Universidade do Sul de Santa Catarina
Teoria Geral do Turismo Disciplina na modalidade a distância
Palhoça UnisulVirtual 2007
Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Rua João Pereira dos Santos, 303 Palhoça - SC - 88130-475 Fone/ax: Fone/ax : (48) 3279-1541 3279-1541 e 3279-1542 E-mail:
[email protected] Site: www.virtual.unisul.br
Reitor Unisul Gerson Luiz Joner da Silveira Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico Sebastião Salésio Heerdt Chee de Gabinete da Reitoria Fabian Martins de Castro Pró-Reitor Administrativo Administrativo Marcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter Campus UnisulVirtual Diretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual Administração Renato André Luz Valmir Venício Inácio Bibliotecária Soraya Arruda Waltrick Cerimonial de Formatura Jackson Schuelter Wiggers Coordenação dos Cursos Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Cátia Melissa S. Rodrigues (Auxiliar) Charles Cesconetto
Diva Marília Flemming Itamar Pedro Bevilaqua Janete Elza Felisbino Jucimara Roesler Lilian Cristina Pettres (Auxiliar) Lauro José Ballock Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Mauri Luiz Heerdt Mauro Faccioni Filho Michelle Denise Durieux Lopes Destri Moacir Heerdt Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Patrícia Pozza Raulino Jacó Brüning Rose Clér E. Beche Tade-Ane de Amorim (Disciplinas a Distância)
Design Gráfco Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Evandro Guedes Machado Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Raael Pessi Vilson Martins Filho Gerência de Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Logística de Encontros Presenciais Marcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli Araldi Graciele Marinês Lindenmayr Guilherme M. B. Pereira José Carlos Teixeira Letícia Cristina Barbosa Kênia Alexandra Costa Hermann Priscila Santos Alves Logística de Materiais Jeerson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador) Eduardo Kraus
Monitoria e Suporte Raael da Cunha Lara (Coordenador) Adriana Silveira Caroline Mendonça Dyego Rachadel Edison Rodrigo Valim Francielle Arruda Gabriela Malinverni Barbieri Josiane Conceição Leal Maria Eugênia Ferreira Celeghin Rachel Lopes C. Pinto Simone Andréa de Castilho Tatiane Silva Vinícius Maycot Serafm Produção Industrial e Suporte Arthur Emmanuel F. Silveira (Coordenador) Francisco Asp Projetos Corporativos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de Ensino) Ana Luísa Mittelztatt Ana Paula Pereira Djeime Sammer Bortolotti Carla Cristina Sbardella Franciele da Silva Bruchado Grasiela Martins James Marcel Silva Ribeiro Lamuniê Souza Liana Pamplona Marcelo Pereira Marcos Alcides Medeiros Junior Maria Isabel Aragon Olavo Lajús Priscilla Geovana Pagani Silvana Henrique Silva Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) Ricardo Alexandre Bianchini Rodrigo de Barcelos Martins
Equipe Didáticopedagógica Capacitação e Apoio Pedagógico à Tutoria Angelita Marçal Flores (Coordenadora) Caroline Batista Enzo de Oliveira Moreira Patrícia Meneghel Vanessa Francine Corrêa Design Instrucional Daniela Erani Monteiro Will (Coordenadora) Carmen Maria Cipriani Pandini Carolina Hoeller da Silva Boeing Dênia Falcão de Bittencourt Flávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Leandro Kingeski Pacheco Ligia Maria Souen Tumolo Márcia Loch Viviane Bastos Viviani Poyer Núcleo de Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coordenadora) Cristina Klipp de Oliveira Silvana Denise Guimarães Pesquisa e Desenvolvimento Dênia Falcão de Bittencourt (Coordenadora) Núcleo de Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel
Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Rua João Pereira dos Santos, 303 Palhoça - SC - 88130-475 Fone/ax: Fone/ax : (48) 3279-1541 3279-1541 e 3279-1542 E-mail:
[email protected] Site: www.virtual.unisul.br
Reitor Unisul Gerson Luiz Joner da Silveira Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico Sebastião Salésio Heerdt Chee de Gabinete da Reitoria Fabian Martins de Castro Pró-Reitor Administrativo Administrativo Marcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter Campus UnisulVirtual Diretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual Administração Renato André Luz Valmir Venício Inácio Bibliotecária Soraya Arruda Waltrick Cerimonial de Formatura Jackson Schuelter Wiggers Coordenação dos Cursos Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Cátia Melissa S. Rodrigues (Auxiliar) Charles Cesconetto
Diva Marília Flemming Itamar Pedro Bevilaqua Janete Elza Felisbino Jucimara Roesler Lilian Cristina Pettres (Auxiliar) Lauro José Ballock Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Mauri Luiz Heerdt Mauro Faccioni Filho Michelle Denise Durieux Lopes Destri Moacir Heerdt Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Patrícia Pozza Raulino Jacó Brüning Rose Clér E. Beche Tade-Ane de Amorim (Disciplinas a Distância)
Design Gráfco Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Evandro Guedes Machado Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Raael Pessi Vilson Martins Filho Gerência de Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Logística de Encontros Presenciais Marcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli Araldi Graciele Marinês Lindenmayr Guilherme M. B. Pereira José Carlos Teixeira Letícia Cristina Barbosa Kênia Alexandra Costa Hermann Priscila Santos Alves Logística de Materiais Jeerson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador) Eduardo Kraus
Monitoria e Suporte Raael da Cunha Lara (Coordenador) Adriana Silveira Caroline Mendonça Dyego Rachadel Edison Rodrigo Valim Francielle Arruda Gabriela Malinverni Barbieri Josiane Conceição Leal Maria Eugênia Ferreira Celeghin Rachel Lopes C. Pinto Simone Andréa de Castilho Tatiane Silva Vinícius Maycot Serafm Produção Industrial e Suporte Arthur Emmanuel F. Silveira (Coordenador) Francisco Asp Projetos Corporativos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de Ensino) Ana Luísa Mittelztatt Ana Paula Pereira Djeime Sammer Bortolotti Carla Cristina Sbardella Franciele da Silva Bruchado Grasiela Martins James Marcel Silva Ribeiro Lamuniê Souza Liana Pamplona Marcelo Pereira Marcos Alcides Medeiros Junior Maria Isabel Aragon Olavo Lajús Priscilla Geovana Pagani Silvana Henrique Silva Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) Ricardo Alexandre Bianchini Rodrigo de Barcelos Martins
Equipe Didáticopedagógica Capacitação e Apoio Pedagógico à Tutoria Angelita Marçal Flores (Coordenadora) Caroline Batista Enzo de Oliveira Moreira Patrícia Meneghel Vanessa Francine Corrêa Design Instrucional Daniela Erani Monteiro Will (Coordenadora) Carmen Maria Cipriani Pandini Carolina Hoeller da Silva Boeing Dênia Falcão de Bittencourt Flávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Leandro Kingeski Pacheco Ligia Maria Souen Tumolo Márcia Loch Viviane Bastos Viviani Poyer Núcleo de Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coordenadora) Cristina Klipp de Oliveira Silvana Denise Guimarães Pesquisa e Desenvolvimento Dênia Falcão de Bittencourt (Coordenadora) Núcleo de Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel
Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina eoria eoria Geral do urismo. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma, autônoma, abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância. Por Por falar fala r em distância, isso não significa signi fica que você estará sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema utorial da UnisulVirtual. Entre em contato contato sempre que sentir necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual.
Victor Henrique Moreira Ferreira
Teoria Geral do Turismo Livro didático
2a edição revista
Design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini
Palhoça UnisulVirtual 2007
Copyright © UnisulVirtual 2007 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Edição --- Livro Didático Professor Conteudista Victor Henrique Moreira Ferreira Design Instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini Ligia Maria Soufen Tumolo ISBN 978-85-60694-22-8 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Duarte Miguel Machado Neto Vilson Martins Filho (2ª Edição) Alex Xavier (Atualização) Revisão Ortográfi ca Heloísa Martins Mano Dornelles
338.4791 F44 Ferreira, Victor Henrique Moreira Teoria geral do turismo : livro didático / Victor Henrique Moreira Ferreira ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini, Ligia Maria Soufen Tumolo. – 2. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2007. 218 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia. ISBN 978-85-60694-22-8
1. Turismo. I. Pandini, Carmen Maria Cipriani. II. Tumolo, Ligia Maria Soufen. III. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 Palavras do proessor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – O surgimento e a evolução do enômeno turístico . . . . . 17 UNIDADE 2 – Impactos da atividade turística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 UNIDADE 3 – O Sistema de turismo e os meios de transportes . . . . . . . 75 UNIDADE 4 – Turismo e organizações turísticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 UNIDADE 5 – Administrando o turismo para o mercado . . . . . . . . . . . . 155
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 Reerências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209 Sobre o proessor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211 Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 213
Palavras do proessor A todos os alunos e alunas com quem estarei compartilhando informações, conhecimentos e experiências... Quero dizer que a possibilidade de poder trabalhar o conteúdo que versa sobre a importante atividade que é o turismo, certamente se caracteriza uma experiência ímpar para todos nós. Se considerarmos que a sociedade industrial moderna nos impõe determinadas regras e exigências é importante pensar também que temos a necessidade de priorizar um tempo para que possamos descansar, viajar, divertir e entreter, enfim, como se diz no popular, “recarregar as baterias”. Estou certo que muitos de vocês já aproveitaram, aproveitam e ainda hão de aproveitar o tempo livre. ambém tenho certeza de que muitas viagens serão realizadas, independentemente da destinação, do atrativo ou da época do ano. Em outras palavras, sempre tiveram a oportunidade de “atuar” como verdadeiros turistas o farão. Esta disciplina possibilitará um contato mais estreito com o que podemos considerar como sendo “o outro lado do turismo”, ou seja, o lado em que estaremos atuando como os verdadeiros prestadores de serviços turísticos. E para que isto seja possível há a necessidade de que noções e conceitos teóricos da atividade sejam aprendidos e compreendidos. A apresentação dos conteúdos por meio da sistematização das unidades foi pensada para que você possa realizar
um elo ou um “link”, na linguagem virtual, com as necessidades atuais do turismo. Pretende-se com esta disciplina contribuir para uma sensibilização acerca da importância e do significado que o turismo possui em nível local, regional, nacional e mundial. Assim sendo, só me resta agora, convidá-lo/a a “embarcar” nesta fantástica “viagem” através do conhecimento e das novas descobertas que a atividade turística poderá lhe proporcionar. Vamos juntos! Desejo a todos uma excelente “viagem” por meio da aprendizagem! Professor Victor Henrique Moreira Ferreira.
Plano de estudo O plano de estudos visa a orientar você no desenvolvimento da Disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da Disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo:
O Livro didático. O EVA (Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem). Atividades de avaliação (complementares, a distância e presenciais).
Ementa Noções básicas dos fundamentos teóricos do turismo. Conceitos, definições e tipologia. Contextualização histórica do lazer e do turismo. Principais impactos do fenômeno turístico. Motivações e fatores condicionantes. Ciclo de vida das destinações turísticas. Escala de Doxey. Segmentação do trabalho dentro da atividade turística, atendendo às mudanças exigidas pela sociedade pósindustrial.
Carga horária 60 horas-aula.
Objetivos da disciplina Geral Compreender os elementos e processos do urismo, sua evolução e suas aplicabilidades.
Específcos
Destacar os princípios básicos da administração do turismo. Conhecer a evolução destes princípios. Identificar as principais características, classificações e tipologia turística. Evidenciar as principais tendências e correntes do pensamento administrativo turístico.
Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o Livro Didático desta Disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação.
Unidades de estudo: 5 Unidade 1 – O surgimento e a evolução do enômeno turístico
Nesta unidade, apresenta-se uma breve evolução histórica do turismo com intuito de mostrar a relação existente entre as várias civilizações e as necessidades de viagens. Além disso, será possível conhecer as várias definições de turismo e também reconhecer a divisão do tempo e a importância que isto teve para os viajantes e a necessidade de se classificar os viajantes (turista, excursionista e visitante). Unidade 2 – Impactos da atividade turística
Nesta unidade você vai ter a oportunidade de entender como ocorrem os impactos dentro da atividade turística. Os temas abordados tratarão de fazer com que você conheça como ocorre a medição do turismo. ambém será possível entender os principais impactos econômicos do turismo, além de reconhecer os principais aspectos culturais e sociais do turismo. Unidade 3 – O Sistema de turismo e os meios de transportes
Nesta etapa do livro são abordados assuntos relativos à necessidade de se compreender as bases que perfazem o sistema de turismo, ferramenta básica, para que se tenha percepção da atividade turística como um sistema. Será possível por meio do estudo desta unidade distinguir o que é oferta turística e demanda turística. Você também deverá conhecer os principais meios de transportes turísticos e sua importância para a atividade. Unidade 4 – Turismo e organizações turísticas
Como são formadas as principais organizações turísticas nos principais níveis de atuação: mundial, nacional, estadual e municipal será o assunto tratado nesta unidade. Será ainda necessário você reconhecer os princípios básicos que norteiam a planejamento turístico, além de compreender a importância e a aplicabilidade do marketing para a atividade turística e isto será discutido na unidade 4.
13
Unidade 5 – Administrando o turismo para o mercado
Os temas abordados nesta unidade versam sobre o reconhecimento e o significado vital exercido pelo meio ambiente em relação ao turismo. Aqui você poderá conhecer os princípios e as práticas para que o turismo possa ser considerado sustentável. ambém verá a importância e a necessidade de se identificar a tipologia turística e o seu amplo espectro, além de entender algumas das principais características e tendências da atividade turística na atualidade.
Agenda de atividades
14
Verifique com atenção o “EVA”, organize-se para acessar periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e tutor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da Disciplina.
Cronograma de estudo Atividades de Avaliação
Demais atividades (registro pessoal)
15
UNIDADE 1
O surgimento e a evolução do enômeno turístico Objetivos de aprendizagem
Compreender a relação entre as várias civilizações e as necessidades de viagens. Conhecer as várias defnições de turismo. Reconhecer a divisão do tempo e a importância que este teve para os viajantes . Entender a classifcação dos viajantes.
Seções de estudo Seção 1 História e evolução do turismo. Seção 2 Conceitos básicos de turismo.
Seção 3
Divisão do tempo e os viajantes: classifcações.
1
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo Você certamente já ouviu ou leu notícias e dados estatísticos acerca da atividade turística − importante, por sinal. A mesma gera milhões ou até bilhões de dólares em receitas, é uma ferramenta excepcional para gerar empregos e desenvolvimento de cidades, estados e países. odavia há a necessidade de se conhecer, sob uma perspectiva histórica, como se deu o desenvolvimento da atividade e principalmente quais os impactos que ela gera na sociedade atual. É interessante que você perceba que a atividade turística é composta de várias áreas do conhecimento, sendo motivo de estudos e pesquisas praticamente no mundo inteiro. Assim, convidamos você a conhecer, nesta unidade, como surgiu esse fenômeno chamado “urismo”, qual a importância da divisão do tempo para o urismo e também como são classificados os viajantes. Sinta-se nosso “visitante” e venha conhecer um pouco mais sobre a área de urismo.
Vamos ao estudo das unidades?
18
Teoria Geral do Turismo
SEÇÃO 1 - História e evolução do turismo
O que você sabe sobre o turismo? Você sabe como começou? Que características assumiu no decorrer da história? A que serve? Registre no espaço abaixo “histórias de turismo”... Depois vamos criar um espaço no EVA para publicálas. Que tal? Vamos começar? Registre uma, ou sua história, depois publique no EVA na erramenta “Exposição” para socializar com seus colegas. Vamos criar nosso primeiro “registro coletivo”.
Bem, agora que já escreveu a sua história, socializou com seus colegas de turma, vamos à narrativa sobre a história desta atividade. Perguntamos novamente: como surgiu? Podemos dizer que não há um consenso entre os mais diversos autores do tema, sejam eles brasileiros ou mesmo estrangeiros, sobre quando efetivamente se deu o início da atividade turística. Unidade 1
19
Universidade do Sul de Santa Catarina
Alguns consideram o seu surgimento na Antigüidade, outros na Grécia Antiga, outros durante o período de existência do Império Romano Romano e outros, ainda, consideram o seu surgimento na época dos Fenícios. Fenícios. Existem também aqueles que consideram consideram o surgimento do urismo há milhões de anos! Como não há uma data definida e acordada para o início do urismo, elaboramos nesta seção um resumo cronológico sobre o surgimento da atividade que, segundo seg undo a nossa ótica, é de maior importância para uma melhor contextualização contextual ização do urismo. urismo. Acompanhe, Acompanhe, a seguir, a evolução do turismo na ordem cronológica, cronológica, seguida, inclusive, de contextua contextualizações lizações conceitua conceituais. is.
a) O Turismo Turismo ao longo da história
20
O conceito de turismo surge no século XVII na Inglaterra. A palavra OUR é de origem francesa. our quer dizer VOLA, tem seu equivalente em inglês como como sendo urn, urn, e em latim l atim utiliza-se util iza-se a expressão ornare. O pesquisador suíço Arthur Haulot acredita que a origem da palavra está no hebraico UR, que aparece na Bíblia, com significado signi ficado de viagem viag em de reconhecimento. reconhecimento. Viajar implica voltar. Há, portanto, um deslocamento. São condições essenciais (entre (entre várias vár ias outras) para que ocorra urismo: sujeito, deslocamento e motivação.
Teoria Geral do Turismo
Você sabia?
Que existem diversos autores que consideram dierentes variáveis para que ocorra o Turismo? Turismo? Que dentre elas se destacam: dinheiro, tempo livre, prazer, inormação, comércio, descobertas, etc? Que os Romanos contribuíram de orma decisiva para o surgimento de viagens, através da construção de estradas? estradas? As amosas Pax Romana.
b) Surgimento das viagens obrigatórias (Séculos II – X d.C.) d.C.)
No século V, V, os Bárbaros Bárba ros dominavam a Europa, o que resultou numa significativa diminuição das viagens, diante do perigo que elas representavam para os povos europeus dominados. dominados. Entre os séculos II e III ocorrem intensas peregrinações a Jerusalém, assim como no século IX religiosos rel igiosos se deslocam para a região onde se encontrava encontrava o sepulcro sepu lcro de Santiago de Compostela. Compostela. Em 1140 1140 o peregrino francês f rancês Aymeric Picaud escreveu 05 volumes com histórias do apóstolo Santiago e com um roteiro de viagem de como como se chegar até lá a partir part ir da França. Considera-se Considera-se esse o 1º guia g uia turístico t urístico impresso. A partir par tir de 1282, inicia-se o intercâmbio intercâmbio de professores e alunos entre as universidades européias.
Você sabia?
Que as grandes navegações, realizadas principalmente principalmente pelos espanhóis e pelos portugueses, por tugueses, contribuíram de maneira signifcativa para o desenvolvimento desenvolvimento do Turismo? urismo? A descoberta do “Novo “ Novo Mundo” gerou uma curiosidade enorme nas pessoas que sentiam vontade de se deslocar e conhecer as novas terras.
Unidade 1
21
Universidade do Sul de Santa Catarina
c) Ocorrências anteriores ao Turismo moderno – Turismo Barroco (Séculos XVI – XVIII) XVIII)
No século XVI, XV I, ocorrem muitas viagens não oficiais realizadas realizada s por jovens acompanhados de seu professor particular part icular (que geralmente viajava antes para conhecer os hábitos e costumes locais, além do idioma), que possuía algumas características marcantes, tais como: eram realizadas por uma classe privilegiada, de elite; eram consideradas consideradas um tour de aventura; aventur a; eram feitas majoritariamente majoritariamente pelas pessoas do sexo masculino; eram esporádicas e com duração aproximada de três anos. Nessa mesma mesma época, já se constata o turismo tu rismo na França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Inglaterra e Espanha. No século XVI, XV I, surge o considerado considerado “1º hotel do mundo”, de nome Wekalet Al Ghury no Cairo – Egito – para atender mercadores; No século XVII, ocorre uma melhoria nos transportes de então, então, que eram era m feitos em lombo de cavalo ou puxados por carroças e carru ca rruagens. agens. Inventa-se Inventa-se a Belina (um tipo de carruagem carr uagem mais rápida, de duas poltronas), poltronas), e também a diligência; Surgem as primeiras linhas regulares de diligências entre Frankfurt e Paris e entre as cidades de Londres a Oxford; Após a Revolução Industrial (que altera de maneira significativa as relações de trabalho e de divisão do tempo), o turismo passa a ser educativo, com interesse cultural. Você sabia?
Que existem diversos autores que consideram dierentes variáveis para que ocorra o Turismo? Que dentre elas se destacam: dinheiro, tempo livre, prazer, prazer, inormação, comércio, descobertas, etc? Que os Romanos contribuíram de orma decisiva para o surgimento de viagens, através da construção de estradas? estradas? As amosas Pax Romana.
22
Teoria Geral do Turismo
d) O Turismo Moderno (século XIX)
Em 1830, a ferrovia Liverpool – Manchester foi a 1ª a se preocupar mais com os passageiros do que com a carga. Essa é a “Era “ Era da ferrovia”, que foi determinante determinante para o desenvolvimento do turismo; Surge o “Pai do urismo moderno”: Tomas Cook – em 18411 ele andou 15 milhas para um encontro de uma liga 184 contra o alcoolismo em Leicester. Já para um u m encontro encontro em Loughborough, alugou um trem t rem para levar leva r outros colegas. Juntou 570 pessoas, comprou comprou e revendeu os bilhetes. Esse fato é considerado como sendo um marco na história do urismo, urismo, pois se caracterizou caracteriz ou como a 1ª viagem agenciada. Além disso, Tomas Cook Cook organizou o 1º package (pacote (pacote) – excursão organizada. organ izada. Em 1865, editou um guia chamado: Conselhos de Cook para excursionistas e turistas. Em 1867, instituiu o voucher hoteleiro. O urismo urismo no século X X se utiliza util iza do trem como meio de de transporte em nível nacional e navios em nível internacional; Os principais fatores que impulsionaram o turismo t urismo no século XIX foram: segurança, salubridade e alfabetização crescente. O passaporte surge su rge em 1915, como como um mecanismo para realizar o controle do tráfego de turistas pelo mundo. As décadas compreendidas entre 1920 e 1940 são consideradas consideradas como a “Era do transporte transpor te terrestre”. Em 1929, foi construído o 1º Free Shop no aeroporto de Amsterdã (Holanda).
Unidade 1
23
Universidade do Sul de Santa Catarina
e) O Turismo Contemporâneo
A atividade turística ficou paralisada durante a II Grande Guerra, ocorrida entre os anos de 1939 a 1945. Em 1945, deu-se a criação da IAA (International Air of ransport Association), que visa a regular o direito aéreo e que caracteriza uma nova importante era para o urismo: A “Era do avião”; Em 1949, ocorre a venda do primeiro pacote aéreo. Já na década de 1960, começaram a existir as operadoras turísticas, que ofereciam pacotes partindo do norte da Europa, Escandinávia, Alemanha Ocidental e Reino Unido para as costas do Mediterrâneo. Datam desta década também significativas e importantes transformações nos meios de hospedagens. Os hotéis, que anteriormente possuíam uma atmosfera familiar ou de hospedaria, passaram para uma fase de profissionalização, com o surgimento das primeiras escolas profissionais na Suíça. Os Estados Unidos contribuíram também de forma decisiva para esse desenvolvimento, com a construção de importantes cadeias ou redes hoteleiras padronizadas, internacionais.
) O Turismo no Brasil
24
No Brasil o turismo como fenômeno social começou depois de 1920. O turismo surgiu vinculado ao lazer e nunca teve cunho de aventura ou educativo, como se pôde verificar na Europa. A partir da década de 1950, um grande número de pessoas passa a viajar, todavia esse movimento não se caracteriza como sendo um turismo de massa, pois não é toda a população que pode usufruir de tal atividade.
Teoria Geral do Turismo
De uma maneira geral o turismo é mais acessível à camada de alto poder aquisitivo da população, que realiza viagens de médias e grandes distâncias, sendo que o transporte mais utilizado é o aéreo. Já as camadas de menor poder aquisitivo da população, que não têm acesso irrestrito às atividades turísticas, muito por causa da situação econômica do país, fazem uso do transporte rodoviário para as suas excursões de pequena e média distâncias. Saiba mais
Para aproundar o estudo sobre esta unidade: Leia o texto a seguir extraído dos livros: LICKORISH, J.L. e JENKINS, C. L. Introdução ao turismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. REJOWSKI, M (organizadora). Turismo no percurso do tempo. São Paulo: Aleph, 2002.
Thomas Cook (1808-1892) oi marceneiro e um jovem pregador batista da cidade de Loughborough, na região inglesa de Midlands. Com 32 anos, vivia modestamente escrevendo e distribuindo publicações, enaltecendo as virtudes da temperança. Thomas Cook lançou o primeiro pacote de turismo em 1841, mas naquela época as próprias errovias já oereciam viagens de excursão para um movimento que elas, originalmente, não esperavam ter. O primeiro objetivo oi o carregamento de carga e o segundo, a provisão de um transporte mais rápido para os, então, viajantes de malaposta a preços nem um pouco baratos. Não se esperava a popularidade das tarias baratas de excursões para eventos especiais. Kemball Cook (1947) declarou em seu livro que no Dia de Derby (importante dia em que se realizam corridas de cavalo na Inglaterra), em 1838, pediu-se que oito trens saíssem do terminal Nine Elms. As autoridades estavam perplexas com 5.000 excursionistas indo para a estação.
Unidade 1
25
Universidade do Sul de Santa Catarina
Em 1851, 774.910 passageiros saíam de Londres e chegavam a Londres levados por trens de excursão pela errovia de Londres e North Western. Na segunda metade de 1844, 360.000 passageiros viajaram de Londres para Brighton; houve, portanto, um aumento de mais de dez vezes em apenas sete anos devido às errovias. Entretanto, a contribuição excepcional de Thomas Cook oi a organização da viagem completa – transporte, acomodação e atividade ou “satisação” em um novo e desejado destino – o verdadeiro produto do turismo. Como agente dos principais ornecedores de transporte e acomodação, ele conseguiu atender uma demanda específca de mercado. Ele inventou um serviço essencial: um pacote ou excursão individual. Sua invenção oi copiada em todo o mundo. Com essa invenção, ele, mais do que qualquer outro empresário, contribuiu para mudar a imagem das viagens: de uma atividade necessária e nem um pouco aprazível, de uma tarea árdua e voltada para a educação, para um prazer, um entretenimento e um novo conceito: “érias”. Thomas Cook e sua empresa se expandiram rapidamente. Ele levou 165.000 excursionistas só de Yorkshire para a Grande Exposição de Londres em 1851, e organizou a primeira excursão ao Continente Europeu em 1856, e aos Estados Unidos em 1865. Na verdade, Cook estabeleceu os principais undamentos das viagens organizadas, introduzindo o conceito de pacote turístico (package tour), desenvolvendo o cooperativismo entre as empresas e outros componentes do mercado turístico (agência de viagens, hotéis, transportadoras, restaurantes, atrações, etc). Fonte: adaptado das obras - LICKORISH, J.L. e JENKINS, C. L. Introdução ao turismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000; e REJOWSKI, M (organizadora). Turismo no percurso do tempo. São Paulo: Aleph, 2002.
Quadro 1.1: Thomas Cook: o pai do turismo moderno
26
Teoria Geral do Turismo
Para que você possa ter uma compreensão mais contextualizada da importância e do significado que Tomas Cook exerceu para o desenvolvimento do turismo moderno, apresentamos, a seguir, uma tabela contendo algumas das suas principais realizações. Tabela 1.1: Principais realizações de Thomas Cook a partir de 1845
ANO
REALIZAÇÕES
1845
Lançou o Handbook of the Trip, primeiro itinerário descritivo de viagem preparado de orma profssional para o uso de turistas, por ocasião da excursão de Leicester a Liverpool.
1846
Realizou um tour com a participação de guias de turismo, o primeiro com essas características, chegando a levar 350 pessoas à Escócia.
1850
Formalizou contrato com a Great Easter Railway para a venda mínima de bilhetes de trem por ano, que vendeu em um mês.
1851
Levou cerca de 165 mil pessoas à Primeira Exposição Mundial realizada em Londres, oerecendo transporte e alojamento.
1856
Realizou a primeira excursão ao continente (Grã- Bretanha).
1862
Introduziu o “Individual Inclusive Tour”– IIT.
1863
Realizou a primeira excursão à Suíça, popularizando esse país como destino turístico de inverno.
1865
Realizou a primeira excursão para os Estados Unidos.
1867
Criou o primeiro cupom de hotel ( voucher ), documento que permitia sua utilização em hotéis para o pagamento dos serviços contratados em sua agência.
1869
Realizou o primeiro tour ao Oriente Médio.
1872
Realizou a primeira volta ao mundo com nove pessoas, que durou 222 dias.
1872
Inaugurou a primeira agência de viagens no continente americano, em Nova York.
1873-1874
Criou a circular note (antecessora do traveller check ), que era aceita por bancos, hotéis, restaurantes e casas comerciais em várias partes do mundo.
1875
Realizou tours para a Escandinávia, incluindo a “Viagem para o Sol da Meia-Noite” no Cabo Norte.
1878
Levou 75 mil pessoas para visitar a Exposição Mundial de Paris.
1892
Morreu no momento em que sua agência era a mais importante do mundo, com 84 escritórios e 85 agências em vários países do mundo, empregando mais de 1.700 pessoas.
Fontes: Fuster, 1974; Acerenza, 1986; Witney, 1997; Khatchikian, 2000; Lickorish e Jenkins, 2000; Montaner Montejano, 2001, in REJOWSKI, Mirian (org.). Turismo no percurso do tempo, 2002.
Unidade 1
27
Universidade do Sul de Santa Catarina
A história e evolução do turismo são componentes essenciais para a compreensão compreensão da atividade. O profissional da área á rea necessita dessas noções para contextualizar a atividade na história, assim, terá maiores possibilidades de identificar identificar as necessidades e as demandas da área em cada momento e espaço. Você teve a oportunidade oport unidade de verificar, veri ficar, mediante uma cronologia, cronologia, alguns alg uns dos principais desenvolvimentos desenvolvimentos dessa atividade através dos tempos. Agora que você conheceu um pouco da história h istória e evolução do urismo, a próxima seção lhe convida a conhecer os conceitos básicos do urismo. uri smo. Vamos Vamos lá? l á?
SEÇÃO 2 - Conceitos básicos de turismo Nesta seção, serão abordados os conceitos básicos do turismo. Este estudo faz-se necessário para que haja uma boa percepção e um bom entendimento entendimento sobre sobre como ocorreram as diversas fases evolutivas no sentido de se conceituar o turismo tur ismo.. Nesse sentido, o estudo cronológico é um componente também importante. Veja que as questões estão articu a rticuladas: ladas: uma abordagem está inserida na outra; isso implica um estudo est udo progressivo e cumulativo, cu mulativo, somente somente assim você terá a possibilidade de compreender e entender a atividade do turismo, seu funcionamento funcionamento e suas variáveis em relação à conceituação. conceituação.
28
Teoria Geral do Turismo
Você já reetiu não só sobre os impactos econômicos da atividade turística, mas sim sobre a importância social que essa atividade exerce sobre as populações locais que recebem os turistas? turistas? Os grandes uxos uxos de turistas intererem nas tradições locais e regionais? Use o espaço a seguir para registrar suas impressões.
Desde que se estuda o turismo tu rismo de forma sistêmica, sistêmica, sempre houve grande controvérsia por parte par te dos autores em conceituar conceituar este fenômeno fenômeno.. A seguir seg uir você será apresentado apresentado a algu a lgumas mas definições de urismo, que são aceitas e comumente utilizadas pelos diversos autores autores da área, seja em nível nacional, seja em nível internacional. Veja quais são: A Organização Mundial do urismo (OM) define-o como: “...o deslocamento para fora do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivado por razões não-econômicas.” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO URISMO, 2001) odavia esta definição sofreu aperfeiçoamento em 1994. Desta data em diante, a OM passou pa ssou a considerar que:
Unidade 1
29
Universidade do Sul de Santa Catarina
“...o “...o turismo engloba as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente ambiente usual usua l durante não mais do que um ano consecutivo, negócios ou outros fins.” (OM, 2001) É importante destacar que o uso do termo ambiente ambiente usual tem por finalidade excluir as viagens dentro da área habitual de residência, residência, as viagens v iagens freqüentes ou regulares entre o domicílio domicílio e o lugar de trabalho t rabalho e outras viagens dentro da comunidade com com caráter de hábito. al al definição defin ição serve para pa ra padronizar o conceito conceito de turismo tu rismo nos vários países-membros países-membros dessa organização, mas não para definir defini r a real magnitude desse fenômeno. fenômeno. Por Por essa definição, o turismo t urismo é um u m fenômeno fenômeno que envolve quatro componentes componentes com perspectivas diversas:
o turista que busca diversas experiências e satisfações espirituais e físicas; os prestadores de serviços, que encaram o turismo t urismo como uma forma de obter lucros financeiros; o governo, que considera o turismo como um fator de riqueza para a região sobre sua jurisdição; a comunidade comunidade do destino turístico, tu rístico, que vê a atividade como geradora de empregos e promotora de intercâmbio cultural. Toda vez que um turista se desloca, por exemplo, para as Cataratas do Iguaçu, no Estado do Paraná, ele está em busca de novas experiências, sejam elas espirituais ou ísicas (desejos). (desejos). Toda a inra-estrutura existente no local está preparada para atender a estes desejos e os prestadores de serviços (hotéis, locadoras, transportes, lojas para compras, espaços de entretenimento, entretenimento, etc) devem obter um lucro apropriado para tal. Da mesma orma, as autoridades governamentais (sejam elas locais ou regionais) disponibilizam serviços de apoio, tais como, energia elétrica, saneamento básico, básico, rodovias de acesso, comunicações, entre outros. E o ciclo se “echa” quando todas estas atividades e prestações de serviços benefciam a comunidade local, seja através da geração de empregos diretos e indiretos, seja na geração de impostos e também na oportunidade que o cidadão local tem para interagir com turistas de outras regiões.
30
Teoria Geral do Turismo
O turismo é fenômeno recente como objeto de estudos e, embora antigo como fato socioeconô socioeconômico mico e político-cultural, político-cultura l, são raros ra ros e deficientes deficientes os estudos est udos a respeito da sistemática de sua filosofia e de sua aplicação às diferentes realidades. Os poucos estudos em profundidade destinam-se destinam-se apenas à análise aná lise e à sistematização sistematização de aspectos econômicos, econômicos, cambiais e legais. De acordo com Barreto (1996, p. 09 - 13), vários foram e são os autores que conceitua conceituaram ram e que continuam continuam conceituando a atividade turística. Estaremos a partir de agora verificando algumas alg umas delas. Já em 1910, 1910, o economista economista austríaco Herman von Schullard definia o turismo como: “...a soma das operações, especialmente as de natureza econômica, diretamente relacionadas com a entrada, a permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para ora de um país, cidade ou região.”
Na década de 1920 surgiu a Escola de Berlim, que estudou o turismo tur ismo nos seus aspectos econômicos. econômicos. Arthur Art hur Bormann definiuo como: “...o conjunto conjunto de viagens que tem por objetivo o prazer ou motivos comerciais, profssionais profssionais ou outros análogos, durante os quais é temporária sua ausência da residência habitual. As viagens realizadas para locomover-se ao local de trabalho não constituem em turismo.”
Já na década de 1940, alguns alg uns autores evoluíram evoluíram a conceituação conceituação da Escola de Berlim. Hunziker e Krapf K rapf conceituaram conceituaram turismo tur ismo como como:: “...o conjunto conjunto das inter i nter-relações -relações e dos enômenos que se produzem como consequência das viagens e das estadas de orasteiros, sempre que delas não resultem um assentamento assentamento permanente nem que eles se vinculem a alguma atividade produtiva.”
Robert McIntosh definiu-o assim: “Turismo pode ser defnido como a ciência, a arte ar te e a atividade de atrair e transportar visitantes, alojá-los e cortesmente satisazer suas necessidades e desejos.”
Jafar Jafari Jafa ri apresenta uma definição mais holística do turismo: “É o estudo do homem longe de seu local de residência , da indústria que satisaz suas necessidades, e dos impactos que ambos , ele e a indústria, geram sobre os ambientes ísico, econômico econômico e sociocultural da área á rea receptora.”
Unidade 1
31
Universidade do Sul de Santa Catarina
Fuster, mais recentemente, assim o definiu: “Turismo é, de um lado, o conjunto de turistas; de outro, os enômenos e as relações que essa massa produz em conseqüência de suas viagens.”
Segundo Oscar de la orre: “ O turismo é um enômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, undamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas, interrelações de importância social, econômica e cultural.”
Para José Vicente de Andrade: “Turismo é o conjunto de serviços que tem por objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens e os ser viços de recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, ora de suas residências habituais.”
E, por último, trazemos a definição que recentemente foi proposta por McIntosh, Goeldner e Ritchie, professores da escola americana, que definiram turismo como sendo: “... a soma dos enômenos e relações que surgem da interação de turistas, empresas prestadoras de serviços, governos e comunidades receptivas no processo de atrair e alojar estes visitantes.”
Veja que o turismo é uma combinação de atividades, serviços e indústrias que se relacionam com a realização de uma viagem: transportes, alojamento, serviços de alimentação, lojas, espetáculos, instalações para atividades diversas e outros serviços receptivos, disponíveis para indivíduos ou grupos que viajam para fora de casa. O turismo engloba todos os prestadores de serviços para os visitantes ou para os relacionados com eles. O turismo é toda uma indústria mundial de viagens, hotéis, transportes e todos os demais componentes, incluindo o marketing turístico que atende às necessidades e desejos dos viajantes.
32
Teoria Geral do Turismo
Com base na realidade turística existente na sua cidade de residência ou de nascimento, tente pensar no que significa a atividade turística para este município. Pense em como são desenvolvidas as atividades de turismo. Há profissionalismo? A população local está preparada para receber o turista? Qual o nível de interesse das pessoas sobre a preservação da infra-estrutura local e dos atrativos naturais? ente elaborar respostas para as questões formuladas anteriormente. Escreva sobre o que você conhece ou percebe. Se você já trabalha na área de turismo, pode escrever sobre algum projeto, alguma lei, alguma iniciativa e/ou atitude que vem favorecendo o turismo como um todo! Faça uso do espaço abaixo.
Como você teve a oportunidade de ver pela ampla diversidade das definições, o turismo é um fenômeno complexo. A maioria das definições exclui dele as viagens desenvolvidas por motivos de negócios. Contudo, são elas as responsáveis por grande parte da ocupação dos meios de transportes, dos hotéis, da estrutura de entretenimento, das locadoras de veículos e dos espaços de eventos. odos esses elementos são considerados empreendimentos turísticos. Não é por outra razão que se desenvolveram os termos turismo de negócios ou turismo de eventos. Muitas são as definições ou conceitos sobre o turismo, você concorda, não é? Mas ressaltamos que o importante é que você possa refletir, para selecionar a mais adequada à sua percepção
Unidade 1
33
Universidade do Sul de Santa Catarina
em relação à atividade turística. Isso vai depender também do contexto, das expectativas das pessoas, das necessidades do espaço. Você concorda? Então, nesse sentido, os componentes estudados até aqui são importantes para a seqüência dos seus estudos. A próxima seção fará você se familiarizar com conceitos sobre as seguintes palavras: turistas, excursionistas e visitantes! Preparem suas malas e até a próxima parada! Boa viagem. ...a soma das operações, especialmente as de natureza econômica, diretamente relacionadas com a entrada, a permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora de um país, cidade ou região. (BARREO, 1996, p. 26).
SEÇÃO 3 - A divisão do tempo e os viajantes Você consegue identificar o que você vai estudar na seqüência lendo apenas o título? Não? Então, vamos fazer uma breve contextualização, como uma espécie de introdução da correlação (estreita, por sinal) existente entre a ocorrência da Revolução Industrial, a conseqüente nova divisão do tempo e a necessidade de classificarmos o que são turistas, excursionistas e visitantes. Vamos lá! um pouco mais de história! Com o advento da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra nos primórdios do século XIX, o modo de produção alterouse drasticamente, pois, as pessoas que viviam em áreas rurais, passaram a buscar, com uma crescente intensidade, um modo de vida, vinculado aos centros urbanos. Locais esses, que se desenvolviam e que necessitavam de mão-de-obra para os novos inventos e para a operação de máquinas cada vez mais modernas e mais complexas. Os avanços verificados no que diz respeito ao transporte ferroviário, a partir principalmente de 1850, foram determinantes 34
Teoria Geral do Turismo
para o desenvolvimento do turismo, pois, como já vimos, um dos pressupostos básico para que ocorra tal fenômeno é o deslocamento. Você sabia?
Que as relações de trabalho entre empregadores e empregados eram bastante críticas nos primórdios da industrialização? Á época da Revolução Industrial, não havia legislação que regulamentasse os direitos e deveres dos empregados. Era muito comum que mulheres grávidas, crianças, idosos e até defcientes ísicos ossem submetidos a jornadas diárias de trabalho de até 18 horas! Os direitos relativos a érias, descanso semanal, horas extras, licença maternidade, auxílio desemprego, entre outros, eram totalmente ignorados e de certa orma desconhecidos.
Para efeito de continuidade dos seus estudos sobre este importante tópico, faz-se necessário uma pequena divisão e distinção sobre o que consideramos importante sobre a divisão do tempo e sobre o conceito de turista, excursionista e visitante. À medida que o homem passa a viver nas cidades densamente povoadas, mais ele se ressente da necessidade de um tempo livre para pôr o seu corpo e a sua mente novamente em ordem. A obtenção de um tempo livre maior passou a ser uma luta abraçada pelos trabalhadores do mundo inteiro. As longas jornadas de trabalho, registradas no início da era industrial, não davam lugar ao tempo livre. Posteriormente, os trabalhadores, mediante seus sindicatos, concentraram as suas lutas por redução da idade para a aposentadoria e por melhores salários, condições necessárias para poderem desrutar melhor do tempo livre. Atualmente , o tempo livre é um direito conquistado, embora nem todos os trabalhadores tenham as mesmas oportunidades para aplicá-lo à prática do lazer diário, semanal e anual. Pela evasão semanal e anual (fnais de semana e érias) procura-se viver novas experiências, conhecer novas ormas de vida, novas culturas e povos e descobrir um mundo dierente daquele que se é orçado a viver!
Unidade 1
35
Universidade do Sul de Santa Catarina
a) Divisão do tempo
O quadro a seguir define os diferentes tipos de tempo que estão intimamente relacionados com a atividade turística: a) TEMPO LIVRE − Diz-se tempo livre para dierenciá-lo de outras modalidades do tempo. Livre por oposição ao tempo preso, ocupado, obrigado. Tempo livre compreende aquela parcela de tempo ocupada com atividades específcas, ora do tempo de trabalho, a partir de uma decisão tomada livremente.
b) TEMPO MORTO − É um tempo livre que não é ocupado nem com atividades de lazer nem com compromissos ou aazeres complementares de ordem econômica, social ou política. É um tempo livre adquirido por lei, mas totalmente estagnado e marcado pelo aborrecimento. As pessoas que consomem este tempo o azem não por uma livre decisão, mas porque não possuem outra escolha.
c) TEMPO COMPROMETIDO − Nem todo d) TEMPO DE LAZER − O lazer, na era tempo livre é consagrado ao lazer. Parte moderna, “frmou-se não somente como uma dele é ocupado com atividades igualmente possibilidade atraente, mas, também, como um obrigatórias, tais como: aazeres valor”. Valor, porque o lazer não é a negação domésticos, compromissos amiliares, do trabalho. O trabalho é vital para o homem, trabalhos complementares (bicos). O sendo considerado por Karl Marx como a tempo ocupado com essas atividades é “necessidade primeira do homem”. um tempo livre, mas desperdiçado, na expressão de R.C. Boullión. É um tempo livre, mas comprometido com um conjunto de atividades que, apesar de não azerem parte do tempo de trabalho, também se revestem de caráter obrigatório. Quadro 1.2: Modalidades da divisão do tempo Fonte: Adaptado de CATELLI, Geraldo. Turismo: atividade marcante (1996).
36
Teoria Geral do Turismo
A divisão do tempo é de undamental importância para todos nós. Com base no que você pôde verifcar sobre essa divisão, tente pensar como ela ocorre para você numa base semanal, por exemplo. Pense em como você divide o seu tempo. Essa divisão é a mais adequada? Você tem dedicado tempo para o lazer e o entretenimento? As suas obrigações de trabalho são levadas para casa para serem eitas nos fnais de semana? Você tem alocado um tempo para azer atividades com a sua amília e seus amigos? Tente elaborar respostas para as questões colocadas anteriormente. Escreva sobre o que você conhece ou sobre o que você percebe! Faça uso do espaço abaixo.
b) Classificação dos viajantes
Os viajantes são consumidores de serviços turísticos, quaisquer que sejam as motivações. Porém, de acordo com a Organização Mundial do urismo (OM), esses consumidores podem ser classificados em turistas, excursionistas e visitantes. Aqui cabe um exemplo, analise. Um turista qualquer que viaja para o Vaticano acaba sempre por consumir serviços turísticos. Ao se hospedar em um hotel, ao apanhar um ônibus para se deslocar, ao azer suas reeições, ao utilizar serviços de guias, ao comprar mapas; enfm, ao interagir na destinação turística, ele é considerado um consumidor de serviços turísticos.
Unidade 1
37
Universidade do Sul de Santa Catarina
Turista , na conceituação tradicional, é aquele que viaja com
objetivo de recreação. Já em 1954, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU): oda pessoa, sem distinção de raça, sexo, língua e religião, que ingresse no território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses, no transcorrer de um período de 12 meses, com finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mas sem propósitos de imigração. (IGNARRA, 2003, p. 15).
Quando o visitante não pernoita em uma localidade turística, ele é tido excursionista . Aquele que viaja e permanece menos de 24 horas em local que não seja o de sua residência fixa ou habitual, com as mesmas finalidades que caracterizam os turistas, mas sem nele passar uma noite, é considerado excursionista ou turista de um dia. Costumou-se designar os participantes de cruzeiros marítimos ou fluviais que visitam uma localidade, mas que pernoitam nas embarcações, com o termo visitante, embora este enquadre tanto turistas como excursionistas. Por similaridade, alguns autores o têm utilizado para designar aqueles que se hospedam em residências secundárias ou em casas de parentes. Você não é um praticante assíduo de turismo? Que tipo de turismo você mais gosta ou tem mais condições de praticar?
Veja, a seguir, quais as classificações de turismo. De acordo com a amplitude das viagens, o turismo pode ser classificado em: a) Local ; quando ocorre entre municípios vizinhos. b) Regional ; quando ocorre em locais em torno de 200 a 300 km
de distância da residência do turista.
c) Doméstico; quando ocorre dentro do país de residência do
turista.
d) Internacional , quando ocorre fora do país de residência do
turista (intracontinental ou intercontinental). 38
Teoria Geral do Turismo
Se considerarmos uma pessoa que reside em Florianópolis e se desloca para Balneário Camboriú (distante 75 Km), ela está realizando um turismo local. No caso dessa mesma pessoa se deslocar para Curitiba (300 Km), ela está praticando um turismo regional. Agora, se a viagem se estender para o Rio de Janeiro, podemos dizer que se trata de um turismo doméstico. E, fnalmente, se esta pessoa viajar até a Itália, fca caracterizado o turismo internacional.
Conforme a direção do fluxo turístico, ele pode ser classificado como: a) Turismo emissivo − fluxo de saída de turistas que residem em
uma localidade;
b) Turismo receptivo − fluxo de entrada de turistas em um
determinado local.
Quando eu viajo da minha localidade de residência fxa, para azer turismo, estou caracterizando o turismo emissivo. Por outro lado, quando os turistas chegam a uma cidade, este uxo de entrada é chamado de turismo receptivo.
Cohen, em 1979, propôs nova classificação para os turistas, conforme descrito a seguir: TIPOS DE TURISTAS
CARACTERÍSTICAS
Existenciais
Buscam a paz espiritual pela quebra de sua rotina.
Experimentais
Querem conhecer e experimentar modos de vida dierentes.
Diversionários
Procuram recreação e lazer organizados, preerencialmente em grandes grupos.
Recreacionais
Buscam entretenimento e relaxamento para recuperação de suas orças psíquicas e mentais.
Quadro 1.3: Tipos de turistas de acordo com Cohen (1979) Fonte: Adaptado de IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do turismo. (2003)
Unidade 1
39
Universidade do Sul de Santa Catarina
McIntosh (1993) os classifica em: TIPOS DE TURISTAS Alocêntricos
Quase alocêntricos
Mediocêntricos Quase psicocêntricos Psicocêntricos
CARACTERÍSTICAS Têm motivos educacionais e culturais, políticos ou de divertimentos caros, como jogos de azar, e viajam individualmente. São motivados por eventos esportivos, religiosos, profssionais e culturais. São motivados pela busca do descanso, quebra da rotina, aventuras sexuais e gastronômicas e tratamento de saúde. Viajam em busca de status social. São motivados por campanhas publicitárias.
Quadro 1.4: Tipos de turistas de acordo com Mcintosh (1993) Fonte: Adaptado de IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do turismo. (2003)
Em face de um mercado cada vez mais moderno e com ofertas diferenciadas, além de uma postura muito mais exigente por parte dos consumidores dos produtos e dos serviços turísticos, é de suma importância você ter uma boa noção sobre os diferentes tipos de turistas e o que eles buscam para a sua satisfação. Perceber e distinguir o perfil do turista, adequando a prestação de serviços para as suas necessidades, pode significar uma vantagem competitiva enorme, diante de um mundo globalizado, onde as informações são oferecidas de forma muito veloz. Leia a síntese da unidade e retome os pontos centrais Realize, a seguir, as atividades de auto-avaliação e aprofunde seus conhecimentos, consultando o saiba mais. É sempre muito importante que você interaja no EVA, para trocar idéias com os colegas e desenvolver as atividades propostas.
40
Teoria Geral do Turismo
Síntese Nesta unidade, você estudou a história e evolução do turismo, através de uma seqüência cronológica histórica em que foram relatados os principais fatos e ocorrências que contribuíram para o desenvolvimento da atividade. Foi possível também obter informações sobre Tomas Cook, considerado pelos estudiosos e pesquisadores o “Pai do urismo moderno”. As contribuições feitas por esse empreendedor foram significativas e muitas de suas criações são utilizadas até os dias atuais. Em seguida estudou alguns dos principais conceitos do urismo, o que possibilitou observar diferentes autores e suas respectivas conceituações em diferentes épocas, e também em diferentes países. Importante destacar o conceito fundamental oferecido que é o da Organização Mundial do urismo. Pela enorme abrangência, pelo caráter multidisciplinar da atividade turística e pela estreita relação com diversas áreas de conhecimento (como, por exemplo, a história, a geografia, a sociologia, a economia, a arqueologia, a administração, o direito, entre outras), concentrarse em um único conceito torna-se uma tarefa praticamente impossível. A última parte desta unidade versou sobre a divisão do tempo e sobre as classificações dos viajantes. É importante lembrar a estreita correlação existente entre o surgimento da Revolução Industrial e a conseqüente necessidade de uma divisão do tempo. Afinal, as relações e o modo de produção e de trabalho foram enormemente alterados. O surgimento do tempo livre propiciou a oportunidade de utilizá-lo para o lazer, para o descanso e também para “fazer” turismo. A classificação dos viajantes caracteriza-se como sendo um tópico de destaque, pois possibilita uma percepção clara do que efetivamente são: turistas, excursionistas e visitantes. A importância dessa classificação assume proporções significativas, quando tratamos de cálculo de receitas, de dados estatísticos e de movimento de turistas em determinada região, estado ou país. Vários foram os autores e estudiosos que criaram classificações com o intuito de facilitar a abordagem e a forma de se prestar serviços aos turistas de uma maneira geral. Unidade 1
41
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de auto-avaliação Com base na leitura desta unidade, realize as atividades propostas. 1) Contextualize o conceito da palavra turismo. O que ela signifca? Como ela surgiu e onde?
2) Quem é considerado o “pai” do turismo moderno? Cite pelo menos quatro de suas principais contribuições para a atividade turística.
42
Teoria Geral do Turismo
3) Qual a importância do desenvolvimento do transporte erroviário para a atividade turística?
Saiba mais Caso você tenha se interessado em conhecer mais detalhes acerca dos conteúdos desta unidade, sugerimos algumas obras para pesquisa: BARREO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo . 8. ed. Campinas: Papirus, 1995. CASELLI, G. Turismo: atividade marcante. Caxias do Sul: EDUCS, 2001. LICKORISH, J.L. e JENKINS, C. L. Introdução ao turismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. IGNARRA, L.R. Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira Tomson Learning, 2003. Para conhecer uma base de informações gerais, incluindo artigos e notícias do urismo na Internet, sugerimos: www.etur.com.br Para conhecer dados estatísticos, informações gerais sobre o turismo brasileiro e sobre a política nacional atual, entre outros, sugerimos: www.embratur.gov.br Unidade 1
43
UNIDADE 2
Impactos da atividade turística Objetivos de aprendizagem
Conhecer como ocorre a medição do turismo.
Entender os principais impactos econômicos do turismo.
Reconhecer os principais aspectos culturais e sociais do turismo.
Seções de estudo Seção 1 A medição do turismo. Seção 2 Impactos econômicos do turismo. Seção 3 Aspectos culturais e sociais do turismo.
2
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo Para que você possa seguir adiante no estudo da atividade turística, é importante que tenha uma boa compreensão sobre como ocorre e qual a importância de se mensurar ou medir a atividade turística. E cabe perguntar: Quais são as ferramentas mais adequadas para tal? Quais as variáveis que devem ser levadas em consideração ao serem medidos, de forma efetiva os fluxos turístico? O que isto significa na geração de divisas e receitas? Bem, essas são algumas questões a serem estudadas nesta unidade. É também importante conhecer um pouco sobre quais os impactos econômicos gerados pelo turismo e o que isso significa para uma localidade, para uma região ou mesmo a um país. Como se dá a união entre essas diferentes áreas de conhecimento, turismo e economia, e quais são os impactos resultantes? Devemos lembrar que a atividade turística não pode ser vista ou analisada somente pela perspectiva econômica, como na maioria das vezes acontece; há a necessidade de se compreender que existem aspectos culturais e sociais do turismo que geram impactos significativos e contribuem para construção do fenômeno nos diversos espaços. Você concorda? Então, vamos lá!
SEÇÃO 1 − A medição do turismo Então, como podemos medir o turismo? Esta é, sem dúvida, uma das maiores dificuldades quando o assunto é turismo. Como podemos saber o quanto ele representa na produção de um país ou de uma localidade? Como aumentar o volume de empregos gerados e a arrecadação de impostos propiciados por ele? De uma forma geral, de que maneira medimos a importância do turismo para a economia? E, mais, de que forma podemos dimensionar a atividade diante das perspectivas humanas?
46
Teoria Geral do Turismo
Você certamente já pensou em como medir a satisfação de um turista ao fotografar a Ponte Hercílio Luz em Florianópolis ou o Empire State em Nova York? Quanto vale um banho na praia de Copacabana no Rio de Janeiro? E um “friozinho” na cidade da Gramado no Rio Grande do Sul? Quanto vale a alegria do carnaval de Salvador ou o prazer de degustar um vinho colonial na Festa da Uva em Caxias do Sul? Como podemos “contar” tudo isso? Como saber o quanto isso influencia a economia dessas regiões, do país e do mundo? Que relação pode haver entre a economia gerada pelo turismo e a satisação humana? Em que momento elas se complementam? Como elas se articulam?
Na economia tradicional (neoclássica), o valor está na utilidade dos bens e serviços produzidos. Mas será que isso mobiliza o deslocamento das pessoas? Podemos dizer que a satisfação dos turistas é uma variável qualitativa e microeconômica. Na seqüência, vamos analisar algumas variáveis macroeconômicas que dimensionam o setor, que pode ser: a) pelo número de pessoas que procuram essas satisfações nessas localidades; b) pelo quanto elas gastam durante o seu deslocamento e sua permanência; c) pela natureza de seus gastos e por quanto isso gera de impostos; d) pelo número de empregos gerados; e) pela quantidade de divisas que entram e saem do país por meio de gastos turísticos. O setor turístico possui uma cadeia de atividades econômicas, que podemos definir como o conjunto de fornecedores e produtores finais, que arrecadam com os gastos dos turistas. Algumas atividades são tipicamente voltadas para turistas, como a venda de passagens aéreas e de estada em hotéis, mas outras são voltadas para os habitantes, e também são desfrutadas Unidade 2
47
Universidade do Sul de Santa Catarina
pelos turistas. Mesmo em cidades turísticas, como saber qual a arrecadação dos bancos com serviços prestados a turistas, quantos cortes de cabelo foram feitos, quantos produtos industriais e artesanais foram vendidos a turistas, qual a quantidade de alimentos consumida por turistas no país ou quantos móveis foram comprados da indústria moveleira pelos hotéis? Chega-se à conclusão de que existe muita dificuldade em mensurar os fatores que compõem o consumo turístico, conforme o seguinte: a) alguns são absolutamente abstratos (grau de beleza dos recursos naturais); b) os recursos da natureza já estão prontos, portanto, não geram empregos e renda em sua produção (somente na sua utilização); c) outros recursos estão nos setores primário e secundário e não no terciário; d) muitos operam na economia informal e não aparecem em nenhum registro; e) é difícil o controle; por exemplo: quantas famílias viajam com seu próprio automóvel e se hospedam em casas de amigos e parentes? f) diversos gastos dos turistas não são registrados, como: farmácias, postos de gasolina, máquinas de filmar e fotografar, etc. Mas, mesmo com todas essas dificuldades de mensuração, apontadas anteriormente (da letra a até f ), o turismo é computado no setor de serviços, na produção nacional de todos os países. Você sabia?
Que, independentemente dos cálculos econômicos ou para colaborar com estes, vários estudos podem ser eitos sobre o turismo, tanto quantitativos como qualitativos? Que as medições de uxo turístico, saída e entrada de turistas, vêm sendo realizadas há muitos anos?
48
Teoria Geral do Turismo
Aliás, a produção nacional é medida por meio do valor de todos os bens finais e serviços produzidos por fatores próprios de produção, no decorrer de um dado período, estado ou região, o que é chamado de PNB (Produto Nacional Bruto). Existe também o PIB (Produto Interno Bruto), que é o valor dos bens finais e serviços produzidos durante um período em um País. A diferença entre os dois é que o PNB inclui todas as entradas de receitas obtidas no exterior por indivíduos e empresas brasileiras, e são deduzidas as saídas de recursos obtidos por estrangeiros e empresas estrangeiras no Brasil. Perceba que a produção de um país é a representação do somatório do trabalho social realizado em determinado período. Você sabe o que é eorometria? Vamos descobrir? Nos anos 1970, Fernandez Fuster denominou as estatísticas do turismo de teorometria. Atualmente, o termo está sendo empregado, no Brasil, de forma diferente, para designar um estudo mais ampliado. Rabahy (1990, p.35 apud BARREO, 1998, p.99) define teorometria como “técnica de aplicação dos métodos econométricos à investigação do fenômeno turístico.” E a econometria, você sabe o que significa?
A econometria une a teoria econômica às medições reais. A econometria é a soma de teoria econômica, matemática e estatística. É o ramo das ciências econômicas encarregado de verificar as hipóteses e teorias formuladas pela ciência econômica, utilizando-se dos instrumentos dados pela matemática e pela estatística. Observe que, para realizar uma análise econométrica, devem ser analisados diferentes aspectos do turismo, tais como, fluxo de turistas estudados em anos anteriores, infra-estrutura turística
Unidade 2
49
Universidade do Sul de Santa Catarina
do local e condicionantes socioeconômicos (fatores determinantes como preços, câmbio, questões político-sociais, etc). As estatísticas de turismo: as mesmas difculdades
que se apresentam para as pesquisas de teorometria colocam-se para a conecção das estatísticas de turismo: custo das pesquisas, alta de pesquisadores bem treinados, alta de confabilidade das ontes secundárias, alta de unifcação da terminologia.
Atualmente, utilizam-se dois sistemas de controle para elaborar estatísticas: a) fichas e controle de fronteiras para controlar a entrada de turistas estrangeiros; b) movimento dos hotéis para controlar o turismo interno. odos os métodos têm falhas e a única forma de fazer algo sem incomodar os turistas é por meio de amostragem. Para elaborar uma estatística sobre o movimento interno de turistas, seriam necessários, no mínimo, os seguintes dados: total de visitantes em cada núcleo, classificação por nacionalidade e local de residência, classificação por poder aquisitivo, duração das estadas. Uma das possibilidades para as estatísticas de turismo interno são as fichas dos hotéis e a amostragem aleatória nos lugares turísticos das cidades.
50
Teoria Geral do Turismo
Figura: 2.1: Modelo de fcha nacional de registro de hóspedes – FNRH Fonte: CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. EDUCS: Caxias do Sul, 2001.
Para fazer estatísticas de turismo internacional por amostragem, é necessário fazer uma pesquisa determinando o número de pessoas a serem consultadas, selecionando o portão de entrada. É necessário classificar o turismo de acordo com o meio de transporte utilizado, pela duração das estadas, pelo objetivo da viagem, pela despesa diária e pelos locais visitados. A teorometria, tanto no conceito de estatística como no de econometria aplicada ao turismo, contribui para o remanejamento das correntes turísticas, pela via do planejamento, visando incrementar o uxo nas baixas temporadas e realizar um marketing adequado para manter um turismo sustentado nas altas temporadas.
Como você estudou na seção 1, as medições apresentadas são importantes, mas é importante destacar que uma boa mensuração da atividade turística em determinada localidade, região ou país, passa necessariamente pelo estudo das tendências passadas, como forma de planejar o turismo no futuro imediato ou a médio e longo prazo. Na próxima seção, você entrará em contato com os principais impactos econômicos do turismo, além de poder conhecer um importante conceito, que é o da multiplicidade do turismo. Alguns autores consideram este conceito como “fator multiplicador do turismo”. Vamos a eles, então?
Unidade 2
51
Universidade do Sul de Santa Catarina
SEÇÃO 2 - Impactos econômicos do turismo Ao iniciar o estudo dessa seção precisamos ter claro o conceito de impacto econômico, uma vez que o turismo é uma atividade que possui forte impacto econômico nas localidades receptivas. Esses impactos são de várias origens. Para que possamos descrevê-los, faz-se necessário inicialmente apresentarmos um conceito básico de economia: Segundo Samuelson (1999 apud IGNARA 2005, 2005, p.144): ... economia é o estudo de como os seres humanos e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir várias mercadorias, ou seja, bens e serviços, e distribuílas para consumo, agora e no futuro, entre as diversas pessoas e grupos da sociedade.
As sociedades produzem e consomem riquezas. Produzi-las significa suprir essas sociedades dos elementos importantes para atendimento de suas necessidades em termos de alimentação, vestuário, moradia, entretenimento, etc. A produção significa criar riquezas, e o consumo, satisfação das carências humanas por meio da utilização dessas riquezas. Considera-se riqueza o conjunto de coisas materiais e imateriais que são escassas na natureza. Os bens e os serviços constituem a riqueza econômica e têm duas características básicas: possuem utilidades para os indivíduos e são escassos. O turismo é um desses serviços que têm utilidades para os indivíduos e uma oerta limitada.
52
O homem possui várias necessidades, que podem ser classificadas em: primárias ou básicas e secundárias ou supérfluas. Alimentação, habitação, saúde, auto-estima e segurança são básicas. Passear, viajar, fumar são secundárias e só satisfeitas depois que as primárias o forem. A organização econômica do turismo compreende a defnição do que produzir, já que os atores de produção são escassos. Entretanto, devem-se produzir hotéis de luxo ou pequenas pousadas? Parques temáticos ou naturais? Pacotes de turismo de sol e praia ou de turismo rural? Investir em aeroportos ou em terminais rodoviários?
Teoria Geral do Turismo
Outras questões devem ser consideradas: a) Como produzir − É questão que tem de ser tratada pela
organização econômica do turismo. É preciso constituir grandes operadoras que trabalhem com grandes volumes e, com isso, consigam preços competitivos, ou trabalhar com um grande número de pequenas agências de turismo, que prestarão um serviço muito mais personalizado?
b) Para quem produzir − Os produtos turísticos devem ser
produzidos para os estrangeiros ou para os domésticos? Para os de alta renda ou para os de baixa renda? Para os jovens ou para os idosos?
c) Quando produzir − Está relacionada com o controle da
sazonalidade dos produtos turísticos, com a produção de curto, médio e longo prazo, com a capacidade de carga dos destinos turísticos.
d) Onde produzir − Próximo dos mercados consumidores
ou dos recursos turísticos? Nas regiões subdesenvolvidas ou nas mais desenvolvidas? O Turismo é constituído por um conjunto de prestadores de serviços que possuem grande impacto na economia mundial. O seu aturamento anual supera a casa dos 3,5 trilhões de dólares. Quando se pensa na sua importância econômica, imaginam-se países como Espanha, México, Itália, etc. Na verdade, o turismo possui grande participação no PIB desses países. No entanto, observa-se que o setor de viagens e turismo é um dos principais em termos de geração de renda e emprego nos EUA, no Japão, na Alemanha e na França, os quatro mais ricos do mundo!
As três tabelas seguintes nos fornecem uma idéia do que representa a atividade turística, de acordo com estimativas mundiais elaboradas pela OM – Organização Mundial de urismo –, o número de turistas internacionais mundiais e também as entradas advindas do turismo mundial.
Unidade 2
53
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tabela 2.1: Estimativas mundiais em turismo (1996-2006). Ações relacionadas 1996 2006 ao turismo Trabalho 255 milhões 385 milhões Trabalho (% total) 10,7% 11,1% “Output” US$ 3,6 quatrilhões US$ 7,1 quatrilhões PIB 10,7% 11,5% Investimentos US$ 766 trilhões US$ 1,6 quatrilhões Exportações US$ 761 trilhões US$ 1,5 quatrilhões Impostos US$ 653 trilhões US$ 1,3 quatrilhões Fonte: WTTC (World Travel and Tourism Council), 1996.
Crescimento Real 50,1 % 48,7% 49,6% 51,3% 51,2% 49,6%
Tabela 2.2: Número de turistas internacionais mundiais (valores arredondados)
Anos
Turistas internacionais (em milhões)
Porcentagem de acréscimo anual
1950 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982
25 69 75 81 90 105 113 120 130 131 143 166 179 189 199 206 222 229 249 267 283 288 290 289
10,6 8,7 8 10,7 16,1 7,9 6,3 8,2 1,1 9,4 15,5 7,9 5,8 5,2 3,4 8,1 3 8,9 7,2 6 1,7 0,8 -0,2 Continua
54
Teoria Geral do Turismo
Turistas internacionais (em milhões) 1983 293 1984 321 1985 330 1986 337 1987 362 1988 393 1989 424 1990 456 1991 462 1992 501 1993 519 1994 545 1995 564 1996 595 Fonte: Organização Mundial de Turismo (OMT) – 2001. Anos
Porcentagem de acréscimo anual 1,1 9,4 3,3 3,4 7,4 8,5 8 7,4 12 8,6 3,3 5,2 3,3 5,4
Tabela 2.3: Entradas advindas do turismo mundial (valores arredondados)
Anos
Entradas por turismo internacional (em bilhões)
Porcentagem de acréscimo anual
1950 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972
2 7 7 8 9 10 12 13 14 15 17 18 21 25
− 12,6 6,1 10,2 10,7 13,4 15,2 15 8,4 3,7 12,1 6,6 16,5 18,1 Continua
Unidade 2
55
Universidade do Sul de Santa Catarina
Anos 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Entradas por turismo internacional (em bilhões) 31 34 41 44 56 69 83 104 106 99 101 110 117 142 175 203 219 266 273 314 321 352 399 425
Porcentagem de acréscimo anual 26,1 8,9 20,3 9,2 25,2 23,7 21,1 24,2 2 -6,7 2,1 9,8 4,4 21,1 22,7 15,9 8,3 21,2 2,4 15,3 2,1 9,4 13,6 6,4
Fonte: Organização Mundial de Turismo (OMT) – 2001.
Para que você possa conhecer mais dados sobre as estatísticas mundiais do turismo, sugerimos o seguinte endereço eletrônico: www.world-tourism.org
Agora que você teve acesso a alguns indicadores importantes, você vai estudar o conteúdo relativo aos multiplicadores do turismo, que são fundamentais para que haja uma melhor percepção de quão grande é o envolvimento da atividade em termos econômicos.
56
Teoria Geral do Turismo
A importância da atividade se deve a algumas características particulares do turismo. O produto turístico é constituído por um conjunto enorme de diferentes serviços, os quais, por sua vez, possuem um grande número de fornecedores. A seguir apresentamos um quadro onde é possível visualizar o efeito multiplicador do turismo, mediante exemplo fornecido pela OM – Organização Mundial de urismo.
Organograma 2.1: O eeito multiplicador Fonte: Papiers de Tourisme, nº 16, pág. 19. in OMT (2001).
Se você tomar como exemplo, na seqüência, os equipamentos e serviços utilizados pelos organizadores de eventos, você pode ter uma idéia do efeito multiplicador do setor turístico.
Unidade 2
57
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tomemos como exemplo: A cidade de Florianópolis (localizada no Estado de Santa Catarina, irá sediar um importante congresso de turismo em novembro de 2006. Se imaginarmos a organização deste evento, teremos necessariamente que pensar em diversos itens e tópicos, para que o mesmo seja realizado com sucesso. O quadro a seguir nos mostra alguns desses itens.
Empilhadeiras
Fogos de artiício e raio laser
Maquetes e cenografa
Teleone e ax
Serviços de marketing direto
Agência de promoção
Mobiliário e acessórios
Transporte de passageiros e de Coberturas e barracas carga
Condicionadores de ambiente
Microcomputadores
Serviços de animação de shows artísticos
de palcos, Serviços de computação gráfca Montagem passarelas e estruturas e videotexto metálicas
Serviços de otografa
Uniormes
Serviços de copa e cozinha
Assistência médica
Datashow
Adesivos, serigrafa e pastas
Assessoria de imprensa
Placas, troéus e medalhas
de sinalização, painéis Cabine de tradução simultânea Sistema e displays
Fotocópias
Serviços de agência de viagem Decoração e paisagismo
Transcrição de ftas
Projetos e montagens de estandes
Limpeza
Locação de veículos
Equipamentos audiovisuais
Serviços de segurança
Letreiros, luminosos, placas e aixas
Convites, diplomas, cartões e crachás
Restaurantes e buês
Quadro 2.1: Exemplo do eeito multiplicador em eventos Fonte: Adaptado de (SPC&VB, Sebrae. Capacitação de cidades paulistas para captação e promoção de eventos. São Paulo, 1998) in IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 149.
58
Teoria Geral do Turismo
Note que, além dos serviços apresentados no quadro anterior, os organizadores de eventos contratam vários serviços de autônomos, tais como:
secretárias;
offi ce-boys;
relações públicas;
chefes de cerimonial;
recepcionistas;
manobristas;
tradutores e intérpretes;
garçons.
Como você teve a oportunidade de ver, apenas um dos subsetores do turismo possui um efeito multiplicador enorme na economia local. O mesmo exercício pode ser feito para outros subsetores. A hotelaria, por exemplo, é grande consumidora de:
alimentos e bebidas;
material de limpeza;
material de higiene pessoal;
material de papelaria;
móveis;
louças e vidros;
roupas de cama, mesa e banho;
talheres;
equipamentos de informática;
equipamentos de recreação;
equipamentos de cozinha;
equipamentos de lavanderia;
equipamentos de ar-condicionado;
Unidade 2
59
Universidade do Sul de Santa Catarina
serviços de transportes de hóspedes;
serviços de segurança.
Da mesma forma que na organização de eventos, inúmeros são os profissionais demandados; na hotelaria também existe uma relação enorme de cargos, o que faz desse setor grande empregador de mão-de-obra. Em um hotel, por exemplo, são encontrados os seguintes profssionais: teleonistas, camareiras, recepcionistas, lavadeiras, passadeiras, seguranças, manobristas, ofce-boys, porteiros, garçons, commins, garde manger , auxiliar de cozinha, cozinheiro, maître, assistente de manutenção, axineiras, governanta, controller , chee de recepção, promotor de vendas, jardineiros, barmens, etc.
Em razão desse relacionamento com inúmeros fornecedores e da intensiva utilização de mão-de-obra, o turismo possui um fator de multiplicação de renda muito elevado. Para compreender melhor o “efeito multiplicador” no setor de turismo, conheça os multiplicadores econômicos utilizados: MULTIPLICADORES UTILIZADOS
REPRESENTAÇÃO
Multiplicador de Renda.
Representa as variações de renda interna, em decorrência da variação dos gastos dos turistas.
Multiplicador do Emprego.
Mostra as variações do número de empregos, conorme a variação dos gastos dos turistas.
Multiplicador do Produto.
Apresenta as variações do produto, de acordo com a variação dos gastos dos turistas.
Multiplicador de Importações. Multiplicador de Impostos.
Apresenta o valor agregado das importações de bens e serviços, em decorrência da variação dos gastos dos turistas. Representa o montante ampliado de receitas do governo, em razão da variação dos gastos dos turistas.
Quadro 2.2: Multiplicadores econômicos Fonte: Adaptado de: IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 149.
60
Teoria Geral do Turismo
Qual a defnição de “eeito multiplicador”?
A relação entre o dinheiro que entra por conceito de turismo e sua repercussão final no PIB (Produto Interno Bruto) chama-se efeito multiplicador, que é definido como o coeficiente que mede a quantidade de ingresso gerado por cada unidade de despesa turística. O efeito multiplicador é produzido pela sucessão de despesas que têm origem no gasto do turista e que beneficiam os setores ligados diretamente e os ligados indiretamente ao fenômeno turístico. A unidade monetária recebida passa por diversas transações, cujo número depende do círculo consumo-renda de cada localidade, região ou país. Os benefciários diretos do eeito multiplicador são os locais de alojamento, alimentação, souvenirs, profssionais de turismo. Já os benefciários indiretos, são, por exemplo, correios, bancos, clínicas, profssionais liberais, entre outros.
Como forma de uma melhor visualização e mais adequado entendimento, na tabela a seguir, relacionamos o que se considera como sendo os principais impactos econômicos do turismo, sejam eles positivos ou negativos. IMPACTOS POSITIVOS
IMPACTOS NEGATIVOS
1. Aumento da renda no destino turístico.
1. Eeito inacionário.
2. Estímulo aos investimentos.
2. Dependência exclusiva em determinadas regiões da atividade turística.
3. Poder de redistribuição de renda.
3. Desestímulo aos investimentos em inraestrutura básica.
Quadro 2.3: Impactos econômicos do turismo Fonte: Adaptado de: IGNARRA. Luiz Renato.Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 152.
Unidade 2
61
Universidade do Sul de Santa Catarina
Esta seção procurou formular de maneira objetiva os impactos econômicos que a atividade turística pode gerar. Lembramos a você que o conteúdo ora apresentado foi resumido e pontual. É importante destacar que esses assuntos por si só (economia e turismo) possuem uma abrangência muito grande e têm sido motivo de estudos e de pesquisas por parte de diversos autores e especialistas. A percepção e a conseqüente compreensão dos conceitos apresentados sobre economia, sobre o efeito multiplicador e, finalmente, sobre quais efetivamente são os impactos econômicos do turismo, certamente auxiliarão você na formação de uma opinião mais clara sobre a importância do urismo como um todo. Lembramos a você, caro estudante, que os impactos gerados pela atividade turística não são somente de ordem econômica. A seção 3, a seguir, vai ilustrar de forma otimizada, os impactos culturais e sociais que são gerados pela atividade. Observe que, quanto mais informações sob diferentes ângulos você pode ter, melhor será a sua percepção e entendimento sobre esta fantástica atividade. - Portanto, preparem-se, e boa viagem até a nossa próxima escala de conhecimentos!
SEÇÃO 3 − Aspectos culturais e sociais do turismo A abordagem que será feita a partir de agora sobre os aspectos culturais e sociais do urismo não visa a discutir estes impactos, e sim demonstrar, de uma forma contextualizada, os efeitos que eles podem causar na sociedade e os problemas que deles decorrem. Conforme você pôde observar nas duas seções anteriores, até meados da década de 1970, grande parte dos estudos sobre o turismo era concentrada na medição dos benefícios econômicos, sendo que pouca atenção era dada a uma característica fundamental do turismo internacional: a interação entre turistas e a comunidade local.
62
Teoria Geral do Turismo
odavia, a partir de meados dessa mesma década de 1970, mais estudiosos e profissionais do turismo passaram a dar mais atenção ao relacionamento entre os turistas e a população local, e principalmente, aos efeitos não-econômicos induzidos por esse relacionamento. Muitos dos efeitos sociais e culturais do turismo são retratados como sendo essencialmente negativos, pois estudos recentes feitos por diversos autores − e citamos Kadt (1976) e O’Grady (1981), (apud Lickorish e Jenkins, 2003) −, detalharam casos em que o turismo causou mudanças profundas nas estruturas, nos valores e nas tradições de sociedades. É interessante notar que existem debates contínuos sobre isso – se essas mudanças são benéficas ou não, pois os interesses da sociedade e do indivíduo não são necessariamente os mesmos. Há pouca dúvida, contudo, quanto aos locais em que o turismo internacional tem alguma importância para um país. Já se sabe que, nesses espaços, o turismo se torna um “elemento modificador” importante.
Podem-se defnir eeitos não-econômicos todos aqueles em que não ocorre uma relação de troca entre bens e serviços e uma unidade monetária qualquer (reais, dólares, euros, por exemplo). Os eeitos não-econômicos são abrangentes e tratam especifcamente das relações que ocorrem entre os turistas e a população autóctone de um núcleo receptor de turismo, na esera sócio-cultural. Não há envolvimento de valores monetários.
Estas mudanças ocorrem porque os turistas, em geral, permanecem no país visitado por um curto período. Eles trazem consigo suas tradições, valores e expectativas. Você concorda, não é mesmo? Você sabia ?
Que em muitos países os turistas não são sensíveis aos costumes, às tradições e aos padrões locais? Que às vezes podem se oender diante de algo não intencional? Que, de certa orma, os visitantes estrangeiros não se integram na sociedade, mas se conrontam com ela? E que, quando um grande número de turistas, em geral de uma mesma nacionalidade, chega a um país, há uma reação inevitável?
Veja, a seguir, os efeitos sobre os valores e comportamentos sociais, uma variável destacada e que ocorre freqüentemente, quando um núcleo receptor de turismo recebe fluxos significativos de turistas de outras origens.
Unidade 2
63
Universidade do Sul de Santa Catarina
De acordo com Lickorish e Jenkins (2000), quando os turistas chegam a um país de destino, eles não se limitam a trazer consigo seu poder de compra e a fazer com que se instalem comodidades para serem por eles desfrutadas. Acima de tudo, eles trazem um tipo diferente de comportamento, o qual pode transformar profundamente os hábitos sociais locais, mediante a remoção e a perturbação das normas já estabelecidas da população residente. Quem já não presenciou, ou leu em algum jornal local, os efeitos do turismo em determinada localidade? Ou, ainda, quem não soube através de outros que, durante a temporada de turismo, a população local tem que aceitar os efeitos da superlotação, os quais talvez possam não existir em outras épocas do ano como algo inerente ao desenvolvimento econômico, ou como inerente às mudanças sociais e econômicas de um determinado país ou grupo social? A infra-estrutura e as condições básicas de oferta de produtos e serviços se alteram drasticamente, quando da alta temporada (independentemente se ela ocorre no verão ou no inverno). É fato é que começam a se formar filas e mais filas, seja para utilização de um serviço bancário, seja para compras na padaria, no jornaleiro, no supermercado, entre outras atividades. Para muitas destinações turísticas consolidadas e na rota de preferências de uma dada população, a falta de infra-estrutura adequada, acarreta em, por exemplo, longos períodos de espera para se chegar a uma praia ou um atrativo qualquer. E a população que reside ou habita nesse lugar é envolvida nesse conjunto de expectativas e interesses, sejam eles individuais, coletivos ou econômicos.
64
Teoria Geral do Turismo
O que você acha disso?
Participe do órum e discuta a questão: A “coexistência” entre população local e turistas “invasores” nem sempre é ácil. Em geral, leva à xenoobia, à tensão social particularmente notada em áreas turísticas muito populares em locais onde a população, por motivos psicológicos, culturais ou sociais, não está pronta para ser submetida a essa “invasão”. Compartilhe com seus colegas de turma.
Ainda de acordo com Lickorish e Jenkins (2000), naturalmente a mudança nos valores sociais leva a uma alteração nos valores políticos, às vezes com conseqüências desordenadas. Um declínio nos valores morais e religiosos também é comum e pode ser observado pelo aumento do nível de criminalidade. Não são apenas as atitudes locais que se modificam, mas também os objetivos e oportunidades para a atividade criminal. É interessante pensar nisso, não é? As relações humanas são importantes, já que o excesso de turismo pode ter repercussões problemáticas, como, por exemplo, transformar a hospitalidade típica de muitos países em práticas comerciais, o que pode levar os fatores econômicos a suplantarem o relacionamento pessoal. Os efeitos posteriores podem ser o aparecimento do comportamento consumista, o declínio da moral, a mendicância, a prostituição, o consumo de drogas, a perda da dignidade e a frustração de não poder satisfazer suas necessidades. No entanto, seria errado culpar o turismo por todos esses problemas, que também estão ligados às mudanças sociais que afetam as comunidades no processo de modernização. O turismo acelera o processo, mas não o cria.
Unidade 2
65
Universidade do Sul de Santa Catarina
As relações que se verifcam entre os mais diversos tipos de turistas e as comunidades locais, quando da ocorrência principalmente da chamada “alta temporada”, muitas vezes é caracterizada por alguns “conitos”. Tendo em mente a realidade turística existente na sua cidade de residência ou de nascimento, tente lembrar se você já presenciou ou mesmo conheceu um “choque cultural”, ocorrido entre turistas e residentes locais. Com a chegada de grupos de turistas, os valores e as crenças da comunidade local são aetadas? A população local está preparada para receber o turista de orma cordial? Elabore respostas para as questões acima. Você também pode escrever sobre o que você conhece ou percebe, acerca dessa realidade! Faça uso do espaço abaixo.
O turismo pode gerar custos sociais, em geral difíceis de estimar, mas que nem por isso são menos importantes. Um exemplo é a ameaça aos hábitos tradicionais de cada país e, muitas vezes, de regiões específicas. Entretanto, o turismo pode se tornar o elemento que irá garantir a manutenção de certas tradições originais que atraem os turistas.
66
Teoria Geral do Turismo
É de suma importância proteger e manter a herança cultural, além de lidar com os problemas sociais relacionados, como, por exemplo: o comércio ilegal de objetos históricos e animais; pesquisas arqueológicas não ofciais; a erosão de valores estéticos (de paisagem) e de um certo know-how (conhecimento) técnico; o desaparecimento de pessoas com habilidades manuais altamente qualifcadas, entre outros.
A comercialização de eventos da cultura tradicional pode levar à criação de uma pseudocultura, um folclore artificial para o turista, sem valor cultural algum para a população local nem para os visitantes. O mesmo se aplica, por exemplo, aos artesãos. A questão é o conflito potencial entre os interesses econômicos e culturais, sendo que a cultura acaba sendo sacrificada em favor da promoção do turismo, ou seja, a criação de valores econômicos adicionais ao preço da perda do valor cultural. Em um nível social, o turismo bem organizado pode favorecer contatos entre turistas e a população local, estimular o intercâmbio cultural, levar a um entrosamento amigável e responsável e, por fim, aumentar as ligações entre os países. Como forma de sumarizarmos os impactos sociais e culturais do turismo, na seqüência você visualiza dois quadros com os aspectos socioculturais positivos e aspectos socioculturais negativos. Assim, você poderá fazer uma comparação entre eles, tirando sua próprias conclusões.
Unidade 2
67
Universidade do Sul de Santa Catarina
Veja os aspectos positivos:
1. Desenvolvimento e promoção
O turismo constitui um método de desenvolvimento e promoção de regiões pobres ou não-industrializadas onde as atividades tradicionais estão em declínio, como, por exemplo, o turismo que substituiu o cultivo de cana-de-açúcar em muitos países do Caribe.
2. Acentuação de valores sociais
O turismo acentua os valores de uma sociedade, dando maior importância ao lazer e ao relaxamento, atividades que exigem um ambiente de alta qualidade, como nos países da Escandinávia.
3. Conservação de áreas naturais
Com o gerenciamento adequado, o turismo pode garantir a conservação, em longo prazo, de áreas de beleza natural que possuem valores estéticos e/ou culturais, como os Parques Nacionais dos estados Unidos.
4. Renovação da arquitetura
O turismo pode renovar as tradições de arquiteturas locais, na condição de que as peculiaridades regionais, a herança ancestral e o ambiente cultural são respeitados. Pode também servir como um trampolim para a renovação de áreas urbanas, antes decadentes, como no Pelourinho em Salvador e no centro histórico de Recie.
5. Renascimento das artes e da cultura
O turismo contribui para o renascimento das artes locais e das atividades culturais tradicionais, em um ambiente natural protegido, como em Highland Games, na Escócia.
6. Reativação da vida social e cultural
No mais avorável dos casos, o turismo pode até mesmo oerecer uma orma de reativar a vida social e cultural da população residente, revitalizando, assim, a comunidade local, estimulando contatos no país, atraindo jovens e avorecendo as atividades da região.
Quadro 2.4: Impactos sócioculturais positivos do turismo Fonte: Adaptado de: LICKORISH L. J.; JENKINS, C.L. introdução ao Turismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p. 109.
A seguir, você vê um quadro que sumariza os impactos sócioculturais negativos do turismo. Analise os aspectos negativos apresentados:
68