Índice 1. Introdução…………………………………………………………… .………….5 2. O que é o Portfólio da criança ………………………………………….………. 6 3. Portfólio da criança……………………………………. …………… ...………...8 3.1. Identificação da criança……………………………………………………. .9 3.2. Áreas de conteúdo………………………………………………………….11 3.3. Registos……………………………………………………………………. 12 Expressão Musical ……………………………………………………..13 Expressão Plástica ………………………………………………….…..16 Expressão Motora ……………………………………………...………19 Domínio da linguagem oral e Abordagem à escrita ……………….……21
3.4. Relatório narrativo………………………………………………………… 4. Reflexão sobre a realização do Portfólio………………………….……………24 5. Conclusão……………………………………………………….……….……. 26 6. Bibliografia ………………………………………………………………..…. 27
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1. Introdução No âmbito da disciplina de Metodologias de Intervenção Educativa em Educação de Infância, no seminário de Portfólio das Crianças, orientado pela docente Brigitte Carvalho da Silva, foi-me proposto a recolha de quatro registos relativamente a uma criança, no decorrer do período de estágio. Estágio este que se desenrolou por um período de três semanas, na Instituição de Utilidade Pú blica “O Amanhã da Criança”, na sala dos cinco anos. Um Portfólio consiste na selecção das melhores produções realizadas e escolhidas tanto pela criança como pelo adulto, que apresentam um desenvolvimento na aprendizagem das mesmas. Considero desde já bastante importante a realização deste trabalho, uma vez que o Portfólio pode ser um meio bastante útil para a avaliação das crianças. Através do Portfólio, as crianças podem seguir o desenvolvimento do seu próprio trabalho, de forma a conhecer as suas potencialidades e os aspectos que precisam de ser aperfeiçoados. Além disto, é possível através deste instrumento de avaliação, verificar a evolução das crianças nas várias áreas de conteúdo, assim como verificar quais são as suas dificuldades, o que permite ao educador reflectir sobre como poderá ajudar as crianças a superarem essas dificuldades. Com a realização deste trabalho pretendo: - Tomar contacto com este instrumento de avaliação, e melhor compreender o seu funcionamento; - Desenvolver a minha capacidade de organizar e seleccionar, em colaboração com a criança em causa, os registos mais significativos; - Colaborar com a equipa de adultos da sala, trocando informações que me possam ser úteis; - Articular a teoria com a prática. Espero alcançar todos os objectivos a que me proponho.
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2.
O que é o Portfólio da criança.
“Compilação organizada e intencional de evidências que documentam o desenvolvimento e a aprendizagem de uma criança, realizada ao longo do tempo. ” (fonte de pesquisa: http://anae.com.sapo.pt/anae/Portfolio.pdf)
Ao falarmos de Portfólio da criança, estamos a falar de um meio de organizar
“material”, feito pela criança, que espelha as experiências que lhe são proporcionadas, as suas dificuldades, mas acima de tudo, os seus sucessos. Como se trata do conjunto de material de apenas uma criança, que tem as suas próprias características, e que jamais serão repetidas por outra criança, este método de avaliação, revela os diferentes aspectos do desenvolvimento da própria criança, nas várias áreas curriculares, bem como em todos os domínios (sócio-moral; físico; afectivo; cognitivo). Como cada Portfólio é único e relata apenas o desenvolvimento de uma criança, este é também um importante meio para identificar eventuais crianças que necessitem de ajuda especializada. A escolha dos registos para o Portfólio podem partir da própria criança, do educador, do estagiário, do auxiliar, dos pais, entre outros. Durante a realização de determinadas actividade, observamos que as crianças manifestam dados comportamentos reveladores do seu envolvimento, que deve sempre ser tido em conta, entre os quais: - A sua capacidade de concentração , em que a crianças está de tal maneira atenta à actividade, que nada a parece distrair (expressões faciais, postura, persistência
na actividade, precisão, …) ; - A energia utilizada, possível de ser percebida através de expressões faciais, pelo tom de voz ou força exercida sobre o material com que está a trabalhar; - A complexidade e criatividade , que parte de cada criança, sendo uma manifestação individual; - O grau de envolvimento, quanto mais envolvidas nas actividades as crianças estiverem, mais prontamente reagem a estímulos;
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- A satisfação, que é evidenciada pelas crianças, através de vários sinais tanto corporais como verbais. Para além disto, os Portfólio são extremamente úteis no que toca à planificação, pois através destes, podem ser retiradas informações importantes para serem trabalhadas, não só por uma criança em específico, mas por todas, visto que o importante é envolver as crianças para as suas próprias aprendizagens. Este material possibilita uma melhor avaliação, uma vez que permite planificar novas práticas, com base na avaliação do mesmo. Esta avaliação pode ser feita pela própria criança, que pode louvar as suas próprias aprendizagens.
Como deve ser organizado O Portfólio deve estar organizado segundo as áreas de conteúdos ou domínios de desenvolvimento, para que desta forma seja facilmente visualizado se existem áreas que são mais ou menos representadas do que outras. Importa ainda salientar, que é de grande importância que a criança faça sempre um comentário ao registo, o adulto pode ou não fazer, mas o fundamental é que a criança o faça sempre, uma vez que se trata do seu próprio trabalho. Além disto, os registos devem obedecer a uma organização cronológica, tendo sempre presente a data da realização do trabalho ou da situação em causa e a data da selecção do mesmo para o Portfólio, bem como o elemento que fez a selecção do conteúdo. Em cada registo efectuado, estão sempre em causa indicadores de desenvolvimento, que também devem estar patentes no Portfólio, de forma a salientar os aspectos positivos, que ressaltam dessa situação. Os indicadores de desenvolvimento devem também permitir, analisar facilmente os conteúdos do registo, ao nível do desenvolvimento da criança, tentando assim facilitar a realização dos relatórios narrativos. As propostas de intervenção, devem também constar do Portfólio, apresentando propostas concretas e possíveis de realizar, tal como os relatórios narrativos, tratando-se estes de resumos, que fazem a descrição do desenvolvimento de cada criança em particular. Estes podem estar divididos por áreas de conteúdos, e o fundamental não é a sua extensão, mas sim, o facto de estarem completos.
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3. Portfólio da criança.
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3.1. Identificação da criança.
Nome: Luís Filipe Gomes Pinto Idade: 5anos O que mais gosto de fazer:
Desenhar e construir Os melhores amigos são :
Pedro David, João Gabriel, Vítor e Gonçalo.
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3.2. Áreas de conteúdos.
Área de Formação Pessoal e Social ……………………………. Expressão Motora ……………………………………………… Expressão Dramática …………………………………………… Expressão Plástica ……………………………………………… Expressão Musical ……………………………………………… Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita ……………. Domínio da Matemática ………………………………………… Área de Conhecimento do Mundo ………………………………
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3.3. Registos
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Expressão Musical
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Registo I
Áreas de conteúdo
Data da realização do trabalho:
Dia 15 de Abril de 2008
Escolha feita por: Estagiária do 3ºano Local: Refeitório Comentário da criança: “Sou eu a lanchar… (estagiária do 3º ano: e o que tinhas nos dedos? Lembras-
te?) Era a minhoca e o minhoco, estava a cantar a mú sica deles, e gostei muito.” Comentário do adulto:
O Luís Filipe, depois de aprender a “Música da M inhoca”, foi lanchar e continuou a cantarolar com os respectivos gestos, revelando assim o seu entusiasmo e concentração no que estava a fazer. Assim, esta pequena música contribuiu, não só para o seu divertimento, como também para o divertimento dos seus colegas, uma vez que havia interacção das crianças, que pretendiam demonstrar umas às outras, que eram capazes de cantarem a música. Indicadores de desenvolvimento:
- Expressão Musical:
Envolveu-se na actividade de forma espontânea; Revelou capacidade para cantar e compreendeu o sentido do que dizia. - Expressão Dramática:
Simulou uma situação imaginária; Desenvolveu capacidade de jogo simbólico/dramático;
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Usou o corpo de forma criativa. - Expressão Motora:
Desenvolveu a expressão corporal como meio de comunicação verbal. - Área de Formação Pessoal e Social:
Desenvolveu capacidade de interagir com os outros. Propostas de intervenção:
Penso que se devem apresentar mais propostas de actividades deste género, ao Luís Filipe, uma vez que estava bastante motivado e concentrado na actividade levada a cabo. Exemplos de músicas: “O carro do meu chefe”
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Expressão Plástica
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Registo I
Áreas de conteúdo
Data da realização do trabalho:
Dia 18 de Abril de 2008
Escolha feita por: Estagiária do 3ºano Local: Área da plástica Comentário da criança:
No início do desenho: “Vou fazer um desenho de futebol porque gosto muito, mas agora não estou a
ficar muito interessado por causa que agora tão sempre a discutir porque o Porto e o Benfica são os maiores. ”
Durante o desenho: “Também vou fazer uma an dorinha... Tou a fazer o Quaresma, mas não é ele a jogar é só o treino… O estádio do dragão é assim…tem estas coisas (aponta para os lados pintados a vermelho e preto) … e não tem guarda -redes porque é só treino.”
Comentário do adulto:
O Luís Filipe é já capaz de desenhar a realidade com algum cuidado e com alguns pormenores. Tal como também é capaz de fazer um projecto mental daquilo que irá fazer, como foi o caso deste desenho, onde antes de o iniciar, foi capaz de dizer 17
exactamente o que ia fazer, acrescentando alguns pormenores que lhe pareceram importantes, durante a sua realização. Demonstrou ainda alguns conhecimentos sobre o tema do seu desenho (futebol), como está implícito no seu próprio comentário. Indicadores de desenvolvimento:
- Expressão Plástica:
Desenvolveu a motricidade fina; Transmitiu aos outros (neste caso, estagiária do 3º ano) alguns acontecimentos. - Área de Conhecimento do Mundo:
Revelou conhecimento quanto à temática do futebol (o que é um treino; a questão do campeonato; pormenores relativos ao estádio do Dragão; …) Propostas de intervenção:
Observar os seus trabalhos, para verificar se existe variedade de temas tratados nos seus desenhos.
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Expressão Motora
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Registo I
Áreas de conteúdo
Data da realização do trabalho:
Dia 22de Abril de 2008
Escolha feita por: Estagiária do 3ºano Local: Área da garagem Comentário da criança: “Estou a jogar ao jogo do espelho que tu me ensinas-te com o Luís Miguel. E estava a ser fixe copiar o Luís…”
Comentário do adulto:
O Luís Filipe é capaz de realizar o jogo do espelho com sucesso, imitando um par, tal como é capaz de simular alguns sentimentos. No entanto, necessita de trabalhar um pouco mais esta área. Indicadores de desenvolvimento:
- Expressão Motora:
Exprimiu criatividade de movimento; Desenvolveu capacidade de repetir gestos (imitar acções); Desenvolveu capacidade de criar gestos; Capacidade para exprimir sentimentos. - Expressão Dramática:
Desenvolveu capacidade de jogo simbólico/dramático. Propostas de intervenção:
Trabalhar um pouco mais esta área, fazendo mais jogos de imitação e de simulação de sentimentos.
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Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita
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Registo I
Áreas de conteúdo
Data da realização do trabalho:
Dia 24 de Abril de 2008
Escolha feita por: Estagiária do 3ºano Local: Área da biblioteca Comentário da criança: “Eu tava a fazer a história dos patos, que tu fizes- te pa biblioteca.”
Comentário do adulto:
Neste dia, ao início da manhã (no acolhimento) foi contada a hist ória: “O
Traquinas e a Atrevida”, através de um power point. Em seguida era a vez das crianças contarem a mesma história, mas utilizaram a cartolina e as respectivas personagens que tinham do colocar nos locais mais apropriados, de acordo com a história. Em seguida, este material foi para a biblioteca. O Luís Filipe achou por bem experimentar o material novo, e contar a história à sua maneira. Indicadores de desenvolvimento:
- Domínio da linguagem oral e Abordagem à escrita:
Compreendeu a linguagem oral e textos transmitidos oralmente; Contactou com diferentes funções do código oral; Interpretou a linguagem oral Expressou-se através da linguagem oral, para contar a história.
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- Domínio da Matemática:
Colocou peças de acordo com uma lógica, tendo em atenção as relações (nuvens, sol – céu; flores, árvores – terra; …); Trabalhou com sucesso, noções espaciais (em cima; em baixo; …) Colocou e tirou peças. Propostas de intervenção:
Penso que será vantajoso criar outras personagens, para se criarem novas historias, e para desta forma desenvolver a criatividade não só do Luís Filipe, mas de todas as outras crianças, podendo mesmo desenvolver-se a socialização e interacções entre varias crianças.
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4. Reflexão sobre a realização do Portfólio. Para iniciar este trabalho, como não conhecia nenhuma das crianças do grupo com o qual estava a estagiar, achei por bem falar tanto com a educadora, como com a estagiária do 4º ano, a fim de me orientarem da melhor maneira possível, para a escolha de uma criança, para a realização deste pequeno Portfólio, da qual fazem parte apenas quatro registos. Esta selecção não foi muito complicada, pois tanto a educadora como a estagiaria, conhecem perfeitamente o grupo em questão, e por isso a primeira parte da minha tarefa já estava cumprida. Depois de escolhida a criança, o problema que me surgiu foi centrar nela a minha atenção. Agora, tenho plena consciência que é um pouco complicado trabalhar com um grupo inteiro de crianças (cerca de vinte e quatro) e estar atenta, unicamente a uma. Como tal, penso que provavelmente, a criança que escolhi, teve vários outros momentos que seriam importantes de ser registados, contudo isso não foi possível, pois a minha atenção estava virada para outras crianças, naquele momento. No entanto, fiz o que me foi possível, para tentar não perder algum momento que fosse realmente significativo para ser registado. Senti também dificuldade ao nível dos registos, uma vez que, sem conhecer minimamente a criança em questão, torna-se complicado para mim, saber o que é que uma determinada situação, lhe trouxe de novo, em que é que lhe foi útil, o que aprendeu
de novo, …. Um outro ponto que acho importante salientar, é que o Luís Filipe (criança escolhida) manifestou sempre um grande entusiasmo quando lhe pedia para comentar os registos. E pelo sorriso dele, percebia-se que gostava de falar sobre as situações que lhe diziam respeito. Analisando os registos que foram efectuados, apesar de cada um dos registos dominar uma área de conteúdo em especifico, todas as áreas foram contempladas, umas mais do que outras, no entanto, todas foram salientadas, uma vez que isso também se proporcionou. Apesar de todas as dificuldades sentidas, que penso terem sido ultrapassadas tanto com a ajuda da educadora, como com a ajuda da estagiária do 4º ano, que se mostraram sempre disponíveis para todo o que fosse necessário, uma vez que têm já
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contacto com este método avaliativo, o resultado do Portfólio da criança, foi o melhor que consegui efectuar. Além disto, considero esta experiência bastante positiva e enriquecedora, pois permitiu-me um primeiro contacto com a realidade dos Portfólio, como método de avaliação, e desta forma, numa próxima oportunidade já não será novidade, e penso que as dificuldades serão reduzidas, sendo assim mais fácil a sua realização.
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5. Conclusão Depois da realização deste trabalho, compreendi que por vezes pode ser bastante complicado observar todas as crianças, da forma mais adequada possível. Existem sempre momentos que não conseguimos registar, pelos mais variados motivos. No entanto, apesar de tudo, penso que este trabalho foi muito vantajoso, pois permitiu o contacto com um método diferente de avaliação das crianças. Além disto, a capacidade para observar e compreender os mecanismos que envolvem este processo, apesar de não serem difíceis, tornam-se mais fáceis após uma primeira experiência. Acho ainda importante salientar, que este processo de avaliação, através do Portfólio, torna-se um pouco mais fácil, depois de já conhecermos um pouco mais das crianças sujeitas a esta avaliação, pois assim já sabemos o que devemos esperar delas. Para que este trabalho de avaliação com as crianças seja positivo, cabe ao educador, estar atento e explicar de forma mais clara possível, quais são os principais objectivos de um Portfólio, uma vez que este pode proporcionar inúmeras situações de aprendizagem. Em suma, posso dizer que esta foi uma experiência muito importante para mim, como futura educadora, uma vez que tive a oportunidade de estar em contacto com um método de avaliação que pode ajudar bastante na compreensão das crianças.
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6. Bibliografia - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (1997), Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar , Lisboa: Ministério da Educação – Departamento da Educação
Básica; - HOMANN, Mary, David P. Weikart, (2004), Educar a criança, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Ed. ASA; - Apontamentos fornecidos pela Docente: Brigitte Carvalho da Silva; - http: //anae.com.sapo.pt/anae/Portfolio.pdf - no dia 30 eAbril de 2008
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