sa r ei re | nh ee ng at u e po rt ug uê s re gi on a l
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sm compência plna m nnhuma das duas línuas, mas consium “um modo legítimo de comunicação” (ROMAINe 1995, p. 6). Ns snido, o auor s disancia do ‘snso comum’ das políicas d línuas, qu considram sas ormas d oranização social a própria divrsidad como um prio para a hmonia da língua do poder , na prssão adoada por Andrson (1983). As obsrvaçõs d Couo d Maalhãs são imporans porqu orncm alumas pisas para a hisória social das línuas no Brasil, cujas rajórias aé hoj não oram sufcinmn sudadas, criando um rand silêncio sobr o procsso hisórico do conao nr las. Couo d Maalhãs dbau com os críicos qu “chasquaram a propósio d mus sudos d línuas aniuidads indínas”, colocando m dúvida a uilidad qu podiam r. Numa cara diriida a Joaquim Srra, aprsna rês ors razõs qu jusifcavam suas psquisas: 1º Qualqur sudo io com sridad az avançar o conhcimno , por mais absrao qu parça, cdo ou ard, raz sus ruos práicos; 2º S “aé a mais misrávl plana d nossos campos” “o mais rud pobr minral d nossos mons” mrcm sr sudados, dscrios classifcados, “muio “muio mais nobr úil é sudar, dscrvr classifcar o homm amricano”; 3º O conhcimno das socidads naivas pod ajudar a inrar um milhão d índios à conomia brasilira, com um cuso muio abaio do qu s asava com a imiração d colonos uropus (MAgALHÃeS 1975, p.137). el compla: eis aí a razão pla qual m ddiqui coninuari a ddicar-m ao sudo das línuas slvans ao d assunos rlaivos aos índios. Há brasiliros qu conhcm sudam nr nós o hbru, o árab o sânscrio. É, pois, naural, qu haja aluns qu s ddiqum ao sudo das curiosas ricas línuas dos slvans, d sua rra, sudo a qu s prnd, como mosri, a solução d um problma imporan (p.140).
Jusifcada a rlvância do ma, o dba podia, nfm, nrar no mério da qusão: a imam consruída por Couo d Maalhãs sobr o índio o lado d suas manisaçõs lirárias.
“Que o índio nenhuma tradição nos legou é ato sabido e não carece de prova”, scrvu, conundn, um dos críicos, ciado por Sílvio Romro, acionando prconcios da socidad nacional, ao nar qualqur conribuição indína à culura brasilira (ROMeRO 1888, p. 59). O discurso colonialisa havia dsqualifcado a posia os mios indínas, considrando-os como uma manisação “menor, grosseira e extravagante, ruto da superstição” rcusando-s a nquadrálos no campo da liraura, por s raar d uma laboração m línuas áraas, “ rudimentares e ”, aladas por povos “atrasados”. Couo incompletas ”, d Maalhãs conra-arumna. el aé admi qu a ala d rfnamno pod isir ano nas “crenças selvagens como nas superstições cristã s”, s”, mas sur qu, m ambos os casos, para avaliar as qualidads séicas d uma obra, o sudioso dv aminá-la com rior, o qu rqur inaplavlmn o conhcimno da línua m qu la oi produzida. No caso das narraivas indínas, l advr qu o psquisador pod s surprndr, ao dscobrir “a notável e prounda losoa e poesia que elas encerram encerram”. ”. Lmbra qu mbora o su rabalho sja o d um simpls colcionador d narraivas indínas, prsava um rand srviço à Filoloia à Anropoloia ao publicar os mios numa línua upi (MAgALHÃeS 1975, p.108). ess vai sr um dos primiros princípios modolóicos qu norou o su rabalho d cola da liraura oral: o conhcimno da línua, sm o qual qualqur juízo críico sá invalidado. A norafa modrna só comça a isir no início do século xx, a parir do momno m qu o psquisador roca su abin d rabalho plo luar ond vai uar sua própria psquisa, aravés da obsrvação dira. Para obr rior prcisão na cola dscrição dos aos obsrvados, o rabalho d campo i qu o nóloo nha domínio da línua da culura qu l suda. Franz Boas (1858-1942), um dos undadors da norafa modrna, oi o primiro a mosrar qu a radição oral dvia sr rcolhida plo próprio nóloo na línua d sus inrlocuors (LAPLANtINe 1987, pp. 75 78). Décadas ans d Boas, Couo d Maalhãs v a inuição sobr a imporância do conhcimno da línua, a parir d uma ncssidad sn-
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ida na própria pl, m dois pisódios cruciais narrados por l. O primiro aconcu duran a urra do Parauai. el viajava uma noi plo rio, a bordo d um vapor, dscansando no passadiço, dbaio do qual um rupo d marinhiros s disraía convrsando. Ouviu, não, um dls, aplidado “Para-udo”, flho d índios Kadiwu, conar uma séri d hisórias m qu o jabui ra o prsonam principal. “Foi esta a primeira vez que minha atenção oi despertada para os mitos nacionais”, comna. No nano, l não consuiu nndr par da narraiva, porqu apsar d ia m poruuês, ra inrcalada, d vz m quando, com prssõs m Línua gral, inraduzívis. Nss momno, prcbu qu, sm o acsso à línua, não ra possívl nndr os mios (MAgALHÃeS 1975, p. 107). Uma alrnaiva podia sr rcorrr ao raduor raduor,, como ocorru no ouro pisódio qu l vivnciou, m 1865, duran uma sadia d quaro mss nas cachoiras da Iaboca, no tocanins, ond havia nauraado. Uma noi, o uaua dos índios Anambé narrou-lh a lnda d Ciuci, “inlizmn no mpo m qu u não alava ainda a línua m qu, porano, para nndr o qu l dizia, ncssiava d srvir-m d um inérpr”. Couo d Maalhãs dsconfou da vrsão raduzida. Insaisio, publicou-a assim msmo, aprsnando Ciuci como uma spéci d “ada indína”, uma vlha ulosa, qu vivia prsuida por rna om. Mas dcidiu aprndr a línua para, d orma mais fddina, “rcolhr uma radição mlhor do qu sa qu colii m 1865, quando apnas comçara mus sudos dsa maéria” (MAgALHÃeS 1975, p. 131). Dpois dsss dois pisódios, Couo d Maalhãs comça a aprndr a Línua gral ou Nhnau, alada por índios msiços da Amazônia, para assim apropriar-s da liraura oral qu circulava nssa línua. O conhcimno dla lh prmi, nr ouras coisas, criicar os raduzidos no passado plos jsuías, como alumas oraçõs, qu l condna por srm s rm raduçõs lirais, sm snido alum para os índios, quando o qu os missionários dvriam r io ra “conservar o sentido elmente e traduzi-lo de modo que o selvagem entenda esse pensamento” pensamento” . Um mplo d sua proposa pod sr nconrado na vrsão do
auo d baismo do no d D. Pdro II, ia m Nhnau plo próprio Couo d Maalhãs. el raduziu a palavra ‘imprador’ plo vocábulo ‘muruxáua reté’ – rand ch, ‘baismo’ pla prssão upi ‘cerúcaçáua’ – crimônia d imposição do nom ao rcém-nascido, da msma orma qu ‘conslhiros d sado’, ‘dpuados’, ‘snadors’ ‘corpo diplomáico’ passaram a furar m Nhnau como ‘homns d ovrno da nossa pária’ ‘homns d ovrno d ouras párias’. Ao rcusar a radução liral, l pondra: “Traduzindo em uma língua viva não me era lícito o uso de expressões que nela não são inteligíveis” (MAgALHÃeS 1975, pp. 134-137). Sua procupação úlima ra, m ralidad, com as manisaçõs lirárias. A línua lh inrssava como insrumno d cola, d risro d comprnsão da radição oral. Na mdida m qu não ra viávl para isso o uso d inérprs d raduors, a aprndizam da línua s azia indispnsávl. É quando Couo d Maalhãs oraniza uma viam ao Pará com o objivo spcífco d aprndr Nhnau. Adquiriu ana habilidad m su uso, qu chou a sr considrado “o mais prio conhcdor do nhihinau no Brasil” plo bispo do Amazonas, D. José Lournço, auor d um cacismo crisão scrio nssa línua (MAgALHÃeS 1975, p.17). Num dpoimno sobr sua compência m línuas indínas, Couo d Maalhãs (1975) z a suin auoavaliação: eu só conhço bm uma línua na qual alo scrvo, qu é o upi ou Nhnau, qu s alava m quas odo o esado d São Paulo ao mpo d Anchia, m quas odo o Brasil; conhço mal o uarani, qu aprndi com os prisioniros parauaios qu fzmos quando comandi as orças d Mao grosso, isso só para lr; não alo nm scrvo; conhço alumas rass do Caiapó carajá nada mais (p.145).
O inrss plo conhcimno do Nhnau não s limiou ao su uso na ala na scria, havndo ddicado sudos spcífcos, qu culminaram na publicação d uma ramáica dscriiva, loiada por uns criicada por ouros. Silvio Romro, por mplo, qu não alava a línua, considrou-a como sndo d “pequeno alcance
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cientíco” (ROMeRO 1888, p.140). O cro é qu a parir dssa dscrição, Couo d Maalhãs oranizou um curso d Línua gral, sundo o méodo d Ollndor, “método que os modernos lólogos europeus hão inventado para vulgarização das línguas vivas (VII) . Os rcícios ramaicais qu l propõ para o su nsino, na opinião do bispo do Amazonas, “estavam tão de acordo com a língua tupi, que qualquer índio da vasta região do Rio Negro e Alto Solimões os entendia acilmente ” (MAgALHÃeS 1975, p.17). O discurso nocênrico colonialisa qu considrava as línuas indínas como “línuas pobrs, dsariculadas, ininliívis, incapazs d prssar posia” é ruado com podrosa arumnação por Couo d Maalhãs, para qum as línuas indínas nriqucm o parimônio nacional. A línua ra para l, psquisador, um insrumno do rabalho d campo qu lh prmiia pnsar snir as moçõs das manisaçõs lirárias indínas, da riquza da radição oral, conorm conssa, num o qu Franz Boas ou Malinowski cramn assinariam mbaio (MAgALHÃeS 1975): Como houvss mprado quas odo o ano d 1873 m sudar a orma amazônica da línua upi, com a qual consui amiliarizar-m, achi-m prparado com o principal mais indispnsávl insrumno para par a obsrvação (...) daquilo qu cada povo m d mais ínimo, scapa quas complamn à obsrvação dos viajans, nquano não pudrm alar a línua do slvam. Pud assim consuir par da prciosa mioloia zoolóica da amília upi (p.105).
usa adjivos como “atrasadas”, “rudes”, “rudi”, aé msmo para liimar mentares”, “selvagens ”, su discurso, nquadrando-o na ciência d su mpo; no nano, quando s rr a drminadas nias com as quais convivu qu podm sr idnifcadas no mpo no spaço, os adjivos bela língua tupi, suas admiráveis inssão ouros: “ A bela tituições amiliares amiliares” ” , c. (MAgALHÃeS 1975, pp 69 136). O araso, ns caso, não implica mais inrioridad passa aé msmo a sr virud. el próprio rvla o impaco qu soru ao dscobrir no início da cola a sofsicação dos mios indínas (MAgALHÃeS 1975): eu sava muio lon d supor qu isiss isi ss nos slvans do Brasil, qu ainiram ão pquno p quno rau d culura inlcual, um sisma miolóico idênico m subsância ao sisma dos vdas (p.107).
O Selvagem, considrado plo su auor como “o monumento mais autêntico e curioso que se tem até hoje publicado” sobr a produção inlcual indína, coném hisórias oriinais blas, qu alam por si msmas d uma hrança lirária milnar, basada no coidiano, nas crnças vivências dos índios, colocando-nos m conao com um mundo ond a ransmissão oral é um canal imporan d aprndizam da vida social rliiosa, qu assura rproduz as ormas d vida. Maravilhado com a colção d nov “lndas da raposa” qu l rcolhu – “verdadeiro colar de pedras nas, tanto pelo espírito e animação do enredo, como pelo laconismo, sobriedade das cenas e clareza” – não hsia m siuá-las no quadro da liraura univrsal, afrmando qu las “ soreriam, sem desmerecer, o conronto com as ábulas de Esopo, Fedro e Laontaine” . em oura passam, Couo d Maalhãs compara os mios colados com “os poemas de Homero, os Niedelugen, os poemas de Ossian” , susnando qu os primiros,
Couo d Maalhãs, para sudar os mios, oi s diando aprisionar, no procsso d cola da radição oral, pla oriinalidad blza das narraivas indínas. talvz não sja arado afrmar qu a simpaia dl plos índios vio aravés das manisaçõs lirárias. Apaionoudbaio do pono d visa anropolóico são mais s plos índios, porqu conhcu rndu-s aos imporans, por srm os vsíios da liraura ncanos d suas criaçõs lirárias. Aí, não, l sponâna d um povo ans qu qualqur ênro d fcou dividido nr o araso dos índios dndido convnção, inrss ou spírio d sia parido houplas orias dominans d sua época a blza vss modifcado as produçõs sponânas do spírio da liraura oral indína, qu l ia rcolhndo. humano (MAgALHÃeS 1975, pp. 105, 126-128). toda a sua obra sá marcada por ssa conradição: cada vz qu s rr nricamn às Couo d Maalhãs prcb o snido simsocidads indínas, num plano mais órico, bólico dos mios, mas conssa qu lh alam jo sé ri ba ma r b es sa r ei re | nh ee ng at u e po rt ug uê s re gi on a l
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mais qu amamnavam; como não inham nm lmnos d comparação para podr diriir sus podiam r um códio d lis para a caça, inham um sudos nssa dirção. O qu não passa a lh prcio rliioso. ess cono, assim como odos os inrssar é a unção ducaiva, basan clara, ouros, ncrra uma prounda lição d moral (p. 84). da radição oral. emplifca com os dz pisódios qu colou, rlacionados ao jabui, odos Couo d Maalhãs propõ um modlo d ls imainados com o objivo “de azer entrar no pensamento do selvagem a crença na supremacia críica para as manisaçõs d liraura oral, parda inteligência sobre a orça ísica” ísica” (MAgALHÃeS indo d caracrísicas das línuas áraas, “muito mais lacônicas e muito menos analíticas” do qu as 1975): línuas scrias, subsiuindo com muia rquência Cada vz qu rio na sinularidad do poa indí- um lono raciocínio por imans aparnmn na d scolhr o prudn ardo jabui para vn- dsconas para um obsrvador mnos ano cr os mais adianados animais d nossa auna, fca- (MAgALHÃeS 1975). m vidn qu o fm dssas lndas ra alamn civilizador, mbora a moral nlas nsinada divirja m muios ponos da moral crisã (p. 110).
el vai irar alumas conclusõs oriinais. S o qu disinu um povo bárbaro é a crnça d qu a orça ísica val mais do qu a orça inlcual, não, nsinar o conrário “equivale a inundirlhe o desejo de cultivar e aumentar sua inteligência” (MAgALHÃeS 1975, p.110) . Ns caso, o povo qu criou ssas narraivas dmonsra um alo rau d civilização, sáio ainido plos índios aravés d suas manisaçõs lirárias. Mas isso nm smpr oi prcbido dsa orma. Nouro capíulo rlaivo às divindads, Couo d Maalhãs comna uma das narraivas orais qu colou: a hisória d um índio qu chou uma vada rcém-parida, qu ainda amamnava. Quando oi apanhar sua prsa, dscobriu qu havia sido víima d uma ilusão do Anhana: a vada qu l prsuia ra sua própria mã qu jazia mora no chão. Os missionários inrpraram a ação d Anhana como sndo produo d uma nidad maléfca com podrs d azr o mal conra os homns. Couo d Maalhãs, discordando dos missionários, dnd qu “por muito rude e bárbara que, à primeira vista, pareça uma instituição qualquer de um povo, ela deve ser estudada com res peito” (MAgALHÃeS 1975):
A posia d nosso nossoss slvans é assim: o mais noávl é qu o nosso povo, srvindo-s aliás do poruuês, modifcou a sua posia radicional pla dos índios. Aquls Aqul s qu êm ouvido no inrior d nossas províncias ssas danças canadas, qu, com os noms d carê, cururu, dança d minuanos ouras, viram dos upis incorporar-s ão inimamn aos hábios nacionais, noarão qu d ordinário parc não havr no alum nr os mmbros d uma quadra (p. 65).
Sundo l, só é possívl prcbr o no das idias nr imans aparnmn dsconas, s or lvado m considração o princípio pri ncípio d qu, para os índios, a palavra alada é mais um mio d auiliar a mmória do qu um mio d raduzir as imprssõs. el diz qu aplicou ss princípio d críica à posia popular, sobrudo aos canos das populaçõs msiças, proundamn marcados pla hrança indína, obv rsulados surprndns. Dscobriu qu suprindo-s por palavras o no qu ala às imans prssadas por ls m ormas lacônicas, s rvla um pnsamno nérico às vzs d uma posia prounda d inimiávl blza, apsar do osco laconismo da ras (MAgALHÃeS 1975, pp. 64-65).
Sílvio Romro, qu dcididamn não simpaiza com o auor d O Selvagem, admi, no nano, qu l adquiriu um imporan luar na eis aí uma ação dmoníaca, dirão. Não, dio u, sa liraura brasilira apnas pla par d su livro ação não rpuna a uma divindad. É ncssário supreciosíssima” ” “que contém as lendas selvagens e que é preciosíssima dar sas coisas dbaio do msmo pono d visa d qum as imainou; os índios inham na caça o su (ROMeRO 1888, p.140). em conrência para o ricnnário d Ansusno; o insino lhs indicara qu dsruiriam dsruiria m acilmn ss susno s não poupassm a vida dos ani- chia, publicada m olho m 1897 – um d sus
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úlimos rabalhos – Couo d Maalhãs lamna qu haja sobrado muio pouco da liraura oriinal dos índios, mas qu ainda ra mpo d colii-las nr as ribos qu sobrvivram. Posula qu par da posia popular m línua poruusa é coninuação da posia indína, sndo ncssário ambém coninuar o rabalho d Sílvio Romro d cola, ranscrição publicação dss marial doando “a nossa pátria de tesouro, com valor superior aos arremedos da literatura europeia, com que enchem nossa imprensa (MAgALHÃeS 1975, p. 156). A hisoriadora Maria Hlna Machado, qu rcnmn dscobriu publicou o Diário Íntimo d Couo d Maalhãs afrma com muia propridad qu
simpáico à população indína msiça, buscando valorizá-la nquano vrdadira mais fl rprsnan da nacionalidad brasilira (MACHADO 1998, p. 13).
Quando s discuia ainda o indianismo como insrumno d consrução da idnidad nacional, Couo d Maalhãs rcolocou a máica indína m bass mais objivas, o bjivas, rirando-a do rrno do olclor, “do pitoresco, do plano sim plesmente sentimental a que qu e o romance de Alencar Alenc ar e a poesia de Gonçalves Dias, sem dúvida respeitáveis, o haviam conduzido (MOReIRA 1975, p. 10). Com paião, mas sobrudo com méodo, l implodiu a norafa anasiada vin, qu rduzia os índios aos padrõs dos romancs d apsar do pano d undo volucionisa, próprio a cavalaria propôs um novo caminho, qu acasu mpo, ‘O Slvam’ é inqusionavlmn bou alimnando o movimno modrnisa.
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enômenos de usos linguísticos: alt a ltee r n â n c i a d e c ó d i g o Clarice Nadir von Borstel é Douora m Lin-
uísica pla Univrsidad Fdral do Rio d Janiro Prossora Associada d Linuísica da Univrsidad esadual do Os do Paraná
resumo
abs a bs t r ac actt
introdução
o à roação qu é própria à linuam, ou sja, às liuras qu possibiliam variados ânulos ra jórias a rspio da Sociolinuísica sob o pono d visa da Pramáica. Alumas vzs m pruni o qu sava azndo m mio a sudos linuísicos ão marinalizados plos ramáicos, rasrando uma oria da linuam qu oss capaz d mosrar um aquém ou além das prspcivas da Linuísica sobr a linuam m sus usos limis, ond s ala um sisma não linuísico (o aramaical) ou ond a línua s orna ral/virual no ao d alar, ou m muios aos d ala ainda por vir. Prcb-s qu sa busca d sudos da hibridização linuísica s dá pela na dirnça da linuam nas práicas coidianas (o uso da línua) do usuário insrido m comunidads d várias culuras línuas híbridas.
A proposa ds o é discui discuirr os nômnos d usos linuísicos, a alrnância d códio, uilizado m nunciados por alans (i)mirans do Brasildeutsch, do talian, do alar do portunh polaco do portunhol/gua ol/guarani rani-japor -japorá á m inraçõs comunicaivas m comunidads inrénicas, na rião os do Paraná, ronira Brasil/Parauai da divisa com o sado do Mao grosso do Sul. A anális inrpração dss nunciados m como supor o Modlo d Sisma d Línua Bas o Modlo d Línua Inroduzida d Myrs-Scoon (1992; 1993; 1997). Rsulados indicam qu a scolha do uso da alrnância d códio dpnd das rlaçõs d amizads /ou solidaridad nr os inrlocuors d conhcimnos linuísicos comparilhados plos msmos, dmonsrando a sua prssão d laldad com sua idnidad énica/culural.
es sudo m como objivo rir sobr a alrnância d códio ( code switching ) m comunidads inrénicas na rião do os paranans, a parir dos dados psquisados no msrado, no douorado m projos insiucionais após o douorado m sociolinuísica/pramáica. Passado mais d uma década da aprsnação da dissração (sob a orinação d Paulino Vandrsn, na UFSC) mais d oio anos da dsa da s (sob a orinação d Jürn Hy, na UFRJ). Ambas com rrências às psquisas sobr alrnância d códio m comunidads inrénicas d línuas m conao, a oporunidad d rvisiar inrprar dados anios novos, ss rouram alumas crzas ouras anas prunas qu osaria d comparilhar rir ao lançar s
th objciv o his is o discuss abou h usa o linuisic phnomna, h cod swichin, usd in samns o (i)mirans spakrs o h Brasildeutsch, talian, Portuguese/ Polish spch and o h port portunho unhol/gu l/guar araniani-japo japorá rá in communicaiv inracions in inrhnic communiis, h ws rion o Paraná sa, h Brazil/Parauay bordr and h vr wih Mao grosso do Sul sa. th analysis and inrpraion o hs samns hav, as suppor, h Lanua Bas Sysm Modl and h Myrs-Scoon Inroducd Lanua Modl (1992; 1993; 1997). Rsuls poin ou ha h choic o h usa o h cod swichin dpnds on h rlaions o rindships and/or solidariy bwn h inrlocuors and i dpnds on linuisic knowld shard by hm, showin is prssion o loyaly wih is culural and hnical idniy.
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O rmo hibridização, uilizado por mim ns rabalho nos úlimos arios sobr línuas em de conao sob a concpção d Hy (2003) publicados m priódicos, rr-s ao concio dado por Bakhin, a “uma hibridização involunária inconscin [...] uma modalidad mais imporan da isência hisórica das ransormaçõs das linuans” (1998, p. 156). Porano, nsa rião d comunidads d alas inrénicas, as línuas s ransormam hisórica culuralmn na mmória dos usuários d imirans d sus dscndns por mio d uma hibridização d misuras d línuas, ransrências ramaicais licais da alrnância d códio d divrsas línuas, sndo qu sas coism no cnário d variaçõs linuísicas d uma msma línua nacional com ouras línuas énicas. Ns momno osaria apnas d razr, para sa rão d avaliação mais ampla ds sudo sobr o uso da alrnância d códio nr os usuários m comunidads inrénicas, a orça indaadora dsas muaçõs qu s procssam nas nunciaçõs sínicas conmporânas qu êm iido das orias linuísicas, lirárias smióicas d modo ral uma rormulação d suas sraéias d rrnciais óricos. Prcb-s, Pr cb-s, nas colocaçõs d Almida (2003), qu a inrvnção proposa por Dluz guaari no campo das Ciências Humanas m sido convocada ns sorço qu s vê, m vários campos do pnsamno (nas ciências, na flosofa, na linuísica nas ars), d rpnsar sobr s obr a hibridização linuísica culural, a parir da qual nosso mundo conmporâno az uso dos sinos, ralidad subjividad, nr visívis nunciávis nos procssos qu são na bas da produção d práicas coidianas do uso d línuas sob a visão da sociolinuísica da pramáica, d aors socioculurais inrlinuísicos. a e t n o g r a i a da co mu n i ca ç ã o: interlinguística e sociocul sociocultural tural
A dscrição noráfca social ds sudo d comunidads urbanas d bas rural d rupos énicos d imiração d miração sablcidos dsd a década d cinquna do século passado
nsa rião da Cosa Os Paranans é vidnciada por rupos qu quando aqui s nraizaram inham pouca scolarização, ou sja, m orno d quaro anos d scola básica, assim ndo por méodos d rabalho qu não aprsnavam uma ormação profssional d urbanização (Borsl, 1992; 1999; 2003; 2005). D um pono d visa objivo prcbu-s, nss nrvisados, uma radição, ou radução, culural arícola. Para Bhabha (2001), o rmo radição vm a sr uma radução culural/énica, pois udo qu s ransmi d ração a ração não é d orma passiva iual, sim por uma nova manira d ransmissão criaiva /ou por mio d conios inrénicos, dado qu ss rupos énicos imirans sus dscndns s achavam ormn idnifcados simaizados pla socidad urbana, ou plos próprios rupos inrénicos uropus. Isso sinifca, m primiro luar, a prpuação do snimno posiivo m rlação ao ao d sr da ára rural d ração m ração: “A nossa amília dsd qu vio morar aqui, smpr morou na colônia.” em minhas psquisas, s nunciado oi dado ano na comunidad d Marchal Cândido Rondon como na d Paloina (Borsl, 1992; 2003; 2005). Nsa rião, d comunidads pluriénicas, há uma radição culural arícola /ou rural com a qual ss imirans sus dscndns snms ormn idnifcados, o qu sinifca, m primiro luar, o snimno d sr da ára rural, ou como s diz nsa rião “da colônia”. Por um lado, o imiran sus dscndns oram, rqunmn, indivíduos mnosprzados. A palavra “colono” “colono” v, ainda m, um snido pjoraivo, iso é, aluém inênuo ddicado ao rabalho braçal m cujas inraçõs comunicaivas há um or hibridismo culural linuísico. Sr da ára rural, por consuin, não é ano sar sujio a uma ara spcífca, mas sim paricipar, iso é undamnal, d uma culura popular rural, na qual prdominam valors d idnifcação, ssnciais, qu irm, principalmn, m orno d “práicas sociais , ou d solidaridad” (Crau, 2001, p. 81). Por ouro, a culura rural m por undamno uma práica d rlaçõs amiliars, d vizinhanças d amizads muio ors, na rião. Além disso, diss o, dsaca-s ambém o ao d os par-
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icipans dsas psquisas rm um baio índic d scolaridad. Iso pod sr obsrvado nas inrlocuçõs dss usuários d imirans d sus dscndns, quando da hibridização linuísica inrénica muliculural rurbana, da miração da ára rural para urbana, ocorrndo variaçõs linuísicas no inrior d um nunciado, iso é, o rnconro, na arna ds nunciado, d duas consciências linuísicas culurais, uma, a nacional a oura, d minorias énicas d bas rural. Porém, ans d dscrvr o nraizamno nas comunidads dss rupos énicos, aprsno os apors óricos qu undamnaram as minhas psquisas noráfcas d campo dsd 1990, sobr a norafa da comunicação, a qual s caracriza por sus undamnos anropolóicos qu lh drminam um domínio d psquisa mais ampla sobr o sudo comparaivo /ou conrasivo dos comporamnos d inração comunicaiva m comunidads d alas m consiuir a comunicação m sisma culural al qual o parnsco, sob uma abordam inrdisciplinar consiuída pla enoloia, pla Linuísica pla Socioloia quando s raa da modoloia d campo, a qual é undamnada na obsrvação paricipaiva das práicas comunicaivas do coidiano nr os usuários d rupos énicos. A obsrvação paricipan m como objivo dscrvr os variados usos dos aos d ala m disinos ipos d aividads m dirns rupos sociais – sa modoloia oi concbida na década d sssna, do século xx, por gumprz (1964; 1978; 1982) Hyms (1967; 1972). As psquisas sobr as rlaçõs inrénicas m comunidads urbanas oriinaram-s nos sudos d gumprz, sob a prspciva d uma sociolinuísica inracional. essas abordans das “sraéias discursivas” da sociolinuísica inracional s basiam m psquisas d campo qu inrpram os dados mpíricos analisados idoloicamn (conômica, hisórica, culural, énica, rliiosa, nr ouros inrdiscursos) junamn com os aors inrnos rnos da línua d drminadas comunidads d ala, na mdida m qu naiza os procssos d comprnsão ral virual plos paricipans no dcorrr da inração comunicaiva plos inrlocuors, na nonação, na mudança d rimo, na alrnância d
códio, nr ouras inrências d usos linuísicos. A anális dsss procssos rpousa sobr a noção d conualização: os usos da línua, por locuors/ouvins, sinos vrbais/não-vrbais qu inram com o conhcimno d mundo no mpo spaço dos usuários m uma drminada comunidad d ala. A norafa da comunicação s propõ aos sudos mpíricos qu aprsnam inraçõs comunicaivas discursivas m um cnário d crnças, d açõs d normas, consiuivo d uma ralidad social culural. e é nssa ariculação, do linuísico do socioculural qu s sorçam m dscrvr, d modo minucioso, os sudos produzidos na inração comunicaiva nr os usuários ns rabalho d psquisa d campo nsa rião. Os sudos modolóicos, uilizados m minhas psquisas, ivram um carár mpírico, ou sja, z-s um dianósico da vivência ral d indivíduos oranizados m rupos énicos. Assim como m undamni nos sudos d gumprz, uilizi ambém o modlo d anális, proposo por Labov (1983; 1986), qu aborda a rlação línua/ socidad, no aspco virual ral d sismaizar as varians linuísicas, isns m drminadas comunidads d ala. Dsnvolvi psquisas noráfcas, na ára da Sociolinuísica da Pramáica, m qu duas écnicas são básicas para a cola d dados: a obsrvação paricipan qu m raízs no rabalho d gumprz (1964), qu a uilizou para obr amosras ravadas d inração d rupos; um roiro d nrvisas com bas m Labov (1986), pois oi l qum combinou sas duas écnicas d rabalho nos sudos sobr a variação mudança. A parir dsa associação, é possívl corrlacionar aos linuísicos socioculurais, para não obr um quadro mais níido da dirnciação dialal /ou variacional m comunidads d alas inrénicas. comunidades de ala de língua em e de contato
O rmo comunidade de ala , oriinalmn uilizado por Hyms (1967) como speech community ,
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quando do uso d linuam, é conciuado como ormas rnas d rulamnação da comunicação vrbal, ss vnos d ala são considrados no uncionamno d sisma d línua quando da inração comunicaiva nr os usuários d um drminado rupo sociolinuísico culural sob o viés da solidaridad da pramáica. Na comunidad d Marchal Cândido Rondon, com alans do Brasildeutsch (a hibridização linuísica d vários dialos almãs razidos para o Brasil, mais o almão insiucionalizado o poruuês brasiliro com suas variávis no sul do país); na comunidad d Paloina, com o talian (o alar ialiano brasiliro m siuaçõs d polilossia com raços dialais do ialiano normaivo m um procsso d hibridização com o poruuês brasiliro); m Vila Mararida, disrio d Marchal Cândido Rondon, com o alar polaco (raços dialais do alar polonês brasiliro com o poruuês brasiliro) na comunidad d guaíra, com o alar portunhol/guarani-jap portunhol/guarani-japorá orá (raços do léico do uarani parauaio “el guarani japorá 1” , do caslhano/spanhol o poruuês brasiliro), m um cnário sociolinuísico/pramáico ral, d aos inrculurais inrlinuísicos, nsa rião d divisa nr sados do Paraná Mao grosso do Sul roniras nr o Brasil Parauai. As línuas em de conao aprsnam-s como uma linuam inrculural dinâmica, inraiva inrdiscursiva, caracrizando a hronidad linuísica m socidads nas quais coism culuras disinas. O prcursor d sudos sociolinuísicos m siuação d conao nr línuas oi Winrich. Para o auor, bilinuismo é o uso de empregar duas línguas alternadamente pelo mesmo alante (1953, p. 01). Sus sudos caracrizaram odas as ormas d inuência inrlinuísica d inrrência /ou ransrência. Na liraura sobr os sudos d Hy (1983), SilvaCorvalán (1989) Homann (1991) prossum, m par, os sudos d Winrich Winrich (1953),
caracrizando odas as ormas d inuência inrlinuísica d inrrência /ou ransrência linuísica. S, para s, a ransrência oi sudada mais m âmbio inralinuísico, para os ouros, há ncssidad d considrar, ambém, os aspcos inrlinuísicos. Assim, as alrnâncias podm ocorrr inconscinmn plo alan bilínu, por aors mocionais siuacionais qu podm inunciar,, m odos os campos do sisma d uma inunciar línua: onolóico, morolóico, sináico, lical, smânico pramáico. ess nômnos d alrnâncias consaam-s mais no alar d jovns adulos do qu na população inanil, nsa úlima s dá mais a misura d línuas (grosjan, 1982; Homann, 1991; Borsl, 1999). Nas considraçõs d Haun (1973) sobr os mprésimos linuísicos d Hyms (1972) sobr a compência linuísica m comunidads inrénicas, quando dos sudos d línuas m conao, o nômno d ransrências linuísicas d uma línua para oura é mais rlvan do qu a inrpração do io do procsso d alrnância morolóica /ou onéica. Porém Dibold (1964, p. 97-112) diz qu a mudança, rsulan do procsso d bilingualization, é chamada d ransrência ou mprésimo linuísico, nquano para os anropóloos, s procsso d aprndizam é aculturação, o rsulado diso vm a sr o mprésimo. Há, porano, sundo sa abordam, dois aspcos a considrar: o procsso d aprndizam (bilinuismo, aculuração o io ds procsso) o d ransrências linuísicas mprésimo, ano ao nívl da línua quano ao da culura. Considrando a divrsidad linuísica d uma drminada línua ou m comunidads d ala qu azm o uso siuacional d uma msma línua /ou d dois códios linuísicos, as inrrlaçõs nr línua, culura, hisória socidad são muio complas , na maioria das vzs, sar rn-a-rn com uma covariação d nômnos d usos linuísicos sociais /ou muliculurais, az com qu sss nômnos linuísicos d 1 Nos sudos d Mliá (1992, p. 35), o alar japorá aprsna caracrísicas d um vrdadiro dialo do uarani parauaio, dsramaicalização não sjam acios ão acilm várias riõs do Parauai. Ainda, nas colocaçõs do auor, mn pla socidad como um odo. esss usos em realidad los “españoles”del Paraguay presentan cuatro orígenes d línua ivram maior aciação plos sudiosos dierentes: europeos, criollos, mestizos e indígenas; pero en todos ellos lo que prevalece es su carácter político, social y econômico, y somn a parir dos sudos qu s procupam com a línua a culura sob implicaçõs sociais. mucho menos el racial (op.ci. p. 61). clarice nadir von borstel | enômenos de usos linguísticos
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Assim, inrpram-s sudos d nômnos d usos d línua não d sisma d línua, sob a abordam d alrnância d códio. Como já ciado, anriormn, sss nômnos linuísicos dvm sr analisados sob o noqu da culura d aspcos inrlinuísicos m comunidads d ala mulilínus. Para o sudioso sociolinuísico, o objo d invsiação é a línua os aors socioculurais, no mpo hisórico no spaço oráfco qu condicionam a compência comunicaiva dos usuários. Daí, não, sr impossívl nar a divrsidad d variávis qu o poruuês brasiliro prssupõ, dadas as caracrísicas d ormação pluriculural mulilinuísica no Brasil, ano no passado quano no prsn da população brasilira m várias riõs do país. Ds modo, os usos d línuas nvolvm, conudo, aspcos idolóicos o sima qu ainda is m rlação a drminadas varidads, principalmn a drminadas comunidads d (i)mirans d roniras rupos rmanscns d naivos (povos indínas). Para aluns sudiosos da linuam, como Brown, línua culura “são inrinscamn inrliados, d modo qu uma não pod s sparar da oura sm a prda do sinifcado da línua ou da culura” (1994, p. 165). D manira qu, quando s dá a inração comunicaiva nr os usuários, smpr ocorrrá um procsso, chamado por Brown d aculuração nr comunidads rupos inrlinuísicos d ala. As línuas, línuas, cujos povos êm sismas sismas políicos, culurais conômicos mais lobalizados, sorm nômnos d ransrências linuísicas, mprésimos, alrnâncias ramaicais licais, misuras d línuas alrnância d códio nos nívis inrssninrss nncial, inrassnncial linuísico socioculural, bm mais acnuados, como pod sr obsrvado na população brasilira. No nosso país aprsnam-s siuaçõs das mais variadas, sobr o rmo bilinuismo, m comunidad inrénicas, Por “bilinuismo” “bilinuismo” nnd-s a siuação m qu coism duas línuas como mio d comunicação num drminado spaço social, ou sja, um sado siuacionalmn comparimnalizado d uso d duas línuas. Por “bilinualidad” os dirns sáios
disinos do bilinuismo, plos quais os indivíduos, poradors da condição d bilínu, passam na sua rajória d vida. Os sáios são visos como procssos siuacionalmn uídos dfnm, d orma dinâmica a bicompência linuísica, comunicaiva culural nas dirns épocas siuaçõs d vida (Hy, 2003, p. 233-234, grio do autor ).
A bilinualidad, como oi abordada acima, é dfnida como os dirns sáios d bilinuismo plo auor por Savdra (1994), ou, sundo Bans Bardsmor (1981; apud tion, 1998, p. 6), como um sado psicolóico, qu pod sr dfnido como um sado do indivíduo m qu o alan nha acsso ao uso d mais d um sisma linuísico. A ssa acssibilidad inclui-s um rand númro d aors não linuísicos, bm como o rau d acsso a cada códio linuísico, qu pod variar nr indivíduos bilínus. Sundo tion (1998, p. 7), o indivíduo bilínu m habilidad d prssar os sados odinâmicos (aividad da própria prsonalidad do indivíduo: priência pssoal, mnalidad, sado aivo mocional), aravés d sraéias d codifcar mais d uma línua. Ou, sundo Savdra (1994), o alan domina dois ou mais códios linuísicos disinos os uiliza, uncionalmn, m drminadas comunidads d ala m dirns ambins comunicaivos. Mas, para isso, é ncssário qu o indivíduo bilínu nha consciência d procssar ou usar duas ou mais línuas, d sr idnifcado m duas ou mais culuras, sr capaz d produzir mnsans m dois ou mais códios, com raços onéico/ onolóicos aciávis com domínio das rspcivas línuas, bm como sr capaz d pnsar m duas ou mais línuas dirns, d mnsans rlaadas, conroladas proramadas m códios siuaçõs dirns. ess aspcos mosram qu o alan bilínu inra, coninuamn, com o mio ambin m odos os sus componns (ísico, mocional, social, culural) , assim, consrói uma sruura d vida sávl caracriza-s com um comporamno disino único. esa inração é ssncial na aquisição linuísica da primira línua no aprndizado da sunda línua. Isso plica por qu uma das caracrísicas básicas do indivíduo
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bilínu é a idnidad culural com odas as suas scoras sociais. Homann (1991, p. 95), m sus sudos sobr línuas m conao, raa disinamn os raços d ala bilínu, no qu diz rspio às alrnâncias ramaicais licais, mprésimos, misuras d línua alrnância d códios. enrano, no campo da linuísica, não há cors claros d disinção ou abordans d comum acordo, para analisar ou dscrvr as dfniçõs, pois aluns raços ramaicais licais podm s cruzar m mpos, ou parcr conradiórios, assim como, m sparar os rmos licais do nômno d misura d línuas (code mixing ),), no caso, a orma plural do almão: die Ohrens (die Ohren – ‘as orlhas’), da alrnância d códio (Die Ohrens do papai sind gro β – ‘As orlhas d papai são rands’), ssa classifcação não é ão ácil quano parc sr. Para o auor, há raços oalmn noávis na ala d alans bilínus jovnss adul jovn adulos, os, quando as siuaçõs siuaçõs nunciaivas nunciaivas são dircionadas d um para ouro alan, ano m rlação aos raços d ransrências como d mprésimos, misuras d línuas (os raços são mais noávis m crianças, como no nunciado d um nrvisado do ênro masculino d oio anos d idad, dscndn d ialiano “... no sítio eu ajudo meu pai a plantar asoi e a tratar os animais... ah!... e o meu cavalim manhar ... come um bocado de capim...” ( asoi asoi > ijão cavalim manhar > cavalo com) m Borsl Doo (2002) alrnância d códios. também, nas colocaçõs d Macky (1968), assim como para grosjan, is uma dfnição nura d ransrência linuísica: a infuência involuntária de uma língua para outra (1982, p. 299), isso pod sr consaado m comunidads d ala d línuas em de conao, quando a alrnância ônica s dá d uma orma sponâna d uma línua para oura, plo usuário com su inrlocuor, com rocas d raços d oposiçõs quano à sonoridad, quano ao modo luars d ariculação das consoans das variaçõs das voais alas para as média-baias, ou mais ou mnos arrdondadas, ou vic-vrsa, na oralidad do indivíduo, qu as disinu dos nômnos d mprésimo (nos sudos d Cl, 2000, o uso mais rqun d palavras mprsadas são os subsanivos, adjivos os vrbos) alrnân-
cia d códio (nos sudos Myrs-Scoon, 1997, ocorr um procsso d sisma d línua bas um sisma d línua marcada no campo ramaical d duas línuas), os dois úlimos nômnos d usos linuísicos parcm qu são mnos involunários. D acordo com grosjan, um alan bilínu, quando ala a um monolínu, uiliza os nômnos d usos: a alrnância d códio mprésimos para podr s comunicar , por isso, iss o, dsvia-s das ormas linuísicas normaizadas /ou insiucionais. dados revisitados e novos sobre alte a lte r n â nc i a d e có di g o n a co s ta oeste paranaense
Nsa anális sociolinuísica inrpraiva, aprsnam-s casos spcífcos d alrnância d códio do Brasildeutsch, do talian, do alar polac polacoo, portunhol/guarani-japorá do poruuês brasiliro ao nívl inrassnncial, sob uma prspciva ramaical sociopramáica. As psquisas abordadas ns sudo, sobr o nômno d alrnância d códio, vêm a sr uma orma oalmn normal muio comum m inraçõs comunicaivas d alans mulilínus na rião. es nômno rqur a compência comunicaiva do alan, com rlação ao uso das línuas m convrsaçõs, iso é, num rau maior ou mnor d compência /ou profciência linuísica da aquisição da línua marna vrnácula énica (do imiran , ou su dscndn); no uso d duas línuas ao msmo mpo. Por isso, é ncssário r m cona as noçõs ramaicais rlvans da alrnância d códio. esas noçõs podm sr usadas nas duas línuas, para caracrizar os casos do alar spcífco d nômnos d usos d alrnância inrassnncial rlaar os vários aspcos sociopramáicos uilizados. Ns snido, obsrvam-s os aspcos ramaicais rlvans nas comunidads d alas inrlinuísicas invsiadas como a d Marchal Cândido Rondon com o Brasildeutsch, m Paloina, com o talian, na Vila Mararida, disrio d Marchal Cân polacos os m guaíra, dido Rondon, com o alar dos polac portunhol/gua ol/guaran rani-japo i-japorá rá : (1) a qu nsão com o portunh
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os nômnos snnciais licais são visos numa msma prspciva? Iso é, srá qu s pod vr a qu nsão os padrõs da snnça drivam da inração nr os dois sismas licais?; (2) a qu nsão os lmnos licais d duas línuas são s ão nvolvidos, qual o su papl como podriam sr caracrizados no Modlo d Línua Inroduzida no Modlo d Sisma da Línua Bas? a a n á l i s e do e n ô me n o de alte a lte rn â n c i a de có di g o se g u n d o o modelo de língua introduzida e o modelo do sistema de língua base
Nas nunciaçõs comunicaivas abaio, consaou-s qu os nrvisados usaram a alrnância d códio como rramna, para indar suas próprias prcpçõs, assim como as prcpçõs d sus inrlocuors, m suas inraçõs, ao usar o códio marcado /ou inroduzido (o poruuês brasiliro /ou a línua dos imirans sus dscndns). Uma das prmissas do Modlo d Línua Marcado /ou Inroduzido é qu as pssoas são, nauralmn, prdisposas a usar plorar suas scolhas linuísicas como rramnas, para indar suas próprias prcpçõs, assim como, rspiar as suas próprias as dos ouros (MYeRS-SCOttON, 1992, p. 479). Os paricipans d uma convrsa podm conar com sus companhiros /ou inrlocuors, para cooprar m sruurar suas nunciaçõs sobr o Princípio d Coopração d gric (1975). A oura prmissa do Modlo Inroduzido é qu os alans d uma inração comunicaiva prsam anção aos marcadors indadors rlaivos às scolhas d códio d uma drminada comunidad d ala /ou d su inrlocuor i nrlocuor.. Iso é, odo alan m uma oria naural ou inaa d marcadors indadors d sua comunidad d ala. Os alans d Marchal Cândido Rondon azm uso da alrnância d códio, somn com o Brasildeutsch, iso é, com a línua m uso nsa comunidad d ala bilínu. Por isso, os alans dsnvolvm uma prcpção na qual o códio poruuês brasiliro é mais dsprcbido na inração do Brasildeutsch.
O códio poruuês ou almão pod r um im indado, a parir dos “Dirios” “Dvrs”, auardado com pcaiva na inração comunicaiva dss alans; na comunidad d ala d Marchal Cândido Rondon, as rds d comunicação amiliar ainda são ors manêm o Brasildeutsch aravés das raçõs mais vlhas das irjas. Aualmn, o aprndizado da línua almã é diundido nas scolas na Univrsidad. em Borsl (1992; 1999), sobr o uso ds alar da línua almã quano à variávl ênro, a anális quaniaiva indicou uma liira dirnça nr o comporamno das mulhrs nas duas comunidads d ala. O ênro masculino, ralmn, rquna os conos públicos, usam mnos a línua marna vrnácula (o Brasildeutsch), o ênro minino na aia ária d 50 a 70 anos rsrin sua vida, basicamn, aos aazrs domésicos, mosrando-s, assim, mais consrvadoras m rlação ao Brasildeutsch , muias vzs, as avós são as babás dos nos duran o dia, para qu as flhas possam ir ao rabalho. Muias crianças m su input linuísico inram (ouvindo comprndndo) com a línua marna vrnácula almã. No talian, nas inrlocuçõs comunicaivas do ênro masculino, ambém é possívl obsrvar s nômno d alrnância d códio com maior ênas. Na comunidad d ala ialiana, d Paloina, ocorru uma siuação invrsa, quano ao ênro. Borsl Doo (2002) analisaram o dsmpnho linuísico do alar ialiano m qu há, aproimadamn, o msmo índic para o dsmpnho linuísico dos pais das mãs sobr o nndr alar ialiano, porém nas habilidads d lr scrvr, apsar d srm bm rduzidas, o ênro masculino m um mlhor dsmpnho linuísico. Nas inraçõs comunicaivas, os paricipans do ênro masculino dissram qu, odos os sábados, s nconravam com um rupo d amios para joar boccia , na Linha Sal, Paloina, , m suas inrlocuçõs usavam somn o dialo marno (o talian), lvando os flhos homns para aprndrm a joar boccia , jusifcando por qu o ênro masculino m um domínio mlhor da línua marna vrnácula na comunidad (Borsl, 2004).
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todavia, com o alar polaco na comunidad d Vila Mararida o portunhol/guarani-jap portunhol/guarani-japorá orá m guaíra, a profciência na línua marna vrnácula é mnor nas inrlocuçõs nunciaivas nr os alans. O Modlo d Línua Inroduzida d alrnância d códio (nos ramnos d 1 a 04) ocorru m várias aias árias, nos mais variados nívis d scolaridad, ano no alar do ênro masculino como no minino. e, ainda, nas inraçõs comunicaivas m cono amiliar é bm mais or do qu no social, s ocial, nas comunidads d ala d Marchal Cândido Rondon, Paloina, Mararida guaíra, conorm a obsrvação paricipan da psquisadora. No modlo do Sisma d Línua Bas, o “consiuin” é usado para rrir-s a qualqur rupo d mormas, mosrando as rlaçõs hirárhir árquicas. Para s sudo, analisam-s as siuaçõs nunciaivas do Brasildeutsch, do talian, do alar polaco polaco/ / português portug uês do portunh portunhol/gua ol/guara rani-jap ni-japorá orá , nos ramnos a suir: (01) – “A: Você não quis ir no Matinê dançante heute nach mittag lá nos Idosos? B: Nein, ich kann nicht mal gehn so tanzen se é prá car lá só sentada ...ja... das geallt mich nicht..., ja... und das kost noch...und ich hab kein Geld... é muito bonito ver os outros dançar... und das ist ser gut wann zu tun hab... du weiss wie schen ist das.. já du weiss wie das ist .schen...né Ingrid.. A: Já, das Weiss ich...porque o que nós ganhamos é pouco pra ir sempre... lá no Clube” (OP-MCR, m janiro/2007).
No ramno (01) obsrva-s a inrlocução d duas snhoras na aia ária m orno d 50 a 55 anos d idad, oio anos d scolaridad, dscndns d almãs, rsidns na ára urbana, m Marchal Cândido Rondon. Na inração comunicaiva do Brasildeutsch nr “A” “B”, sobr o Mainê Dançan no Club d Idosos, consaa-s qu B m uma profciência linuísica maior sobr a sua línua marna vrnácula: o Brasildeutsch (B). Vrifca-s qu na nunciação d “A” a LB + consiuin LI consism d ocorrências d mormas LI, inroduzidos na sruura d consiuin
da LB do poruuês brasiliro (PB). A primira ras vrbal sá na ordm d LI com o adjuno advrbial d luar no (B), ocorrndo no (PB) a roca da prposição em por a . No nunciado d “B” a primira ras m (B) a sunda m (PB); a rcira m (B) com a prssão rórica m (PB); a quara ras m (B) , a úlima com um lmno náico m (PB). Os modifcadors d (B) acompanham a ordm do modifcador d (B), nas rass vrbais (1), com os lmnos snnciais do quanifcador do (PB), com advérbios d innsidad; , na ras vrbal (3), com a prssão rórica no Brasildeutsch um consiuin náico no poruuês (du weiss wie schen ist das ... weissss wie das ist sche schen.. n.... né né Ingr Ingrid. id. ). ... já du wei Nas rass, os lmnos não rnciados, como os advérbios a prssão rórica, podm sr livrmn alrnados, pois não houv rompimno na cadia d rência m qu o lmno principal (vrbo) drmina a línua bas, ou sja, o Brasildeutsch. Os raços d alans bilínus adulos são mais caracrizados do qu os das crianças com rlação à acnuação, rimo, nonação sons da ala d sua primira línua, o qu inuncia na sunda. em ral, é mais ácil prdizr os ipos d ransrência onolóica, pois são as mais provávis d ocorrr m dados d um rupo d alans bilínus, viso qu os lmnos ransridos são smlhans aos da oura línua, ou são ausns, ou são dirns. Assim como ocorr com o alar do Brasildeutsch com a nrvisada “A”, quando da ransrência do raço onolóico, no caso do não arrdondamno d voais arrdondadas anriors, na ala dsa dscndn d almãs, sob inuência do poruuês: / ∫ ön ön > ∫ n/ n/ do adjivo bonio, s msmo mplo oi dado por Hy (1983, p. 13). também o uso dsas oposiçõs onolóicas das consoans / s / / z / > / ∫ / /ʒ / oi dado por Vandrsn Vandrsn (1968, p. 3), m sus sudos sobr comunidads d ala d línua almã m Sana Caarina. (02) “ ...Là in casa se parleia (parlàre:ala) tuti (tutto: tudo) in italiano, o brasileiro só na escola. Parlar brasiliam, le dizia la nònna. Nós aqui em nòstra região qua (qui), quenede (como) tuti osti (todos ossem) da Itália, né. E iora (agora) muitos vão passear na Itália, i vem di volta, i parlar...um tal di parlar... si parla una
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parola i altri não entende... una parola ma una còsa elu (elucidàre: explicar), non. Le còsa non dá nem pra acreditá, non....pois qua si parleia o talian.... sabe i so uno talian...” (Borsl Doo, 2002).
No ramno (02) m-s a inração comunicaiva d um alan do ênro masculino d 78 anos, dscndn d ialiano, ariculor, miran d Svriano d Almida, RS, com quaro anos d scolaridad, é um dos paricipans d sábados à ard, do joo d boccia na Linha Sal, Paloina. em sua convrsação dmonsra orulho solidaridad com sua línua marna vrnácula quando uiliza a LI ( talian). Silva-Corvalán (1989), m sus sudos, cia qu no discurso diro d um alan qu az uso da alrnância d códio, m siuaçõs nunciaivas, uiliza-s d várias rpiçõs, assim como o usuário m um silo pssoal subjivo rórico. Iso pod sr obsrvado no ramno ds nrvisado quando uiliza vários rmos rpidos m sua línua marna vrnácula. todos os consiuins d alrnância d códio ocorridas no inrior das rass oram nunciados aravés da própria unção sináica das caorias dos smnos anriors posriors a las quando da LI ( talian) da LB (poruuês brasiliro). O uso da alrnância d códio pod ocorrr, principalmn, nr Sujio-NP VP, V Objo-NP, prposição NP, dnro da NP, da PP m conjunçõs (POPLACK & SANKOFF, 1988). Nas considraçõs d Romain (1995), sobr o uso d alrnância d códio, é basicamn uma produção d mpo ral, um nômno ramaicalmn rsrio pla sruura do consiuin da LB. O sudo dos psquisadors acima ciados, sobr a alrnância d códio, é basado m smlhanças ipolóicas qu prmim supor rsulados comparávis, como no caso d línuas românicas: poruuês/ialiano, como os raços linuísicos qu são marcados por um smooth code switching (alrnância d códio suavizada) equivalence sites (posição d quivalência) dnro das rass, como pod sr obsrvado na siuação nunciaiva do talian, por s nrvisado da comunidad d ala d Paloina. Assim, ambé ambém, m, Poplac oplackk (1980 (1980,, 1988) 1988) dir dirnnciava dois modos d comporamno d mudança
d línua, qu dnominaram intimate (ipo ínimo) emblematic type (ipo mblmáico). O uso d alrnância d intimate type disinu-s por mudanças rquns dnro d rass, ond a sraéia do smooth code switching equivalence sites são os sinais caracrísicos d alrnância d códio. Ao conrário, no emblematic code switching , são inroduzidas, na sua maioria, as prssõs róricas, idiomáicas ou noms isolados, rprsnados, porém, por tag-switching , como pod sr obsrvado na inrlocução ds alan poruuês/ialiano. também is o prio d prjudicar as rras ramaicais, plo mnos m uma das duas línuas rridas, m qu o alar ialiano só é maior no intimate code switching . Um alan, na vrdad, pod usar os dois ipos, mas, ns caso, o uso da alrnância d códio admi qusionamno sobr a profciência comunicaiva bilínu do rspcivo alan, quando uiliza os vrbos parlàre > parleia , ou parla , assim como ambém no vrbo elucidàre > elu; com o advérbio d luar qui > qua , ocorrndo uma ransrência dos raços onolóicos do poruuês brasiliro para o ialiano. (03) “Hoje, no almoço, i hjá z czarnina i pirógi pra mój syn i maridu.. muitas vezes mój Kuzyn qui meszka (mieska) du ladu da moja colônia...sabe aqui do lado...tam... na divisa com moja colônia...” (Borsl, 2005, p.7).
No ramno (03) m-s a siuação nunciaiva d uma snhora d 54 anos d idad, dscndn d polonês, moradora dsd 1970, na Linha Campos Sals, na comunidad d Vila Mararida disrio d Marchal Cândido Rondon, nascida m Horizonina – Sana Rosa, RS, com quaro anos d scolaridad m línua poruusa, ariculora. Os pais da nrvisada nascram m guarani das Missõs, RS, ond ivram quaro q uaro anos d scolaridad na línua polonsa na poruusa; os sus avós oram imirans vindos d Varsóvia, Varsóvia, Polônia. A sua profciência linuísica da línua marna vrnácula s dá aravés da habilidad linuísica d alar, nndr lr, qu lh oi nsinada plos pais avós. A nrvisada nrvisada iniciou iniciou a sua ala ala com a 1ª ras ras na LB + consiuins LI. A LI consis d ocor-
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rências d mormas (advérbios subsanivos) do alar polaco. Na 2ª ras, a LB sá na ordm do alar polaco quando usa o vrbo morar (mieska), ocorrndo a omissão /ou junura d um raço onéico na nunciação dsa palavra por [mεska]. Na ala da nrvisada ocorrram os raços ônicos polaco, assim como ambém, houv ocorno alar polaco rências ônicas no poruuês brasiliro. Na 2ª ras, não houv rompimno na cadia d rência, no rupo vrbal qu drmina a línua bas do alar polaco , já na 1ª ras s rompimno ocorru. O uso do alar polac polacoo no rupo aconc quando os alans êm um prfl culural do rupo, associados a sa idnidad, com o uso da alrnância d códio poruuês/polonês procuram marcar a culura a línua énica, msmo ocorrndo uma or hibridização linuísica énica.
em (04), a nrvisada m sua ala z uso na 1ª ras na LB + consiuins LI, d lmnos licais, consism d ocorrências d mormas. Os consiuins na LB, ou sja, os consiuins d mormas vrbos oram mprados no poruuês brasiliro (par, qurr omar); nsa ras o consiuin d morma Sujio-PN oi mprado no spanhol, o consiuin d morma subsanivo-Objo m uarani/parauai como LI. A LI na sruura d mormas d LB: a 1ª ras sá na ordm do spanhol, poruuês brasiliro uarani/parauaio ( pojã: pojã: rmédio); na 2ª ras m (PB) com raços onéicos m spanhol; na 3ª ras m spanhol com raços onéicos m (PB). Na úlima, com a prssão rórica um consiuin náico (...é a idade...é a idade..né... ) m poruuês brasiliro. No rlao d sua narraiva hisórica, a nr(04) “ Mi hijo y a pegou pegou mi pojã, pojã, quieru tomá... tomá... si y vá visada usou muias vzs m sua ala consiuintomá todo dia… a minha pressão (arrial) sobe muito... s licais subsanivos ( pojã pojã : rmédio; angá : non so ma y miesma di uns tiempos prá cá... é a idade...é prssão d risza; karaí tuya : homm idoso). a idade..né...” (Auazo Borsl, 2006, p. 9). D acordo com grosjan (1982), um alan mulilínu, quando ala a um monolínu, uiliza a Na nunciação (04), d uma snhora d 92 alrnância d códio mprésimos d sua línua anos d idad, moradora na Vila Vlha Vlha m guaíra, marna énica ao s comunicar. imiran do Parauai, nraizada na comunidad há muio mpo (dsd a colonização da cidad pla emprsa Colonizadora Ma Laranjira). conclusões A nrvisada su marido imiraram com 20 anos d idad, d Assunção para Pona Porã, MS O rsulado do uso do nômno d alrnância d lá viram rabalhar na década d rina, na d códio no cono social amiliar dsas emprsa Ma Laranjira. A Companhia Ma comunidads d ala mulilínus mosra qu a Laranjira, a qual auava ambém no Mao grosso scolha da línua dpnd, principalmn, das do Sul, oi a rsponsávl plo mpro spciali- rlaçõs isns nr os inrlocuors dos zado barao da mão d obra parauaia, assim conhcimnos comuns comparilhados por ls, como oi incnivadora do povoamno dss m ou sja, os ramnos analisados dss alans rra brasilira (Arruda, 1993). A nrvisada v dmonsram a sua prssão d laldad com sua oio anos d scolarização s colarização m Assunção, Parauai, idnidad énica/culural. a sua línua marna vrnácula: o uarani paraO uso inrassnncial do nômno d alruaio o spanhol. Na nrvisa diss qu aprcia nância d códio é uma siuação conscin d as músicas d orins (diz qu as lras na línua marcar a sua nunciação d acordo com a sua iuarani/parauaia são mais bonias, mais poéicas ência inrior d prssar idias pnsamnos românicas), assim como as crndics, as lndas, d manira mais sinifcaiva rlvan. as manisaçõs rliiosas na Irja da Virm Obsrvou-s qu nos ramnos d 01 a 04 há d Caacupê (sa qu dura dois dias: no início muia ênas no uso d rmos rpidos. A ênas do mês d dzmbro) olclóricas, rsaando a da rpição, dada plos alans, srv d supor culura idniária linuísica énica parauaia naural para o procsso d comprnsão da alr(AgUAZO BORSteL, 2006). nância d códio. O alan usa lmnos róriclarice nadir von borstel | enômenos de usos linguísticos
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cos, para qu o su inrlocuor o comprnda , ao msmo mpo, rvl uma socialização coniiva idniária. O uso dss rmos rpidos não s raa d um problma d acsso limiado ao acrvo lical, disponívl na mmória, mas d uma marcação d sua idnidad énica culural. Na maioria das rass vrbais, vários advérbios são usados como consiuins licais d LI. Sundo Myrs-Scoon (1993), os lmnos não rnciados, como no caso, as prssõs róricas, os consiuins náicos a maioria dos advérbios, podm sr livrmn alrnados. Cab, por fm, rssalar na anális ds nômno d alrnância d códio dos ramnos acima, qu a alrnância d códio é basada m smlhanças ipolóicas as quais prmim supor rsulados comparávis, como no caso d línuas românicas: poruuês/ialiano poruuês/spanhol, os raços linuísicos são marcados por um smooth code switching (alrnância d códio suavizada) equivalence sites (posição d quivalência) dnro das rass como pod sr obsrvado na siuação nunciaiva do talian na comunidad d portunhol/guarani/paraguaio aguaio ala d Paloina, no portunhol/guarani/par na d guairá. Porém, na comunidad d ala d Marchal Cândido Rondon, pôd-s vrifcar qu não houv rompimno da cadia d rência nas rass vrbais qu drminam a línua bas, quando do uso do alar almão. O Brasildeutsch o almãopadrão são basicamn idênicos m suas sruuras na orma lóica, iso é, surm qu as rras d sruura sinamáica são as msmas, mas as rras ransormacionais onolóicas alram as rass, dando orim a dirnças na orma onéica. Mas quando s dá a alrnância d códio do poruuês brasiliro o Brasildeutsch na msma ras, pod ocorrr o rompimno da cadia d rência os lmnos são rnciados como tags (prssõs idiomáicas ou róricas). Isso ambém pod sr obsrvado no alar polaco d Vila Mararida.
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a h i s t ó r i a d a s m o d a l i d a d e s e s c r i ta s : um caso de contato linguístico? Pierre Guisan é prossor no Prorama d Pós-radua-
ção d Lras Nolainas da UFRJ. Douor m linuísica. Psquisou a qusão do papl dos procssos d crioulização na ormação das línuas. Paricipan do grupo d trabalho da ANPOLL d Sociolinuísica, dsnvolvndo diriindo rabalhos d iniciação cinífca, d msrado d douorado sobr a rlação nr línua idnidad, as qusõs das roniras linuísicas, dos conaos dos continua , assim como a mrência da norma das rlação nr línua scria. Pós-douorado no Insiuo d Psquisas sobr o Mundo Árabo-Muçulmano (Irmam) m Ai-n-Prov Ai-n-P rovnc nc (Fran (França) ça) nr nr smb smbro ro d d 2007 2007 março d 2008, com o ma da inrdpndência dos mios qu consrom a línua rliião.
resumo
abs a bs t r ac actt
representações e preconceitos
mdida m qu parc qu s aribui uma caracrísica qu o disinu das ouras ormas d varians habiualmn considradas. Duran vários séculos, as rõs sobr a línua s ralizaram aravés das produçõs scrias, o qu é, com crza, comprnsívl, já qu o marial, plo qual s podia far para fm d am as manisaçõs da linuam, dispunha ds supor, iso é, a ranscrição no papl. Mas s rcurso à ranscrição para dscrvr aos d linuam oculava na ralidad a complidad da rlação ral nr ala scria. Assim dsnv dsnvolvuolvu-s s a radiç radição ão flolóic flolóicaa ao lono dos séculos passados, mas ambém uns quívocos a rspio da línua ral alada, qu ivram qu sprar por Saussur para srm dsios1.
A parir parir d consid considraçõ raçõss sundo sundo as quais quais a scria scria a línua línua oral não são simplsmn duas modalidads d uma msma ralidad, mas consium dois sismas ssncialmn dirns, propõ-s para psquisar as rlaçõs nr ls um modlo basado na priência acumulada nos sudos d contatos linguísticos . Para ano, aminarmos as apas hisóricas da consrução do vínculo nr sss sismas, os ios múuos nas suas voluçõs ransormaçõs rspcivas, ano no qu diz rspio às suas mudanças ormais como às suas rprsnaçõs.
gralmn os sudiosos alam das duas modalidades da línua: a oral a scria, , nauralmn, considram qu cada modalidad pod s ralizar dnro d dirns variantes, estilos, registros, assim por dian. Porano, parc isir um lqu d ralizaçõs disinas, ormando, nrano, um continuum, conido ns concio mais amplo chamado d língua . Obsrvamos por sinal qu o próprio concio d línua rvs conornos não muio dfnidos, mbora sja objo d um consnso social indiscuívl. Porém há, sm dúvida, maéria para imporan discussão, quando s nvolvm qusõs como línuas rriório, conaos linuísicos, roniras linuísicas, variação, mudança mprésimos. Prndmos aqui aminar m paricular, d orma críica, o concio d modalidade, na
Considrin h ac ha wrin and oral lanuas ar no simply womodaliis o h sam raliy, bu insad o i consiu wo ssniallydirn sysms, our proposal is o invsia h rlaionship o hossysms on h basis o h modl as i was consrucd alon h linuisicconacs sudis. thror, w shall amina h hisorical sps o hbuil link bwn h sysms, and muual cs or hir voluion andransormaion, andransormaion, which is rlad as wll o hir ormal chans as o hir ima or rprsnaio rprsnaion. n.
1
era, por mplo, comum dizr – ou scrvr, nas obras mais sérias – qu a línua poruusa (ou rancsa) possuía cinco voais, nquano o árab ou o hbraico ram línuas rpuadas dsprovidas d voais.
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Romando as palavras do linuisa, a línua é um sisma, odos nós sabmos disso. O qu qurmos mosrar é qu a scria ambém é um sisma, só qu ouro. Numa cra mdida, os dois sismas podm aprsnar homoloias, o qu possibilia aproimaçõs, inrrências rprsnaçõs rcíprocas, qu podm rar as idnifcaçõs conusõs às quais aludimos. enrano, são undamnalmn sismas d naurza divrsa, narmos dmonsrá-lo. 2. escrita e língua: um vínculo construído
É diícil dizr quais ram as unçõs das rafas nos primórdios, s narraiva, s máicas (corrspondndo, loo, à unção ilocuória da ala), ou ouras, quando s considram as pinuras rupsrs. No caso da Msopoâmia, oi possívl rraçar as mudanças invnçõs qu conduziram a uma scria cuja unção ra principalmn d ordm conábil. Mas m odos sss casos, é possívl obsrvar a caracrísica moivada icônica dos dsnhos raçados. Parc qu, ralmn, oram moivaçõs rliiosas / ou d conabilidad qu oriinaram os primiros sismas d scrias, sjam ls icônicos ou não, como mosram os mplos das civilizaçõs ano da Msopoâmia como, mais rcnmn, da gália célica ou da grmânia ania. D qualqur modo, obsrvamos qu as scrias anias prnchram unçõs rlaivamn limiadas, quando comparadas às ormas modrnas da scria, , sobrudo às unçõs da línua oral. Os dados arquolóicos disponívis são basan conundns no qu diz rspio à volução do modo d arquivar d comunicar inormaçõs na Msopoâmia ania. Parc qu conraos podiam sr sablcidos na rocas d simulacros, ou sja d símbolos, no su vrdadiro snido imolóico, rprsnando a mrcadoria qu ra objo da ransação. esss simulacros podiam fcar conidos numa sra oca d barro, na supríci da qual ra ravada a sua própria rprsnação. A qubra da sra podia rsular no rompimno do conrao, por mplo. evidnmn, o passo suin podria r consisido na subsiuição da pierre guisan | a história das modalidades escritas
sra oca por uma abula ravada, inauurandos, assim, a apa abula bidimnsional da scria. Para os dalhs dos dados arquolóicos a sua inrpração, rmo ao livro basan sclarcdor d Louis-Jan Calv, Histoire de l’Écriture . O qu impora obsrvar aqui é a ausência d vínculo nr ssas primiras ormas d rafas a línua propriamn dia, d modo qu podmos afrmar qu s raam, plo mnos naqula apa da scria, d sismas absoluamn sparados, sm qu s possa nm vislumbrar uma rlação homolóica, por mplo. Falam-nos Fala m-nos dados no qu diz rspio às rprsnaçõs icônicas máico-narraivas, qu podriam, muio vnualmn, aprsnar aluns raços d homoloia nr a línua – o discurso, no caso – as rafas, como pinuras ou ravuras rupsrs nconradas m divrsas pars do mundo. 3. a revolução onogramática
Não s sab aamn como suriu a idia d rprsnar os sons da línua m vz dos próprios objos, concios idias. evidnmn, a ma da scria coninuava sndo a msma: a d rprsnar idias objos, porém com uma invnção qu visava à conomia do acrvo dos caracrs convncionais: m vz d idoramas ou picoramas, rmamn numrosos, porano d diícil lona aprndizam, sriam usados um númro bm mnor d caracrs, rprsnando as unidads mínimas da línua, as sílabas, numa primira apa. Idia nial, qu smunha d uma rão aproundada sobr a naurza a sruura da línua. Apnas não s sab qum nm como s chou a sa invnção, mas, ao qu parc, podmos aora localizar daar m vários luars m várias épocas sa rvolução qu chamarmos d onoramáica, com o abandono do princípio idoramáica. Com io, a msma rvolução s du na Msopoâmia, com os caracrs cuniorms dos sumrianos dos acadianos, no eio, com ouro acrvo hirolífco, ou ainda na Fnícia, com a criação d um silabário qu viria um dia a s ransormar nos nossos alabos ro, cirílico 81
ou laino. É inrssan noar qu, nsa rião do Crscn Féril, nascram vários sismas d scrias idoramáicas, qu voluiriam odas para sismas onoramáicos, qu, com a cção dos cuniorms, êm rprsnans modrnos, qu acabamos d ciar, aos quais s dv acrscnar as scrias hbraicas, árabs, copas, nr ouras. A rvolução onoramáica s spalhou aravés do Vlho Mundo, na Pérsia, na Índia no ermo Orin, com a amília das scrias drivadas do msmo anpassado usado para o sânscrio, na Birmânia, m Java, no Sião, ou tailândia, tailândia, no Cambod, por mplo. enrano, prmanc o misério da China, qu não adoou a nova invnção cujo dsino parcia sr univrsal. Para o misério da imprmabilidad do Império do Mio a qualqur scria basada nos sons da línua podmos arriscar aqui alumas plicaçõs. em primiro luar, dvmos fcar anos ao qu sinifca aamn a isência d uma scria m drminada culura. Com io, a scria pod sr rlaivamn amplamn diundida, quando prnch um papl comrcial, por mplo; ou, ao conrário, sr rsrvada a uma li políicorliiosa, como ra o caso no eio anio, por mplo, ond podiam aé sr punidos d mor os súdios qu ousavam s apropriar a scria hirolífca sm dvida auorização. Loo, a isência is ência d uma scria numa culura não sinifcava qu a socidad podia sr considrada como “lrada “lrada”. ”. A China radicional, com a riidz do su sisma d casas hirarquizada, cramn não consiuía uma culura avorávl à diusão d uma scria dmocraizada, a difculdad d s mmorizar milhars d sinos ra um obsáculo convnin para manr as barriras nr as classs sociais. enrano, convém aqui rlaivizar a disinção ia nr scrias idoramáicas onoramáicas. Com io, do pono d visa do lior, m paricular do lior compn, d um o rdiido plo mio d um alabo, d ao não há mais solramno nm silabização, já qu a liura lobal rconhc palavras rupos d palavra d um olhar só; d modo qu s rconhcm idorama, como por mplo numa placa d sinalização indicando RIO DE JANEIRO , ond as rês palavras consium um rama rconhcido insananamn, cramn não lido pierre guisan | a história das modalidades escritas
nm solrado da squrda para a diria. O qu sinifca assim qu, ao fnal dom procsso d aquisição da sua compência, o lior s capacia para o rconhcimno insanâno d um rupo raado, sja s composo d lras ou d idoramas. Loo, a dirnça nr os dois ipos d scria rsid principalmn na rlaiva acilidad d acsso para o lior inician i nician à mmorização d poucas dznas d lras, m ac d milhars d caracrs da scria chinsa, ornando assim, m princípio, a abordam do primiro sisma mais dmocráica do qu no sundo. Convém alvz aqui lmbrar qu a diusão do livro como mrcadoria bm individual conribuiu para fnalizar d vz o procsso qu azia da liura uma aividad silnciosa, soliária, não ncssariamn linar. enquano o lior “normal”, na Aniuidad m rand par da Idad Média, lia m voz ala, linarmn, ralmn para um público, com um rimo rlaivamn lno... o qu plica qu pouco incomodava a ausência d sparação nr o qu convnhamos d chamar d palavras. 4. a revolução da gramatização
A sunda rvolução considrada aqui é aqula chamada d ramaização por Sylvain Aurou. O qu nos inrssa aqui ns procsso é a criação, nas socidads uropias do século xVI, ou sja do Rnascimno, d uma koiné scria, m línua vular, qu vm a subsiuir o qu ra a línua “inrnacional” dos inlcuais da Crisandad, ou sja, o laim. Moivaçõs conômicas ivram um papl dcisivo no sucsso do mprndimno, pois com a invnção da imprnsa da iporafa suria o livro baraado, como bm individual mrcadoria. Assim sndo, auors, diors livriros criam um dos primiros mrcados capialisas modrnos, com as suas ncssidads próprias d pansão. Ora, o vículo da scria adoado aé não, ou sja, o laim, s rvlava rlaivamn srio, com poucos liors lainisas sm possibilidad po ssibilidad d ampliação. Na Idad Média: ao lado d uma scria m línua vular, ranscrição d uma “oraura “oraura”, ”, is uma oura radição discursiva, a do conhcimno, da 82
psquisa da rão, cinífca, ou flosófca, m laim, línua ariculada sundo as rras da ramáica, qu r um modo opraório d rão lóica, com oraçõs principais subordinadas, assim por dian. enquano na “oraura” “oraura” m línua vular,, o modo opraório é ouro. A inrodução d vular uma “nova” línua vular scria, koiné das lis, vai orcr, a parir d modlo laino, um discurso ariculado novo ndo como supor a línua vular – ou mlhor, a nova koiné . Loo, a idia d publicar m línua vular oi s impondo, apsar das inúmras varians dialais qu a compunha. Por s moivo s laborou uma varian média, línua marna d ninuém, porém comprnsívl lívl por um rand númro d alans d dialos divrsos. tal consrução d uma koiné scria oi uma ralização consan, como smunham rlaos diários d scriors da época. elaborou-s aravés d procssos idênicos ano na espanha como na Iália, na França, na Almanha na Inlarra. essa línua scria não dmorou a s ralizar numa modalidad oral, nr locuors culos d riõs dirns, como disso smunha Monain2, na França, qu, duran uma viam m Paris, obsrva qu m rand difculdad m nndr os parisinss, mbora as suas obras já ossm sucssos d livraria. esa línua scria, porano, s orna línua oral das lis, línua “da Cor”, mas ard línua das scolas, nfm línua “sandard”. Assim é qu aé hoj alans d riõs dirns da Almanha, da Áusria ou da Suíça podm rsolvr alar a línua comum qu não é línua marna d ninuém, o hochdeutsch ou o schritdeutsch, ou sja, alar m almão “scrio “scrio”. ”. As consquências da mrência dsa varian scria qu s ornaria línua comum são imnsas. em primiro luar a ára d diusão diorial das obras publicadas na koiné scria acabou dfnindo um spaço qu viria a sr, grosso modo, um spaço nacional. Podmos, porano, dizr qu a dfnição d al spaço oi uma prmissa ssncial
na consiuição dos sados nacionais modrnos da sua mioloia. em sundo luar, acompanhando a consolidação d uma línua comum, qu viria a sr chamada d línua nacional, s consrom as roniras linuísicas, subsiuindo o sado anrior “naural” d continua . Assim sndo, a noção d ronira linuísica, ralmn pouco qusionada, aparc como sndo o rsulado da promoção d uma varian qu suriu a parir d uma koiné scria consruída , consqunmn, parallamn à consrução dos sados nacionais modrnos. enfm, m rciro luar, a própria noção d língua s orna rlaiva, mrc sr raminada num cono ond os mapas linuísicos não podriam mosrar rriórios claramn dlimiados, com cors dirns assim como os mapas políicos, mas m vz disso, manchas qu s inrpnram com maizs conusos , sobrudo, consanmn m mudança, d uma orma imprssionisa dinâmica. A línu línua, a, no su snid snidoo comum modrn modrno, o, aparc como sndo o rsulado da apropriação d um rriório por uma koiné consruída, qu vai s inflrar m odos os inrsícios do spaço dlimiado plas roniras invnadas, a pono d s idnifcar com uma nação s conundir com la, aravés da “lirização” ds rriório, rcobro, nos mpos modrnos d indicaçõs i ndicaçõs d localidads, d lriros comrciais, d painéis publiciários; a scria, qu rscrv o rriório, qu insaura as roniras, qu s auoliima, ralmn m drimno das varians hisóricas, qu apaa o vlho quadro dos continua das línuas aladas qu hisoricamn s sobrpunham s msclavam m limis indfnidas. O mapa linuísico com as roniras dsnhadas com prcisão sáica subsiuía o vlho quadro imprssionisa dos alars qu s undiam, s misuravam sm rriório bm dfnido, na sua insabilidad crônica. D aora m dian, a línua sria a prssão da nação, o su mio undador o ênio d um povo3. tal é a rand ilusão
Monain, como ans dl auors d romanc como Rab- 3 Rmo aqui ao rabalho d Hnri Mschonnic, De la langue lais, ou poas como Du Bllay, auor d uma Deesa e Ilustra- rançaise: rançaise: essai essai sur sur une clarté clarté obscu obscure re , publicado m Paris pla dição da Língua Francesa , oram scriors qu conribuíram, d ora Hach m 1997, assim como ao livro oranizado plo modo volunarisa conscin, para criar uma koiné scria msmo auor, Et le génie des langues? , publicado m Sain-Dnis rancsa. pla diora Prsss Univrsiairs d Vincnns, no ano 2000. 2
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rada plos úlimos dsnvolvimnos da rvolução da ramaização. O procsso qu dscrvmos, qu aprsna os nacionalismos as roniras nacionais ans como consquências, não como causas, da ramaização da invnção da línua nacional, v uns pisódios rcns rlaivamn bmsucdidos, como no caso da Indonésia, arquipélao d cnnas d línuas, com raus variávis d parnsco. Uns inlcuais dos anos 30, luando pla indpndência m ac do colonialismo holandês (o arquipélao s chamava não d Índias nrlandsas, com capial Baávia, qu viria a sr Jacara dos dias d hoj), admiiram qu não s podia criar uma nação modrna sm uma línua unifcadora. Daí s rabalho considrávl d s criar uma koiné , o bahasa indonesia , runindo principalmn lmnos das divrsas línuas da amília malaia, incorporando nrano um léico nrlandês ... poruuês, já qu havia basan mprésimos daando dos mprndimnos comrciais lusos nr os séculos xVI xIx. Línua qu não ra línua marna d ninuém, koiné scria, cujo sucsso oi surprndnmn rápido, a pono d suplanar hoj m dia m rand par as línuas rionais como línuas marnas. O msmo sorço s du no coninn, na pnínsula da Malásia, -colônia briânica, sm, nrano, culminar com a usão dos dois paíss, a Malásia a Indonésia. 5. um modelo para a coexistência de dois sistemas
A parir dssas obsrvaç obsrvaçõs, õs, podm podmos os consid considrar rar qu hoj m dia, num rriório dfnido, coism no mínimo dois rands sismas linuísicos: uma línua rsulando da mudança “naural” “naural” habiualmn dscria das varians aladas, oura línua mrindo d um procsso d adoção d um koiné scria, adoada prorssivamn plas lis baizada d línua “corra”, “pura”, “sandard”, srvindo d modlo adoada nas scolas. A parir dsa siuação, as inrrências nr os dois sismas são vidnmn v idnmn consans, as mudanças – apsar do idal d sabilidad alm jada plos dnsors da “purza” “purza” da linuam – pierre guisan | a história das modalidades escritas
aam os dois sismas no su conao coidiano, sismas aora baizados d “modalidads modalidads”. ”. Viso sob s ânulo, é naural s pnsar nas inrrências nr os dois sismas como um caso paricular d conao linuísico , consqunmn, aplicar os méodos procdimnos qu dmonsraram a sua fcácia nsa ára. Acima d udo, ao s dsmisifcar noçõs como corrção da línua, purza, modlo, rro, corrção, ao subsiuí-las plos concios dsnvolvidos plas psquisas sobr línuas m conao, como mprésimos licais morossináicos, diusão, rprsnaçõs linuísicas, ransmissão prosódica, abrm-s prspcivas novas qu nos parcm muio inrssans no qu diz rspio, por mplo, ao nsino à alabização. Como m odas as áras d línuas m conao, um modlo convnin parc sr o d um continuum com polaridads, modlo dsnvolvido m paricular nos sudos das línuas crioulas. A comparação nos parc adquada, já qu as línuas crioulas sorram ambém uma dsconsidração m ac do prsíio da sua línua-bas, ou sja, on principal do su léico. Quando, plo mnos na ára da linuísica, oi rconhcido à caoria das línuas crioulas o status d línua plna, com um sisma m rupura com a línua-bas, oi dado um or impulso aos sudos crioulos, qu rsularam m conribuiçõs óricas imporans para os sudos linuísicos m ral, como prcisamn os modlos d continuum das varians a coisência das msmas no msmo rriório. Assim sndo, pnsamos qu sria inrssan considrar ambém o qu s chama habiualmn d modalidades da línua como dois sismas dirns, porém m conao prmann, no msmo rriório, qu ds conao s oriina um continuum, porém polarizado. 6. a contribuição das escritas na representação e nas mudanças das línguas
O procsso qu dscrvmos rvla assim uma ransormação ssncial na paisam linuísica, qu consisia num conjuno d varians línuas 84
qu não cssavam d inrair, d s sobrpor, sm qu houvss limis claramn sablcidos, m rriórios ond s passava radualmn d um alar para ouro, aravssando continua qu ornavam rlaivamn insnsívis as mudanças nr áras vizinhas. A nova paisam vai rsular d uma crisalização d varians m orno d uma varian d prsíio, qu vai s idnifcar com o rriório. Dsd não vão s ornar snsívis passans d roniras, qu aora consism m limis qu sparam áras d duas koinés scrias dirns. Assisimos, porano, a uma divisão discreta dos rriórios. A promoção d uma varian d d prsíio, prsíio, uniunifcadora d um rriório – qu srá ralmn chamada d nação – ao msmo mpo divid riõs vizinhas, qu ourora usavam varians próimas, mas qu aora são riõs roniriças, com liimidads dirns d cada lado dsa linha idal, a ronira d esado. Assim é qu as varians ramonanas do Nor d Porual são iquadas como alars poruuss, nquano na oura marm do rio Minho, o alo adoa uma ororafa qu visualmn o disinu claramn do poruuês. Sm alar do srvo-croaa qu adoa – afnal como única marca disiniva – o alabo laino ou o cirílico, d acordo com o lado da ronira políica. evidnmn, a isência d uma norma prsiiosa m ac das varians radicionais vai sr um aor dcisivo, inibindo m par a driva, ou sja, a mudança dsas msmas varians aladas. A parir daí, s dsnvolv aé uma máora biolóica do conao linuísica, pla qual os nômnos d mprésimos são qualifcados d “conaminação”, por mplo. Os mprésimos são simaizados, na mdida m qu cada “línua” “línua” é visa como uma nidad qu dv s dndr conra conaminaçõs manr-s incólum, sob pna d prdr o su “carár”, o su “ênio”. Os conaos são visos d um pono d visa hiinisa, é uma qusão d saúd, pois os micróbios vírus são na spria. Assim sndo, as varians varians,, consan consanmn mn submidas à comparação com a varian d prsíio – ou sja, a norma –, êm a sua orça d driva inibida, o conao prmann com a línua scria qu prnch um papl d cnsura d liimação rc amanha prssão qu assisimos a uma conpierre guisan | a história das modalidades escritas
vrência um apaamno prorssivo das dirnças. Ds modo, raliza-s uma homonização prorssiva dnro do rriório cujas roniras haviam sido dfnidas como a ára d diusão da scria lia como norma. enquano, num movimno oposo, cria-s, nas áras roniriças, um disanciamno cada vz maior nr riõs vizinhas, ourora linuisicamn próimas. es novo modlo d línuas orafcamn dlimiadas sabilizadas v um io imporan nos próprios sudos das línuas, possibiliando vidnciando dirnças convrências nr os sismas linuísicos. Quria ciar aqui um prcursor, ralmn inorado, no qu diz rspio aos sudos comparaivisas cuja parnidad é ralmn aribuída ao ofcial inlês William Jons; raa-s do ri João d Souza, qu, no su livro Vestígios de língua arábica em portu guês , publicado m 1788, noa m paricular as rands smlhanças sruurais – licais – nr a línua prsa a línua inlsa. O ri, dv-s dizr, ra d orim indiana, porém nascido m Damasco, na Síria, rcolhido após um nauráio plos poruuss quando ainda adolscn. O próprio Jan-Jacqus Roussau, smpr a parir da scria, laborou no su Essai sur l´origine des langues; où il est parlé de la mélodie et de l´imitation musicale uma oria sobr as rês idads da humanidad, qu s rm aravés d rês apas na hisória das línuas. Rõs inrssans aé hoj... mas na mdida m qu s subsiui a palavra “línua” por “sisma d scria”. É apnas um mplo d como podiam s muliplicar os sudos flolóicos comparaivisas a parir dsa visão pla qual a línua é prcbida aravés da sua varian normaizada normaizan, sablcndo raus d parnsco consruindo assim o modlo néico classifcaório das línuas. 7. o mundo novo da hegemonia da escrita
A parir dos mpos modrnos, iso é, no fnal do século xV, a línua scria s impõ como sndo hmônica, normaiva, invadindo odos os aspcos da vida. Aniamn, a scria auava princi85
palmn como mra ranscrição da línua oral, msmo s ralmn apnas a varian nobr, ou sja, ou risro nso, ra objo d ranscrição. Daí a noávl biunivocidad dos silabários ou alabos usados, como no caso d laim. As difculd difculdads ads oro ororáfc ráfcas as suri suriram ram vidnmn com a inadquação dos alabos radicionalmn usados com as novas ormas onéicas das línuas ranscrias. Não é o caso apnas das línuas nolainas; os msmos obsáculos s nconram, por mplo, nas divrsas varians do árab modrno, cujo quadro onéico dir basan daqul do árab clássico ou corânico. e é inrssan consaar qu as obras da pnínsula ibérica scrias m poruuês ou m spanhol qu usavam os caracrs árabs afnal não nconraram difculdads ororáfcas inransponívis. Quando a ramaização s ornou iva, qu uma koiné scria vio a subsiuir o laim como línua rudia cula, a difculdad ororáfca oi incorporada à culura, os indivíduos passaram a sr julados m unção da sua compência na ororafa, qu passou a r um papl slivo. O procsso é paricularmn vidn nos paíss d línua rancsa ou inlsa, ond a ororafa vio aé a sr considrada como um dos spors nacionais, m joos na lvisão, ou m joos d socidad. Ns conrono dsiual nr as línuas aladas a norma ou koiné scria, o dsprsíio das primiras s orna prorssivamn maior, a nova línua – chamada d nacional ou d “sandard” vai r o papl, aravés m paricular da scola, d podroso insrumno d slção para andr às novas ncssidads d hirarquização dos indivíduos no quadro das classs sociais das socidads modrnas. Aora é inimainávl concbr um ch d esado analabo como o ram Carlos Mano – dizm! – ou Pd Pdro ro 1º d Araon, qu mal sabia assinar... só m árab, conorm s pod vrifcar na ilusração qu su4!
Fac-simil raído do livro da auoria d gUeRNIeR euèn, La Berbérie, l’Islam et la France , Paris: ediions d l’Union Français, Français, 1950. O auor ra ofcial das orças armadas rancsas duran a época colonial. 4
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Sria o caso d obsrvar aqui, apnas ap nas para mnção, qu a unção da scria como ranscrição da línua oral coninua, parc aé sr rvalorizada, ano na liraura – mas é um caso complo d mimesis arísica – quano, sobrudo, plo viés dos novos mios d comunicação, como os chats na Inrn. conclusão
todas as considraçõs qu oram ias lvam à conclusão sundo a qual sria prinn propor novas abordans nos sudos das rlaçõs nr as assim chamadas modalidads da línua. Obsrvamos qu a varian scria oriinou a varian considrada como “corra”, iso é, socialmn valorizan dvndo sr adquirida aravés da insiuição scolar qu m por papl, nr ouros, slcionar os indivíduos. Assim sndo, convém ravaliar a rlação qu a insiuição sablc s ablc nr os dois conjunos d varians, para qu primiramn a línua marna do indivíduo não sora um dsprsíio qu o dsncoraj na aquisição aquis ição da varian prsiiada como a única líima. É nss snido qu s podria surir qu s rorinassm ano as psquisas sobr as rlaçõs nr línuas scria oral como as aplicaçõs m paricular no nsino, no snido d lançar mão dos modlos dos sudos sobr línuas m conao, das roniras dos continua linuísicos. Na vrdad, as dias “modalidads” da línua não s dirnciam ano plo supor – o papl o som –, mas consium duas varians ou línuas qu inram d orma prmann. 86
Ao s diar d simaizar a varian línua marna, sablcndo-s as condiçõs d uso d uma m ac d oura, o nsino básico vai s bnfciar sobrudo bnfciar o discn do pso da discriminação qu só o inib. São novas prspcivas qu as psquisas dvriam abrir ao aplicar as aquisiçõs dos sudos sobr línuas m conao na ára das inr-rlaçõs nr modalidads scrias línuas orais.
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bibliograia
sociolinguística e geolinguística: uma perspectiva histórica Silvia Figueiredo Brandão é Prossora Associada
d Línua Poruusa da UFRJ, auando na graduação no Prorama d Pós-raduação m Lras Vrnáculas. Dsnvolv psquisas nas áras da Sociolinuísica da Dialcoloia, m spcial nos campos da FonéicaFonoloia da Morossina. e-mail: silvia.brandao@rra.com.br
resumo
Ns o, az-s um brv hisórico sobr as primiras psquisas d cunho olinuísico sociolinuísico comnas a produividad dssas duas corrns, no inuio d rssalar sua complmnaridad no qu s rr ao conhcimno dos procssos d variação mudança linuísicas.
A consciência d qu as línuas variam no spaço oráfco social não é rcn. Na grécia, d ond provio a noção d dialo, disinuiam-s varidads rionais, nr as quais a áica, qu, a parir do século IV a.C., srviu d bas à koiné dialektós , ou “línua comum”, como mio d inrcomunicação. também os romanos disinuiam, na linuam corrn, varidads sociais como o sermo urbanus , o sermo plebeius o sermo rusticus . Documnos mais rmoos como o Appendix Probi ou mais rcns, como as primiras ramáicas do Poruuês, não só risram a procupação com a fação d normas, mas ambém dnoam a variação inrn aos sismas linuísicos, como s vrifca nas duas passans da Gra Gramática mática da linguagem portuguesa , d Frnão d Olivira: e mui poucas são as coisas qu duram por odas ou muias idads m um sado, quano mais as alas, qu smpr s conormam com os concios ou nndrs, juízos raos dos homns; sss homns nndm, julam raam por divrsas vias muias, às vzs sundo qur a ncssidad às vzs sundo pdm as inclinaçõs naurais (p.95.)
abs a bs t r ac actt
In his papr, w mak a bri hisory o h frs rsarchs mad undr h olinuisic and sociolinuisic prspcivs and w commn on h produciviy o hos wo rnds in ordr o show and rinorc hir complmnariy as rards h knowld o linuisic variaion and chan.
os homns d ermadura são dirns dos d’nr Douro Minho porqu assim como os mpos, assim ambm as rras criam divrsas condiçõs concios [...] o vlho como m o nndr mais frm [...] ambm suas alas são d pso as do mancbo mais lvs (p.79-80)
O sudo sismáico das variaçõs, sobrudo as d naurza oráfca, no nano, só vio a surir como consquência do inrss plo sablcimno d corrspondências nr línuas dirns mas corrlacionadas. em fnais do século xVIII (1786), o rabalho d William Willi am Jons, Jon s, qu qu mosrava mos rava as a s afnidad afni dadss nr nr o sânscrio, o ro, o laim as línuas rmânicas, acabaria por dfnir o prfl do século xIx, no qu oca às inv invsi siaçõ açõs s sob sobr r a linuam, noradas plo méodo hisórico-comparaivo. Para dar cona da ara d drminar as amílias linuísicas, qu acabou por dsnhar a árvor nalóica do indo-uropu, ra ncssário rcorrr não só a documnos d línuas não mais aladas, mas ambém a dados, os mais 88
“puros” possívis, das línuas vivas. Sundo Py (1980:37), os flóloos imainaram qu al purza podria sr nconrada nos dialos, qu “rqunmn prsrvam ormas mais anias mais rulars do qu a varidad standard ”. ”. Sundo Chambrs & trudill (1980), aé a úlima mad do século xIx, as caracrizaçõs d áras dialais ram inuiivas casuais. Só não, ornou-s claro qu ais caracrizaçõs ram inadquadas dian dos noávis avanços na floloia m ouros sudos linuísicos qu savam conduzindo à modrna disciplina, a Linuísica (p.16).
enr ais avanços, cona-s a busca por mcanismos rais d mudança linuísica, oriunda dos sudos dsnvolvidos plos noramáicos qu ormularam o princípio d qu as alraçõs onéicas obdcriam a lis ríidas qu, à smlhança das lis naurais, não riam cçõs. Para susnar al hipós, vidências advindas dos dialos sriam rlvans, o qu rdundou no dsnvolvimno da orafa dialal (p.17). D acordo com Py (1980:38), o provávl primiro minialas linuísico d qu s m conhcimno aria par da ambém primira ramáica qu nou raar não apnas d um dialo, mas d odos os dialos d uma ára. Os dialetos da Baviera – obra ralizada por Johann Andréas Schmllr publicada m 1821 – azia uma aprsnação hisórico-oráfco-ramaical da línua almã nss spaço oráfco incluía um pquno mapa m qu s classifcavam os dialos bávaros.
ginalmente ora sugerido” . Wnkr, qu, d início, prndia ocalizar apnas uma ára m orno d Düssldor, oi sndndo os limis d sua psquisa aé abarcar, rês anos dpois, m 1879, odo o império almão. também na França, a dialcoloia anhava vulo, como dmonsra o ao d, a parir d 1881, la azr par do currículo rular da Écol Praiqu ds Haus Éuds, d Paris, impulsionada pla valorização das manisaçõs populars, , sobrudo, plo já mncionado inrss pla volução das ormas linuísicas. Juls gilliéron, qu ali minisrava ssa disciplina dsd 1883 qu aé já publicara, m 1880, o Petit Atlas Phonétique du Valais Roman, com 30 mapas, incnivado por gason Paris, dvoou-s, a parir d 1897, à laboração do Atlas Linguist Linguistique ique de la France (ALF), qu, no dizr d Cosriu, “ havia de inaugurar uma nova etapa da história da lin guística” guís tica” (1982:87). O mprndimno – qu inha, nr ouras moivaçõs, uardar para a posridad a riquza varidad das alas locais, amaçadas pla diusão aclrada da línua comum oranizar uma colção, o mais homoêna possívl, d mariais rprsnaivos d odos os dialos, d modo a undamnar, m bass sólidas, sudos comparaivos (Cosriu, 1982:87) – v carár rvolucionário por basar-s m psquisa d campo, ou, nas palavras do próprio gilliéron, na rcolha d mariais risrados por um homm qu não oss nm flóloo, nm linuisa, cuja orlha nos dss odas as aranias dsjávis ( Apud Pop & Pop, 1959:72).
Com bas m Cosriu (1982:87-88), Py (1980:44-45) Chambrs & trudill (1980:1820), ormulou-s um quadro m qu s comtradicionalmn, no nano, aribui-s a param os projos do Sprachatlas des Deutschen Lin guistique ue de la France , como gor Wnkr o primiro sudo na linha o- Reichs do Atlas Linguistiq linuísica. Para Chambrs & trudill (1980:37), inicialmn concbidos d modo a ornar mais su rabalho sobr os dialos almãs, moivado, vidns as razõs plas quais, mbora ambos m par, pla idia d qu a mudança sonora nham sido inovadors para a época, o ALF é sria rular, mosrou, não obsan, qu a siuação considrado o marco undador da orafa lin“era, na realidade, bem mais complexa do que ori- uísica. silvia igueiredo brandão | sociolinguística e geolinguística
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OBRA Autor Princípios metodológicos Início do Projeto Inormans Qusionário Rcolha d dados Duração da rcolha Risro dos dados
Sprac achhatl tlas as des De Deutschen Re Reichs Georg Wenker Wenker (1852-1911)
Atlas Li Linguistiq iquue de de la la Fr Fran ancce Jules Gilliéron (1845-1925)
1876 Crca d 50.000 prossors (Dvriam aponar a pronúncia qu considravam ípica do local) 40 rass (a srm “rad “raduzidas”p uzidas”para ara o dialo local) Indiro (qusionário aplicado por corrspondência) 10 anos (1877-1887 mais ard v coninuidad) transcrição por mio da adapação da ororafa à pronúncia.
1896 7001 (Rlaiva homonidad: apnas 60 mulhrs 200 scolarizados) 1.400 prunas (posriormn, 1920)
Ponos d inquério
30.000 comunidads (praicamn oal)
Inrpração dos dados Publ Pu blic icaç ação ão dos dos rs rsul ula ado doss
ermamn diícil 1881 18 81 (as (ascí cícu culo lo com com 6 mapa mapass onéi onéico cos) s) 1926 (após a mor d Wnkr-1911), Wnkr-1911), um volum oranizado por Frdinand Wrd
Quando Wnkr morru, azia 35 anos qu havia iniciado su projo inacabado. em 14 anos, gilliéron publicou o ALF , ainda, inúmros sudos qu viram dmonsrar qu os princípios noramáicos ram insufcins para a comprnsão da complidad dos dialos acabou por cunhar um novo aioma, o d qu cada palavra tem sua própria história , que diere da de qualquer outra . e apnas para rmmorar um ma discuido m oura msa, cab aprsnar uma obsrvação d Ioru Iordan (1982:229): Um mplo inrssan qu apoia sa idia é-nos orcido plo dsino do –s fnal, qu prova d orma convincn qu nos nconramos muias vzs pran “miras phonéiqus” quando rcorrmos clusivamn às chamadas lis onéicas. D aco a orafa linuísica prova-nos sm sombra d dúvidas qu a ára d pansão d Jacques , por ., não coincid com a d diables ambas s disinum
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Cosriu (1982:89) mnciona 720.
Diro (qusionário aplicado por psquisador d campo: edmond edmon) 4 anos (1897-1901) Alabo onéica (Risro da primira rsposa do inorman, sponâna) 639 (um por 830km²) em 550 ponos: um inorman; m 87: d dois a rês; m 2: quaro Rlaivamn ácil 1902-1910 (36 ascículos: 1920 mapas) 1912: índic 1914-1915: Suplmno sobr a Córsa: 799 mapas 1920: mariais rcolhidos por edmon ora do qusionário, não mapados
da d Dieus . também não coincidm pays, pis, plus e prix . O msmo s pod vrifcar nas palavras cujo –s m um valor morolóico, iso é, quando srv para marcar o plural dos subsanivos, adjivos, c. (c. arbres autres conidos no Alas) a 2ª. pssoa do sinular do prsn (c. tu as tu vas )
A modoloia proposa por gilliéron v inúmros mérios, nr os quais o d dar marm a inrências d naurza hisórico-social, d chamar a anção para qusõs rlaivas a limis dialais, a procssos d mudança, à diusão d ormas sons, d inauurar a práica d psquisa d campo, d oranização d corpora , d obsrvação da línua m sua dinâmica. O méodo oi-s muliplicando pla europa m ainda noávl vialidad, como o comprovam os inúmros projos concluídos m andamno m dirns pars do mundo, noando-s, hoj, duas ndências básicas: uma, d carár arquolóico, hisórico-comparaivo, qu é, m ral, o prfl dos alas uropus ( aqui srviriam srv iriam d m-
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plo projos como o Atlas Linguarum Europae – ALe, o Atlas Linguistique Roman – ALiR o próprio ALePg), oura, d carár pluridimnsional, ambém volada para a divrsidad social (como o LANE , nr os mais rcns, o ADDU – Atlas Linguístico Diatópico y Diastrático del Uruguay ), ), próprios d áras d línua ransplanada. Rornando, ainda, ao passado, vrifca-s, qu, à época m qu Wnkr gilliéron dsnvolviam sus projos, ocorria, ocorri a, ambém, uma “rvolução no campo da invsiação dialal” (Iordan (1962:5). Na França, o Abad Rousslo dmonsrava, por mio d su sudo Modications phonétiques du langage étudiés dans le patois d’ une amille de Cellerouin, d 1891, qu a ala não aprsna uniormidad nm msmo no âmbio d uma amília, dvido a dirnças d ênro, idad ocupação. Na Suíça, gaucha, m 1905, publica L’únité phonétique dans le patois d’une commune , az não só a msma vrifcação qu Rousslo, mas ambém obsrva a variação sinifcaiva na ala dos habians d uma aldia, aribuindo-a a aors liados às variávis ênro, ocupação, aia ária, posição social ênro.U ênro.Usando sando ambém um qusionário, conclui, nr ouras coisas, qu não há unidad nr um rupo d alans (numa aldia, por mplo), mas pod havr m indivíduos prncns a uma msma ração. tais sudos podm sr visos como prcursors da Sociolinuísica 2, corrn qu, mbora nha ido como marco inicial o ario “Social inuncs on h choic o a linuisic varian”, d John Fishr, publicado na Rvisa Word m 1958, vio a consarar-s como um ramo da Linuísica m 1964 m um conrsso oranizado por William Brih na Univrsidad da Caliórnia m Los Anls (Alkimin, 2006:28), dfnindos como uma ára qu m por scopo a inrrlação nr línua, socidad culura. Dnr os linuisas prsns ao vno, dsaca-s aqui William Labov, Labov, alvz hoj, sua fura mais rprsnaiva. Como bm obsrvou Alkmin, ciando Bachmann et al. (2006:29): D acordo com Chambrs (1995: i), o rmo oi cunhado com o snido qu aqui inrssa m 1952, num ario (“Pro jcion o socio-linuisics”), socio-linuisics”), d Havr Curri. 2
Sundo sss auors, o novo campo é o luar Ond vão s nconrar os hrdiros das radiçõs anias como a da anropoloia linuísica – caso d Hyms – ou da dialcoloia social – como Labov – d spcialisas da primnação ou da inrvnção social: psicóloos, socióloos, msmo planifcadors.
Na nova ára, abriaram-s dirns corrns, nr as quais, como salina Alkmin (2006:43): – a Socioloia da Linuam, rprsnada por J. Fishman; – a Socioloia Inracional, liada ao nom d J. gumprz; – a Dialcoloia Social, associada ao rabalho d sudiosos como R. Shuy P. trudill; – a enorafa da Comunicação, insparávl do nom d D. Hyms [...]. Cabria, ambém, ambém, uma rrência, nsa vrn, aos rabalhos d R. Bauman J. Shrzr, volados, volados, paricularmn, para a qusão da ar vrbal da poéica dos ênros d ala.
Oura d suas vrns, a Sociolinuísica Variacionisa, qu par do princípio d qu a variação é inrn aos sismas linuísicos as varians são linuísica socialmn condicionadas, comçou a dlinar-s a parir d dois sudos d William Labov Labov,, hoj considrados clássicos: “th social hisory o a sound chan on h Island o Marha´s Vinyard, Massachusss” (1962) “th social sraifcaion o enlish in Nw York Ciy” (1966), rspcivamn sua dissração d Msrado sua s ua s d Douorado. Na sira do variacionismo. Faors vinculados vinculados a aia ária, ênro, nívl d insrução, nívl socioconômico, nia, nr ouras variávis qu drminam a hronidad dos rupos sociais, passaram a sr analisados m conjuno com aors d cunho sruural, d modo a drminar as rsriçõs qu prsidm à implmnação d varians qu podm conduzir a procssos d mudança linuísica. Por ouro lado, novos méodos d cola d dados – nr os quais nrvisas minimamn monioradas, a fm d nuralizar o io naivo da prsnça do documnador aranir a nauralidad da siuação comunicaiva, bm como a slção alaória d inormans sraifcados sundo variávis ralinuísicas como as acima indicadas
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– acabaram por rprcuir na ára da olinuísica, drminando aluns ajuss modolóicos qu diassm mais vidn a muliplicidad d aors qu concorrm para a variação, como é o caso dos alas bi ou pluridimnsionais já ralizados ou m curso no Brasil. Pod-s, assim, dizr qu a Sociolinuísica – qu nsja conhcr m proundidad um drminado nômno variávl – a golinuísica – qu prmi dcar, simulanamn, vários nômnos variávis obsrvar a diusão d varians plas dirns áras d um rriório pré-dfnido – são inrcomplmnars, como bm dmonsra Labov (1976:48), qu, m su rabalho pioniro sobr Marha´s Vinyard, já dsacava a imporância d r conado com os dados do Alas Linuísico da Nova-Inlarra como pono d parida sólido apoio undamnal para a frmza d suas conclusõs. Rorça o carár complmnar das duas vrns da Linuísica ambém o ao d Labov rs ddicado, junamn com Sharon Ash Charls Bobr, à laboração d The Atlas o North American English: English: Phonetics. Phonology and Sound Change – ANAE , publicado m 2006 3. Como s pod vrifcar plas inormaçõs conidas na web (c. noa 3), as rcolhas ivram início m 1992, ndo sido ralizados 762 inquérios por lon, corrspondns a 297 comunidads urbanas d línua inlsa nos esados Unidos no Canadá. Um dos criérios para a scolha dos inormans, qu dvriam sr naivos d su aual local d rsidência qu oram slcionados com bas m lisas lônicas, ra o d rm ascndência, por mplo, almã, inlsa, irlandsa, scandinava, polonsa, d acordo com os rupos prdominans nas dirns riõs abarcadas.
As nrvisas, com duração d d 30 a 45 minuos, oram ralizadas com bas na aplicação d dirns écnicas: (i) ala sponâna; (ii) dirncial smânico (qusõs sobr dirnça d snido nr duas palavras); (iii) palavras liciadas, iso é, squências d palavras qu não rqurm liura (como dias da smana, pças d vsuário, conam); (iv) pars mínimos (v) lisa d palavras, nviadas por corrio aos inormans qu ram, mais ard, rconacados por lon para ralizarm a liura. Ao qu udo indic indica, a, a ora orafa fa linu linuísica ísica,, méodo inauurado no século xIx rnovado ao lono do século xx, mosra-s, no início do século xxI, ainda um impora imporan n insrum insrumno no para o sudo da variação mudança linuísicas. reerências bibliográicas ALKMIM, t. t. M. “Sociolinuísica: par I.” In: MUSSALIM, F.; BeNteS, A. C. Introdução à linguística: domínios e ronteiras . 6. d. São Paulo: Corz, 2006. p. 21-47. CHAMBeRS, J. K.; tRUDgILL, P. Dialectology . Cambrid: Cambrid Univrsiy Prss, 1980. COSeRIU, e. “A orafa linuísica”. In: ___. O homem e a sua linguagem. Rio d Janiro: Prsnça; São Paulo: Univrsidad d São Paulo, 1982. p. 79-116. IORDAN, I. Introdução à linguística românica . 2. d. Lisboa: Fundação Calous gulbnkian, [1982] LABOV, W. “Ls moivaions socials d´un chanmn phonéiqu”. In: ___. Sociolinguistique . Paris: Ls Édiions d Minui, 1976. p. 9-93. OLIVeIRA, F. Gramática da linguagem portuguesa. ed. ac-similada, Lisboa: Biblioca Nacional, 1988. PetYt, K. M. The study o dialect: an introduction to dialectology . London: André Dusch, 1980. POP, S.; POP, R. D. Jules Jules Gilliéron: Gilliéron: vie, enseignements, élèves, oeuvres, souvenirs. Louvain: Cnr Inrnaional d Dialcoloi général [1959].
C., na web, a páina d Labov (www (www.lin.upnn.du/~labov) .lin.upnn.du/~labov) da Mouon d gruyr, qu publicou a obra (www (www.mouon.mouononlin.com). 3
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sociolinguística e geolinguística no brasil: caminhos e encontros Jacy Ja cy ra An dr ad e Mo ta é Douora m Línua Por-
uusa. Prossora Associada. Psquisadora CNPq. Insiuo d Lras da Univrsidad Fdral da Bahia. Ára d psquisa: Sociolinuísica Dialcoloia. Coauora do Atlas Linguístico Linguístico de Sergipe Sergipe (1997). Paricipan, dsd a sua implanação (1969), do Projo NURC. Dirora ecuiva do Projo Alas Linuísico do Brasil (Projo ALiB, 1996). e-mail: jacymoa@uba.br Si do ALiB: www.alib.uba.br
resumo
O ario m como objivo raçar um brv prfl do dsnvolvimno das áras d Sociolinuísica Dialcoloia no Brasil, rssalando aluns marcos dssa rajória, assim como os ponos convrns divrns das duas prspcivas no sudo da ralidad linuísica brasilira. Considrando qu, no Brasil, como na hisória dos sudos da divrsidad linuísica, as psquisas d naurza dialcolóica prcdm as d ordm sociolinuísica, é ssa a ordm ambém aqui suida. No capíulo sobr a dialcoloia, dsacam-s: os primiros sudos dscriivos d uma ára brasilira, como o Dialeto Caipira d Amadu Ama du Ama Amaral ral,, m 1920 1920;; o Dcr Dcro o 30.6 30.643 43 do do ovr ovrno no brabrasiliro, m 20 d março d 1952, qu drminava a laboração Atlas las do alas linuísico do Brasil; a publicação, m 1963, do At Prévio dos Falares Baianos , primiro alas linuísico brasiliro; a romada do Projo Alas Linuísico do Brasil, m 1996, a sua inuência no surimno d ouros alas rionais no dsnvolvimno da ára d sudos dialcolóicos. Na linha sociolinuísica, ciam-s o Projo d esudo da Norma Linuísica Cula no Brasil (Projo NURC), iniciado m 1969, os rabalhos d naurza ossociolinuísica a qu du orim, ao lado d ouros projos d lvanamno d dados mpíricos suridos a parir da década d 1970, com o objivo d ampliar o conhcimno sobr o poruuês do Brasil. Rssala-s, na conclusão, o papl rcido plo gt d Sociolinuísica da ANPOLL no dsnvolvimno das duas linhas d psquisa – a Dialcoloia a Sociolinuísica.
abs a bs t r ac actt
this aricl is inndd o rac h dvlopmn o Sociolinuisics and Dialcoloy in Brazil, poinin ou som marks in is pah as wll as h convrin and divrin poins o h wo prspcivs in h sudy o h Brazilian linuisic raliy. Considrin ha, boh in Brazil and in h hisory o h sudis on linuisic divrsiy, h dialcoloical rsarchs prcd hos o h Sociolinuisics, his ordr will also b ollowd hr. In h chapr abou dialcoloy ar prsnd: h frs dscripiv sudis o a Brazilian ara, such as h h Dialeto Caipira by Amadu Amaral, in 1920; h dcr 30.643 o h Brazilian ovrnmn, o March 20h, 1952, which drmind h laboraion o h Brazilian linuisic alas; h publicaion, in 1963, o h Atla Atlass Prévio Prévio dos Fa Falares lares Baiano Baianos,s, h frs Brazilian linuisic alas; h rsumpion o h Projc Atlas LinguísLinguístico do Brasil , in 1996, and is inunc on h apparanc o ohr rional alass and on h dvlopmn o h dialcoloical sudis. In h sociolinuisic ara ar mniond: h Projeto de Estudo da Norma Linguística Culta no Brasil (Projeto NURC), which sard in 1969, and h works o osociolinuisic naur, bsids ohr projcs ha collc c ollc mpiric daa, which hav crad sinc 1970, all o hm hm aimd a nlarin h knowld o Brazilian Poruus. emphasis is also placd on h rol playd by h Sociolinuisics Work group group o ANPOLL, sinc is craion in 1985, or h dvlopmn o Dialcoloy and Sociolinuisics.
raram no século xIx, abordam ouros nívis d sudo da línua, podndo-s considrar Considrando inicialmn a prspciva dialc- O Dialeto Caipira , d Amadu Amaral, publiolóica stricto sensu, surm, a parir da década cado m 1920, como marco inicial dssa 2ª. as d 1920, os primiros rabalhos dscriivos d da hisória da Dialcoloia no Brasil, como o uma ára brasilira qu ulrapassam o inrss azm Nascns, m 1922, Cardoso Frrira apnas pla variação lical, como os qu vio- (1994). 1. a dialectologia no brasil
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Ao ddicar O linguajar carioca em 1922 a volum das Bases para a elaboração do Atlas Lin Amaral, diz Nascns (1953, p. 3): “A Amadu guístico do Brasil : Amaral, qu no DIALetO CAIPIRA mosrou a embora sja d ôda vanam um alas io ao vrdadira dirriz dos sudos dialcolóicos no msmo mpo para odo o país, para qu o fm não Brasil.” fqu muio disanciado do princípio, os esados As obsrvaçõs d Amaral, Amaral, posas na “InroduUnidos, país vaso rico com clns sradas, ção” à sua obra, mosram um pouco dssa “vrdanrou-s à laboração d alas rionais, para mais dira dirriz” rrida por Nascns. ard juná-los no alas ral. Diz Amaral (1976, 43-44): Assim ambém ambém dvmos azr m nosso país, qu é Fala-s muio num “dialo brasiliro”, prssão já consarada aé por auors noávis d além-mar; nrano, aé hoj não s sab ao cro m qu consis smlhan dialação, cuja isência é por assim dizr vidn, mas cujos caracrs ainda não oram discriminados. Nm s podrão discriminar, nquano não s fzrm sudos sérios, posiivos, minuciosos, limiados a drminadas riõs. (...) Sria d s dsjar qu muios obsrvadors imparciais, pacins módicos s ddicassm a rcolhr lmnos m cada uma dssas riõs, limitando-se estritamente ao terreno conhecido e banindo por com pleto tudo quanto osse hipotético, incerto, não vrifcado pssoalmn. (...) Só não s sabria com surança quais os caracrs rais do dialo brasiliro, ou dos dialos brasiliros, quanos quais os subdialos, o rau d vialidad, as ramifcaçõs, o domínio oráfco d cada um.
Obras publicadas por ssa época rm a prop rocupação com a ralidad linuísica brasilira, como língua ua do No Nord rdest este e , d mosram íulos como: A líng Mário Marroquim, m 1934; O alar mineiro, m 1938, A ling linguag uagem em de Go Goiás iás , m 1944, d José Aparcido tiira; A infuê infuênci nciaa aric aricana ana no portu portuguê guêss do Brasil , m 1933, O português do Brasil , m 1937, d Rnao Mndonça; A ling linguag uagem em popular popular da Bah Bahia ia , m 1951, d Édison Carniro, nr ouros. Uma 3ª. as inicia-s, sundo Cardoso Frrira (1994), com o Dcro 30.643 do ovrno brasiliro, daado d 20 d março d 1952, qu drminava, como uma das fnalidads da Comissão d Filoloia da Casa d Rui Barbosa, a laboração do alas linuísico do Brasil. Consaadas as difculdads d ralizar-s, àqula época, o alas linuísico do Brasil, oi dcidida a laboração d alas linuísicos rionais, posição qu Nascns plicia, m 1958, no 1º
ambém vaso , ainda mais, pobr sm ácis vias d comunicação. (Nascns, 1958, 7)
A publicação por Silva Silva No do Guia para estudos dialectológicos no Brasil , m 1957, assim como os conrssos qu s ralizaram nr 1957 1959, principalmn o Primiro Conrsso Brasiliro d Dialcoloia enorafa, m Poro Alr, m 1958, orncram os subsídios ncssários ao surimno do 1º. alas linuísico brasiliro, o Atlas Prévio dos Falar Falares es Baianos ( APFB APFB ), ), iniciado m 1957 publicado m 1963. O APFB dá início aos projos d naurza olinuísica, volados para o lvanamno sismaizado abrann d dados mpíricos m dirns áras do País, com inrss, sobrudo, na variação diaópica. Ao APFB sum, por ordm d publicação: o 1º. volum do Esboço para um atlas linguístico de Minass Gerai Mina Gerais s (EALMG ),), m 1977; o Atlas Ling Linguísuístico da Paraíba , m 1984; o Atlas Ling Linguístico uístico de SerSer gipe , m 1987; o Atlas Linguístico Linguístico do Para araná ná , m Atlass linguístico-et linguístico-etnográ nográco co da região região sul do 1994; o Atla Brasil ( ALERS ALERS ),), vols. I II, m 2002, o primiro alas a abranr mais d um esado; o Atlas Ling Linguísuístico Sonoro do Pará ( ALISPA ALISPA), m CD, m 2004; o Atlas Lingu Linguístico ístico de Sergipe Sergipe II ( ALS ALS II), m 2004. em 1996, a romada do projo d um alas linuísico do Brasil, no ocan à línua poruusa, dspra a anção d vários rupos d psquisa para a ára dialcolóica, implmnam-s novos projos d alas linuísicos1, aluns sob a São ls: Alas Linuísico do Maranhão (ALIMA), Alas Linuísico do Mao grosso (ALMt), Alas Linuísico do Amazonas (ALAM, ts d Douorado dndida m 2004) Alas Linuísico do espírio Sano (ALeS), qu vêm s somar aos já s nconravam m andamno – Alas Linuísico do esado d São Paulo (ALeSP), Alas Linuísico do Cará, Alas enolinuísico do Acr (ALAL), Alas gossociolinuísico do Pará (ALIPA), Alas Linuísico d Mao grosso do Sul (ALMS). 1
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orma d rabalhos d pós-raduação, caracrizando o qu Cardoso Moa (2006) considram uma 4ª. as na hisória da Dialcoloia no Brasil. Do pono d visa modolóico, a Dialcoloia, ou, mais prcisamn, a golinuísica, a parir da década d 1960, comça a abandonar o inrss quas clusivo pla variação diaópica, passando a incorporar sismaicamn os parâmros variacionisas adoados pla Sociolinuísica, iso é, passa d monodimnsional a bidimnsional , posriormn a pluridimnsional. Como mplos d alas bidimnsionais ciam-s Linguístico de Sergipe I ( ALS I ALS I ), o Atlas Linguístico ), o Atlas Lin guístico de Sergipe II ( ALS ALS II ) o Atlas Linguístico do Paraná ( ALPR ALPR ). ). O Projo ALiB opa pla considração d rês parâmros variacionais, além da diaopia – o ênro, a aia ária , nas capiais d sado, ambém a scolaridad do inorman –, lvando, a parir d não, ouros projos olinuísicos à opção pla pluridimnsionalidad. A propósio da “incorporação dos concios sociolinuísicos aos sudos dialcolóicos” val lmbrar a inclusão dssa discussão, m 2000, no âmbio do gt d Sociolinuísica da ANPOLL, na sssão d Dialcoloia 2, conorm obsrva Vandrsn (2003, p. 23).
dscarado, m razão d difculdads advindas da siuação políica do País àqula época. Implmna-s, assim, no Brasil, o inrss pla varidad d línua alada m rands urbs por indivíduos siuados nos nívis mais lvados da pirâmid social, no qu s rr à scolaridad, prnsamn dnors d uma norma próima ao idal linuísico qu s considra “norma cula”; cula ”; a procupação com ouros ipos d variação, além da diaópica. Sobr as rlaçõs nr a dialcoloia a sociolinuísica, após dslocamno do oco dos sudos da divrsidad linuísica do rural para o urbano a inclusão sismáica d ouros parâmros, além (ou ao lado) do diaópico, comna Lop Blanch (1978), 40), dialcóloo-sociolinuisa, idalizador do Projo d esudo da Fala Cula nas Principais Cidads Hispano-amricanas: D iual manra qu la dialcoloía ha andido a las ralizacions rúsica o rurals d las más aparadas poblacions d un país, db ambién andr – y ya sá andindo – a las más lvadas manisacions d las hablas urbanas. Pud habr, pus, una dialcoloía dl habla cula o inclusiv una dialcoloía dl habla académica 3 (Lop Blanch, 1978, 36).
e, mais adian: el hcho d qu la dialcoloía haya ddicado, hasa no hac mucho impo, lo mjor d su surzo al sudio d las hablas rionals, spcialmn rurals, no pud inrprars como hcho dfniorio, sino como circunsancia ransioria. Hoy amplia su radio d acción andindo a las hablas urbanas y a los dialcos vricals, sin por llo djar d sr dialcoloía pura p ura””4 (Lop Blanch, 1978, 40).
2. a sociolinguística no brasil
em 1969, a inrodução do Projo d esudo da Norma Linuísica Urbana Cula no Brasil (NURC) conra psquisadors d cinco univrsidads brasiliras m orno do inrss comum d sudar o poruuês do Brasil a parir do dsmpnho d alans urbanos d nívl univrsiário, sraifcados quano ao ênro à aia ária, risrados m quaro dirns ipos d o: diáloo nr inorman documnador (DID), diáloo nr dois inormans (D2), locuçõs ormais (eF) ravaçõs sm o conhcimno prévio do nrvisado (gS), ss úlimo ipo loo A sssão d Dialcoloia conou com a paricipação d Drcir Pdro d Olivira (UFMS), Hilda goms Viira (UFSC) emílio Milon giúsi (Univrsidad Lumièr, Lyon 2), rprsnado por João da Rocha No (UFMS). 2
Assim como a Dialcoloia ocupou-s das ralizaçõs populars ou rurais das mais disans populaçõs d um país, dv ambém ocupar-s – o qu já sá azndo – das mais lvadas manisaçõs das alas urbanas. Pod havr, porano, uma dialcoloia da ala cula , inclusiv, uma dialcoloia da ala acadêmica. (tradução minha). 4 O ao d a Dialcoloia havr-s ddicado com afnco, aé há pouco mpo, ao sudo das alas rionais, spcialmn rurais, não pod sr inrprado como ao dfniório da sua naurza, mas como circunsância ransiória. (tradução minha.) 3
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tndo sido ambém um dialcóloo, auor do 1º. alas linuísico brasiliro, o inroduor do Projo NURC no Brasil, o sudo da norma linuísica urbana cula adquiriu, aqui, ambém uma ição dialcolóica, não s rsrinindo, como nos paíss da América Laina, apnas à capial do País – qu, no caso do Brasil, por s raar d Brasília, capial rcém-undada àqula época, não aprsnava condiçõs para rprsná-lo linuisicamn ou a uma das suas cidads mais imporans – qu sria o Rio d Janiro, ania capial. Diz Rossi, m 1968, m sua proposa d inclusão do Brasil no Proyecto de estudio coordinado de la norma linguística culta de las principales ciudades de Ibero América y de la l a Península Ibérica : Ora, considrando qu Blo Horizon (...) ainda não prnch por sua juvnud como urbs os rquisios d sdimnação consolidação mncionados, a pono d sr diícil nconrar inormans qu andam às iências sablcidas na runião d Madrid possam orncr uma amosra válida d um alar médio qu alvz ainda não s nha dfnido, qur-m parcr qu no Brasil dvm sr sudadas as normas culas d São Paulo, Rio d Janiro, Rci, Poro Alr Salvador. Com ssa dcisão, ríamos uma amosra rlaiva a uma população urbana simada m 1967 para doz milhõs mio d habians aproimadamn, o qu quival a crca d um séimo da população aual do país, concnrada m quaro cidads undadas no século xVI uma – Pôro Alr – no século xVIII, disribuídas disribuídas sas sas harmoniosamn harmoniosamn por nossa nsão rriorial mais dnsamn povoada: duas na rião Cnro-Sul (Rio d Janiro São Paulo), duas no grand Nords (Rci Salvador) uma na rião Sul (Poro Alr)” (Rossi, 1968, 51).
Por ouro lado, pod-s admiir qu o Projo NURC nha inspirado o surimno d aluns projos volados para o lvanamno a anális d dados mpíricos, laborados com o objivo d complmnar os dados já obidos, qur com o risro d ouros corpora , dirns do pono d visa sráico ou racional, qur com a inclusão d ouras áras qu não inraram o Projo NURC por não prnchrm os rquisios quano à população ou à época d undação por l rquridos. Com rlação ao risro d ouros corpora , cio a obsrvação d Schrr, ao comnar a inrodução do Projo Cnso da Variação Linuísica no esado do Rio d Janiro, m 1980, posriormn idnifcado como Prorama d esudos sobr o Uso da Línua (PeUL), concbido, inicialmn, para aplicar-s nas cinco capiais brasiliras inrans do Projo NURC, com o risro d 120 horas d ravação m cada uma dlas. Diz Schrr (1996, p. 31): O principal objivo ds rupo d psquisa ra a busca da norma não cula do poruuês alado no Brasil, uma vz qu, ans msmo d sua isência, já sava m uncionamno o rupo d psquisa NURC, cujo objivo principal ra a busca da norma urbana cula. Dsa orma, sria possívl raçar um quadro mais complo da ralidad linuísica urbana brasilira.
esndm a invsiação a ouras áras, por mplo, o Projo d sudo da Variação Variação Linuísica Urbana na rião Sul (VARSUL), qu inclui os rês sados da Rião Sul – Paraná, Sana Caarina Rio grand do Sul; o sudo do Poruuês d Foralza (PORtFOR), criado com o objivo d risrar Dss modo, andndo à variação diaópica, alans naurais dssa capial, sraifcados, como os ao lado da dianérica, diaracional diaásica, inormans do NURC, quano a ênro, aia ária ár ia o Projo NURC dá marm a inúmras análiss scolaridad; o Projo d sudo da Variação Linossociolinuísicas a rspio do poruuês do Bra- uísica no esado da Paraíba (VALPB), qu rissil, como, por mplo, as qu s dsnvolvm no rou os alans d João Pssoa, sob a coordnação d âmbio do Projo “gramáica do Poruuês Falado”, Drmval da Hora. esss projos ampliam ambém iniciado m 1988, sob a coordnação d Aaliba d as variávis, admiindo ouras aias árias, além das Casilho5, assim como ss, dissraçõs arios. rês prvisas plo Projo NURC – por mplo, indivíduos com mnos d 25 anos – ouros raus 5 A proposa inicial, d auoria d Casilho, du-s m 1987, d scolaridad – nnhuma scolarização, 4, 8 ou 11 no II enconro Nacional da ANPOLL, ralizado na UFRJ. Os anos d scolarização. rsulados são publicados na séri Gramática do Português Com rlação ao VARSUL é inrssan obsrFalado, da qual s publicaram vários volums, oranizados por var o su oco nas duas vrns – a sociolinuísdirns psquisadors. ja cy r a a nd r ad e mo ta | so ci ol in g uí st ic a e g eo li ng uí st ic a no br a si l
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ica (aí incluindo-s o inrss plo bilinuismo) AMARAL, Amadu. O dialeto caipira . 2. d. São Paulo: Huicic; Scraria d Ciência tcnoloia, tcnoloia, 1976. a dialcolóica –, na mdida m qu s propõ CARDOSO, Suzana. Atlas Linguístico de Sergipe – II . a sudar, d acordo com Vandrsn (1990): Salvador: eDUFBA, 2005. a) o conao do poruuês com as Línuas Minoriárias dos imirans rupos indínas rma- CARDOSO, Suzana; FeRReIRA, Carloa. A dialectolo gia no Brasil. São Paulo: Cono, 1994. nscns; CARDOSO, Suzana; MOtA, Jacyra. “Para uma nova b) o dialo “roniriço” “roniriço” nr Brasil Uruuai; divisão dos sudos dialais brasiliros”. In: CARc) a variação linuísica urbana, considrando os DOSO, Suzana; MOtA, Jacyra (Ors.). Documentos rupos énicos qu consium as populaçõs 2. Projeto Atlas Linguístico do Brasil . Salvador: Quarrionais, ao lado das variávis sociais so, o, 2006. idad scolaridad; CARNeIRO, Édison. A linguagem popular da Bahia , Rio d) dirnças inrarrionais, paricularmn m d Janiro: s.., 1951. FReItAS, AS, Judih; MOt MOtA, A, Jacyra; áras rurais, qu dvriam – como, ralmn, FeRReIRA, Carloa; FReIt ANDRADe, Nadja; CARDOSO, Suzana; ROLocorru – lvar à laboração do Atlas LinguísLeMBeRg, Vra; ROSSI, Nlson. Atlas Linguístico tico e Etnográco da Região Sul do Sul do Brasil .
de Sergipe . Salvador: Univrsidad Fdral da Bahia; Fundação esadual d Culura d Srip, 1987. KOCH, Walr; Walr; KLASSMANN, Mário S.; AL ALteNHOteNHO3. para concluir FeN, Cléo V. Atlas Linguístico Etnográco da Região Sul do Brasil (ALERS) , v. I – Inrodução, v. II – CarConcluindo ssa brv passam plos caminhos as onéico-onolóicas. Poro Alr/Florianópolis/ nconros da Dialcoloia da Sociolinuísica no Curiiba: UFRgS/ UFSC/UFPR, 2002. Brasil, val rssalar ainda a imporância d cursos LOPe BLANCH, Juan. “La Sociolinuísica y la Diad Sociolinuísica d Dialcoloia minisrados: lcoloía Hispánica”. Hisp ánica”. In: ALVAR, ALVAR, Manul; LOPe • emdiv emdiversa ersasuniv sunivers ersidad idades, es,algu algumas masvezes vezescom com BLANCH, Juan (Or.). En torno a la Sociolinguística . Cuadrnos d Linuísica. Méico: Insiuo a prsnça d prossors sraniros, nr os d Invsiacions Filolóicas, Univrsidad Nacioquais cio Svr Pop, ainda m 1954, quando nal Auónoma d Méico, 1978. p.33-58. s prndia criar as condiçõs mínimas para qu a poraria ovrnamnal qu drmi- MARROQUIM, Mário. A língua do Nordeste . Curiiba: HD Livros ediora, 1996. nava a laboração do alas linuísico do Brasil MeNDONÇA, Rnao. A infuência aricana no portupudss sr cumprida; guês do Brasil . São Paulo: Nacional, 1935. • nosI nosInstitu nstitutosB tosBrasilei rasileirosd rosdeLin eLinguísti guística,p ca,perio erio- MeNDONÇA, Rnao. O português do Brasil. São Paulo: dicamn ralizados a parir da década d Nacional, 1937. 1970, com aividads d pós-raduação qu NASCeNteS, Annor. “Éuds dialcoloiqus du Bréancdram a insalação dfniiva dsss cursil”. ORBIS – Bulletin International de Documentation sos nas univrsidads brasiliras. Linguistique , . 1, n. 1, p. 181-184, 1952. NASCeNteS, Annor. “Éuds dialcoloiqus du Brésil”. ORBIS – Bulletin International de Documentae, por fm, cumpr lmbrar as aividads dss tion Linguistique, . 2, n. 2, p. 438-444, 1953. gt, qu, dsd a sua ormação m 1985, m dsmpnhado um papl aluinador diusor dos RAZKY, Abdlhak. Atlas Linguístico Sonoro do Pará (ALISPA), v. 1.1 Blém, CAPeS/UFPA/UtM, 2004. dirns caminhos para o conhcimno da ralied. m CD. dad linuísica brasilira , consqunmn, da ROSSI, Nlson; FeRReIRA, Carloa; ISeNSee, Dinah. Dialcoloia da Sociolinuísica no Brasil. Atlas Prévio Prévio dos Falares Falares Baianos . Rio d Janiro: Minisério d educação Culura; Insiuo Nacional do Livro, 1963. reerências bibliográicas ROSSI, Nlson. Rlaório. In: CAStILHO, Aaliba. Projeto de estudo da norma linguística culta de algumas AgUILeRA, Vandrci d Andrad. Atlas Linguístico do das principais capitais do Brasil . Marília: Conslho Paraná . Curiiba: Imprnsa Ofcial do esado, 1996. Municipal d Culura, 1970. p. 47-57. ja cy r a a nd r ad e mo ta | so ci ol in g uí st ic a e g eo li ng uí st ic a no br a si l
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a g e o l i n g u í s t i c a p l u r i d i m e n s i o n a l n o b r a s i l : histórico, metodologias e estágio atual Vanderci de Andrade Aguilera (UeL/CNPq/
CAPeS) é docn da Univrsidad esadual d Londrina-PR dsd 1982, auando nas áras d Linuísica Hisórica, Dialoloia, golinuísica Sociolinuísica. tm douorado m Linuísica Filoloia pla UNeSP – Assis pós-douorado na Univrsidad d Alcalá d Hnars, espanha. Auora do Alas Linuísico do Paraná Dirora Cinífca do Alas Linuísico do Brasil. e-mail: vandrci.auilra@rra.com.br
resumo
es ario m como propósio aprsnar uma visão panorâmica dos sudos olinuísicos na prspciva da olinuísica pluridimnsional, modoloia criada dsnvolvida por Harald thun, da Univrsidad d Kil, na Almanha. Inicialmn pomos os princípios básicos qu noriam o novo méodo, suindo-s, numa proposa d visão hisóricocomparaiva, ouros rabalhos dsnvolvidos anriormn, no Brasil no Chil, qu ora dnominamos alas monodimnsionais bidimnsionais. Slcionamos para anális aluns mapas do Alas Linuísico Diaópico Diasráico – ADDU – do Alas Linuí Linuísico sico guaran guaranii Român Românico ico – ALgR, ALgR, ambos orinados por Harald thun cuados por quips d orinandos parciros. encrramos com aluns alas concluídos ou publicados no Brasil, além d sudos mais rcns qu s dsnvolvram sob a inspiração da pluridimnsionalidad.
Msr: Que cousa he Dialecto? Discípulo: He o modo diverso de allar a mesma língua. (...) Msr: E quantas castas ha de Dialectos? Discípulo: Dialectos locaes, e Dialectos de tempo, e Dialectos de prossão. (...) alg ˜u Dialecto, Diale cto, de que trateis? tratei s? Msr: Ha mais alg˜ Discípulo: Ha hum modo de allar a lingua Portugueza mao, e viciado, ao qual podemos chamar Dialecto rustico, e delle se usa a gente ignorante, rustica, e incivil, e della he necessario desviar aos meninos bem criados”. (Rras, Jrônimo Conador Conador d Aro, 1725. In: SILVA NetO, Srafm: 1970, p. 561-564)
abs a bs t r ac actt
this papr aims a prsnin an ovrviw o sudis in olinuisics rom h prspciv o pluridimnsional olinuisics, a mhod dvisd and dvlopd by Harald thun, rom h Univrsiy o Kil, grmany. Firs, h basic principls ha uid h nw mhod ar dscribd. thn, rrncs o so-calld monodimnsional and bidimnsional alass dvlopd in Brazil and Chil ar mad rom a hisorical-comparaiv viwpoin. For h prsn analysis, som o h maps Atlass Linguí Linguístico stico Diatópico e Diastrá Diastrático tico – ADDU rom h Atla [Diaopic and Diasraic Linuisic Alas] and rom h Alas Linguístico Guarani Românico – ALgR [Roman guarani Linuisic Alas], boh suprvisd supr visd by Harald thun, and mad by ams o radua sudns and llow rsarchrs, ar discussd. Finally, som alass mad and or publishd in Brazil, as wll as mor rcn rsarch inspird by h pluridimnsionaliy concp hav bn slcd.
introdução
Conador d Aro, na vrdad, não oi o primiro ‘linuisa’ a prcbr a dscrvr a naurza dinâmica, muávl, divrsifcada muliacada da línua. Mas é inrssan obsrvar qu os dialos poruuss já assim s aprsnavam aos olhos aos ouvidos dos sudiosos scnisas, splhando as dirnças diaópicas, ou locaes , das quais iriam s ocupar proundamn os dialóloos a parir do fnal do século xIx aé nossos dias; as dirnças diacrônicas, ou de tempo, qu iriam insiar a imainação o raciocínio dos hisórico-comparaisas noramáicos novcnisas; as dirnças d silo, ou de prossão, d qu ambém s ocupariam os sociolinuisas, da sunda mad do século xx 99
aé a aualidad; , fnalmn, as dirnças sociais, os dialetos maos e os verdadeyros , opondo alans scolarizados a não scolarizados, rurais a urbanos, como procdm os sociolinuisas variacionisas. A Dialoloia, como bm oi dscria analisada por Brandão, nsa msa, inicia o rand movimno d dscrição das línuas, rprsnando as smlhanças dirnças m mapas linuísico-oráfcos já no fnal do século xIx com Wnkr W nkr gilliéron irradia-s plos principais cnros d sudos do lobo. A Sociolinuísica, como oi mplarmn discuida por Moa, ns vno, v su início m 1964, nos esados Unidos alasra-s, iualmn, por odos os canos. A golinuísica, anhando pouco a pouco sua auonomia, busca nos princípios da Sociolinuísica a ampliação d su campo d sudos. Nasc a olinuísica pluridimnsional. Ns ario, com o objivo d aprsnar uma visão panorâmica da olinuísica pluridimnsional, discuimos aluns aspcos hisóricos modolóicos qu s ramo da Dialoloia dsnvolvu no Brasil, raças aos sorços d thun sus colaboradors nas psquisas no Uruuai Parauai.
jos, como obsrvam Chamb Chambrs rs trudill (1988), é o prfl do inorman slcionado. Considra-s como inorman idal o habian da zona rural, d so masculino, mais vlho, qu não nha saído d sua rião. É o qu Chambrs trudill (1988:33) rsumm na susiva sila, m inlês, NORMs – “nonmobil, oldr, rural mals”. em poruuês, a sila corrspondn sria HARAS – H: homm, A: adulo, R: rurícola, A: analabo, S: sdnário (Záari:1999).
Ns paricular, podmos afrmar qu o primiro alas sriamn monodimnsional publicado no Brasil é o esboço d um Alas Linuísico d Minas grais (Ribiro et al .:.: 1977) – sundo alas sadual pla ordm cronolóica d publicação. A monodimnsionalidad sá na modoloia adoada: apnas um inorman por localidad, no caso, prrncialmn do so masculino, pois, conorm consa da Inrodução da obra, nos primiros 50 ponos, dnr os 83 inormans, apnas quaro são mulhrs. também não inclui ouras variávis qu não sja a diaópica, pois os inormans são analabos ou d baia scolaridad são na aia ária dos 30 aos 50 anos. Ilusramos com a cara 27 – Cambalhoa, adapada d Ribiro et alii (1977)
1. geolinguística e represent representação ação cartográica
A o olin linuí uísic sicaa no Bra Brasil sil m iníc início io na déc década ada d 50 com as publicaçõs d Silva No Silva No (1957) Nascns (1958 1961), d undo órico-modolóico, abrindo caminhos para a discussão sobr o alas linuísico do Brasil a laboração dos primiros alas saduais. Suindo a linha uropia d invsiação olinuísica, os psquisadors brasiliros iniciam com alas monodimnsionais, caminham para os bidimnsionais hoj prrm os pluridimnsionais, como procuramos dmonsrar a suir.
1.1. Atlas monodimensionais enndmos por alas monodimnsionais os qu risram a variação diaópica dos nômnos linuísicos sm a procupação com ouras variávis. Sundo Casro (2008: inédio): a radição da orafa linuísica, uma das mais noórias caracrísicas comparilhadas plos principais pro-
A cara 27, por mplo, aprsna a disribuição spacial das varians para a brincadira inanil qu consis m ‘irar o corpo sobr a cabça acabar snado’. As ormas mais rquns mapadas: cambota, cambalhota, salto mortal, carambota, pirueta e escambota , além d marcar áras léicas, orcm marial para rão sobr
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a línua poruusa no Brasil associada à ormação sociohisórica aos movimnos d ocupação do spaço oráfco (Auilra: 2007). Além do eALMg, ouros alas monodimnsionais brasiliros oram laborados, como o Alas linuísico da Paraíba – ALPB (Araão & Mnzs: 1984), Alas linuísico noráfco da Rião Sul – ALeRS (Koch et al.: 2002) o Alas linuísico do Mao grosso do Sul – ALMS, oranizado por Olivira (2007). Da América do Sul, slcionamos o Alas linuísico-noráfco dl sur d Chil – ALeSUCH – projo com uma hisória basan dirn da do Alass linuísico Ala linuísico noráfco noráfco da Colômbia Colômbia 1, pois, naqul país, dsd a década d 40, houv várias naivas, mbora sm êio, d laborar um alas nacional, ais como a d gasón Carrillo Hrrra qu, m 1969, sundo Mons giraldo (1987, p. 79), dscrv um projo d alas chilno, qu não vio à luz. em 1973, um rupo d psquisadors – ARAYA, ARA YA, g., WAgNeR AgNeR,, C., CONtReR CONtReRAS, AS, C. y BeRNALeS, M. – publica o ALeSUCH , a parir d 1997, m início um ambicioso
O alas comprnd 240 caras disribuídas m duas pars: do léico ral, com 61 caras, do léico urbano, com 179 caras. A primira raa do campo smânico do homm, aprsnando as varians léicas onéicas das pars par s do corpo humano, dos snimnos, da vida social rliiosa; a sunda raa do léico das profssõs (rriro, carpiniro, sapairo), casas comrciais, brincadiras, nr ouras. Quano à aprsnação das caras, mos as analíicas (com a rprsnação onéica ponual, por inorman) as misas (com lnda ormas oméricas para cada varian). A cara abaio, na modalidad misa, raz como ma as ormas d raamno para o cura ou sacrdo. A barra inclinada qu aparc no pono Ca 10 indica qu a varian m qusão oi risrada na ala do inorman scundário. s cundário. Atlas linguístico-etnográfco linguístico-etnográfco del sur de Chile
proyco qu, oráfcamn, involucra al país nro: m rfro al lvanamino d un Alas linuísico. trtrcr inno, si conamos l d Rodolo Oroz a cominzos d la década dl 40 y l d gasón Carrillo n 1967, invsiadors qu lamnablmn ya no nos acompañan. Y pnsamos qu s inno sí dbría nr éio, dado qu ha qudado rsulo l principal scollo para una mprsa d sa nvradura: l fnanciamino, al mnos l corrspondin a la primra apa, qu ha sido proporcionado por Conicy . (Wanr, C. esudios Filolóicos, Filolóicos, N° 33, 1998, pp. 119-129)
O ALeSUCH (Araya et al.: 1973) é ambém um mplo d alas monodimnsional, laborado nos molds dos alas radicionais: único inorman, adulo, masculino, rural sdnário. Nas páinas inroduórias rrns aos sinos auiliars para o risro d rsposas, consa a orma d rprsnação da ala dos inormans scundários masculino minino. Consulando, odavia, mais dalhadamn crca d cm caras, não nconramos nnhuma varian da ala minina. O Alas Linuísico-noráfco d Colômbia (ALeC), diriido por Luis Flórz, ra o único alas ral d um país publicado aé a década d 80. es rand projo conou com o apoio fnanciro do Insiuo Caro y Curvo m odas as suas apas. 1
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o marial colado não caroraado por sus primiros auors, plora a bidimnsionalidad, Alas bidim bidimnsiona nsionais is são aqul aqulss qu, qu, além além da da varivari- rprsnando a ala masculina por um quadrado ávl diaópica, inclum uma oura variávl. No a minina por um círculo. ess alas inclui ráfcos i normacaso dos alas produzidos no Brasil, a bidimnsio- d rquência , no inrior do mapa, raz inormanalidad s concriza com a inclusão sismáica çõs sobr as rds uvial, rroviária rodoviária, d dois inormans por localidad, um homm além da scala d disâncias. Ilusramos com a cara Nº 8 do ALSe II: uma mulhr. ess méodo comça a s sboçar com o Alas Prévio dos Falars Baianos (Rossi et al .:.: 1963), s frma com os Alas Linuísicos d Srip-ALSe (Frrira et al .:.: 1987), Srip II – ALSe II (Card (Cardoso: oso: 2005), 2005), do Paraná Paraná-ALPR -ALPR (Auilra: 1994) Paraná II-ALPR II (Alino: 2007).
1.2. Atlas bidimensionais 2
1.2.1. APFB – prenúncios da bidimensionalidade Pod-s Pod -s considrar o Alas Prévio dos Fala Falars rs Baianos (Rossi: 1963) como o prcursor dos alas bidimnsionais uma vz qu, mbora ainda d orma assismáica, incluiu a mulhr como inorman m quas odos os ponos linuísicos invsiados. Nas caras dss alas, os inormans são idnifcados por lras (A B, m sua maioria) qu não rprsnam rspcivamn o homm ou a mulhr, ornando-s, ncssário, pois, rcorrr à lisa dos inormans, para ssa idnifcação. Dssa orma, dos cm inormans, 53 são mulhrs, com a suin disribuição: m 37 localidads oram nrvisados um homm uma mulhr; m sis, duas mulhrs m cada um dos ponos; m uma localidad, uma única inorman; no pono 5, rês mulhrs , nas localidads d númro 45 a 49, mos apnas um homm m cada pono. 1.2.2. Sergipe e Pa Paraná: raná: atlas bidimensionais O ALSe (Frrira et al .:.: 1987) é o primiro alas sadual brasiliro a incluir sismaicamn um homm uma mulhr como inormans m cada um dos ponos invsiados, idnifcando-os plas lras A (mulhr) B (homm). Não conmpla ouras variávis sociais, uma vz qu os inormans são m sua maioria analabos ou com baia scolaridad , a maioria, na aia aia dos 30 a 65 anos. anos . No ALSe II (Card (Cardoso: oso: 2005), a auora auora,, aprov aproviand iandoo Ao compararmos as várias modalidads d alas: monodimnsionais, bidimnsionais pluridimnsionais não sinifca qu samos miindo um juízo d valor sobr um m drimno d ouros. Nosso propósio é não só mosrar a imporância d cada um para a hisória da variação da mudança linuísica mas ma s ambém os avanços modolóicos da olinuísica. 2
A inclusão inclusão dssas inormaçõ inormaçõs s ornam a localilocalização dos ponos mais prcisa aproima cada vz mais a olinuísica da orafa ísica humana. Ouro alas a plorar a bidimnsionalidad, liada à variávl so, é o Alas Linuísico do Paraná – ALPR (Auilra: 1994), no qual os inormans são idnifcados plos símbolos: C (mulhr) ? (homm). Quando o símbolo sá ausn, sinifca qu a orma é comum a ambos os inormans. O ALPR – II (Alino: 2007) suiu a msma modoloia d caroraação dos dados do ALPR (Auilra: 1994).
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Ilusramos com a cara 8 do ALPR:
A inclusão da dimnsão dianérica prmi ralizar sudos sobr a inuência da variávl so sobr a variação da linuam, iso é, aproviando dados olinuísicos podm-s lvanar hipóss d naurza sociolinuísica.
qu s iniciou m 1989. esa concpção modrna diz rspio ao suin prssuposo: a variação linuísica s manisa plo mnos m rês dimnsõs: a diaópica, a diasráica a diaásica, as quais, d acordo com Cosriu (1987), podm s subdividir m subipos variacionais. Como mplo, cia qu as variaçõs crdiadas às raçõs ou às dirnças 2. geolinguística pluridimensional pluridimensional:: d so podm s arar às rês variaçõs básicas objetos e métodos ou subordinar-s à variação diasráica ou diaásica. Dssa orma, amplia-s o objo d sudo da goRlaa thun (1989) qu, no ano d 1981 dos pri- linuísica monodimnsional, qu buscava a variação miros conaos com Adolo elizaincín, da Uni- diaópica, passa a s aproimar aproi mar do objo d sudo vrsidad d la Rpública d Monvido, nascu a da Sociolinuísica, ou sja, a variação social. idia d conccionar um alas linuísico da Rpúthun (2005) disinu, na pluridimnsionaliblica Orinal dl Uruuay, d concpção modrna, dad, as suins dimnsõs parâmros:
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Quadro 1: Dimnsõs Parâmros sundo thun (2005) Dimensão 1 Dialinual 2 3 4 5 6 7 8
Parâmetro espanhol Poruuês Diaópica toposáico < A /N Diaó Di aópic pico-c o-ciné inéic icaa topo oposá sáic icoo topodinâmico Diasráico Class ala Class baia Diaracional gração II gração I Diassual Mulhrs Homns Diaásica R/C/L Diarrrncial Fala ‘o ‘objiva’ Fala malinuísica
As dim dimnsõ nsõs s par parâm âmros ros d n°s 1 a 6 dizm rspio ao prfl dos inormans as d nº 7 8 rrm-s à naurza do insrumno d cola d dados. Sundo thun (1989), ssas dimnsõs parâmros acima aprsnados podm sr pandidos a criério do psquisador conorm su objo d sudo. A conjuação d odos ls, ou d boa par dls, difcularia, sobrmanira, a cola dos dados, plo alo cuso da psquisa – por iir um lvado númro d inormans por pono uma quip numrosa muio bm prparada d invsiadors. Onraria, ambém, a caroraação, plo volum d dados, qu iiria um númro muio rand d caras para cada nômno linuísico invsiado. (Vja-s, por mplo, o omo I do ADDU,, dscri ADDU d scrio o a s suir) uir).. Dois alas concrizam a idia do alas pluridimnsional marcam o início dssa nova modoloia: o Atlas linguístico diatópico-diastrático do Uruguai – ADDU , coordnado por thun elizaiguarani-românico nico cín (2000) o Atlas linguístico guarani-româ sociologia – ALGR-S , laborado por thun colaboradors (2002).
O omo I do ADDU (2000) raa clusivamn do consonanismo do vocalismo do spanhol no Uruuai o ascículo A. 1, qu consulamos, rr-s à laral palaal (/´/,
) à ricaiva mdiopalaal (/j/, ): Lleísmo, yeísmo, Zeísmo y Seísmo en el español uruguayo . Os auors inclum vários ipos d caras: o noípico – monodimnsional ou pluridimnsional; o monoásico, o pluriásico o polional. O mapa noípico diz rspio à caroraação d um nômno linuísico risrado sob o criério d “documnado” ou “não documnado”. Nas palavras dos auors: La manisación noípica corrspond al simpls hcho d prsnars un drminado nómno linuisico. el mapa noípico rproduc, más o mnos, aqul mapa olinuísico radicional qu documna la ocurrncia o ausncia d un nómno n l spacio variacional limiado a la dimnsión diaópica. S raa, pus, d una rprsnación dicoómica d valors binarizados. el mapa noípico consiuy l plano más absraco d nusra prsnación d los hchos y s inicio d la sucsión d nivls analíicos. S baja, n la séri máica, dl nivl noípico hasa la orma linuísica producida por un individuo n un silo drminado, pasando por odos los planos cuyo risro prmi nusro prorama pluridimnsional y qu dspiran inrés mpírico o modolóico. (thun, Harald & elizaicín, Adolo: 2000, p. 5).
O tomo tomo I raz inicialmn nov mapas noípicos sobr as varians da laral palaal da ricaiva mdiopalaal. Na squência vêm os mapas monoásicos, iso é, os qu ocalizam a variação dsss nômnos a parir d cada uma das ormas d cola d dados, ou silos: liura (L), rsposas (R) convrsação (C). A parir dos mapas monoásicos são consruídos os pluriásicos, como a cara 42 abaio:
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nômnos onéicos caroraados, basada m cada uma das dimnsõs sabl cidas. O Alas linuísico guaraniRomânico ( ALGR ), por sua vz, su ALGR ), o modlo do ADDU s disinu dos dmais alas por incluir incluir,, pla primira vz, o sudo d uma línua indína sul-amricana, o uarani. Nas palavras d Dirich (2008), “raa-s ivamn do conao nr o uarani o spanhol al como s aprsna no Parauai m pars limíros da Arnina assim como nr o uarani o poruuês m pars limíros do Brasil”. Do ALGR (thun colaboradors: 2002), analisamos o omo II, cujo subíulo é sociologia ( ALGR ALGR). O objo d sudo ds omo S ). são as crnças aiuds linuísicas dos alans uaranis m rlação à línua marna à spanhola. A rd d ponos comprnd comprnd 49 localidads parauaias. em cada pono oram inrroados plo mnos quaro inormans disinos sundo o so (homns mulhrs), a idad (jovns, nr 18 36 anos idosos, com mais d cinquna anos) o rau d insrução (a class baia com aé 4 anos d primário, a thun elizaicín (2000, p. 78) sclarcm qu class ala com scolaridad média aé a oros mapas pluriásicos m rlação aos monoásicos mação profssional ou univrsiária). O omo II êm a vanam d prmiir uma visualização mais compõ-s d 300 caras qu documnam o qu clara das confuraçõs arais da rlvância das pnsam sss alans sobr: (i) o nsino bilínu, (ii) as línuas (uarani spanhol), (iii) o alan dimnsõs não diaópicas. Os mapas polionais, por sua vz, são mapas suas línuas, (iv) o alan sus inrlocuors, d síns ou inrpraivos, m qu os dados (v) o idioma uarani na vida pública. As carsão colocados a parir da anális ia com o as são d dois ipos: noípicas polionais. As marial colado. traa-s do méodo dialco- primiras razm sismaicamn o ráfco das mérico qu m como objivo “a mdição das rquências obidas para aqula qusão spcídirnças dialais, dirnças linuísicas cuja fca, mas, dirnmn do ADDU, o ALgR-S disribuição é drminada prliminarmn não analisa os aos caroraados. Ilusramos com a cara 103, na modalidad ” (thun: 2007). Oura novidad pla orafa ” insrida no ADDU diz rspio à anális dos noípica: Atlas linguístico diatópico diatópico y diastrático del del Uruguay
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Atlas linguístico Guarani-Románico. Guarani-Románico. Sociologia Sociologia
laboração d um alas linuísico, o Comiê Nacional (1996) rdiiu um Projo qu conmpla, além da dimnsão diaópica, as dimnsõs diaracional diassual para as localidads do inrior. Para as capiais acrscna a dimnsão diasráica, prvndo a cola d dados juno a inormans d dois nívis d d scolaridad: undamnal suprior suprio r. A rd d ponos nvolv 250 localidads, das quais 25 são capiais 225 são do inrior, disribuídas plos vin sis sados d acordo com a dnsidad dmoráfca d cada um. Concluída a cola as ranscriçõs ramáica onéica dos dados das capiais, a quip coordnadora sá mpnhada na rvisão da ranscrição onéica na prparação das caras para comporm os primiros volums do ALiB.
3.1. A Geolinguística Geolinguística pluridimensional no Brasil – atlas estaduais
As inovaçõ inovaçõs s ns ns alas alas m rlação rlação aos dmai dmais, s, m paricular aos alas saduais brasiliros publicados aé o fnal do século xx, dizm rspio às suins inclusõs: (i) é o primiro alas sul-amricano a mapar as crnças aiuds linuísicas dos inormans nrvisados; (ii) a cara raz a pruna al qual oi ormulada m spanhol uarani; (iii) raz ráfcos d rquência, m prcnuais, por rupo d inormans, sundo a class social a aia ária, além d inormaçõs sobr a rd uvial. 3. geolinguística pluridimensional no brasil – o alib
As idias d thun rvolucionaram a olinuísica no Brasil d al sor qu, ao s dcidir pla
todo sudioso da linuam no Brasil rconhc o rand impulso qu o Projo ALiB rou para as psquisas olinuísicas brasiliras, haja visa o sinifcaivo númro d projos d alas saduais locais qu s dsnvolvram ( s dsnvolvm) com o su lançamno no Sminário Caminhos prspcivas para a golinuísica no Brasil, m novmbro d 1996, na Univrsidad Fdral da Bahia. Por Por associar os os princípios da golinuísica radicional aos da Sociolinuísica, vêm azndo inúmros suidors da modoloia pluridimnsional. Dnr ls, dsacamos: Alas Linuísico Sonoro do Pará – ALiSPA (Razky: 2004), Alas Linuísico do Amazonas – ALAM – rsulado da s d Cruz (2004) o Alas Linuísico do Mao grosso do Sul – ALMS – oranizado por Olivira (2007), já publicados. Para o ALiSPA, o auor sablcu dz localidads, m cada uma das quais oram nrvisados quaro inormans, com scolaridad undamn-
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al, sndo dois homns duas mulhrs, disribu- A primira diz rspio ao município d Cândido ídos por duas aias: nr 18 30 anos nr 40 d Abru, siuado no cnro-paranans, com 60 70 anos. O auor sclarc qu a psquisa caras, conmplando s ponos rurais um urbano, m cada um dos quais oram nrvisas av ao sudo da variação onéica. Inicialmn dos quaro inormans. A sunda, dsnvolvida buscaram-s inormaçõs d acordo com os parâ- no município d Adrianópolis, siuado no Val Val do mros da psquisa ossociolinuísica, a parir d rio Ribira, na divisa com São Paulo, slcionou uma fcha d inormans da qual consam aspcos cinco ponos rurais um urbano, m cada um sociais d 42 inormans, sraifcados socialmn dos quais oram nrvisados quaro inormanpara a nrvisa sociolinuísica. Isso rsulou numa onoca composa d 420 arquivos sonoros da s: dois homns duas mulhrs prncns a ala parans. Uma mosra d 40 inormans dssa duas aias árias. Slcionamos a cara 101 para onoca srviu para a concção do Alas Linuísico ilusração: Sonoro do Pará. (Razky: 2005, p. 212-213)
Quano ao ALAM (Cruz: 2004), a auora invsiou 54 inormans disribuídos por nov ponos linuísicos slcionados plas variávis so idad, incluindo, pla primira vz na hisória da olinuísica brasilira, a aia ária inrmdiária. O ALMS (2007) consa d 217 caras: 57 onéicas, 152 licais 7 morossináicas a rd d ponos comprnd rina duas localidads m cada uma das quais oram nrvisados quaro inormans slcionados plas variávis so aia ária. Na caroraação, os inormans são idnifcados por cors: vrd (homm jovm), branco (mulhr jovm), azul (homm idoso) amarlo (mulhr idosa). Dnr os alas m andamno, o do Maranhão, Rio grand do Nor Rondônia incluíram m sus projos duas ou mais dimnsõs, a maioria opando pla inclusão d inormans d ambos os sos d duas aias árias, plo mnos.
3.2. Geolinguística pluridimensional no Brasil Brasil – atlas municipais ou de pequenos domínios Mais rcnmn, nas univrsidads brasiliras qu conam com docns ddicados à olinuísica, vêm-s dsnvolvndo dissraçõs ss basadas na olinuísica pluridimnsional conmplando alas d pquno domínio. Na Univrsidad esadual d Londrina – UeL – por mplo, sob a minha orinação, oram concluídas duas dissraçõs – Lino (2000) Alino (2001 2007) sobr alas municipais.
Ainda na UeL ris risramos ramos a s d guima guima-rãs (2008) sobr o Atlas linguístico de São Fr Franancisco do Sul , no lioral caarinns. esão m andamno uma dissração uma s: a primira sobr quaro ponos do os paulisa Alas Linuísico topodinâmico do Os d São Paulo) a sunda sobr cinco ponos do os paranans (Alas Linuísico-noráfco da Rião Os do Paraná / ALeRO). ALeR O). Ambas inclu incluíram íram m suas psquisa psquisass as dimnsõs: diaópico-cinéica, disráica, diaracional, diassual, diaásica diarrrncial. Na Univrsidad d São Paulo, sob a orinação or inação da Dra. Irnild Prira dos Sanos, mrcm dsaqu as ss: Estudo semântico-lexical com vistas ao Atlas Linguístico da mesorregião do Marajó-Pará Marajó-Pará , d Cardoso da Silva (2002); o esudo es udo smânicolical com visas ao Alas Linuísico do Lioral Paulisa, d Imauir (2004); Atlas semânticolexical da Região do Grande ABC, d Crisianini
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(2006). Rssalamos ambém as dissraçõs: d Imauir (1999), Estudo com vistas a um Atlas Linguístico da Ilha de Santa Catarina. Abordagem de aspectos semânticos lexicais, orinada plo Dr. edard Casas Estudo geolinguístico de aspectos semântico-lexicais nas comunidades tradicionais do município de Ilhabela , d encarnação (2006), orinada pla Dr.ª Irnild Pwrira dos Sanos. Na Univrsidad Fdral do Rio d Janiro, sob a orinação da Dr.ª Sílvia Fiuirdo Brandão, dsacamos: (i) o Microatlas Fonético do Estado do Rio de Janeiro (Micro AFERJ) : uma conribuição para o conhcimno dos alars uminnss, d Almida (2008), nvolvndo nov ponos linuísicos nos quais oram nrvisados 54 inormans, d ambos os sos d rês aias árias; (ii) Atlas Fonético do entorno da Baía da Guanabara (AFeBg), d Lima (2006), dsnvolvida m quaro ponos 24 inormans,
iualmn d ambos os sos rês aias árias. Ainda na UFRJ, Pr Prira ira (2007) dndu a s Atlas geolinguístico do litoral potiguar – ALiPTG , sob a orinação da Drª Dinah Callou. A auora slcionou cinco ponos ond oram nrvisados 20 inormans d ambos os sos duas aias árias. Finalmn, na Univrsidad Fdral do Mao grosso do Sul, sob a orinação da Drª Aparcida Nri Isqurdo, Ris (2006) dnd a dissração Atlas linguístico do município de Ponta-P Ponta-Porã-MS: orã-MS: um risro das línuas m conao na ronira do Brasil com o Parauai. Além da dimnsão diaópica (oio ponos), conmplou a dimnsão dialinual, ao nrvisar por localidad dois alans do poruuês, mas ambém profcins m spanhol /ou uarani. Ilusramos com a cara 010 (à squrda): conclusões
Ns sudo, por mio d uma visão panorâmica dos sudos olinuísicos no Brasil, sobrudo os d naurza ossociolinuísica ou pluridimnsional, procuramos dmonsrar rês ponos principais: (i) o salo quaniaivo dado pla olinuísica no Brasil, sobrudo s lmbrarmos qu no spaço d rina um anos – d 1963 a 1994 – oram publicados apnas cinco alas saduais , m apnas sis anos – d 2002-2007 –, ivmos ouros cinco saduais: ALiSPA, ALAM, ALSe II, ALPR II, ALMS, além d um alas rional – ALeRS , a maioria dls alas pluridimnsionais; (ii) as iniciaivas qu conmplam, sob a orma d ss dissraçõs, os alas pluridimnsionais d pquno domínio, cham hoj a mais d uma dzna: Micro AFeRJ, AFeBg, ALiPtg, d Adrianópolis, d Cândido d Abru, do lioral d Sana Caarina, do lioral sul paulisa, da Rião do ABC – SP, do município d Ilhabla, da Ilha d Marajó o ALiPP; (iii) vrifcamos, a parir do prsn século, a crscn dscnralização dos sudos olinuísicos a sua implanação m Insiuiçõs d ensino Suprior qu não inham radição m psquisas dssa naurza, como o Mao grosso, Maranhão, Rio grand do Nor, espírio Sano Rondônia. va nd er ci d e a nd r a de ag ui l er a | a ge ol in g uí st ic a pl ur id im en si on a l no br a si l
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Do qu oi poso, osaríamos d rirar CRIStIANINI, Adriana Crisina. Alas smânico-lical da Rião do grand ABC. ts. São Paulo: Uniqu os avanços m sudos ossociolinuísicos vrsidad d São Paulo, 2006. não vêm diminuir a imporância dos alas monodimnsionais bidimnsionais. Ao conrário, os CRUZ, Maria Luiza. Atlas Linguístico do Amazonas – ALAM. ts. Rio d Janiro: Univrsidad Fdral do objivos d cada um não s conrapõm aos do Rio d Janiro, 2004. ouro, apnas s complmnam nsa caminhada DIetRICH, Wol. Apresentação do projeto do Atlas Linqu odos ncamos rumo à dscrição do poru guístico Guarani-Românico Guarani-Românico ( ALGR ALGR ): ): A par brasilira. uês alado no Brasil. www.ociis.com/ail_br/wolddirich.hm Acsso m 02 d aoso d 2008. eNCARNAÇÃO, Márcia Rina tiira da. Estudo geolinguístico de aspectos semântico-lexicais nas comunireerências dades tradicionais do município de Ilhabela . São Paulo: Univrsidad d São Paulo, 2006. AgUILeRA, Vandrci d Andrad. Atlas Linguístico do FReItAS, AS, Judih; MOt MOtA, A, Jacyra; Paraná (ALPR) Paraná (ALPR). Curiiba: Imprnsa Ofcial do esado, FeRReIRA, Carloa; FReIt ANDRADe, Nádia; CARDOSO, Suzana; ROL1994. LeMBeRg, Vra; ROSSI, Nlson. Atlas Linguístico AgUILeRA, AgUIL eRA, Vandrc andrcii d Andrad Andrad. . goli golinuísic nuísicaa o de Sergipe. Salvador: Univrsidad Fdral da Bahia; conhcimno da sócio-hisória do Poruuês do BraFundação esadual d Culura d Srip, 1987. sil. Signum: Estudos da linguagem, v. 10 n. 2/2007, p. gUIMARÃeS, tânia Braa. Atlas linguístico de São 285-297. Francisco do Sul – SC. ts. Londrina: Univrsidad ALMeIDA, Fabiana da Silva Campos. Microatlas Fonéesadual d Londrina, 2008. tico do Estado do Rio de Janeiro (Micro AFERJ): uma contribuição para o conhecimento dos alares fuminen- IMAgUIRe, Liia Maria Campos. Estudo com vistas a um Atlas Linguístico da Ilha de Santa Catarina. Aborses. ts. Rio d Janiro: Univrsidad Fdral do Rio dagem de aspectos semânticos lexicais . Dissração. São d Janiro, 2008. Paulo: Univrsidad d São Paulo, 1999. Paraná aná ALtINO, AL tINO, Fabian Crisina. Atlas linguístico do Par – II. ts. Londrina, Univrsidad esadual d Lon- IMAgUIRe, Liia Maria Campos. Estudo geolinguístico de alguns municípios do Litoral Sul Paulista: abordam drina, 2007. d aspcos smânico-licais. ts. São Paulo: Uni ALtINO, AL tINO, Fabian Crisina . Pelos caminhos da geolinguísvrsidad d São Paulo, 2004. tica paranaense: um estudo do léxico popular de AdrianóWalr; KLASSMANN, KL ASSMANN, Mário Silrdo; ALteNALteN polis – PR. Dissração. Londrina: Univrsidad esa- KOCH, Walr; Linguístico-Etn o-Etnográco ográco da HOFeN, Cléo Vílson. Atlas Linguístic dual d Londrina, 2001. Região Sul. 2 vols. Poro Alr/Florianópolis/Curiiba: ALtINO, AL tINO, Fabian Crisina. Pelos caminhos da geolinguísed.UFRgS/ ed.UFSC/ ed.UFPR. 2002. tica paranaense: um estudo do léxico popular em Adrianópolis. UeL: Londrina, vrsão m CD ROM, 2006. LIMA, Luciana goms d. Atlas Fonético do entorno da baía de Guanabara – AFeBG. 2 vols. Dissração. Rio d ARAgÃO, Maria do Socorro Silva d; MeNeZeS, Janiro: Jan iro: Univrsi Univrsidad dad Fdral Fdral do Rio d Janiro Janiro,, 2006. 2006. Clusa Bzrra d. Atlas Linguístico da Paraíba. Brasí Aspectos linguísticos linguísticos da ala de CânLINO, Fádua Moisés. Aspectos lia: UFPB/CNPq, 1984, 2v. dido de Abreu. Dissração. Londrina: Univrsidad ARAYA, ARAY A, g., WAgNeR, WAgNeR, C., CONtReRAS, C. y BeResadual d Londrina, 2000. NALeS, M. Atlas Linguístico del Sur de Chile, vol. I, MONteS gIRALDO, José Joaquín. Dialectologia geneValdívia: Insiuo d Filoloía, 1973. ral e Hispanoamericana: orinación órica, modoCARDOSO da SILVA, Maria do Prpéuo Socorro. lóica y biblioráfca. 2 d. Booá: Insiuo Caro y Estudo semântico-lexical com vistas ao Atlas Linguístico Curvo, 1987. da mesorregião do Marajó-P Marajó-Pará. ará. 2 vol. ts. São Paulo: NASCeNteS, Annor. Bass Bass para a laboração do Alas Univrsidad d São Paulo: 2002. Linuísico do Brasil. Rio d Janiro: Casa d Rui BarCARDOSO, Suzana Alic Marclino. Atlas Linguístico bosa, 1958 1961, 2 v. de Sergipe II. Salvador: eDUFBA, 2005, 2 v. Atlas linguísCAStRO, Vandrsí San’Ana. O perl dos inormantes do OLIVeIRA, Drcir Pdro d. (or.) ALMS, Atlas tico de Mato Grosso do Sul. Campo grand, MS: ed. Atlas linguístico linguístico do Brasil Brasil (ALiB) (ALiB). to to aprsnad ap rsnadoo no xLVI xL VI geL, São José do Rio Pro: UNIP, UNIP, 2008, inéUFMS, 2007. dio, cópia obida da auora. PeReIRA, Maria das Nvs. Atlas geolinguístico do litoral COSeRIU, euênio. O homm sua linuam . Rio d potiguar – ALiPtg. ts. Rio d Janiro: Univrsi Janiro: Jan iro: Prsn Prsnça, ça, Colção Colção Linua Linuam, m, 16, 16, 2 d, d, 1987. dad Fdral do Rio d Janiro, 2007.
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relexão sobre exercícios de ortograia em eja Maria Cecilia de Magalhães Mollica é Dou-
ora m Linuísica (UFRJ), Prossora tiular d Linuísica da Faculdad d Lras/UFRJ, do Prorama d Alabização da UFRJ para Jovns Adulos Adulos d espaços Popularss (PR-5/UFRJ) Psquisadora I do CNPq. Popular Fernando Cardoso Loureiro é Douor m Lin-
uísica (UFRJ) Prossor do Prorama d Alabização da UFRJ para Jovns Adulos d espaços Populars (PR-5/UFRJ).
resumo
abs a bs t r ac actt
objetivos
O prossor inician ncssia d bass óricas d orinação spcífca para rabalhar com as primiras produçõs uais, muias dlas m dsacordo com a norma-padrão. el dv iniciar os alunos no procsso d apropriação d liura scria ( d scria mamáica), rspiando o prfl sociolinuísico das dirns comunidads d ala d cada class. A ormação adquada é um prérquisio para um bom comço na as inicial d aprndizam d risros scrios m linuans. A Sociolinuísica m um papl imporan no procsso d qualifcação d prossors alabizadors m eJA (educação d Jovns Adulos), uma vz qu dsmisifca a idia d qu os nômnos variávis, nquano inrns aos sismas das línuas naurais, liimam odas as ormas varians, sandard ou não não sandard, assim como a radição dicoômica cro/rrado (c. Labov, 1972). es ario busca, porano, sismaizar alumas difculdads dos aprndizs inicians m as d alabização, iso é, na apa d aprndizam do códio ororáfco do Poruuês. Focaliza Focaliza spcialmn a ormação d prossors alabizadors d jovns adulos, com bas m nossa
es ario m como objivo mosrar, aravés d bass óricas d mplos d rcício d ororafa, modos plos quais a ára da Sociolinuísica pod sr úil no lramno d jovnss adulos jovn adulos d spaços spaços popular populars. s.
Ns ario, mos como objivo mosrar qu a Linuísica rún um arsnal imporan d conhcimnos já consolidados, indispnsávis na ormação qualifcação do prossor alabizador. Não é ara ácil prparar o prossor para simular os alunos a submr-s ao procsso d apropriação d liura scria, razão pla qual mos qu lançar mão das conribuiçõs qu a Ciência da Linuam possui ns campo, dnr anas ouras d áras divrsas. É ao qu o alan naivo d sua línua possui a compência ramaical comunicaiva ans d s alabizar. No No nano, o sáio d alabização vai lh iir uma aprndizam spcífca do códio scrio m sua línua marna, qualqur qu sja su prfl sociolinuísico (c. BoroniRicardo, 2004). Sundo Soars (2003), a apa da alabização consiui a apropriação d uma cnoloia, qu i dos docns conhcimnos spcífcos d Linuísica. Admais, há qu s disinuir, sundo a auora, alabização d lramno, cujo concio acha-s discuido com propridad no o m rrência.
this discuss som rcics o h procss o qualifcaion o prossors or workin classs. I arus ha horical principals o Sociolinuisics ar vry rlvan o liracy, spcially or achin aduls o blow social class who ar in h priphry o bi ciis.
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priência como mmbros auans do Prorama d idnidads sociais no discurso, com bas m d Alabização da UFRJ para Jovns Adulos d subsídios para lidar mlhor com as vnuais disespaços Populars, vinculado à Pró-Rioria criminaçõs nr os alunos da class. d ensão. an a n á li se de p ro p os ta tass pe da dag g ó g i ca s conceitos indispensáveis
Inicialmn, é imporan dsacar qu o alabizador m eJA lida com o concio d analabo uncional (c. Scliar-Cabral, 2006). Ncssia, não, sabr qu o sisma silábico-alabéico do poruuês não é biunívoco, poso qu a rlação rama-onma não s aplica m odos os casos. el dv conhcr bm ano as similaridads do sisma, os casos ororáfcos ridos por rras, quano aquls cuja convnção é oalmn alaória. Para isso, dv obr uma bas consisn m Fonéica, Fonoloia Moroloia. Sua ormação ambém não pod dispnsar o conhcimno acrca dos princípios da hronidad inrn das línuas naurais, qu lh prmi idnifcar as varidads dos alunos, rspiando-as como como líimas, bm como como idnifcar os vsíios da ala na scria. Nss caso, é prciso aproundar a noção d “rro”, sja dcorrn do dsconhcimno do uso adquado d lras corrspondndo a rama, sja provnin d procssos d variação na ala. Para analisar as difculdads dos alunos, porano, o alabizador dv passar a rlaivizar a dicoomia certo/errado, provnin da radição normaiva, lançar mão d ouras plicaçõs (c. Mollica, 2000). A isência da variação da mudança na línua alada, qu pod r rprcussõs na scria, consiui assim noção crucial para o alabizador rabalhar cririosamn os obsáculos comuns aos aprndizs inicians da scria. É indispnsávl apropriar-s do concio d qu a variação consis na coisência d duas ou mais ormas qu corrspondm ao msmo sinifcado, qu s manisam por orça d caracrísicas rionais sociais das comunidads d ala (c. Labov, Labov, 1972). Consqunmn, no procsso inviávl d avaliação posiiva ou naiva d ormas linuísicas, o alabizador dv sar prparado para rspiar as varians rionais sociais, ampliando plicaçõs sobr a isência d marcas silísicas
Rsulados d psquisas acadêmicas são úis ao alabizador para nndr difculdads rcorrns moniorar ano quano possívl o uso, por par dos alunos, d ormas d prsíio na ala na scria. Mollica (2003) dá uma conribuição quano aos modos d oprar os aos variávis d naurza ono-ororáfcas mororamaicais. A inrvnção m conos d maior incidência d varians não-sandard, s aplicada adquadamn, sundo os parâmros dos sudos sociolinuísicos já isns no Brasil, raz óimos rsulados pdaóicos. eis por qu considramos d fcácia rlaiva aluns rcícios orcidos plo MeC m suas aposilas diriidas à ducação d jovns adulos (c. Vóvio, 1998), pois não rabalham d orma idal os rsulados das psquisas linuísicas d qu já dispomos sobr o Poruuês alado no Brasil. As proposas pdaóicas ofciais, ainda qu bm sruuradas, aprsnam um cro rau d alaoridad, pois não são ocadas nos ins nos conos d maior incidência d difculdads comprovadas m sudos rcns (c. Mollica, 2003; Boroni-Ricardo, 2004). Na ormação do alabizador, dvria havr um cuidado spcial m disponibilizar ais inormaçõs, com o objivo d orncr subsídios à aplicação d marial didáico-pdaóico adquado dircionado aos problmas mais rquns na produção ual dos alabizandos. Além d conhcr o prfl sociolinuísico dos alunos (c. Labov, Labov, 2007), dndmos, não, qu a slção dos rcícios por par do alabizador dv sr conrolada dircionada ao locus ramaical d maior chanc d rro. Obsrvm-s aluns rcícios sobr a rlação onma/rama, com bas no uso da lra S, rirados das aposilas do 1º smno da colção “Vivr Aprndr: educação d Jovns Adul Adulos”, os”, di diadas adas plo MeC (Vó (Vóvio vio,, 1998:209-211):
maria cecilia de magalhães mollica & ernando cardoso loureiro | reexão sobre exercícios de ortografa em eja 1 1 2
Ortograa: S ou Z
Sabia que o sabiá sabia assobiar?
1. Lia as palavras qu são no quadro m voz ala.
1. Obsrv as palavras qu são scrias com a lra S. Compar o som da lra S no início das palavras no mio dlas.
a sa ca siro camisinha ca sulo
zarado a z a rado zdo a z do coz inha inha zul a z u l
A lra S pod nanar. Quando a lra S sá no mio d duas voais, la m o msmo som da lra Z . 2. Dscubra a rra compl:
2. Aora obsrv os noms d animais qu aparcm no quadro abaio: pássaro-pro sucuri sabiá sapo assum sirima sanhaçu saicana socó anso 3. Spar-os m rês rupos compl a lisa com ouras palavras.
Palavras qu comçam com a lra S ____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ 3. Psquis ouras palavras qu s scrvm com a ____________________________ lra S no mio d duas voais scrva-as m su Palavras qu êm SS cadrno. ____________________________ É imporan noar nsss rcícios qu, além ____________________________ das proposas qu simulam o aluno a pnsar m ____________________________ palavras qu podm sr scrias com as msmas ____________________________ lras s ou z , como o s inrvocálico, parc-nos mais ____________________________ úil opraçõs d comuação d lras, basadas na ____________________________ dicoomia saussurana sinama/paradima. O joo d rava-línua a suir é um bom Palavras qu êm a lra S loo dpois d uma conrcício lúdico qu pod sr usado para ss fm, soan quando o objivo é adquar as variávis linuísi- ____________________________ cas ano individuais quano rionais. O rcí- ____________________________ cio sobr a uilização d s ou ss m o propósio d ____________________________ far o sisma ororáfco da línua poruusa, ____________________________ chamando a anção para os conos d uso ____________________________ para possívl rabalho d comuação qu s possa ____________________________ propor subsqunmn. O pono a obsrvar, nrano, é qu a proposa não inclui os nô- 4. O qu você conclui sobr o uso da lra S no mnos d ala qu miram para a scria: mio das palavras? ______________________________________ Ortograa: S ou SS casa cozinha azar camisa abuso
casamno "__________ "__________ "__________ "__________ "
casado " __________ " __________ " __________ " __________ "
trava-línua: al rápido sm nrolar a línua.
5. Psquis m rvisas jornais palavras scrias com dois SS, lia-as col-as m su cadrno.
maria cecilia de magalhães mollica & ernando cardoso loureiro | reexão sobre exercícios de ortografa em eja 1 1 3
A próima proposa rpora-s à hronidad da línua. Inicialmn, cumpr-nos obsrvar qu a variação nos ins licais d uma rião do país, por mplo o Nords, pod não sr a idal para drminada comunidad d ala no Suds, ou para ouras riõs, msmo considrando os uos miraórios rionais: 6. Lia as palavras dpois rsponda. assobio sopa nsaboado sosso bolsa pssoa passarinho sor
sucaa passado anso sussurro pnsamno srno suar bússola
massam assassino assado massa sabon pulso subida nossa
sino salada assoalho massacr prsonam cansado só sim
7. Há palavras qu comçam com a lra S? Copi-as. ______________________________________ 8. Há palavras scrias com SS? Copi-as. ______________________________________ 9. Quais são as palavras m qu a lra S aparc loo a suir das lras L, R N? ______________________________________ Para maior fcácia dssa proposa pdaóica, na qual s rabalha os nívis ono-ororáfco, az-s ncssário qu o alabizador possua insrumnal órico qu o capaci a idnifcar as palavras as prssõs qu caracrizam a varidad dialal da comunidad d ala dos sus alunos. Ainda nos rcícios d ororafa com a lra S (c. Vóvio, 1998:156), obsrva-s uma squência m qu não s dfn claramn os nívis onéico-onolóico, morossináico smânicoual, para qu o alabizando comprnda a dirnça nr o s quando onma ou morma d plural:
bsira rspio bisca sudan pais pos áspro sopa sprança sado sapao casco suso smana srno 2. Lia as palavras abaio obsrv obsr v o som do S no início no fnal das sílabas. sa - po s - lo si - no so - no su - jo
as - ma s - u - do is - ca os - car
cas - ca s - a - mn - o bis - ca - pos - o cus - o
3. Obsrv a lra S no fm d alumas palavras compl a lisa. Uma msa Uma piada Um copo Uma ícara Uma colhr Uma laa Um prao Uma ila
Duas mesas Duas pitadas ___________ ___________ Duas colheres ___________ ___________ ___________
4. Compl d acordo com o modlo: O mnino anhou sapao novo. Os meninos ganharam sapatos novos . A cozinhira aprndu uma nova nova rcia. ___ aprenderam
.
É imporan obsrvar a ncssidad d s rabalhar, na ormação do plural m Poruuês, a qusão dos alomors (plural rular -s irrular -s, -õs, ...), qu raz uma difculdad a mais para o alabizando para o próprio alabizador, qu prcisa plicar a aplicação d rras spcífcas conorm a rminação da palavra (c. Alvs, 2008). Ns caso, o rupo d palavras slcionadas plo alabizador para o rcício s orna Ortograa: a letra S undamnal, considrando a ncssidad d uma prorssão nos rcícios: do plural d uso mais 1. Sublinh a lra S nas palavras obsrv sua rqun (rular) para o mnos rqun (irrposição. ular). maria cecilia de magalhães mollica & ernando cardoso loureiro | reexão sobre exercícios de ortografa em eja 1 1 4
considerações inais
As aividads aividads d d lramno lramno m sala d d aula dvm sr spcífcas, considrando as rsriçõs aos nômnos d variação d mudança. As lacunas nconradas nos rcícios aqui comnados diam scapar a isência dos subsismas linuísicos. Há qu s rabalhar disinamn os nívis onéico-onolóico, onéico-onol óico, morossináico smânicoual, ainda qu as inracs nr os nívis d uma línua dvam ncssariamn sr considradas. As orinaçõs rais dadas aos alabizadors para a aplicação dos rcícios, mbora sclarcdoras, acabam não sndo sufcins para lidar com a dinâmica das urmas d eJA qu, somn no procsso d ormação coninuada, pod sr rabalhada adquadamn (c. Scliar-Cabral, 2006). A lud ludicid icidad ad,, por mpl mplo, o, é rc rcurso urso ara aran n para dvolvr a consciência d cidadania a indivíduos com pouca scolarização, dssimulados a rornar ao sisma ormal d nsino, ralizando imporan ação inclusiva. Os livros joos qu vimos dsnvolvndo aplicando nas urmas do Prorama d Alabização da UFRJ, como o Campeonato de Letras e Números , da séri Brinca-Palavra (c. Mollica & Lal, 2006), são mplos d rabalho com risros scrios d linuans m qu Poruuês Mamáica não s dissociam. O objivo principal é sar a liura, a scria a capacidad d conam no âmbio do lramno scolar. Como obsrva Mollica (2007), orna-s undamnal para o alabizador, qu dsnvolv um rabalho rabalho com linuam coloquial com a scria-padrão, sr capaz d comprndr as marcas rionais sociais da comunidad d ala com qu rabalha. Com bas no marial por l msmo laborado, o alabizador sclarc sus alunos acrca da divrsidad linuísica, d modo a simulá-los à práica d silos moniorados,
com visas a promovr sua inclusão social plna nquano cidadãos. reerências bibliográicas ALVeS, M. R. N. Educação de Jovens e Adultos . São Paulo: ALVeS, Parábola ediorial, 2008, pp. 46-51. BORtONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a sociolinguística em sala de aula . São Paulo: Parábola ediorial, 2004. LABOV, W. Sociolinguistics patterns . Philadlphia: Univrsiy o Pn Pnnsylvannia nsylvannia Prss, 1972. LABOV, W. Spotlight on Reading . Philadlphia: Univrsiy o Pnn Pnnsylvannia, sylvannia, 2007. MOLLICA, M. C. Infuência da ala na alabetização. Rio d Janiro: tmpo tmpo Brasiliro, 2000. _______. Da linguagem coloquial à escrita padrão. Rio d Janiro: 7Lras, 2003. _______. Fala, Letramento e Inclusão Social . São Paulo: Cono, 2007. MOLLICA, M. C.; BRAgA, M. L. Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Cono, 2003. Brinca-Palavra: a: CampeoMOLLICA, M. C.; LeAL, M. Brinca-Palavr nato de Letras e Números. Rio d Janiro: UFRJ/PróRioria d ensão, 2006. MOLLICA , M. C.; LOUReIRO, F. F. C. Apors sociolinuísicos à alabização. In: RONCARAtI, Cláudia; ABRAÇADO, Jussara. (Ors.). Português Brasileiro II – contato linguístico, heterogeneidade e história . 1. d. Nirói: ediora da UFF/ Faprj, 2008. SCLIAR-CABRAL, L. Rvndo a caoria d alabo uncional. In: gORSKY, e. C.; COeLHO, I. Sociolinguística e ensino: contribuições para o proessor de lín gua . Sana Caarina, ediora UFSC, 2006, pp. 57-68. SOAReS, M. Lramno scolarização. In: RIBeIRO, Vra Masaão. Letramento no Brasil. São Paulo: ediora global, 2003, pp. 89-113. VÓVIO, C. L. (coordnação). Viver, aprender: educação de jovens e adultos. Módulos 1-6. São Paulo: Ação educaiva; Brasília: MeC, 1998.
maria cecilia de magalhães mollica & ernando cardoso loureiro | reexão sobre exercícios de ortografa em eja 1 1 5
o peso das línguas 1 Louis-Jean Calvet é Prossor d Sociolinuísica
da Univrsié d Provnc (Ai-Marsill 1), pr da Anc Inrouvrnmnal Inrouvrnmnal d la Francophoni (AUF) auor d As Políticas Políticas Linguísticas, Le marché aux langues, Linguistique et colonialisme, Pour une écologie des langues du monde, Histoire de l’écriture , nr ouros livros, raduzidos m várias línuas. e-mail: louis-jan.calv@wanadoo.r
resumo
Como mdir a imporância rlaiva das línuas aladas no mundo? Quais são os criérios d classifcação? es rabalho aprsna um projo d criação d um obsrvaório das línuas do mundo aravés da criação d um índ basado m dirns aors qu drminam o pso das línuas, d modo a conribuir nas nas dcisõs m maéria d políicas linuísicas.
gro, laim, hbraico, caldaico, árab.... ess prorama qu hoj m dia podria provocar risos ou parcr ulrapassado é, no nano, um smunho das línuas qu inham imporância naqula época, das línuas qu parciam mais úis, ou sja, qu inham peso. Hoj las psariam pouco aos olhos d um pai no momno J’nns vul qu u aprns ls lanus par- da scolha das línuas sraniras qu su flho aicmn. Prmirmn la rcqu, comm l vul Quinilian, scondmn la lain; puis dvria sudar, pois, nr 1532 2008, a aval’hbraïcqu pour ls sains lrs, la chaldaïcqu liação da imporância das línuas mudou radi arabicqu parillmn; qu u orms on syl calmn. quan a la rcqu, a l’imiaion d Plaon; quan a la Como mdir aualmn a imporância rlalain, d Cicron… iva das línuas? Quando rimos sobr sa qusão pnsamos, sobrudo, no númro d alans: quanas pssoas alam sa ou aqula 1 es rabalho sá sndo ralizado m parcria com Alain Calv, rsponsávl por oda a par rlacionada à saísica do línua? Ora, o cálculo do númro d alans d projo. Iso plica o “nós” rqunmn uilizado nsas uma línua não é uma ciência aa, as avaliaçõs páinas, rprsnando não um nós cinífco mas ralmn variam considravlmn. enconramos a suir plural. es o oi raduzido compilado por tlma tlma Crisina d Almida Silva Prira, a parir do o-bas Le POIDS DeS rês avaliaçõs (tabla 1) qu daam do msmo LANgUeS Vrs Vrs un « ind ds lanus du mond » (m ran- ano (2003) qu orcm rsulados basan cês), aprsnado plo Prossor Calv no I enconro Inrna- dirns: cional do gt d Sociolinuísica da ANPOLL, ocorrido na em 1532, com Panarul, Rablais nos mosra su prorama d ducação no rcho m qu o prsonam garanuá scrv uma cara ao flho qu inha ido sudar m Paris. em rlação às línuas, nconramos na msma as suins proposas:
PUC-Rio nr 31 d julho d 2007 3 d aoso d 2007.
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Tabela 1: três classifcaçõs por númro d alans. Quid Mandarim Inlês Hindi espanhol Russo Árab Bnali Poruuês Malaio Francês Almão Japonês
Linguasphere Mandarim Inlês Hindi espanhol Russo Árab Bnali Poruuês Malaio Japonês Francês Almão
Ethnologue Mandarim espanhol Inlês Bnali Hindi Russo Poruuês Japonês Almão Francês
3. Aquls qu podriam, vnualmn, prmiir qu nhamos uma ideia da evolução desta situação. Por mplo, o crscimno dmoráfco d um país rá vidnmn uma incidência sobr o númro d alans da línua dss país.
Ds modo, podmos obsrvar a liação dss projo d um um ind das línuas do do mundo com a políica linuísica: comparando o comporamno das línuas dian dos dirns aors qu assuram sua classifcação pod-s nar modifcar a posição d uma drminada línua inrvindo sobr um ou mais aors. Abaio aprsnamos uma lisa não ausiva dsss dirns aors: • Númer Númerodefa odefalante lantescomo scomo“língu “línguamat amaterna erna”. ”. • Númer Númerodefa odefalante lantescomo scomo“s “segund egundalíng alíngua ua”. ”. Mas s pudéssmos sabr m mpo ral o • Númer Númerodefa odefalantes lantescomo“ como“língua línguaestran estrangeira geira”. ”. númro ao d alan das dirns línuas • Númer Númerode odefalant falantesno esnosqua squaisa isalíngu línguaé aéocial ocial do mundo, ainda assim ríamos apnas um aor ou coofcial. d avaliação d sua imporância. O chinês, por • Númer Númerodepaísesno odepaísesnosquaisépossív squaisépossívelestuda elestudar r mplo, é provavlmn a línua mais alada no ssas línuas no nsino médio. mundo, mas l é alado apnas m aluns paí• Númer Númerodepaísesno odepaísesnosquaisépossív squaisépossívelestuda elestudar r ss, raro são aquls m qu l é línua ofcial. ssas línuas no nsino suprior. Daí a idia d s criar um insrumno insr umno d mdida • Traduçã raduçãoapa oapartirda rtirdaslíngu slínguas(lín as(línguasguas-fontes fontes)) d comparação da imporância das línuas, ou • Traduçã raduçãopara oparaaslí aslínguas nguas(líng (língua-al ua-alvo) vo) sja, uma classifcação a parir do maior númro • Pr Presença esençadaslín daslínguas guasnaI naIntern nternet. et. d aors discriminans possívis para os quais, • Possibilida ossibilidadede dedeconsult consultana anaslíng slínguasn uasnoGoo oGoogle gle cramn, srá ncssário sar sua prinência. ou no Yahoo. • Possibilidade ossibilidadedeconsu deconsultarW ltarWikipedia ikipedianaslíng naslínguas. uas. • Existênc Existênciadeco iadecorretor rretoresortog esortográcosn rácosnaslíngu aslínguas. as. os atores possíveis • Índ Índiced icedeDes eDesenv envolvi olvimen mentoH toHuma umanodo nodospaí spaí ss nos quais ssas línuas são aladas. ess aors nos prmiirão uar uma classif• Cresci Crescimentod mentodemogr emográcodosp ácodospaísesno aísesnosquais squais cação qu srá analisada posriormn m dassas línuas são aladas. lhs aravés d méodos saísicos. els podm • Pesoeconô esoeconômicodospaí micodospaísesnosqua sesnosquaisessaslín isessaslínsr divididos oricamn m rês caorias: uas são aladas. 1. Aquls qu consium uma otograa da situ• Pro rodu duçã ção/ o/ex expo port rtaç ação ão de li livr vros os es escr crit itos os na nas s ação atual , qu consam um sado d conhdivrsas línuas. cimno. tais aors são, d lon, os mais • Prê PrêmiosN miosNobelde obeldelitera literatura turaobtidos obtidosporau porautores tores numrosos. qu scrvram m uma drminada línua. 2. Aquls qu podriam consiuir consiuir,, vnu• Fl Flux uxo ode detu turis rista tass almn, uma explicação desta situação , qu • Língu Línguasde asderelaçõ relaçõesecon eseconômicas ômicas(OMC) (OMC) sriam as causas cujos eeitos sriam mosrados • En Enttro ropi pia a plos aors prcdns. Por nquano mos ec... m rlação a ls aluns qusionamnos. Por mplo, o podr conômico d um país m A maioria dsss aors não ncssia d rlação dira com o pso d sua línua? comnários nm d plicaçõs. Ouros, no louis-jean calvet | o peso das línguas
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nano, podm aprsnar problmas ou dmandam cras prcisõs. É o caso da nropia. A nropia é uma unção qu prmi quanifcar a “dsordm”. “dsordm”. ela oi uilizada oriinalmn m rmodinâmica, dpois aplicada à oria da inormação , mais rcnmn, oi uilizada na linuísica. Mamaicamn la é prssa aravés da suin órmula: enropia: ∑(pi*Lo(pi)) Ond pi corrspond à probabilidad d um sisma d s nconrar m um drminado sado, Lo(pi) é o loaríimo naural dsa probabilidad. O valor mínimo dsa unção é zro, não há um valor máimo dfnido. Nós a uilizamos ns rabalho para dirnciar uma línua alada m um único país d uma línua alada m vários paíss, assim pi srá para nós a proporção d alans d uma dada línua, qu vivm m um drminado país, srão lvados m considração odos os paíss do mundo nos quais sa línua é alada. Considrmos uma línua alada majoriariamn (98%) m um país cujo aluns alans moram m um ouro país, a nropia srá: (0.98*Lo0.98 +0.02*Lo0.02) +0.02*Lo0.02) = 0.098 Uma línua alada m rês paíss dmorafcamn quivalns rá uma nropia d -(0.33*Lo0.33 + 0.33*Lo0.33 + 0.34*Lo0.34) = 1.099. Vjamos aora aluns mplos rais (tabla 2). O japonês quas não é alado ora do Japão, não sua s ua nropia é zro. O hindi, apsar do rand númro d alans na Índia, não é praicado no rior, su rau d nropia é muio baio. O árab o spanhol são alados m vários v ários paíss dmorafcamn quivalns, possum raus d nropia lvados; o armênio o romani, ainda qu nham um pquno númro d alans, possum uma nropia basan lvada dvido à imporância relativa d suas diásporas. Porano, a nropia não m nnhuma rlação com o númro lobal d alans d uma línua, mas sim com a orma pla qual sss alans alans são divididos na ára ou nas áras nas quais sa línua é alada. louis-jean calvet | o peso das línguas
Tabela 2: enropia d alumas línuas. Língua Japonês Marai Amárico Hindi Armênio Árab espanhol Romani
Entropia 0.000 0.003 0.019 0.036 1.766 2.403 2.508 2.650
O aor “prêmio Nobl” ambém pod sr qusionado. Com io, l pod sr considrado apnas um olhar ocidnal sobr a liraura mundial, como mosra a porção rsrvada às línuas árab ou chinsa. Mas l ambém é o smunho da suin ralidad: as lirauras árab ou chinsa ainda não são muio acssívis aos liors ocidnais (o aor “radução línua-on” ambém comprova s ao) nos vmos não dian d um índic a sr suido pois, no uuro, uuro, l podrá rir as voluçõs ocorridas. Finalmn o aor “produção/poração d flms” m divrsas línuas, rmamn imporan nss mpos dominados pla mídia, não é ácil d sr rabalhado. Por mplo, a Índia é o primiro produor d flms do mundo, mas s os suins produors na classifcação podm sr acilmn rlacionados a uma línua (inlês, japonês, rancês, spanhol, nsa ordm), ainda não sabmos qual é a par do hindi, do bhojpuri, do bnali, c. na produção ds país não, por nquano, vamos dscarar s s aor. Aprsnamos aqui apnas aluns mplos, não insisirmos mais sobr as difculdads m colar sss dirns dados: ls aprsnam problmas écnicos fnanciros, porém poucos problmas cinífcos. o tratamento dos dados
Na apa suin, nos vmos dian do problma do raamno dsss dados. Nossa anális srá muliaorial: o conjuno dos dos aors nos prmi118
irá a caracrização a classifcação d uma línua; um aor isolado m pouca sinifcação. evidnmn cada um dos aors prmiiria qu fzéssmos uma classifcação das línuas: ríamos assim um númro ão rand d classifcaçõs quano d aors, m cada uma línuas classifcadas d 1 a 7000, s considrarmos qu hoj m dia há 7000 línuas aladas no mundo. Porém, sss dirns aors não nos dão o msmo ipo d inormação. Por mplo, a aa d dsnvolvimno humano varia nr 0 1, nquano qu o númro d alans varia d 1 a crca d 800.000.000 milhõs. enão, para cada aor, sipulamos o valor mínimo m 0, o valor máimo m 1 aplicamos para os valors inrmdiários uma ransormação linar, o qu nos prmi aribuir uma imporância “iual” para cada um dos criérios. Vjamos, a íulo d mplo (tabla 3), duas classifcaçõs para doz línuas qu, com cção da primira (mandarim, a línua mais alada) da úlima (islandês, a línua mnos alada) oram scolhidas ao acaso. elas são classifcadas d acordo com su valor absoluo (o númro d alans) d acordo com su valor normalizado. É prciso salinar qu quando passamos da posição 1 à posição 2 a dirnça sobr o valor normalizado é d 0,76, nquano qu da posição 4 à posição 5, para a msma dirnça d 1 posição, a dirnça dos valors normalizados é quas zro: 0.0003.
A suir, suir, as classifcaçõs rsulans rsulans d aluns aors; na qual cada aor orc uma classifcação dirn. As ablas 4, 5, 6 7 8 indicam, rspcivamn, as classifcaçõs plo númro d alans, plo númro d paíss nos quais a línua m um status ofcial, o luar da línua na Inrn, o númro d prêmios Nobl d liraura, aribuídos a uma obra scria nssa línua, o uo d radução na msma.
Normalização ão dos valors. Tabela 3: Normalizaç
vin prim primira irass línua línuass d d acord acordoo com com o núm númro ro Tabela 5: As vin d paíss nos quais a línua m um status ofcial (a parir do 10º luar odas ssas línuas são ofciais m rês paíss).
Língua
Posição Valor Valeur Valeur absoluto normalizado Mandarim 1 725.5 1 Poruuês 2 174.5 0.2403 Hauçá 3 45 0.0617 xian 4 36 0.0493 Malayalam 5 35.8 0.0490 Bahasa 6 30.3 0.0415 Visaiano/ 7 20 0.0273 Cbuanono Npali 8 17.2 0.0234 Húnaro 9 13.1 0.0177 eslovaco 10 8 0.0107 Noruuês 11 4.5 0.0059
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Tabela 4: As vin primiras línuas sundo o númro d locuors. Posição Língua Mandarim 1 2 Hindi 3 Inlês 4 espanhol 5 Árab 6 Poruuês 7 Bnali 8 Russo 9 Japonês 10 Almão
Posição 11 12 13 14 25 16 17 18 19 20
Língua Panjabi Javanês Wu Vinamia taalo tâmil Min Corano Francês Marai
A classifcação obida a parir do númro d alans (tabla 4) muda considravlmn s considrarmos o númro d paíss nas quais ssas línuas são ofciais ou coofciais (tabla 5). O rancês, por mplo, passa da 19ª posição para a sunda posição; o mandarim da primira para a décima posição.
Posição Língua Inlês 1
Posição Língua 10
Húnaro*
2
Francês
10
Mandarim*
3
Árab
10
Romno*
4
espanhol
10
Farsi*
5
Poruuês
10
Croaa*
6
Almão
10
eslovno*
7
Ialiano
10
Albanês*
8 9
Russo Bahasa
10 10
tâmill* Swahili*
10
Nrlandês*
10
Bambara*
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S considrarmos aora o luar das línuas na Consaamos qu nquano alumas línuas Inrn, obrmos uma nova classifcação, apr- (inlês, mandarim, spanhol, rancês...) são prsnada na tabla 6. sns na maioria das classifcaçõs, ouras aparcm apnas m uma única classifcação, por mplo, Tabela 6: As vin primiras línuas no aor “prêmio Nobl” (polonês, provnçal, iídid acordo com su luar na Inrn. ch, bnali), ou, como vimos acima, para o aor “nropia” (armênio, romani, curdo, bilo-russo). Posição Língua Posição Língua e nos dparamos com o problma d como cruzar 1 Inlês 11 Nrlandês sss dados. Vamos mplifcar aprsnando duas 2 Mandarim 12 Árab 3 espanhol 13 Polonês classifcaçõs basadas m dz aors. esss aors 4 Japonês 14 Suco oram scolhidos por duas razõs principais: por 5 Almão 25 thaï um lado, porqu uma écnica (as “alsas línuas”), 6 Francês 16 turco qu aprsnarmos mais adian, dmonsra sua 7 Corano 17 Russo prinência , por ouro lado, d manira mais 8 Ialiano 18 Vinamia mpírica, porqu consuimos obr para odos os 9 Poruuês 19 Farsi dados conabilizados su corrspondn. 10 Malaio 20 Romno Aprsnam Apr snamos os a suir (t (tabla abla 9) a lisa dos O msmo aconc m rlação ao prêmio aors scolhidos as ons dos dados uilizadas. Nobl d liraura (tabla 7) ou m rlação ao Tabela 9: Os aors uilizados as ons d dados. uo d raduçõs línuas-ons (t ( tabla 8). Tabela 7: As vin primiras línuas d acordo com o númro d prêmios Nobl d liraura. Posição 1 2 3 4 5 5 7 7 9 9
Língua Inlês Francês Almão espanholl Russo Ialiano Suco Polonês gro Japonês
Posição Língua 9 Dinamarquês, 12 e-aquo, 1 prêmio: Mandarim, Finlandês Finlandês,, tchco, Islandês, Árab, Provnçal Provnçal Iídich, Poruuês, Bnali, Hbraico, Húnaro, turco, Srvo-croaa 24
As ouras, 0 prêmio
Tabela 8: As vin primiras línuas sundo o uo d radução (línua-on). Posição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Língua Inlês Francês Almão Russo Ialiano espanholl Suco Dinamarquês tchco Nrlandês
Posição 11 12 13 14 25 16 17 18 19 20
Língua Polonês Japonês Húnaro Árab Noruuês Poruuês Hbraico Mandarim Finlandês Bahasa
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Fator Númro d alans Númro d paíss nos quais a línua m um status ofcial Númro d arios na Wikipdia Númro d prêmios Nobl d liraura enropia taa d cundidad Índic d dsnvolvimno humano (IDH) taas d nrada na Inrn Númro d raduçõs, línua-alvo Númro d raduçõs, línua-on
Fonte hp://www.hnolou.com/wb.asp hp://www.hnolou.com/wb.asp
hp://n.wikipdia.or/wiki/ Wikipdia:Mulilinual_saisics Wikipdia:M ulilinual_saisics hp://noblpriz.or/
Calculada a parir dos dados dmoráfcos hp://www.prb.or/F hp://www .prb.or/FrnchConn.asp rnchConn.asp hp://www.undp.or/rnch/
hp://www.inrnworldsas.com/sas.hm hp://daabass.unsco.or/rans/sa/ transSa.hml hp://daabass.unsco.or/rans/sa/ transSa.hml
Duas classifcaçõs possívis são aprsnadas na tabla 10. A primira sá basada na soma dos valors normalizados, a sunda na soma so ma das posiçõs. 120
primiras línuas, divididas m 7 “clusrs” qu podm sr obsrvados na par rma squrda Soma dos valores Soma das posições da fura, aravés d um sinal disinivo plo normalizados númro do “clusr”. es ipo d rprsnação Inlês Islandês Inlês Japonês (-6) Francês Finlandês Francês Polonês (+ (+3) dnominada dendrograma (ou árvor d arupaespanhol Romani espanhol Dinamarquês (-(-3) mno) prmi a visualização m duas dimnsõs Almão Alm ão Russo Rus so Almão Alm ão Húnar Hún aroo (+8) (+8) m alo qu ocorr m um spaço d dz dimn Japonê Ja ponêss Polonê Po lonêss Nrla N rlandês ndês (+1) Cor Corano ano (+8) sõs. O alorimo calcula as disâncias nr odos Nrlandês Poruuês Russo (+ (+8) turco (+ (+10) os rupo-pars d línua possívis no spaço dos Árab Árab Noru No ruuês uês Po Poru ruuês uês (+9) Fin Finland landês ês (-5) (-5) Suco Mandarim Ialiano (+1) tchco (+2) aors normalizados rarupa as duas mais próIaliano Hbraico Árab (-2) Hbraico imas (no caso, o dinamarquês o fnlandês) m Dinamarquês tchco Suco (-2) Srbo (+22) um primiro “clusr” qu subsiui as duas línuas individuais. O procsso é rpido rarupa Podmos obsrvar qu ssas classifcaçõs são não o slovno soniano m um novo clusdirns, qu dpois do quaro luar alumas r; m suida, o noruuês é rarupado com o línuas obêm uma classifcação mais avorávl conjuno dinamarquês/fnlandês. Nos dslocamos (nrlandês, russo, poruuês...) nquano qu assim da squrda para a diria aé qu odas as ouras s dslocam m snido invrso (árab, línuas nham sido lvadas m cona. enão, azsuco, japonês...). Iso ocorr porqu os valors s ncssário dcidir um númro razoávl d “cl “clususnormalizados a posição não são liados por uma rs” (7 no caso aprsnado aqui) o alorimo os rlação linar. Assim, s nos rporarmos à tabla tabla dfn ndo por bas sua homonidad. 3 (mais acima) obsrvarmos qu quando passamos do mandarim para o poruuês por uuês o incrmno Figura 1: Anális m “clusrs” d 25 línuas d classifcação é d 1 m valor normalizado é d 0.76, já nr o ian o malayalam ssa dirnça é d 0.0003 m valor normalizado uma msma dirnça d 1 m classifcação. O msmo nômno pod ocorrr m um rau mais ou mnos imporan m odos os aors. Por ouro lado, o ao d qu aluns aors aprsnam nauralmn inúmros ex-aequo arava o nômno d não linaridad nr as classifcaçõs basadas m um aor. Ds modo, scolhmos a classifcação basada nos valors normalizados, pois ls prmim uma prcisão maior d anális. Porém há um modo d sar os aors: a anális m “clusrs”. O conjuno dos dz criérios scolhidos dfn um spaço d 10 dimnsõs no qual as línuas s dividm. A qusão aora é sabr s las s dividm d manira rular ou s las s arupam m nuvns mais ou mnos homoênas (os “clusrs”) d acordo com su comporamno dian dos dirns aors. Duas Obsrvamos qu alumas línuas consium línuas qu prncm a um msmo clusr são “sinlons” (inlês, spanhol. árab, mandarim), mais próimas uma da oura, no spaço consid- ouras consium (rancês/almão) qu a maiorado, qu d qualqur oura línua qu prnça ria cai numa spéci d luar “comum”. a um “clusr” dirn. A Fiura 1 rprsna o Podmos não inroduzir o quadro das “alrsulado d uma anális dssa naurza para as 25 sas” línuas, modifcando liiramn suas caracTabela 10: Duas classifcaçõs das 20 primiras línuas.
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rísicas. Por mplo, “invnando” um spanhol dsaparcimno d um “clusr” (o sinlon do qu sria ofcial apnas m um único país, um madarim) provoca o aparcimno d um ouro: mandarim qu ria apnas 50 milhõs d alans. o almão o rancês s sparam. Rproduzimos não a anális para obr o rsulFigura 3: Anális m “clusr” das 23 línuas ado rprsnado na Fiura 2. Consaamos qu o duas “alsas línuas”. “also” spanhol s compora como o vrdadiro, as duas línuas s rarupam no msmo “clusr”, iso porqu inúmros ouros aors (prêmio Nobl, númro d alans, luar na Inrn...) aranm sua classifcação, já o “also” mandarim s spara do “vrdadiro” porqu o aor qu assura o pso dsa línua é ssncialmn su númro d alans; o also mandarim s ncaia no “clusr” mais populoso, no “luar-comum”. “luar-comum”. “clusrs” d 25 línuas Figura 2: Anális m “clusrs” duas “línuas alsas”.
e iso s confrma s suprimirmos as duas línuas “vrdadiras” para consrvarmos apnas as línuas “alsas” (Fiura 3): o “also” spanhol prmanc sozinho, m singleton, nquano qu o “also” mandarim s rarupa com o poruuês, o bahasa, c. esa écnica das alsas línuas nos prmi assim jular a prinência dos aors: aluns não alram m nada a classifcação, podndo não sr considrados como rdundans liminados. Podmos obsrvar ambém qu o louis-jean calvet | o peso das línguas
essa abordam nos lva a comnários análiss: por qu ssas línuas s rarupam dssa ou daqula manira? Qual é a imporância ou a uilidad d um drminado aor? c. Salinamos mais acima o ao d qu a anális qu sávamos propondo ra muliaorial. enr os dz aors scolhidos aqui aluns são parcialmn rdundans, é possívl, por mplo, qu uma línua bm-classifcada aravés do aor prêmio Nobl d liraura ambém sja bm classifcada aravés do aor línua-on d radução. tais tais aors são considrados corrlaos, iso pod sr considrado aé cro pono como vrdadiro para odos os arupamnos possívis. A possívis. A consquência é qu inroduzimos inormação dmais m uma classifcação d dz aors. em mamáica há um méodo para simplifcar um problma dss ipo rduzir o númro d aors no qual s prd um mínimo d inormaçõs: a anális m componns principais. esa anális consis m roranizar os aors oriinais m um númro iual d aors 122
“lans” m classifcá-los m ordm dcrscn pla “quanidad d inormação” qu ls razm. No caso idal no qual odos os aors oriinais são oalmn indpndns (não corrlaos) os aors lans são aamn os msmos qu os oriinais, nos casos rais ls dirm. É ácil imainar qu um aor “inrmdiário” nr prêmio Nobl línua-on d radução sja sufcin para dar uma inormação quas quivaln àqula orncida pla combinação d dois aors. É muio mais diícil imainar a siuação quando são uilizados dz aors, odos mais ou mnos corrlaos nr si. É isso qu az a anális m componns principais. Nós a uilizamos m nossa bas d dados o rsulado é qu s nos connarmos com os rês primiros aors lans, ls rarupam 75% da inormação orncida plo conjuno dos dz aors oriinais, é com isso qu podmos conar.
A Fi Fiura ura 4 ilusra a manir maniraa pla qual os rês primiros aors lans principais, aqui dnominados , y z, sparam as 88 línuas qu slcionamos. Por moivos d clarza, classifcamos apnas um númro limiado d línuas. Nossa scolha sá basada m uma anális m “clusrs”, cujos dalhs não são aprsnados aqui. Dzoio línuas m cor azul são os sinlons, o russo o polonês são arupados m um dublon, indicamos uma línua para cada um dos cinco “clusrs” rsans. O inlês sá visivlmn sparado d odas as ouras línuas, pois l aprsna valors “rmos” m um rand númro d aors isso fca bm ilusrado aqui. Ouras línuas aparcm isoladas nss spaço: o almão, o spanhol, o rancês, o mandarim, o poruuês... O rupo compaco na par d baio do diarama coném as línuas nórdicas ambém o nrlandês.
Figura 4: Diarama das 88 línuas sobr os rês componns principais.
Bambaraa
Mandarim
Hindi
Inglês Francês
Árabe
Português
Espanhol
Alemão
Ourdu
Italiano
Romani
Japonês
Armênio
Esloveno
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Islandês
Polonês
Russo
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A maioria das ouras línu línuas as (o “lu “luar-com ar-comum um”) ”) sá arupada na nuvm no cnro do diarama. Podmos obsrvar ambém qu na par suprior dssa nuvm furam oio línuas aricanas qu aparcm muio mbaio m nossa classifcação. Os comnários acima podm, vnualmn, parcr arbirários, mas não podmos nos squcr qu o diarama 4 é uma projção m duas dimnsõs d um spaço ridimnsional: m uma la podmos submr o diarama a roaçõs, a confuração do conjuno dos ponos aparc d manira muio mais níida. Para fnalizar, podmos dizr qu ss ipo d anális é complmnar a uma classifcação puramn numérica. As línuas qu são aasadas do cnro a nuvm d disinum por alum ipo d razão, sja la posiiva ou naiva, sm qu sss qualifcaivos incluam um julamno d valor no conjuno das línuas sudadas. Façamos Faça mos rcapiulação dos suins s uins ponos: 1) Vimos qu o conjuno d dados considrados como prinns, assim como o su raamno, nos prmiia sablcr, dpndndo do modlo d cruzamno scolhido, várias classifcaçõs para as línuas. Aprsnamos abaio dois qu corrspondm aos dois raamnos qu nos parcm mais adquados. 2) Vimos ambém qu as análiss m “clusrs” m componns principais aziam sobrssair línuas com comporamnos sinulars dian dos aors slcionados. 3) Finalmn, a écnica das “alsas línuas” nos possibiliou azr uma rão sobr a prinência dos aors.
Tabela 11: Classifcação das 88 línuas por soma dos valors. 1 2 3 4 5 6
Inlês Francês espanhol A lmão Al Japonês Ja Nrlandêss
23 24 25 26 27 28
Corano Armênio esoniano turco gro Caalão
7 Ár Á rab
29 eslovaco
8 Su Suco 9 I Ialiano 10 Dina nama marq rquê uêss 11 Islandês 12 Finlandês 13 Romani
30 31 32 33 34 35
14 15 16 17 18 19 20 21 22
36 37 38 39 40 41 42 43 44
Russo Polonês Poruuês Noruuês Mandarim Hbraico tchco eslovno Húnaro
Croaa Curdo Bi ilo loru russso Albanês Romno Kirundi/ Rwanda taalo Hindi Bahasa Búlaro Farsi Srbo Kazakh Haussa Pul
45 46 47 48 49 50
Pndjabi Swahili Azri Bnali Min Hakka
67 68 69 70 71 72
51 Visaiano/ Cbuano 52 Urdu 53 Sindhi 54 Vi ina nam mi iaa 55 Bambara 56 Uzbqu 57 Yoruba
74 75 76 77 78 79
Madurês gan Zhu huan an gujarai tluo Marahi
58 59 60 61 62 63 64 65 45
80 81 82 83 84 85 86 87 88
Malayalam Sinalês Radjashani Kannada Oriya Amárico Assamês Shona Birman
Pashu tamoul Npali guarani Ibo thai Javanês Yu Pndjabi
Ucraniano Khmr Arikaans Sundanês goriano Bhojpuri/ Bihari 73 xian
Tabela 12: Classifcação das 88 línuas por soma das posiçõs. 1 Inlês 2 Fr F rancês 3 espanhol 4 5 6 7 8
Allmão A Japonês Nrlandês Árab Suco
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Ialiano Dinamarquês Di Islandês Filandês Romani Russo Polonês Poruuês Noruuês Mandarim Hbráico tchco eslovno Húnaro
23 Bahasa 45 Bilorusso 67 Oriya 24 Farsi 46 thai 68 Pashu 25 Noruuês 47 Kazakh 69 Kirundi/ Rwanda 26 gro 48 Curdo 70 Wu 27 Croaa 49 Uzbqu 71 Sundanês 28 eslovno 50 tluu 72 Assamês 29 eslovaco 51 Marahi 73 Yoruba 30 Bnali 52 Malayalam 74 Bhojpuri (Bihari)) 31 Islandês 53 Romani 75 Radjashani 32 Al Albanês 54 g goriano 76 Kh Khmr 33 Búlaro 55 Visaino 77 Pul 34 esoniano 56 Sindhi 78 Amárico 35 Caalão 57 gujarai 79 xian 36 Hindi 58 Swahili 80 Birman 37 Armênio 59 Javanês 81 Sinalês 38 tamoul 60 Haussa 82 Bambara 39 Urdu 61 Npali 83 Shona 40 Azri 62 Kannada 84 guarani 41 Vinamia 63 Min 85 gan 42 taalo 64 Yu 86 Zhuan 43 Ucraniano 65 Hakka 87 Ibo 44 Pndjabi 66 A Arikaans 88 Ma Madurês
tais análiss classifcaçõs êm, porano, um valor hurísico. elas propõm aluns qusionamnos sobr o arupamno das línuas, sobr a imporância ou a uilidad dos aors c. É isso qu discuirmos mais adian, após a aprsnação d duas classifcaçõs mporárias. Na ralidad, ss rabalho sá m vias d ralização, o qu aprsnarmos aqui é uma spéci d proóipo, sob a orma d uma classifcação provisória qu lva m cona as 88 primiras lín As variaçõs nr os dois modos d cálculo, uas, considrando primiramn a soma dos valors (tabla (tabla 11) dpois a soma das posiçõs porano nr as duas ablas, prcisam sr inrpradas. A parir do quino luar ssas classif(tabla12). louis-jean calvet | o peso das línguas
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caçõs dirm ora muio pouco (o nrlandês aparc m quino ou so luar); ora snsivlmn (o húnaro aparc m décimo quaro ou viésimo sundo luar) às vzs dirm d manira rma (o romani m quinquaésimo ou décimo rciro luar). ess problma d não linaridad da rlação nr uma classifcação por valors uma classifcação por posição mrc nossa anção. Quando obsrvamos as disribuiçõs d valors dos aors para as línuas considradas consaa-s qu, na maioria dos casos, las não são uniorms nm msmo siméricas no conjuno do domínio, sim rmamn assiméricas. Por mplo, s considrarmos o Prêmio Nobl d liraura, consaamos qu 65 línuas não possum nnhum; 12 línuas êm um somn 4 línuas êm mais d 10, com máimo d 25 m línua inlsa. tal assimria é nconrada vidnmn nos valors normalizados uilizados nas classifcaçõs, azndo com qu a média dos valors normalizados sobr o aor Prêmio Nobl sja d 0.04, bm inrior ao valor “órico” “órico” d 0.5 sprado m uma disribuição simérica. A média das classifcaçõs por posiçõs para 88 línuas sm ex-aequo é ncssariamn d 44.5. Isso pod sr obsrvado m um rau mais ou mnos acnuado na maioria dos aors; 6 aprsnam uma média d valors normalizados inrior a 0.1; 3 com 0.25, apnas um aprsna uma média suprior a 0.5. O rsulado é qu s uma línua aparc no alo d uma classifcação d um aor cuja disribuição é assimérica, sua disância rlaiva m rlação à média, porano m rlação ao conjuno d odas as ouras línuas, srá mais sinifcaiva na classifcação por valors qu na classifcação por posição ns único aor. em ouros rmos há um prêmio para o vncdor. em uma anális combinaória odas as variávis são suposamn iuais, mbora uma cra vanam rlaiva nr las nd a provocar uma mlhor classifcação por soma d valors para a línua considrada. Assim, no caso do romani, o valor normalizado sobr a nropia é d 1, nquano qu o valor médio da nropia é d crca d 0.17, ao qu raduz a imporância da diáspora, o romani é mais bm classifcado por valors (13°) qu por posição louis-jean calvet | o peso das línguas
(53°). Isso az do romani uma línua singular a qusão d su pso pod sr discuida. O nômno invrso não é vrdadiro. Um valor muio baio m um parâmro disribuído d manira dssimérica não fca lon da média das línuas não acarra uma “subclassifcação” por valors. enfm, não prcisamos sprar nnhum io drásico m caso d um parâmro disribuído rularmn, como por mplo o IDH, cuja média é d 0.62 não muio disan do 0.5 órico. a p li c a çõ e s de s ta a bo rd ap rdag ag e m n o âm â m bi to d a s p ol í t i ca s l i n g u í s t i ca s
Nosso objivo é, porano, prparar uma “classifcação das línuas do mundo”, cuja prfuração é aprsnada ns rabalho. em sua vrsão fnal, al classifcação irá consiuir um obsrvaório do “pso” das línuas, srá rularmn aualizada, caso o comporamno das línuas dian dos aors s modifqu (riro qu o projo não aprsna problmas d naurza cinífca, mas o d nconrar mios fnanciros mão d obra...). el fcará disponívl na Inrn srá possívl consular ao msmo mpo ano nossas ons como a manira pla qual nós rabalhamos com las, condiçõs qu considramos ssnciais para qu s possa abrir um dba cinífco. Além disso, l l podrá auiliar nas dcisõs dcisõs m maéria d políicas linuísicas. Por mplo, m um país qu nha qu dcidir sobr quais q uais línuas nsinar no nsino médio ou suprior; ou msmo um rupo d alans qu quira sabr sobr o status d sua línua podrá vr por qu há ouras línuas mais bm-classifcadas, o qu convém azr para qu l possa azr “subir” a dl. em suma, l srá um luar d rocas d discussõs cinífcas sobr sss mas A msma abordam ambém podrá sr aplicada m siuaçõs mais locais, no âmbio das inraçõs rionais (União europia, Mrcosul, c.). No momno, samos dsnvolvndo um rabalho sobr o pso das línuas nos paíss do Mdirrâno, a sr aprsnado m um colóquio sobr “As políicas linuísicas no Mdirrâno”, qu aconcrá m tl-Aviv, m novm125
bro d 2008. Duran uma conrência prorida no dia 22 d abril d 2008, m Sinapura, (L-J Calv, “ globalisaion: globalisaion: A raviaional Prsnaion o h World Linuisic Siuaion ” , 43rd ReLC Inrnaional Sminar, Language Teaching in a Multilingual World : Challenges and Opportunities ), ), aprsni os dirns dsdobramnos locais ds rabalho: laboração d um índ das línuas dos paíss da Associação d Naçõs do Suds Asiáico (ASeAN), comparação do pso d uma drminada línua (chinês, inlês, japonês....) na zona da ASeAN na zona APeC (Coopração econômica da Ásia do Pacífco), ou ainda a comparação do pso d odas as línuas d um país (Sinapura, Malásia...). Qualqur qu sja o caso, sss índics rionais sriam uma ajuda inrssan para o sablcimno d políicas linuísicas, por mplo, no âmbio d sco-
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larização: qu línuas nsinar m Hon Kon? no Japão? Qual é o pso rspcivo do mandarim do canonês nssas riõs? Ainda na msma linha d raciocínio, sria inrssan podr sudar o pso das línuas na rancoonia aricana, na Árica ocidnal, na Árica cnral, c. Sm dúvida, saríamos lidando com rprcussõs rionais d um projo mundial, não da simpls ração d alumas línuas do ind ral para a ormação d um subínd local. Aliás, o compor comporamno amno das línuas rn aos dirns aors slcionados pod mudar s nós os considrarmos a parir d um pono d visa rional, por mplo dian da nropia ou dian do uo d raduçõs. Assim, a própria noção d peso das línuas passaria a sr uma par imporan da rão no âmbio das políicas linuísicas.
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o d i c i o n á r i o d e v a r i a n t e s d o a l e m ã o : coleta de dados sistemática da variação1 nacional e regional do alemão-p alemão-padrão adrão Ulrich Ammon (Univrsiä Duisbur-essn)
abs a bs t r ac actt
this conribuion dscribs h backround and h srucur o h frs comprhnsiv dicionary worldwid or a pluricnric lanua, i.. a lanua wih dirn sandard variis or dirn counris or rions. th Variantenwörterbuch des Deutschen conains all h naional and rional varians o Sandard grman and only hs. I is srucurd hus ha ach sinl varian aks you o all h corrspondin varians o h sam variabl. th dicionary was rcivd wih ra inrs and bcam a bssllr. Dicionaris o h sam srucur could b mad, and would b worh whil bin mad, or any pluricnric lanua lik, or ampl, Poruus, Spanish or enlish. th conribuion illuminas h oraphic and hisorical backround o grman as a pluricnric lanua and h uncions o h various sandard variis or hir counris and rions includin h prssion o h rspciv collciv idniy. I also skchs h rsarch hisory and h dvlopmn o horis and rminolois or pluricnric lanuas in nral.
1. retrospectiva de algumas abo a bo rd ag e n s s ob re va vari ri a ç ã o da língua alemã
linuísica russa, m spcial na não sociolinuísica (ante nominem), rprsnada por po r gor V. Spanov Alandr D. Schwis, qu inunciaram d orma basan prssiva os rabalhos enr os sudos pioniros na psquisa sobr dsnvolvidos d romanísica anlicismo, rsvarians varidads d línua padrão nacional pcivamn. rional, dsacam-s aquls dsnvolvidos pla Somn mais ard, aluns sociolinuisas, como o almão Hinz Kloss (1967) o ausraliano Michal 1 es o oi raduzido adapado por Mônica M. g. Savdra Clyn, ampliaram ss sudos para ouras línuas, Barro (PUC-Rio) Ba Höhmann (tU-Brlin), do oriinal m almão, iniulado Das Variantenwörterbuch des Deutschen: como por mplo, para o poruuês, o spanhol, o CLYNe 1992). Die systematische Erassung der nationalen und regionalen Variation rancês, chinês, c. (c. CLYNe des Standarddeutsch Standarddeutschen en, nviado plo auor para aprsnação no I O msmo procdimno uilizado por Kloss enconro Inrnacional do gt d Sociolinuísica da ANPOLL, Clyn pod sr aplicado para o Dicionário de ralizado na PUC-Rio m aoso d 2007. 127
Variantes do Alemão , ou sja, o msmo modlo d dicionário proposo por Ammon, Bickl, ebnr, nr ouros (2004) para dscrvr as varians do almão, pod sr uilizado para dscrvr varians d ouras línuas. Na ára d rmanísica, elis Risl já havia raado anriormn da qusão da variação nacional d línuas padrão (c. RIeDeL, 1952, 1953 1964b). O rabalho aponado como o d maior rlvância para o ma oi o célbr livro Der Stil der deutschen Alltagsrede (O silo do almão coidiano), publicado m 1964 (C. RIeDeL, 1964a). Sm dúvida, Risl oi snsibilizada plo ma pla sua própria hisória d vida plo dsino d su país, a Áusria, cuja incorporação pla Almanha nazisa fcou umisicamn conhcida como der Anschluss (a liação). tal anação oi liimada, nr ouros aors, pla idia da nação d línua ( Sprachnation ), a parir da iualdad linuísica da Almanha da Áusria. Risl não corroborava com sa idia d uma nação d línua ond uma línua rprsnaria uma nação, um sado, um país. Plo conrário, acrdiava qu as paricularidads linuísicas do almão ausríaco podriam uncionar como proção arumnaiva d dsa conra a anação da Áusria pla Almanha. Msmo sm nar qu a Almanha a Áusria alassm a msma línua, naizou as dirns “ormas d manisação” (Erscheinungsormen) (1964b, p. 12) do almão alado na Áusria do almão alado na Almanha. Os usos linuísicos qu no sul da Almanha s manisavam como dialo ou como línua lirária coloquial na Áusria r-s-iam dsdobrado, raças ao su dsnvolvimno hisórico, m uma caracrísica d ala d cunho lirário. Ridl ambém ciou as dirnças do almão da Suíça, m spcial a línua lirária suíça ( Schweizer Lite). Acrscnou qu, dvido à prrênratursprache ). cia dos suíços plo uso do dialo, as pculiaridads lirárias na línua scria s aziam mnos prcpívis qu na línua oral (1994ª, p. 21). Risl ainda propôs qu, além d considrar as varians do almão da Áusria, da Suíça da Almanha, ossm ambém considradas as varians do almão das duas pars da Almanha, a Almanha Ocidnal Orinal. Mas, somn na década d 1970, aluns linuisas da ania Rpúulrich ammon | o
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blica Dmocráica da Almanha da União Soviéica – sob a inuência d uma políica d divisão prmann por par d sus paíss da Almanha – considraram as dirnças linuísicas da Almanha Orinal da Ocidnal como “varians nacionais”. O rabalho mais conhcido a rspio s ornou o nsaio d gohard Lrchnr (1974). A dscr dscriçã içãoo d Ris Risl l das das pcul pculiari iaridad dads s linu linuísísicas da Áusria (1964a: 12-21), da Suíça d línua almã (21-24) das duas pars da Almanha (7-11) é rmamn prcisa oi confrmada posriormn m rand par plas psquisas. Msmo sndo rconhcidamn mais dalhada para a Áusria, la é basan rica para as dmais naçõs d línua almã. No rabalho d Ridl são uilizadas abordans óricas prdominans naqula época, bm como alumas rminoloias spcífcas, qu podm causar conusõs na radução. Assim, propomos, a suir, uma rvisão simplifcada da rminoloia aual m comparação a rminoloia d Risl. em vz d variantes, usarmos o rmo variedades no âmbio dos sismas linuísicos plnos (p.. a “línua lirária ausríaca”). tais varidads corrspondm às ormas d manisação (Erscheinungsormen) d uma línua na linuísica soviéica. es rmo hoj é m rand par viado, uma vz qu não fca claro o qu s prndia dfnir como varidad. Nos os disponívis nconramos a oposição Erscheinungsormen vs. Wesen(sormen) einer Sprache (ormas d manisação ormas d ssência d uma línua). Na vrdad, o anônimo d varidad é simplsmn a línua (plna), qu é nndida como um con juno d varidads. talvz a oposição rminolóica nr aparência ssência (Erscheinung/ Wesen), prsn nos concios d Erscheinungs orm e Wesensormen, Wesensormen, induziram Risl a conrasar varidads nacionais (para la “varians”) “varians”) com uma “norma linuísica ral”.. a “línua lirária ausríaca”). O rmo variante hoj é usado d um modo mais spcífco, para dsinar drminadas “sinularidads” ou paricularidads“ (sundo prssão d Risl) d uma varidad. Assim a prssão Marille (Aprikos) é uma varian ausríaca – mais prcisamn uma varian lical. As varians spcífcas das dirns naçõs r128
manóonas hoj são dnominadas Austriazismen, rrindo-s à Áusria, Helvetismen, rrindo-s à Suíça Teutonismen, rrindo-s à Almanha. Almanha. O qu Risl dnominou linuam lirária, dvido à inuência anlo-saônica, na maioria das vzs hoj é chamado d língua padrão (Standardsprache ). ). As dirns manisaçõs nacionais ou rionais d uma línua padrão chamamos d suas variedades padrão (Standardvarietäten ) nacionais, rspcivamn rionais. Uma línua com múliplas varidads padrão, como o almão, o inlês, o rancês ouras, chamamos d língua pluricêntrica (com uso dcrscn ambém língua policêntrica ). ). O rmo pluricênrico oi inroduzido plo amricano William Swar ou plo almão Hinz Kloss, qu alou m língua pluricêntrica m 1967 pla primira vz. (c. Kloss, 1967:33). Aqui propomos, m vz do rmo língua pluricêntrica, o rmo inroduzido por Ammon (1995) Zentrum einer Sprache (cnro d uma línua) (c. Ammon 1995:95-100). No cono máico prsn, a noção d cnro d uma línua rr-s a cada nação ou rião qu dispõ d sua própria varidad-padrão. O rau d disposição sobr uma varidad-padrão pod sr spcifcado na bas d uma oria sismáica da padronização d varidads linuísicas (c. Ammon 1995:73-94). Simplifcando rossiramn, podmos dirnciar cnros plnos (Vollzentren) do almão para a línua almã (com códics próprios, porano obras d rrência auoriárias para a aidão linuísica) d dmicnros (Halbzentren ), os quais mbora dispondo d paricularidads da línua-padrão, não dispõm d codifcaçõs próprias. Sndo assim, a Almanha, a Áusria a Suíça rmanóona sriam cnros plnos, nquano Lichnsin, Lumburo, a tirol do Sul a Bélica orinal sriam dmicnros, sndo ainda possívl ouras dirnciaçõs. Dsa orma, p. ., Namíbia Romênia podriam sr dnominadas quaros d cnros (Viertelzentren) por aprsnarm varians d línua-padrão. enrano o almão não é línua ofcial naquls paíss. O concio d cnro linuísico é prsn na obra d Risl – p. . aravés suas rrências cursionisas por paricularidads rionais (almão do nor – almão do sul, 1964ª: 14), os quais ulrich ammon | o
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não êm rlvância nacional. Cnro linuísico é um hiprônimo sobr nação com próprias varians d línua-padrão. Risl salinou laborou mais a variação nacional do qu a variação rional do almão-padrão. A oria a rminoloia conmporâna são alamn compaívis com a abordam órica com os rmos d Risl. elis Risl pod sr considrada sm dúvida uma pionira da aual oria sociolinuísica d línuas pluricênricas. Risl ambém ancipou uma imporan possibilidad d aplicação da mncionada oria, dvido a sua principal aividad inrsss prdominans: a rlvância do ma para a maéria o nsino d almão como línua sranira. Na Almanha, Huo Mosr oi um dos primiros qu, já no fnal dos anos 50, raou da máica da variação nacional da línua almã, porém com uma avaliação unilaral ndnciosa a avor do almão-padrão na ania RFA. Mais ard, nos anos 80, Pr von Polnz s ocupou d orma mais quilibrada dirnciada com o ma. em par, l oi ncorajado por imporans rabalhos do linuisa Michal Clyn, como rlaado m Ammon (1995, pp. 35-60). 2. divulgação do conhecimento sobre a variação nacional do all e mã o -p a -paa dr ã o
Rorçando a idia d qu o almão é uma línua pluricênrica, aé há pouco mpo acrdiava-s qu o “almão cro” ria o msmo aspco m odos os luars, ond a línua oss usada como ofcial. esa hipós vio a sr ruada plo próprio uso das línuas nos mios d comunicação. em 1º. d janiro d 1995, a Áusria s ornou mmbro da União europia (Ue). Nas runiõs d nociação qu prcdram a adsão, fcou basan vidn qu os ausríacos não alariam aamn o msmo almão qu os almãs. A dlação d nociação ausríaca aprsnou 23 palavras ípicas ausríacas, qu no uuro dvriam sr adicionadas aos os ofciais da Ue às palavras almãs usadas pla Almanha. A dlação ambém soliciou a inclusão d ouros rmos do almão ausríaco no almão insiucional da Ue, 129
caso ncssário oss. oss . tal tal soliciação oi acia, sm rsisência, por par da Ue. Dnr as 23 palavras ausríacas da Ue são Eierschwammerr (Perling – uno), rmos como Eierschwamme Faschierte (Hackfeisch – carn moída), Fisolen (grüne Bohnen-ijão vrd), Kren (Meerettich – (Aprikose – damasco). Na maioria, rábano), Marill (Aprikose rmos rrns à culinária, o qu rorça o sróipo dos ausríacos, conhcidos como “ eacos ” (aprciadors da boa msa). e oi jusamn com rrência à manunção dos rmos ausríacos concrnns à culinária qu o não prio d Vina, Hlmu Zilk, convncu, na época do plbiscio, sus comparioas à adsão da Áusria à Ue. Nas ruas d Vina nos arrdors da capial, oram colocados carazs ilusraivos com o íulo “Erdäpelsalat bleibt Erdäpelsalat ” (salada d baaa prmanc salada d baaa), o qual mosrava uma porção d salada d baaa, com o rmo Erdäpelsalat, qu é o corrspondn ausríaco para o rmo almão Kartoelsalat, usado na Almanha na Suíça. Ouro mplo dsa naurza ambém oi uilizado no sloan d um prao com omas: “Sagen Sie bitte (...) Paradeiser. Sie düren es auch als EU-Bürger ” (dia Paradeiser (oma m ausríaco). Iso ambém podrá azê-lo como cidadão da Ue. A dsa das paricularidads linuísicas ausríacas na Ue ainda rndram o loio io io ao minisro ncarrado das nociaçõs, por par dos ausríacos: “Danke, Herr Außenminister, ür Ihre Zähigkeit!” (Sr. Minisro, obriado por sua visão!). As circunsâncias linuísicas da adsão da Áusria à Ue rorçam a idia d qu a línua almã não é uniorm, msmo na varian-padrão, conhcida plos rmos Hochsprache – línua ala, Schritsprache – línua scria –, ou Literatursprache – línua lirária. Fica claro qu as dirnças rionais as dirnças nacionais ism não somn na línua coloquial, na rand divrsidad dos dialos ou ainda dos patois . Plo conrário, a discussão a rspio do almão ausríaco dmonsrou qu ambém o almão padrão não soa iual m odo luar. Acrscnamos aqui qu ambém dvm sr considradas as dirnças rio Apelsine/ nais nr a Almanha do nor do sul ( Apelsine/ Orange (laranja), Sonnabend/ Samstag (sábado), Harke/ Rechen (ancinho) nr ouras. ulrich ammon | o
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3. notas a respeito da variação nacional e regional do alemãopadrão
A variação do almão-padrão dv sr analisada com bas nos paíss pars d paíss ond o almão é línua ofcial, o qu pod sr visualizado no mapa a suir, cuja lnda sinifca: • part partes esc cla lara ras: s: línua ofcial nacional • pa part rtes ese esc scur uras as:: línua ofcial rional
Além da padronização d ormas linuísicas ofcializada m livros compêndios scolars (C. Ammon 1995:73-88), ism pculiaridads da línua-padrão m odos os s paíss ou pars par s d paíss ond o almão é línua ofcial ( Amtspr ), Amtsprache ache ), ou sja “varians nacionais” (nationale Varianten). Nos cnros plnos las são licalizadas m obras d rrência próprias. Na Almanha, nr ouros, nos volums do Dudn; na Áusria, no dicionário ausríaco Österreichisches Wörterbuch (39.a dição 2001) , na Suíça, m divrsos dicionários scolars ou no dicionário suíço Schweizer Wörterbuch (2006). Os mnors dmicnros, no nano, não êm codifcaçõs linuísicas próprias. Uma oura dirnça nr os cnros plnos dmicnros consis m qu naquls, as varians spcífcas s sndm a odos os nívis linuisicos ramaicais, nquano qu nss são limiadas ao vocabulário. Na anális das varians nacionais dos dmicnros, fca vidn qu o uso d alumas varians não quival aos limis nacionais. Plo conrário, 130
muias varians valm m divrsos cnros ou dmicnros nacionais, nquano ouras apnas m par dls. A ala d quivalência da variação do almão-padrão com suas roniras nacionais dmonsra qu a variação rional s sobrpõ à variação nacional. O invnário ausivo d odas as varians nacionais rionais pod sr nconrado no Dicionário de Variantes do Alemão (Variantenwörterbuch des Deutschen) (2004). 4. a coleta sistemática da variação nacional e regional do alemãopadrão no dicionário de variantes do alemão
grand par das dirnças m odos os nívis linuísicos ramaicais provém dos rspcivos dialos, cujas ormas voluíram para o almão padrão como mprésimos. Os limis dialais não corrspondm aos limis nacionais, o qu ocasiona difculdads na dlinação das varidads nacionais dos dialos. Alumas ormas, qu são mprésimos dos dialos do baio almão, somn são usadas plo almão do nor, como por mplo Laken (Leintuch – pano d linho) ou Harke (Rechen – ancinho). em ouros casos, as msmas ormas são usadas no almão-padrão ano no lado suíço quano no lado ausríaco /ou ainda vnualmn no lado almão. Assim, por mplo, das Stockerl (der Hocker – banquinho) na Áusria é rmo do almão-padrão na Bavária, , porano, na Almanha, é dialal. Do msmo modo, o rmo Guetzli, qu na Almanha é Plätzchen (biscoio), na Áusria Zeltel é considrado num lado da ronira como Schweizerhochdeutsch (almão padrão suíço) , no ouro lado, ou sja, s ja, na Almanha é considrado dialo. dialo. es uso variado ocasiona polêmica quano à padronização das ormas d prssão da línua almã. A isência d dirns varidads do almãopadrão é hoj rconhcida naizada, sobrudo plo lado ausríaco plo lado suíço. Não só na Áusria as varians nacionais próprias são dndidas, como no caso já dscrio das nociaçõs d adsão à Ue, mas ambém na Suíça. Um mplo é a amaça d dmissão d uma pora-voz d noícias da rádio suíça DRS, qu, dvido a uma orulrich ammon | o
dicionário de variantes do alemão
mação arísica na Almanha, pronunciava palavras ais como König (ri) com uma ricaiva no fnal [‘kø:niC]. ela oi amaçada d dmissão caso não convrss sua pronúncia ao almão-padrão suíço [‘kø:nik]. Nas saçõs suíças rularmn cham caras d proso conra a pronúncia uônica qu ocorr sporadicamn. Para muios ausríacos a varidad nacional é prssão d sua idnidad. Já para os suíços, o dialo suíço, qu não dv sr conundido com o almão-padrão suíço, qu é prsn na comunicação coidiana, é qu m ssa unção. em ambos os casos, a manunção d paricularidads linuísicas é uma spéci d aiud dnsiva para com o vizinho maior maior,, a Almanha. As dir dirnças nças nr o almã almão-padr o-padrão ão das rês naçõs podm sr idnifcadas pla consciência plas aiuds d almãs, ausríacos suíços. Uma plicação para as dirnças na aiud é o ao d qu os almãs, na sua hisória rcn, nunca s sniram amaçados pla Áusria pla Suíça. enrano, a rcíproca não é a msma. Uma aiud qu rorça al afrmação é o ao d os ausríacos chamarm os almãs d Piekes (sinular Pieke ). ). A prssã prssãoo driva, driva, por um lado, do nom do composior miliar prussiano gorid Pik (qu compôs o “Königgrätzer Marsch” por ocasião da viória da Prússia sobr a Áusria no ano 1866) , por ouro lado, da rand incidência ds sobrnom na Almanha do nor. Para os suíços, os almãs s chamam Schwobe (sinular Schwob), o qu s rr ao “Schwabenkrieg ”, ”, a urra dos suíços conra as cidads da Almanha do sul (1499). Mas, cramn, ambém sá rlacionado ao ao d srm os suábios os vizinhos almãs mais próimos. É noávl qu plo conúdo d ambas as prssõs é associado o sróipo prussiano. Os “Piks” os “Schwob” são, porano, inconsquns, imprudns, miliarisas s considram smpr os mlhors. em conraparida, para os almãs, os ausríacos os suíços são rmamn simpáicos. Os almãs não êm aplidos nacionais para os ausríacos para os suíços. Plo mnos, nnhum popularmn rconhcido. Pod prsumir-s qu numa assimria dos aplidos nacionais as dirns priências das naçõs fqum vidns. As aiuds subjacns ism ambém m rlação as rspcivas paricularidads linuísicas. 131
5. notas sobre como lidar com a vari va ri a ç ã o n ac acii o n a l e re g i o n a l do ale a le m ã o- pa padr dr ã o n o e n s i n o de a le m ã o como língua estrangeira
Aé rcnm rcnmn, n, somn somn o almão da Almanha ra considrado no nsino d almão como línua sranira. Ainda hoj, a siuação do almão como línua pluricênrica não é oalmn sclarcida. embora a divrsidad nacional rional da línua almã não sja nada, as procupaçõs quano à sobrcara m aprndr dirns varidads são vidnciadas. Assim, o nsino do almão como línua marna como sunda línua s orina involunariamn pla varidad nacional do cnro m qu o nsino aconc. enrano, acrdia-s qu os prossors sudans d almão como línua sranira dvriam sr conronados dsd o início com divrsas varidads nacionais. Considrando o amanho do país sua capacidad conômica, ao qu udo indica, a o almão da Almanha ainda coninuará conin uará sndo a varidad d rrência para o nsino da línua. Isso não sinifca uma visão unicênrica. Aualmn comçam a surir possibilidads d amiliarização com as varidads da Áusria da Suíça a possibilidad dss paíss rcbrm alunos prossors d almão para cursos d ormação d aualização. A abordam pluricênrica da línua almã ambém dvria sr considrada na ormação d prossors d almão como línua sranira. es conhcimno undamnado do pluricnrismo da línua dvria sr nsinado ao lado dos conhcimnos d ramáica didáica. Não samos assim surindo qu dvam sr aprndidas odas as variaçõs-padrão nacionais rionais por iual, poso qu sa aiud sria uópica. Aé para os rmanisas alans naivos d almão sria oalmn irral. traa-s da snsibilização, iso é, da conscinização da divrsidad nacional rional do idioma almão. e al é ano viávl quano dsjávl na aula d almão como línua sranira. Maiors sclarcimnos sobr s pono d visa podm sr nconrados m Häi (2006) m Ammon & Häi (2005). ulrich ammon | o
dicionário de variantes do alemão
6. o dicionário de variantes do all e mã o ( var i a n t e n wö rt a rtee r bu buc c h de s deutschen)
O Dicionário de Variantes do Alemão (Ammon/ Bickl/ ebnr u.a. 2004) oi rcbido com um rand inrss nos paíss d línua almã, com vndam sinifcaiva. Aparnmn l prnch uma lacuna. el documna a variação nacional rional do almão-padrão d orma abrann. Num prácio dalhado sá um panorama ral sobr o almão como línua pluricênrica ainda sobr os cnros plnos dmicnros nacionais do almão. A fm d orncr uma rprsnação sismáica d ácil acsso para os usuários oram dsnvolvidas sruuras próprias para os arios qu são ilusrados com plicaçõs. O Dicionário de Variantes oi laborado duran crca d dz anos m coopração sria d rês rupos d rabalho, a sabr: m Duisbur (Almanha), Basiléia (Suíça) Innsbruck (Áusria), sob paricipação d numrosos ouros invsiadors individuais nos dmicnros nacionais m divrsas riõs dos cnros plnos. O dicionário d varians risra para cada palavra odas as varians corrspondns ao padrão nacional rional, cuja psquisa d lvanamno d dados oi cuidadosa mpiricamn comprovada. também coném nradas do almão vular ( gemeindeutsche ), qu valm m oda as gemeindeutsche Stichwörter ), riõs d línua almã. elas srvm para nconrar palavras locuçõs qu são rionalmn ou nacionalmn rsrias. Assim, por mplo, a nrada Fahrerfucht (ua do moorisa após causar um acidn) az uma indicação i ndicação a Unallfucht , qu na Almanha ocorr ao lado da varian do almão vular, como a Führerfucht na Suíça. No nano, no caso dos risros do almão vular, raa-s smpr d varians – não d palavras invariávis. trmos qu são invariávis na oalidad da ára linuísica almã (não conando as dirnças onéicas) como Mensch (sr humano), Stein (pdra), Tisch (msa) c. ormam a maior par do vocabulário almão. els aranm a ampla concordância do almão-padrão nos 132
dirns paíss rmanóonos. As próprias varians somn ormam uma pquna par do vocabulário, provavlmn inrior a 5%. Mas é uma par rmamn rlvan para os aspcos sociais da comunicação, poso qu primm idnidads rionais. O Dicionário de Variantes do Alemão é um prcursor ds ipo d dicionário, qu apnas az-s inrssan no caso d línuas pluricênricas. el s aproima da liura d Jakob grimm, considrando su lado lúdico. Qum não osaria d sabr, p. ., como s chama um ‘pdaço pquno rdondo io d arinha d pão’ – como diz a indicação do sinifcado – m dirns luars: d Schrippe m Brlim passando por Brötli, Bürli, Brötchen, Laibchen, Rundstück, Mutschli, Wecken, Wecken, 1 Weckerl Weggen . Ao lado ds aspco lúdico, ambém nconramos rmos qu rraam um lado ris da hisória das naçõs d línua almã, Abschiebung ung (deportação) na como por mplo Abschieb Áusria na Almanha – Ausschaung na Suíça, Abschiebehat ehat , ambém Abschiepor consuin: Abschieb bungshat na Almanha – Schubhat na Áusria – Ausschaungshat t na Suíça. Ausschaungsha Um ouro aspco rlvan pnsado na laboração ds dicionário diz rspio à mlhora das rlaçõs nr os paíss riõs d línua almã. Há vários indícios qu al rlaçõs não sjam ão boas. Principalmn por par da Almanha Alm anha,, aind aindaa há uma carê carência ncia d um rco rco-nhcimno ral das paricularidads linuísicas das dmais naçõs ou pars d naçõs d línua almã. A arroância ocasional por par dos almãs – m conraparida – a snsibilidad dos dmais cnros d línua almã, às vzs, aé msmo difculam uma coopração na promoção conjuna da línua almã, incluindo a promoção d almão como línua sranira no rior, ão ncssária nsa época d lobalização.
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todos ss rmos são usados para dsinar pão rancês.
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mudança social radical 1 e seu relexo sociolinguístico nos registros e estilos de berlinenses do leste e do oeste depois da reuniicação alemã 2 Norbert Dittmar é prossor na Fr Univrsiy o
Brlin.
1. 0 contexto sociolinguístico da comunidade de ala de Berlim antes e depois da MSR em 1989
O oco dss rabalho é a idnidad social d adulos socializados – orinais ocidnais – com idads nr 30 65 anos, m Brlim. Dvido ao ao do Muro r sparado dois mundos complamn dirns m rmos políico, socioconômico culural, Brlim orc insights prooípicos sobr o procsso inrculural d lidar com a prda d idnidad a ncssidad d rconsruir novas idnidads. es procsso, é claro, é rido manisado m nconros comunicaivos nociaçõs inraivas nr brlinnss orinais ocidnais, mas ambém rqunmn m (monolóicas) alas procupadas com um com ouro sr. No qu diz rspio principalmn com “idnidads ransicionais”, uma mudança social radical dir d ouras mudanças rlvans nas vidas d indivíduos d rupos sociais m muios aspcos imporans:
1. ela aa ausivamn a oalidad d uma população m tODOS os domínios da vida pública social no qu diz rspio às condiçõs lais socioconômicas. 2. ela implica uma usão d um sado com com ouro sm rsriçõs. 3. ela é irrvrsívl.
Uma MSR, sob as condiçõs acima, lva a dirns rsulados d acordo com a duração da as d ransição com as qualidads dos inputs sociais comunicaivos duran sa as. A fm d invsiar sa microêns dos sados ransicionais d ormação idniária, m nosso caso aqui as mudanças nas “radiçõs da linuam oral” (Schlibn-Lan, 1983), prcisamos primiro nndr o qu Bloch (1973) quis dizr com sua máora brilhan da “não simulanidad do simulâno” (Unlichziiki (Unlichziiki ds glichziin). em 3 d ouubro d 1990, odos os habians da ania gDR ivram qu s adapar às normas ocidnais. O prssuposo para s vivr na socidad-alvo ra o domínio d práicas habiuais anias somn dpois, radualmn, m unção dos rimos individuais, sociais locais, novos 1 Radical Social Chan (RSC) aqui adoarmos a sila para o hábios sriam adquiridos praicados. O ocidnporuuês MSR (Mudança Social Radical). al “não simulâno” s nconra com o “simulâ2 es o oi raduzido compilado por Ana Claudia Prs Salado, a parir do o-bas Radical Social Change and Its no” somn s l ou la mudar su “hábio linSociolinguistic Refection in Registers and Styles o East and West uísico” (Bourdiu 1982). O rimo da mudança Berliners Ater the German Reunication (m inlês), aprsn- é rido nos risros silos d lidar com ssa ado plo Prossor Norbr Dimar no I enconro Inrnacional do gt d Sociolinuísica da ANPOLL, ocorrido na mudança social radical (MSR). esss marcadors sociolinuísicos ransicionais são ovrnados por PUC-Rio nr 31 d julho d 2007 3 d aoso d 2007. 134
procssos socioconiivos são manisados na supríci do discurso da inração. Ambos os nômnos, Social Hexis Habitus (Bourdiu, 1982), êm su papl na comunicação. Dpois d 40 anos d rspcivo isolamno, as pssoas d Brlim Ocidnal nconraram as pssoas d Brlim Orinal m condiçõs d librdad sob auosslção. As baans culurais d ocidnais orinais nos primiros “nconros rais sponânos” são rprsnadas na Fiura 1, qu consis d uma lisa prooípica d valors qu são m conio uns com ouros. Ans d passar aos dalhs linuísicos do discurso da MSR (‘Umbruch’ discours), dim dar uma idia da hisoricamn dividida comunidad d ala d Brlim no fm da década d 1980. A Fiura 2 mosra o impaco na línua na comunicação nas ass inrculurais ransicionais. No qu u não rduzo a naurza das comunidads ocidnais orinais a dirnças nr um modlo d “prsíio” um modlo d “solidaridad”, qu oram proposos por Lsli Milroy como rmos “uar “uarda-chuva da-chuva”. ”. A conslação sociolinuísica é muio compla, mas o jarão cnral no lado orinal ra “moral socialisa” no lado ocidnal, “mrcado livr” (consumo lasr). Ouros aors drminans são: • Mu Multi lticult cultura uralida lidade dedo doOci Ociden dente, te, mon monocu ocultu lturalidad sruura social uniorm do lado orinal; • Red Redesdecont esdecontato atofechad fechadaeabert aeabertanoquediz anoquediz rspio a conaos inrnacionais; • Co Comp mpor orta tame ment nto o eg egoc ocen entr trad ado o e or orie ient ntad ado o à compição no lado ocidnal, comporamno cnrado na comunidad basado na solidaridad no lado orinal. Além do mais, mais, como pod sr viso pla Fiura 1, “Ocidn” “Orin” êm dirns prfs sociolinuísicos hisóricos; os dirns aspcos do impaco no “modlo da solidaridad do prsíio” no uso coidiano da línua são laborado m dalhs nsa fura. A qusão sá, não, no pano d undo da Fiura 1: Qu sraéias comunicaivas são usadas para aproimar das normas ocidnais? Como as ransiçõs são manisadas m mudan-
ças silísicas como as mudanças raduzm m prssõs manisaçõs da nova norma social comunicaiva? Podemos predizer que o processo contínuo de superar a divisão linguística de quarenta anos será uma adaptação lenta às normas ocidentais. A ara da sociolinuísica nssa siuação é dscrvr a “sincronia diacrônica”, diacrônica”, por mplo, o “corpo a corpo” linuísico com a dinâmica diária da mudança linuísica orinada por orças coniivas sociopolíicas. 2. contexto de estudo
No ouono d 1993 m 1994, crca d 60 narraivas complas inraivas sobr os dramáicos vnos d 9 10 d novmbro d 1989 oram coladas d amios parns (brlinnss ocidnais orinais) qu ram, m sua maioria, mulhrs jovns prossoras nas scolas do ciclo undamnal d Brlim Orinal (não prossoras gDR) para qum lcioni cursos d linuísica complmnar. Narraivas d priência pssoal nos habiliam a rconsruir os dramáicos vnos d 9 d novmbro as moçõs qu consrom a MEMÓRIA COLETIVA d uma comunidad nvolvida numa mudança social radical. tais tais vnos nos dão a oporunidad d dscrvr a sruura (ano a orm orma a quano a unção unção) d narraivas sobr a mudança qu s manisa na insurança coniiva nos problmas m scolhr adquadamn prssõs d duas culuras dirns. Com oco nos “vnos”, a naurza do discurso oi narraiva. Comparando as spranças dssa noi anásica com a amara ralidad social quaro ou cinco anos mais ard, a sunda mad da convrsação oi arumnaiva. Como m odo sudo sociolinuísico, o oco principal d anális é o comporamno vrbal comunicaivo d um rupo social marcado: o rupo minoriário orinal qu sava/sá d cra orma prdndo sua idnidad m qu s adapar às normas da socidad-alvo qu é a ocidnal. O cor pus sociolinuísico d anális dalhado das dirnças Orinais-Ocidnais nconra-s mais laborado m Dittmar & Bredel: The Language Wall. The Overcoming o the ‘Wende’ and its Consequences in Conversations with East and West Berliners . Brlin 1999.
norbert dittmar | mudança social radical e seu relexo sociolinguístico nos regist ros e estilos
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s i a i u ) q o o ã l ç o e c l e e s s i e a d t e a l a m i r d o f s e o o d o ã a o m ç u d ã o c a n e r r s í i i t r d a c e e n a a u n z d o v p g u a a c l n d l e e í l m o i e a r t d ( o r c a n a r a m e d s o a a v r e i o c n s i p e f r t l n l a a a a d i s i ç a í / i d o l n v u c c a r e o a o t t r a g n s n c m s e d i f l r e e o i o o i o ã r p f m d s s ç o s s s u o i e o i t e s d a e a r l o r t u d o c p g s u n r m n n t p i i l a g e e l r u m e i o c a r b g m m c • • • • • • • •
m i l r e B e d a l a f e d e d a d i n u m o C – O K & O M O S s e d a d e i r a v
: 1 a r u g i F
a v i t i n g o c a ç n a r u g e s n I
o t e n d e o m a m t x i a s l e é r r p / m e e d / a o d i v l i i t b i a n t s g n o i c
o l e d o m
) R E G ( o v l a e d a d e i c o S
: a c i t s í ü g n i l e d a d i n o u i g m í o c t s e e d r p o p o i t d
o o c i d l a b c ú r s i p e a r m o o u ã d t e ç l i d a c u e u r i c t i o d t ã e t a l ç m s u d n i a l t l i m o i n e / b s s e o e o i p i r d n m o a í a s s / d d i a u m p m t l e ) a t a i l l o a o c u o i c u d t s c o g s a c o s e n s s s í c e r t i l m i n t a o m o e í s e e m ã l ç o d s c a a n a o a d a x c s u ç r ã e u a n r l l g ç i o t t t e e r p n p a a l s a t a e m s e t r n e i f r o o s o o i c c e e c m d r a o c d d r s o e c g o a e ã v o c d o s o t ç o e n i s n m a a r c l d e u ê a i r e t e p e m m l g g d é r r e n i • • • ( • • • •
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s o a v ã i ç t i a s c i u i q n a u m > o - c < s a a c d i r t e á p r p
s i s a r o a t d u s t s m i a l l u o v u t a i c s i c r a i a c p t t a o l c c o s i i ã u s e r t ç e t s a m l í a s é d c c o i s o s c m t i i e e p i a é l s d d o t ç b n a n a n e a d ú e o d e s d r e n p i i i a l o s i n m e d f d b u e e o i a ã ç i a o m d d o n a i í h m o a r o s r g m c / c d t h a o i l n e l r a t f a o z e a c u b d m i d b u s i o l o a o a e c a o c r o r p e m õ s t , m d ç o t ã ç e e o r e a o t n l e a c o a c r d d ã t e e t ã r ç g s a a á s a n i a i d e e c o t o i d v a r a i c m n s d i m n s i c d r r o o s t e a o c e e c f e e e r u n t v t t o o i d t r n o r s o c r e o r o f o r e p e f p u g f • • • • • • • • •
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Tabela 1. Orim social dos inormans do Corpus “Wnd” d Brlim. Dados 1 númro
2 daa
B01OF
21.12.92
B02OF B03OF B04OF B07O B08O B09O B10O B11w10 B11w2O B12O B13w1o B13m2o B14O B15O B16O B17O B18O B19O B20O B21O B22O B23O B24O B25O B26O B27O B28O B29O B30O B31O B32O B33O B100ON B101ON B102ON B103ON B104ON B105ON B50WF
10.8.93 1.10.93 28.4.93 13.11.93 1.11.93 11.93 11.93 11.11.93 11.11.93 11.93 11.93 11.93 23.11.93 17.11.93 10.11.93 2.12.93 18.11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 11.93 28.11.94 11.93 18.3.96 27.11.95 20.11.95 27.11.95 11.93 5.11.93 2.5.+ 29.11.93 B51m1WF 26.12.93 B51m2WF 26.12.93 B52WF 24.5./ 18.11.93 B53WF 14.12.92 B54W 15.11.94 B55W 21.11.94 B56W 21.11.94 B57W 12.94
3 nom
Inormantes 4 5 orim orim
6 so
7 idad
8 profssão
gina
O®W
Hnninsdr
21
Dirk Hidi Micha Yvonn Br Lonardo Ani Asrid Danila Crisa Kicky San gia Dolly Kira Karin Ins Dl Paula Maria Lna Jochn Lor Ruh Jnny Vra Rainr Willy Dihmar Konrad Luz ? Alla Sassk Wol Robr Pr Chrisian Susi
O O O O®W O®W O O O O O O O O®W O O O O O O O O O O O O O O®W O O O O O O O O O O O W
Fridr.hain Prnzlbr Li.br
? ? ? Hllrsdor ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? Lichnbr Hllrsdor Hllrsdor Mi Hllrsdor ? ? Schönbr
m m m m m m m m m m m m m m m m
33 31 33 53 40 43 29 36 38 23 48 50 28 27 36 29 59 26 40 41 35
Al Niko Ina
W W W
Sliz Lichrld Zhlndor
m m
28 30 25
cosurira, assisn d cirurião dnisa músico raduora, vnddora moorisa d caminhão prossora nrmiro iluminador prossora ovrnana prossora sudan dirora d jardim d inância orniro-mcânico scrária assisn médica pdiara prossora assisn sociopsicolóico lricisa, sudan prossora prossora scrária rabalhador ? prossora ? ? rabalhador ? mcânico ? conomisa, auiliar d idosos prossora prossora, auiliar d idosos nnhiro, lídr sindical linuisa diror d scola cozinhira, auiliar d idosos assisn d cirurião dnisa, árbira dcorador d inriors promoor júnior uncionária pública
Conni Alina Manrd Manula Sf
W W W W®O W
Zhlndor ? ?
m
45 51 46 29 27
ciruriã dnisa auiliar d idosos auiliar d idosos nrmira inanil, sudan sudan
50 36 22 ? 39 ? 33 28 38 54 44 47 38 34 34 34
9 duração/ páinas 1,5 Sd. (?) 1,5 Sd (?) 1,5 Sd 1,5Sd 25 min 22 min 31 min 3S 35,30 min 35,30 min 23 min 42,30 min 34 min 31,30 min 63 min 45 min 6S 39 min 42,17 min 55,34 26,07 3S 35,13 35,18 11,35 30,03 7,10 29,06 10,52 6,25
9S 16 S 24 S 40 min 22,30 min 9S 1 Sd 1 Sd 1 Sd 1 Sd 45 min 5S ? 6S 9S
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B5 9 W B60W B61W B62W B63W B64W B65W B66W B67w1W
12.94 18.1.95 18.1.95 19.1.95 19.1.95 19.1.95 19.1.95 19.1.95 9.11.95
Markus Alrd Ba erns Dir Concha Pia gudrun Chrisin
W W W W W W W W W
Lichnrad Lichnrad Lichnrad
Lichnrad Lichnrad
m m m m
27 57 19 35 39 48 46 55 49
B150w2UF 5.5.93
Nunha. U
Nunhan
55
B151w1wU 7.92
Basl
Nunhan
35
sudan soador, jovm aposnado aprndiz d armacêuica prcpor prcpor assisn d dirção scolar psicóloa, ducadora social ovrnana prossora d nsino undamnal highschool teacher nrmira d nrmaria scolar prossor prossor diror scolar caia d banco, dona-d-casa lricisa, pnsionisa prossor diror scolar sudan (HU) sudan (HU) prossor nrmiro, sudan prossor prossora prossora nrmira d nrmaria scolar nrmira d nrmaria scolar andn d loja
B67m1W B68W
9.11.95 11.11.95
Jns Ilona
W W
Nukölln Lichnrad
m
52 44
B70W B71W B72W B73W B74W B75W B76W B77w1W B77w2W B78W B111WN B112WN B113WN B114WN B150w1UF
12.95 23.1.96 26.1.96 21.11.93 11.93 12.3.96 19.3.96 19.3.96 19.3.96 19.3.96 12.94 20.3.96 18.3.96 13.3.96 5.5.93
torsn Rol Norbr Frida thomas Pi Anon Bra Carolin Dir eon Spdy Sara Cris Nunha.
W W W W W W W W W W W W W W U
Nuk., Lirad Nuk., Lirad Nuk., Lirad
Kruzb,Nuk Zhlndor Frohnau Prnzlbr ? ? Marindor Nukölln grunwald Nunhan
m m m m m m m m m
44 44 44 41 63 37 42 25 25 40 34 45 43 45 25
55
andn d loja
U
B151w2wU
3. a hipótese do registro
Qu io sociolinuísico v a MSR d 1989 na comunidad d ala d Brlim Orinal? A muda mudança nça linu linuísica ísica aa princip principalmn almn a comunidad comunicaiva d Brlim Orinal (CCBO). O síio sociolinuísico da adapação linuísica às normas comunicaivas ocidnais é o uso de registro3. A mudança é dircionada pla ncssidad do uso d uma maior mais dirnciada ama d risro (d acordo com as normas ocidnais: vocabulário mais amplo, maior dirnciação A noção d “risro “risro”” sá spcifcada m Dimar (1997, pp. 207-216), qu oma a dfnição d risro d Bibr & Finan (1994). ela considra: prormanc spcífca d ênro, adquação lical/conruência lical dnro do nquadr comunicaivo, adquação da prosódia do discurso, c. 3
7S 9S 3S 3S 3S 2S 8 min 8,30 min
18 S. 18,48 20 min 35 min 4S 6S 12 S 30min
25min 12 S 18 S. 10 S 16 S. 15 S 15 S
social no silo, mais prssabilidad subjiva mocional, mais modulação variação prosódica na voz). Na ania Almanha Orinal havia uma divisão da “comunicação d rabalho” nr risro FORMAL INFORMAL, sm varians inrmdiárias como m um silo continuum; nr s dois risros não havia qualqur ransição suav. A Fi Fiura ura 2 ilusr ilusraa a nsã nsãoo dir dirnciaç nciação ão d risro orinada por princípios políicos, conômicos inrculurais d aquisição d uma sunda línua, aravés d “ass ransicionais”. Na primira as, spra-s qu as pssoas da ania Almanha Orinal raam consio para a nova comparilhada socidad ocidnal: • uma umatend tendênci ênciamai amaisfort sfortepara eparafalar falardiale dialetos(v tos(ver er mplo (9) gINA no parárao 6.2), mais uniormidad mais conormidad no discurso diá-
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rio: mnor ampliud d risros com mnor dirnciação silísica (como, por mplo, com rspio à “imam sociolinuísica” oaprsnação) m comparação com uma ampla ama d risro um continuum dirnciado d silos d conos na comunidad ocidnal; • jargõe jargões stécnic técnicos ose ediários, diários,m modelos odeloscomun comunicati icativos chunks (prssõs comunicaivas pronas sroipadas); • um co comp mpor orta tame ment nto o me meno nos s “eg egoo-ce cent ntra rado do” ” duran a convrsação (por mplo, um maior uso do pronom “man” – orma nérica do “you”/você m vz do “I”); Figura 2: Mudança social radical su impaco na línua comunicação numa as ransicional “inrculural”.
4. perda de identidade e o processo de reconstrução da identidade Anias Mudança Fases Transicionais Novas ase transicional internormativa internormativa e inter-habitual práicas normas social instabilidade/insegurança cognitiva e habitual habiuais Anias radical práicas (quda do (socidad habiuais Muro) alvo: (gDR) FRg) DsauoInsabilidad Novas
maização d anias normas práicas habiuais (enauomaisirun)
Rlaamno coniivo emprésimo d ouras vozs (polionia)
rorinaçõs coniivas
Uma MSR al como a dscria aé aora implica mudanças na idnidad social qu, por sua vz, implica procssos complos d idnifcação dsd a prda d valors normas aé a capura d novos valors normas. Rconsidrando a hipós do risro, anriormn dscria, a Fiura 2 posula um procsso coniivo no qual anias normas habiuais mudam para ouras mais novas. A dsauomação d vlhas normas a aquisição d novas normas implica passar por ass ransicionais. em rlação à ania idnidad, s procsso pod sr dscrio mlhor plo concio dinâmico d “idnifcaçõs”. Assim, mudando “o oco do procsso d ormação idniária” (gLAeSeR 2000, p. 9), lva à dscrição sociolinuísica do sinifcado no discurso inração. Concordamos com a dfnição d glasr: “Idnidad é o sinifcado do sr para si msmo para o ouro” ndo
m visa qu “os srs humanos consanmn inrpram a si msmos aos ouros spcialmn um ouro dsconhcido d rpn assum imporância m inraçõs, ou s suas próprias comprnsõs são dsafadas (gLAeSeR 2000, p. 9). O procsso dinâmico d idnifcação m inraçõs consis m “caorizaçõs sociais”, uma noção cunhada por Harvy Sacks rconsruída oricamn por Hausndor (2000). Parimos do prssuposo qu havia uma idnidad mais ou mnos sávl d Brlinnss Orinais Brlinnss Ocidnais ans d 1989 (o qu pod não sr vrdad). Ambos os lados ivram qu qusionar suas idnidads dpois da MSR, duran a década d 1990 dpois. Os procssos d divrências das anias normas convrência m dirção às novas normas aaram principalmn os Brlinnss Orinais – ss ao suriu d uma anális cuidadosa d um rand corpus d ênros discursivos inraçõs vrbais. Conrariamn ao sprado, Almãs Ocidnais Orinais vrbalizaram sniram qu ls ram sranhos uns aos ouros ivram qu passar por múliplos procssos d caorização social a fm d s conhcrm mlhor muuamn. tal como oi mosrado m Dimar & Brdl (1999), o rsulado ral da maioria dssas caorizaçõs sociais é o ao dos brlinnss orinais manisarm (m discurso m inraçõs) uma identidade danifcada nquano qu os ocidnais praicavam um ipo d idnidad hmônica (c. AUeR & HAUSeNDOR HAUSeNDORFF 2000). Como pod havr um quilíbrio nr sss dois comporamnos ão dirns na vida coidiana? tajl & gils hipoizam qu ais rupos qu primnam idnidads danifcadas s comparam com o comporamno dos “ouros” (no caso, os ocidnais). O rsulado dssas comparaçõs individuais sociais pod sr a assimilação, por um lado, “disinção social” por ouro. em lono prazo, uma considrávl porcnam d brlinnss orinais irá s convrr às normas ocidnais – sm diar quaisqur raços orinais. O caso d divrência passa por alrnaivas coniivas qu s manisariam m disinção sociopsicolóica. Ns sudo, nrano, samos procupados com as ass ransicionais d caorização social idnifcaçõs manisadas m indicadors m dsaqu na ala na inração.
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5. nível macro: modelos pragmáticos em narrativas de experiências pessoais com a “queda do muro”
5.1. Os primeiros cinco minutos Comparado à simpls roinira abrura convrsacional dos brlinnss ocidnais, a abrura convrsacional dos brlinnss orinais é marcada por normas socialisas colivas (as ons d açõs são rnas ao indivíduo) por órmulas sroisroi padas (não individuais). O modlo ocidnal mais rqun não marcado é liiramn, mas não subsancialmn, variado m dirns sinifcados licais, como por mplo, a vrsão-padrão: – ?wie hast du den neunten elten + neununachtzig erlebt? (ALINA, B 54 W, Alnprin,57) – (Como você vivu o 9 d novmbro d 1989?) A abrura convrsacional ocidnal é pramáica práica, dira, d acordo com a máima ricana: ormule sua pergunta o mais breve possível e não mais longa que o necessário; a pruna não m qu sr moralmn liimada. Bm dirn marcado – da prspciva do silo ocidnal – é o comporamno compor amno dos alans orinais: • Eles Eleslegitim legitimam amopr opropósito opósitoda daentre entrevista vistanarra narra iva pliciamn; unsre studiengruppe + hat sich die augabe gestellt + erlebnisse + erinnerungn an diesen tag zu sammeln + äh dies material wollen wir dann + ür den einsatz im unterricht zusammenstellen (LORe B 24 0, 50) 50) (Nosso rupo d sudo dcidiu colar priências mmórias dss dia; nós prndmos oranizar ss marial para aulas) • Elesm Elesmotivam otivamaent aentrevista revistaatrav atravésdep ésdeprolong rolonga a das manisaçõs d inrss pssoal aplos d solidaridad; wunderschön wäre es wenn wir beide uns durch unser gespräch näherkommen + keiner ist eine insel + wir brauchen uns in dieser zeite mehr denn je (DOLL (DOLLY Y B 15 0, Arzhlrin, 27) (sria óimo s nós dois pudéssmos nos aproimar dpois dssa convrsa; ninuém é uma
ilha; nós prcisamos uns dos ouros mais do qu nunca nsss mpos) • Co Com m fr freq equê uênc ncia ia,, el eles es con consi sider deram am en entr trev evist istas as como aos ofciais; “bar papo cusa vidas”; heute ist der 17. November 1989 ein trüber + verregneter Tag + eingeladen in mein wohnzimmer habe ich eine junge rau + kerzenschein und ein glas sekt sollen uns helen diesem grauen bussund bettag etwas etwas reundlichkeit zu verleihen verleihen (...) jung quirlig quicklebendig sitzen sie mir gegenüber + ihr name spielt keine rolle + ?dar ich sie ür heute dolly nennen? (hoj é 17 d novmbro d 1989, um dia io chuvoso; u convidi uma moça para vir a minha casa; luz d vlas um copo d champan podm ajudar a dar a s dia cinza d mudanças um oqu d amizad (...) jovm, chia d vida, d olhar vivo, você sá snada m rn a mim; su nom não impora; posso lh chamar d Dolly hoj?) Schlo ouros mosraram qu os sundos “não prridos” após a dmanda inicial são mais complos qu os “prridos”. No caso m qusão, as “primiras” prunas são marcadas por ormas complas. Aravés d uma aprsnação psada séria, sas primiras prunas impõm cra cara no inrlocuor, implindo-o a corrspondr a ssas ncssidads complas a rair apropriadamn. tais tais abruras lonas projam a prrência do nrvisador plas narraivas ricas m dalhs (vnos auênicos, arumnos morais, c.). em rmos d pragm pragmática ática contrastiva contrastiva : ais abruras lonas psadas são não prridas plos inrlocuors ocidnais porqu las projam a pcaiva d narraivas ausivas – cuja própria idia já é dsaradávl! A razão é simpls: a chav da socidad ocidnal é a “culura do lazr”.
5.2. Padrões e instrumentos de tratamento e processamento de MSR em narrativas de experiência pessoal Conar rconar os vnos da quda do muro mosra claramn qu lidar com vnos d mudança spcífca não conmpla a assunção
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d uma homonidad sruural uncional uncional do 4. ênro “narraiva” Um rsulado imporan dss sudo é qu a não chamada “orma normal” (orma canônica) das narraivas s dissolv nas narraivas d MSR. tais narraivas d MSR s dsviam da orma orma normal das narraivas nos suins aspcos: • Su Sua a fu funç nção ão nã não o é so some ment nte e co cont ntra ra um uma a hi hiss ória inrssan, mas ambém “pnsar alo” (Slobin), la m a unção d procssar snimnos pssoais sobr os vnos da MSR. • Há Háumfre umfrequ quen ente teire irevir virentr entreopass eopassad adoeo oeo prsn; porano, não há um nrdo principal. Ao conrário, a sruura nuclar dss ipo d narraiva é dissolvida; há dirns vnos padrõs qu coism são prssos por dirns ormas da polionia. Podmos disinuir consruçõs inrapoliônicas (por mplo, inração d divrsas auovozs no discurso), consruçõs inrpoliônicas (por mplo, inração d vozs d “our “ouros”) os”) consruçõs híbridas (por mplo, usão d suas próprias vozs vozs d ouras pssoas). • Des Desest estabil abilizaç izaçãoco ãocogni gnitiv tivaese aeseure ureex exonas onasfor formas unçõs das narraivas (rlaamno vrbal) são ípicos para comunicação m siuaçõs MSR.
zar a ronira – a ania ára do Muro – visiar o lado ocidnal da cidad após a quda do Muro (Dimar & Brdl 1999:91-95)5.
(1) O caso do processamento retrospectivo do “racasso”” em cruzar a antiga ronteira (“Muro “racasso (“Muro”) ”) entre os lados oriental e ocidental: INA, B 13 0, proessora do ensino undamental, 486 1. un da ham wir uns in unsrn schönn warbur sz (e então nós nos sentamos em nosso lindo Wartburg) Wartburg) 2. und sind di di brlinr brlinr all all + (e então estávamos dirigindo pela Avenida Berlim) 3. damals hiss si ja noch klmn-owaldall (que naquela época ainda tinha o nome de klement-gottwald-allee ) 4. runr bis zur ossr sraß (em direção à rua ostseer ) 5. und als als ünhr in di ossr sraß inbin woll ( oi oi quando Günther quis entrar entrar na rua ostseer ) 6. da hab ick ´n richin hulkramp hulkramp kri + (eu dei um grito) 7. da hab ick sa (e disse a ele ) 8. n da ahr ich nich hin (não, não quero ir lá ) A posição sruural dos padrõs/unçõs das 9. + da ham s mich nich als min oma sornarraivas não é mais válida somn para o nnbn is rübrlassn dimno múuo dos inrlocuors, mas srv (neste lugar, eles não me deixaram passer quando ambém para orinação lmnar para procssar minha avó morreu) o conhcimno do alan. 10. dann will ich da jz och nich hin Ans d classi classifcar fcar as narraiv narraivas as d d p priências riências (então não quero ir lá agora ) d MSR m rês ipos, aprsnamos comnamos 11. jz hab ick da nüsch vrlorn uma narraiva ípica consan do nosso corpus . (eu não tenha nada a azer aqui ) Nos mplos qu s sum, Ina Maria con- 12. da da hab ick hul (então eu chorei) am, cada uma, narraivas lonas muio pssoais sobr sus racassos rsisências inrnas d cru- 13. ich woll inach nich nachm wsn ahrn (eu não queria passar para o lado ocidental) Parc mais adquado subsiuir o posulado da homonidad pla suposição d dirns ipos d narraivas (Brdl 1999). esa conclusão já pod sr nconrada m gülich (1980) Rhbin (1980; 1984). gülich basia a disinção qu az nr narraivas “uncionais” “não uncionais” no criério dos squmas d açõs “ncaiados” (1980, p. 374). Rhbin disinu, por ouras razõs, ‘Sisschichn’ ‘Sisschichn’ d ‘Lidnsschichn’ lvando m considração a auoaprsnação do aor mais ard narrador da hisória. 4
“Wssi”” “Ossi” são noms sroipados para Almãs Oci“Wssi dnais Orinais, rspcivamn. 6 O sisma d ranscrição sá plicado m Dimar & Brdl (1999). Nsa conribuição, usamos símbolos muio simpls: + é uma pausa, ^ alamno da prosódia, odas as palavras são scrias com lras minúsculas; mplos (4) (5) são ranscrios d acordo com os princípios da anális da convrsação (Jrson, Schlo, Sacks et alii ). ). 5
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14. ick ha + rl + (eu tinha minhas regras ) 15. also d war ür mich (e já tinha vivido isso) 16. ick wß nich + (eu não sei) 17. als ob da nr `n br vorhaln ha + (se eu não estava conseguindo pensar direito aquele dia ) 18. und ich woll nich + (e por isso eu não queria ir ) 19. ick hab jhul (eu chorei ) 20. na und dnn ha r wnd + (então ele voltou) 21. is mi mir di anz brlinr all widr zurück + (retornou comigo pela Ave Avenida nida Berlim ) 22. und ha mich zu haus absz ..... (e me trouxe pra casa )
(2) O caso do medo prospectivo prospectivo MARIA, B 210, proessora de ensino undamental, 41 1. min mann woll so jrn mi mir dann rübrjhn + (meu marido queria mesmo cruzar o muro comigo) 2. als di rnz nun jalln warˆ (quando o muro caiu) 3. sa dr dr Mnsch Mnsch komm wir uckn uckn mal (ele disse: vamos dar uma olhada lá ) 4. und r konn konn mich mich nich nich bwn bwn (mas ele não conseguia mudar minha cabeça ) 5. wil + ick ha so n panischn äns in mir^ ( porque porque eu tin tinha ha um me medo do ter terrív rível el den dentr troo de de mim mim) 6. ick dach dach wnn ick jz da rübrj^ + (eu pensava que se eu osse lá agora ) 7. rs ma dach ick+ (meu primeiro pensamento ) 8. rundsäzlich muss ick di wor so ormulirn (como eu posso dizer ) 9. ick dach nur an pnnrvolk (eu só pensava nos vagabundos ) 10. ick dach jar nich an di jhobn klass (eu não pensava de orma alguma na classe superior ) 11. ick dach nur an übräll^ (eu só pensava nos assaltos )
12. dach dach nur an + (eu só pensava sobre ) 13. wnn di jz mich als ossi shn (quando eles me vissem como um/uma ossi então) 14. drhn di mir dn hals rum^ (eles iriam me estrangular ) 15. und ha sornˆ + h (e eu tinha medo ) 16. dass man mich als oslr soor drubn rknn^ + (de que eles iriam notar que eu era uma oriental logo de cara ) 17. wil ja och immr jsach wird porque nós sempre sempre dizemos que ) ( porque 18. dr ossi is zu rknnn^ percebe-se um ‘ossi ‘ossi’ ’ ) ( percebe-se 19. wa ick nachhr als nil bwisn wrd^ (e não há nada que prove o contrário ) 20. h da hab ick jdach n da hs nich rübr + (então eu pensei: não, eu não vou lá ) 21. ick sa s u mir lid ick kann nich + i sso) (eu disse: sinto muito, não posso azer isso 22. ick sa du kanns jz san los (eu disse: você pode dizer vamos lá ) 23. und + ick sa ick scha s cha noch nich (mas eu digo que eu não posso azer isso ainda ) 24. di is inach nich drin (simplemente não é possível ) 25. und zu minr rud ha r inlich injshn (e pra minha alegria ele entendeu e aceitou ) 26. und ha jsa r kann di vashn + (ele disse que podia entender ) 27. dnn r war ja nun vor m jahr ja hr drübn drüb n jwsn jw sn porque ele tinha estado estado lá um ano atrás ) ( porque 28. und wß wi d ihm danach in^ (e você sabe como ele se sentiu depois ) 29. r war oal durchnandr (ele cou completamente conuso ) 30. und konn di albniss jar nich so ju vaarbin (e não conseguiu processar tudo ) 31. r ha bald n halb jahr jbrauch (ele levou cerca de meio ano ) 32. um di indrück da wzusckn ja^ ( pra pra superar superar esses sentimentos sentimentos )
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33. di r dor alb ha (que ele vivenciou lá ) 34. und dswn ha r s inlich vrsandn (e por isso ele entendeu de verdade ) 35. wnn ick sa ich bin noch n ich so wi (quando eu disse que eu ainda não estava pronta ) 36. und dann sind wir rübrjlaun (e então nós andamos até lá ) 37. und dann mussn wir noch durch so n’ unnl jhn (e passamos pelo túnel ) 38. und als wir dn unnl übrwundn han^ (e quando nós saímos do túnel ) 39. war bnd dor dr wsn + (havia mesmo o ocidente lá ) 40. und min rs rakion war + (e minha primeira reação oi ) 41. na di is ja n schisshinrho + (é a mesma droga terreno ) 42. dn has im osn och (que nós tínhamos no oriente também ) 43. und dami war min ans w + (e meu medo se oi ) 44. ich hab dor di aln häusr jshn (eu vi velhas casas lá ) 45. di ick als hinrho k/kuliss knn^+ (do tipo que eu já conhecia ) 46. und und dach mnsch + di sih nja jnauso aus wi bi mir zu haus + (e pensei: caramba isso parece exatamente com o que temos em casa ) 47. und und dami wurd ick muich (e isso me encourajou) 48. und als r dann noch mi mir in dn nn ürkn sürz (e quando ele então entrou comigo na loja dos turcos ) 49. und und dor winraubn kau (e compramos uvas lá ) 50. di wir unrws rs mal zu uns nahmn (que comemos no caminho ) 51. ^ja^ da war also min hmmschwll rsmal w + (meu medo já tinha acabado ) 52. wobi ick san muss (apesar de que eu tenho que dizer )
53. ich hab bald noch n + ach + bald übr n jahr jbrauch (eu levei quase um ano ) 54. um aln mi n önlichn vrkhrsmiln rübrzuahrn + pra ir lá de transporte transporte público sozinha ) ( pra essas são duas narraivas qu ploram as priências pós-Muro. Nnhuma das duas m sucsso m s abrir para o mundo ocidnal, para a nova ralidad. A razão dss racasso é o mdo do dsconhcido: no caso d Ina, um procssamno rrospcivo dvido a priências anriors; no caso d Maria, uma ansidad prospciva dvido a pcaivas naivas. A naiva d Maria d cruzar a aora “librada” ronira é malorada dvido ao su imainário idolóico do mundo orinal inrnalizado i nrnalizado às suas pcaivas naivas (vagabundos, ata). ela prmanc prsa a rprsnques, assaltantes ). açõs idolóicas colivas com as quais la aprndu a vivr das quais la não consu s dspir (valors d socialização da gDR). A manira d Maria lidar com sus mdos é dscriiva (suas ormulaçõs rm uma disância psicolóica), nquano Ina a prcb aravés d rprsnação cênica: da habe ich geweint (então, eu chorei ). ). encnação dscrição são procdimnos comunicaivos dirns para procssar priências. É inrssan noar o raamno narraivo o procssamno do “impaco/choqu” dos aconcimnos plas rês rpiçõs m cada uma das narraivas: Maria vrbaliza su bloquio inrno m rês squências: 5, 21-28 39; Ina aparc chorando rês vzs (6, 12 19). Rhbin (1980, p. 104) plica ss ipo d procssamno do choqu da suin manira: A barrira psicolóica não pod sr dissolvida por um “madiscurso madiscurso”” ou por comnários malinuísicos (uma possívl ransormação na dscrição); la m qu sr procssada por rpiçõs d padrão rlvan – is um ipo d rpição qu o alan dv aivar; o choqu impd su próprio procssamno. enquano Ina dissolv sus mdos com o choro (a princípio um choro dsconrolado, passando dpois a um choro auorizado jusifcado), não s vê mudança d sado no procssamno d Maria. Ina procssa su mdo pla imaginação;
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ao rvivr anios vnos prmi a la um procssamno mocional das priências. D orma conrária, o mdo d Maria, caorizado num modo d conhcimno mocionalmn fo ou ossilizado, não pod mais sr procssado. Ouro aspco imporan, comparilhado por ambas as narradoras, é o procssamno inrassubjivo dos vnos narrados. Não há inrss paricular m objos rnos ou rprsnaçõs do mundo rior. As narraivas são uiadas por imans inrnas, subjivas. Maria não procssa o prsn, mas o passado qu la proja no prsn (13-15). Muios ouros mplos d narraivas como a d Maria d Ina rm maniras d lidar com o anio inrnalizado mundo (socialização da gDR); as ormulaçõs sus imainários plicam as dirns ormas d idnifcação suas prspc-
ivas: Maria bloquia a apropriação d um novo mundo, nquano Ina é capaz d rvisar priências anriors aciar novos caminhos ormas d prssão individual, d ação d silo d vida. A sruura linuísica ormal r as unçõs ploradas nas narraivas d Maria Ina. Há squências dsconínuas (rpiçõs, idas vindas, inrrupçõs, rprsnaçõs rduzidas dos vnos) avaliação conrasiva. Concivos arumnaivos ilusram o procssamno inrno ambém plicam procdimnos inra inrpoliônicos. O vno narraivo é um imporan mplo d rlao bioráfco. Narraivas d anális são somn um ipo d narraiva no nosso corpus . D manira ral, narraivas d MSR ocorrm dnro d rês padrõs (BReDeL, 1999)7.
Tabela 2: Narraçõs d MSR: ipos d narraivas. Caracrísica uncional principal
Narração de análise Processamento d priências pariculars ans dpois da MSR; conhcimno paricular d consquências spcífcas da MSR.
Narração de exemplifcação Representação d priências pariculars ans dpois da MSR (o conhcimno do coidiano ral m a unção d vidnciar). . Squência cronolóica mporal; consrução corn do mapa mnal . Avaliações sroípicas corns dos vnos . Conectivos mporais ilusraivos: e, e...então . Protagonista sinular (“Eu” )
. Estrutura proposicional do núcleo narrativo: squnciamno dsconínuo (rpiçõs, inrrupçõs, squlo da narração) . Avaliações: conrasiva, convrsão narraiva . Conectividade: e, mas, porque, ainda que, (arumnaiva) embora (arumnaiva) embora . Representação do protagonista: proaonisa sinular ou nérico (eu, (eu, você, um ); muias rocas d prohomem, uma pessoa ); noms Mios d rpr- . esablcimno d spaço imainário: prin- . Rcriação d auaçõs passadas snação cênica cipalmn rrências a açõs (ciação, órmulas prssivas) . emprésimo d ouras vozs: procdimnos . Procdi Procdimnos mnos inrpoliônic inrpoliônicos os inr inra-poliônicos, consruçõs híbridas . Rlação nr narração p. Rlação nr narração priência pssoal: riência pssoal: corn conras, sablcndo oposiçõs esruura da narraiva: squência oranização do conhcimno no discurso
Narração de ragmentação Neutralização d priências pariculars ans dpois da MSR.
. Rprsnação ramnada das priências . Nnhuma avaliação dclarada/ abra: rprimida ou muio nérica, “voz mprsada” . Conectividade muio sola . Protagonista nérico nuralizado
. Nnhum spaço d imainação é sablcido . emprésimo d ouras vozs: procdimnos inr inrapoliônicos, consruçõs híbridas . Rlação nr narração priência pssoal: nuralizada
Papl Pa pl do ouvin ouvin tndên ndência cia à marinaliz marinalização ação do ouvin ouvin; ; espaço d imainação compari- Conarrador; Falan orinado no snido d comprndr lhado; Ouvin nérico. a si msmo. Raifcação das avaliaçõs plo ouvin.
A abla é basada m Brdl (1999), qu objiva a uma nova classifcação d narraivas suas manisaçõs básicas como ênros. ela mosra qu é diícil caracrizar o qu s qur chamar d “orma normal subjacn” ou “ormas canônicas” d narraivas. 7
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esruura d oposição Modlos
Oposição inrapssoal Rlao bioráfco, ilusraçõs
As palavras-chav qu rspondm às qusõs d (a) a (c) são: (a) Como as pssoas lidam com os aos as consquências d uma MSR m suas narraivas? – elas não somn rlaam vnos raordinários para sus ouvins, mas suas narraçõs são caminhos para comprndr como pssoas qu vivram uma MSR lidam com ssas mudanças s consrom idniariamn. As pssoas PROCeSSAM, RePReSeNtAM NeUtRALIZAM priências pariculars para fns individuais. (b)Quais unçõs pramáicas êm as narraivas d MSR? – Dnr ouras, a das unçõs principais é “SPeAKINg FOR tHINKINg” (Slobin) . (c) eism silos vrbais spcífcos para lidar com rabalhar as priências d uma MSR? – Narrando, as pssoas êm dirns silos vrbais qu rvlam sus sados mnais d consciência no discurso: (1) Maniras dirns d sablcr corência por ordm cronolóica (rlaçõs mporais) d sablcr prspcivas sobr vnos passados projçõs uuras, ipos spcífcos d snnças avaliaivas insridas no discurso. (2) Formas dirns d sablcr rrências a pssoas, luars vnos. (3) O rcurso cênico da polionia é uma orma or ma d oranizar rprsnar as priências d MSR.
5.3. Identicação através do uso de categorização social 8 Boa par das narraivas, ao idnifcar o alan o “ouro”, cosuma lvar a sróipos, aravés d caorizaçõs sociais insridas nssas narraivas. Os suins rchos d duas lonas narraivas ilusram, d manira prooípica, como brlinnNo parárao suin u m basio m ROtH, Maria. Metaphorss we are convincing by , conribuion o h europan Metaphor Conrnc on Inracion, Summr Workshop, Workshop, Hlsinki, Finland, 2002 (par da dissração d 2003). Minha anális é, conrasando com a dla, d naurza sociolinuísica mais inspirada pla norafa qu pla anális da convrsação. 8
Oposição rna ( ( squma Nnhuma oposição acan-coacan) Nnhum Rlao bioráfco
ss orinais caorizam os brlinnss ocidnais usando máoras.
(3) Maria B 21o (Z. 891. BK): 1. (-) dEswegen bin ick der MEInung dass man nich sagen kann Ossi und wEssi.= ( por causa disso u acho qu não s pod dizr “ossi” ou “wssi”) 2. und? (-) den wEssi erkennt man an seiner KALTschnäuzigkeit .(--) (mas pod-s rconhcr o “wssi” plo su sangue rio) 3. dIt muss ick OOCH sagn.(--) (isso u ambém nho qu dizr) 4. der wEssi hat in seiner hGRUNDhaltung eh ne jewisse i ABlehnung in der (o “wssi” m como aiud básica uh ... uma prssão d rjição 5. ausstrahlung und ne KALTschnäuzigkeit = um sangue rio) 6. =die wir Ossis noch nich produZIERN könn.(.) (qu nós “ossis” ainda não consuimos r) 7. weil wir noch zuviel HERZ in uns drInne ham-(.) (porqu nós ainda mos muito coração dentro de nós) 8. und noch viel soZIAlet wat wir empnden.(--) ( ainda nos snimos muio volados para o social) 9. der wEssi der jeht da so als strukTUR durch die gegend?(-) (o ocidnal s põ como uma sruura plo país) persönlichkeit geht keen was AN.(-) AN.(-) 10. MEIne persönlichkeit (minha prsonalidad não m rlvância para ninuém mais) 11. MEIne persönlichkeit bin !ICH!.(-) (u sou minha prsonalidad) 12. und denn nOtalls noch die aMILie= ( s ncssário, incluo só a amília) 13. =aber AUßen? ihn (.) hat ihn hnIch zu intere iSSIERN wat ick dEnke. (mas or a isso não inrssa a mais ninuém o qu u pnso)
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14. und so: GEHN die AUch.(-) ( é assim qu ls am ambém) 15. die gehn UNpersönlich.(-) (ls am d orma impssoal) 16. die gehn UNpersönlich und UNnahbar.(-) (ls andam d orma impssoal não acssívl) 17. und Erst wenn man=n bisschen an der schale RUMjeklopt hat, (.) stellt man est (.) ( somn quando bate-se em sua concha é qu você s dá cona 18. dass da hinten sojar (.) hinter sojar=n LEbewesen is-(-) qu is um sr vivn por drás) 19. wat eh reaGIEren kann ANTworten kann und soJA:R (-) ehm (.) (qu é capaz d rair capaz d rspondr aé capaz d uh... 20. richtig schön emPFINden kann.(.) capaz d ralmn snir) 21. ob HERZlichkeit FRÖHlichkeit oder TRAUri gkeit. (.) ja, so-(-) (s alria ou risza) 22. aber aber man muss LEIder erst die schAle entblättern. (mas inlizmn m-s primiro qu “tirar a casca”) 23. und mAnchmal, im im (.) dahInleben nebeneinander hat man keene ZEIT zu ( às vzs na vida do dia a dia não s m mpo d 24. entblättern.(-) tirar a casca )
6. ihrn sonannn wOHlsand. (--) (suas assim chamadas prosperidade ) 7. dn s sich immr eINrdn wolln. ja? (---) (que elas sempre tentam trazer a tona na conversa sim) 8. so sh ICH das. (é como eu vejo isso ) 9. dis is eIjnlich ooch=n (--) n=jwisss KARtenhaus= (que não verdade é um castelo de cartas também) 10. wa inlich ooch sEHr schnell zuSAMmenbrechen kann. (que na verdade pode desmoronar muito rápido também )
S omamos a oria d Lako & Johnson (1980) como um pono d parida, MARIA considra os “srs” da Almanha Ocidnal (“Wssis”) como “rcipins” d moçõs, nquano para a caorização social d MICHA ss “rcipins” são vazios. Maria ala maoricamn do “sanu-rio” dos almãs ocidnais m conras com o “coração qu is dnro do almãs orinais”. Mas s “sanu-rio” é só uma “casca” uma “concha” na qual s pod bar. e s você nar muio você pod aé sr capaz d “irar sa casca” nconrar aluma coisa boa. D orma similar, Micha usa máoras para criar sróipo, avaliando os almãs ocidnais como “rsrvados”. “rsrvados”. Quano ao limi qu spara o inrior do rior ri or d um “rcipin”, são usadas máoras (do campo da construção) “achada” (5) Micha B04o, Z. 561. “caslo d caras” qu “dsmorona”. 1. Ms is wIrklich shr vil (-) asSAde. ja?(--) em comparação com Maria, o alan Micha (há muita achada achada sim) dscrv o conras nr o inrior o rior não 2. s wird VIeL wr u asSAde jl. só com máoras para o or duro limi nr presta-se muita atenção à achada ( presta-se achada ) ss dois lados. enquano qu para Maria a rii3. von AUßn. (--) dz do rior pod sr rmovida rvlar aluma (de ora ) coisa boa do inrior, inri or, na ala d Micha não há nada 4. wnn man HINruck hinr di leU, d bom no inrior inrio r. O “rcipin” sá vazio. Dssa (---) orma, o inrior é ainda pior qu o rior. (se você olha através da pessoa ) Caorizaçõs sociais são manisaçõs con((35)) vrsacionais d idnifcação do “ouro”, disin5. und dass s eInlich (.) äh (.) sehr hart uindo-o do alan (por implicaura). elas são o ARbeiten müssen ür ihre ihre asSAde (.) ür rsulado d imprssõs vividas. essas rprsna(e as pessoas na verdade uh … dão duro para çõs são sinais d idnifcaçõs indicam qu a manter a achada de idnidad sá ainda m procsso. norbert dittmar | mudança social radical e seu relexo sociolinguístico nos regist ros e estilos
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Hrosróipos d brlinnss ocidnais orinais (rraados m um rcn sudo d Ruh Rihr) são, pois, uma conclusão conciual d muias rpidas priências, ls são sparados d vnos priências concros, ls são ossilizados m um concio ou noção. São avaliaçõs naivas d brlinnss ocidnais ou sróipos naivos (d acordo com Rihr): “rsrvados”, “mnalidad consumisa”, “arroan”, “varidad-padrão”, “oísa”. São sróipos naivos d brlinnss orinais: “nãoamiávl”, “dpndn”, “alan d dialos”, “insuro”, “nvronhado”, “nóobo”.
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6. micro-nível: signiicados verbais em narrativas de msr
Como oi mncionado, alar sobr avaliar os vnos d uma MSR pod sr complmnado plo uso d sinifcados vrbais spcífcos. tais rcursos são analisados m dirns publicaçõs d N. Dimar U. Brdl [Dimar & Brdl (1999), Dimar (1998), Dimar (2000) and Dimar (2001)] aqui srão aprsnados numa visão ral.
iva, quano mais ss eu or associado a ouros pronoms no discurso como nós, tu, você (genérico), mais disan d su ocnro o alan sará. DU (TU ): o tu qu o alan usa pra s rrir a si msmo m, m ral, a unção d marcar alrnância d prspciva. el abr spaço para nociação nr o alan l/la próprio(a) (procssamno coniivo); m uma unção riva, macomunicaiva. (É claro qu m ambém alum io d “colividad”, pois o tu acaba por nvolvr o ouvin no qu o alan sá dizndo). MAN (VOCÊ – genérico: alguém, uma pessoa ): a prspciva do alan é impssoal, sm rrência ao individual. Muio mbora os brlinnss orinais sjam ans d suas próprias hisórias, ls as rlaam como vnos colivos. els colocam a uma rand disância do ocnro da priência; ls s riram d nvolvimnos pssoais m priências dramáicas muio pssoais, curiosamn. em rmos d discurso d MSR, os orinais opam prdominanmn plo uso do você (nérico) ao rlaarm suas priências próprias, viando assim o procssamno mnal d suas priências pssoais.
(A) Para rlaar vrbalmn vnos qu ls vivnciaram pssoalmn, os brlinnss ocidnais usam muio o pronom pssoal EU nquano os orinais usam com mais rquência o VOCÊ (nérico). O vidnciávl uso do você r o or impaco da moral socialisa, cuja máima: Prera o pensamento coletivo ao individual . Incorpore esta máxima no seu jeito de alar e no seu estilo. A fm d procssar dados diícis snsívis d priências pssoais m narraivas, os brlinnss orinais rqunmn opam pla alrnância pronominal: Ich/wir g du g man (eu/nós g tu = você=alguém). em almão, os pronoms pssoais êm a unção d sablcr proimidad disância do ocnro (Fiura 3). Os pronoms ajudam a procssar as priências d uma MSR. • ICH (EU) é o cnro prspcivisa da ala (eu, aqui, agora ). ). S omamos o eu como o cnro d orim dêiico numa oprspc-
(6) a lla lla , B 100 ON (Uso de pronomes: narração intrapoliônica) Entrevistador: und di hundr mark? (e a quantia bem-vinda de 100 Marcos? ) Alla : ja di hab ich dann auch inmal /dann inmal hol; das/ ach so das war auch noch das (sim, eu ui e peguei; ah sim, aquilo oi schlimms. hab ich dach was machs du dnn nun läß du=s vralln, na ja @kaun kannste o pior. eu pnsi “o qu u sás azndo? tu i squcs? tu não pods comprar nada msmo”) sowiso nichs@ dann also muß du irndwo hir in so=n sparkass; und das war h/ wo war (e então tu tens que ir a um banco por perto que era em – sim onde era mesmo ) dnn/ auch/ doch das war nochmal wddin; ich laub wddin. + und das war/ h war auch (o banco? Ah era em Wedding; acho que em Wedding ... e isso era outra )
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nochmal so=n sch/ so=n schlímm siuaion. da StAND in schlán vor dr/ vor dr sparkass (situação ruim. Havia uma longa la no banco ) di ha noch nich ön, nachmias laub ich; und und h mir @in das hrz wi vrrück also@ (ele ainda não estava aberto na parte da tarde, eu acho; e meu coração estava batendo eito louco ) h di polizi ha da h órdn wil sovil lu warn, und dann drinnn/ drinnn wars ja anz (e a polícia estava lá para garantir a ordem porque havia muitas pessoas lá e dentro do banco) schnll; ich laub man muß nur dn auswis vorzin; ich wiß s schon ar nich mhr. (e oi tudo rápido; eu acho que era só mostrar seu cartão, eu não me lembro mais … )
lhado nr aquls qu inram no discurso. tm tm como uma unção/rrência corina qu pod sr prnchida por qualqur sinifcado plo alan ou plo ouvin, possibiliando dirns associaçõs com o mundo social da socidad prdida.
(7) gina , B 01 OF (Vagueza, Uso de pronomes, Uso de partículas modalizadoras) Gina : di kam + bi mir so zum anan + so vor () bi uns da warn wa irgendwie soo so (aconteceu comigo assim no começo / era assim como que o começo, aqui no lado oriental, nós estávamos ) iss/ da iss ürgendwie vil lockrr also + da ha man mhr + ok zum bispil + janz blöd (trabalhando e de repente você podia se divertir, você sabe e no começo, era assim ) injsprr bloß nüsch san und und immr schön kuschn und + immr schön ißi sin Proimidad d disância dos pronoms Figura 3: Proimida und pssoais m almão do ocnro. (de algum jeito como, não diga nada, comporte-se bem e trabalhe duro) arbin und + dann kanns dir wa holn und so n^ () + und zum anan wa di ooch hir + dis (então assim mais relaxado... um exemplo bobo: ) bispil ha man da n bla papir lijn na und dann lich di da + is ooch jal + bi uns + li w (tem um pedaço de papel na sua mesa e por lá ele ca, não importa no lado oriental se ele de repente ) dami ja^ also + di is n janz blöd bispil jz abr so so so irgendwie so + aba ürgendwie mi desaparece... ... é um exemplo bobo, mas de alguma (desaparece (B) maneira eu não... ) dr zi (p) + wß nich + is di all schon so Uma das caracrísicas mais vidns do discurso slbsvrsändlich daß man + dis ürgendwie so d MSR é a “insurança coniiva”. Dvido a (é do senso comum, isto é você não se preocupa uma mudança compla nas condiçõs d vida, o com isso e é assim.. .)9 indivíduo prd orinaçõs claras; isso s r hinnimm na dann iss hal so + also wird no uso d prssõs d vauza, como por mman auch auomaisch n bißchn + %rir plo, assim..., como assim..., de algum jeito, de dnn n^ + in sinn jdankn und + jühln alguma orma, algum lugar c. n^ äh +1,5+ klar ürgendwie + zum bispil A rrên rrência cia d assim como assim é vazia ou “silnciosa”: la s rr a alo qu não sá no 9 udo sá ranscrio raduzido aqui. Procuramos dsao nm oi rido como conhcimno pari- carNm as rass qu mais ilusram a vauza do discurso. norbert dittmar | mudança social radical e seu relexo sociolinguístico nos regist ros e estilos
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jz in dr schul odr so + da ha man() ooch dis (wiß ich nich) roß ausm + unrrich abhaun oodr wß ick + karn spiln + ick min di war bi uns ooch jwsn + bloß dnn has ooch di ()/ di dmnsprchndn + oln om üsch jhab dnn n^ + has irgendwie wlch mi äh ilunn jkri odr + ürgendwie wnn klass äh lhrrabnd odr sowa war + odr lrnabnd dnn + so n () wnn di janzn+ di lhrr injladn wordn dnn hal %n^% + dnn ham di d bnd so rinjkri () daß also soo + also zu haus dnn ooch sunk dnn n^ + ja und hir da jhs inach ausm raum ja p
plo, a saída d uma parida d ubol pod sr uma cna maior as condiçõs ruins do mpo sriam um subópico ou cna mnor (pois dvido às condiçõs do mpo um im joou pior qu ouro). Nas inraçõs convrsas dpois d uma MSR, as cnas mnors d pano d undo (Nebenschauplätze ) podm s ornar mas cnrais d al orma qu o “joo d ubol” pod passar a r um papl imporan na ormação d idnidads, ao sablcr simbolicamn disância ou proimidad d um rupo com “ouros”. Uma coisa parc cra: pars do pano d undo podm omar posiçõs d dsaqu razndo ópicos prominns d uma cra “época” (HYMeS 1997), como é o caso da runifcação Almã quando (3) mu úlimo mplo raa d uma mudança linalumas coisas mudaram para smpr. uísica m prorsso. Movidos pla ndência d 2) Os ipos d narraçõs d análise, exemplicamoldar os su risros pssoais numa orma mais ção ragmen ragmentação tação são imporans manisasimpáica, aquls ‘ossis’ com conaos ínimos com çõs d procssamno d uma MSR. trazr à ‘wssis’ incorporam o uso inovador da parícula ona hisórias dramáicas d “prio d mor” (vidncial) “HALt” m su discurso valuaivo. é somn UMA das unçõs comunicai Aé a década década d 70 somn o vidncial vidncial “eBeN” “eBeN” vas dssas narraivas. Há mais unçõs riuais m sido usado na ala coloquial do nor – como (rnas, sociais) nssas inraçõs como, por alrnaiva a parícula par ícula “HALt” “HALt” do sul. mplo, as unçõs rlacionadas à audiência. Causado pla miração mássica d sulisas Como ambém há unçõs mais inrnas (propara Brlin-Os, o “HALt” do sul s ornou cssamno oco d priências pssoais. As rival do “eBeN”. Ao conrário do qu s pod unçõs básicas d narraivas associadas a MSR sprar, as duas prssõs NÃO são sinônimos. oram isoladas classifcadas por Brdl (1999) O sinifcado modal cnral d “eBeN” é a vim sua dissração. dência objiva, nquano o sinifcado cnral d 3) Caorizaçõs sociais são uma manisação “HALt” “HAL t” ocaliza o aspco subjivo da vidência. rlvan d priências próprias d “ouros” Como plicar a pansão ampla rápida a ala num príodo d nconros sociais dnsos rquência d “HALt” na comunidad orinal? conians. esróipos são ossilizaçõs/ A parícula modal “HAL “HALt” t” rcnmn m façõs d avaliaçõs modalizaçõs uídas d assumido a qualidad d uma valor comunicaivo discursos (las solidifcam prconcios via mais: unciona como um ‘amaciador’ pisêmico am nociaçõs), a máima qu subjaz aqui na inração inrpssoal. é: luctuat nec mergitur. Cuja imam é “máoras nas quais vivmos qu nos con7. conclusões vncm” (Roh 2002). 4) Mios ípicos qu rm uma MSR MSR no disQu ipos d insights sociolinuísicos podmos curso inração são marcadors linuísicos r a parir dss sudo? em vz d conclusõs u spcífcos (varian spcífca d um rupo osaria d lvanar cinco ponos: social, aspcos dialais urbanos, pronoms, 1) em um discurso “quilibrado” não marparículas modalizadoras, ins licais, c.), cado (pqunas convrsas coidianas) mos as mas ambém são ariícios psicolinuísicos cenas maiores (Hauptschauplätze ) as cenas do discurso (rparaçõs, rpiçõs, vaumenores (Nebenschauplätze ), ), como por mza, c.) norbert dittmar | mudança social radical e seu relexo sociolinguístico nos regist ros e estilos
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5) Finalmn, propridads sociolinuísicas sisêmicas d “risros” podm s ornar mnos ransparn ou vidn na mdida m qu aumna a disância mporal do início da MSR. Hoj, rconhcr aluém como um almão orinal” pod sar mais diícil pois suas manisaçõs linuísicas dsafam nossa inrpração. Os psicolinuisas Bühlr (1934, p. 220) Päzold & Päzold (1995, p. 76) propõm o rmo “amosphric “amosphric whi ” (“Sphärnruch”) ruch ”) para as manisaçõs d silo comunicaivo nas quais o rprório d um rupo A gestalt qu é prcbido plo rupo B como sua gestalt mi uma idnidad spcífca. A prcpção social do silo s crisaliza a parir d padrõs aspcos sociolinuísicos é moivada por ncssidads rais d disinção social (Dimar 2002). Dirnças d risros podm sr dissolvidas com as mudanças d silo – mas para aquls qu simplsmn não s adaparam à socidad ocidnal, ism ambém prspcivas d adapação sociolinuísica coniiva (“divrência”) qu podm lvar a modlos inovadors à consrução d novas sucssivas idnidads. 8. reerências AUeR, P. & HAUSeNDORF HAUSeNDORF,, H. (2000): (H.): Kommunikation in gesellschatlichen Umbruchsituationen. Mikroanalytische Arbeiten des sprachlichen und gesellschatlichen Wandels Wandels in den neuen Bundesländern . tübinn. „Hegemonia onialer“ ler“ Geltun Geltungsan gsanspru spruch ch AUeR, P. (199 (1995): 5): „Hegem und konversationelle Realität: Anmerkungen zu einer vernachlässigten Perspektive au die Ost/West-Daten der Forschungsgruppe Nationale Selbst- und Fremdbilder . In: Czyzwski, M. (u.a.) (1995) (H.): Nationale Selbst- und Fremdbilder im Gespräch. Kommunikative Prozesse nach der Wiedervereinigung Deutschlands und dem Systemwandel Mitteleuropas . Opladn, S. 379-383. _______. (2000): Was sich ändert und was bleibt: Vorläuges zu stilistischen Konvergenzen Ost -> West am Beispiel von Interviews ; In: Aur, Pr & Hausndor, Hiko (2000): (H.): Kommunikation in gesellschatlichen Umbruchsituationen. Mikroanalytische Arbeiten des sprachlichen und gesellschatlichen Wandels in den neuen Bundesländern . tübinn.
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